Você está na página 1de 10

A história do Beach Soccer no Brasil

Em menos de duas décadas, o beach soccer viajou das areias de Copacabana até os corações de milhares de
praticantes e torcedores no mundo todo. A participação de jogadores mundialmente famosos como o brasileiro Junior
Negão, o português Madjer e o espanhol Amarelle ajudaram a ampliar a cobertura televisiva a grandes audiências
em mais de 170 países, fazendo da modalidade um dos esportes profissionais que mais crescem no mundo e
transformando-o em um ótimo exemplo de oportunidade comercial.

O futebol de praia é praticado como forma de entretenimento em todo o mundo há muitas décadas e em diversos
formatos diferentes. No entanto, as regras oficiais só foram consolidadas em 1992, quando um torneio foi promovido
como uma espécie de teste em Los Angeles. No ano seguinte, foi realizada em Miami a primeira competição
profissional de beach soccer, com as presenças de Estados Unidos, Brasil, Argentina e Itália.

Em abril de 1994, a praia de Copacabana sediou o primeiro evento televisionado da modalidade. No ano seguinte, o
Rio de Janeiro recebeu a edição inaugural do Campeonato Mundial de Beach Soccer, vencido pelo Brasil. O sucesso
do torneio fez com que o interesse internacional começasse a crescer.

A demanda cada vez maior deu origem em 1996 aos eventos do Pro Beach Soccer Tour. Na primeira edição, foram
realizados 60 jogos em dois anos na América do Sul, Europa, Ásia e América do Norte, atraindo nomes importantes
da modalidade.

O interesse pela competição na Europa levou à criação em 1998 da Liga Profissional Européia de Beach Soccer, que
proporcionou uma sólida infra estrutura para elevar o profissionalismo em todos os níveis. A competição, hoje
conhecida como Euro BS League, uniu promotores de todo o continente e foi bem recebida pela imprensa, pelos
patrocinadores e pela torcida.

Poucos anos depois da sua criação, o esporte já havia dado um enorme passo rumo a uma estrutura internacional de
competições. O campeonato europeu ganhou em importância, com a emocionante temporada de 2000 sendo
decidida entre Espanha e Portugal. Nos anos seguintes, o avanço continuou dentro e fora das arenas, com a Euro
BS League aparecendo como a mais forte competição de beach soccer. Em 2004, foram 17 nações participantes,
número que subiu para 20 em 2005.

Foi justamente em 2005 que o futebol de areia passou a ser administrado pela FIFA. Em maio daquele ano, a
primeira Copa do Mundo de Beach Soccer da FIFA foi realizada em Copacabana. Para a surpresa de todos, o Brasil
foi eliminado nas semifinais e a França derrotou Portugal na decisão.

Entretanto, no ano seguinte, na primeira edição do torneio com 16 países, o Brasil teve a sua vingança: na final da
competição, passou com facilidade pelo Uruguai para conquistar o seu primeiro título da Copa do Mundo de Beach
Soccer da FIFA. A França de Eric Cantona ficou em terceiro lugar, derrotando Portugal na decisão do bronze. O
Brasil repetiu o título em 2007, 2008 e 2009 derrotando nas finais, respectivamente, México, Itália e Suíça. Na última
edição, porém, um novo campeão emergiu: em Ravena, a Rússia desbancou os brasileiros na final.

Fonte: FIFA

A História do Futebol de Areia

A Origem do Futebol de Areia


A história do futebol de areia, também conhecido como beach soccerou futebol
de praia, surgiu em meados da década de 30 nas areias da praia
de Copacabana, no Rio de Janeiro. Inicialmente visto como uma opção de lazer
e diversão, a atividade física ganhou rapidamente popularidade entre os cariocas.
Amigos chamavam outros amigos que se reuniam para jogar todo sábado uma
adaptação ainda arcaica do futebol tradicional para as areias. Dessa forma
amadora, os times eram organizados e divididos de acordo com os bairros da
cidade.
Alguns anos se passaram e pequenas competições foram organizadas. Cada vez
mais o esporte chamava a atenção de novos praticantes e interessados no futebol
de areia, inclusive de jogadores consagrados no futebol de campo da época.
Mas em 1970 o futebol de areia entrou em declínio por conta da violência na
cidade e ficou um bom período apagado.

Profissionalização do Futebol de Areia


Já na década de 90, Giancarlo Signorini, um amigo italiano do jogador Júnior
(ex-jogador do Flamengo e da Seleção Brasileira), ficou deslumbrado ao conhecer
o futebol de areia e viu o potencial daquela prática descontraída se transformar
em algo mais profissional.
Para conseguir este feito, foi preciso reinventar as regras do futebol que eram
utilizadas nos campeonatos amadores e adaptá-las às possibilidades reais do jogo
na areia.

Surgimento das Regras de Beach Soccer


Assim foi fundada, em 1992, a organização Beach Soccer Worldwide(BSWW), que
reduziu o número de jogadores, delimitou espaços e áreas dentro do campo e
estabeleceu regras elementares que ainda são, em grande parte, utilizadas hoje.
No ano seguinte foi organizado um campeonato piloto de futebol de areia em Los
Angeles, Califórnia, com a participação das equipes da Itália, Argentina, Estados
Unidos e, claro, Brasil.
O jogador Júnior ficou com a responsabilidade de reunir os melhores jogadores
para representar o país no torneio. Foi um sucesso de público e um show de
habilidades. O time brasileiro de futebol de areia começou com o pé direito e
sagrou-se campeão.
Leia também >> Regras do Futebol de Areia

Primeiro Campeonato Oficial de Futebol de Areia


Após a realização do campeonato experimental, o futebol de areia ganhou
notoriedade no Brasil e muitos jogos começaram a ser exibidos na grade
televisiva. Em 1995, o país recebeu o primeiro campeonato oficial de futebol de
areia exatamente na praia onde o esporte deu seus primeiros passos.
Copacabana era o centro das atenções de milhares de torcedores e
telespectadores que acompanhavam a grande cobertura da transmissão dos jogos
do primeiro Campeonato Mundial de Futebol de Areia. O Brasil também conquistou
essa competição e foi reconhecido como o primeiro grande campeão do mundo de
futebol de areia.
A História do Futebol de Areia ganhou o Mundo
Depois do sucesso do campeonato realizado no Brasil, o futebol de areia
despontou internacionalmente e ganhou novos eventos como o Pro Beach
Soccer Tour (1996) e a Liga Europeia (1998), abrangendo 60 jogos em toda a
Europa, Ásia e os EUA.
Tais competições proporcionaram uma infraestrutura sólida para aumentar o
profissionalismo e o espetáculo dos jogos em todos os níveis. Aqui no Brasil não
foi diferente.

Confederação de Beach Soccer do Brasil


Também no ano de 1998 foi criada a Confederação de Beach Soccer do
Brasil (CBBS), com 22 federações estaduais filiadas à época.
Sua fundação, além de atender a um requisito legal do esporte, tem como
objetivo manter a responsabilidade de organizar competições e fazer parcerias
para administrar eventos nacionais e internacionais do futebol de areia brasileiro.

Futebol como Arte na Areia


Em 2005, o futebol de areia se tornou parte da família FIFA, que organizou seu
primeiro campeonato na cidade sede do esporte, no Rio de Janeiro: a Copa do
Mundo FIFA. Naquele ano, o Brasil ficou com o terceiro lugar.
O futebol de areia não só conquistou o público com a capacidade de mostrar um
jogo rápido e o “futebol arte”, mas também conseguiu grandes investimentos
financeiros e o interesse de patrocinadores.
O esporte proporciona um grande espetáculo de jogadas e inúmeros gols,
agradando todos os torcedores. Mas infelizmente, até o momento, não é um
esporte incluso nos Jogos Olímpicos.
Equipes Profissionais de Futebol de Areia
Atualmente o futebol de areia possui mais de 120 times profissionais registrados
em toda a parte do mundo participando de competições. Também conta com
torneios sub-15 e equipes femininas.
Mesmo com toda a profissionalização que o esporte passou por esses anos, a
história do futebol de areia ainda mantém suas raízes nas praias de todo o Brasil.
O futebol de areia se tornou um estilo de vida que proporciona saúde e uma bela
paisagem que marca, na areia, a arte de uma grande paixão nacional.

Curiosidades sobre a História do Beach Soccer no Brasil


● Zico, Júnior, Paulo Sérgio, Renan, Claudio Adão, Júnior Negão, Neném e Magal
eram os jogadores da equipe brasileira que ganhou a primeira competição oficial
de futebol de areia.
● O bordão “Ih, Nojento!”, do humorista Tião Macalé, surgiu em partidas de
futebol de areia. O ator comandava um time chamado Dínamo, que tinha como
“regra” não lavar seus uniformes.
● O jogador Júnior é considerado padrinho do futebol de areia brasileiro. Ele
começou a jogar nas praias de Copacabana aos oito anos.
● Em 1996, Renato Gaúcho declarou greve ao Fluminense para conseguir jogar
um campeonato de futebol de areia com os jogadores Edmundo e Romário.
● A equipe brasileira de futebol de areia já marcou mais de 4 mil gols, uma média
de quase 8 por partida. O Brasil é pentacampeão da Copa do Mundo FIFA e é líder
isolado do ranking mundial de beach soccer.

A preparação psicológica da arbitragem no


esporte de alto rendimento
La preparación psicológica del arbitraje en el deporte de alto rendimiento
*Msc. Professor. Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho, RO Ramón Núñez Cárdenas*  
  Centro de Estudos de Esporte e Lazer (CEELA - UNIR) Yesica Núñez Pumariega**
**Estudante do Curso de Psicologia, Universidade Federal de Rondônia rnunezcardenas@yahoo.com.br
(UNIR), Porto Velho, RO. Centro de Estudo de Esporte e Lazer (CEELA-UNIR) (Brasil)  
 
Resumo
          São muitas as teorias, definições e interpretações que aparecem na área da Psicologia do Esporte. Muitos cientistas da área
entendem a Psicologia do Esporte como uma subárea da Psicologia Aplicada (Psicologia no Esporte) e outros a entendem como uma
  disciplina das Ciências do Esporte. Segundo Samulski (2002), a Psicologia do Esporte se ocupa da análise e modificação de  
processos psíquicos e de ações esportivas. Muitos autores partem do princípio de que a ação esportiva representa um
comportamento intencional e psiquicamente regulado. Neste sentido, o presente estudo bibliográfico teve como pretensão investigar a
preparação psicológica do arbitragem no esporte de alto rendimento.
          Unitermos: Psicologia. Arbitragem. Esporte.
 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 172, Septiembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

1 / 1 

Introdução

    Além de que o processo de arbitragem vai se abrindo cada vez mais entre as temáticas de estudos mais relevantes
da psicologia do esporte (Dosil, 2002), continua sendo realmente alarmante a pouca dedicação que desde os aspectos
psicológicos destina-se ao trabalho aplicado com estes profissionais, desde todas as áreas e desde diversa
perspectiva. Não existe a menor dúvida de que as características intrínsecas das próprias funções que desenvolve um
árbitro esportivo manifestam grandes exigências a respeito de um grande número de habilidades e características
psicológicas. Não obstante, é fácil que nos encontremos, por um lado, com livros orientados ao estudo exclusivo dos
processos de arbitragem e, por outro lado, com manuais de psicologia do esporte gerais, os quais esquecem na
grande maioria das repercussões que os aspectos psicológicos possuem no desenvolvimento do árbitro. Os primeiros
por não incluir aspectos psicológicos que formam parte de sua área de ação, e os segundos, por não situar entre suas
áreas de trabalho, o âmbito do árbitro.

    No desenvolvimento de qualquer competição esportiva, os árbitros que participam da competição, inevitavelmente
constituem um dos elementos mais relevantes de todo o processo; sua importância é imensa, pois, ademais, são os
que se encarregam de coordenar e de intermediar, como uma de suas funções prioritárias, entre as outras, duas
grandes figuras do evento esportivo: Atletas e treinadores. Os árbitros são elementos essenciais para o
funcionamento de todo tipo de competições esportivas organizadas, abarcando desde o esporte infantil até o
profissional de alto nível. A esse respeito, os motivos relevantes e justificados da necessidade de ter em conta este
coletivo como a área específica de intervenção, são os seguintes:
1. São precisamente determinadas variáveis psicológicas e suas diferentes características de desenvolvimento e
configuração dos elementos diferenciados que permitem a direção de uma boa atuação do árbitro.
Investigações como a desenvolvidas por Ittenbach e Eller (1988), Weinberg e Richardson (1990), Gimeno
(1997), Marrero, Martín (1997) e Guillén, Jiménez e Pérez (1999) recolhem a opinião de uma grande
quantidade de árbitros esportivos que fundamentam um conjunto de características psicológicas que intervém
em suas atuações, as quais são as seguintes: Estar consciente em suas decisões, estabelecer uma boa
decisão com os outros, atuar com decisão e rapidez, mostrar um bom domínio e controle emocional, atuar
com integridade, ter autoconfiança e estar motivado durante a competição.
2. As próprias características intrínsecas implicadas na tarefa do árbitro, que fazem uma necessitada demanda
de atenção dirigida a fatores psicológicos.
o Desta maneira, são atendidas às características que propriamente encontram-se implicadas em
qualquer processo que inclui a decisão sobre si, uma posição, um instrumento ou uma situação de
competição, permitidas pelo regulamento. Assim, se nos detivermos nas que implicam os processos
de valorar objetivamente as execuções dos diferentes atletas que participam na competição segundo
o acordado no regulamento, vemos o reflexo imediato da necessidade de ter em conta também
aspectos psicológicos em referência aos processos que estes dois grandes procedimentos incluem. Se
nos detivermos nos casos onde o árbitro tem que avaliar aspectos artísticos, como a originalidade e
criatividade, além do estilo e a correção dos movimentos, como é o caso das competições de
ginástica rítmica ou, as intenções de determinadas ações do atleta, como é o caso dos esportes como
o futebol e basquete, contam com a localização de sérias discrepâncias entre diferentes árbitros,
ficando descobertos os enormes esforços que, todavia tem que se levar a cabo para aumentar a
objetividade de determinados árbitros ou equiparar valorizações. Na medida do possível, fica certo
modo no âmbito psicológico, pois de fato a explicação de algumas das discrepâncias que se
produzem entre valorizações realizadas por diferentes árbitros na maioria dos casos, reside em
fatores psicológicos disposicionais e em variáveis situacionais, que tem que ter em conta
necessariamente para otimizar os níveis de excelência dos processos do árbitro. Landers (1970),
Ansorge & Scheer (veáse Riera, 1989), Ansorge & Cols. ( 1978), Sheer & Ansore (1979), Scheer,
Ansorge & Howard ( 1983), Wander (1987), Ansorge & Scheer (1988) e Seltzer & Glass (1991). E
para realizar corretamente tarefas tão relevantes e complexas necessitam, não só uma adequada
preparação técnica, mas também psicológica.
3. A enorme influência de fatores disposicionais e situacionais nos resultados esportivos que surgem de decisões
geradas pelo árbitro esportivo. Para que as atuações do árbitro esportivo se desenvolvam sob uns parâmetros
de justiça e imparcialidade absoluta, deve-se ter em conta, obrigatoriamente, uma série de fatores
disposicionais e situacionais que estão determinando a correta tomada de decisões e o correto
desenvolvimento do resto de fatores incluídos em uma ótima arbitragem (Cruz, 1997). No desenvolvimento
da competição podem produzir-se uma série de “situações” que podem, de um modo ou outro, afetar o
desenvolvimento dos processos de arbitragem. Por exemplo, reações da torcida ante determinadas decisões,
queixas do treinador ou de atletas, o resultado em cada um dos momentos da competição, o tempo que resta
de jogo ou comportamento da torcida conforme avança a competição específica, são fatores que podem
incidir no estado emocional do árbitro.
4. A implicação completa de altos níveis de objetividade para ser concernentes com as decisões que se vão
tomando e que favoreçam só o resultado justo da competição esportiva.
o As dificuldades geradas pelo próprio regulamento específico, a não inclusão de determinadas
situações que aparecem no desenvolvimento da competição ou atuação esportiva, ou os diferentes
níveis de competição que pode possuir o árbitro são fatores que fazem viável a existência de altos
níveis de objetividade no desenvolvimento das tarefas do árbitro, sendo muito importante ter em
conta esta série de circunstâncias que muitas vezes são passadas de largo, pois fatores como estes
são os que aumentam ostensivamente a complicação de finalizar, com a máxima objetividade
possível, as ações que implicam as atuações do árbitro. Isto se agrava se levarmos em conta que em
determinados esportes nos encontramos com regulamentos que implicam valorar, além de ações que
se realizam na competição, também as intenções com as que se realizam determinadas ações,
multiplicando a necessidade de proclamar essa objetividade.
5. O desenvolvimento de seu trabalho influi de um modo decisivo no resultado da competição, e seu processo
de desenvolvimento se realiza sob umas circunstâncias e características peculiares. Ao longo do
desenvolvimento de seu trabalho durante a competição, o árbitro há de tomar decisões em intervalos de
tempo que poderíamos considerar mínimas, decisões a respeito das quais não se lhe permite errar, pois em
todos os casos, o que são viáveis e as que não o são, exige-se que sejam corretas, pois delas dependerá, em
certa medida, o resultado definitivo do evento esportivo e que ademais, provoca reações normalmente
adversas no resto de participantes do evento esportivo, e ante uma boa quantidade de espectadores, unido a
tudo isto, as explicações que lhes são exigidas por parte de atletas e treinadores como um fator adicionado à
obrigação que possuem de dirigir competições. Conjugado a tudo isto com a necessidade de ter que suportar
a pressão dos espectadores e a posterior pressão dos meios de comunicação, provocando a conjunção de
todas estas variáveis o fato de que esta tomada de decisões torne-se uma profissão estressante, e cuja
vivência se apresente continuamente associada a situações gerenciadoras de tensão, fator diretamente
associado às estratégias cognitivas de controle “treináveis” desde a Psicologia.
6. Na relevância e impacto que possuem os erros cometidos por um árbitro esportivo, carece de importância o
fato de estar consciente da existência de algumas faltas que desde o regulamento não são definidas
operacionalmente, como uma mão intencionada no futebol, ou a consciência de que tem ações, ou jogadas,
ou faltas, que são praticamente impossíveis de ser observadas por um árbitro, como é o caso de um fora de
jogo num passe rápido. Do árbitro é sempre exigido o acerto de suas decisões e ações. Jamais se ressalta as
coisas corretas que eles fazem.
7. Os estilos de comunicação e de direção que têm que se adotar ante os atletas ao longo da competição. Tão
importante como tudo o que foi visto até agora, é o fato de como o árbitro tem que se dirigir aos atletas e
treinadores.
8. A imparcialidade que se reclama que se há de manter durante toda a competição. Sem ela, é impossível o
ótimo desenvolvimento das tarefas do árbitro. A maioria das situações analisada até este ponto são situações
que influenciam na imparcialidade, a qual só pode ser mantida caso se tenha, entre outras habilidades, o
controle das situações de tensão que vão surgindo, e a possessão de uma adaptada confiança na correta
atuação que estamos realizando (a qual deverá manter-se impune, independentemente das reações dos
participantes do evento esportivo).

Intervenção psicológica com o árbitro

    A psicologia do esporte, na área da arbitragem, é uma das principais ações que se pode desenvolver no trabalho
direto, numa série de variáveis psicológicas que, não só se perfilam como relevantes para a otimização das atuações
em si, mas também procuram que não haja abandono. As variáveis psicológicas mais utilizadas na área da arbitragem
são as seguintes:

Concentração

    Manter o foco da atenção dirigido aos estímulos mais relevantes para a operação de uma correta arbitragem, é
uma das principais “função paralela”, que todo árbitro a de controlar perfeitamente, se o que deseja é realizar uma
atuação eficiente dentro do marco de sua profissão.

    De fato, o controle da atenção é um dos aspetos psicológicos que, de um modo quase continuado, é mencionado
pelos próprios árbitros, como fundamental para o desempenho ótimo de um processo de arbitragem esportivo. Em
diferentes momentos, é manifestada como uma das qualidades psicológicas mais desejáveis para um melhor
desempenho do árbitro (Gimeno & Cols, 1988; López & Fernández, 1999).

    Mostrar-se e sentir-se concentrado é, desde o inicio das investigações sobre arbitragem, um dos objetivos a
desenvolver por este coletivo, chegando ao ponto inclusive de propor desde a literatura científica, estratégias de
intervenção concretas, que tenham como fim último, melhorar a concentração de uma pessoa incluída neste coletivo
(Weinberg & Richardson, 1990), diferenciando, ademais, entre estratégias que deverão ser aplicadas antes de iniciar
a competição e estratégias que se utilizarão durante a competição.

Decisões dos árbitros

    Atuar com decisão e rapidez nas próprias decisões que se vão tomando no transcurso da competição constitui uma
das áreas mais estudada na psicologia do esporte, nos estudos realizados, pode-se contatar que uma eficaz tomada
de decisões fica englobada entre os princípios uma boa arbitragem (Gimeno & Cols., 1998). Neste sentido, incluso
Tenenbaum, Yuval, Elbaz, Bar-Eli e Weinberg (1993) especificam que a experiência na arbitragem é o melhor
indicador da capacidade para a tomada de decisões.

    O limitado tempo que possuem os árbitros para a tomada de decisões, é um dos aspetos fundamentais que mais
causa stress antes, durante e depois das competições; o qual interfere na tomada de decisões que eles têm de
realizar durante as mesmas. Estímulos ambientais como o barulho e as críticas, só contribuem para dificultar na
tomada de decisões no desempenho deste coletivo (Martín, 1990).

    Cruz (1997), entre suas investigações, ressalta a relevância de analisar os fatores psicológicos implicados em seus
processos de tomada de decisões, para posteriormente considerá-lo como um fator básico, entre outras coisas, pela
influência e pelas especiais características ante as quais os árbitros deverão tomá-las e executá-las.

Estilo de comunicação interpessoal

    A importância do estilo de comunicação que, em cada momento, adota o árbitro em seu desempenho, reúne em si
mesma, uma importância que às vezes não é consciente. Fatores como estes norteiam o desenvolvimento de uma
boa arbitragem.

Controle emocional e controle de stress

    Manter o autocontrole e mostrar um bom domínio das diferentes emoções nas que se encontra o árbitro, é uma
das qualidades que, desde a investigação aplicada, assume como destreza a demandar qualquer pessoa que
desenvolve processos de arbitragem esportiva.

Motivação

    Estar motivado nas competições é uma das condições que, desde os diferentes estudos empíricos, também se
mostra como básica para otimizar e dirigir a tarefa do árbitro a níveis de excelência global.

Autoconfiança

    Diferentes estudos mostram, entre outras questões, que para ser um bom árbitro é necessário ter boa
autoconfiança e uma consolidada segurança em si mesmo (Alker, Straub & Leary, 1973; Fratzke, 1975; Ittenbach &
Eller, 1986; González Suarez, 1999).

Estabelecimento de rotinas prévias e preparação psicológica para a competição. As quais ficam


centradas, por exemplo, em:

 Estilo de vida saudável, hábitos de dieta, sono, descanso e atividade física.


 Estabelecimento de rotinas flexíveis nos momentos prévios aos jogos que lhes permita centrar-se nos aspetos
fundamentais do acontecimento esportivo e adaptar-se a possíveis demoras ou aprazamentos imprevistos.
 Preparar a estratégia do jogo (análises objetivo dos estilos de jogo) dos participantes, as características da
torcida e as análises dos próprios pontos fortes e fracos que se possuem nesse momento, para evitar um tipo
de avaliação geral que se faz muitas vezes, qualificando um jogo difícil (o qual produz preocupação) ou fáceis
(o que provoca excesso de confiança).
 Utilização da prática mental, como técnica psicológica a desenvolver nos momentos anteriores ao jogo, com o
fim de ver-se assim mesmo em diferentes situações previstas do jogo, e controlando, por exemplo, o foco da
atenção mais adequado em cada momento, para selecionar eficientemente os sinais relevantes e ignorar os
que são pouco importantes, ou para controlar a ansiedade ou os fatores de stress que surgem desde
qualquer momento.

Conclusões

    Com base no exposto anteriormente, pode-se chegar às seguintes conclusões:

 É de grande importância que todos os envolvidos com a arbitragem esportiva tomem consciência da aplicação
da psicologia do esporte na preparação psicológica antes, durante e após as competições.
 Intensificar o trabalho interdisciplinar torna-se cada vez mais necessário para a eficiência do arbitragem na
prática esportiva.
 Existe a necessidade que o psicólogo do esporte intensifique cada vez mais seu trabalho em estabelecer as
melhores relações no triângulo esportivo (Arbitro -Treinador - Atleta), relação indispensável durante a
competição.
 Torna-se necessário estender os conteúdos curriculares da Psicologia do Esporte na formação dos Professores
de Educação Física, Psicólogos, Treinadores, Médicos do Esporte e Fisioterapeutas.
 Aumentar a realização de eventos científicos para oferecer uma melhor divulgação dos trabalhos da Psicologia
do Esporte.

Bibliografia

 Dosil, J. (2000). El Psicólogo del deporte. Asesoramiento e intervención. Madrid: Síntesis.


 Cruz Feliu, Jaume (1996). Asesoramiento psicológico en el arbitraje. En Cruz Feliu, J. (ed.), Psicología del
Deporte, pp.245-269. Madrid: Síntesis.
 Gordillo, A .(2000). Intervenção com os pais (pp. 119-132). En Benno Becker Jr. (Ed.), Psicologia aplicada á
criança no esporte. Brasil: Feevale.
 Dosil, J. (2002). El Psicólogo del deporte. Asesoramiento e intervención. Madrid: Síntesis.
 Garcés de Los Fayos, E.J; Elbal, P.C. y Reyes, S. (1999). Burnout en árbitros de fútbol. En Psicología de la
actividad Física y el Deporte: Áreas de investigación y Aplicación (vol. I). VII Congreso Nacional de Psicología
de la Actividad Física y del deporte. Murcia: 19-22 octubre 1999, pp. 628-633.
 Samulski, D. (1992) Emoción. En su: Psicología del Deporte. Teoría y aplicación práctica. Impresora
Universitária/UFMG. Belo Horizonte. pp. 115-130.

O significado de arbitrar: percepções de juízes de futebol


Maria Regina Ferreira Brandão; Sidónio Serpa; Ruy Krebs; Duarte Araújo; Afonso Antonio Machado



Resumo
O objetivo do estudo foi analisar o significado que tem para os árbitros e assistentes do futebol profissional português o ato
de arbitrar. Foram avaliados 47 árbitros da primeira divisão da Liga Portuguesa de Futebol Profissional através de uma
pergunta geral: “Escreva o que significa arbitrar para você”.
A análise dos discursos foi feita de acordo com os procedimentos recomendados por Miles e Huberman (1994). E cinco
categorias se apresentaram: relação com o futebol; custos da prática; emoção para a arbitragem; interação social e meios
de vida.
Os resultados mostraram que estar conectado ao mundo do, a paixão e a relação com outros árbitros são fatores
motivacionais importantes e que fazem com que os mesmos tenham altos graus de excitação e prazer em sua atividade
laboral. Também se pode entender que a tarefa de arbitrar é geradora de estresse e burnout.
Introdução
De acordo com Weinberg y Richardson (1990), Cruz (1997) e Valdés e Brandão (2003) a arbitragem desportiva deveria ser
um campo específico de investigação da Psicologia do Esporte, já que o comportamento dos árbitros tem um grande
impacto não somente no desempenho dos jogadores (Philippe et al., 2009) como também alternando involuntariamente o
resultado final de uma partida ou de uma competição (Guillén y Jiménez, 2001).
É interessante notar que a evolução e intervenção psicológica na arbitragem até o momento não tem recebido a atenção
necessária por parte dos investigadores, em comparação com os estudos realizados em desportistas ou treinadores de
modalidades (Gimeno et al., 1998). Para Guillén e Jiménez (2001) ao contrário do que possa parecer em um primeiro
momento, a arbitragem representa uma grande complexidade, fazendo-se necessário um maior conhecimento e
profundidade da mesma.
O contexto da arbitragem inclui aprendizagem, prática e treinamento de habilidades; o desenvolvimento, a implementação e
a avaliação de metas em curto prazo na busca de metas alongo prazo; aprender a lidar com o fracasso e o êxito; aprender
a aceitar a retroalimentação dos outros e apreciar o valor da motivação, do esforço e da persistência. Em outras palavras, o
contexto do trabalho arbitral inclui a avaliação e a comparação social, como quase sempre, o resultado dos esforços
individuais dos árbitros são públicos, tanto aos companheiros, como a pessoas significativas (Woolger y Power, 1993).
Em geral, a atividade dos árbitros no futebol está associada a diferentes condições que geram estresse psicológico. As
críticas por parte dos treinadores, jogadores, meios de comunicação e fãs, assim como A “raiva” dos entusiastas que
comumente crêem que eles tendem a perseguir sua equipe (Balch y Scott, 2007); o abuso verbal, as ameaças físicas, as
agressões e a avaliação pelos companheiros de arbitragem (Weinberg y Richardson, 1990; Luz, 2000; Alonso-Arbiol et al.,
2008) fazem parte do dia a dia dos árbitros. Taylor et al. (1990); Garcés de los Fayos, Elbal y Reyes (1999); Luz (2000)
indicaram como conseqüência burnout e aposentaria prematura que podem refletir o fracasso em lidar com perturbações
devidas aos conflitos interpessoais, conflitos de papéis, medo do fracasso e ambiente de trabalho ruim.
Os processos subjetivos de avaliação de uma atividade ajudam a guiar o comportamento, definem metas e estabelecem
padrões de conduta. Em outras palavras, a subjetividade pode esclarecer o papel ativo das pessoas em perceber a
realidade e guiar suas atitudes e comportamentos no esporte, sua direção e intensidade. Mas a subjetividade está
constituída por diversos elementos que procedem de diferentes esferas da experiência, o que significa que ao invés de
relacionados com o ambiente social, são essencialmente ligados a ela (González Rey, 2003).
O arbitrar, como qualquer atividade desportiva não é apenas a expressão de necessidades fisiológicas, mas também dos
processos subjetivos que orientam sua prática. Cremos que a forma em que o árbitro subjetiva sua atividade no contexto
em que ele corresponde atuar pode gerar ativações emocionais diferenciadas.
Os sentidos subjetivos de cada árbitro, altamente diferenciados e muito pessoais em sua configuração, vão provocar todo
um conjunto de reações também diferenciadas.
Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar a percepção dos árbitros e assistentes de futebol da primeira divisão da Liga
Portuguesa de Futebol Profissional sobre o significado que para eles tem o ato de arbitrar tendo em conta a categoria, sua
condição de árbitro ou assistente, se o nível onde atua é nacional ou internacional e o tempo de experiência.
Para atingir a meta, foi utilizada uma abordagem qualitativa. Esse tipo de abordagem permitiu que os investigadores se
introduzissem na trama subjetiva dos árbitros relacionada com sua profissão, além de avançar na compreensão das
experiências dos participantes expressas em temas tratados nas entrevistas.

Você também pode gostar