Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3 - MOOC - Módulo I - Artistas Que Se Destacaram
3 - MOOC - Módulo I - Artistas Que Se Destacaram
Albert Eckhout
Albert Eckhout realizou obras que aliavam minucioso caráter documental a uma
superlativa qualidade estética, e até hoje são uma das fontes primárias para o estudo da
paisagem, da natureza e da vida dos índios daquela região. Esta produção, ainda que tenha
retornado à Europa na retirada do conde em 1644, representou, na pintura, o último eco da
estética renascentista em terras brasileiras.
Ele era um desenhista holandês. Com uma obra de grande interesse descritivo,
retratou os primeiros habitantes do país, entre os quais mulatos, mamelucos e negros,
sendo o quadro A dança dos tapuias, considerado por muitos como sua obra-prima. Depois
mudou-se para Amersfoort, cidade onde batizou seus três filhos, e morou em Sachsen,
Dresden (1653-1663), contratado por João Jorge II da Saxônia como pintor de sua corte, mas
vitimado pela malária adquirida em sua estada na América, voltou para sua cidade natal
onde morreu no ano seguinte.
Jean-Baptiste Debret
Jean-Baptiste Debret
Caçador de escravos, c. 1820-1830.
Museu de Arte de São Paulo.
Frei André Thévet foi um frade franciscano francês, explorador, cosmógrafo e escritor
que viajou ao Brasil no século XVI, tendo escrito obras sobre os costumes da terra naquele
tempo. Estudioso de Cosmografia e Cartografia, Thevet tornou-se cosmógrafo do rei da
França, Henrique II, a partir de 1558. Embarcou para o Rio de Janeiro (Brasil), na frota do
Almirante Nicolas Durand de Villegagnon, permanecendo em terras brasileiras de novembro
de 1555 a janeiro de 1556, a observar a natureza e os indígenas da Baía de Guanabara.
Foi o grande responsável pela vulgarização da expressão "França Antártica",
referindo a experiência colonial francesa na baía da Guanabara, ao publicar "Les singularitez
de la France Antarctique" (Paris, 1557), ilustrada com 41 xilogravuras. Nessa obra,
responsabiliza os huguenotes (calvinistas franceses) pelo fracasso na manutenção da colônia,
posição que justificou a obra "Histoire d'un voyage faict en la terre du Brésil", de autoria do
calvinista Jean de Léry.
Em 1575, publicou "La cosmographie universelle d´André Thevet, cosmographe de
Roy", em 4 tomos, ilustrada com 228 gravuras, sendo um dos tomos dedicado inteiramente
aos índios tupinambás. Thévet foi também guarda das curiosidades reais, e abade de
Masdion, em Sanitonge.
André Thévet
Comme les Amazones traitent ceux qu'elles
prennent en guerre
Museu de Arte de São Paulo.
Theodor de Bry
América Tertia pars..., 3º volume de Grands
Voyages, Frankfurt, 1592.
Biblioteca Mário de Andrade, São Paulo.
Foi um pintor e professor brasileiro. De origens humildes, cedo seu talento foi
reconhecido, sendo admitido como aluno da Academia Imperial de Belas Artes. Especializou-
se no gênero da pintura histórica, e ao ganhar o Prêmio de Viagem ao Exterior da Academia,
passou vários anos em aperfeiçoamento na Europa. Lá pintou sua obra mais conhecida, A
Primeira Missa no Brasil. Voltando ao Brasil tornou-se um dos pintores preferidos de Dom
Pedro II, inserindo-se no programa de mecenato do monarca e alinhando-se à sua proposta
de renovação da imagem do Brasil através da criação de símbolos visuais de sua história.
Tornou-se admirado professor da Academia, formando uma geração de grandes
pintores, e continuou seu trabalho pessoal realizando outras pinturas históricas importantes,
como a Batalha dos Guararapes, a Moema e o Combate Naval do Riachuelo, bem como
retratos e paisagens, onde se destacam o Retrato de Dom Pedro II e os seus três Panoramas.
Fez muitos admiradores, mas também muitos críticos, despertando fortes polêmicas, num
período em que se acendia a disputa entre os acadêmicos e os primeiros modernistas. Com
o advento da República, por estar demasiado vinculado ao Império, caiu no ostracismo, e
acabou sua vida em precárias condições financeiras, já muito esquecido.
A obra de Victor Meirelles pertence à tradição acadêmica brasileira, formada por
uma eclética síntese de referências neoclássicas, românticas e realistas, mas o pintor
absorveu também influências barrocas e do grupo dos Nazarenos. Um dos principais
pintores brasileiros do século XIX, para muitos o maior de todos, foi autor de algumas das
mais célebres recriações visuais da história brasileira, que até os dias de hoje permanecem
vivas na cultura nacional e são incessantemente reproduzidas em livros escolares.
Victor Meirelles
A primeira missa, 1858 a 1860
Óleo sobre tela, 268 x 356 cm
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), RJ