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Projeto de Avaliação e Intervenção com Adolescentes


Usuários de Drogas encaminhados pelas Novas Formas de
X Salão de
Iniciação Científica Justiça
PUCRS

Natalia Kowalczuk 1a, Clarissa Fleck2,3, Lidiane Arndt Pereira2,3, Carlos Eduardo Leite2,
Flávia Valladão Thiesen3, Margareth Silva Oliveira1(orientadora).
1
Faculdade de Psicologia, 2 Instituto de Toxicologia, 3 Faculdade de Farmácia, PUCRS
a
Bolsista de Iniciação Científica BPA/PUCRS 2009.

Resumo

Introdução

O uso de drogas por crianças e adolescentes atinge, indistintamente, todas as classes


sociais. Cotidianamente constata-se que o uso de drogas tem se associado à criminalidade
infanto-juvenis e várias são as menções efetuadas sobre este enfoque relacional de que a
droga induz jovens à delinqüência e seria, eventualmente, o agente motivador do cometimento
de atos infracionais (Oliveira, 2006).
Estudos revelam que a experimentação e o uso regular de substâncias psicoativas vêm
aumentando. Conhecer o seu alcance e os padrões de uso nos diversos segmentos da
população representa um recurso indispensável para delinear indicadores e se faz necessário
para a escolha de medidas de intervenção adequadas e eficazes.
Este estudo trata-se de um projeto de parceria entre o Grupo de Pesquisa Avaliação e
Atendimento em Psicoterapia Cognitiva do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da
Faculdade de Psicologia da PUCRS, o Instituto de Toxicologia da PUCRS, a Faculdade de
Farmácia da PUCRS e o Sistema de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
O Projeto de Avaliação e Intervenção com Adolescentes Usuários de Drogas
encaminhados pelas Novas Formas de Justiça tem por objetivo avaliar a efetividade da
Psicoeducação no atendimento ambulatorial em clínica-escola de adolescente usuário de
substâncias psicoativas autor de ato infracional, por meio da avaliação da prontidão para
mudança do uso de substâncias psicoativas antes e depois da intervenção, concomitante com
exames laboratoriais específicos.

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Em vista disso, o projeto tem como objetivo identificar as condições em que os jovens
infratores encontram-se em relação ao uso de drogas psicoativas - suas crenças cognitivas e
estágios motivacionais relacionados ao consumo dessas substâncias.
A amostra conta com jovens do sexo feminino e masculino, com idades entre 13 e 21
anos, com medida sócio-educativa por terem cometido algum ato infracional, ingressantes no
sistema penal e atendidos pelo Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP)
Laboratório de Intervenções Cognitivas (LABICO) da Faculdade de Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Os sujeitos são dependentes ou abusadores de
substâncias psicoativas (maconha e/ou cocaína).
Metodologia
O protocolo de pesquisa foi administrado por uma equipe preparada para a realização
de rapport explicativo dos objetivos do estudo e aplicação dos instrumentos. Foi usada uma
entrevista semi-estruturada que visa coletar dados sócio-demográficos pertinentes à questão
de pesquisa. Delineada a partir dos critérios diagnósticos do DSM-IV-TR (APA, 2002), tem
objetivo de definir história de consumo de substâncias psicoativas, história clínica, atual e
pregressa, dados da evolução do diagnóstico clínico e psiquiátrico; a URICA (University of
Rhode Island Change Assesment Scale, McConnaughy, Prochaska & Velicer, 1983), escala,
em sua versão reduzida contendo 24 itens, usada para medir o estágio motivacional no qual o
indivíduo está e sua prontidão para mudar o comportamento aditivo de uso de substâncias; o
Screening Toxicológico, o qual trata-se do exame de urina realizado rotineriamente pelo
Instituto de Toxicologia da PUCRS para detecção do uso de maconha e cocaína, com todos os
controles de qualidade e fidedignidade e a Psicoeducação. Este dado permite comparar os
relatos dos sujeitos com os resultados obtidos no exame. Esta atividade também proporciona
um atendimento interdisciplinar.
As amostras de urina foram coletadas logo após a entrevista e assinatura do Termo de
Consentimento Informado, sob observação de técnico de laboratório treinado.
Fizeram parte deste estudo participantes com, no mínimo, a quinta série do Ensino
Fundamental, sendo este cumpridores de medida sócio-educativa por encaminhamento
judicial tradicional ou pelas práticas restaurativas Foram excluídos da amostra deste estudo
sujeitos que apresentavam alguma síndrome de privação grave que pudesse alterar o seu
desempenho nos instrumentos, que apresentassem alguma patologia grave que os
impossibilitassem de compreender seu tratamento.

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Resultados
Foram 14 adolescentes encaminhados para tratamento no LABICO, desde o início do
programa e durante o ano de 2009 apenas dois pacientes iniciaram o tratamento. Os dados
preliminares serão apresentados no pôster.

Conclusão
Em relação à adesão no processo de terapia, estes pacientes apresentam uma
desistência proporcional ao que é visto na literatura, e isso também é concordante com o fato
de que adolescentes não vêem o uso de drogas como um problema.
Maiores informações serão apresentadas no pôster.

Referências
OLIVEIRA, M. S, Avaliação e Acompanhamento de Adolescentes Usuários de Substâncias
Psicoativas com Medida Protetiva In: Silvares, E. F. M. Atendimento psicológico em clínica escola.
Edwiges Ferreira de Mattos Silvares (org.). Campinas: Editora Alínea. 2006

American Psychiatric Association, APA Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais


DSM-IV-TR (4ª Ed. rev). Porto Alegre: Artmed. 2002.

MCCONNAUGHY, E. A., Prochaska J. O. & Velicer W. E. "Stages of change in psychotherapy:


Measurement and sample profiles". Psychotherapy. Theory, Research and Practice, 20, 368-375.
1983.

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