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Dionisio Alencar

CAPÍTULO 1

ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO FUSAL

Ao fixar-se a origem de um esporte é necessário distinguir


sua parte prática e recreativa da parte organizacional e
administrativa.

Romeu Pires Osório, no livro futebol de salão e outros esportes


de Moacir Daiuto:
O jogo é uma atividade universal e, portanto a idéia de se
começar a praticar um jogo pode ter surgido da forma mais
diversa. O que nos interessa é simplesmente dizer que estes
jogos podem ter existido, mas, como jogo organizado e
regulamentado, só podemos considerar no momento em que
alguém, ou um grupo de pessoas, dá uma forma e organiza
essas atividades. Assim sendo somente consideramos a
existência de um jogo no momento em que se começa a praticar
de acordo com regras de comum acordo aceitas.
Segudo o prof. Crodoaldo Paulo de Mesquita, no livro Futebol de
Campo e Futebol de Salão:
“Embora o futebol a salão não seja uma modalidade
esportiva muito antiga, fixar a sua origem não é tarefa muito fácil.
Para ser considerado esporte é necessário que haja um
regulamento, possua uma organização e regras aceitas de
comum acordo. Com o futebol de salão, oriundo com certeza das
“peladas”, com bolas de meias aconteceu o mesmo. Inicialmente
a prática era motivada simplesmente pelo prazer de jogar em si,
sem preocupação de regras, aos poucos, foi recebendo um
caráter mais sério, até que alguém resolveu regulamenta-lo”.

DÉCADAS DE 20 E 30

- 1924 e 1928 – Uruguai bi-campeão olímpico de futebol.


- 1930 – Uruguai – Campeão da 1ª Copa do Mundo, em jogo
realizado em Montevidéu no dia 31 de julho, vencendo a
Argentina por 4x2.

Todas estas conquistas estimulam a prática do futebol


naquele país. Jogava-se futebol em qualquer lugar, nas ruas,
nas quadras de basquete, nos salões. A prática leva à
regulamentação e, dentro dos clubes, encontra-se o local
propício para que este jogo seja organizado.

1933 – São redigidas as primeiras regras de futebol de salão


pelo Secretário do Departamento de Menores da Associación
Cristiana de Jovens de Montevidéu (A.C.M.), o argentino
JUAN CARLOS CERIANI.
As primeiras regras foram baseadas no futebol,
basquetebol, handebol e pólo aquático. Cada equipe era
composta de seis jogadores; a quadra devia medir no máximo
26m de comprimento e 12m de largura; as metas 4m de
largura por 2m de altura; as bolas não podiam pular
demasiadamente; a duração da partida 40 minutos, tendo
cada equipe o direito de um pedido de tempo em cada período
de jogo, como no basquetebol; não há impedimento; proibição
do goleiro de lançar a bola além da linha divisória da quadra
(extraída do pólo aquático); não podia chutar de qualquer
ponto e sim a certa distância (extraída do handebol).
A autenticidade destas regras é contestada por algumas
pessoas, principalmente pelo estudioso brasileiro Luis
Gonzaga de Oliveira Fernandes por ocasião do I Congresso
das Federações de Futebol de Salão, no Rio de Janeiro em
1967. Gonzaga contestou, mas não fundamentou a sua
afirmativa.
O testemunho mais importante sobre a autenticidade
destas regras é o do Sr. Asdrúbal Monteiro, ex-secretário da
Associação Cristã de Moços (A.C.M.) do Rio de Janeiro que
afirma ter recebido em 1933 do próprio Sr. Juan Carlos
Ceriani uma cópia destas regras, por ocasião de um curso no
Uruguai, juntamente com os Srs. João Lotufo e José Rothier.

1936 – Rio de Janeiro – foi publicada na Revista Educação Física


N.º 6, em um trabalho do brasileiro Roger Grain, a primeira regra do
futebol de salão do Brasil.
Final da década de 30- Habib Mahfuz, Pedro Rosa, Vinício
Fanucchi, Affonso Bullara, Francisco Gil Cláudio - Os grandes
precursores do Futebol de Salão

Estes jovens sócios da A.C.M de São Paulo, praticantes do futebol,


de suas “peladas” nas quadras de basquete foi-se desenvolvendo o
gosto pelo futebol de salão e novos adeptos foram somando ao
grupo. Graças ao trabalho desses jovens, que com seu grande
espírito empreendedor e organizacional levaram o futebol de salão
a se desenvolver até a sua consagração popular e a sua posterior
oficialização como esporte.

- As primeiras balizas eram pintadas na parede.


- As primeiras bolas eram de futebol de campo com
enchimento de crina vegetal, serragem ou cortiça
granulada, nunca chegando às especificações das
primeiras regras (350g), pois estas tinham o peso em torno
de 1 quilo.

1942 – O jogo tomou impulso em todas as A.C.M da América do Sul


e em muitas delas tornando-se um problema disciplinar entre os
adultos.
- Na Conferência de Diretores de Educação Física das
A.C.M. Sul-Americanas, foi recomendado que o futebol de
salão deveria ser limitado à prática somente por menores,
tendo sido a A.C.M. de São Paulo a única que continuou
com ele em seu programa normal para adultos.
- Cria-se na A.C.M de São Paulo a Comissão de Futebol de
Salão.
1942 a 1948 – O futebol de salão é difundido nos clubes.
- Em 1946, na reunião do Conselho Departamental de Educação
Física da A.C.M. de São Paulo, o Sr. Habib Mahfuz, então
presidente da Comissão de Futebol de Salão apresentou proposta
de se colocarem traves no ginásio em substituição as linhas
pintadas na parede, discutiu a violência, se deveria ou não permitir
o uso das paredes para as tabelas, como aperfeiçoar a bola, etc.

1948 e 1949 – A Comissão de Futebol de Salão do Conselho


Departamental de Educação Física da A.C.M. de São Paulo,
dedicou-se a um estudo profundo deste esporte.

1950 – Foram redigidas as novas regras pela Comissão de Futebol


de Salão da A.C.M. de São Paulo, formada por Asdrúbal Monteiro,
então diretor do Departamento de Educação Física, Francisco Gil
Cláudio, Vinício Fanuchi, Armando Giovedí, Affonso Bullara, Habib
Mahfuz e Nicolau Bicari Neto.

Em sua introdução é citada a seguinte afirmativa: “Este


esporte que foi por alguns anos praticado em várias A.C.M. da
América do Sul, nasceu na A.C.M. de Montevidéu, Uruguai”.

1954 – 25 de fevereiro - é criada a Liga de Futebol de Salão da A.


C.M. de São Paulo, quando foi disputado um grande campeonato
aberto em comemoração do IV Centenário da Cidade de São Paulo
- No dia 26 de julho é fundada a Federação Metropolitana de
Futebol de Salão (atual Federação de Futebol de Salão do
Estado do Rio de Janeiro), tendo como presidente Sr.
Ammy de Morais.
- No dia 28 de agosto é fundada a Federação Metropolitana
de Futebol de Salão de São Paulo.

1955 – No dia 3 de setembro, foi inaugurada a quadra do América


Futebol Clube na praia de Iracema em Fortaleza, com uma partida
exibida entre associados do América. Os times tomaram o nome de
América, treinado por Lívio Amaro e Diabos Rubros, treinado por
César Vieira, onde o América venceu por 15x3, este jogo foi o
marco maior para o desenvolvimento do Futebol de Salão do Ceará.
- No dia 9 de setembro, na quadra do América foi realizado o
primeiro jogo oficial no Ceará e os protagonistas foram
América e Clube Líbano Brasileiro, com América vencendo
por 7x4
- Setembro – criada a primeira Comissão Executiva para o
Primeiro Campeonato Aberto do Ceará, composta de:
presidente – Livio Amaro, secretário - Wildo Celestino (Didi)
e diretor de esporte - José Itamar Grangeiro. Este
campeonato teve como jogo final as equipes do América e
do Jacarecanga, quando o América venceu por 5x4.
- É fundada a Federação Mineira de Futebol de Salão. no dia
4 de dezembro de 1955.
- É fundada a Federação Paulista de Futebol de Salão,
tendo como presidente Habib Manfuz.

1956, 27 de janeiro – é fundada a Federação Cearense de Futebol


de Salão, tendo como presidente o Sr. Luis Carlos Aguiar.
- São fundadas as seguintes federações:
Paranaense – 10/02/56
Gaúcha – 04/06/56.
Baiana – 05/09/56.
- 27 de outubro – é realizada a partida final do I Campeonato
Cearense entre as equipes Vargas Filho e do América vencido pelo
Vargas Filho por 6x4 em jogo realizado na quadra de Fenix
Caxeiral.

1957, 5 de fevereiro – O presidente da Confederação Brasileira


Desportos (CBD), Sylvio Pacheco criou o Conselho Técnico de
Assessores de Futebol de Salão com o objetivo de conciliar as
divergências existentes e dirigir os destinos do futebol de salão.
- 25 de agosto é realizada em Belo Horizonte a primeira
tentativa para fundar a Confederação Brasileira de Futebol
de Salão, em reunião da qual participaram representantes
das federações carioca, cearense, catarinense, mineira,
paulista e capixaba, tendo como convidado de honra o
então presidente do CND, Geraldo Staling Soares. Sem ter
obtido, contudo a aprovação do CND.
- 1957, foi fundada as Federações catarinense e a norte-rio-
grandense de Futebol de Salão

1958, 24 de março – a Confederação Brasileira de Desportos,


oficializou a prática do futebol de salão, uniformizando suas regras
e aceitando como filiadas as federações estaduais.
- É criado o conselho técnico de futebol de salão, órgão
subordinado ao CND.
1959 – Foi realizado em São Paulo o 1º Campeonato Brasileiro.
Campeão - Rio de Janeiro (na época estado da Guanabara), Vice-
Campeão – São Paulo, 3º lugar – Ceará.
– Em 1959 foi fundada a Federação de Sergipe.

Na década de 60 foram fundadas as Federações de Pernambuco,


do Distrito Federal e da Paraíba.

1962 – É fundada a Federação Paraguaia de Futebol de Salão.

1965 – Paraguai – 1º Campeonato Sul-Americano de Futebol de


Salão, campeão - Paraguai.
- É fundada a federação uruguaia de Futebol de Salão.

1967, Rio de Janeiro – 1º Congresso Nacional das Federações de


Futebol de Salão. Organizado por Luis Gonzaga de Oliveira
Fernandes contando com o apoio de João Havelange e com o tema
principal “Discutir a história e paternidade do futebol de salão”.
Após algumas exposições de teses e discussões e baseado
na falta de documentos comprobatórios da paternidade do futebol
de salão, e afirmando que o Brasil foi o primeiro país a
regulamentar e organizar a modalidade, de modo a permitir sua
prática de maneira uniforme, o congresso chegou as seguintes
conclusões:
“O futebol de salão é um esporte genuinamente brasileiro, o
primeiro de aceitação universal, altamente técnico, emocionante e
salutar;
Foi na ACM brasileira que ele surgiu, e aos paulistas cabe à
honra da primeira regulamentação sendo no Brasil que ele se
organizou primeiro;
Foi graças à ação de brasileiros que ele atravessou fronteiras;
Não existe nome de pessoa que criou o esporte, mas um
grupo de pessoas que introduziram na ACM, de São Paulo, nos
idos de 1930, praticados por menores de 18 anos a titulo de
recreação.

Portanto até que apareçam provas documentais,


prevalecem às conclusões acima. Além do mais, a FIFUSA em seu
estatuto, aprovado por aclamação em 25 de julho de 1971, quando
trata das regras do jogo, Capitulo X, artigo 15º diz: “As regras do
jogo tem a sua origem no Brasil, legítimo criador do futebol de
salão, as quais são oficialmente adotados pela Confederação
Brasileira de Desportos, nos termos do artigo dos estatutos pela
Confederação Sul Americana de Futebol de Salão”.
Por ocasião da aprovação destes estatutos estiveram
presentes Felipe Ramon Figueroa e Rubem Eguia, presidente e
delegado da Federação Uruguaia, respectivamente. Os dois não
fizeram a menor contestação ao artigo acima, mesmo sendo
representante do país que reivindica a primazia da criação do
futebol de salão.

1969 – É fundada a Confederação Sul-Americana de Futebol de


Salão (CSAFS), tendo como primeiro presidente o brasileiro Luiz
Gonzaga de Oliveira Fernandes.
- Na década de 70 tiveram origem às federações do Acre, do Mato
Grosso do Sul, de Goiás, do Piauí, de Mato-Grosso e do Maranhão.
1971 – São Paulo, é fundada a Federação Internacional de Futebol
de Salão (FIFUSA), tendo como sede a cidade de São Paulo e
como primeiro presidente o brasileiro João Havelange. A iniciativa
foi da CSAFS e da CBD e as entidades nacionais fundadoras foram
o Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru, Portugal e Uruguai.
Todo o trabalho administrativo e de divulgação da criação da
FIFUSA para outros países foram feitos por Luis Gonzaga de
Oliveira Fernandes, uma vez que João Havelange à frente da CBD
e em franca campanha para sua eleição a presidência da FIFA não
dispunha de tempo para o futebol de salão.
1973, 03 de outubro – A CBD convocou uma reunião com
representantes de 18 federações filiadas com o fim específico de
estudar o processo para da fundação da CBFS.
Para presidir esta Assembléia Geral, foi indicado Hélio Babbo,
diretor de Desportos Terrestres da CBD. A eleição para presidente
da CBFS foi realizada no dia 23 de novembro, tendo sido eleito
Waldir Nogueira Cardoso e como vice-presidente Gerson Coutinho,
ambos do Rio de Janeiro.
A diretoria eleita deveria dirigir os destinos do futebol de salão
no período de 1974 a 1979.
Ao encerrar a reunião Hélio Babbo saudou os eleitos e falou
que a CBFS somente teria vida real após tramitação do seu
processo pelo CND – MEC e homologação final pela presidência da
república.
A exemplo do que já ocorrera em 1957 o CND não deferiu a
decisão.
1979 – é criada a Confederação Brasileira de Futebol de Salão
(CBFS).
Até 1979, a entidade responsável pelo futebol de salão no
Brasil foi a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que
naquela época dirigida pelo almirante Heleno Nunes, irmão do vice-
presidente da república Adalberto Leal Nunes, era a entidade que
comandava o futebol brasileiro e mais 32 modalidades esportivas.
Infelizmente os arquivos da CBD contendo dados que
ajudariam a contar a história do futebol de salão brasileiro foram
literalmente levados pelas águas, em face de uma grande enchente
que inundou as dependências do estádio Maracanã onde se
encontravam guardados todos os documentos.
Parte da história do futebol de salão é contada puxando–se
pela memória daqueles que dela fizeram e ajudaram a construí-la.
O então presidente do C.N.D. Giulite Coutinho, já com meta
de ser presidente da CBD tinha um plano em vista: criar uma nova
entidade para dirigir o futebol e desse modo seria obrigatório uma
eleição. Os esportes amadores fundariam suas confederações e
aqueles que não tivessem condições ficariam numa entidade
chamadas Confederações Brasileiras de Desportos Terrestres.
Giulite Coutinho sabendo que os salonistas brasileiros não
andavam nada satisfeitos com a administração de Heleno Nunes na
CBD para com o futebol de salão, e dando andamento a sua
estratégia montada, trabalhando com Helio Barbosa, cearense
radicado no Rio de Janeiro e com o então presidente da F.C.F.S
Carlos Alberto Farias, convidaram o dirigente do futebol cearense
Joseneas Barroso para fazer um trabalho junto as federações do
norte e nordeste minando o império de Rubem Monteira, dirigente
do futebol pernambucano, que dominava os votos das duas
regiões. O trabalho foi excelente, a ponto do almirante Heleno
Nunes não se candidatar a CBF, pois não tinha como ganhar as
eleições. Com o desmembramento da CBD é criada no dia 15 de
junho a Confederação Brasileira de Futebol de Salão, tendo como
presidente o cearense Dr. Aécio de Borba Vasconcelos, sendo
escolhida a cidade de Fortaleza como sede.
- Nos anos 80 foram fundadas as federações do Amazonas, a de
Rondônia, a do Pará, a de Alagoas, a do Espírito Santo e a do
Amapá.
FIFA X FIFUSA
O futsal sempre foi uma ameaça à popularidade do futebol de
campo, principalmente nos tempos atuais em que cada vez se
encontra menos locais apropriados para a prática do futebol e a
inviabilidade financeira para construção de grandes estádios.
Ao contrário do futebol, onde as regras não acompanharam a
evolução dos tempos, o futsal com as modificações das regras,
sempre procurou dar uma maior dinâmica ao jogo.
Além do mais, o avanço do futsal está muito ligado a sua
presença nos colégios, onde praticamente em todos os
estabelecimentos de ensinos existe pelo menos uma quadra
esportiva, sendo o futsal o esporte mais praticado.
Por essas e outras razões a FIFA sempre procurou criar
obstáculos para todas as competições patrocinadas pela FIFUSA,
haja vista que tentou boicotar os dois primeiros Campeonatos
Mundiais divulgando notícias infundadas e que não permitiria a
realização do primeiro campeonato no Brasil em 1982, em 1985 no
segundo Campeonato Mundial, na Espanha divulgou que o futsal e
outras formas similares deveriam ser controlados por ela e que os
paises não deveriam aceitar o convite para a participação no
referido Campeonato. Forçou a retirada do apoio do Conselho
Superior de Esporte da Espanha, e ameaçou a televisão espanhola
de não transmitir a Copa Mundo de Futebol, em 1986 no México,
caso mantivesse a decisão de transmitir o mundial de futsal.
A FIFA também criou o futebol de cinco tentando enfraquecer
o futsal.
Em 1988 veio o terceiro Campeonato Mundial de Futsal na
Austrália, com a presença de dezesseis paises, estando ausente
somente o Continente Africano. O sucesso foi total, a FIFA
reconheceu a força da FIFUSA e a partir daí as conversas foram
mais amigáveis.
- Na década de 90 foram fundadas as Federações de Roraima e a
de Tocantins.

O ACORDO COM A FIFA (FUTEBOL DE SALÃO E FUTEBOL DE


CINCO)
Após longo período e desavenças, FIFA e FIFUSA
começaram a se aproximar em busca de uma solução pacífica para
o futsal.
Ambas entidades procuravam não abrir mão do comando da
modalidade a nível mundial. A FIFUSA sabia que somente através
da força política e a organização da FIFA é que o futebol de salão,
definitivamente, se consagraria no mundo e poderia concretizar o
sonho de ser olímpico. A FIFA, tinha consciência que mesmo
oficializando a nível mundial o futebol de cinco, a ausência do Brasil
esvaziaria qualquer certame que viesse a ser promovido por ela.
Após longas conversações e acordos foi criada em 1989 a
Comissão de Integração FIFA / FIFUSA com o objetivo de
conseguir uma formula de conciliação para que houvesse somente
um organismo dirigindo o futebol de cinco e o futebol de salão. Em
nível mundial a modalidade passou a ser regida por uma comissão
permanente da FIFA e foi denominado de Futsal o que era tratado
por futebol jogado em superfície reduzida.
Neste mesmo ano a FIFUSA convocou todas as Federações
nacionais para uma assembléia para votação do relatório da
comissão de integração FIFUSA /FIFA. Havia ficado previamente
acertado que na reunião a FIFUSA se auto-dissolveria ensejando a
FIFA a ter o domínio do FUTSAL.
Esta assembléia não teve êxito, pois 12 países e votaram
contra a fusão e apenas sete países, votaram a favor.
Ao Brasil não restou outro caminho, seguir os seus os seus
próprios passos afastando-se da FIFUSA, fato que ocorreu em 1990
e passou a participar internacionalmente em competições
promovidas pela FIFA, entidade esta que criou a Comissão
Internacional de FUTSAL.
Alguns membros da FIFUSA, saudosistas, sem ideias
modernas e descontentes com esta união FIFA e FIFUSA, teimam
em continuar com a FIFUSA, que dia a dia está perdendo terreno
no cenário desportivo mundial, sendo uma entidade não
reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
CRONOLOGIA DOS CAMPEONATOS MUNDIAIS

 1982 – 1º Campeonato Mundial de Futebol de Salão


promovido pela FIFUSA, em São Paulo, tendo como campeão
o Brasil e vice- campeão o Paraguai.
 1985 – 2º Campeonato Mundial de Futebol de Salão
promovido pela FIFUSA, na Espanha, tendo como campeão o
Brasil e vice-campeão a Espanha.
 1988 – 3º Campeonato Mundial de Futebol de Salão
promovido pela FIFUSA, na Austrália, tendo como campeão o
Paraguai e vice- campeão o Brasil.
 1989 – 1º Campeonato Mundial de Futsal promovido pela
FIFA, na Holanda, tendo como campeão o Brasil e vice-
campeão a Holanda.
 1992 – 2º Campeonato Mundial de Futsal promovido pela
FIFA, na China (Hong Kong), tendo como campeão o Brasil e
vice-campeão os Estados Unidos.
 1996 – 3º Campeonato Mundial de Futsal promovido pela
FIFA, na Espanha, tendo como campeão o Brasil e vice-
campeão a Espanha.
 2000 – 4º Campeonato Mundial de Futsal promovido pela
FIFA, na Guatemala, tendo como campeão a Espanha e vice-
campeão o Brasil.
 2004 – 5º Campeonato Mundial de Futsal promovido pela
FIFA, na China (Taipei), tendo como campeão a Espanha e
vice-campeão a Itália.
 2008 – 6º Campeonato Mundial de Futsal promovido pela
FIFA, no Brasil, tendo como campeão o Brasil e vice-campeã
a Espanha.
 2012 – 7º Campeonato Mundial de Futsal promovido pela
FIFA, na Tailândia, tendo como campeão o Brasil e vice-
campeã a Espanha.
CURIOSIDADES HISTÓRICAS DAS REGRAS DO FUTSAL

- Conforme o tamanho da quadra, o futsal chegou a ser jogado


com cinco ou sete jogadores.
- A manifestação da torcida podia significar em penalidade
máxima se o árbitro assim entendesse como um atentado do
jogo.
- As traves eram pintadas na parede.
- As paredes laterais serviam como tabelas.
- O jogador não podia falar durante o jogo.
- O jogador não podia colocar a mão no solo quando estivesse
disputando a jogada.
- As primeiras bolas foram as bolas de número 4 do futebol,
depois colocaram crina vegetal como enchimento e pesavam
entre 800g e 1.000g.
- Dois atletas da mesma equipe não podiam, ao mesmo tempo,
dar combate ao adversário.
- O goleiro, quando do arremesso com a mão não podia enganar
o adversário.
- As limitações das substituições (5,7 e depois 12)
- Não era válido o gol de dentro da área.
- Os fiscais de linha.
- Os arremessos laterais e de canto com as mãos.
- O cartão azul.
- O impedimento.
- Em 1982, a FIFUSA preocupada com a violência e a excessiva
retenção de bola lançou a campanha “AGILIZAR, HUMANIZAR
E EMOCIONALIZAR O FUTEBOL DE SALÃO.”
CAPÍTULO 2

REGRAS OFICIAIS DO FUTSAL

*As regras do futsal deverão ser pesquisadas no site da


Confederação Brasileira de Futebol de Salão – C.B.F.S.

http://www.cbfs.com.br/2009/cbfs/

CAPÍTULO 3

TÉCNICA INDIVIDUAL DOS JOGADORES DE FUTSAL

Definições de Técnica:

- É o domínio do gesto próprio do jogo, através do qual o


jogador obtém o melhor resultado (Garcia e Faílla,1986)

- É a execução dos elementos fundamentais do jogo.

- É o trabalho individual do jogador dentro da equipe.

O jogador começa sua evolução técnica muito cedo e é


desde a iniciação que ele deve ser acompanhado
convenientemente em seu desenvolvimento. Não deve ser deixado
à sua própria intuição, pois, na medida em que vai desenvolvendo a
sua habilidade no contato com a bola, os vícios e os defeitos vão se
acumulando e, às vezes, não mais poderão ser corrigidos.
O ensino da técnica do futsal deve ser desenvolvido
através de processos pedagógicos gradativos, do mais simples para
o mais complexo, através de exercícios planejados e
sistematicamente executados, obedecendo a princípios científicos,
baseados na análise do movimento, na sua mecânica e na ação de
alguns grupos musculares. Por isso, quer na orientação do iniciante,
quer na correção e aperfeiçoamento do jogador já formado, é
necessário atender a todos os seus detalhes, porque o menor deles
é que, por vezes conspira contra a boa atuação de todo o
movimento.
A execução perfeita de um determinado fundamento nos
proporciona uma economia de energia e esforço.
A preparação técnica de um jogador de futsal deve ser
praticamente executada na quadra, porém, as condições e a forma
de sua realização prática devem ser ministradas na teoria, para que
tenha seu intelecto preparado para todas as incidências do
treinamento.

Os elementos da técnica individual dos jogadores de futsal são:

- Chute - Condução - Cabeceio


- Passe - Retomada de bola - Técnica do goleiro
- Recepção - Finta

3.1 CHUTE

3.1.1 Definições:

É o movimento que imprime a bola força e direção visando à


obtenção do gol, ou desvia-la de um setor da quadra que traga
perigo a sua equipe.

É a força que o atleta imprime a bola objetivando ser um chute


defensivo, quando o objetivo é impedir o ataque adversário, ou
ofensivo, tendo como objetivo o gol na equipe adversária (Costa,
2003).

3.1.2 Fatores de eficiência:

a. Equilíbrio do corpo;
b. Posição do pé de apoio;
c. Posição do pé de toque;
d. Força.

Equilíbrio do corpo – no momento do chute o corpo deverá estar em


perfeito equilíbrio. Quando colocamos o pé de apoio no solo,
transferimos para essa perna todo o peso do corpo e nele
procuramos o equilíbrio indispensável ao movimento do chute. A
inclinação do corpo sobre a perna de apoio permite a utilização do
pé de toque. Os braços deverão estar afastados do corpo.
Posição do pé de apoio – F1
o pé de apoio é o que se
assenta no solo no momen-
to do chute é dele que de- F3
penderá a trajetória da
bola.
F2

- Bola rasteira: o pé de
apoio deverá estar para-
lelo a bola.
- Bola meia altura e alta:
o pé de apoio deverá estar um pouco
atrás da bola.
* Na figura 3, o pé de apoio está na frente da bola, assim estando
no momento do chute, a precisão e a trajetória da bola sairão
irregular.

Posição do pé de toque – o pé de toque é o pé que chuta.


A perna do pé de toque realiza um movimento de um pêndulo
que, ao tocar na bola, a articulação do joelho está inicialmente
flexionada, e após o toque é completada a extensão, propor-
cionada por um grupo muscular potentíssimo da coxa que é
o quadríceps.

Força – a força é um fator quer depende dos outros três fatores já


citados, pois para conseguirmos um chute forte é necessário que o
pé de apoio esteja paralelo à bola (bola rasteira) e um pouco atrás
da bola (bola meia altura e alta), tocando-a com segurança e em
perfeito equilíbrio.

3.1.3 Classificação:

a. Quanto ao objetivo:
Os chutes podem ser ofensivos e defensivos.
- Chute ofensivo: tem como objetivo finalizar uma ação de ataque.
- Chute defensivo: tem como objetivo impedir uma ação de ataque.

b. Quanto à trajetória da bola:


Quanto à trajetória da bola os chutes podem ser:
- Chute rasteiro: a bola fica em contato com o solo
durante a sua trajetória.
- Chute meia altura: a bola segue sua trajetória pelo ar,
em uma altura de no máximo um metro do solo.
- Chute alto: após o contato do jogador com a bola,
a mesma deixa o solo seguindo sua trajetória pelo
ar em uma altura acima de um metro.

c. Quanto a execução:

Quanto à execução os chutes podem ser:

- Com a parte interna do pé (bandinha);


- Com a parte externa do pé (trivela);
- Com o dorso do pé (peito do pé);
- Como a extremidade anterior do pé (bico);

- Chutes com bola no ar - Sem pulo


- Voleio
- Bate pronto
- Bicicleta
Com a parte interna do pé (bandinha) – é o chute mais preciso em
termos de precisão, pois a superfície de contato do pé com a bola é
muito grande, porém é o chute de menos força.

Com a parte externa do pé (trivela) – não é muito recomendado, por


dar a bola uma trajetória irregular, é um chute de pouca precisão.
Se bem aplicado trás dificuldade para a defesa do goleiro, pois a
bola vem girando em velocidade.
Com o dorso do pé (peito do pé) – é um chute bastante usado no
futsal pois, caracteriza-se pela sua boa direção e pela sua potência.

Como a extremidade anterior do pé (bico) –


apesar de ser um chute em que o jogador
imprime muita força, ele não muito preciso,
principalmente coma a bola em movimento.
É bastante usado nas cobranças de
penalidades máximas e tiros livres sem barreira.

Chutes com bola no ar –

- Sem pulo
- Voleio
- Bate pronto
- Bicicleta

- Sem pulo - caracteriza-se pelo fato de o


jogador permanecer com um dos pés no
solo e o outro indo de encontro a bola.

- Voleio - o jogador dará um salto, ficando


com as duas pernas no ar, quando
acertará a bola com o dorso do pé.
- Bate pronto - a bola vem na descendência,
neste momento,o jogador vai ao seu encontro,
tocando-a quase que simultaneamente ao seu
contato com o solo.

- Bicicleta - é uma técnica espetacular, empregada


quando o jogador está de costas para o gol, ele
dará um impulso com uma das pernas, fazendo
uma elevação de todo o corpo do solo, efetuando
um movimento de troca de pernas no ar, tocando
a bola de maneira precisa, causando surpresa para
o goleiro.

3.2 PASSE

3.2.1 Definições:

 É o meio de intercomunicação da bola entre os jogadores da


mesma equipe.
 É a maneira pela qual se coordena as movimentações, sendo
elas pré-estabelecidas ou não, unindo lances e harmonizando
o conjunto.
 É à base do conjunto da equipe.
 É um processo técnico usado em quase todos os momentos
da partida, na defesa, na armação e no ataque.

3.2.2 Fatores de eficiência:

a. Precisão;
b. Direção;
c. Velocidade da bola;
d. Deve-se sempre enganar o adversário quanto a sua intenção
para onde vai passar;
e. Passar sempre para o espaço vazio na frente do companheiro.
3.2.3 Classificação:

a. Quanto à trajetória da bola:

Quanto à trajetória da bola os


passes podem ser:

- Passe rasteiro – a bola fica em


contato com o solo durante sua trajetória.
- Passe meia altura – a bola segue sua
trajetória pelo ar, em uma altura de no
máximo um metro do solo.
- Passe alto – após o contato do jogador
com a bola, esta deixa o solo seguindo
sua trajetória pelo ar em uma altura acima
de um metro.
- Passe parabólico – após ser tocada pelo
jogador, a bola descreve uma trajetória
parabólica.
b. Em relação ao espaço de jogo:

PASSE PARALELO PASSE DIAGONAL PASSE LATERAL

c. Quanto a execução:

Quanto à execução os passes podem ser:

- Com a parte interna do pé (bandinha);


- Com a parte externa do pé (trivela);
- Com o dorso do pé (peito do pé);
- Como a extremidade anterior do pé (bico);
- De cabeça;
- De calcanhar;
- Com a parte inferior do pé (sola do pé).
Com a parte interna do pé (bandinha) – é o mais utilizado, por
assegurar mais direção e precisão. A margem de erro é pequena,
tendo em vista e extensão da superfície de contato do pé com a
bola.

Com a parte externa do pé (trivela)

Com o dorso do pé (peito do pé)

Com a parte externa do pé (trivela) – é o passe usado em ocasiões


especiais, como por exemplo, quando um jogador se aproxima e o
jogador de posse da bola tenta sair da jogada com um passe
rápido. Em longas distâncias, é um passe não muito preciso e de
difícil recepção.

Com o dorso do pé (peito do pé) – é um


passe muito utilizado quando precisamos
dar mais velocidade e força a bola,
é muito utilizado quando precisamos
passar em maiores distâncias.

Como a extremidade anterior do pé (bico) – é o


passe mais rápido, toca-se a bola com a ponta
do tênis. É pouco usado, pois é muito impreciso
a superficie de contato com a bola é muito
pequena.
De cabeça – é o passe usado em bolas altas
e que está fora de alcance dos pés. No mo-
mento do passe os olhos deverão estar bem
abertos, o local que toca a bola para dar maior
direção é a parte anterior da cabeça (testa).

De calcanhar – normalmente é usado


em ocasiões em que o jogador não tem
outra alternativa, e quer sair da marcação
individual rapidamente. É o passe mais
impreciso.

Com a parte inferior do pé (sola do pé) – é um


passe muito usado pelo jogador que exerce a
posição de pivô no futsal, quando está sendo
marcado pelo adversário por trás e está de
costas para o gol, é utilizado em passes curtos.

Como passes especiais ou “passes em elevação”, temos


o gancho ou a cavadinha. Esses tipos de passes são
executados com a face ântero-posterior do pé, onde, a
trajetória da bola descreve uma parábola.
Na cavadinha, o contato com a bola é a ponta do pé,
tocando a parte de baixo da bola num movimento rápido
para cima, fazendo com que a bola passe por cima do
adversário e chegue até o companheiro.
Quando queremos passar a bola para um companheiro
em uma longa distância, utilizamos o passe de gancho,
onde a superfície de contato com a bola é o dorso do pé,
nesse sentido o impacto é mais forte.

3.3 RECEPÇÃO

3.3.1 Definições:

É um fundamento executado com qualquer parte do corpo


visando reduzir a velocidade da bola quando essa vem ao seu
encontro e mantendo sobre o seu controle.
É o ato ou ação de amortecer a bola ou recebê-la, vinda pelo
solo ou pelo ar, visando dar seqüência à movimentação do jogo.
(Costa, 2003).

3.3.2 Fatores de eficiência:

a. Bom domínio de bola;


b. Bom controle de bola;
c. Boa velocidade de reação.

3.3.3 Classificação:

a. Quanto à trajetória da bola:

Quanto à trajetória da bola as


recepções podem ser:

- Bolas rasteira;
- Bola parabólica (alta);
- meia altura.

b. Quanto a execução:

Quanto à execução as recepções podem ser:

- Com a parte interna do pé (bandinha);


- Com a parte externa do pé (trivela);
- Com o dorso do pé (peito do pé);
- Como a extremidade inferior do pé (sola do pé);
- Com a coxa;
- Com a cabeça;
- Com o peito.

Com a parte interna do pé (bandinha) – usada em bolas de


trajetória rasteira e meia altura. É a mais eficiente, pois o local de
contato com a bola é a superfície triangular do pé que vai do alux
até o calcanhar.
Com a parte externa do pé (trivela) –
usada em ocasiões excepcionais,
quando por exemplo, a bola está a
meia altura e difícil controle com a
parteinterna do pé.

Com o dorso do pé (peito do pé) –


usada em bolas de trajetória alta.
Na descida da bola, coloca-se o pé
em baixo da bola, fazendo uma
ligeira extensão do joelho que
deverá coincidir com a velocidade
da bola.

Como a extremidade inferior do pé (sola do pé) – poderá ser usada


tanto em bolas altas como em bolas rasteiras. Em bolas altas o
jogador deverá esperar a bola tocar o solo, quando elevará o pé
prendendo-a contra o solo. Em bolas rasteiras o atleta
simplesmente eleva a ponta do pé, prendendo-a contra o solo. É
uma técnica de recepção usada principalmente pelo pivô.

Com a coxa – é uma técnica de recepção


muito segura, pois a superfície de contato
da bola é muito grande. É usada em bolas
altas. No momento em que a bola entra
em contato com a coxa, deve-se fazer
uma extensão do joelho correspondendo
a mesma velocidade da queda das bola.

Com a cabeça – é indicada para ser usada


em bolas altas. No momento em que a bola
toca na testa do jogador os olhos deverão
estar abertos. Neste contato com a bola, os
joelhos deverão fazer uma ligeira flexão, uma
perna deverá ficar à frente e a outra atrás, a
cabeça deverá realizar um movimento de
retração, deixando a bola cair ao solo.
Com o peito – a recepção com o peito poderá ser usada tanto em
bolas vindo na vertical, como em bolas vindo na horizontal.
Bola na vertical: O jogador deverá fazer uma hiperextensão de
tronco com uma abertura lateral de braços.
Bola na horizontal: Ligeira flexão de tronco com abertura lateral de
braços.

3.4 CONDUÇÃO

3.4.1 Definições:

É a maneira de manter a bola em seu poder dando


progressividade a jogada.

É a forma de andar ou correr com a bola, próxima ao pé, por


todos os espaços possíveis do jogo, protegendo-a quando
acossado pelo adversário (Voser, 2003).

3.4.2 Fatores de eficiência:

a. A bola deverá estar em poder do jogador e o mais perto possível.


b. Manter o campo visual da bola e da quadra, não se fixando na
bola, isto é, evitando abaixar a cabeça;
c. Manter o equilíbrio do corpo;
d. Executar toques rápidos e curtos.
3.4.3 Classificação:

a. Quanto à trajetória da bola:

Quanto à trajetória da bola as


conduções podem ser:

- retilínea;

- sinuosa;

b. Quanto a execução:

Quanto à execução a condução poderá ser executada com


o dorso do pé sendo direcionada tanto para o lado interno do pé,
como para o lado externo do pé, e em ocasiões especiais pode-se
conduzir com a extremidade inferior do pé (sola dos pés), como por
exemplo, quando o jogador está conduzindo pela lateral da quadra,
tentando proteger a bola, evitando que o adversário apodere-se da
mesma. A maneira mais utilizada de se conduzir a bola é com o
lado interno e externo do pé simultaneamente.

A maneira mais utilizada de se conduzir a bola é com o


lado interno do pé e externo do pé simultaneamente.

3.5 RETOMADA DE BOLA

3.5.1 Definição:

A retomada de bola, também conhecida como tirada ou


roubada, é a forma de arrebatar a bola do adversário quando este já
está de posse da mesma, ou de impedir que ele dela se apodere.
Com a evolução das regras e dos sistemas táticos do futsal,
principalmente no que se refere à marcação, onde usamos
constantemente a marcação individual, este fundamento é de
fundamental importância, pois um jogador que desenvolve bem este
fundamento sempre levará vantagem sobre o adversário.

3.5.2 Fatores de eficiência:

a. No desarme, nunca correr precipitadamente sobre o seu


oponente, pois assim fazendo, estará sujeito a levar uma finta.
b. Ao abordar o adversário, o jogador deverá entrar na bola sempre
com o lado interno do pé, oferecendo uma maior resistência de
contato.
c. Olhar sempre para a bola, não deixando de ficar atento aos
movimentos do adversários.
d. Nas antecipações, ter a preocupação de tomar a frente do
adversário sem fazer falta.
e. Quando da realização do tranco, tomar o cuidado de atingir o
adversário somente com ombro.

3.5.3 Classificação:

- Retoma da de bola com antecipação;


- Retomada de bola com desarme;
- Retomada de bola com tranco.

Retomada de bola com antecipação –


no momento em que o marcador pres-
sente que o passe vai ser feito para o
adversário que está mais perto dele,
imediatamente deve-se aproximar e
tomar uma posição que lhe permita
rodear o adversário e alcançar a bola
antes dele, isto é, antecipar-se.

Retomada de bola com desarme – nem


sempre é possível antecipar-se do ad-
versário. Frequentemente o adversário
está com a bola nos pés, perfeitamente
em seu domínio, é aí que entra o desar-
me, que caracteriza-se por um avanço
ao adversário com os pés. Nesta ocasião
é que sempre acontecem as faltas de tiro
livre direto, como carrinho, calço, tranco
por trás, empurrar, levantar o pé alto, etc.

Retomada de bola com tanco – o tranco


é um confronto de ombro com ombro. O
tranco só é permitido quando em disputa
de bola, estando em condições de ser
jogada por ambos os disputantes. Se no
momento do tranco o jogador fizer qual-
quer ação de braços coma intenção de
levar vantagem na jogada o arbitro
marcará falta técnica, podendo até
penaliza-lo, com cartão se essa ação for
com o cotovelo.

3.6 FINTA

3.6.1 Definição:

Também conhecida como “drible”, é a técnica de ludibriar o


adversário, tem como finalidade levar vantagem na jogada e
ultrapassa-lo.
A finta é uma habilidade especial, um recurso extraordinário
dos jogadores possuidores de bom domínio de bola, depende de
uma percepção exata dos movimentos do adversário e do momento
de agir em relação a ele. Alguns jogadores conseguem fintar mais
de um adversário de uma só vez. Seu principal objetivo é provocar
um desequilíbrio no adversário.

3.6.2 Fatores de eficiência:

a. Domínio de bola;
b. Velocidade de arranque e de deslocamento;
c. Agilidade;
d. Criatividade;
e. Equilíbrio;
f. Noção de espaço e tempo;
g. Movimento sinuoso do corpo;
h. Capacidade para improvisar;
i. Descontração muscular;
j. Tempo de reação.
3.6.3 Classificação:

a. Quanto a execução:

Quanto à execução as fintas podem ser:

- Finta com bola;


- Finta sem bola.

Finta com bola – pode-se fintar parado ou em movimento, utilizando


mudança de direção, giro ou combinando com o bloqueio ou corta
luz do companheiro de equipe em perfeita sincronização de
movimentos.
Finta sem bola – o jogador pode utilizar o olhar, os movimentos dos
braços, do tronco, das pernas que dão apoio a arrancada, paradas
bruscas, deslocamentos rápidos, mudanças de direções e giros.

b. Quanto ao objetivo:

Quanto ao objetivo as fintas podem ser:

- Fintas ofensivas;
- Fintas defensivas.

Fintas ofensivas com bola – tem como objetivo chegar à meta do


adversário.
Fintas ofensivas sem bola – tem como objetivo sai da marcação do
adversário para ficar em condições de receber a bola do
companheiro de equipe.

Fintas defensivas com bola – seu objetivo é manter a posse de bola


em condições de plena segurança.

Fintas defensivas sem bola – tem como objetivo dar opção de


receber a bola, proporcionando uma melhor movimentação de sua
equipe com o máximo de segurança.
3.7 CABECEIO

3.7.1 Definição:

É o ato de impulsionar a bola com a cabeça.


Deve prevalecer o movimento da ida da cabeça ao encontro
da bola, pois, do contrário pode-se machucar-se.
Com a evolução das regras do futsal, este fundamento passou
a ser muito usado principalmente no que diz respeito às bolas
aéreas, onde os jogadores desafogam sua defesa ao chutar a bola
ao ataque e nos lançamentos do goleiro com as mãos, para a meia
quadra oposta, procurando um companheiro de equipe.

3.7.2 Fatores de eficiência:

a. A bola deverá ser golpeada com a região


frontal da cabeça (testa);
b. Os olhos deverão estar abertos;
c. A musculatura do pescoço deverá estar
contraída,
d. Deve-se fazer uma hiperextensão de tronco
e leva-lo à frente num movimento rápido;
e. Os braços ficarão soltos a frente, a fim de
auxiliar o equilíbrio e o avanço do tronco e da cabeça para o
ataque à bola;
f. A boca deverá estar fechada, evitando assim acidentes;
g. Sincronizar o tempo do cabeceio com a trajetória da bola.

3.7.3 Classificação:

a. Quanto ao objetivo:

Quanto ao objetivo os cabeceios podem ser:

- Cabeceio ofensivo;
- Cabeceio defensivo.

Cabeceio ofensivo – tem como objetivo um passe a um


companheiro de equipe ou finalizar uma jogada de ataque,
procurando o gol.
Cabeceio defensivo – tem como objetivo devolver a bola a um
companheiro de equipe ou desvia-la, tirando-a de uma área de
perigo e desafogando a defesa.

b. Quanto a execução:

Quanto à execução os cabeceios podem ser;

- Em bolas baixas;
- Em bolas meia altura;
- Em bolas altas.

Em bolas baixas – deve-se utilizar a corrida e a impulsão em uma


só perna e um mergulho em direção à bola. Esta ação é também
conhecida como “peixinho”.
Em bolas meia altura – Deve-se utilizar a corrida e a impulsão em
uma só perna.

Em bolas altas – Deve-se utilizar a corrida e a impulsão nas duas


pernas

BOLAS BAIXAS BOLAS MEIA ALTURA BOLAS ALTAS

3.9 TÉCNICAS DO GOLEIRO

Dentro de uma equipe de futsal é o goleiro que ocupa o posto


de maior responsabilidade, pois, além de ter de evitar o gol
adversário, deverá proporcionar contra-ataques rápidos utilizando
arremessos com o pé ou com as mãos. Além de tudo, hoje, com as
condições que as regras proporcionam e aproveitando os sistemas
táticos avançados, pode sair da área de meta e participar das
manobras ofensivas de sua equipe, fazendo a função de um
jogador de linha. Desde a iniciação até o alto rendimento o goleiro
deverá participar nos treinamentos técnicos/táticos específicos dos
jogadores de linha. Em uma equipe de futsal o goleiro é o primeiro
atacante e o último defensor.
Requisitos de um bom goleiro:

a. Agilidade;
b. Velocidade de reação;
c. Flexibilidade;
d. Coordenação;
e. Visão periférica;
f. Passe preciso;
g. Chute preciso e forte;
h. Coragem;
i. Possibilidade de respostas a estímulos;
j. Atenção constante,
l. Concentração.

Pontos fundamentais que deverão ser treinados em um goleiro:

a. Posição de expectativa;
b. Colocação;
c. Mergulho;
d. Arremessos.
e. Saída da área;

Posição de expectativa – é o momento em que


o goleiro se prepara para receber o chute do
adversário. Deverá posicionar-se com a planta
dos pés no solo, com pequeno afastamento
lateral, joelhos semi-flexionados, tronco ligeira-
mente inclinado à frente, braços afastados e
semi-flexionados, musculatura descontraída, e
olhos fixos na bola.

Colocação – a colocação do
goleiro deverá ser de forma
que cubra o melhor possível
à sua meta. Se traçarmos
um triângulo, tendo como
base a meta (na largura dos
postes) e como vértice a
bola, dividindo depois, o ân-
gulo formado por esta ao
meio, nós encontramos a
colocação ideal do goleiro,
que é sempre sobre a bissetriz do ângulo.
Mergulho – são as quedas laterais, é usado quando a bola vem
baixa, meia altura ou alta. É o ato do goleiro estender todo o seu
corpo em direção à bola, procurando abraça-la ou desvia-la.

Arremessos – São as ações ofensivas do goleiro. Os arremessos


quer como pé, quer com as mãos deverão sempre proporcionar um
ataque ou um contra ataque.
Quanto a sua execução os arremessos podem ser:
- Arremesso com o pé: poderá ser utilizado como passe, como
lançamento ou como chute.
- Arremessos comas mãos: poderá ser por cima da cabeça, em
meia altura ou rasteiro.

Saídas da área - É preciso atenção para sair no tempo certo e de


forma correta. O goleiro deverá sair rapidamente em direção à bola,
defendendo-a com qualquer parte do corpo com exceção dos
braços e das mãos.
CAPÍTULO 4

TÁTICAS DO JOGO – SISTEMAS OFENSIVOS E DEFENSIVOS

O futsal é um dos esportes coletivos que mais evoluiu nos


últimos anos, as mudanças das regras, a evolução da preparação
física, o emprego da tecnologia, a realização de grandes eventos
envolvendo países de todos os continentes, fez com que houvesse
também uma evolução nos sistemas táticos.
Os esportes coletivos se caracterizam pela necessidade de
execução de ações motoras de elevada instabilidade e
imprevisibilidade. A execução dos fundamentos técnicos ocorre em
resposta às exigências que o próprio jogo proporciona. Somente a
perfeita execução dos fundamentos técnicos não garante o bom
desempenho de uma equipe, pois o jogo exige de seus praticantes,
ações motoras com bola e sem bola, além da atuação coletiva de
todos os jogadores. Nesse sentido, as estratégias, os sistemas e as
táticas de jogo aparecem como fator fundamental para o sucesso
de uma equipe.

Princípios comuns aos esportes coletivos:

ATAQUE DEFESA
Conservação da bola Recuperação da bola
Progressão dos jogadores e da Impedir a progressão dos
bola até a meta adversária jogadores adversários e da bola
até a minha meta
Atacar a meta adversária Proteger a minha meta
Fonte: Bayer (1984).

Durante um jogo de futsal as estratégias, os sistemas e as


táticas de jogo poderão ser utilizados de maneira mutável e
transitória, pois depende de vários fatores, tais como,
características e condição física de seus jogadores e dos jogadores
adversários, momento do jogo, comportamento tático do adversário,
dentre outros.
Em cada jogo podemos empregar um sistema tático
diferente e em um mesmo jogo adotar uma variação de sistemas
táticos.
A organização de uma equipe dependerá dos seguintes
fatores:

 Sistema de jogo: É o posicionamento básico dos jogadores


na quadra de jogo.
 Tática: é a coordenação dos jogadores entre si dentro de um
determinado sistema de jogo.
 Estratégia: é a elaboração de uma tática, a estratégia é a
teoria e a tática é a prática. São medidas anteriores ao jogo,
portanto precedem à tática.

Segundo Chaves e Ramírez Amor (1998), um jogo de futsal


tem três fases:

 Ataque: quando a equipe tem a posse da bola e objetiva


marcar o gol.
 Defesa: quando a equipe não tem a posse da bola e luta para
recuperá-la.
 Transição: quando a equipe se encontra em mudança de
atitude, de função (ataque-defesa/defesa-ataque),
reposicionando-se.

Fases do jogo
Fonte: Santana (2008), adaptado de Bota; Colibaba, (2001).

Fase de transição:

 Transição ataque para a defesa: acontece após a perda da


posse de bola, onde os jogadores devem retornar ou
agruparem-se atrás da linha da bola.
 Transição da defesa para o ataque: é o contra ataque, que
pode ser induzido ou acontece por um erro adversário.
SISTEMAS DE JOGO

O futsal é um jogo de confronto direto, sua essência está


voltada para ações de ataque e de defesa. Nesse sentido
consideramos dois tipos de sistemas:

 Sistema ofensivo: tem como objetivo chegar ao gol do


adversário através de padrões de jogo, ataques combinados
(jogadas ensaiadas), contra ataques.

 Sistema defensivo: tem como objetivo impedir as manobras


ofensivas utilizadas pelos adversários.

SISTEMA OFENSIVO (SISTEMA DE ATAQUE)

Os sistemas ofensivos correspondem às ações ofensivas de


uma equipe com objetivos de vencer a defesa contrária, e chegar
ao gol adversário através de manobras pré-estabelecidas e contra
ataques.

A tática ofensiva deverá ser sempre empregada em


resposta ao tipo de marcação que está sendo executada pelo
adversário. Para cada tipo de marcação imposta pelo adversário, a
equipe deverá procurar uma tática que melhor possa superar a
marcação.

Os sistemas ofensivos mais utilizados no futsal são:

 Sistemas ofensivos básicos:


- Sistema 2-2.
- Sistema 1-2-1 ou sistema 1-3 /3-1.
- Sistema 2-1-1.

 Sistemas ofensivos avançados:


- Sistema 4-0 ou sistema 4 em linha.
- Sistema 1-2-2 ou sistema 3-2.
- Sistema 2-1-2.
SISTEMA 2-2

O sistema 2-2 é bastante utilizado por equipes iniciantes e


por equipes com condições técnicas e táticas limitadas.

É o pioneiro entre os sistemas, foi bastante utilizado na década


de 50. Dois defensores (um ocupando o lado direito e o outro, o
lado esquerdo) e dois atacantes (sendo um mais avançado e o
outro um pouco mais recuado).

Evolução do sistema 2-2, com um atacante fazendo “o meio


de quadra” e um defensor participando mais do ataque.
SISTEMA 1-2-1 OU 1-3/3-1

É o sistema usado pelas equipes de melhor nível técnico. Um


jogador com características predominantemente defensivas (fixo),
dois jogadores que atacam e defendem (alas) e um jogador
ofensivo (pivô).

•Os jogadores não terão posição fixa e sim função no jogo, podendo
haver um rodízio nas colocações dos jogadores em quadra.

SISTEMA 1-2-1 ou 1-3

Quando a equipe ataca todos os jogadores avançarão em


direção a meia quadra adversária
SISTEMA 1-3

O sistema 1-3 poderá ser utilizado também em ocasiões em que a


equipe necessita de um bom resultado e já está no final do jogo.
Conhecida também como uma tática suicida.

Quando o goleiro repõe a bola para o jogador que está em sua


zona defensiva, todos os jogadores avançarão em linha em
direção ao fundo da meia quadra adversária.

Quando o goleiro repõe a bola para o jogador que está em sua


zona defensiva, todos os jogadores avançarão para a ala, em
direção a meia quadra adversária, liberando o centro e uma ala.
SISTEMA 1-2-1 ou 3-1

No momento em que o adversário ataca, todos os jogadores


recuarão para a sua meia quadra defensiva, atrás da linha da
bola.

O sistema 1-2-1 ou 1-3/3-1 e o que oferece maior dinâmica de


movimentações entre os jogadores de uma equipe de futsal. Para
que este sistema tenha êxito, é necessária uma troca constante de
posições entre os jogadores, promovendo um rodízio (troca de
posições), que pode ser entre três ou quatro jogadores.
SISTEMA 2-1-1

Este sistema é atualmente bastante utilizado, por dar um


bom posicionamento básico para a realização de jogadas
combinadas.

Dois jogadores ficarão posicionados em sua meia quadra


defensiva, estando um a cada lado da área. O terceiro jogador
junto a linha central na direita ou esquerda e o quarto jogador na
meia quadra ofensiva próximo ao centro da área.

Espaço vazio

• No momento em que o pivô desloca-se para uma das alas


aparece um espaço vazio no lado oposto. É neste espaço vazio
que acontecerão as conclusões das jogadas.
SISTEMA 4-0 OU SISTEMA 4 EM LINHA

Esse sistema foi criado pelo técnico brasileiro Zego, e


introduzido inicialmente na Espanha.
Teve como objetivo inicial, quebrar a pressão da primeira
linha de marcação.
Hoje a proposta é induzir a defesa adversária a um
posicionamento em linha, abrindo espaços na marcação,
possibilitando os dois principais movimentos de ataque, isto é
“paralela” e “diagonal”.

A medida que a marcação se aproxima de sua quadra defensiva


a equipe que ataca avança em linha.
SISTEMA 4-0 OU SISTEMA 4 EM LINHA

Necessita de “jogadores universais”, utilizando-se de passes


precisos e no espaço livre do adversário, mudança de direção,
parada brusca, bloqueio, finta sem bola, diagonais, paralelas,
escapadas e corta-luz.

CARACTERÍSTICAS:

- Aproveita o espaço defensivo deixado pelo adversário;


- Utiliza bastantes infiltrações à quadra adversária;
- Muito bom para “jogar sem bola”;
- Facilita a metida de bola em profundidade;
- Suas opções de ataque são múltiplas, necessitando da
coordenação dos quatro jogadores de linha simultaneamente.

Vantagens:
- É um sistema utilizado para jogar contra equipes que marcam
sobre pressão;
- Muito fácil para criar “espaços vazios”;
- Deixa a equipe adversária sem cobertura;
-Se o adversário marcar individualmente terá um grande desgaste
físico.

Desvantagens:
- Quando o adversário coloca sua defesa muito atrás, as infiltrações
ficam mais difíceis;
- Quando se perde a posse de bola fica-se sem cobertura;
- Ocasiona um grande desgaste físico.
SISTEMA 1-2-2 ou SISTEMA 3-2

Nesse sistema o goleiro participa na organização da jogada. É


indicado quando o adversário utiliza uma marcação em sua zona
defensiva.
SISTEMA 1-2-2 ou SISTEMA 3-2

Nesse sistema o goleiro deverá ter bom domínio de bola, passe


preciso, ter uma boa recepção, chute forte e uma condução de
bola com segurança. Caso goleiro não apresente estas
qualidades, utilizaremos o “goleiro linha”.

Este sistema é bastante utilizado também, quando a equipe se


encontra em desvantagem no placar ou quando a equipe
adversária está reduzida numericamente.

A saída do goleiro da área, torna este sistema muito vulnerável ao


conta-ataque adversário.
SISTEMA 2-1-2

É um sistema utilizado pelas equipes de alto nível, quando no final


do jogo estão perdendo e a defesa adversária “se fecha” em forma
de quadrado.

TÁTICA DEFENSIVA PARA TENTAR ANULAR O SISTEMA


2-1-2
(MARCAÇÃO EM FORMA DE LOSANGO)
SISTEMAS ESPECIAIS

SISTEMA 1-3-1
Sistema tático utilizado por equipes de melhor nível técnico,
onde o objetivo é atrair a marcação para uma ala, e com isso
“isolar” a ala oposta.

SISTEMA 1-1-3

Neste sistema os jogadores farão uma movimentação circular


no sentido anti-horário, com o objetivo de deixar um jogador
desmarcado.
SISTEMA OFENSIVO (ATAQUE)

Os sistemas de ataque poderão ser efetivados através dos


seguintes meios:

- Padrão de jogo

- Ataque combinado

- Contra ataque

PADRÃO DE JOGO:

É uma movimentação repetitiva, com objetivos ofensivos,


procurando manter a posse da bola e induzir o adversário ao erro.
Os padrões de jogo são constituídos de início, desenvolvimento e
conclusão. Caso esta conclusão não seja efetivada, esta
movimentação (padrão de jogo) terá seu reinício.
São movimentações que possibilitam uma série de
alternativas para ludibriar o sistema defensivo da equipe adversária.
São executados dentro de cada sistema de jogo.

Características:
- Induz o adversário ao erro,
- Os jogadores deverão ter boa precisão de passe e recepção,
- Deslocamentos paralelos e diagonais rápidos e constantes,
- Os jogadores deverão ter precisão nas “escapadas” para o espaço
vazio do adversário,
- Proporciona a realização de jogadas ensaiadas,
- Abre espaço na quadra adversária para infiltrações.
- Sai de uma marcação de pressão.
- As quebras de marcações também deverão ser utilizadas.
ATAQUE COMBINADO

O ataque combinado é o planejado, para que de uma forma


ou de outra tentar vencer a defesa adversária, são as jogadas
ensaiadas.

Jogadas ensaiadas:
- Com a bola parada: Arremesso do goleiro, arremesso de meta,
bola de saída, arremesso lateral, arremesso de canto e tiros livres.
- Com a bola em movimento: A jogada será dividida em três fases:

 Fase de abertura
 Fase de desenvolvimento
 Fase de conclusão

As jogadas combinadas devem ser ensaiadas e repetidas


várias vezes. É preciso que essas jogadas tenham mais de uma
variação. Todos os jogadores da equipe, inclusive os reservas,
deverão conhecer os detalhes das movimentações utilizadas na
jogada, que podem ser com bola e sem bola.

Fases da jogada combinada com bola em movimento:


Fase de abertura

Fase de abertura:
abertura: é a fase das manobras ofensivas da equipe
quando a bola está cerca de 5m da linha de fundo em sua meia
quadra na zona defensiva com o objetivo de efetuar um
lançamento, tentando passar a bola para a fase de
desenvolvimento ou diretamente para fase de conclusão.
Fase de desenvolvimento
Fase de desenvolvimento: é a fase entre a abertura e
conclusão, poderá ser realizada com bola ou sem bola. Como
citamos na fase anterior, existirá ocasiões em que não há
necessidade da inclusão desta fase na jogada, pois a bola poderá
ser passada diretamente da fase de abertura para a conclusão.

Fase de conclusão

Fase de conclusão: é a fase de finalização pela exploração de


falhas do adversário que possibilita o chute à gol.
CONTRA-ATAQUE

Permite atacar antes que a defesa adversária possa


organizar-se. O contra-ataque é uma das formas eficientes de se
marcar um gol.
Cada vez que a equipe recupera a bola, deve avançar de
forma rápida para tentar a vantagem numérica em relação ao
adversário e criar uma possibilidade de gol.
No contra-ataque os fundamentos técnicos mais utilizados
são: o passe, a recepção, o lançamento e o chute no gol, deixando
a finta e a condução para serem usados em extrema necessidade.

Princípios básicos para um bom contra-ataque:

- Passe e recepção precisos;


- Velocidade de deslocamento;
- Quem ataca se preocupa em defender (evitar o contra ataque da
equipe adversária);
- Tempo certo de deslocamento do jogador;
- Todos os jogadores, inclusive o goleiro deverão participar.

Classificação do contra-ataque: (Bello Junior, 1999):

- Sustentado: quando o jogador responde ao ataque conduzindo a


bola até o gol do adversário;
- Assistido: quando em apenas um passe, acontece a conclusão ao
gol adversário;
- Lançado: quando o goleiro ou jogador de linha, após o ataque da
equipe contrária, lança a bola em longa distância ao companheiro
de equipe.

O contra-ataque deverá fazer parte do planejamento


técnico e tático da equipe, objetivando criar inúmeras situações
reais de jogo, possibilitando que jogador se habitue a essa situação
de jogo.
SISTEMA DEFENSIVO (MARCAÇÕES)

São as ações defensivas pré-estabelecidas, que tem como


objetivo impedir as manobras ofensivas utilizadas pelos
adversários.

A tática defensiva consiste na disposição dos jogadores em quadra,


procurando defender sua própria meta, ou s;eja, é todo esquema de
marcação efetuado durante o jogo na tentativa de não permitir que
o oponente obtenha sucesso em suas manobras ofensivas.

Mutti, 1994

No futsal, sempre existiu um predomínio dos sistemas de


defesas sobre as formas de atacar. A cada novidade ofensiva,
chega sempre uma ação defensiva que neutraliza ou minimiza a
iniciativa dos ataques.
Além das questões táticas defensivas existem também as
iniciativas individuais dos jogadores:
- Tentativa de desarme;
- Acompanhamento ou troca de marcação;
- Retomada do equilíbrio para nova tentativa de desarme.

As marcações utilizadas no futsal são:

 Por zona:

1. Zona ofensiva, pressão ou 1º linha;


2. Zona com meia pressão ou 2º linha;
3. Zona defensiva, meia quadra ou 3º linha;
4. Defesa cerrada, losango, quadrado ou 4º linha;
5. Zona flutuante
6. Defesa em Y, triângulo, 2 em linha ou 5º linha (equipe
inferiorizada numericamente);

 Individual

 Mista

 Múltipla
Marcação por zona:

Uma equipe marcará por zona, quanto possui um jogador


em cada zona da quadra (zona central em sua meia quadra
defensiva, zona lateral direita, zona lateral esquerda, zona central
da meia quadra adversária).

POR ZONA
1 ala esquerdo

2
fixo pivô
goleiro

3 ala direito

Devemos considerar a quadra divida em três zonas no


sentido do comprimento.
Os alas devem marcar as laterais, o fixo a zona central em sua
meia quadra e o pivô -a ZONA
zona central da meia quadra
OFENSIVA – adversária.
- ZONA OFENSIVA –
- ZONA OFENSIVA -
(PRESSÃO OU 1ª LINHA)

Este tipo de marcação pode ser utilizada no final de um jogo


em que a equipe está perdendo e quer virar o placar.

Há um fechamento das opções de jogada, com os jogadores


tirando o espaço do adversário que está de posse da bola,
aplicando um “bote”. É uma tática perigosíssima, pois envolve
grande risco para a defesa.
– ZONA OFENSIVA –
(PRESSÃO OU 1ª LINHA)

Utilizado também contra equipes de menor nível técnico,


principalmente quando está precisando fazer muito gols.

Há um fechamento das opções de jogada, com os jogadores


tirando o espaço do adversário que está de posse da bola,
aplicando um “bote”. É uma tática perigosíssima,pois envolve
grande risco para a defesa.
– ZONA COM MEIA PRESSÃO –
(2ª LINHA)

É uma variante da marcação por zona, onde o jogador que


estiver próximo ao adversário de posse da bola parte para
cima do mesmo, fazendo-lhe uma pequena pressão.

A equipe que marca dá um pouco de espaço para a equipe


adversária, tirando o espaço do jogador que está de posse
da bola.
– ZONA DEFENSIVA –
(MEIA QUADRA OU 3ª LINHA)

Os princípios são os mesmos, sendo que existe a particularidade


que a equipe espera o adversário de forma compacta dentro do
seu campo de defesa, só lhe dando combate quando este
ultrapassar o meio da quadra.

O jogador que está marcando tira o espaço do jogador


que está com a bola, próximo ao meio da quadra.
– DEFESA CERRADA –
(QUADRADO OU 4ª LINHA)

Bastante utilizada contra o sistema de ataque 1-2-2 (3-2), a


equipe espera de forma compacta dentro de sua meia quadra
em forma de quadrado e a partir da zona de finalização inicia
se o combate.

Movimentação realizada pela equipe que marca defesa


cerrada (quadrado)
– DEFESA CERRADA –
(QUADRADO OU 4ª LINHA)

Aqui, apresentamos a movimentação realizada pelo lado


oposto.

Movimentação realizada pela equipe que marca defesa


cerrada (quadrado).
– DEFESA CERRADA –
(LOSANGO OU 4ª LINHA)

A equipe espera de forma compacta dentro de sua


meia quadra em forma de losango e a partir da zona
de finalização inicia-se o combate.

Movimentação realizada pela equipe que marca


defesa cerrada (losango).
– DEFESA CERRADA –
(LOSANGO OU 4ª LINHA)

Aqui, apresentamos a movimentação realizada pelo


lado oposto.

Movimentação realizada pela equipe que marca defesa


cerrada (losango)
– EQUIPE INFERIORIZADA NUMERICAMENTE –
(DEFESA EM Y, TRIANGULO, 2 EM LINHA OU 5º LINHA)

Marcação em forma de triângulo, tendo como objetivo


principal congestionar a frente de sua área, deixando como
opção para o adversário os chutes de longa distância ou as
jogadas pelas laterais, diminuindo assim o ângulo de chute.

Marcação em forma de “Y”, tendo os mesmos objetivos, dois


jogadores executando a marcação mais a frente e um
jogador fazendo a cobertura mais atrás.
– ZONA FLUTUANTE –

Neste tipo de marcação o fixo deverá estar marcando o seu


adversário em sua zona defensiva. Um atleta é colocado no centro
da quadra tentando interceptar todos os lançamentos, e dois atletas
deverão estar em suas zonas ofensivas acompanhando a troca de
bola dos atletas adversários.

Movimentação realizada pela equipe que utiliza a marcação


zona flutuante.
Marcação individual (homem a homem):

“A marcação individual tem como objetivo exercer a ação de


marcar de forma direta o adversário que estiver mais próximo”

• É o tipo de marcação empregada pelas equipes de melhor


nível técnico, embora apresente um maior grau de dificuldade
é uma das mais eficientes.
• Procura-se superar as condições do adversário, limitando seu
espaço e campo de ação.
• Exige dos atletas um bom preparo físico e atenção constante.

Possui diferentes intensidades de pressão sobre o adversário:

Quanto à distância da
Tipo de marcação
zona de finalização

próximo rígida

distante de vigilância

Vantagens:

- Força o erro da equipe adversária que fica com poucas opções de


passe;
- Aumenta o desgaste físico do adversário;
- Oferece poucas possibilidades ao chute de longa distância;
- Diminui o tempo de reação do adversário para refletir sobre a
jogada.

Desvantagens;
- Aumenta o desgaste físico em função da grande movimentação
dos jogadores;
- Possibilidade de ficar momentaneamente em inferioridade
numérica em decorrência de uma finta com bola, o que dificulta a
recuperação e a cobertura;
- Aumenta o número de faltas.
Marcação mista:

Combina às ações das marcações individual e zona.


A equipe posiciona-se para a marcação por zona, sendo
que um de seus jogadores marcará individualmente um
determinado adversário previamente indicado pelo técnico da
equipe.

Marcação múltipla:

A equipe, após ter assimilado bem os diversos tipos de


marcações e conforme a situação do jogo, fará modificações no seu
sistema defensivo com o objetivo de confundir e desequilibrar o
adversário, pela variedade de movimentações e marcações
empregadas. Requer um bom entrosamento de todos os jogadores.

Surpreende o adversário, que terá de se adaptar continuamente às


mudanças.
Ex: 1 – Mudar da marcação zona para a individual.
2 – Mudar de linha de marcação.

Em todos os sistemas de defesa o goleiro tem fundamental


importância, pois jogando sempre de frente para a quadra, terá
uma visão total desta, permitindo assim orientar constantemente os
seus companheiros.

Toda equipe deve ter como princípios básicos para empregar sua
forma de marcação os seguintes fatores:
- Nível técnico, tático e de condicionamento físico do adversário .
- Nível técnico, tático e de condicionamento físico de sua equipe

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