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MEU PRIMEIRO AMOR

Julio Emílio Braz e Salmo Dansa

Foi quase amor à primeira vista.


Digo quase, pois no primeiro momento você ainda ficou com medo, um
pouco distante, pensando, se preocupando, com a cabeça cheia de
incertezas. Mas ao mesmo tempo, se permitindo um monte de
possibilidades.
Por fim, me pegou e saiu rabiscando: a parede, o chão, a cadeira, o
sofá... Tudo o que encontrava pela frente. Tudo o que lhe passava pela
cabeça, naquela sede de criar, de fazer, que a levava para longe, para
riscos maiores.
Sua mãe brigava e a ameaçava com terríveis castigos a cada nova
investida pela casa, pela vida. Você só se interessava pelas descobertas
grandiosas que queria fazer e concretizar.
Depois, a janela, e por ela, um mundo ainda maior.
Coisas. Outras coisas.
Eram tantas coisas que por vezes você parava, cansada, se encostava e
dormia, o sono embalado pelo lençol acolhedor das palavras que
acabara de descobrir.

Uma caixa de lápis de cor....


Seu primeiro amor...
Para sempre!

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