Voleibol 1

23/10/2023, 08:46 Voleibol
VOLEIBOL
CONHECENDO O
VOLEIBOL
Autoria: Me. Luis Fernando Ferreira
Revisão técnica: Me. Thiago Azevedo de Arruda
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23/10/2023, 08:46 Voleibol
Introdução
Prezado(a) estudante, nesta unidade, você conhecerá um dos esportes mais difundidos do mundo: o voleibol. Esse esporte,
diferentemente de alguns de seus companheiros olímpicos, não foi evoluindo de jogos ancestrais, mas foi criado do zero por
um professor norte-americano, a pedido de uma organização educacional, tendo também um objetivo específico.
Parece um início não muito empolgante para um esporte olímpico, não é mesmo? Contudo, esse nascimento planejado é o
que pode ter tornado o voleibol um dos jogos mais bem organizados do mundo, com federações fortes, clubes ajustados e
competições robustas.
Mais do que isso, o voleibol é um esporte plástico. Assistir a uma partida desse esporte dá ao espectador a sensação de que
aqueles que estão em quadra são heróis, voando de trás da linha dos três metros, alcançando alturas inimagináveis para um
ataque, projetando-se para uma defesa impossível, e produzindo passes e levantamentos milimétricos, como se tivessem sido
medidos por um físico.
Para quem está em quadra, o voleibol oferece uma gama de perspectivas e de vivências físicas e sociais que poucos esportes
oferecem. A dinâmica do jogo é tal que faz com que todos os jogadores participem, de modo que a bola precise passar por
pelo menos metade do time em cada jogada. Isso o torna um jogo com um senso coletivo mais arraigado, e o equilíbrio nas
equipes é mais visível. Além disso, por ser um esporte sem contato com o adversário, o voleibol se mostra seguro e amistoso.
Dado esse contexto, ao longo desta unidade, faremos uma viagem no tempo, percorrendo os primórdios do voleibol até os
dias atuais, além de termos um primeiro vislumbre sobre a organização de uma partida e as regras básicas do esporte. Para
finalizar, conheceremos uma das muitas ramificações proporcionadas pelo voleibol, que acabou se tornando um esporte
olímpico, assim como seu antecessor: o voleibol de praia.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 40 minutos.
1.1 A história do voleibol
A Associação Cristã de Moços (ACM, na sigla em Português, ou YMCA, do inglês Young Men’s Christian Association), uma
fundação criada em Londres, em 1844, para educar jovens, logo se tornou referência mundial na criação de novos esportes.
Alguns célebres jogos praticados mundialmente foram criados nas dependências da ACM, como o basquete e o futsal.
Porém, nenhuma criação difundiu-se tanto pelo mundo como o voleibol, criado em 1895, a pedido da coordenação da ACM
Massachussets, nos Estados Unidos da América (EUA). O esporte é hoje um dos mais nobres entre os esportes coletivos das
olimpíadas, tendo competições que lotam estádios. Além disso, segundo o Comitê Olímpico Internacional, está na lista dos
cinco esportes mais populares do mundo.
Na sequência, você conhecerá mais detalhes sobre como esse esporte foi criado.
1.1.1 A criação do esporte

O voleibol foi criado em 1895, pelo americano William Morgan, então diretor de educação física da ACM de Holyoke,
Massachussets. A ideia do criador era focada e simples: ele precisava de um jogo que pudesse ser praticado tanto em locais
fechados, durante o rigoroso inverno do Hemisfério Norte, quanto a céu aberto, em dias bons. Também precisava ser um jogo
dinâmico, a fim de atrair mais alunos às suas aulas e mais adeptos ao seu jogo; tinha que ser coletivo, a fim de fortalecer
vínculos; e precisava ser praticado com poucos equipamentos. Daí a ideia de um jogo em que dois times de cinco jogadores
não poderiam deixar a bola parar ou cair, jogando-a de um lado para outro de uma rede alta, em um espaço razoavelmente
pequeno de quadra. Nascia assim o mintonette.
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Figura 1 - O voleibol, um esporte criado em 1895, hoje atrai multidões aos ginásios
Fonte: A.RICARDO, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Fotografia de um ginásio de voleibol capturada do alto de uma arquibancada.
No centro, está uma quadra bem iluminada, com jogadores disputando uma
partida. Ao redor, há uma arquibancada com milhares de expectadores.
O nome atual do esporte só foi dado no ano seguinte, em uma conferência da ACM, quando, após uma apresentação feita por
Morgan e por alguns fãs do esporte, o professor Alfred T. Halstead sugeriu que o nome fosse substituído por volleyball, termo
que tornaria o esporte célebre ao redor do mundo em muito pouco tempo.
1.1.2 A evolução do voleibol: da criação à contemporaneidade

Como todos os esportes, o voleibol evoluiu de maneira substancial desde sua criação, seja no que concerne às regras, seja no
que se refere ao número de jogadores, ao tamanho das quadras e aos equipamentos de jogo. Note que no início o jogo
contava com duas equipes de cinco jogadores, não havia limite de toques por time, e só dez regras eram impostas ao jogo, um
número bastante simplificado quando comparado a outros esportes contemporâneos, e mesmo quando comparado com o
voleibol atual. Tudo isso contribuiu para que o esporte fosse considerado simples e dinâmico, auxiliando na sua rápida difusão
ao redor do globo.
Em 1900, por exemplo, o jogo era disputado em um único set de 21 pontos, entre duas equipes de cinco jogadores cada, em
uma quadra de 15 m de comprimento por 7,6 m de largura, com uma rede a apenas 1,98 m do chão dividindo a quadra ao
meio. Hoje, o jogo é disputado em até cinco sets, sendo quatro de 25 pontos e o quinto (o tie break) de 15 pontos, entre duas
equipes com seis jogadores cada, em uma quadra de 18 metros de comprimento por 9 m de largura, com uma rede colocada a
incríveis 2,43 m do chão nos jogos masculinos.
1.1.3 O voleibol no mundo

O primeiro país a incorporar o voleibol às suas práticas, após sua criação nos EUA, foi o Canadá, que em 1900 começou a
praticar o esporte, principalmente nas quadras esportivas das unidades da ACM. Nessa década, a modalidade ainda
engatinhava, portanto, poucos países seguiram o Canadá, a exemplo de Cuba (1906) e do Japão (1910).
Em 1913, ocorreu um grande avanço para o esporte: ele foi incluído no programa dos Jogos do Extremo Oriente, realizados em
Manila, nas Filipinas, naquele ano. O voleibol, que havia sido levado ao Japão pelo professor Hyozo Omori, caiu nas graças do
povo asiático, culminando com essa inclusão, o que fez com que tivesse uma visibilidade ainda maior, angariando novos
praticantes no continente.
Já para a Europa e para a África, o esporte foi levado em torno do ano de 1915, com a ida de soldados americanos para lutar a
Primeira Guerra Mundial. O jogo rapidamente caiu nos gostos dos europeus e dos africanos, espraiando-se mundialmente.
Porém, a maior quebra de barreiras para a aceitação mundial do voleibol ocorreu, sem dúvidas, nos Jogos Olímpicos de 1924,
em Paris, quando ele foi incluído como esporte de demonstração. A organização e o dinamismo do jogo conquistaram atletas
por todo o globo, levando a uma rápida popularização do jogo no mundo todo, o que culminou com a fundação da Federação
Internacional de Voleibol (FIVB), 23 anos mais tarde, em 1947, na mesma cidade: Paris.
Entre os dias 18 e 20 de abril de 1947, 14 federações nacionais se reuniram a fim de criar uma agremiação que regulasse e
unificasse o esporte, que ainda tinha regras muito distintas em diversos locais, impossibilitando uma grande competição
mundial. Essa unificação possibilitou a realização do primeiro Campeonato Europeu de Voleibol, em 1948, em Roma, e do
primeiro Campeonato Mundial de Voleibol, no ano seguinte, disputado em Praga.
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1.1.4 O voleibol no Brasil
Embora o esporte tenha desembarcado em terras sul-americanas entre as décadas de 1900 e 1910, o esporte não se
desenvolveu no Brasil com a mesma força com que se desenvolveu no Hemisfério Norte do globo. Muito disso pode ser
justificado devido ao grande impacto que o futebol tinha e que ainda tem na população, mas também às necessidades para a
prática do esporte. Enquanto o voleibol exige, ao menos, uma rede e uma técnica mínima dos jogadores para não deixarem a
bola cair, o futebol exige uma bola e nenhuma técnica além de saber caminhar.
O voleibol teve uma implementação lenta nas escolas do Brasil, principalmente na década de 1950.
Dado esse contexto, a FIVB, entendendo que deveria ampliar suas atividades na América do Sul, e
vendo um grande potencial no Brasil não só por ele ser o maior país do continente, mas por ter uma
população apaixonada pelo esporte, decidiu promover, em terras brasileiras, o primeiro Campeonato
Mundial de Voleibol Masculino disputado fora da Europa, em 1960.
Isso ajudou a difundir o voleibol e a criação de clubes e de escolinhas pelo país, além de promover o
ensino do esporte nas escolas, em maior nível.
Porém, o esporte fincou, de fato, sua bandeira no país na década de 1980, com a famosa geração de prata. A esquadra
brasileira começou a surgir com força no cenário mundial já em 1981, quando foi, surpreendentemente, a terceira colocada na
Copa do Mundo de Voleibol Masculino daquele ano, atrás apenas da União Soviética e de Cuba. A seleção deixou para trás
grandes potências, como os próprios Estados Unidos, a Tchecoslováquia e a Alemanha Oriental.
Mas o time treinado por Bebeto de Freitas não parou por aí: no ano seguinte, foi vice-campeão do mundial e vencedor do
Mundialito de Voleibol. Já em 1983, a seleção brasileira masculina foi campeã do Campeonato Sul-Americano de Voleibol e
dos Jogos Pan-Americanos de Caracas.
Figura 2 - Seleção brasileira de voleibol masculino comemora a terceira medalha de ouro nas olímpiadas Rio-2016
Fonte: Salty View, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na fotografia, quatro jogadores brasileiros, em visão frontal, comemoram a
medalha de ouro recém-recebida. Os jogadores vestem o uniforme da seleção
brasileira.
A consagração viria no ano seguinte: em 1984, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos, a seleção canarinho
venceu os donos da casa por três sets a zero na primeira fase, eliminou a poderosa Itália por três sets a um na semifinal, e só
foi parada quando enfrentou, novamente, os donos da casa e criadores do esporte, EUA, sendo derrotada na final. Ainda que
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esta não tenha sido a medalha de ouro esperada, essa geração alavancou o esporte no país, levando à criação de diversos
clubes, ao fortalecimento dos campeonatos e, certamente, serviu de inspiração para a geração seguinte. Em 1992, o Brasil
conquistava seu primeiro ouro olímpico.
VOCÊ QUER VER?

O filme Geração de prata - o divisor de águas do vôlei brasileiro, de Paulo Roscio (2007), é um documentário que traz depoimentos
e histórias de pessoas envolvidas na mágica geração dos anos 1980, mostrando imagens exclusivas dos principais momentos
daquela equipe.
Hoje, o Brasil é reconhecido mundialmente como uma das grandes potências do esporte em todas as categorias e
modalidades. O time masculino, por exemplo, é o maior campeão da história da Liga Mundial, com nove títulos. Já a seleção
feminina é a maior campeã da história do Grand Prix, tendo vencido 12 campeonatos.
1.2 O voleibol contemporâneo
Atualmente, o voleibol é reconhecido mundialmente como um dos esportes mais organizados, com entidades fortes e
eficazes, que, por consequência, promovem campeonatos de alto impacto comercial e apelo popular. Isso contribui para que o
voleibol tenha cada vez mais entrada em locais que costumam privilegiar outros esportes, como o Brasil, os EUA e a Rússia.
Sabendo disso, ao longo deste tópico, você conhecerá as principais entidades organizadoras do voleibol, bem como verá quais
são as suas principais competições. Acompanhe!
1.2.1 Principais entidades organizadoras

Atualmente, o voleibol mundial é gerido pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Ela foi fundada após uma longa
evolução da organização do esporte. A primeira federação fundada no mundo foi a Federação Japonesa de Voleibol, em 1927.
Os Estados Unidos seguiram o exemplo nipônico, fundando a Associação de Voleibol dos Estados Unidos (USVBA) no ano
seguinte. Porém, a primeira ideia de fundar uma associação a nível mundial, que regulamentasse e padronizasse o esporte ao
redor do mundo, ocorreu em 1934, quando, em um congresso de handebol, em Estocolomo, dirigentes esportivos
aproveitaram o ensejo da reunião e começaram a se organizar.
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Figura 3 - A FIVB veio para organizar e unificar o esporte ao redor do globo

Fonte: ARZTSAMUI, Shutterstock, 2021.
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Na imagem, uma bola oficial de voleibol, em azul e amarelo, com os dizeres
“FIVB – official game ball”, ou seja, “bola oficial de jogo”.
Porém, um longo caminho se deu até a fundação da maior reguladora do esporte devido às grandes variações da prática em
diferentes países e, ainda, devido à pausa dada em todas as atividades esportivas durante a Segunda Guerra Mundial. Até que,
em 1947, mesmo sem o acordo de todos os grandes países praticantes do esporte, a FIVB foi fundada, em Paris. Hoje, a FIVB
é a maior reguladora do esporte e de suas variações, como o voleibol de praia e o novíssimo voleibol na neve.
No Brasil, seguindo a efervescência que a FIVB causou no mundo do voleibol, foi criada a Confederação Brasileira de Voleibol
(CBV), em 1954. A entidade máxima do esporte no país é a responsável pela organização dos principais campeonatos em
terras nacionais, como a Superliga, além de ser a administradora de todas as seleções e duplas (no caso do voleibol de praia)
brasileiras.
1.2.2 Principais competições

Diversas competições de voleibol são disputadas a nível mundial, continental e nacional. A nível das seleções, o Campeonato
Mundial de Voleibol, disputado a cada quatro anos, é considerado como a maior honraria do esporte. No masculino, o Brasil é
o segundo maior vencedor, com três conquistas, atrás apenas da Rússia, com seis (contando com os títulos conquistados
pela antiga União Soviética). No feminino, o Brasil nunca conquistou o título.
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Figura 4 - A Rússia é a maior vencedora do Campeonato Mundial de Voleibol Masculino

Fonte: Celso Pupo, Shutterstock, 2021.
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Fotografia de um jogo de voleibol. Ao centro, um jogador russo executa o
movimento manchete, enquanto quatro companheiros, assim como seu
técnico, ao fundo, e os espectadores, na arquibancada, acompanham o lance.
A Copa do Mundo também figura como uma importante competição mundial. Disputada também a cada quatro anos, sempre
no Japão, o campeonato serve como uma eliminatória para o torneio de voleibol nos Jogos Olímpicos. O histórico brasileiro na
competição é idêntico ao do Campeonato Mundial.
Porém, o torneio olímpico de voleibol é, sem dúvida, o de maior visibilidade e cobiça por parte dos atletas e dos dirigentes. Por
se tratar de um esporte nobre, com grande apelo popular, o voleibol faz uso da alavanca comercial e de marketing dos Jogos
Olímpicos para brilhar mundialmente. A seleção brasileira masculina é tricampeã, sendo a líder no quadro mundial de
medalhas olímpicas (soma seis, com as três pratas). Já a seleção feminina é bicampeã olímpica, e figura em sexto lugar no
quadro geral, com quatro medalhas (duas de ouro e duas de bronze).
Figura 5 - A seleção feminina de voleibol do Brasil é a maior campeã da história do Grand Prix, tendo 12 títulos
Fonte: mooinblack, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, diversas jogadoras da seleção brasileira circulam o técnico, José
Roberto Guimarães, em um intervalo de jogo, aguardando por instruções.
A nível de clubes, a Liga Italiana vem sendo, há algumas décadas, a maior competição do mundo, atraindo os melhores
jogadores. A Itália está para o voleibol como a Europa está para o futebol. A maior parte dos grandes jogadores do mundo
passou, em algum momento, pela competição italiana.
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Outra grande liga a ser citada é a Liga Russa, que, embora não atraia tantas estrelas como a Itália, tem em sua produção local
uma força ímpar, o que ajuda o desenvolvimento do esporte entre os atletas russos, evitando um grande problema que seu
companheiro europeu sofre. A Itália, por exportar muitos atletas de fora, acaba tendo menos espaço para atletas italianos,
enfraquecendo sua seleção nacional.
No Brasil, a maior competição é a Superliga, disputada no masculino e no feminino. Fundada em 1976, a competição passou
por diversas mudanças, mas hoje se consolida como a maior competição de clubes em solo nacional.
1.3 Sequência cíclica e ações do jogo de voleibol
Para a prática do esporte, é importante que haja uma rotina de organização inicial — a sequência cíclica —, e, depois, que
sejam tomadas ações para o desenvolvimento de uma partida. Primeiramente, é necessária a estrutura básica, que será mais
aprofundada na sequência, e a alocação de seis jogadores em cada equipe, nas posições de 1 a 6.
Figura 6 - Posições dos jogadores na quadra de voleibol

Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em CBV, 2017.
#PraCegoVer
Esquema de uma quadra de voleibol vista de cima. À esquerda, está o time
vermelho, e à direita, o azul. O posicionamento em quadra é o seguinte: o 1 no
fundo de quadra, à direita; o 2 na ponta direita da rede; o 3 no meio de rede; o 4
na ponta esquerda da rede; o 5 no fundo esquerdo; e o 6 no centro do fundo.
Uma das equipes iniciará servindo, ou seja, efetuando o saque. Com um único toque, o jogador da equipe que serve jogará a
bola por cima da rede, para a outra equipe. Para tanto, ele deverá estar fora da quadra de jogo, atrás da linha de fundo.
A equipe que receberá a bola poderá dar até três toques na bola antes de jogá-la novamente à equipe que serviu. É importante
ressaltar que esses três toques não podem ser efetuados duas vezes consecutivas pelo mesmo jogador, assim como a bola
não pode parar de se mover ou ser segurada (condução de bola). Após estar pronta para jogar a bola por sobre a rede, a
equipe receptora deverá devolver a bola, e a equipe que serviu recomeçará tudo que a equipe receptora efetuou, dando
continuidade ao jogo.
O objetivo do jogo é tocar a bola no chão da quadra da equipe adversária ou forçar a equipe adversária ao erro, o que ocorre,
por exemplo, quando esta infringe alguma regra, como dar mais do que três toques, conduzir a bola, tocá-la na rede ou tocá-la
para fora da quadra de jogo.
A seguir, conheceremos com mais detalhes as regras básicas do voleibol, bem como a estrutura e os equipamentos
necessários à prática do esporte.
1.3.1 Regras básicas do esporte

As regras do voleibol estão em constante evolução a fim de agregarem as inovações dadas ao esporte por jogadores, equipes
e técnicos, ou mesmo para deixarem o jogo com maior apelo popular. As mudanças de regras são definidas em congressos
quadrienais promovidos pela FIVB. Após esse congresso, são lançados livros de regras em todos os idiomas das federações
nacionais ligadas à FIVB.
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O congresso mais recente, em sua 35ª edição, ocorreu em 2016, em Buenos Aires, e deu origem a um livro de regras com 76
páginas, no qual constam 28 regras do jogo, divididas em 109 subtópicos, ou seja, é uma literatura extensa que delimita tudo o
que é necessário saber sobre o esporte.
VOCÊ QUER LER?

O livro de regras oficiais do voleibol é gratuito e pode ser acessado no site da Confederação Brasileira de Voleibol.
Acesse (https://cbv.com.br/pdf/regulamento/quadra/REGRAS-DE-QUADRA-2017-2020.pdf)
Porém, quando tratamos de materiais menos extensos, precisamos resumir as principais regras do esporte. Aqui, trataremos
sobre a dinâmica do jogo. Inicialmente, pensemos nas equipes. No voleibol, cada equipe é composta por seis jogadores que
ingressam na quadra, podendo ser substituídos a qualquer momento (desde que com a bola parada) por qualquer um dos
outros seis jogadores que figuram na reserva.
Dentro da quadra de jogo, o único que pode se comunicar com a equipe de arbitragem é o capitão, identificado por uma linha
sob o número em seu uniforme. Fora da quadra, as comunicações devem ser feitas pelo técnico da equipe.
No que se refere aos pontos, estes são marcados todas as vezes em que a bola toca no solo da quadra da equipe adversária,
mas também são marcados quando a equipe adversária infringe qualquer uma das regras do jogo, como errar a rotação,
invadir a quadra adversária, conduzir ou dar mais do que três toques.
Um set é vencido quando uma equipe atinge os 25 pontos, com pelo menos dois pontos de diferença.
Por exemplo, se uma equipe alcançar os 25, e o adversário tiver 23 pontos ou menos, ela venceu o set. Se
ela chegar aos 25, e a equipe adversária tiver 24, o jogo seguirá até que uma das duas alcance a
diferença necessária de dois pontos (26 x 24, 27 x 25 etc.).
O quinto set, por ter um caráter decisivo, vai até os quinze pontos, mantendo-se a regra de dois pontos
mínimos de diferença.
Vence o jogo aquela equipe que chegar primeiramente aos três sets de vitória. Pode ser três sets a zero, se a equipe vencer os
três primeiros sets; três a um, se ela perder um deles; ou três a dois, se o set de desempate se fizer necessário.
Outro ponto a ser destacado é a rotação. A rotação é um movimento obrigatório cada vez que uma equipe recupera o saque, e
deve ocorrer sempre no mesmo sentido, mantendo as posições dos atletas. Cada atleta gira em sentido anti-horário, mudando
suas posições, conforme mostra a imagem.
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Figura 7 - A rotação
#PraCegoVer
Esquema de uma quadra de voleibol vista de cima. À esquerda, está o time
vermelho, e à direita, o azul. O posicionamento em quadra é o seguinte: o 1 no
fundo de quadra, à direita; o 2 na ponta direita da rede; o 3 no meio de rede; o 4
na ponta esquerda da rede; o 5 no fundo esquerdo; e o 6 no centro do fundo. No
time azul, flechas demonstram para onde os jogadores devem ir no movimento
de rotação, a saber, da posição 1 para a 6, da 6 para a 5, e assim por diante, em
ordem decrescente.
Finalmente, é preciso destacar, ainda, as funções do líbero, que é um jogador diferente. Além de ele usar um uniforme distinto
dos demais de sua equipe, ele joga sob regras diferentes. Todas as equipes podem inscrever até dois líberos, mas somente
um deles pode estar em quadra a cada vez. Trocas com líbero não contam como substituições, para efeito de súmula, e
líberos só podem entrar no lugar de jogadores de defesa (posições 1, 6 e 5).
Figura 8 - Reconhecido como um dos maiores líberos de todos os tempos, Serginho disputa sua última olimpíada pelo Brasil, em 2016
Fonte: Salty View, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, o líbero Serginho, em vista frontal, está de uniforme azul, batendo
palmas e animando sua equipe.
Além disso, o líbero não pode saltar estando além da linha dos três metros, e não pode executar nenhum movimento
caracterizado como ofensivo, sendo assim um jogador exclusivamente defensivo.
1.3.2 Estrutura e equipamentos

A estrutura necessária para a prática do esporte também consta no livro de regras, de forma específica e detalhada. Aqui
trataremos dos seguintes equipamentos: a quadra, a rede e a bola.
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A quadra, ou área de jogo, é composta por um retângulo de 18 m por 9 m, circundado por uma área livre de pelo 3 m para cada
lado. Além das linhas de demarcação do retângulo, existe a linha que demarca o centro do retângulo, dividindo as quadras de
cada equipe, sobre onde ficará alocada a rede, e para cada lado, distas a 3 m, existem as linhas dos 3 m, a partir de onde
somente os três jogadores de ataque podem saltar.
Figura 9 - Estrutura da quadra

#PraCegoVer
Imagem contendo uma quadra de voleibol vista de cima, destacando suas
medidas oficiais segundo a FIVB, a saber, comprimento total: 18 m; largura total:
9 m; comprimento de meia quadra: 9 m; linha de ataque: a 3 m da rede; zona
livre: mínimo de 3 m para cada lado.
A rede, por sua vez, é inserida na linha central da quadra. Para homens, sua borda superior deve estar a 2,43 m do solo, e para
mulheres, a 2,24 m. Ela precisa ter a mesma altura em todos os seus pontos, devendo estar, assim, completamente esticada
entre os postes.
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Figura 10 - A rede
#PraCegoVer
Na imagem, é apresentada uma rede e são indicadas as suas medidas oficiais.
A rede em si tem 1 m de altura e entre 9,5 m a 10 m de comprimento, constituída de malhas quadradas, em tecido preto, de 10
cm de cada lado. Finalmente, a bola deve ser de couro ou couro sintético, medir de 65 cm a 37 cm de circunferência, e pesar
entre 260 g a 280 g.
TESTE SEUS CONHECIMENTOS

(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
A quadra de voleibol, assim como a rede, tem diversas especificações determinadas pela FIVB. Sabendo disso, observe a
imagem a seguir.
Fonte: Elaborada pelo autor, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, consta uma quadra de voleibol vista de cima, contendo as seguintes informações: A: comprimento
total da quadra; B: largura total da quadra; C: distância da rede até a linha de ataque; D: área livre; e E: distância do solo até o
topo da rede.
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Com base nessas informações, é correto afirmar que cada uma das medidas demonstradas na imagem são de:
a) A: 18 m; B: 9 m; C: 3 m; D: pelo menos 3 m; E: 2,43 m.
b) A: 18 m; B: 9 m; C: 3 m; D: pelo menos 3 m; E: 2,43 m para homens e 2,24 m para mulheres.
c) A: de 16 m a 20 m; B: 9 m; C: 3 m; D: pelo menos 3 m; E: 2,43 m para homens e 2,24 m para mulheres.
d) A: 18 m; B: de 8 m a 10 m; C: 3 m; D: pelo menos 3 m; E: 2,43 m para homens e 2,24 m para mulheres.
e) A: 18 m; B: 9 m; C: 3 m para homens e 2,5 m para mulheres; D: pelo menos 3 m; E: 2,43 m para homens
e 2,24 metros para mulheres.
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1.4 Variações do esporte – o voleibol de praia
Diversos esportes, brincadeiras e jogos se originaram a partir do voleibol, como é comum com os esportes de grande apelo
popular. Porém, nenhum deles alçou voos tão altos quanto o voleibol de praia. Criado em 1920 a partir de praticantes do
esporte que moravam na Califórnia, nos EUA, o voleibol de praia surgiu como uma opção ao esporte original, porém, praticado
nas areias das praias de locais quentes.
Após algumas tentativas de consolidação nas décadas seguintes, o esporte se consolidou verdadeiramente na década de
1980, com a migração de célebres jogadores das quadras para as areias. Sendo o voleibol de praia um esporte com menor
exigência física, mas mais técnica do que o voleibol de quadra, a modalidade parecia um caminho natural aos atletas que não
tinham mais condições físicas de estarem em quadra.
Porém, o voo mais alto da modalidade variante se deu em 1996, quando o esporte foi incluído no programa dos Jogos
Olímpicos de Atlanta. O Brasil rapidamente se tornou uma potência do esporte, sendo, atualmente, o maior medalhista da
modalidade (com 13 medalhas: três de ouro, sete de prata e três de bronze), seguido pelos EUA, com dez medalhas.
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Figura 11 - O Brasil é o maior medalhista olímpico na modalidade

Fonte: Celso Pupo, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, uma jogadora da Rússia sobe à rede para atacar, enquanto uma
brasileira sobe para tentar o bloqueio. As outras duas atletas observam a
jogada.
Atualmente, o esporte é gerido pelas mesmas organizações que gerem o esporte de quadra: a FIVB a nível mundial, e a CBV a
nível nacional. Entre suas principais diferenças com relação ao esporte original, além, é claro, do tipo de piso, estão o número
de jogadores — o voleibol de praia é sempre disputado em duplas — e a duração do jogo — disputado em dois sets de 21
pontos e, se necessário, um tie break de 15 pontos para desempate. As principais regras, como número de toques, formas de
pontuação e até mesmo fundamentos, são bastante semelhantes às do voleibol de quadra.
TESTE SEUS CONHECIMENTOS

O voleibol, por ser um esporte dinâmico, de forte apelo popular e com regras de fácil assimilação, deu origem a diversos
outros esportes, como o voleibol na neve, o voleibol sentado, o câmbio, entre outros. Porém, nenhuma variação foi tão bem-
sucedida como o voleibol de praia, que inclusive é um esporte que figura no programa olímpico, desde 1996.
Sobre o voleibol de praia, é correto afirmar que:
a) embora seja praticado em duplas e em apenas três sets, segue as mesmas regras de
desenvolvimento de jogo do voleibol, como número de toques e forma de pontuação.
b) a FIVB é a responsável pela organização das competições oficiais do esporte, que podem ocorrer com
duplas de mesmo gênero, com duplas mistas ou com quartetos mistos.
c) diferentemente do voleibol de quadra, o voleibol de praia é disputado em até três sets com tempo
demarcado de 25 minutos por set — exceto o tie break, que dura 15 minutos —, e não por pontuação
mínima.
23/10/2023, 08:46 Voleibol
d) assim como no voleibol de quadra, existe uma linha de ataque a 3 m de distância da rede. Somente o
jogador que ataca pode pular além dessa linha. O outro componente da dupla deve ficar atrás dessa
linha, na defesa.
e) o esporte é um exemplo da força da FIVB: criado no início dos anos 1990 pela entidade, teve um forte
aporte financeiro e de marketing, fazendo com que ele já figurasse nos Jogos Olímpicos menos de uma
década após sua criação.
VERIFICAR
CONCLUSÃO
Nesta unidade, você pôde conhecer o voleibol como esporte, observando sua história, as principais entidades que o organizam
e como elas foram criadas. Além disso, você pôde compreender a sequência básica para a prática do esporte, as posições, a
rotação e seus equipamentos básicos. Finalmente, para finalizar, você conheceu uma das principais variações surgidas do
voleibol: o voleibol de praia, que figura no programa dos Jogos Olímpicos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
compreender a história do voleibol e como se deram seus primeiros passos;
entender a evolução do esporte no Brasil e no mundo;
conhecer as principais entidades organizadoras do esporte;
analisar como se organiza uma partida de voleibol;
inteirar-se sobre os equipamentos básicos para a prática do esporte;
conhecer história e evolução do voleibol de praia.
Clique para baixar conteúdo deste tema.
23/10/2023, 08:46 Voleibol
Referências
BIAZZOCCHI, C. O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. 5. ed. Barueri: Manole, 2016.
BORSARI, J. R. Voleibol, aprendizagem e treinamento: um desafio constante. 4. ed. São Paulo: E.P.U., 2010.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL. Regras oficiais de voleibol 2017–2020: aprovadas pelo 35º
Congresso da FIVB de 2016. Rio de Janeiro: CBV, 2017. Disponível em:
https://cbv.com.br/pdf/regulamento/quadra/REGRAS-DE-QUADRA-2017-2020.pdf
(https://cbv.com.br/pdf/regulamento/quadra/REGRAS-DE-QUADRA-2017-2020.pdf). Acesso em: 1 jun. 2021.
GERAÇÃO de prata - o divisor de águas do vôlei brasileiro. Direção: Paulo Roscio. [S. l.]: Bussiness Television, 2007.
1 DVD (52 min), son., color.

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23/10/2023, 08:46 Voleibol

Tempo estimado de leitura: 40 minutos.

1.1 A história do voleibol

1.1.1 A criação do esporte

1.1.2 A evolução do voleibol: da criação à contemporaneidade

1.1.3 O voleibol no mundo

VOCÊ QUER VER?

1.2 O voleibol contemporâneo

1.2.1 Principais entidades organizadoras

Figura 3 - A FIVB veio para organizar e unificar o esporte ao redor do globo

1.2.2 Principais competições

Figura 4 - A Rússia é a maior vencedora do Campeonato Mundial de Voleibol Masculino

1.3 Sequência cíclica e ações do jogo de voleibol

Figura 6 - Posições dos jogadores na quadra de voleibol

1.3.1 Regras básicas do esporte

VOCÊ QUER LER?

1.3.2 Estrutura e equipamentos

Figura 9 - Estrutura da quadra

TESTE SEUS CONHECIMENTOS

Fonte: Elaborada pelo autor, 2021.

a) A: 18 m; B: 9 m; C: 3 m; D: pelo menos 3 m; E: 2,43 m.

b) A: 18 m; B: 9 m; C: 3 m; D: pelo menos 3 m; E: 2,43 m para homens e 2,24 m para mulheres.

c) A: de 16 m a 20 m; B: 9 m; C: 3 m; D: pelo menos 3 m; E: 2,43 m para homens e 2,24 m para mulheres.

d) A: 18 m; B: de 8 m a 10 m; C: 3 m; D: pelo menos 3 m; E: 2,43 m para homens e 2,24 m para mulheres.

TESTE SUAS HABILIDADES

1.4 Variações do esporte – o voleibol de praia

Figura 11 - O Brasil é o maior medalhista olímpico na modalidade

TESTE SEUS CONHECIMENTOS

Sobre o voleibol de praia, é correto afirmar que:

compreender a história do voleibol e como se deram seus primeiros passos;

entender a evolução do esporte no Brasil e no mundo;

conhecer as principais entidades organizadoras do esporte;

analisar como se organiza uma partida de voleibol;

inteirar-se sobre os equipamentos básicos para a prática do esporte;

conhecer história e evolução do voleibol de praia.

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