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FUTSAL
REVISÃO HISTÓRICA E CARACTERIZAÇÃO
(10ºD, nº 5)
Março 2023
ÍNDICE
1. Introdução ……………………………………………………………..
A origem do futebol de salão remete ao Uruguai de 1930. Era uma época feliz graças à
conquista do primeiro Campeonato do Mundo da FIFA, e uma bola rolava em cada campo de
Montevidéu. Juan Carlos Ceriani, um professor de educação física argentino que morava na
cidade, notou que, por causa da falta de campos de futebol, as crianças praticavam o
desporto em campos de basquetebol. Usando regras de pólo aquático, andebol e
basquetebol, Ceriani deu forma às regras do jogo, que rapidamente se expandiu pela
América do Sul. Em 1965, a Confederação Sul-Americana de Futebol de Salão foi fundada.
Seus membros eram Uruguai, Paraguai, Peru, Argentina e Brasil, país onde o desporto era
uma paixão. O futebol de salão chegou à Europa graças aos numerosos imigrantes espanhóis
e portugueses que habitavam a região. Em 1971 é fundada em São Paulo, Brasil, a Federação
Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA), composta por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai,
Peru, Portugal e Uruguai. No fim de 1985, e diante do crescimento exponencial do desporto,
Joseph S. Blatter, na época Secretário Geral da FIFA, tomou a decisão, junto ao então
Presidente da FIFA João Havelange, de incorporar o futebol de salão à grande família do
futebol mundial. O Futsal surgiu oficialmente no início da década de 90, por meio da fusão
entre o futebol de salão, praticado principalmente na América do Sul, com o futebol de cinco,
praticado na Europa, sendo actualmente o desporto mais evidenciado dentro do ambiente
escolar, além de praticado por milhões de pessoas pelo mundo inteiro. No mundo inteiro
também é um desporto proeminente e com número de praticantes em grande escala onde
países como Espanha, Portugal, Rússia, Bélgica, Holanda, Itália e todo Leste Europeu,
possuem Ligas Nacionais muito competitivas. O Futsal por fazer parte das modalidades
desportivas colectivas abrange elementos em comum com outros desportos como a bola,
espaço de jogo, adversários, colegas de equipa, um objectivo ou alvo a ser atacado e regras
específicas. É ainda uma modalidade que exige Capítulo II -Revisão de Literatura 4
inteligência, movimentação e rapidez por parte dos atletas, além de ser caracterizado pela
sua extrema velocidade e intensidade de disputa de bola. Relata-se na literatura que o
jogador de Futsal contemporâneo necessita ser muito versátil, saber actuar em todos os
sectores do campo, desempenhando diferentes funções tácticas (defender e atacar com a
mesma qualidade e magnitude). Desta forma, com excepção dos guarda-redes, os atletas de
linha (fixos, alas e pivôs) passam a não desempenhar uma única função específica no
decorrer de um jogo. O número de praticantes de Futsal tem aumentado rapidamente em
todo mundo. Segundo dados da FIFA, existem actualmente quase dois milhões de atletas de
Futsal (1,7 milhão de homens e 175 mil mulheres) registados oficialmente e participantes
regulares de competições em todo o mundo (Fonseca, 1997).
3. O Futsal em Portugal
4. Caracterização da modalidade
5. Posições no campo
Existem 4 posições no campo padronizadas: guarda-redes, fixo, ala e pivô. Um
23 jogador que possa jogar em todas as posições é considerado “universal”.
Seguidamente, irá ser descrito o perfil e atividade de cada posição no campo: •
Guarda-redes: torna-se cada vez mais uma posição deveras importante, é
talvez no “jogo” a posição mais essencial de toda a equipa. A sua missão
principal, claro, é defender a baliza, mas um bom guarda-redes pode e deve
fazer muito, muito mais. Este jogador deve ter várias capacidades, tais como:
uma incrível flexibilidade; uma visão de jogo apurada; tem também de ser um
líder e coordenar os movimentos da equipa na forma como defende e como dá
o início, muitas vezes, ao ataque, na melhor opção e na forma como organiza. •
Fixo: este é o jogador que normalmente se situa numa posição mais recuada
na quadra e é responsável pela maioria dos desarmes na sua zona defensiva.
Também tem o pivô adversário como alvo de marcação e é um distribuidor de
jogo. Ele deve ser o jogador com muita visão de jogo, forte capacidade na ação
defensiva e reflexos para reagir rapidamente a qualquer ataque. • Ala: é o
jogador que fica mais próximo das alas e por aí desenvolve a sua ação (daí o
nome). É responsável por dar mais largura ao jogo e arriscarem nas ações
individuais de um para um, ou no jogo de combinação com o pivô. Deve ser
rápido nas suas movimentações, nos passes ou nas assistências e ter uma boa
capacidade de finalização. Nesta posição, o mais importante não é ser um
jogador alto ou muito forte fisicamente, mas sim ter grande agilidade,
velocidade e inteligência de jogo, tanto nas ações ofensivas como nas
defensivas (recuperação). • Pivô: é o jogador que está mais avançado na
quadra. Esta, sim, é uma posição em que ajuda bastante ter um grande porte
físico e ser possante. O pivô deve ter um poder de finalização muito bom, mas
não só. Deve também ter uma ótima capacidade de recepção, para também
assistir ou distribuir o jogo, ao conseguir jogar de costas para a baliza
adversária. Saber quando deve passar para outro colega, no jogo “ala-pivô”, ou
então optar por fazer a rotação (qualquer que seja o lado) e rematar à baliza.
Nesta posição existem duas vertentes ou dois tipos de jogo a pivô: aqueles
mais fixos, os chamados de referência, que ficam mais lá em cunha na frente e
aqueles que são bastante móveis e tentam estar ainda mais dentro do jogo e
das jogadas; estes normalmente caem nas bandas laterais, as tais alas,
tornando assim o jogo mais dinâmico (Ricardinho, 2018).
Futsal Feminino
A mulher, com a alteração do seu papel social, começou a ser valorizada em termos de prática
desportiva, o que levou ao surgimento de um número cada vez maior de atletas e de
competições. O início da prática desportiva feminina foi conseguido com o esforço das
primeiras grandes atletas, que demonstraram que a missão social da mulher não se limitava à
maternidade e às tarefas domésticas. A imagem de fragilidade a que a mulher era associada
passou para a ideia atual de aparência atlética. Porém, ainda persistem alguns valores culturais
associados à prática desportiva feminina, como o do desporto masculinizar as mulheres (Costa,
2004). No futebol e futsal feminino, as mulheres ainda enfrentam algumas barreiras (sociais,
culturais políticas ou económicas). Para Lopiano (2004, citado por Costa, 2004, pp. 118), o
impacto da mulher no desporto está a ser retardado pelos seguintes motivos: "a
marginalização de atletas femininas e do desporto feminino nos meios de comunicação social;
a ausência ou escassez de modalidades com Ligas femininas profissionais; a sub-
representação das mulheres em carreiras profissionais ligadas ao desporto e especialmente em
funções com cariz decisório." A investigação de Souto (2000, citado por Costa, 2004, pp. 115)
para além de revelar as barreiras que as mulheres enfrentam, também pretende incentivar a
prática precoce destas modalidades, dando às raparigas as mesmas oportunidades dos rapazes.
No estudo afirma-se que o interesse das raparigas para a prática do futebol e futsal feminino é
cada vez maior e que a prática destas modalidades são um mercado a ser explorado por
profissionais de educação física, na iniciação e no treino de jovens e adultas. Segundo Watt
(1998, citado por Costa, 2004, 117), a crescente participação feminina no desporto é uma
tendência, especialmente em desportos de pavilhão. Este autor também aponta a evolução de
modalidades desportivas, sem grandes exigências em termos do número de atletas
necessários. Assim, o facto de o futsal exigir apenas cinco atletas por equipa pode constituir
uma vantagem na evolução da modalidade em relação ao futebol feminino. Através dos dados
da FPF verificamos que o número de atletas de futsal feminino ultrapassou o número de atletas
de futebol feminino, a partir da época de 1997/98. Existem outros fatores que também podem
justificar o facto de o futsal ser uma modalidade mais acessível, como os campos serem de
menores dimensões e poderem ser utilizados para outras modalidades, e a proteção
relativamente às condições climatéricas.
A mudança relativamente à prática desportiva feminina continua a ser lenta devido ao forte
enraizamento cultural do desporto masculino