Você está na página 1de 14
Truc Jason Capelo Fis técnica oberto Gand "iane Belting 4 diretor dx rackm-criada Internationales Forschungzentrun Kultur ‘stanschalten, om Viena, tendo assumico anteriormente cargo de professor nas Univers de Helberg, Munique eno Hochschule fr Gealtung, em Karsune. He é foxterante compometio com a revientario ‘a Rela da arte no sentido de um esluco interdsciplinar de imagens ou como uma antropoiogla de imagens. Suas publicages festenen-se ao longo de una dmensto acrnica da histéia da iad de Imagens ‘uropéia, desde a6 mais antigas miscaras rrortuitias. segundo clos icanes izatinos. 216 08 primérios cas pinturas em eavalete ‘eidentas © cas pricas de ate conten: porineas. Ente suas rumeross pubicagtes ult delas tiadumcas para mutts linguas, ‘130 fd und Pabium im Milter 1961), Das Ende der Kuntgeicte? (1983), IS und ut: Ene Cohichte desde ver dom Zaitator der Kunst (1990). and 5ld-Anthrptogie: Exmirte (ir eine Bldwissonschat (2001) Aden toe excrevendo un nove edu ‘chamato Bf und Mas: Bre Bitage 1 Hane ating. Bic Arroplogia. Ent we ir fine Bldwsseschalt. Munch: Wilhelm Fink, ZOU. Macugao trancesa no pelo: Pals tions Galimarc, 2008, 2 Abert Frank, Te Lins of My Hand. London: chor ond Whrourg, 1080 n06.soUe time 8, to 2005 Por uma antropologia da imagem Hans Doting* Hans Belting propbe neste artigo uma sbordagem antropolégica da imagem, extrapolando 0 ambito antistico, pra analisaraquesto “o queé uma imagen?” Fara tanto, obsatvando 0s estudos de Jean-Perte \ornant a respi da icbia de imagem concebida pela cultura rena separa 0 mio tisico on ave aimanem so estaboiee © agulo que ele denomina imagem mental ou sea, ndo material. nacutura gree, aia Belting, «que surge o concatto de Imagem, neerio na csi ngao nto a aparéneia@ 0 sr. £6 na contigo da imagem camo “reson de ura austncia’ ae ea se elaciona om a marte~ 0.0 auter recor a mascara, egies ou ans crénios eneitados evocadores da pesoa falosiéa Es proceso de evocayan @ aspeco ale pera até hoje em nossa concepcio de imagem. € a dltincdo entre imagem e medum que permite a0 autor falar sobre uma “ovlugdo medilégia” de ianociastia ~ eta come tontativa de dostuigio da presenga do um medium, em cue se estabetece determined Imagem, Por ele tornada pilblica. Imagem, antropalogia, fotogralia, Na capa de meu livro Blc-Anthropologia, originalmente deveria ter aparecido uma fotogratia que Aovert Frank trou em 1977. Fol uma imagem que ole finalmente incluiu na segunda evigdo de sua peculiar autobiogratia, The Lines of My Hand, om quo cazeretrato aparoseu em meio a outras fotografias que cle rearrumou e republicou naquela ocasiao." A mesma fotografia, a, introduz uma nova fase de sua vida, aue comecou quando ele se mudu para Nova Scotia. A paisagem representa a vista de sua nova moradia, mas. primeira plano éfechado or uma antiga fotografia de sua série “The Americans’. No mesmo plan, aparece uma impressdo em negativo de uma folha de papel com a Inscrigao words’, um plural em um singular: words[palavras], que na autobiografia so substituidas por retratos* Palavra e imagem so partes de uma miseen-scéne muito pessoal de seu proprio passado, O mesmo arranjo também tornece a questao: 0 que, entdo, 6 uma imagem? Qu: onde esta aimagem?Es4 em nosso oihar ou apenas em sua meméria, @ até que grau ela esté no imoresso? Pobert Frank questionais a identidade da imprescin adaimagam fatogrAica, a qual nds 120 facil e impensadamente tomamos como natural. Desse mado, ee enfatizou adistingdo entre o meio visual, que no seu caso eraafotograia,e aimagen que 1ndo 6 igual aseu sorte atistico, eque também transcendea uma identiticardo ans tog como mero assunto ou matéria, Casuaimente, meu proprio lio ja havia sido impresso quando Frank inesperadamente retirou sua permissdo para areprodugdo a imagem da capa. De modo que o meamelivro foi republicado com uma capa intetramente nova questo *Oque é umaimagem” precisa de uma abordagem antropologica, J que uma imagem, como veremos, em dltimo caso atinge uma definigao antropolégica. Ahist6ria da arte normalmente responde a outras questes,j8 que ela estuda a obra de arte (seja ela uma imagem, escultura ou impressdo), um ‘objeto tangivel ehistérico que permite classticagao, datagao e exibigdo. Uma imagom, por outro lado, desatiataistentativas de reificagdo, mesmo naquela estala em que ela geralmente lutua entre a existncia isica emental. Bapode vives enumia Wore de ate, mas nay vaincide com wa A dist nga ingles entre image |imegem e picture gravura)? 6 pertinente no meu caso, mas apenas no sentido em ep ess distingaa peite-nos agua ahusca da imagem na rtrate mum nivel mais geral, a questo dizrespeito & imagem em um dado meio, seja ele fotografia, pintura ou mesmo video. Mas ela s6 faz sentido quando somos és que a perguntamos, porque vivemos em corpos isicos, com os quai geramos ‘nossas préprias imagens e, por conseguinte, podemos contrapé-las aimagens o mundo visivel Parecera evidente, agora, que nao uso o termo “antropologia no sentido 2 etnologla, @ sim que Sgo uma definicéo europea, sobrea qual devo a voces alguma explicagao. Do mesmo modo, néo falo exclusivamente de"arte’, 0 que igiiaum discusolevemente dteronte, mas de “imagens. Insisto nessa citing afim de evita expectatvas eréneas, Como historador da ate, lid com aarte ccidental,& qual ndo se aolica o famoso debate da arte com a etnoloaia — aval seja, a questao de a arte etnogréfica necessitar de um museu de arte ou de ocumentagao etnogrética. Antropélogos ingleses recentemente acusaram a ‘chamada antropologia da arte de carecer de qualquer matéria ou tema cistintivos. L090, Jeremy Chote e Anthony Shelton propuseram um rompimanto com a estetica, aim de superar “um respeito exagerado pata arte’* Nao deseo intertenr nesse debate, uma vez que ele néo diz respeito ao meu t6pico, nem me sinto competenteo sulciente pera interferr nas mais recentes discussiesem eatudos ‘culturaise cultura visual, Além do tato de que meu campo de embate tem sido ‘na Guropa, onde outras dsciplinas tomam parte. Na Alemanha, muitas disciplinas orientadas para o texto, como a critica literéra,reoentemente descobriram moias visuais como o filme, afotogralia ou ‘internet como seu novo dominio. Sas s40 apoiadas por novos tipos de estudio e midia que definem cultura em termos de teonologia e comunicagées, € sualmente reapicam antigas teoias de semologia. Seu canto de guerra é 0 ‘Bidvissenschatt, visio de um novo género deiconolagia, conforme anunciado por WW.T. Michell. Mas esse yéner9, por sua vez, nag chegou a solu seyu. E 8 No testo em inglés, a cistingSo & fommada plas palavas image @ picture 2 disrenca é Sil age sgnifien imager: gure: smb Fepresertago. relat, reprodugo; esl ua ‘oo; imagem mental cia coneapedo" pure “sintura. aude. pana. relate: ana: crave desenho, estampa, ilusirardo; fotograti, samelnana, imagem, desi ita cecinera Uma yez que amas significam ‘etrato fentenderas qe a alava mapeesana mas icetamente réaconata a aspeco ‘mental ca imagem. jaqvetambsn sonia agen mena lat pala picture pores vee vont ra mais an apecto eonceta; maa: papa ro que julgaos sor mals coral & pala "relate! que, a nosso vat, romattia a ato concto ce gavar, maleate ura imager (antesidealzaa) em gum materia onareloe Langivl Parise, rlaconames apalava image 2 imagom e pewrea pranaa. (NI) 4 Jeremy Ghote © Anthany Shelton (orp) ‘Anthropology. Ait and Aesetics.Cxtord Csrondon Proce 1002111 § Gunther Gobauer. “Uberlepuagen zur Anthropologie’, in Gunther Gebaver. Anthrpologie.Laipzig: Reciam, 1988, 7-21 Onidoph Vil @ Delmar Kaper. Logik und leidonaratt. rage hs orseerArtropeloge Bem: ee, 2002, 1-8. 65 Jean-Oauce Shit. Le Qos fos tas. es reves lelanes éseiscarinoeoiege naseaie Paris: Stns Glare, 2007; Mare Auge. An ‘nttasolog for otempoary Maxis Pao Ato: onlrd Univeray Foam 1000 n06.soUme 1 nimen 8, to 2005 Forima antopoapia daimagem menos preocupado com um método do que com a reivindicagao em prot da compet énciarelativa a miciaicdnica que néo é baseada em textos. De qualquer manera, deve ser dito que a produgéo visual ea experiéncia gorlmentetendem ser confundidas com aimagem em particular Mas, em minha visio, a imagem deve seridentiticada como uma entidade simbélica (portant também um item de selegdo @ meméria)e distinta do fluxo permanente em nossos ambientes visuais. Osublitulo de meu livro é: “Propostas para uma Bildwissenscha’,j& {que considero 0 esforgo do que venha a ser um projetointerdisciplina do futuro (eportanto sem interesse especial para historia daarte, que continuaater seus r6prios teritrios), Odebate alemao, de qualquer maneira, diz respeito 20 ‘assim chamado dilema da historia da arte: se ela deve — sem perder seu perl Inedado ~ wontribuir para ease debate Ivansdisviplinas ou se Gove manterse longe e, portanto, deixar o terreno para outros. Nao posso parttnar dessa alsa altecativa, ja quia mesma histori adores da arto famasns tém vivid tacilmente com as duas opcbes, como Ernst H. Gombrich, que lida com a histéria da arte Classica e com sua propria verso de uma psicologia da percepcéo. Aby Warburg teria desenvolvido uma antropologia das maisimportantes, no quedizrespeto ‘imagens (tanto imagens da cultura ocidental quanto além), se nao tivesse sido interrompido por sua saide e drasticamente reduzido 20 nivel de uma iconologia nos tamosde Ewin Panofsky ede Edgar Wind, 0s quaisdesagregaram ‘parle mais perigosa de sva visio inci, lranslormando svasidéias em ut método de prtica dahistériadaarte. Na Alemania, o grupo Historische Anthropologie de Berlin, situado na Freie Universitat, tam insistido fiememente na radicaoflosiica da antropo como uma ferramenta analitica para discussao da prépria cultura, Gristoph Whi Gunther Gebaveridentiticaram prot agonis as como Norbert Bias, Helmuth Feessnere Victor Turner, cuja antropologia da peformancet om frequent emente servido de inspiragdo. Walle seus colegas investigam temas como o ritual da vida cotidiana ou a mimese como uma atitude transcultural; assim como uma vasta gama de aspectos do corpo Sou objetivo mass ampio areonentagao das cléncias humanas, cujo conhecimento acumulado haverd de ser testado no expelho de nossa tiexdo tual ¢experiéneia de mundo.*Na ranga, um grupo ‘Smitartrabalha na Maison de|"Homme (Ecole des Hautes Eudes), onde Jacques. Le Qo Jean-Claude Sthmitt e Mere Augé tém a vado como principal’ fundadores. Le Gat e Schmitt consolidaram-se em histéria medieval enquanto Augé fixou-se naetnologla* A posi gio alval de Marc Augéé mals bem revalada em su ivro An ‘Anthropology tor Contemporary Words Sua antropologia social é mais centrada no que ele chama de “supermodemidade” do que no pés-modernismo. Seus temas lidam muito proximamente com 0 satus das imagens tanto na historia quanto nos dias de hoje, e alguns de seus tépicos favoritos dizem respeito & radelinigao alual do espago, ao duro da imayinayao ov ay novo poder da ans tog tiogd. fm sou vo La Gere ds réves Auge retere-se explictamenteaobra La Guerre des images: de Serge Guzinsk; em que 0 autor traga a histéria das imagens no México ducante e além dos limites temporais da colonizagéo.” A edigao de 2003 de L'Homme, editada por Carlo Sever, reine uma gama de colaboradores de disciplinas como etnologi,histria social, ehistériadaarte, $06 o titulo “Image et Anthropolagie.* No Cllége de France, Jean-FierteVernant inicio uma nova alividade 1a chair ude comparéedesreligions antiques", nos anos 70. Ele ooncentrou «22 “anthopologiehistorque de image’ na Gécia antiga onde, em suas xépias palavas, le statut de image, de imagination et det"imaginair" foram svas principals preocupagies Para esse propésto, ele dvulgouas rdagdescontiquas que existe rego que discutiv as imagens no que diz repsito 20 simbolo, semelhanca, imitagan © apavéncia. A Grécia 611m eas sngulae, porqianta suas imagens pimevas esto relletidas no pensamento contemporaneo, cjalingvagem ainda surge em nossa erminologiae epistemologia Paricularmente, Vernant devotou muita energia 2 significado de eidolon @ folossosno pensamento pré-cssico. Edolon era entendido como aimagem de um sonho, a aparigdo de um deus ou o fantasma de ancestrais mortos Tamibém abrange largamente o significado de imagens mentais e mneménicas 10 pensamento simbélico, assim como Imagens projetadas sobre o mundo esterior. posto a essa naturezatransiteria, Kolossos representa o arte ato de dra ou metal que hoje chamarlamos meio [ou medium), no qual as imagens se matetalizam, apesar de kolossasser também adotada no sentido moderno ¢a palavra.* Tanto 0 eidolon quanto 0 folasses remontam ao ser humano, como um tereiro parémetro nesta configuracgo: uma pessoa vivendo em um corpo tisico, que experimentou 0 eidon fabricou o Kolossos, endo 0 primeiro um produto da imaginagdo, enquanto o segundo o resultado de arlelatos criadores. Minha meta é generalizar a configuragdo de Vernant ¢ propor uma inter-relagao triangular, em que imagem, corpo e meio pogentam ‘onjugar-se como trés marcos." Gintude, um especto merece atongdo eoecial. Ea questéo do que 6eo que faz uma imagem. Vernant fala de uma ruptura no pensamento grego que teria sido necessvia para causar a nossa compreensio do conceito de imagem. A ‘uptura vortex por volta de 500... quando a lingua grega usou, pea primeira vez, 0 Lerma eikonincidentalmente ao mesmo tempo em que. erro mimesis faz sua primeira aparigao. Bkon desvalorizou, imediatamente,o edoon, quea partir de entao adotou uma significa negativa: no sentido de cipia ou imitagio inet. Enquanto ekonatraiu a necessidade de defnigéesontol6gicas. \ermant supde a definigao da imagem apenas apés essa ruptura, enquanto ‘servos tras “duplo* ou “substituto” para usarletatos precedent a essa 18 historia Jus altel aluy visuals wa ewuluyan do perrsainento 7 Mare Auge. La ere des réves Eercces ethno idion Pais ations dy Sol, 1997 Sone Gained. La Gare des imagens. Pais Fayard, 1390, 8 Galo Seve. “Pour une antropologie dos Images", in LHomme. Aewe francaise anthopaagia 185, 2008: 7-9. 9 Joan Ferre Vornant. Mth pense cer es ‘Gos. Pais alia, 1980, 949 8; ean Pare Vomant. gues laces marquee Pais Suid, 1990, 13, 10 Nernant, gues 25-30 034-41. 11 Baling, Blé-Antvoplone 7-9 011-18. 0: Hans Belting tail. be! Cos? Ene Frage or Fepréamtation. Nunique: Winolm Fink, 2002, EX(dicutnde acerca prograra de posse 0 grupo raisune, {2Baling, Blt Antroelogi, 173. 13 Hons alting “Aus em Schatten ds ees dung Koperin don Ann’, in Costantin von Btloewen Car Rin ce Wthrtvren und Wetralgoren, 2) Munqse: Dicer chs, 1996, 52.198. CF a verso revieasa © ampliaéa in Boling, Blc-Ahopologe. 149-88. ‘ating, BiAnmrapaape 130-54 Kathleen M. Kenyon. Eicavations at Jeich. Londres: British Scho! of Archaeology in Jeusaen, 1001, 9: liming S40, n06.soUe time 8 to 2005 Forima antopoapia daimagem ‘visio, Segundo sau pontode vista, adstingaotilostica entre aparencia@sor eranecessiria antes de as imagens tornaremse possiveise pensdvels, No obstante, eu ndo me admiraria se asimagens ndo eaivessem lédesde.o inicio, mesmo quando elas nao se encalxavam nas deinigbes plat nicas. Fol a Caco das imagens que estabeleceu seu lugar no pensamento humano, Nas, como Vernant corttamente enfatiza, 6 assunto divers que essa mesma imagem tenha necesstado de um momento crtico na cultura greg, quando elas foram pola primeira vee debatidas,justamente por terem sido questionadas. Oteatro grego também contribuiu para esse novo debate emergente. O pico do teatro dtico ru quando estatuas comecaram a corter pelo paleo ou, de repente, comegaram a falar, Soube-se que as imagens nao eram capazes de comportar-se como pessoas vives, portant, experinaituu-se umn yeato de eaulaecinente, Cujo porta-voz era aquele que viria ser 0 grande mediologista Platéo, que inclviu imagens om sia critica violanta & esrita, em oposicSn lingua viva ® Hletuei meu préprio ingresso no discurso antropol6gico com o tépico da Imagem ¢ morte, quando, em 1995, participel de um coléquio dedicado ao significado da marte em diferentes rligideseculturas no mundo.”® Logo tornou- se claro que eu havia por acaso encontrado um exemplo crucial para 0 entendimento da criagdo das imagens. O corpo @ © meio esto igualmente evolvidos no sentido dasimagens em tunerais, medida em que é'no lugar do corpo ausente do morto que sto instaladas asimagens. Mas essas imagens, por sa vez, parmaneciam na caréncia de um corpo artificial, pra ocupar o lugar ‘ago do falecido. quale corp artificial pode sor chamado mai (nao materia), 1 sentido em que as imagens necessitavam de corporiticagao para adquirir ‘ualauer forma de visibilidade. Nesse sentido. 0 corpo perdido ¢ trocad pelo corpo virtual da imagem. E nesse ponto que alcangamos a origem da exata contradigio que para sempre caracterizard a imagem: imagens, como todos concordamas, fazem uma auséncia visivel ao transformé-la em uma nova forma de presonga. A presengaiénica do moro, todavia, mite, eat @ mesmo encena Intencionalmente, a tinalidace desta ausencia ~ que @ a morte, Logo, a medialidade de imagens ¢ originada da analogia ao corpo fisico e, incidentelmente, do sentido em que noss0s corpestisices também funcionam como meios ~meios vivos contra meiosfabricados. imagens acontecem entre 1s, que as olhamos, e seus meias, com os quais elas respondem ao nosso fitar. Bas se fiam em dois atos simbélicos que envolvem nosso corpo vivo: 0 ato de fabricagio e o de percepedo, sendo este titimo 0 propésito do anterior. Permitam-me, neste momento, inroduzit brevemente as descobertas da chamada Culture Neolitca B (para usarmos a terminologia de Kathleen Kenyon) no Criente Mio, datada por volta de 7000 a.C e que recebeu muita atendo em tempos recentes.*Porém, a atenggo tem sido concentrada em apenas um os és tipus deimayers que, nese primer caso espeifico de assenamentus ans tog hhumanos, represantam os ancestrais mortos. Os tamosos eranios que foram transformados em vivas imagens ou cabegas, 20 nelas adicionar-se uma nova pele de barro, toques de cor viva einserirem-se olhea capaulares, antes de ser ‘montadas em pequenas figuras de syporte. Nesse caso, 0 corpo perdido da pars pro totodo erénio fol restaurado a quisa deimagem. Ocrénio age como imagem .¢20 mesmo tempo como um melo auténtico que suporta aimagem de sua vida perdida, Podemos até ir um passo além e deduzr, a partir deste ato (apermuta e uma nova imagem em contraposicao & antiga imagem cobrindo 0 exénio vivo), ahipétese de que a face, criada via essas pessoas, poderia ser tida como uma imagem viva por sobre 08 oss08. Mas existem dois outros tipos de imagens que merecem igual atengao, Uma delas ¢ o tipo de efigie ou boneco, ‘epresentandy 9 ux po wna ui todo e consti earpo natural, por um estranho simile de entranhas embrulhadas em uma espécie de pele, um tipo Litizada, provavelmente, para funges elémecas no ritual da sepultamanto. 0 Cutro, um terceiro tipo de imagem que, entreos és, teria sucesso duradouro, 6 a mascara que cobriu tanto 0 cranio do morto quanto, posteriormente, atace e atores vivos que representavam a presenga do mort, /Améscara éa invencéo mais rihante que |@ ocorreu nacriagdo de imagens encena uma narragéo a respeito de seu significado. Ba compendia belamente a simultaneidade, como também a oposi¢do, entre auséncla e presenca que lanto tem caracterizado @ maioria das imagens em uso humtano. A mascara ‘expe uma face nova e permanente (porque nao é perecivel ao esconder outra face, cuja auséncia 6 necesséria para criar essa nova presonca, Meso a mascara com as érbit as vazias e um espaco de boca abert a4 estava pronta para serve ‘como imagem falante. Helmuth Plessner dscuti as implicacdesantropoléaicas a mascara em seu famoso ensaio sobre a antropologia do ator. * Fodemos ir um passo além e arriscar a visdo de que toda a imagem, de uma maneira, poderia ser assticada como mascara, sjatransformando um corpo em imagem, ‘seja existindo como uma entidade separada, ao lado do corpo. Decoragao tacal e tatvagem podem transtormar atacenumana etetiva em mascara. Nese Ponto, @ metamortose como a origem da imagem ¢ altamente relevante. O significado antigo da méscara como persone recebeu muita atengio no Pensamento humanista. Nesse caso, em um artigo recente, discutl arespeito a cobertura que restou de um retrato perdido da Renascenca, do qual a mascara, paradxalmente coberta com cores vivas,pretendia também denunciar © mesmo retrato que ela, em seu tempo, como tal seriu para oculta. Lé-se no epigrama que acompanha: “Sui cuique persona’, ou, “Para todos seu [ou sua} persona’, o qual conscientemente joga com o duplo sentido do termo persona, Sgniticando tanto mascara quanto pessoa '* No sentido em que 6 a mascara mais peculiar de um rosto, 0 retrato também pertence a histéria da retagao que te eu chamo imagem e 15 Helmuth Plast “Zur Anthropslogie dos Schasspleles, inGaver, Anthopaage, 185 202 16 Hans Belting “Repzertation und Aa Feprienttion. Gab und Pott in er trohen Newt in Belting, Qe Gogh 4340, 17 Julusvon Solosier. Tite Bloke Gascionte hr Paice’ in Wechs Tomas Necicus (od). 1911, reimpreso om Borim: Akasenie Vevag, 1988, 15:30. 18 Thomaskeln. Heat Sigma: Tine Eat Basal: Hangorg Mayer. 1995, 17-28 ("Vex Musume") 997-108 (Wax Musou). ara Supiolo, of tanbemHaneBeting “The Ther luton’ in ross Suga eae: Nova York: Sonnabens Sunda 2000, 1-7 19 blanc Barthes La QantreGave. Nees la hotopaphie Pas Climard, 1980, $1 20 Baling, BAntnrepdoge. 181 « 186-88. 21 day Alby. Secure the Shadow. Doth and Pretograpy in Ameca. Canbridge: NAT Pres, n06.soUe time 8, to 2005 Forima antopoapia daimagem Mudando paraos tempos modems, eu gostaria de lembrar-Ihesa opiniao de Julius von Schlosser, publicada em 1911, de que a fotogratia herdou, de tiguma manera, aquelasfuneBesdes figuras decera, que aquca 6poca se haviam tornado obsoletas, Naquele tempo, o gabinete da figura de cera hava depreciado atradicdo das antiga etigies simbélicas, mesmo que estasainda fossem usadas em funerais reais ov na forma de estétuas votivas, em igrejas. O gabinete continvow um meio antigo na descontinuidade de seu signiticado, o quenos iz algo a respelto das complexidades inerentes a qualquer madialidade” Hiroshi ‘Sugimoto aumenta essa complexidade em suas fotogratias de figuras de cera. Essainteracdo de dois meios subvert int encionalmente e desestabiliza 0 cardter 2 indice dafotogratia. Os corpos que espeariamos ver em tal etratosubmetem- 2 aus sous duplus se viva, que, iy stan, aparenann eter mito viwws.* ‘Somos ou pegos na armaditha dessa contusio, ou convidados a apreciar a anbigha rferéecia onirada A ambighidarle, paradoxalmente, auila a eofatizar tum meio na evidéncia do outro, mediante a contre-eleréncia. Sugimototambém salienta nvoluntariamente um ponto colocado por Foland Barthes. Ao ver-se emuma fotografia, Barthes escreveu, “tornei-metodo-imagem, i, e. marte em pessoa’, © acrescentou com a declaracio de que essa “microexpérience de la mort” fol precedida por uma longa cbsessao pelo duplo."* ‘Afotogratia tornau-se um navo tipo de cuntagem. NZo mais a modelagem ‘ou desenho da superticle do corpo coma volume, @ sim almpressao da aparéncia Plana do corpo sob luz e subsequentemente no papel. Ese tipo de impressao fixou 0 momento na permanéncia e, desse modo, reencenou aquele habito de desenhar a sombra lancada sobre a parede que levou Henry Fox Talbot, durante ‘alaum tempo, a pensar em chamar sou invento de *cioaraia” antes de decidir romeé-lo “fotogratia’.® Em seu liv, Secure the Shadow, Jay Ruby publicou uma fotogralianorte-americana do séoulo XIX, na qual uma familia posa com a fotografia de seu falecido marido pai. Dessa maneira, com inocente preciso, 0 fotégrato repetiu um antigo ritual que tem servido, em qualquer época, & Feintegrazao social do morto por meio de sua imagem. Uretrato parece conter nao sb outro retrato, como também encena uma imagem da meméria como uma reliquia do tempo perdido.” Nao posso discutir o suficiente sobre nossas experiéncias contempordneas: acerca da imagem e da morte, Apenas para apontar um caso, esperamos que a morte de uma personalidade pblica soja alvo das noticias. A gravura do morto, de qualquer modo, nao & mantida a vista para permanecer posteriormente em nossa meméria, ¢ sim para introduzir 0 morto em seu novo status (baseado apenas em gravuras). A gravura ocupa o lugar nos meios de massa que os individuos mortos teriam continuado a ocupar, caso ainda estivessem vivos Fortanto, temos que distinguir dois propésitosradicalmente opostos. Enquanto 4 yravuta de Lal pessoa, ainda viva, sexia um mero instanténed natural, esa ans tog ‘mesma gravura, morta apessoa, muda sou sgniticado completamente. Ba agora representa a auséncia de alguém, ou seu espaco vazio, no mesmo ambientede que ema pessoa, até aquele momento, era parte integrante, Meamo em tais praticas residuals, experimentamosa sobrevivencia daquela “troca simbdlica", a qual Jean Baudrillard dedicou seu famosa livro."* De qualquer modo, ndo €0 significado da morte e sim a busca da imagem que jusitica 0 tépico, em meu caso, Uma perspectiva um tanto similar ~ pelo ‘menos em parte ~ 6 a que caracteriza 0 livro de Fégis Debray Me et mort de ‘image, que me torece a oportunidade de introduzir ainda outro nome. DDebray 6 mais conhecido por seu programa, chamado “médiologie’, ao qual retomaremos.Todavia, ness ivr ele se concentraina imagem. No prefacio, ele ama a mayen de “tewreur” Yonvesticado, J que sua origen “¢ fortemente ligada a morte’ Bei nsiste com justeza naimportancia da evolugdo mediolagica, 2 por xa rao, pada dizer que “qualeger imagem fatvicada dat ala tanto por ‘2 fabricagdo quanto pela recepodo que se segue’. Mas ele também empreende uma igual discussio acerca de todas aquelas imagens que vivem apenas em rosso pensamento eimaginacéo. Conseqdentemente cita a formula de Gaston Bachelard “a morte foi primeiramente uma imagem, e sempre persistiré como tal’, uma vez que ndo sabenos o que a morte realmente é * Poderiamos falar em termos similares. respeito do tempo edo espago. Paralidar com esse outro tipo intangivel de imagem mental Debray introduz, em seu lugar, ftar, pois 6 segundo sua visdo o itar que transite imagens de rnatureza mental. Enquanto David Fedborg, em seu livio The Power of Images como anuncia 0 préprio subtitulo ~ aponta a resposta as Imagens, Debray insistenofitar como sendo aforea que transforma um auadro numa imagem * “Praticarofitar nao é simplesmente acumularrecepo0, mas seve ao propdsito e ordenar (ordone) 0 visivel. Aimagem retira seu sigiticado do fitar, tanto quanto 0 texto vivedaleitura’. Otay, para ele, no é apenas uma técnica social prdxima a violéncia, tal qual aexistente entre os sexos, mas implica o corpo vivo como um todo. Utermo trances regara, com a implicacao de prenaregarae, tem ‘conotagbes diferent es dos termos gaze, look e glance, se usarmosasdistingbes na lingua inglesa que tém sido discutidas por Norman Bryson.”” As pelavras Inglesas regard e ragardfuP®aproximam-se mais do que aqui ¢ significado, o que também se apicads expresses watch ou waloh out que aparecem na vzinhanca lingdistca do termo francis regard, Estamos condenados a viver no lbirinto de nossas propriaslinguagens, que to freqdentement restringem e mesmo ceram partes do especro seméntioo que desejamos descrever,esreit and ndo sé nossa terminologia como também nosso pensamento. O mesmo tipo de aporia se aplica, na outra margem, & experiéncia daimagem. Normalmente, no falamos emtransmitir imagens, apesar de isso secitcunscrever exatamente ao que aqui venho falando, Nav # por case que Debray dedicoy outro livry muito politica 22.dan Raueilae 'Fohaage sabi tI ‘mon. Pais: Clk maa, 1978. 23Rigistatray. Veer doimage Lrehigoie ‘jump en Cie. Pas Eitions Galimar, 1901, 12, 16-41 24 Gaston Bacelrc. La Tare tla ives repos. Pais Ct, 1948, 312 25 Dai Fieeberg. The Power Images: des Inthe Histon and Ther of sponse. Crcag Univesity of Chicago ress, 1989, 28 Bar oar orearcar, ecpectvanente. (NF 27 Norman Biyson. “The Cae ang the ance, Jn Gyson. son ana Paiting: The Logic ofthe (Gaze New Haver: Yale Univery Press 1983, a7192, 28 Alentar/oInar tirme @ atencioso, resgetivarante (NT) 29 glee ester lr respectvamecte (NT) 0 Pgs Debray. Tansnete, Pate: Eitione ‘cob, 1997, 31 Bemara Siegler. “Limage dlseete", Ja Jacquin Doricae Brad Mogi. hograpies tla t8éson Paris Bitons Glee. 1956, 165-82. 52 Auyo, La Grove des res 45-40 @ 91-110. 006. soUe 1 nimen 8, to 2005 Forima antopoapia daimagem 20 topico da transmissdo (transmetre), cujo signiticado ele opée a0 senso banal de comunicagéo.® Em regra, encontramos imagens em situagio de performance; mas sua qualidade pertormética é depreciada poles atusis terminologias do discurso. Podemos lombrar que as imagens nao esto simplesmente all, mas chegam com uma miseen-scéne predeterminada, que tamibém inclu! um lugar predeterminado para sva percopgao, o qual elas guiam por meio de performance Em texmos antropoldgicos eu contestaria qualquer dualism rigido, que tao IreqUentemente separa a represent apo inten da extema — utlizando-nos aqui da terminologiaatual em pesquisa newrobioligica -e que, portanto, asdesigna para duas éreas intelramente dstintas. Cortamente nosso cérebro ¢ local de rapresentagay Interna, mesiy no proceasy que si simplesmente de percepedo. Taisimagens endégenas, prém, também reagem a imagens exéganas que tendem a assimirn encargo de parte dominant nessa cooperardo, Asimagens nao existem sna parede (ou natevé) nem somente em nossas cabecas. 8s nao podem ser desembararadas de um exerccio continuo de interagao que deixou tantos vestigios nahistériados atelatos.Essaantiga «enovaintoragdo continua mesmo na era das imagens dgitais (images ofa conforme justamente apontado por Bernard Stigler. “Nunca houve imagens tisicas [mages objet] sam aparticipagéo de imagens mentais, uma vez que uma imagem, por definigdo, ¢ algo que € visto (e 86 & algo quando € visto) Feciprocamente, a imagens mentais também dependem de imagens objetivas, no sentido em que aquelas s20 0 retaur ou a remanence destas. A questao da imagem sempre diz respeito ao vestigio ea inscrgao."® Em outraspalavras, as imagens mentais sto insritas nas externas e vice-versa. Auaé fala a resoeto disso quando menciona os *sonhos’ que o individuo tem em oposigao aos “cones” do dominio pdblica que aparecem nos sonhos.* O sou dar ereceber transforma o coletivo imaginaire em uma érea altamente controvertida, que também atrai 0 desejo do controle politico, ‘Ainteragao entre noss0s corpos eas imagens extemas, de qualquer modo, inclu um terceiro pardmetro, que chara * medum, no sentido de vetor, agente, fsposiit (como dizem ostranceses) ou suporte,anfirido ¢ ferrementade imagens. Esse termo pode encontrar alguma resisténcia, dado que estamos famillarizados com os media apenas no sentido dos alvals ‘mass media’ Portanto, eu gostaria de introduair duas premissas que podem esclarecer meu argumento, Frimeiro, poderia ser dito que ndo falo de imagens como media, coma normalmente fazemos, a0 contrévio, gostaria de argumentar que asimagens usam suas propria ‘media, atm de transmitr-nos suas mensagens tornar-se, em primeira lugar, \isiveis para nés. As imagens até mesmo migram entre media diferentes ou combinam as caracerstcasdstintivas devarios mena. End a segunda premissa: rnomeadamente, a assuncio de que mesmo nosso corpo opera por sua conta Hificanos av chases ans tog como um meclum vivo, com essa capacidade inata (ado corpo que representa) que ficamosem posigdo de fazer uso dos mada bricadose facimente distingui- losdasimagens inerentes; no sentido de que ‘Smples objetos, nem como corpos reals. Patéo ja estava clente da diferenca entre corpas ~ como medium natural ~ opostos & escrita e pintura~ medium atiticil-, a0 argumentar contra asttimas, chamando-as de memériasmortas, enquanto detendia ameméria viva ou corporal. grupo de Debray, enibora com éntase diferente da minha, também insiste raimportancia medioldgica tanto do passado quanto do presente. Operiédico .slivroscarregam aindicagdo “Le champ mediologique’, Oprojeto de Debray \ira-se contra o monopélio da semiologia francesa, sendo, portanto, montado a Gieyao de uly aspetos da cultura, come sua faze his ria, sinibica & material. Em seulivio Deu, un itinéaie, Debray discute impacto mediolégico a eseviturana even do monoteisma, enquanto Uonique Sard investiga a ebrique du regard, a respeito da ciéncia da imagem e teonologias da viséo." ‘Smpatizo com essa aboréagem, apesar de mintias metas estarem maiscentradas rnaimagem, a qual discuto dentro da evolugo mediolégica edo arranjo mental Apenas para distinguir um caso que me é muito familiar, falar em evolugdo ‘mediolégica signiticaidentticaro painel da gravura européia como uma invengdo muito espectica e culturalmente localizada desde os primérdios da perspectiva, uma vez que ela nao existia em nenhuma outracuttura. For outro lad, arranjo ‘mental significa a mesma apropriagdo do medium, para fins de representacéo, conforme esteja imediatamente aparente a partir do retrato. © campo de observagdo enquadrado, como seria herdado pela tela de tevé e outros, primeramente contou em uma aut eturamais epeciticabaseada em panoramas, que se desenvolveu na Idade Média européia, e, depois, confiou numa mentalidede européia correspondente, ansiosa por controlar o mundo através ‘deumattelevista a partir de uma posigao interior, o que significa a partir de uma posigdo @ parte (um dualismo separando interior e exterior, sujeito e mundo). ‘Aaistingao entre imagem e medium depende ce nossa mudangade atenao, sea para um ou para outro, ou seja, depende mais de nossa escolha do que de uma precondigio inerente a um dado ertetato. so pode ser demonstrado por Chis exemplos, excolhidosleatoriamente, Podem ser parecidos, j que em cada lum dos cas0s 0 espectador escrutina uma obra com uma lente de aumento, tembora com intengies diferentes. Um caso 60 do hstoriador de arte Bernard Berenson, que examina as pinodadas de Drer em um quadro, sem prestarnenhuma atengdo & imagem retratada nessa tela, A pintura, nesse caso, reduz-se 20 espécime do estilo de Dorer, ou seja, a um medium histérico em seus préprios terms, Logo Berenson, em sua atengéo profssional, esta reoortando aimagem do meotum. Ena 0 c2s0.d0repérter no filme Btow-LUp, de Michdangelo Antonioni «ue nspeciona umaimpressto fotogréfica sa com 9 iico propbsito de detect ar 30 assumimos tals media como 23 Pls Debray. De, uniting, Materiaux our I nistare oe ene en concont rans Esitons Jacob, 2001; Monique Scaré. La Fatigue crac magesce sien appares devon. Pile Eailione Jsoch, 1008 Bernard Berenson na Villa Borghese, oma, 1895) {4 Posalind Krauss e Norman Biyson. Gdy ‘Sherman, 1975-1993. Mniqua, Pats Londis ‘xin Mosel, 1983. © vestigio de um crime ocorrido no local e que poderia ter passado despercebido inspeciona tanto quanto Berenson procura o vestigio da arte de Durer. Nés entretanto, costumamos tazero oposto, etendemos aignorar 0 mectumenquanto colhamos para uma imagem, como se asimagens pudessem existir por si mesmas. Imagem © medium, t8o inseparaveis no resultado, novamente separam-se om nosso olhar. Artistas contempordneas, como Cndy Sherman, usam essa ambivaléncia para criar contusas referéncias cruzadas entre diferentes media (ctetivamente tao usados quanto aqueles mencionados), chegando ao ponto «em que no podemos mais seguramente discriminarimagem e medtum, Menciono apenas seus pseudoquadros de filmes, que simulam filmes, mas so meras fotogralias, ou penso em suas mascaras, as quals elarealizautilizando as mesma ‘como modelo dessas fotografias, da mesma maneira que 0s modelos em antigas. pinturas.** Dois tépicos muito discutidos na historia das imagens convidam-nos & istingdo da imagam odo mecium, ainda, apartir da um outro lado. Iconodatia, como sendo violéncia contra as imagens, realizada apenas para destruir seu ‘suporte-medium, ou seja, seus corpos tangiveise visivels. Essa prtica pretendeu

Você também pode gostar