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REVISTA 

ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 1
Expediente De volta para o futuro
Revista INCB Eletrônica Não, não é nome de filme. É uma situação bem
Revista do Instituto Newton C. Braga atual que nos leva a algo que existiu no passado,
 Ano 1 – Edição n° 1 ­ 2020 mas com um formato de futuro. Quando o
Instituto Newton C. Braga foi criado para reviver
Editor­chefe os artigos de revistas e livros do passado, mas
Newton C. Braga também com um olhar para o futuro, muitos pensavam que simplesmente
teríamos uma apresentação de velhos e novos projetos no formato
Produção Gráfica – Redação: tradicional e até nos cobraram a edição de uma revista. Analisamos esta
Renato Paiotti última possibilidade e chegamos à conclusão de que: sim, poderíamos
fazer uma revista, mas não seria uma simples revista. Com o formato
Atendimento ao leitor: antigo em mente, percebemos que, com os recursos da tecnologia
leitor@newtoncbraga.com.br poderíamos ir muito além, e assim criar uma revista do futuro. Indo ao
passado, e de volta para o futuro, passamos os nossos tempos e criamos
Atendimento ao cliente: algo que deve ser uma tendência de futuro. Uma revista inovadora que,
publicidade@newtoncbraga.com.br mesmo tendo o formato tradicional agrega recursos inovadores como o
uso de links, instrução programada, inteligência artificial, QR Code, vídeos
Impressão: e podcasts, tornando-se assim, não um simples elemento único da mídia
Clube dos autores técnica, como foi no passado, mas sim um elemento a mais de uma
https://clubedeautores.com.br estrutura de ensino e informação tecnológica que é o Instituto Newton C.
Braga. Estamos entrando numa nova era em que muita coisa vai mudar
Conselho editorial: tanto em relação às mídias como em relação aos hábitos, percebemos que
Newton C. Braga é o momento de também criarmos algo de novo. Juntando-se aos livros,
Renato Paiotti cursos, artigos técnicos, vídeos, lives, eventos e podcasts, esta revista
Luiz Henrique Correa Bernardes agrega ao mundo da tecnologia mais um canal de informação. Não se trata
Antonio Carlos Gasparetti de uma simples revista, mas de um novo canal de informação não previsto
José Carlos Valbão no passado. No formato virtual ou tradicional impressa, ela atenderá a
Marcos de Lima Carlos todos que estão ávidos para ter sempre ao alcance as informações mais
recentes sobre tudo o que ocorre no mundo da tecnologia e de forma
Administração: imediata. Novas tecnologias, novos componentes, eventos, artigos
Newton C. Braga (CEO) técnicos de todos os níveis, material para estudo, ensino ou atualização,
Marcelo Lima Braga  tudo mais que, mesmo não cabendo no espaço disponível o levará a todos
(Gerente Administrativo) os outros canais de que vamos dispor através de links e QR Codes. Você
não lê a revista. Você conversa com a revista. Acessando no seu celular
Jornalista Responsável: você simplesmente clica para ter acesso a mais informações e outros
Marcelo Lima Braga canais. No formato impresso que nos leitores tradicionais nos cobraram,
MTB 0064610SP basta apontar seu celular para o QR Code e acessar mais informações por
nossos canais e de outros. Até mesmo cursos e livros grátis poderão ser
Colaboradores: obtidos. A revista faz parte de você, conversando e levando-o ao mundo
Pedro Berttoleti do futuro da tecnologia. Enfim, de volta para o futuro, com um velho
Luiz Henrique Correa Bernardes formato básico, mas com recursos 1 000 anos luz à frente. Uma nova
Marcio José Soares tecnologia e formato de revista. Cadastre-se no link que damos abaixo (já
Alfonso Pérez usando a nova tecnologia) para saber quando a nova edição estará
disponível e para ter muito mais através de nossos canais. Nossa
Não é permitida a reprodução das ma­ experiência de mais de 60 anos trabalhando em revistas, cursos, livros,
térias publicadas sem previa autorização  palestras, vai valer num novo tempo para as publicações eletrônicas.
dos editores. Não nos responsabilizamos 
pelo uso indevido do conteúdo de nossos  Newton C. Braga
artigos ou projetos. 

2 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ÍNDICE - N° 1 - DEZEMBRO 2020
PALAVRA DO LEITOR .........................................................8

NOTÍCIAS E COMPONENTES ........................................... 10

TECNOLOGIA
O que você precisa saber sobre LoRa e LoRaWan ............4

EMBARCADOS
Controlando GPIOS da Raspberry
Pi na Linha de Comando .................................................12

COMO FUNCIONA
O Circuito Integrado 555 …............................................. 17
Sensores de Fluxo de Água ….....................................…. 28
O que é o Fator de Amortecimento ………..................…. 36

ARTIGO HISTÓRICO
Falando de Transistores ……........................................…. 31
No Tempo dos Vibradores …...................................…….. 56

TERMOS TÉCNICOS
Compliance (Conformidade) …….................................... 34

ENSINANDO TECNOLOGIA
Pisca-Pisca com o 4093 ...................................................40
Pisca-Pisca Alternado com o 4093 ….............................. 42

PROJETOS
Micro Transmissor de FM ….........................................…. 44
Eletrônica Paranormal e Arduino ….........................……. 58
Modernizando o Rádio de Cristal .....................................62

SERVICE & REPARAÇÃO


Recuperação de Componentes …..............................…. 50

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TECNOLOGIA

O que você
precisa saber sobre
LoRa e LoRaWan
Newton C. Braga

minadas tecnologias pode‐


Com a ampliação das aplicações em IoT além de mos obter dispositivos com
outras que incluem o mundo agro, diversos desempenhos, e
monitoramento de pessoas e animais, fitness, que encontram sua gama
medicina, a necessidade de uma comunicação de própria de aplicações em
dados a longa distância tem seu foco em LoRa e nossos dias.
LoRaWan. Neste artigo, damos o básico sobre o Assim, temos o telefone
assunto para os leitores que desejam entrar no celular convencional que
mundo de seus projetos e precisam de conceitos possui longo alcance (graças
básicos ou de informações adicionais. ao uso das ERBs), pode tra‐
balhar com taxas elevadas
de dados, mas que precisan‐
Nosso artigo é baseado em maior quantidade de dados, do de maior potência, tem
documentação da Semtech, precisamos alargar o canal e uma autonomia menor para
criadora dessa tecnologia. com isso a potência utilizada sua bateria.
Quando se fala na comuni‐ na transmissão se distribui Temos o Wi-Fi ou Local Area
cação de dados sem fio, es‐ por um espectro maior, limi‐ Network que tem pequeno
barra-se numa limitação que tando assim o alcance. alcance, trabalha com taxas
já abordamos em nosso site. As tecnologias de comuni‐ elevadas de dados, seu cus‐
Essa limitação é dada pelo cação digital levam em con‐ to é médio, mas ainda tem
teorema de Shannon. Como ta isso: tanto maior a taxa de uma durabilidade de bateria
se sabe, a quantidade de da‐ dados a ser transmitida, (no caso em que é usada)
dos que pode ser transmitida mais potência precisamos pequena.
através de um canal está li‐ para obter um determinado Também temos a NB-IoT ou
mitada a largura desse ca‐ alcance. Narrow Band IoT (Internet
nal. Assim, se comparamos as das Coisas de Banda Estrei‐
Por outro lado, sabemos tecnologias mais comuns, ta) que é utilizada em dispo‐
que, se vamos transmitir vemos que através de deter‐ sitivos fixos, pequeno

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TECNOLOGIA

alcance com baixa taxa de ca-chave desta tecnologia é Outra característica impor‐
dados. A baixa taxa de da‐ a baixa potência. Alguns dis‐ tante é que uma rede Lo‐
dos permite o uso de peque‐ positivos podem usar bateri‐ RaWAN pode suportar
nas potências e com isso se as que podem durar até 10 milhões de mensagens. Com
obtém boa autonomia para a anos. Algumas característi‐ isso até 60 000 dispositivos
bateria. Também incluímos cas destacadas: podem ser utilizados, e com
no grupo o Bluetooth que se •Longo alcance, incluindo a pe‐ 10 gateways pode chegar a
enquadra em uma Personal netração dos em edifícios com 100 000 dispositivos e 1 mi‐
Area Network ou rede de muitos andares. Topologia em lhão de mensagens.
área pessoa. Com muito pe‐ estrela para a rede.
queno alcance, baixa taxa •Longa duração para a bateria, A Modulação dos sinais
de dados, baixo custo ela chegando a 10 anos. A modulação utilizada é
proporciona uma boa auto‐ •Alta capacidade, podendo ser uma variação da tecnologia
nomia para a bateria. aviadas milhões e mensagens Chirp Spread Spectrum
Uma outra tecnologia im‐ por estação base/gatway (CSS) derivada da técnica de
portante é a Cat-M1 que •Infraestrutura mínima, softwa‐ modulação em espectro es‐
apresenta características de re open-source palhado .
longo alcance, alta taxa de •Localização: dentro e fora de Com essa tecnologia temos
dados, alto consumo de ba‐ ambientes, preciso sem o uso um compromisso entre a
teria e custo médio. de GPS. sensibilidade e a taxa de da‐
Mas, o destaque é para a •Roaming dos, ao mesmo tempo ope‐
LoRa que se enquadra no •Segurança: AES-128, ID único rado num canal de largura
que se denomina que apre‐ fixa entre 125 kHz e 500 kHz
senta características de Lon‐ Analisando essas caracte‐ para o uplink e 500 kHz para
go Alcance (Long Range, rísticas, podemos destacar a o downlink. Com isso obte‐
como o nome já indica), bai‐ alta durabilidade da bateria mos uma maior durabilidade
xa taxa de dados, longa du‐ dada pela possibilidade de para a bateria. Na figura 1
ração para bateria, baixo se transmitir pequenos pa‐ temos a organização das ca‐
custo e alta capacidade para cotes de dados poucas vezes madas de dados utilizadas.
a quantidade de dispositi‐ por dia. Além disso, quando Na figura 2 temos o modo
vos. É dela justamente que os dispositivos estão em re‐ como sinal é utilizado no sis‐
vamos tratar agora. pouso (sleep) o consumo é tema DSSS (Direct Sequence
extremamente baixo. Spread Spectrum).
O que é LoRa e LoraWAN
LoRa consiste numa tecno‐
logia de modulação que per‐
mite a elaboração de
sistemas de comunicação de
dados em redes cobrindo
grandes áreas (LPWAN) ou
WA significa Wide Area ou
área ampla e LP vem de Low
Power e N de Network –rede)
LoRa foi criada pela Semte‐
ch para padronizad as
LPWAN proporcionando um
alcance de até 5 km em
áreas urbanas e 15 km em
áreas rurais. A característi‐ Figura 1 – O sistema utiliza 7 camadas de dados

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TECNOLOGIA

É nessa alteração dos da‐


dos com sua multiplicação
da sequência de dados que
justamente se obtém maior
alcance.
Com esse recurso temos
maior ganho e menor rela‐
ção sinal-ruído no receptor e
com isso é possível manter
menor nível de saída de sinal
com maior alcance quando
comparamos, com outras
tecnologias de modulação
como a FSK.

Os parâmetros regionais
Para cada região temos pa‐
râmetros próprios definidos Figura 2 – A distribuição do sinal ao longo do espectro
em documento que pode ser
acessado no link abaixo:
seu uso restrito. ses criam normas e regras
Mas, o principal problema para o uso do espectro e pe‐
que temos hoje está na dis‐ quenas diferenças podem
tribuição das frequências do ocorrer.
espectro que podem ser uti‐ Assim, as frequências des‐
lizadas. Milhões, ou esmo bi‐ tinadas a operação das re‐
lhões de dispositivos estão des LoRa num país podem
compartilhando uma faixa li‐ ser diferentes de outros. Isso
mitada do espectro eletro‐ é muito importante para os
magnético devendo, projetistas que devem então
portanto, haver uma distri‐ escolher os circuitos que se‐
buição muito bem definida. jam permitidos nos locais em
Os elementos de uma rede Assim, os governos dos paí‐ que pretendem vender seus
LoRaWAN
Na figura 3 temos os ele‐
mentos básicos de uma rede
Figura 3 – Topologia
LoRa com topologia em es‐
em estrela
trela. Para a criação de uma
rede LoRa existem duas pos‐
sibilidades. Pode-se fazer
uso de uma rede pública que
é mantida por uma operado‐
ra, a qual disponibiliza o
acesso a quem desejar. Por
outro lado, existe a possibili‐
dade de se implementar
uma rede particular que é
criada por alguém que faz

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TECNOLOGIA

produtos. No Brasil, as nor‐


mas são estabelecidas pela LIVRO EM DESTAQUE
Anatel, devendo ser consul‐
tadas, portanto, se você pre‐
tende criar um produto. Manual Maker – Vol 1
Assim, temos o ato 1448
publicado em 2017 que re‐ Autor: Newton C. Braga
gulamenta a tecnologia LoRa ISBN: 9788595680616
no Brasil Número de pági‐
Para a américa latina a fai‐ nas: 238
xa de frequências vai de 915
MHz a 928 MHz, o denomina‐ A  palavra "maker" está
do padrão Australiano de em alta. Os fazedores de
923 MHz. coisas, os inventores usan‐
Voltaremos oportunamente do tecnologia avançada, os
em outro artigo com uma adeptos do DIY ou Do-it-
análise mais profundo do Yourself (Faça-Você-Mesmo)
modo como as redes LoRa estão aumentando em
podem ser implementadas. quantidade e a necessidade
de ensinar tecnologia nas
escolas, em oficinas, em fa‐
no Youtube: blabs e em todos os lugares é evidente (BNCC e STEM).
Começando com IoT e Mas, como fazer tudo isso? Aproveitando sua experiên‐
Maker como profissão cia como maker há mais de 60 anos, com milhares de
artigos e projetos publicados, o autor deste livro reúne
num manual o que é preciso saber para ser um maker.
Mais do que isso, o que é preciso fazer para montar uma
fablab, para ensinar tecnologia nas escolas, para mon‐
tar oficinas ou espaços em que todos podem se tornar
makers e montar coisas incríveis usando tecnologia des‐
de a mais simples com componentes de sucata até as
mais avançadas com tecnologia do momento. Um livro
que não deve faltar para os que desejam ser makers,
para os que já são makers e precisam saber mais ou ain‐
da para os que desejam ensinar tecnologia, nas escolas,
nas comunidades, para seus amigos ou seus filhos.
Conteúdo:
•Os Makers do Passado
•Mão na Massa (Hands On)
•O Movimento Maker
•O que é um circuito eletrônico MAIS DETALHES
•Começando a Montar sem Solda
•Montagens simples para você
começar e tomar gosto
•A soldagem
•Como Fazer Placas
Clique ou fotografe o •Usando componentes reciclados
QR-Code acima para saber •Três Makers Malucos –
mais sobre o assunto. Professor Ventura, Beto e Cleto

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 7
A Palavra
do Leitor

Evidentemente, nesta primeira edição de nossa re‐


vista não temos ainda uma correspondência direta
que seja enviada especificamente para nos cumpri‐
mentar, para tirar dúvidas ou simplesmente para
deixar uma mensagem. Assim, para esta primeira
edição, colhemos algumas mensagens em nossos
canais (Youtube, Emails, Facebook) colocando-as
aqui, por julgarmos que sejam de interesse de to‐
dos. E se você deseja ter sua mensagem nesta se‐
ção, ou ainda nos fazer uma consulta, lembramos
que nosso canal é: leitor@newtoncbraga.com.br.

Vinicius Bardella ga do equipamento após a Stenio Medeiros


Boa tarde! Trabalho com troca, segundo que no interi‐ Ponto importante a se con‐
Engenharia Clínica e manu‐ or de SP já não é tão rápido siderar este mencionado pe‐
tenção de equipamentos ou fácil encontrar compo‐ lo Prof. Newton... falsificação
médicos. Neste mercado tra‐ nentes eletrônicos e aí a con‐ de componentes é algo su‐
balhamos com equipamen‐ ta passa a ser em dias de per antigo e presente no
tos de diversas gerações e leito parado sem poder rece‐ mercado nacional. O que nos
diversas nacionalidades, ber pacientes que precisam remete a considerar tolice,
desde equipamentos de me‐ de internação e em terceiro culpar e generalizar determi‐
ados do ano 2000 até equi‐ lugar o custo já que sucata nado país ou região seja de
pamentos novos com tem custo "zero" e com orça‐ que forma for. O segredo é
tecnologia japonesa, alemã mentos cada dia menores ficar de olho bem aberto e
ou norte americana. Tenho faz diferença em um merca‐ aprender a usar as funções
sim a necessidade de man‐ do onde frequentemente a especiais do multímetro. Por‐
ter um estoque de placas e troca de uma placa eletrôni‐ que como se diz aqui no nos‐
componentes por três moti‐ ca pode variar de R$ so Brasil... "malandro é
vos sendo o primeiro como o 3.000,00 a mais de R$ malandro e mané é mané" :)
prof. Newton citou atualmen‐ 30.000,00. (De nossa live de Um abração... (Da mesma li‐
te mesmo componentes no‐ 11/12/2020 sobre aproveita‐ ve de 11/12/2020 sobre ob‐
vos não garantem o pleno mento de componentes anti‐ tenção de componentes
funcionamento, temos sem‐ gos) bons)
pre que fazer testes de fadi‐

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PALAVRA DO LEITOR

Ronisch Baumgratz e consegui montar o trans‐ tudo e muito mais. Sobre o


As revistas antigas são missor com peças de sucata estudar, cito o comentário
mais que repositório técnico, pois já tinha destruído al‐ que li (Antônio Carlos Gaspa‐
são também memória emo‐ guns rádios tentando con‐ retti) que resume muito
cional de outros tempos, sertar. Então montei esse bem: "Acender um LED é
bons por sinal. Obrigado transmissor e ficou muito uma coisa, entender porque
Newton e Picco. (Sobre Live bom e fez um sucesso muito acende e os cálculos para is‐
feita em novembro de 2020 grande foi uma admiração so só estudando". Não existe
com o Picco, tratando de re‐ pra todos os vizinhos e fami‐ salvação fora do conheci‐
vistas antigas) liares foi uma emoção muito mento, da educação, do es‐
grande quando ví aquilo fun‐ tudo. Parabéns por esses
cionar montado por mim. vídeos. (De nossa Live – Co‐
Thiago Felipe Navarro (Da live O Mundo Maker – mo Aprender Eletrônica –
Estou escrevendo meu TCC Outros Escritores de Eletrôni‐ 23/102020)
sobre sensoriamento. Na mi‐ ca de 31/07/2020.
nha tese, estou procurando
abortar estruturas urbanas Moises Castro Melisson Menezes
(a exemplo de pontes) e os Sou Técnico e essa pande‐ Fico muito feliz que a Saber
sensores como sensor de ru‐ mia aumentou a demanda Eletrônica evoluiu, Newton C
ído (claro, embaixo da ponte para conserto de eletrônicos Braga, li muito sobre seus ar‐
literalmente), mas já vi que principalmente de TVS e no‐ tigos, a eletronica que mu‐
outros como strain gauge tebooks. Eu resolvi permane‐ dou a minha vida, nao sabia
pode ser usado, sensores cer aberto pois muitos que profissao a seguir, para‐
analógicos, mas para abrir e clientes falaram que o con‐ bens e até hoje qguardo su‐
fechar porta se pode usar serto de seus equipamentos as revistas publicadas, tenho
um sensor digital. Eu muito é para ocupar os filhos já que em casa um acervo de 75 re‐
aprendi do curso de Eletrôni‐ eles estavam deixando a ca‐ vistas. encontrei voces por
ca. Sou Bacharel em Admi‐ sa de ponta cabeça. Eu au‐ acaso pois estava pesqui‐
nistração e já comentei mentei os preços devido ao zando sobre SOA How to Use
algumas vezes, nosso signo uso intenso de álcool em gel the Safe Operating Area
chinês só não é o mesmo, e luvas mais resistentes para (How to Use the Safe Opera‐
que horas o senhor nasceu me proteger e proteger o cli‐ ting Area ) me chamo Melis‐
Newton? (Da live Mundo ente. (Da live Reparar ou Tro‐ son e sou de Boa Vista
Maker – Sensores – de car de 7 de agosto) Roraima.
25/09/2020)

Carlos Serafim1 mês Renan Bernardes


Nilton Alves Barbosa atrás (editado) É um prazer imenso saber
Lembro de ter comprado Não entendo absolutamen‐ quem é o Newton C. Braga !
uma revista com uma plaqui‐ te nada de Eletrônica (ain‐ Desde garoto eu colecionava
nha de brinde para montar da), tenho apenas 70 anos as suas revistas ! Experiên‐
um pequeno transmissor de de idade e estudando como cias e Brincadeiras com Ele‐
fm, lá pelo ano de 1982 mais venho fazendo, talvez ainda trônica Jr. , Saber Eletrônica.
ou menos, resolvi montar consiga aprender alguma Nossa você foi muito impor‐
com muita dificuldade pois coisa. Tenho assistido vídeos tante na minha experiência
morava num lugar onde não do Professor Newton Braga e com eletrônica ! Adoro ele‐
tinha energia elétrica então posso afirmar com certeza, trônica ! Muito obrigado
esquentava um ferro no fo‐ ele é um poço sem fundo de Newton !
ção de lenha da minha mãe conhecimento na área, sabe

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 9
Notícias e Componentes

Notícias

“Tecido de Faraday” blindando ondas com eficiência, mas uma parte dos elétrons
eletromagnéticas cai numa armadilha de óxido reduzindo a
Todos conhecem a gaiola de faraday que corrente final. O que os pesquisadores des‐
blinda campos elétricos, evitando que entre cobriram é que esse efeito de armadilha não
num ambiente. A novidade da tecnologia foi existe em frequências acima de 1 GHz. Tran‐
apresentada por pesquisadores da Drexel sistores ultra rápidos podem ser então cons‐
University – Philadelphia - USA: Trata-se do truídos usando essa técnica. O Arseneto de
Faraday Fabric ou Tecido de Faraday que po‐ Gálio tem estado em alta, justamente por
de blindar ondas eletromagnéticas sendo in‐ suas propriedades que levaram também os
dicado para aplicações em vestíveis. O novo pesquisadores da Universidade de Tóqio a
tecido pode evitar que interferências eletro‐ desenvolver uma memória baseadana spin‐
magnéticas atinjam dispositivos eletrônicos trônica com semicondutores ferromagnéti‐
O material denominado MXene criaram en‐ cos baseados em Arseneto de gálio. Veja
tão um material de blindagem com uma efi‐ mais no link: MIT Makes a Big Breakthrough
ciência de 99,9% no bloqueio de EMI. Basta in Nonsilicon Transistors (hpcwire.com)
aplicá-lo a um tecido comum e obter um te‐
cido blindado, Materiais amigáveis em baterias
Uma das grandes preocupações em nos‐
Transistores sem silício sos dias, quando se fala em componentes
Os avanços das pesquisas em eletrônica, eletrônicos, está na toxidade dos materiais
principalmente dos campos dos novos ma‐ usados e no modo de descartá-los. No en‐
teriais, já tem mostrado há algum tempo tanto, isso não significa que pesquisas este‐
que parece que a era do silício está termi‐ jam sendo feita constantemente, não
nando. Suas limitações, principalmente à apenas no sentido de se obter componentes
velocidade, a chegada de dispositivos quân‐ de maior desempenho, mais baratos e com
ticos parece estar acelerando o final de tu‐ materiais menos tóxicos.
do como conhecemos como eletrônica É o caso dos pesquisadores da Universida‐
levando a novas abordagens, novas materi‐ de de Tóquio que neste mês de dezembro
ais. A notícia que mostra que isso está se anunciaram a criação de um anodo de car‐
acelerando vem do MIT em dezembro de bono em lugar do lítio que é caro e poluen‐
2020. Uma nova descoberta está tornando te, com excelente rendimento. Este novo
possível a utilização do Arseneto de Gálio material poderá levar a uma nova geração
(GaAs) que já era empregado em transisto‐ de baterias de Sódio-Íon com maior capaci‐
res rápidos (O comptador Cray os usava). O dade e muito mais baratas.
que os pesquisadores descobriram é que ao Os pesquisadores conseguiram um au‐
mesmo tempo em que em um transistor co‐ mento de 19% na densidade de energia pa‐
mum GaAs é possível comutar uma tensão ra as novas baterias.

10 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
NOTÍCIAS E COMPONENTES

Componentes Clique ou fotografe os QRCode para mais detalhes

bq25619E – Carregador ba‐ ção. A linha destacada está disponível em


teria controlado por I2C capacitâncias de 8,2 nF a 94 nF com tensões
da Texas Instruments de operação DC (Vdc) de 630 V a 1250 V.
Este componente consiste
num carregador de bateria L7983 – Reguladores Step-Down chave‐
controlado por I2C com capacidade de 1,5 A. ados sincronizados da STMicroelectro‐
Contendo todo o sistema de gerenciamento nics
Power Path, ele é indicado para baterias Li- Os reguladores chaveados sincronizados
ion e Li-polímero. A operação L7983 da STMicroelectronics podem forne‐
chaveada ocorre em 1,5 MHz cer tensões de saída de 0,85 a tensão de en‐
e ele tem uma eficiência de trada. Projetados para aplicações com
95,5% com 0,5ª de carga. Ve‐ entrada de 3,5 a 60 V eles podem fornecer
ja clicando ou fotografando o uma corrente de saída de 300 mA DC. A cor‐
QR code ao lado. rente no modo shutdown é de apenas 2,3 uA
e a corrente quiescente de
10 uA. A frequência de cha‐
Acopladores ópticos com foto‐ veamento é programável
transistores da Wurth entre 200 kHz 3 2,2 MHz.
A Würth Elektronick possui uma
ampla linha de acopladores ópticos
com tensão típica de isolamento de RoC (Radar on Chip) da
5kV. Esses acopladores usam foto‐ Vayyar para o mundo
transistores como receptores automotivo
e têm características de alta A Vayyar é uma empresa
tensão entre coletor e o israelense que
emissor. Detalhes desta linha desenvolveu um módulo
de componentes podem ser que é capaz de gerar uma
acessados clicando ou imagem dentro do seu
fotografando o QR code ao CPU do que ocorre dentro
lado do veículo. Este módulo
possui 72 transmissores e 72 receptores de
RF, atuando numa faixa de 8 GHz até 81
MLCCs para Circuitos de Snub‐ GHz. São 20 antenas que emitem e recebem
ber da Murata os sinais refletidos dos obstáculos dentro do
Na sua linha de produtos, a Mura‐ veículo e que são processados pelo módulo ,
ta Electronics possui capacitores onde o programa instalado nele faz uma
do tipo MLCC para diversos tipos análise e verifica se dentro do veículo
de aplicações. Destacamos os ca‐ existem crianças, a posição do motorista ao
pacitores cerâmi‐ banco, além da possibilidade de agregar
cos multi-camadas (MLCC) sensores ao módulo. Este mesmo módulo
especialmente indicados pa‐ pode ser aplicado em outros locais que
ra aplicações de circuitos precisam de monitoramento através de
amortecedores (snubbers) imagens tridimencionais, mais informações
em aplicações de comuta‐ no site www.vayyar.com

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 11
EMBARCADOS

Controlando
GPIOs da
Raspberry Pi
na linha de
comando
Pedro Bertoleti

Raspberry Pi, acionando um


Atualmente, muitos produtos e equipamentos utili‐ relé.
zam como base o sistema operacional Linux. Nesse
aspecto, é comum dizer que o produto ou equipa‐
mento em questão utiliza “Linux embarcado”, o que Material necessário
nada mais é que dizer que o equipamento é capaz Para seguir os passos deste
de rodar uma distribuição Linux, muitas vezes otimi‐ artigo, você precisará de:
zada para o uso referido.
•Uma placa Raspberry Pi, de
qualquer modelo. Este artigo
O uso de Linux embarcado facilidades de se ter um ta‐ utilizará a placa Raspberry Pi
facilita muito a vida de quem manho diminuto, ter baixo 3B por razões de popularidade
desenvolve produtos e equi‐ consumo de energia elétrica e disponibilidade para compra.
pamentos diversos. Uma vez e, ainda, ter uma relação •Um cartão micro-SD de, no
que utilizando um sistema custo / benefício muito boa. mínimo, 8GB
operacional do tipo, é possí‐ Dada a importância e ver‐ •Uma fonte chaveada 5V / 3A,
vel ter à disposição suporte satilidade do Linux embarca‐ com conector micro-USB
a conectividades diversas do na tecnologia atual, este •Protoboard (400 pontos)
(wifi, Bluetooth, Ethernet artigo vai ensinar uma das •Um relé com tensão de bobina
etc.), suporte a criação de in‐ mais básicas e importantes de 5V
terfaces gráficas muito ricas tarefas de um sistema com •Um diodo 1N4007
e tudo mais que um compu‐ Linux embarcado que deve •Um resistor de 100kΩ / 0.25W
tador pessoal poderia ofere‐ interagir com circuitos exter‐ •Um resistor de 10kΩ / 0.25W
cer. As grandes vantagens nos: controle de GPIOs via li‐ •Um transistor FQP30N06L
aqui ficam por conta de ofe‐ nha de comando. (MOSFET canal N)
recer o mesmo poder com‐ Para tornar o aprendizado •Jumpers macho-macho e ma‐
putacional de um simples mais acessível, será usado cho-fêmea
computador pessoal, com as como hardware a popular

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COMO FUNCIONA

Figura 25 – Divisor
de frequência sin‐
cronizado.

noestável do programa) para separação varia conforme o


ter um valor que correspon‐ sinal de entrada.
da a duas, três ou quatro ve‐
zes o período do sinal de CONCLUSÃO
entrada. Nessas condições, O que vimos até aqui é
aproveitando o disparo no apenas uma pequena parce‐
final de cada ciclo de tempo‐ la do que pode ser feito com
rização, temos a divisão da base no circuito integrado
frequência de entrada por 555 e suas versões de me‐
esses valores. nor consumo e menor ten‐
são. Trabalhando com o ciclo
12. Modulação de Posi‐ ativo, com a entrada de mo‐
ção de Pulso (PPM) dulação e de reset, o leitor
Pulse Position Modulation imaginoso poderá criar apli‐
ou PPM é uma aplicação inte‐ cações que, de outra forma,
ressante para o circuito inte‐ exigiriam circuitos dedicados
grado 555 conectado na muito mais caros e comple‐
configuração astável. Na xos. Aproveitar o potencial
figura 26 mostramos o cir‐ de um circuito integrado que
cuito. As formas de onda ob‐ pode ser encontrado com fa‐
tidas com o 555 usado nessa cilidade e a um custo muito
aplicação são pulsos .cuja baixo. ©

Figura 26 –
Circuito 555
como PPM.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 27
COMO FUNCIONA

Sensores de
Fluxo de Água
Newton C. Braga

Os sensores consistem no recurso que os circuitos


eletrônicos têm para saber o que está acontecendo
no mundo exterior e assim executar algum tipo de
tarefa. Nos projetos com circuitos eletrônicos,
principalmente microcontroladores, como o Arduino,
podemos contar com sensores para uma enorme
quantidade de grandezas físicas. Neste artigo,
analisamos o uso de um típico sensor de fluxo de
água comuns encontrados no mercado.
Figura 1 – O sensor YF-S401
O mundo que nos cerca é passa através dele, dando
analógico. Assim, para con‐ uma indicação em termos de Quando o conjunto está fe‐
verter a maioria das grande‐ volume por segundo tipica‐ chado hermeticamente, a
zas que atuam no mundo mente. água ao passar pelo sensor
externo precisamos de dis‐ Na figura 1 temos um gira a turbina e com isso o
positivos especiais que tanto exemplo de sensor desse ti‐ imã que estará então alinha‐
podem convertê-las para po que descreveremos em do com um sensor hall mon‐
uma forma analógica, como detalhes mais adiante e até tado numa pequena placa de
também para a forma digi‐ indicaremos onde comprar. circuito impresso.
tal. Esse sensor tem o mesmo A cada passagem do imã
E, a forma digital é cada princípio de funcionamento diante do sensor é gerado
vez mais importante, dado dos indicadores de consumo um impulso elétrico que en‐
uso cada vez maior dos mi‐ de água que encontramos tão é processado e enviado a
crocontroladores. em nossas casas. um circuito externo, por
Assim, temos sensores pa‐ Ele possui uma válvula de exemplo, um microcontrola‐
ra luz, temperatura, pressão, plástico e um rotor que é aci‐ dor.
movimento, distância e um onado quan‐
Figura 2 - Estrutura
tipo especial que escolhe‐ do a água
do sensor
mos para analisar neste arti‐ passa atra‐
go é o sensor de fluxo de vés dele. No
água. rotor ou pe‐
quena turbi‐
O que é um sensor de na é preso
fluxo de água um pequeno
Um sensor típico de fluxo imã, confor‐
de água consiste dispositivo me mostra a
que mede quanto de água figura 2.

28 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
COMO FUNCIONA

Fotografe o QR-Code acima e Figura 4 – Tipo de maiores dimensões


veja o funcionamento do
sensor Basta intercalá-lo na canali‐ em: https://www.curtocircui‐
zação por onde passa a água to.com.br/sensor-de-fluxo-
a ser monitorada. de-agua-yf-s401.html
Assim, o que temos na saí‐ Consultando os fornecedo‐ Suas principais especifica‐
da é um trem de pulsos re‐ res vemos a existem a dispo‐ ções são:
tangulares, compatíveis com sição do projetista, desde os • Tensão mínima: 4,5 V
um microcontrolador, por tipos simples para canaliza‐ • Tensão máxima: 24 V
exemplo, cuja frequência é ção de plástico como o to‐ • Corrente de trabalho com 5V:
proporcional ao fluxo de mado como exemplo, até os 15 mA
água. tipos de maiores dimensões • Faixa de medida 1 a 5 litros
para canalizações embutidas por minuto
Onde podemos usar este ou de maior porte, como o • Carga: 10 mA x 5 V
tipo de sensor mostrado na figura 4.
Nestes tempos de automa‐ Na figura 5 temos o modo No link abaixo pode ser bai‐
ção para todos os tipos de de se conectar o sensor a um xado o datasheet desse
aplicações e de internet das Arduino. componente para os leitores
coisas, a possibilidade de se que estiverem interessados
medir um fluxo de água ofe‐ O sensor VF-S401 num projeto. Inclusive, exis‐
rece inúmeras possibilidades Este é um sensor de baixo tem sites na internet que for‐
de projeto. Na automação custo, ideal para seu projeto necem já o código para
predial podemos usá-lo para e que pode ser adquirido operação com Arduino.
controlar a distribuição de com facilidade em inúmeros
água ou a captação a partir fornecedores de componen‐ http://5.imimg.com/data5/
de fontes alternativas, dan‐ tes do Brasil. Em especial, VQ/ME/MY-1833510/yf-s401-
do uma ideia de aproveita‐ recomendamos a curto-cir‐ pvc-water-flow-hall-sensor-
mento, por exemplo, da cuito que pode ser acessada flowmeter-counter-wh.pdf
água da chuva, e de consu‐
mo. Também podemos usar
este tipo de sensor no proje‐
to de qualquer dispositivo
que necessite de um fluxo
controlado de água como,
por exemplo, bebedouros,
cafeteiras, jarras elétricas,
máquinas de lavar, etc.
Veja que o uso deste tipo
de sensor é muito simples. Figura 5 – O VF-S401.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 29
COMO FUNCIONA

Código-Fonte de Exemplo

/************************************************
Este Código exemplo tem por finalidade ler os dados de um sensor de fluxo de água
***********************************************/

volatile double waterFlow;

void setup() {
Serial.begin(9600); //baudrate waterFlow = 0;
attachInterrupt(0, pulse, RISING); //DIGITAL Pin 2: Interrupt 0
}

void loop() {
Serial.print("waterFlow:");
Serial.print(waterFlow);
Serial.println(" L");
delay(500);
}
Clique ou fotografe o
QR-Code acima para saber
void pulse() //measure the quantity of square wave {
mais sobre o assunto.
waterFlow += 1.0 / 5880.0;
}

30 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ARTIGO HISTÓRICO

Artigo Histórico:
Falando de transistores
LOU GARNER
Adaptado e complementado pelo corpo
redatorial de Eletrônica Popular

Ainda no começo de carreira, me espelhei num


autor americano chamado Lou Garner que
colaborava então com a revista Eletrônica Popular,
onde comecei. Ele tinha uma coluna que então
tratava do recentemente inserido na tecnologia, o
transistor. Foi na sua seção “Falando de
Transistores” que publiquei muitos dos meus
primeiros artigos. Reproduzo, a seguir, uma dessas
seções de uma edição de janeiro de 1966, onde
havia um projeto meu, o Geodino, onde ainda
assinava com meu nome completo.

CIRCUITOS ALHEIOS dia imaginar, bastante inten‐


Eis um interessante rádio sa, ao ponto de fornecer cer‐
receptor transistorizado, ali‐ ca de 50 mW (1 V X 50 mA)
mentado com eletricidade de energia elétrica, como no O Circuito — Como pode‐
proveniente de reações quí‐ protótipo. mos ver, o circuito do recep‐
micas "subterrâneas", ideali‐ Na verdade, não há nada tor que mostramos na Fig. 1
zado pelo nosso leitor de misterioso no fenômeno é o que há de mais simples.
Newton de Carvalho Braga, que acarreta a produção de L1 e C1 formam um circuito
de São Paulo. eletricidade. A salinidade e a ressonante paralelo que ser‐
O que diferencia dos de‐ umidade do solo formam um ve para sintonizar os sinais
mais estes aparelhos (que o meio semelhante ao das an‐ de R.F. captados pela ante‐
Autor denominou "O Geodi‐ tigas pilhas elétricas cons‐ na. O diodo D1 os detecta e
no"), é o fato de aproveitar a truídas nos laboratórios. injeta, através do capacitor
energia elétrica gerada em Utilizando-se dois eletro‐ C2, na base de TR1, onde
duas placas de metais dife‐ dos de 15 X 15 em, conse‐ são amplificados e acopla‐
rentes que são enterradas guimos obter 0,5 volt com dos aos fones, que devem
no solo úmido. As reações uma corrente de 2 miliampè‐ ser magnéticos e de alta im‐
químicas que se processam res, energia mais do que su‐ pedância.
na superfície destas placas ficiente para alimentar o Na verdade, TR1 pode ser
é, ao contrário do que se po‐ receptor. qualquer transistor p-n-p pa‐

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 31
ARTIGO HISTÓRICO

da área dos eletrodos, da


profundidade, da distância
entre elas, da salinidade e da
umidade do solo.
No protótipo utilizamos du‐
as chapas de 30 X 30 cm, ur‐
na de zinco e outra de cobre,
enterradas a cerca de 50 a
60 cm de profundidade, e
afastada uma da outra de
aproximadamente 10 cm.
Nesta condição, a placa de
cobre será o polo positivo e a
de zinco o negativo.
Para pôr em funcionamen‐
to o "geodino", basta ligar o
terminal positivo (cobre) ao
emissor do transistor TR1, e
ra áudio, e Dl um diodo de‐ dado e o transistor ou o dio‐ o eletrodo negativo (zinco) à
tector de germânio ou um do. Um alicate de bico fino junção de C1 e L1.
equivalente. (bico de pato) é o instrumen‐ Abrimos neste ponto um
to mais adequado para esta parêntese para avisar que só
MONTAGEM função. A acomodação das se alcançam bons resultados
O principal cuidado a ser peças num chassi metálico quando o receptor está liga‐
tomado na montagem do rá‐ ou numa armação plástica do a uma boa antena exter‐
dio receptor é o da soldagem fica a critério de cada um na. Os leitores não fiquem
do transistor e do diodo de‐ dos montadores. espantados se, após ligarem
tector aos outros componen‐ o aparelho, não ouvirem na‐
tes. Aconselha-se o uso de Fonte de Alimentação — da nos fones, pois a pilha le‐
um dissipador térmico inter‐ A potência gerada pela célu‐ va algum tempo para se
posto entre o ponto a ser sol‐ la depende principalmente formar, e o capacitor, C2
graças a sua alta capacitân‐
cia e à resistência do resto
do circuito, demora algum
tempo para se carregar.
Os que têm espírito inven‐
tivo poderão formar associa‐
Fig. 2 – As ções cm série e/ou paralelo,
reações e com isso obter maiores re‐
eletroquímicas cursos para alimentar outros
que se aparelhos. As montagens po‐
processam nas derão espantar os leigos im‐
placas fornecem pressionados com um
energia mais do radinho que "chupa" energia
que suficiente do solo.
para alimentar o
Geodino. JANEIRO 1966 — Pág. 47
- ELETRÔNICA POPULAR
— N° 47

32 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ARTIGO HISTÓRICO

LISTA DE MATERIAL
L1 — bobina de antena para ondas médias —
Super-antena OM-100 ou equivalente
C1 — capacitor variável 410 pF, uma seção
C2 — capacitor eletrolítico 100 µF, 20 volts
D1 — diodo detector 0A85 ou equivalente
TR1 — transistor 0074 ou equivalente p-n-p
J1 — pinos banana
G1 — garras tipo jacaré
1 placa de cobre de 40 x 40 cm Clique ou fotografe o
1 placa de zinco de 40 x 40 cm QR-Code acima para saber
DIVERSOS: fio, solda, chassi etc. mais sobre o assunto.

Nota atual: trata-se de um projeto didático bas‐ Mais no Youtube


tante interessante que ainda pode ser montado
hoje com peças equivalentes modernas. Por
exemplo, o diodo de germânio pode ser encon‐
trado num radinho fora de uso antigo, assim co‐
mo o bastão de ferrite e até mesmo a bobina.
Para o fone podemos usar uma cápsula de cris‐
tal ou fone de cristal que ainda pode ser encon‐
trado no mercado. É claro que, nos grandes
centros, onde existe um elevado nível de inter‐
ferência a captação de estações é problemáti‐
ca, mas em locais afastados o desempenho
deste receptor pode surpreender.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 33
TERMOS TÉCNICOS

Compliance
(Conformidade)
Newton C. Braga

Um termo em alta nos nos‐ mo em si, é muito mais im‐ relacionado com os produtos
sos dias é Compliance. Com‐ portante para nós saber o que usam comunicação sem
pliance significa “estar em que ele significa e como po‐ fio, por exemplo, objetos
conformidade” significando demos estar em “complian‐ com comunicação entre si
estar de acordo com regras, ce” com nossos projetos ou ou via intermet, caracteri‐
leis, princípios éticos quando produtos. zando a IoT, os wearables,
se desenvolve um produto, De fato, partindo da tradu‐ dispositivos de aplicação
se realiza uma negociação ção do inglês do verbo “to médica e na agricultura e
ou simplesmente a comerci‐ comply” que significa “estar muito mais.
alização de um produto. de acordo”. No caso específi‐ Padrões de comunicações
Um dos termos que mais co dos desenvolvedores de usados na Europa podem
se destaca quando se desen‐ produtos de tecnologia é fa‐ não ser aplicados em produ‐
volve um produto ou se pre‐ zer com que eles estejam de tos comercializados no Brasil
tende levá-lo ao mercado é a acordo com as normas, re‐ e vice-versa. Você pode ten‐
compliance. Se bem que gras de marketing, princípios tar importar uma placa de
possamos usar um termo éticos dos locais em que o comunicação para seu pro‐
equivalente em português, produto for comercializado. duto e verificar que ela não
que seria conformidade, Especial cuidado deve ser pode ser comercializada
existe sempre no mundo da tomado se você pretende ex‐ aqui.
tecnologia e dos negócios a portar seu produto, pois as Cuidado especial deve ser
forte tendência de se usar o normas, princípios éticos e tomado quando você procu‐
termo original, seja qual for outros pequenos detalhes rar os componentes de seu
seu idioma. são diferentes. produto para compra. Verifi‐
Vemos muito isso em infor‐ que se ele está regulamenta‐
mática em que não usamos Componentes do para operar em nosso
“ferragem” ou “parte física” Em eletrônica, por exem‐ país, ou seja, se está em
dando-se preferência a plo, essas diferentes podem Compliance com as nossas
hardware ou software para afetar muito a escolha dos normas.
designar o programa ou, co‐ componentes que serão usa‐ Para estar em compliance
mo os franceses adotam lo‐ dos num projeto. ao se desenvolver ou comer‐
gicel ou “célula lógica”. Um ponto especialmente cializar produtos a empresa
Mas sem discutirmos o ter‐ crítico para os projetistas é o ou o desenvolvedor deve es‐

34 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
TERMOS TÉCNICOS

tar atento a uma série de ilegal e isso pode compro‐ Como a Mouser pode aju‐
procedimentos internos que metê-lo. dar
vão determinar toda a dinâ‐ Observando as regras de Temos trabalhado a mais
mica de seu funcionamento, compliance isso não aconte‐ de 10 anos coma Mouser
desde o código de conduta e cerá. Por esse motivo, mes‐ Electronics. Uma das vanta‐
promoção de produtos, a co‐ mo não sendo uma empresa gens de podermos consultar
municação interna, o desen‐ pública, ou mesmo não pre‐ seu site na escolha de com‐
volvimento do produto e até tendendo ter negócios mais ponentes é que obtemos as
o comportamento ético de próximos com elas, pode informações sobre complian‐
todos que estão envolvidos. perfeitamente ocorrer numa ce que precisamos para o
Para isso deve-se trabalhar simples negociação que haja nosso projeto.
na criação de um Programa um procedimento que com‐ Os componentes, quando
de Compliance (conformida‐ prometa sua empresa legal‐ enviados, são acompanha‐
de) que determinará as re‐ mente. dos de informações que nos
gras não apenas para o Pode ser um ato cometido permite saber se eles aten‐
desenvolvimento de um pro‐ por um único funcionário de dem aos requisitos de um
jeto especificamente, como sua empresa, ou mesmo na projeto em nosso país que
também para o funciona‐ venda de um simples item, não violem as regras de
mento da própria empresa. mas isso já será suficiente compliance vigentes.
para que seu negócio, sua O acesso aos datasheets e
A Lei 12.846 empresa ou você como de‐ mesmo informações no a
Mais conhecida como “lei senvolver seja envolvido. própria compra impedem
anticorrupção” sancionada Outro ponto importante a que façamos uso de compo‐
em 2013 ela trata basica‐ ser considerado está na es‐ nentes que não sejam permi‐
mente da responsabilidade colha dos componentes que tidos em nosso país.
administrativa de empresas serão usados no seu projeto Enfim, observe a complian‐
(pessoas jurídicas) que prati‐ eletrônico. ce como item indispensável
quem atos que prejudiquem Conforme já salientamos no seu projeto. Se você pre‐
a administração pública tan‐ existem normas que devem tende ser um profissional sé‐
to nacional como as normas ser seguida e existem com‐ rio de projetos, procure mais
estrangeira. ponentes cujo uso em um informações de como im‐
Veja que nela estão citadas país não é aprovado em ou‐ plantar compliance na sua
as empresas, estabelecendo tro. A faixa de frequências empresa ou negócio.
punições para aqueles que permitida para a operação
tiram ou prometem vanta‐ de um dispositivo num país
gens indevidas, fraudam lici‐ pode ser diferente de outro.
tações e tudo mais. Tudo isso deve ser levado
Se bem que a lei não fale em conta para que você não
nada de compliance, anali‐ lance no mercado um produ‐
sando a situação, vemos que to que opere numa banda in‐
ele tem muito a ver com tu‐ devida de frequências.
do isso. Se você pretende Na verdade, com a utiliza‐
desenvolver um projeto que ção de tal componente você
possa atrair o poder público, terá dificuldades na importa‐
por exemplo, encomendan‐ ção legal dos componentes e
do-o ou mesmo comprando depois na sua homologação.
os direitos, se você não to‐ Tudo isso deve ser verificado Clique ou fotografe o
mar cuidado por ser envolvi‐ antes de iniciar o projeto, QR-Code acima para saber
do por um procedimento evitando dores de cabeça. mais sobre o assunto.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 35
COMO FUNCIONA

Som e Acústica
O que é o Fator
de Amortecimento
Newton C. Braga

Existem alguns termos técnicos empregados nas vibrar quando ele desapare‐
especificações dos equipamentos de som, tais como cer, seu uso torna-se impos‐
amplificadores, alto-falantes etc., que muitos sível como reprodutor fiel
leitores não conhecem. O fator de amortecimento é dos sons.
um deles. Veja neste artigo o que ele significa e Assim, um simples pulso
como é importante para se obter o melhor som. aplicado ao alto-falante, o
faria vibrar por certo tempo,
conforme mostra a figura 2,
Quando a saída de um am‐ usados especialmente para impedindo que os sinais que
plificador tem que aplicar a esta finalidade, que são os viessem depois pudessem
um alto-falante um sinal que amortecedores, conforme ser reproduzidos com fideli‐
consiste numa transição mostra a figura 1. dade.
muito rápida, não podemos Sem o amortecedor, depois Na prática, um bom alto-fa‐
esperar que este responda de um choque o carro vibra‐ lante deve ser capaz de ces‐
de imediato, sem qualquer ria por um certo tempo "pu‐ sar de vibrar imediatamente
inércia, ao sinal. lando" e tornando assim após o término do sinal que
É o que acontece com uma muito difícil seu controle, deve reproduzir, o que signi‐
pancada que um veículo so‐ além de tornar desconfortá‐ fica que o movimento de seu
fre quando passa num bura‐ vel a viagem para os passa‐ cone deve ter algum tipo de
co. No caso do carro, a geiros. recurso capaz de amortecer
transição rápida que ocorre No caso do alto-falante, se suas vibrações.
em sua trajetória pode ser ao aplicarmos um sinal ele
amortecida por dispositivos não parar imediatamente de Figura 2
Figura 1

36 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
COMO FUNCIONA

volta à posição original, a


bobina cortando novamente
as linhas de força do campo
magnético do imã gera uma
tensão elétrica, ou força ele‐
tromotriz induzida (FEM).
Se não houver onde aplicar
esta tensão, nada ocorre,
mas se a bobina for carrega‐
da neste momento, de acor‐
do com a figura 4, a energia
gerada neste processo inver‐
so é aplicada à carga trans‐
Isso pode ser conseguido ferindo-se do sistema que,
pelo próprio modo de cons‐ então, é amortecido.
trução do alto-falante bem lação, conforme vimos, deve É o que acontece quando
como aproveitando-se seu ser evitada, pois ela afeta a você acelera um motor de
princípio de funcionamento. qualidade do som. carro em vazio, ou seja, no
Um alto-falante funciona Um modo simples é tornar ponto morto e ele deslancha
como um "motor" eletro‐ o sistema mecânico suficien‐ atingindo a velocidade máxi‐
magnético. Conforme ilustra temente duro para que esta ma, ou quando você o carre‐
a figura 3, a bobina do alto- oscilação seja mínima, ou ga puxando uma carga
falante está imersa num em outras palavras, para pesada numa subida e ele
campo magnético de um pe‐ que o amortecimento seja o não consegue acelerar.
sado imã. maior possível. No caso de um alto-falante
Quando o sinal é aplicado à Outra maneira consiste em ligado a um amplificador, é o
bobina, um campo magnéti‐ utilizar um "freio" para o mo‐ amplificador que proporcio‐
co é criado, aparecendo uma vimento. No movimento de na o fator de amortecimen‐
força que desloca o to, pois ele serve de
cone para frente ou carga quando o sinal
para trás dependendo desaparece.
da sua polaridade. Isso significa que
Desaparecendo o si‐ tanto maior será o
nal, o sistema mecâ‐ fator de amorteci‐
nico força o cone de mento quanto mais
volta à sua posição baixa for a impedân‐
original já que tam‐ cia representada pe‐
bém desaparece a for‐ la saída do
ça que o deslocou. amplificador, veja a
Considerando-se figura 5.
que o cone possui cer‐ Para as aplicações
ta inércia, a tendência práticas, principal‐
é que neste movimen‐ mente com alto-fa‐
to de volta ele passe lantes de alta
um pouco da sua posi‐ potência como os
ção original para de‐ usados com instru‐
pois voltar, havendo mentos musicais, a
assim uma oscilação impedância da fonte
amortecida. Esta osci‐ ou do amplificador

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 37
COMO FUNCIONA

deve ser pelo menos 5 vezes versa induzida nas oscila‐


menor que a impedância do ções ajudando assim a redu‐
alto-falante. Este valor é de‐ zir o efeito, conforme mostra
nominado "fator de amorte‐ a figura 6.
cimento", e não é
propriamente a impedância CONCLUSÃO
de saída do amplificador. Potência não é tudo num
Quanto maior for o fator de amplificador. A verdadeira
amortecimento de um ampli‐ qualidade está num conjunto
ficador, melhor ele será no de especificações que influ‐
sentido de se evitar esta os‐ em muito mais na qualidade
cilação dos alto-falantes, de reprodução do que os lei‐
que afeta a qualidade do tores possam imaginar.
som reproduzido. De nada adianta ter um
No caso dos amplificadores amplificador com potência
valvulados onde existe um elevada, que produz um som
transformador de saída, este desagradável cheio de osci‐
componente pode afetar tal lações e distorções, porque
amortecimento. Uma manei‐ as demais especificações
ra de melhorar esse efeito são pobres. A pureza de um
neste tipo de amplificador som depende muito do fator
consiste no uso de diodos de amortecimento. Observe
entre a placa das válvulas de este valor da próxima vez
saída e o terra, no sentido de que for adquirir um equipa‐
"curto-circuitar" a tensão in‐ mento de som.

Clique ou fotografe o
QR-Code ao lado para saber
mais sobre o assunto.

38 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
DATASHEET

DATASHEET 4093
4 2‐Input NAND Schmitt Trigger
CMOS (Quatro disparadores de
Schmitt NAND de duas entradas)
Descrição:
Os 4 disparadores NAND
Schmitt de duas entradas
neste componente podem
ser usados independente‐
mente.
A principal característica é
a histerese. A ação de “co‐
mutação rápida” (histerese)
das portas encontrados nes‐
te dispositivo o torna ideal Diagrama e pinagem
para aplicações de tensão de
entrada ruidosas ou lentas e
como aplicações de oscila‐
Características elétricas

dor ou monoestável.
 
Nomes dos pinos:
•Vdd - Tensão de alimentação
positiva [3V a 15V]
•Vss - Terra
•A1, B1, A2, B2, A3, B3, A4, B4 -
Entradas
•O1, O2, O3, O4 - Saídas
 
Modo de operação:
As quatro portas são inde‐
pendentes. O nível lógico de Aplicações: Observações:
saída depende dos níveis ló‐ •Funções lógicas (NAND e Inver‐    Este dispositivo apresen‐
gicos aplicados às entradas sor) ta uma “característica de
como a tabela verdade. •Condicionamento de sinais histerese”. A tensão de his‐
•Modeladores de onda e pulso terese ou Vh é definida como
Outros dispositivos: •Osciladores a diferença entre as tensões
Se apenas a ação de •Amplificadores digitais positiva e negativa. Quando
“snap” de um gatilho Sch‐ •Interface - Shields o dispositivo é ativado e de‐
mitt for necessária, o inver‐ •Multivibradores monostáveis / sativado. Artigo completo
sor equivalente Schmitt Astáveis sobre este componente se
40106 poderá ser usado. encontra no site.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 39
ENSINANDO TECNOLOGIA

Ensinando
Tecnologia
Pisca-Pisca com o 4093
Pisca-Pisca Alternado com o 4093

Newton C. Braga

Pisca-Pisca 4093 Esta seção é destinada aos professores que


Dificuldade: Simples (2) desejam ensinar tecnologia nas escolas de nível
Finalidade: aprender co‐ fundamental e médio, a educadores que desejam
mo funciona uma configura‐ implantar programas de ensino de tecnologia em
ção de oscilador com o todos os níveis, grupos de makers, atividades em
circuito integrado 4093 e uti‐ comunidades, e para os que desejam aprender com
lizá-la num pisca-pisca que circuitos simples e montagens acessíveis.
aciona um LED. Os projetos que escolhemos foram retirados do livro
Projetos Educacionais em Matrizes de Contato de
Explicação Newton C. Braga em que descrevemos montagens
No nosso caso, o que faze‐ simples para ensinar eletrônica usando uma matriz
mos é ligar a saída do 4093 de contato de 170 pontos.
de volta às entradas de mo‐ Os projetos que descreveremos usam materiais de
do que ocorra um processo baixo custo, acessíveis e em muitos casos até
de realimentação. Partindo obtidos de sucata. Vamos aos projetos
inicialmente do instante em selecionados, com uma abordagem bem didática.
que o capacitor está descar‐ No final, como sempre, teremos indicação de
regado, a entrada do CI esta‐ literatura complementar, para os que desejam ir
rá no nível baixo e com além.
inversão do 4093 a porta es‐
tará com a saída no nível al‐
to. ao nível baixo e o LED apa‐ vel alto, com um o LED acen‐
O capacitor começa então ga. Com isso, o capacitor co‐ dendo. O ciclo continua en‐
a se carregar através do re‐ meçará a se descarregar tão que a carga e descarga
sistor de realimentação até pelo resistor, até o momento do capacitor entre as duas
ser atingida a tensão que o em que o 4093 reconhece na tensões de reconhecimento
4093 comuta, ou seja, ele tensão do capacitor o nível do 4093 que são diferentes,
passa a reconhecer a tensão baixo. graças ao que se denomina
no capacitor como nível alto. Ocorre então nova comuta‐ histerese. É esta diferença
Neste momento, a saída vai ção e a saída do CI vai ao ní‐ que permite utilizar o 4093

40 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ENSINANDO TECNOLOGIA

num circuito oscilador como


este.

Montagem
Na figura 1 temos o circuito
completo do pisca-pisca que
aciona um LED utilizando o
circuito integrado 4093.
A montagem do circuito
na matriz de contatos é mos‐
trada na figura 2.
Ao realizar a montagem, é
importante observar a posi‐
ção do circuito integrado e
ao encaixá-lo, fazê-lo com
muito cuidado para que to‐
Figura 1– Circuito do pisca-pisca com LED usando o 4093 dos os pinos fiquem alinha‐
dos com os furos.
Quando pressionarmos o
circuito integrado todos os
pinos devem encaixar sem
esforço.Também devemos
observar a posição do LED e
a polaridade do capacitor
eletrolítico.

Procedimento:
Ao encaixar os fios do su‐
porte de pilhas, observando
a polaridade, o LED deve co‐
Figura 2 – Montagem do pisca-pisca na matriz de 170 pontos meçar a piscar imediata‐
mente. Faça testes com
outros valores de capacito‐
res assim como outros valo‐
res de R1. Tome apenas
Lista de Material cuidado para não usar R1
menor que 1 k. Na figura 3 a
CI-1 – 4093 – circuito integrado foto da montagem.
LED1 - comum
R1 – 100 k ohms – resistor – marrom,
preto, amarelo Figura 3 – Foto da
R2 - 1 k ohms – resistor – marrom, montagem
preto, vermelho
C1 – 4,7 uF – capacitor eletrolítico
B1 – 6 V – 4 pilhas
Diversos:
Matriz de contatos, suporte de pilhas,
fios etc.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 41
ENSINANDO TECNOLOGIA

Questionário
• O que acontece com as pisca‐
das do LED se aumentarmos o
valor do resistor ligado ao ca‐
pacitor?
• É possível montar quatro pis‐
ca-pisca independentes com
este mesmo CI 4093?
• Quais são as tensões que po‐
dem ser usadas para alimentar
este circuito?

Pisca-Pisca Alternado
4093 – Ampliando o cir‐
cuito anterior
Dificuldade: Simples (2)
Finalidade: aprender co‐ Figura 4 – Circuito do pisca-pisca com LEDs usando o 4093
mo funciona uma configura‐
ção de oscilador com o
circuito integrado 4093 e uti‐
lizá-la num pisca-pisca que
aciona dois LEDs alternada‐
mente

Explicação
Conforme vimos no projeto
anterior, com o 4093 pode‐
mos fazer um oscilador que
aciona um LED numa fre‐
quência determinada pelo
resistor de realimentação e
pelo capacitor. Neste circui‐
to, utilizamos mais uma das Figura 5 – Montagem do pisca-pisca na matriz de 170 pontos.
portas do 4093 de modo que
ela funcione como um inver‐
sor. Assim, quando a saída
do oscilador vai ao nível alto Lista de Material
e o LED acende, aplicando o CI-1 – 4093 – circuito integrado
sinal na segunda porta, ela LED1, LED2 – LEDs comuns
inverte o sinal e sua saída R1 - 100 k ohms – resistor – marrom, preto,
vai ao nível baixo, mantendo amarelo
o LED nela ligado, apagado. R2, R3 – 1 k ohms – resistores – marrom, preto,
Quando a saída do oscila‐ vermelho
dor vai ao nível baixo, o in‐ C1 – 4,7 uF – capacitor eletrolítico
versor inverte o nível com B1 – 6 V – 4 pilhas
sua saída indo ao nível alto e Diversos:
com isso o LED acende. Des‐ Matriz de contatos, suporte de pilhas, fios, etc.
ta forma, o oscilador coman‐

42 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ENSINANDO TECNOLOGIA

da o circuito que faz com que


os LEDs pisquem alternada‐
mente.

Montagem
Na figura 4 temos o circuito
completo do pisca-pisca que
aciona um LED utilizando o
circuito integrado 4093.
A montagem do circuito
na matriz de contatos é mos‐ Figura 6 – Foto da montagem do pisca-pisca duplo
trada na figura 5.
Ao realizar a montagem, é Se isso não ocorrer, verifi‐ dem ser montados com um
importante observar a posi‐ que se os componentes es‐ circuito integrado 4093?
ção do circuito integrado e tão encaixados firmemente - Podemos usar as outras
ao encaixá-lo, fazê-lo com na matriz. portas do 4093 para contro‐
muito cuidado para que to‐ lar mais LEDs? Como isso po‐
dos os pinos fiquem alinha‐ Sugestão: de ser feito?
dos com os furos. Quando Procure capacitores de di‐ - Podemos usar os outros
pressionarmos o circuito in‐ versos valores acima de 1 uF inversores deste circuito pa‐
tegrado todos os pinos de‐ em sua sucata e experimen‐ ra acionar mais LEDs?
vem encaixar sem esforço. te-os neste circuito. Altere - O que deve ser feito para
Também devemos obser‐ também o valor de R1 para alterarmos a frequência das
var a posição dos LEDs e a verificar como este compo‐ piscadas dos LEDs?
polaridade do capacitor ele‐ nente influi no funcionamen‐
trolítico. Esteja atento para to do circuito. no Youtube:
os valores dos resistores da‐ Matriz de contatos
dos pelas faixas coloridas. Questionário
Na figura 6 temos a foto da - Podemos alterar o tempo
montagem realizada. de acendimento de cada LED
neste circuito? Explique.
Procedimento: - O que acontece com as
Confira a montagem, após piscadas dos dois LEDs se re‐
terminá-la. Conecte os fios duzirmos o valor do capaci‐
das pilhas na matriz de con‐ tor usado?
tatos, observando a polari‐ - O que é e para que serve
dade. Os LEDs devem piscar um inversor?
alternadamente. - Quantos inversores po‐
Livro Indicado

Clique ou fotografe o
QR-Code ao lado para saber
mais sobre o assunto.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 43
PROJETOS

Nesta seção de nossa revista publicamos (com


adaptações) projetos de nossa autoria e de nossos
colaboradores que fizeram sucesso no passado e
que, com pequenas modificações ou mesmo
nenhuma ainda podem ser montados com
finalidade. O que escolhemos para esta edição tem
um valor especial, por ter saído em diversas
edições com modificações e que fez tanto sucesso
que milhares de nossos leitores tomaram gosto com
sua montagem.

Projetos de todos os tempos


Micro Transmissor de FM
Newton C. Braga

Muitos se tornaram profis‐ contram lembram das diver‐ O micro-transmissor saiu


sionais da eletrônica, justa‐ sas variações que ele teve e em diversas versões posteri‐
mente por conta da alguns chegam ao ponto de ores com nomes como “Fal‐
influência que esse projeto trazer suas velhas revistas con”, “Ventura” e outros com
teve em suas vidas. Esses Saber Eletrônica de 1977, modificações, mas sempre
seguidores, quando nos en‐ onde a primeira versão pu‐ com a ideia básica: ser um
blicada, para que eu as auto‐ projeto maker muito atraen‐
grafe. te que, sem dúvida chama a
Até recentemente, com atenção de quem está come‐
atualizações ainda montava çando.
este transmissor com meus Que tal fez sua primeira
alunos no ensino médio do montagem, um transmissor
Colégio Mater Amabilis, e em que você fala e sua voz
existe a possibilidade de sai num rádio ou mesmo no
que, em breve seja relança‐ fone de um celular como rá‐
do seu kit, o que estamos es‐ dio de FM, e até usá-lo para
tudando. ouvir conversas clandesti‐

Figura 1 – Edição original de


1977 em que o microfone era
um fone de cristal adaptado e
a bobina impressa na placa. Figura 2 – Versões posteriores em kit e com adaptações

44 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
PROJETOS

nas. No final do artigo você


terá links para as versões
originais do artigo.
Segue então, uma versão
resumida de um artigo que
publicamos numa das mui‐
tas revistas com que colabo‐
ramos, para os
“saudosistas” ou para os que
desejam fazer a montagem
com seus filhos, sobrinhos, Protótipo do Transnew-2 depois de pronto.
alunos, etc. Essa versão che‐
gou a ser vendida em kit o tempo resultando em ver‐ Este pequeno transmissor
com o nome “Transnew” sões mais novas como O para espionagem e outras
Scorpion, que já usava mi‐ aplicações emite sinais que
TRANSNEW - Transmissor crofone de eletreto, além de podem ser captados a uma
básico de FM para Escuta outras versões mais elabora‐ distância de até 30 metros.
e Comunicação das como o Spyfone I e II que Fale diante do microfone e
A montagem deste peque‐ todos com links para o artigo ouça sua voz num rádio co‐
no transmissor de FM tem di‐ original no site no final deste mum de FM. Ele também po‐
versas finalidades, sendo por artigo. As aplicações princi‐ de ser ligado a uma linha
isso um dos projetos de mai‐ pais têm sido em Cursos di‐ telefônica para permitir a au‐
or sucesso. Na verdade, o versos (Fundamental, Médio, dição de conversas num rá‐
Transnew-2 é uma evolução Técnico e mesmo superior) dio de FM.
de um projeto que vem des‐ como atividade prática de la‐
de dezembro 1977 (Revista boratório ou mesmo no pro‐ O Que é o Transnew -
Saber Eletrônica nº 54) grama de matérias eletivas Microtransmissor FM
quando publicamos o Micro (STEM). No Colégio Mater O Transnew é um micro‐
Transmissor de FM que utili‐ Amabilis de Guarulhos mon‐ transmissor de FM que usa
zava um fone de cristal pie‐ tamos este circuito na nona apenas um transistor.
zoelétrico como microfone. série do fundamental e no Alimentado por 2 ou 4 pi‐
O sucesso foi total naquela primeiro ano do ensino mé‐ lhas comuns ele pode enviar
época com milhares de leito‐ dio. Para os interessados, seus sinais a um receptor de
res montando o circuito. O também informamos que a FM (rádio comum, radio de
projeto foi aperfeiçoado com Eletrônica Rei do Som. carro ou aparelho de som
com FM) até uma distância
de 30 metros.
Dependendo do ajuste, o
Transnew também pode ser
captado nos canais baixos
de TV (entre 2 e 5) produzin‐
do um efeito de interferência
que pode ser usado para de‐
monstrar seu princípio de
funcionamento.
Na figura 1 mostramos o
princípio de operação do
Figura 1 – Os sinais do Transnew-2 podem ser enviados a uma Transnew, enviando seus si‐
distância de até 30 m. nais para um rádio ou um

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 45
PROJETOS

equipamento de som que te‐


nha FM.
O Transnew conta com um
sensível microfone de eletre‐
to. Este microfone serve pa‐
ra captar a voz de quem usa
o transmissor assim como
conversas, se ele for deixado
escondido, funcionando co‐
mo um bom espião eletrôni‐
co.
O alcance depende de di‐ Figura 2 – Diagrama completo do Transnew
versos fatores como por
exemplo, a existência de in‐
terferência no local, muitos nF, em paralelo com a fonte, Antes de iniciar a monta‐
obstáculos para o sinal, ou faz seu desacoplamento. O gem, confira todos os com‐
ainda congestionamento da microfone de eletreto tem ponentes, com atenção
faixa de FM (muitas esta‐ um transistor amplificador especial aos valores dos re‐
ções). As duas ou quatro pi‐ no seu interior, o qual é pola‐ sistores e capacitores. Faça a
lhas que alimentam o rizado pelo resistor R1. Os si‐ soldagem rapidamente para
aparelho tem excelente du‐ nais captados pelo que o excesso de calor não
rabilidade. Outra aplicação microfone passam para o cir‐ danifique os componentes. A
interessante é como micro‐ cuito de alta frequência atra‐ sequência de fotos mostra
fone sem fio, para eventos, vés do capacitor eletrolítico passo-a-passo a montagem:
bastando ligar a saída do re‐ C1. Aplicados à base do tran‐ (a) - Encaixe os resistores e
ceptor a um sistema de som sistor, estes sinais fazem a solde, cortando seus termi‐
potente. Finalmente, o mi‐ modulação, ou seja, fazem o nais (R1 a R4)
crofone pode ser retirado e sinal transmitido variar em (b) - Encaixe os capacitores
sua entrada ligada a uma li‐ frequência de acordo com o e solde os terminais, cortan‐
nha telefônica para escuta som, o que depois é reco‐ do os excessos (C1 a C4) -
ou “grampo” como é deno‐ nhecido pelo receptor e re‐ cuidado com os valores -
minada a operação em espi‐ produzido no alto-falante. confira pela lista de materi‐
onagem. ais as marcações possíveis.
Montagem (c) Encaixe o trimmer, com
Como Funciona Na figura 2 damos o dia‐ cuidado e solde seus termi‐
O transmissor consiste ba‐ grama completo do trans‐ nais
sicamente num oscilador de missor. (d) Raspe os terminais da
alta frequência, onde a fre‐ Na figura 3 temos a dispo‐ bobina com uma lâmina, en‐
quência é determinada pelo sição dos componentes na caixe-a e solde.
circuito ressonante L1/CV. placa de circuito impresso. (e) Solde o transistor ob‐
este circuito pode ser ajusta‐ Os componentes devem servando a posição do lado
do em CV, para operar em ter seus terminais inseridos chato.
frequências entre 60 e 108 nos furos da placa de modo (f) Encaixe os fios do micro‐
MHz aproximadamente, co‐ que saiam pelo lado cobrea‐ fone de eletreto observando
brindo a faixa de FM e uma do, onde são soldados. De‐ sua posição e solde-os
parte da faixa de TV. A reali‐ pois de soldados, os (g) Solde a antena
mentação que mantém a os‐ excessos desses terminais (h) Solde os terminais do
cilação vem do capacitor de são cortados, conforme mos‐ suporte de pilhas. Confira to‐
4,7 pF e o capacitor de 100 tra a figura 4. da a montagem, com aten‐

46 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
PROJETOS

do que ele está oscilando. Co‐


Figura 3 – Placa
locando a mão na bobina você
de circuito im‐
deve perceber isso.
presso e disposi‐
•Com uma chavinha de fendas
ção dos
(preferivelmente de plástico)
componentes pa‐
ajuste CV até captar o sinal. O
ra a montagem
forte apito que ocorre indica
do Transnew-2.
que o microfone está funcio‐
nando. O apito chama-se "rea‐
limentação acústica" e
desaparece se você se afastar
o receptor.
•Faça a sintonia do receptor até
captar o sinal mais forte, ao
mesmo tempo que fala diante
do microfone.
•Retoque esta sintonia até en‐
contrar uma frequência livre.
•Verifique o alcance, afastando-
se do receptor. Se o sinal "su‐
mir" logo, é sinal que você sin‐
tonizou um sinal espúrio, ou
seja, uma frequência com sinal
mais fraco que não correspon‐
de àquela em que ele realmen‐
te está concentrando o
máximo sinal. Refaça a sinto‐
nia.

Usando o transmissor
Para usar como um micro‐
fone volante ou em comuni‐
cações, sempre segure a
placa pelas laterais e com a
antena na vertical, evitando
movimentos bruscos. Uma
ideia é instalar o transmissor
Figura 4 – Encaixando os componentes, soldando e depois cor‐ numa caixinha plástica de
tando os excessos dos terminais. modo a facilitar seu manu‐
seio, conforme mostra a
ção aos valores dos compo‐ livre (entre estações) na extre‐ figura 5.
nentes antes de fazer os tes‐ midade inferior da faixa (perto Retire as pilhas do suporte
tes e ajustes. de 88 MHz). quando não estiver usando o
•Coloque as pilhas no suporte transmissor. Para trabalhos
Prova de Funcionamen‐ do transmissor, observando a de espionagem, sempre dei‐
to e Ajustes sua polaridade. xe a antena em posição ver‐
•Ligue nas proximidades do •Neste momento, dependendo tical, longe de objetos de
transmissor um rádio de FM da sua montagem você pode metal que possam causar in‐
sintonizado numa frequência ouvir algo no receptor, indican‐ terferências. Evite locais su‐

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 47
PROJETOS

Figura 6 – Outro tipo de


suporte de pilhas que pode ser
utilizado na montagem

Figura 5 – Instalação numa caixinha plástica utilizando suporte


de pilhas mais curto e mais alto como o mostrado na figura 6.

jeitos a movimentos, pois o b) Curtos entre termi‐ ser obrigatoriamente de dis‐


balanço excessivo da antena nais dos componentes co de cerâmica. Se forem
causa instabilidade de funci‐ A solda pode espalhar e utilizados outros tipos, o
onamento, como a mudança unir dois terminais de um transmissor não funcionará.
aleatória da frequência de mesmo componente ou de
transmissão, dificultando a componentes próximos, co‐ e) Transistor invetido.
sintonia. O comprimento mo mostra a figura 7. Desfa‐ A posição do transistor de‐
máximo da antena é 40 cm. ça esta união usando o ve ser observada. O lado
Mais do que isso pode causar soldador. chato é a referência. Se ele
instabilidades. for invertido o aparelho não
c) Troca de valores dos funciona.
Problemas que podem resistores
ocorrer Os resistores devem es‐ f) Inversão do suporte
Os principais problemas tar nas posições certas. Con‐ de pilhas
que podem ocorrer com a fira a sua colocação pelas As cores dos fios identifi‐
montagem deste transmis‐ cores dos anéis. Por posições cam os pólos positivo e ne‐
sor são: entendemos os valores da‐ gativo. Veja se não foram
dos pelas cores. invertidos.
a) Soldas frias
A solda fria ocorre quando d) Troca de valores dos g) Inversão do microfo‐
o ferro não está suficiente‐ capacitores ne de eletreto
mente quente, a superfície Os capacitores também O microfone de eletreto
da placa ou do componente são comumente trocados, tem dois terminais. Um deles
soldado está suja (engordu‐ principalmente o de 4.7 pF e é ligado à carcaça por uma
rada ou oxidada) e a solda o de 47 nF. Verifique se cada pequena extensão. Esse é o
"não pega". Forma-se a pelo‐ um está no local certo. Estes terminal negativo. Se houver
ta de solda, mas ela não pro‐ capacitores também devem inversão o transmissor emite
porciona o contacto elétrico o sinal (capta-se um sinal)
entre os componentes. Com mas a voz não é reproduzida.
isso a corrente não passa e o
aparelho não funciona. Use o Aplicação Didática
soldador para reaquecer to‐ A montagem deste trans‐
dos os pontos de solda. Se missor possibilita o ensino
isso não resolver, desfaça a de diversas tecnologias rela‐
solda suspeita, raspe o local Figura 7 – Ponte causada pelo cionadas tanto à eletrônica
e refaça a solda. espalhamento de solda – deve como telecomunicações
ser removida num nível bastante simples.

48 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
Podemos explicar como
funciona uma estação de rá‐
dio, como funciona o celular,
falar de modulação, analisar
o comportamento e produ‐
ção de ondas de rádio dando
os seus conceitos, falar de
transistores, oscilações, an‐
tenas e muito mais.

Lista de Material
Semicondutores:
Q1 - BF494 ou BF495 -
transistor NPN de RF
Resistores:(1/8 W, 5%)
R1 - 5,6 k ohms - verde,
azul, vermelho
R2 - 10 k ohms - marrom,
preto, laranja
R3 - 8,2 k ohms - cinza,
vermelho, vermelho
R4 - 47 ohms - amarelo,
violeta, preto
Capacitores:
C1 - 10 uF/12 V -
C2 - 4,7 nF (4700 pF ou
472) - cerâmico
C3 - 4,7 pF (4.7 ou 4J7)
C4 - 100 nF (104 ou 0.1
uF) - cerâmico
Diversos:
CV - trimmer
L1 - Bobina de antena
MIC -Microfone de eletreto
A - Pedaço de fio de 10 a
15 cm - antena
Placa de circuito impresso,
suporte de pilhas, etc.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 49
SERVICE & REPARAÇÃO

Recuperação
de Componentes
Newton C. Braga

Um dos problemas dos téc‐ pode e o que não pode ser nestes lugares. Se, por um
nicos de regiões afastadas aproveitado de aparelhos lado o técnico se sente feliz
ou que não tenham recursos antigos. por ter trabalho, uma dificul‐
é obter componentes para Uma pesquisa recente re‐ dade séria atrapalha seu dia
aparelhos eletrônicos muito velou que uma boa parte dos a dia: a obtenção de compo‐
antigos ou de modelos já fo‐ televisores em uso em nosso nentes.
ra de uso. A solução para es‐ país, principalmente nas re‐ A maioria dos televisores e
tes técnicos está no giões mais pobres do Nor‐ outros equipamentos em uso
aproveitamento de compo‐ deste, e interior ainda é do em tais lugares, utiliza circui‐
nentes de aparelhos fora de tipo monocromático e usa tos integrados, transistores e
uso, mas para ter sucesso transistores discreto e até até válvulas que não podem
neste tipo de procedimento mesmo válvulas. ser obtidas com facilidade.
é preciso ter algum cuidado. Se bem que os televisores Como esses técnicos preci‐
Viajando pelo Brasil, temos já estejam praticamente sam reparar tais aparelhos,
presenciado a prática desse substituído pelos tipos digi‐ pois é sua fonte de renda, e
procedimento em muitas lo‐ tais, existem ainda muitos os clientes não admitem per‐
calidades afastadas, onde aparelhos eletrônicos, como der o equipamento que deve
nas portas das oficinas ve‐ rádios, amplificadores, toca- ser usado até o máximo pois
mos pilhas de aparelhos an‐ fitas e até mesmo videocas‐ não têm poder aquisitivo pa‐
tigos sem possibilidade de setes, totalmente baseados ra comprar modelos mais
recuperação, que são deixa‐ em tecnologias antigas. novos, as dificuldades são
dos lá para a possibilidade O que ocorre é que muitos grandes.
de se aproveitar componen‐ aparelhos que já não mais A solução que muitos en‐
tes, num processo conhecido são aceitos nos grandes cen‐ contram está na recupera‐
como canibalização. tros pois seus possuidores ção de componentes que já
No entanto, ao se aprovei‐ compram modelos novos é não têm mais solução como,
tar componentes de equipa‐ enviada para estes lugares por exemplo, televisores cu‐
mentos antigos, precisamos onde funcionam ainda por jos cinescópios estão defini‐
tomar cuidado. Pois nem tu‐ um bom tempo. tivamente esgotados, ou que
do que parece estar em bom O resultado é que a maioria tenham componentes quei‐
estado, pode ter condições dos técnicos que ainda en‐ mados, impossíveis de se‐
de funcionamento quando contra um bom mercado de rem encontrados. Em muitas
utilizado num reparo. trabalho na reparação de oficinas do interior e lugares
Neste artigo damos algu‐ equipamentos de 10 ou mais mais pobres vemos dezenas
mas indicações sobre o que anos de uso está justamente desses aparelhos, principal‐

50 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
SERVICE & REPARAÇÃO

mente televisores esperando ferir seu valor com o multí‐ de papel, com aparências
para serem desmontados e metro. O único cuidado que mostradas na figura 2.
terem algumas de suas par‐ o técnico deve ter é para não Estes capacitores absor‐
tes aproveitadas. pegar um resistor de menor vem umidade e com isso
No entanto, o técnico repa‐ dissipação que o exigido ou passa a apresentar fugas
rador de tais lugares deve ainda que tenha sinais de com o tempo. Não devemos
ter em mente que é preciso aquecimento que signifique aproveitar este tipo de capa‐
ter cuidados especiais no alteração de valor. citor em qualquer equipa‐
aproveitamento dos compo‐ Com relação a dissipação mento. Na verdade, se um
nentes, pois nem sempre devemos observar que a ca‐ aparelho muito antigo for le‐
eles podem estar bons. pacidade de transferir calor vado a uma oficina para re‐
Alguns podem ter suas ca‐ para o meio ambiente vem cuperação e usar este tipo
racterísticas modificadas pe‐ melhorando ano a ano. As‐ de capacitor em algum pon‐
lo tempo e isso deve ser sim, um resistor de 1/2 watt to do circuito ele deve ser
conhecido pelos reparado‐ de dissipação feito a 20 anos substituído por um de poliés‐
res. Nestes artigos damos al‐ atrás é muito maior que um ter de mesmo valor.
gumas dicas sobre como de mesma dissipação atual. Outro tipo de capacitor
saber o que pode e o que Isso significa que um resistor crítico no aproveitamento é
não pode ser aproveitado de antigo que pode aparentar o eletrolítico. Os eletrolíticos
aparelhos velhos. ser de 1/2 W pode, realidade perdem a capacitância quan‐
ter uma dissipação menor. do ficam muito tempo fora
APROVEITANDO COMPONENTES de uso e até podem apresen‐
b) Capacitores tar fugas inadmissíveis. Tes‐
a) Resistores Os capacitores exigem um te qualquer eletrolítico que
Se bem que a obtenção de cuidado especial no aprovei‐ deseja aproveitar. Se tiver
resistores não seja um pro‐ tamento. figas excessivas jogue-o fora
blema na maioria dos casos Os tipos de poliéster, cerâ‐ (existem aparelhos que per‐
pode ocorrer que num deter‐ micos e outros plásticos em mitem recuperar eletrolíti‐
minado momento o técnico geral têm grande durabilida‐ cos, já publicados nesta
não tenha um determinado de e não têm suas caracte‐ revista).
valor disponível desejando rísticas sensivelmente Lembre-se que eletrolíticos
fazer o aproveitamento de afetadas pelo tempo. muito antigos que tenham
um resistor num aparelho fo‐ No entanto, em aparelhos problemas podem explodir
ra de uso. muito antigos podemos en‐ quando ligados em circuitos
Os resistores, em princípio, contrar capacitores a óleo e de alta tensão. Tenha extre‐
não sofrem muita alteração
com o tempo e sempre exis‐
te a possibilidade de se con‐

Figura 1 – Resistores
Figura 2 – Capacitores antigos
modernos são menores e
de papel e óleo como dielétrico
dissipam mais potência.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 51
SERVICE & REPARAÇÃO

mo cuidado com estes com‐ Figura 3 – Bobina


ponentes. interrompida no
terminal por corrosão.
c) Bobinas e transfor‐
madores
Os piores inimigos das bo‐
binas e transformadores são
a corrosão e a umidade. A
corrosão pode atacar os pon‐
tos de soldagem dos fios de
cobre nos terminais acaban‐
do por soltá-los, caso em que
o componente não pode ser
usado, conforme mostra a colocando o transformador d) Trimpots e potenciô‐
figura 3. numa estufa ou ainda numa metros
O que ocorre nos casos de caixa de sapatos com sílica Para o aproveitamento de
aparelhos mais antigos é gel durante alguns dias, con‐ potenciômetros e trimpots
que a pasta de soldagem forme mostra a figura 5. devemos tomar cuidado com
usada pelos fabricantes aca‐ Se o teste mostrar um au‐ seu eventual desgaste. De‐
ba por atacar o próprio metal mento considerável da resis‐ pois de muito tempo de uso
do terminal e do fio. Uma ve‐ tência de isolamento, o o elemento resistivo (carbo‐
rificação do estado pode ser próprio aquecimento posteri‐ no) destes componentes
importante ao se tentar re‐ or durante o funcionamento gasta afetando o contacto
cuperar o componente e se pode acabar por eliminar o do cursor.
for possível refazer a solda‐ que resta de umidade. Se o potenciômetro for
gem o componente pode ser Mas, cuidado: se o transfor‐ usado como controle de vo‐
usado. mador ou outro componente lume ele pode "arranhar"
No entanto, nos transfor‐ apresentar sinais evidentes produzindo ruídos desagra‐
madores o problema pode de aquecimento como por dáveis e impedindo ajustes
ser em camadas internas do exemplo cheiro forte, fio es‐ precisos. Um teste de con‐
enrolamento e neste caso o maltado escurecido (quei‐ tacto desses componentes
reparo é impossível. A umi‐ mado) ou ainda o papel ou deve ser feito antes do apro‐
dade afeta o isolamento en‐ forma de isolamento com veitamento.
tre enrolamentos de um enegrecimento então o com‐ Meça a resistência do com‐
transformador o que pode ponente está inutilizado, não ponente entre os extremos
ser perigoso se ele operar li‐ podendo ser feito seu rea‐ para verificar se ele não está
gado à rede de energia. proveitamento. inutilizado.
Podemos verificar o isola‐
mento de forma simples com Figura 4 – Verificando o
o multímetro, conforme mos‐ isolamento de um transformador.
tra a figura 4.
A resistência entre enrola‐
mentos deve ser superior a
200 k ohms para a maioria
dos casos. Se for inferior ou
o componente tem proble‐
mas ou mesmo curtos. Para
sinais evidentes de umidade
podemos tentar eliminá-la

52 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
SERVICE & REPARAÇÃO

características de diodos an‐


tigos para saber quando po‐
de usar corretamente um
tipo num aproveitamento.

f) Transistores
O aproveitamento de tran‐
sistores de equipamentos
pode ser feito sem proble‐
mas, pois os transistores não
sofrem alterações com o
tempo, se ficarem sem uso.
Figura 5 – Deixe o O único cuidado que o técni‐
transformador na caixa co deve ter é o de testar o
por alguns dias. componente pois a causa do
aparelho em que ele está ser
abandonado pode ser justa‐
e) Diodos de de corrente. Assim, um mente (entre outras coisas)
Os diodos, em princípio, diodo que seja usado na fon‐ sua queima.
não estragam com o tempo. te de um televisor ligado a Na figura 6 temos o modo
Assim, a não ser que tenham uma rede de 110 V serve de se testar um transistor
algum problema devido a so‐ perfeitamente para substi‐ usando o multímetro.
brecarga ou ainda estejam tuir outro diodo usado num Se o transistor estiver bom
realmente queimados, eles televisor de 110V na mesma e for do mesmo tipo usado
podem ser aproveitados in‐ função. no aparelho que devemos re‐
dependentemente da época É claro que o técnico previ‐ parar não há problema al‐
em que foram feitos. dente deve ter tabelas de gum. O problema maior
Um teste de continuidade
pode servir para verificar
seu estado.
Para diodos de germânio e
silício de uso geral, na maio‐
ria dos casos os tipos usados
nos circuitos equivalentes
são intercambiáveis. Assim,
um diodo que seja encontra‐
do num detector de um rádio
AM antigo certamente pode
ser usado em qualquer outro
detector de qualquer rádio
AM, basta experimentar.
Evidentemente o técnico
deve estar apto a identificar
as funções do diodo num cir‐
cuito.
Para diodos retificadores
também vale o mesmo pro‐
cedimento devendo apenas
ser observada sua capacida‐

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 53
SERVICE & REPARAÇÃO

ocorre quando o tipo que de‐ bilidade de encontrar tran‐ sos são os fusíveis, LEDs, al‐
sejamos aproveitar é dife‐ sistores de características to-falantes, trimmers, variá‐
rente do original. próximas e até mais moder‐ veis, interruptores,etc.
Uma primeira saída é con‐ nos. Se o leitor deseja ter um
tar com um manual "de equi‐ bom estoque de peças [para
valências" de transistores. g) Circuitos integrados este tipo de trabalho e poder
Manuais de transistores anti‐ Este é um tipo de compo‐ usá-las a qualquer momento
gos podem ser adquiridos nente bastante crítico quan‐ com segurança as seguintes
nas casas especializadas e to ao aproveitamento. Se o recomendações adicionais:
são de grande utilidade para tipo que desejamos aprovei‐ •Guarde as placas em lugar se‐
os técnicos de localidades tar não for exatamente o co e que não receba a luz do
que ainda trabalharem com mesmo que o original pode‐ sol diretamente.
aparelhos nas condições que mos dizer que as chances de •Não retire os componentes das
indicamos (Atualmente te‐ termos êxito são nulas. placas a não ser no momento
mos a internet e o próprio A única possibilidade de do uso. Saber onde estavam
mecanismo de busca de da‐ êxito para um caso como es‐ pode ser importante para de‐
tasheets deste site.). te é dispor de um manual de terminação de suas caracte‐
Outra saída, para o caso de equivalência de alguns tipos rísticas.
não termos informações so‐ comuns usados em apare‐ •Não jogue de qualquer manei‐
bre o componente é tentar lhos comerciais. ra as placas. Você pode danifi‐
usar que exerça a mesma O caso mais comum que car componentes que ainda
função num aparelho aban‐ temos para as equivalências podem ser aproveitados.
donado fora de uso. é em relação as siglas. As‐ •Retire com cuidado os compo‐
Por exemplo, se queimou sim, alguns fabricantes dão nentes que deseja aproveitar
um transistor NPN numa eta‐ denominações diferentes pa‐ para não danificar componente
pa de FI de vídeo de um tele‐ ra um mesmo circuito inte‐ próximos que eventualmente
visor podemos tentar usar grado usado em seus podem ser úteis.
um transistor retirado de aparelhos e o técnico deve •Mantenha-se em contacto com
uma placa de FI de vídeo de estar bem informado para outros técnicos de sua região
um televisor velho, desde saber quando pode fazer sua para fazer "trocas" de compo‐
que também ele seja NPN. substituição. Como não po‐ nentes pois eles têm os mes‐
Podemos até ir além e veri‐ demos dizer que existem mos problemas que você para
ficar se os componentes po‐ equivalências de circuitos in‐ obtê-los e vocês podem se aju‐
larizadores da placa em que tegrados, o que ocorre neste dar.
está o transistor, que pode caso é que eles são iguais,
ser aproveitado tem valores mas são chamados por no‐
próximos dos usados no apa‐ mes diferentes.
relho em que ele deve ser
usado. Mesmo que ele não h) Outros componentes
seja exatamente igual a pro‐ É claro que existem muitos
babilidade de que ele funcio‐ outros componentes de apa‐
ne é grande e isso é relhos antigos ou fora de uso
importante para o técnico. que podem ser aproveita‐
Para os transistores de po‐ dos, mas o técnico deve ter
tência é preciso ter mais cui‐ sempre em mente a possibi‐
dado: a análise do circuito lidade de examiná-los com
pode servir de base para ter‐ cuidado e testá-los. Clique ou fotografe o
mos as características. Em Assim, componentes que QR-Code acima para saber
função disso temos a possi‐ podemos incluir nestes ca‐ mais sobre o assunto.

54 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
E‐BOOK GRATUITO
O Superversátil
555
Através da Mouser
Electronics (mouser.com)
disponibilizamos todos os
meses um livro grátis
patrocinado que, para receber
no formato virtual, basta que
você se cadastre em nosso
site clicando ou fotografando
o QRCode abaixo.
Trata-se de um livro
publicado em 1982, mas que
aborda um assunto que ainda
é atual para o caso do funcionamento de circuitos eletrônicos
em geral, componentes e montagens, makers e
experimentadores. Trata-se de um livro sobre o circuito
integrado 555 escrito por alguém que consideramos uma das
maiores autoridades no trabalho com este componente, autor
de dezenas de artigos em muitas publicações técnicas e, em
especial um grande amigo nosso. Trata-se de Aquilino
Rodrigues Leal, ou se preferirem Aquilino R. Leal. Mesmo
havendo tecnologias mais modernas para a montagem de
projetos equivalentes com o 555, podemos dizer que ele é
ainda a base de quase tudo, principalmente de projetos
simples para quem deseja aprender eletrônica, shields e
outras aplicações. Fizemos algumas pequenas melhorias,
alterações e atualizações ao republicar esse trabalho, com a
devida autorização do autor, esperando que seja do agrado
de nossos leitores. A maioria dos conceitos apresentados em
muitos dos projetos ainda é ainda atual e eles encontram
aplicações práticas. Tudo depende dos recursos, necessidade
e imaginação de cada um.
A maioria dos componentes
adicionais citados, e é claro o 555 em MAIS DETALHES
suas versões tradicionais e algumas
modernas de baixo consumo, pode
ser adquirida na Mouser Electronics.
Enfim, mais um presente que damos
aos nossos leitores que desejam
enriquecer sua biblioteca técnica e
aprender muito, e sem gastos.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 55
ARTIGO  HISTÓRICO

No Tempo
dos Vibradores
Newton C. Braga

Se você é colecionador de
carros antigos ou recupera
veículos muito antigos, pode
ter se deparado com um rá‐
dio da época, ainda usando
válvulas e que possui um
componente estranho em
nossos dias: o vibrador. Veja
o que fazia este componente
e como recuperá-lo. Nos veí‐
culos anteriores à era do
transistor, os rádios ainda
eram valvulados, o que sig‐
nificava que precisavam de Figura 1- Vibrador
tensões de centenas de volts tipo interruptor.
para funcionar, diferentes
dos 6 ou 12 V fornecidos pe‐
las baterias dos carros da edição do Radiotron Handbo‐ temas elétricos próximos.
época. ok edição de 1953, usado em A recuperação de um vi‐
Como obter essa alta ten‐ carros da época. brador pode ser feita abrin‐
são era um problema resolvi‐ Neste circuito a ação da do-se o seu invólucro
do com um componente bobina interna faz com que metálico e limpando-se os
bastante interessante, total‐ os contatos vibrem induzin‐ seus contatos. Na figura 2
mente eletromecânico, já do num transformador exter‐ temos alguns vibradores que
que naquela época não era no alta tensão. Não é preciso ainda podem ser obtidos em
possível contar com os com‐ dizer que se trata de disposi‐ casas especializadas em pe‐
ponentes de estado sólido. tivo ruidoso capaz de gerar ças para carros antigos con‐
Esse componente era o vi‐ muitas interferências em sis‐ forme anúncios na internet.
brador. Um sistema eletro‐
mecânico que fazia vibra
rapidamente um conjunto
contatos que, abrindo e fe‐
chando o circuito de um
transformador geravam alta
tensão.
Na figura 1 temos um cir‐
cuito de um vibrador tipo in‐ Figura 2 – Vibradores comerciais que podem ser comprados ain‐
terruptor obtido numa da hoje em lojas de peças para colecionadores

56 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ARTIGO HISTÓRICO

Figura 3 –
Fonte com‐
pleta com
vibrador de
uma edição
de 1953 do
Radiotron
Handbook.

Clique ou fotografe o
QR-Code acima para saber
mais sobre o assunto.

É claro que os leitores com no Youtube:


habilidades que desejarem Meu Rádio da
substituir o vibrador por um Segunda Guerra Mundial
circuito eletrônico inversor
moderno, existe esta possi‐
bilidade conforme mostra a
figura 4.
Neste circuito os transisto‐
Figura 4 – Inversor eletrônico res devem ser dotados de
que substitui os vibradores dissipadores de calor. Para
alimentação de 12 V use os
No circuito completo de 2N3055. O transformador
fonte de alimentação com vi‐ tem enrolamento de 6 + 6 V
brador, temos os componen‐ ou 12 + 12 V com 800 mA a Fotografe o QR-Code acima
tes usados na supressão dos 1 A de corrente e enrolamen‐ assista ao vídeo.
ruídos, no caso capacitores to primário de alta tensão de
de mica e indutores. Atual‐ 110 V ou 220 V. Os resistores
mente, na recuperação po‐ de 100 ohms eventualmente no Youtube:
dem ser usados capacitores devem ser alterados para se O Radiotron - A Bíblia
cerâmicos ou de poliéster. obter bom rendimento. da Eletrônica dos anos
50

Figura 5 – Rádios de carro existem desde 1922. Na foto dois cu‐


riosos modelos antigos obtidos na Internet usando válvulas e vi‐ Fotografe o QR-Code acima
bradores... assista ao vídeo.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 57
PROJETOS

Eletrônica
Paranormal
e Arduino
Newton C. Braga

Uma das seções de maior tada em português que tam‐ etc. Veja na página em inglês
sucesso de nosso site, assim bém foi um sucesso de ven‐ o índice deste livro.
como um de nossos livros, das aqui. Esta edição está Mas, o livro é algo antigo.
trata das pesquisas de fenô‐ sendo revista para publica‐ Se bem que seus projetos
menos paranormais usando ção em breve. Diversos pro‐ possam ser desenvolvidos
a eletrônica. Sem dúvida, jetos estão sendo com material ainda comum,
trata-se de um tema muito atualizados podemos pensar em ir além
interessante a ponto de ter‐ O livro trata basicamente usando uma tecnologia mais
mos recebido um prêmio in‐ de projetos práticos que po‐ moderno.
ternacional justamente dem ser montados com ma‐ Será que podemos adaptar
tratando disso. O livro está terial de baixo custo, os projetos para que façam
sendo revisto assim como destinados à pesquisa de fe‐ uso de técnicas modernas,
sendo planejada uma edição nômenos paranormais como como microcontroladores,
mais avançada, para os que gravações de vozes (Instru‐ circuitos digitais de recep‐
dominam os microcontrola‐ mental Telecommunicati‐ ção, modulação digital etc.?
dores, justamente com pro‐ ons), aura (Efeito Kirlian), Alguns leitores nos cobra‐
jetos que usam, ressonância estocástica e ram esta possibilidade e re‐
principalmente o Arduino. sua utilização, biofeedback, almente, verificamos que
Neste artigo tratamos deste telecinese, rabdomancia, muitos dos projetos daquela
assunto. hipnose, sensores diversos, época podem ser recriados
De fato, nosso livro Electro‐ com tecnologia moderna e
nic Projects from the Next Di‐ outros mais podem ser cria‐
mension (em português: dos a partir de novas ideias,
Projetos Eletrônicos da Outra inclusive usando conceitos
Dimensão). Publicado pela de física quântica.
Newnes em 2001 foi um dos O fato é que devemos levar
maiores best sellers do autor em conta que a eletrônica
no exterior, tendo sido tra‐ que chamamos de “paranor‐
duzido para o árabe e russo. mal” a cada dia está deixan‐
Além disso, posteriormente Capas da edição em inglês e do menos espaço para a
foi feita uma edição compac‐ em russo pesquisa. Muitos dos fenô‐

58 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
PROJETOS

Figura 1 – Aplicações possíveis

menos que antes eram con‐ Colocamos então o Arduino para um alarme sonoro. Po‐
siderados “paranormais” es‐ numa das configurações demos melhorar este projeto
tão sendo explicados tanto possíveis mostradas na com a ajuda de um micro‐
pela física comum como pela figura 1. controlador. A ideia seria fa‐
física quântica e abrindo Podemos dar alguns exem‐ zer a contagem de pulsos
possibilidades fantásticas plos interessantes baseados magnéticos detectados,
para os pesquisadores que no conteúdo de nosso pró‐ apresentando seu número
desejam se aventurar nesse prio site. num display.
mundo. Um tipo de projeto que Nesse circuito, podemos
Lembramos que, como descrevemos em nossos ar‐ fazer isso de diversas manei‐
sempre, nossa finalidade ao tigos é um detector de OVNIs ras.
escrever artigos e livros so‐ (Objetos Voadores Não Iden‐ Num primeiro caso, pode‐
bre esse tema, assim como tificados ou popularmente mos ligar a saída (pino 6) di‐
produzir vídeos e podcasts, é “discos voadores”). Na ver‐ retamente à uma entrada
dar as ferramentas para os dade, é um tema em alta sensores analógica do Ardui‐
pesquisadores. Deixamos que pode ser explorado com no para detectar o nível do
para eles a descoberta dos uma pesquisa interessante. pulso e sua duração, fazendo
fenômenos e as suas aplica‐ No artigo PN012, por assim uma detecção seleti‐
ções. Nossa formação é tec‐ exemplo, descrevemos um va.
no-científica de modo as circuito que se baseia no fa‐ A outra forma, para a con‐
explicações que saiam deste to de que os relatos dizem tagem de pulsos de intensi‐
contexto não são avalizadas que a presença de um OVNI dade ajustada em P1,
por nós. causa distúrbios magnéticos consiste em usar uma entra‐
que podem ser detectados. da digital ligada na saída do
Projetos com Arduino O circuito, cujo diagrama é 555, onde os pulsos são li‐
O Arduino é um microcon‐ mostrado na figura 2, con‐ vres de repiques, conforme
trolador. Desta forma, sua siste num detector que dis‐ mostra a figura 3.
contribuição para o desen‐
volvimento de projetos para‐ Figura 3 – Contando pulsos
normais está justamente na magnéticos com o Arduino –
possibilidade de detectar si‐ Na saída ligamos um display
nais, utilizando-os para acio‐ Uma outra adaptação de
nar dispositivos de aviso ou projeto nosso para usar um
registro assim como de con‐ microcontrolador, sendo
trolar dispositivos, gerando aperfeiçoada, portanto, é o
sinais ou outros equipamen‐ detector Psicotrônico do arti‐
tos de forma programada ou go PN020.
controlada. Nestede
Figura 2 – Detector sensível circuito,
OVNIs parte-se da

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 59
PROJETOS

Figura 3

ideia de que certos fenôme‐


nos ligados a psicocinese,
clarividência, premonição e
outros estão associados à
pequenas alterações da
temperatura da pele.
O circuito detecta estas va‐
riações mostrando-as num
instrumento indicador de bo‐ Figura 4 – O
bina móvel, conforme mos‐ Detector
tra a figura 4.

Os sensores são diodos co‐ Uma outra possibilidade in‐ tes de ruído branco, normal‐
muns cuja condutividade in‐ teressante consiste no con‐ mente reproduzidas num al‐
versa se altera com a trole de projetos que usam to-falante de modo contínuo
temperatura. Podemos me‐ ruído branco para transco‐ ou ainda de outra forma.
lhorar este circuito tornando- municação. Veja nosso artigo Com o controle de um Ar‐
o microcontrolado de uma Vozes do Além – PN003 para duino podemos modificar o
forma simples. mais informações. modo como o ruído é produ‐
Usamos as etapas Darling‐ Nessa modalidade de pes‐ zido usando, por exemplo,
ton sensíveis para sensoria‐ quisa é comum o uso de fon‐ diversos geradores de modo
mento das temperaturas dos
dedos, por exemplo, como
indicado no artigo original.
E, através de um programa
apropriado podemos excitar
um display e até registrar na
memória um certo número
de eventos programado. A li‐
gação das entradas é mos‐
trada na figura 5.
Na prática podemos ligar
diversos sensores, pois o Ar‐
duino possui diversas entra‐
das analógicas. Figura 5 – Ligação de um sensor

60 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
PROJETOS

Figura 6 – Gerador de ruído


branco e rosa.

alternado, alternando ruído mos cerebrais captados com


branco com ruído rosa, e as‐ a ajuda de sensores e que
sim por diante. poderiam ser detectados ou
Na figura 6 temos o diagra‐ registrados a partir de um
ma de um gerador de ruído microcontrolador devida‐
branco e de ruído rosa quan‐ mente programado para di‐
do a chave S1 é acionada. ferenciar as diversas
Esse circuito pode ser con‐ frequências.
trolado por um microcontro‐ Um interessante laborató‐
lador de modo simples. rio paranormal poderia ser
O controle por um micro‐ desenvolvido com a utiliza‐
controlador pode ser feito de ção de diversos circuitos
forma simples ligando e des‐ sensores, atuadores, e ou‐
ligando o gerador por um ní‐ tros controlados por uma
vel lógico aplicado ao central programada, obvia‐
emissor de Q1. No nível bai‐ mente usando um microcon‐
xo o circuito deixa de oscilar. trolador.
Cara tirar e colocar C1 no Consultando nossa seção o
circuito, podemos usar uma leitor pode ter muitas ideias
chave digital para S1 acio‐ e certamente pode lhe ocor‐
nando-a por um nível lógico. rer aplicações práticas, in‐
Um 4066, por exemplo, po‐ clusive com a criação de
deria fazer isso de modo aplicativos para o celular.
simples.
Veja então que podemos
programar experimentos en‐
volvendo ruídos brancos ge‐
rados de forma controlada.

Outros experimentos
Veja que a associação de
circuitos básicos para experi‐
mentos paranormais com
microcontroladores pode ir
muito além e até permitir a
criação de novas aplicações. Clique ou fotografe o
Podemos, por exemplo, tra‐ QR-Code acima para saber
tar de experimentos com rit‐ mais sobre o assunto.

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 61
PROJETOS

Propondo novos projetos


Modernizando o Rádio
de Cristal
Yoji Konda (vendas@yojikonda.com)

Nosso amigo e colaborador Yoji Konda da Keletron teria, em 2020 surgiram no‐
nos envia uma interessante proposta de abordagem vos circuitos de alto rendi‐
de projetos que merece ser abordada pelos nossos mento usando transistores
leitores, principalmente os mais jovens. O texto nos MOSFET Zero Threshold.
foi enviado pelo autor, que acreditamos ser um Estes transistores revoluci‐
exemplo de como podemos pesquisar coisas com onaram completamente a
tecnologias novas baseadas em ideias antigas. conceito de rádio de cristal.
O circuito tem altíssima im‐
pedância de entrada, propor‐
Obtendo o máximo usando tensão e um transformador cionando um alto Q, com
o mínimo – Modernizando de 6V6 ligado ao alto-falante ótima seletividade e sensibi‐
o Rádio de Cristal com um volume razoável. O lidade. O circuito LC não é
Tenho como premissa que, alto-falante era da marca di‐ amortecido mesmo usando
para obter o máximo de ren‐ namarquesa Peerless de 4 fones magnéticos.
dimento, usar o mínimo, por polegadas, de altíssimo ren‐ Tem alta impedância de en‐
exemplo, qual o mérito en‐ dimento. Os alto-falantes trada, mas a saída é isolada,
tre: atuais têm potência, mas de baixa impedância em tor‐
O radioamador dos EUA não rendimento. no de 1 a 5k. Os transistores
que se vangloriou de ter co‐ Com fone magnético ale‐ são involucrados em um chip
municado com a Austrália mão de alta impedância (4k) contendo 2 a 4 transistores.
com seu potente rádio de conseguia ouvir a Voice of Recomenda-se usar todos
1.000W, ou outro do mesmo America depois das 24 h. Ha‐ os transistores dos chips li‐
país que comunicou com a via uma lei antiga que as gados em paralelo, assim a
Austrália utilizando um micro emissoras de AM do interior impedância de saída cai, su‐
transmissor de CW com ape‐ teriam que desligar os trans‐ ficiente para usar fones anti‐
nas 100 miliWats,utilizando missores às 24 h. gos de telefones, que são em
um simples oscilador com Quando pensava que eu ti‐ torno de 600 ohms. A impe‐
Diodo Tunnel? nha esgotado todas as chan‐ dância de entrada não é afe‐
Da minha parte, conseguia ces de novas possibilidades tada.
ouvir com um rádio de cristal de melhorar o rendimento Muitos desses rádios não
com detetor dobrador de dos rádios de cristal sem ba‐ usam antenas internas, ape‐

62 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
PROJETOS

C1 — 15-365 pF capacitor variável


(www.midnightscience.com or see text).
C2 — 2000 pF mica prateada ou cerâmica
J1 — jaque para fone mono
L1 — 240 ìH, 7.5-inch antenna de ferrite (J. W. Mil‐
ler Model 2000).
Secundário com o 8 espiras e primário de 70 espi‐
ras
T1 — Bogen T-725 public address matching trans‐
former (www.schmarder.com).
U1 — ALD110900A dual MOSFET (www.mouser.‐
com, part number 585-ALD110900APAL for PDIP-8
or 585-ALD110900ASAL for 8-SOIC).

Figura 1

nas bobinas de bastão de go (radio de cristal) ao no‐ e cerca de 25 k para


ferrite. Existe também mo‐ víssimo (MOSFET Zero ALD110s)
delos em VHF usando ape‐ Threshold). Na Figura 1 Em operação, os FETs não
nas uma antena vareta. temos alguns exemplos deram uma saída de áudio
Por falta de tempo e dispo‐ MOSFETs de limite zero pa‐ muito maior; no entanto, o
nibilidade não experimentei ra substituir o diodo de ger‐ som dos dois FETs é muito
esses transistores MOSFET mânio, como 1N34 ou 1N60. mais claro e fácil de ouvir. A
Zero Threshold. Atualmente, 3SK143 (3DQ) e seletividade é muito diferen‐
Esses transistores estão ALD110900 / 110800 * são te entre o diodo e os FETs. Ao
disponíveis na Mouser. dois FETs populares usados sintonizar uma estação local,
Gostaria que o assunto fos‐ em rádios de cristal. Sua posso ouvi-lo na faixa de ân‐
se pesquisado e publicado vantagem é ter alta impe‐ gulo de 30 graus do capaci‐
um artigo. Fica então uma dância de entrada (355 k pa‐ tor variável com o diodo,
sugestão para nossos leito‐ ra 3DQ) e baixa impedância mas, no caso dos FETs, são
res que desejam unir o anti‐ de saída (1-5 k para 3SK143 apenas alguns graus. Sem

REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 63
PROJETOS

Figura 2

Figura 3

um mecanismo vernier, o
ajuste com um FET requer
muita atenção ao movimen‐
KELETRON
to do mostrador. O 3DQ tem
uma sensibilidade um pouco
FONTAT
melhor que a ALD, mas a
FONTES PARA
qualidade do som da ALD é INSTRUMENTOS
muito mais elegante que a MUSICAIS:
do 3DQ, que é muito metáli‐ Teclados
Mixers
ca. Pianos Digitais
Sua sensibilidade é tão boa Clique ou fotografe o Pedais
quanto o conjunto do Loose QR-Code acima para saber
Coupler e sua seletividade é TRANSFORMADORES DE
mais sobre o assunto. FORÇA
próxima à do multiplicador Para aparelhos elétricos e
Q. Não consegui ouvir ne‐ Nossos Canais eletrônicos.
nhuma estação distante. de atendimento: Tipo fixação com
* O ALD110900 possui dois www.newtoncbraga.com.br abraçadeira.
Tipo circuito impresso.
FETs em um pacote, enquan‐ Tipo exportação 50HZ.
to o ALD110800 possui qua‐ Atendimento ao Leitor:
tro FETs. leitor@newtoncbraga.com.br AUTOTRANSFORMADOR
Mosfet 3SK87 K87 Para Rá‐ USO RURAL
254/220V para rede rural
dio de Cristal "Zero-Tensão- Atendimento Comercial:
MRT
Detector de Threshold". publicidade@newtoncbraga.com.br
vendas@yojikonda.com

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