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Teoria e Funções Organizacionais
Teoria e Funções Organizacionais
EDITORA UNISINOS
2011
APRESENTAÇÃO
Este livro busca ser um apoio para os cursos em Educação a Distância – EAD
da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, nas atividades acadêmicas
relacionadas a introduzir o aluno ao estudo da administração. É um livro estruturado a
partir das principais competências que o estudante deverá desenvolver, que são:
capacidade de identificar diferentes modelos de gestão nas organizações; capacidade de
contextualizar a ação das organizações em seus ambientes socioculturais; capacidade
de auxiliar em funções administrativas de planejamento, organização, direção e
controle e outras atividades dentro dos mais diversos níveis da estrutura
organizacional; capacidade de compreender as articulações entre as áreas-chave da
empresa: recursos humanos, produção, finanças, logística, marketing e outras;
capacidade de reconhecer e interpretar as diferentes formas de estruturação das
organizações e a inter-relação e interdependência dessas formas com as funções
administrativas e com as diferentes áreas de ação da organização.
É importante esclarecer ao leitor que este livro não tem o propósito de esgotar o
assunto, assim como não é um compêndio completo dos temas abordados, cada
capítulo ou seções trazem assuntos que poderiam ser obra de um livro inteiro. Assim,
este livro foi pensado e dirigido a alunos iniciais de administração, para formarem uma
visão geral dos conteúdos da área e para serem introduzidos ao desenvolvimento das
competências citadas anteriormente, visto que serão retomadas em outras atividades
ao longo do curso.
Optou-se por dividir os assuntos em capítulos bem dirigidos, os quais foram
divididos em seções, a fim de permitir uma melhor organização das ideias e facilitar ao
leitor a busca de informações. Procurou-se apresentar os conteúdos essenciais de cada
tópico, de forma objetiva e sintética. Além disso, em seu início, cada capítulo
apresenta um resumo, e, ao final, há a indicação de estudos complementares e das
referências utilizadas. Quanto aos estudos complementares, ressalta-se que indicam
por onde o leitor poderia começar a seguir para aprofundar os seus conhecimentos,
pois, conforme mencionado, cada capítulo representa uma vasta área de estudos e
pesquisas da administração e, devido a isso, neste livro não é possível tratá-los em
todas as suas dimensões.
Assim, o livro é constituído por quatro partes. A primeira parte denomina-se
“Administração contemporânea e escolas de administração”. Nela abordam-se os
primórdios da administração e as principais teorias que formam os fundamentos desta
área, como a administração científica, a teoria clássica, a teoria da burocracia, a teoria
das relações humanas, a teoria comportamental, a estruturalista, a neoclássica, a teoria
de sistemas e a da contingência. Finalizando esta primeira parte, conceituam-se
algumas das atuais tendências da administração.
A segunda parte intitula-se “Processo administrativo e suas funções”, na qual se
estudam as funções de planejamento, organização, direção e controle.
A terceira parte chama-se “Visão sistêmica das áreas-chave das organizações”.
Nela identificam-se as principais áreas que compõem uma organização, como
marketing, operações, finanças, logística e recursos humanos, e estabelecem-se as suas
interdependências com os meios interno e externo à empresa.
A quarta parte intitula-se “Estruturas organizacionais”, na qual se estudam os
elementos que influenciam e determinam as estruturas organizacionais, e apresentam-
se diferentes tipos de estruturas utilizados nas organizações.
Espera-se que o livro proporcione uma visão geral dos conceitos fundamentais
de administração e permita ao leitor uma aprendizagem profícua desta área desafiante
e tão necessária para as organizações atuais. A todos e todas se deseja uma excelente
leitura!
Porto Alegre, 25 de janeiro de 2010.
Gilberto Antonio Faggion
SUMÁRIO
PARTE I
ADM INISTRAÇÃO CONTEM PORÂNEA E ESCOLAS DE ADM INISTRAÇÃO
PARTE II
PROCESSO ADM INISTRATIVO E SUAS FUNÇÕES
PARTE III
VISÃO SISTÊM ICA DAS ÁREAS-CHAVE DAS ORGANIZAÇÕES
PARTE IV
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
ADMINISTRAÇÃO
CONTEMPORÂNEA E ESCOLAS DE
ADMINISTRAÇÃO
Neste capítulo evidencia-se que a administração, apesar de ser um produto do século XX, é resultado
de séculos de conhecimento humano. Para realizar os grandes empreendimentos que até hoje
testemunham as obras dos povos antigos, houve administradores capazes de planejar, organizar, dirigir
e controlar os esforços humanos e os recursos materiais para o alcance de objetivos e metas específicos.
Particularmente a Igreja Católica Romana, as organizações militares e a Revolução Industrial têm uma
influência direta na formação e na aplicação de conhecimentos de administração nas organizações.
1 Antecedentes históricos
A Igreja Católica Romana é uma organização com mais de dois mil anos e, sem
dúvida, ao estudá-la melhor em termos de administração pode-se aprender muito com
ela. Por exemplo, práticas de administração moderna já são encontradas há centenas de
anos na Igreja, como a hierarquia de autoridade, a unidade de comando e de direção, o
princípio escalar, a constituição de assessorias ou staffs, a utilização de normas
escritas, o emprego de uniformes, a padronização de atividades, a departamentalização
e muitas outras contribuições.
Os exércitos, assim com a Igreja Católica Romana, são muito antigos e já
passaram pelas mais variadas situações, o que levou a diversas soluções
organizacionais, as quais também contribuem para o estudo e a prática da
administração. Praticamente todas as contribuições observadas na Igreja estão
presentes nas organizações militares através dos tempos, como também estratégias e
táticas, divisão horizontal e vertical do trabalho, especialização, disciplina,
regulamentos, procedimentos, graus de autoridade e de responsabilidade, delegação de
autoridade, princípios de logística, sistemas de controle e outros.
A Revolução Industrial torna-se particularmente importante no estudo da
administração por ser o elemento desencadeador da necessidade de haver uma
administração como hoje é concebida e praticada, que busca tanto a eficiência quanto a
eficácia. A primeira Revolução Industrial ocorre entre 1780 e 1860, marcada pela
utilização do carvão e do ferro, e a segunda acontece entre 1860 e 1914, caracterizada
pelo emprego do aço e da eletricidade. A partir desde período surgem duas novas
classes sociais, os burgueses, que detêm os meios de produção, e os proletários, que
vendem a sua força de trabalho, geralmente pessoas que migraram dos campos para as
cidades emergentes.
Particularmente, a Segunda Revolução Industrial provocou inúmeras
transformações que aceleraram o ritmo das organizações, como a energia elétrica e o
petróleo, que substituem o vapor, e a substituição do ferro pelo aço (mais leve e
maleável) como matéria-prima. É a época em que as máquinas automatizadas são
introduzidas nas empresas e em que os mercados começam a se expandir, o que exige
novos métodos de produção e de organização do trabalho. Aos poucos há uma ruptura
com as estruturas corporativas da Idade M édia, surgem novas cidades, aumenta a
população, há uma crescente substituição do homem pela máquina e a aplicação do
progresso científico à produção leva à necessidade de uma administração cada vez
mais profissionalizada.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
O livro de Lodi (1978) proporciona uma boa visão geral de toda a história da
administração. Também, os capítulos iniciais de muitos livros de teorias da
administração, como o de M aximiano (2002), apresentam um apanhado sintético das
principais contribuições que a área recebeu ao longo dos séculos.
REFERÊNCIAS
ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
Ford contribuiu para a administração científica com uma visão prática, afinal ele
era empresário e tinha interesse em melhorar a produtividade e aumentar a eficiência.
A seguir citam-se os seus princípios centrais, em que os dois primeiros referem-se ao
tempo e o terceiro à matéria-prima (CHIAVENATO , 2003; SILVA , 2001):
a. Princípio da produtividade: obter o máximo de produção por
operário dentro de um mesmo período, através da divisão do
trabalho, da especialização e da linha de montagem.
b. Princípio da intensificação: aumentar a velocidade de circulação do
capital de giro, buscando não o imobilizar e obtê-lo dos próprios
consumidores. Para isso é preciso reduzir o tempo de produção e
colocar o produto rapidamente no mercado.
c. Princípio da economicidade: reduzir ao mínimo a quantidade de
matérias-primas em vias de transformação. Para isso a velocidade de
produção precisa ser rápida, além de procurar fazer com que o
produto seja pago à empresa antes do pagamento dos salários e da
matéria-prima.
Sem dúvida, a administração científica e o fordismo trazem grandes
contribuições para a administração. Toda a produção em série ou em massa atual tem
suas bases nesta escola de administração, como se observa na divisão do trabalho, na
especialização, na padronização, na análise dos tempos e movimentos, na
intensificação das operações e na prática do princípio da economicidade.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o livro de Taylor (1990), que foi publicado em 1911 e ainda é atual.
Nele podem-se estudar detalhadamente os fundamentos de uma organização racional
do trabalho.
REFERÊNCIAS
Este capítulo estuda a teoria clássica da administração a partir de seu principal autor, Henri Fayol.
Indica que as funções essenciais de uma empresa são constituídas pelas operações técnicas, comerciais,
de segurança, financeiras, contábeis e administrativas. As funções administrativas consistem em
preparar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Também, apresentam-se os princípios gerais de
administração: a divisão do trabalho, a autoridade e a responsabilidade, a disciplina, a unidade de
comando, a remuneração do pessoal, a centralização, a hierarquia, a ordem, a iniciativa e a união do
pessoal.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
REFERÊNCIAS
Aborda-se neste capítulo a contribuição de Max Weber na descrição do tipo ideal de burocracia.
Descrevem-se as principais características da burocracia que formam o modelo ideal definido por
Weber. Em seguida, a partir dos estudos de Robert Merton, evidenciam-se algumas das disfunções
burocráticas mais comuns, ou seja, consequências imprevistas que o modelo ideal de burocracia pode
gerar no cotidiano organizacional. Finalmente, descreve-se que a burocracia é mais bem entendida
quando identificada como um contínuo de cada uma das suas características do tipo ideal estudado por
Weber.
2 Disfunções da burocracia
3 Dimensões da burocracia
REFERÊNCIAS
HALL, Richard H. O conceito de burocracia: uma contribuição empírica. In: CAMPOS, Edmundo
(Org.). Sociologia da burocracia. 3 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976, p. 29-47.
MERTON, Robert K. Estrutura burocrática e personalidade. In: CAMPOS, Edmundo (Org.).
Sociologia da burocracia. 3 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976, p. 107-124.
WEBER, Max. Os fundamentos da organização burocrática: uma construção do tipo ideal. In:
CAMPOS, Edmundo (Org.). Sociologia da burocracia. 3 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976, p. 15-28.
CAPÍTULO 5
2 A organização informal
ES TUDOS COMPLEMENTARES
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria das relações humanas: humanizando a empresa. In: ____.
Introdução à teoria geral da administração. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Cap. 5, p. 101-
114.
ETZIONI, Amitai. Da teoria das relações humanas aos estruturalistas. In: ____. Organizações
modernas. 8 ed. São Paulo: Pioneira, 1989. Cap. IV, p. 43-66.
GIBSON, James L.; IVANCEVICH, John M.; DONNELLY JR., James H. Os grupos dentro das
organizações. In: ____. Organizações: comportamento, estrutura e processos. São Paulo: Atlas, 1981.
Cap. 7, p. 161-192.
MOTTA, Fernando C. P.; VASCONCELOS, Isabella F. G. de. A escola de relações humanas. In:
____. Teoria geral da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. Cap. 2, p. 51-
70.
SILVA, Reinaldo O. da. A escola das relações humanas. In: ____. Teorias da administração . São
Paulo: Pioneira Thomson, 2002. Cap. 8, p. 198-215.
CAPÍTULO 6
1 A escola comportamental
4 S istemas de administração
5 Teoria X e Y
ES TUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o livro de Simon (1979), o qual é um verdadeiro marco nas teorias
da administração. Auxilia a pensar a administração de forma crítica e evidencia as
limitações da racionalidade humana nas tomadas de decisões organizacionais.
REFERÊNCIAS
Uma síntese da escola clássica (ou formal) e da escola das relações humanas (ou
informal) origina a teoria estruturalista da administração. Além disso, Etzioni (1989)
indica que esta teoria também se inspira nos estudos de M ax Weber e, até certo ponto,
nos de Karl M arx. No entanto, a teoria estruturalista da administração mantém uma
maior inter-relação com a escola das relações humanas, à medida que é examinada
criticamente pelos estruturalistas.
Diversos autores destacam-se em suas contribuições para a teoria estruturalista
da administração, tais como: James D. Thompson, Victor A. Thompson, Amitai
Etzioni, Peter M . Blau, David Sills, Burton Clarke e Jean Viet. Os autores da teoria da
burocracia também podem ser considerados estruturalistas, como o próprio M ax
Weber, Robert K. M erton, Philip Selznick e Alvin Gouldner.
A teoria estruturalista da administração consegue realizar uma abordagem
organizacional mais ampla do que as teorias anteriores, pois, além de considerar
diferentes tipos de organizações em seus estudos, considera os fundamentos da
abordagem clássica (administração científica e teoria clássica), da abordagem das
relações humanas e do modelo burocrático de administração. Esta abordagem múltipla,
conforme Etzioni (1989), envolve:
a. Elementos da organização formal e da informal, assim como suas
articulações. É preciso ligar os dois conjuntos de fatores. Por
exemplo (p. 61), “é verdade que os operários constituem grupos
informais, mas como é que estes se ligam à organização formal?…
Será que os grupos informais atravessam as divisões formais ou
tendem a ser paralelos?”. É preciso estudar o real campo de
abrangência dos grupos informais e as relações entre esses grupos,
dentro e fora da organização. Além disso, nos estudos e pesquisas
torna-se necessário considerar a organização como um todo, ou seja,
tanto as posições hierárquicas mais baixas quanto as mais altas.
b. A organização e seu ambiente. Não se pode examinar apenas o
grupo informal ou a organização como se fossem isolados do
ambiente. Há processos ambientais que influenciam nas
organizações e vice-versa. Por exemplo, nas relações com os
clientes, nas interações com outras empresas e nos contatos com o
governo.
c. As recompensas materiais e sociais e suas influências mútuas. As
recompensas materiais e salariais são importantes na vida das
pessoas, tanto quanto as recompensas sociais e simbólicas. Estas,
aliás, variarão em sua percepção pelos trabalhadores, pois
dependem de uma série de variáveis subjetivas. Por exemplo,
dependendo do nível hierárquico em que estiver, um funcionário
pode sofrer pressão ou ser ridicularizado pelos colegas por ser
reconhecido oficialmente pela direção. As recompensas simbólicas
são importantes nas organizações, mas isso não diminui a
importância das materiais.
d. As organizações de trabalho e outros tipos de organização. A fim de
englobar as organizações existentes e ampliar a sua análise, os
estruturalistas estudaram outros tipos de organizações, que a
abordagem clássica e a teoria das relações humanas não ou pouco
haviam abordado (se concentravam em organizações industriais e
comerciais), como escolas, clubes, hospitais, igrejas, serviços de
assistência social, partidos políticos, exércitos e prisões.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
A leitura do livro de Etzioni (1989) proporciona uma excelente síntese desta teoria e
possibilita ao leitor formar uma visão crítica das teorias da administração,
especialmente da teoria das relações humanas.
REFERÊNCIAS
A teoria neoclássica caracteriza-se pelo ecletismo, pela ação administrativa e pela ênfase nos objetivos
e nos resultados. Podem-se destacar diversos elementos que envolvem a ação empresarial, como a
divisão do trabalho, a especialização, a departamentalização, a hierarquia, a centralização e a
descentralização, a amplitude de controle, o processo administrativo e as concepções de estratégia e de
tática. Uma ferramenta que auxilia as organizações em sua atuação é a Administração Por Objetivos –
AP O .
ES TUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o livro de Drucker (1990) citado nas referências, assim como os
demais livros desse autor caracteristicamente neoclássico.
Igualmente, as partes III e IV deste livro são voltadas à ideia da ação empresarial e
estão relacionadas à teoria neoclássica. Assim, sugere-se também ler os capítulos 16
(M arketing e finanças), 17 (Operações e logística), 18 (Recursos humanos), 19
(Elementos condicionantes de uma estrutura organizacional) e 20 (Alguns tipos de
estruturas organizacionais).
REFERÊNCIAS
1 Conceito de sistema
As organizações são sistemas abertos que interagem com seu ambiente e são
também sistemas sociotécnicos, conforme concluíram Trist e outros cientistas sociais
do Tavistock Institute, de Londres. O modelo sociotécnico é concebido como formado
por dois subsistemas, o técnico e o social, os quais possibilitam uma melhor
compreensão do fenômeno organizacional.
O subsistema técnico é formado pelas ferramentas operacionais da organização,
pelas tarefas, pelos equipamentos, pela tecnologia e pelos diversos instrumentos que
compõem uma organização, sendo responsável pela eficiência potencial da
organização. Porém, para que haja êxito não bastam as técnicas, são necessárias as
pessoas, daí o subsistema social, o qual se refere às relações entre as pessoas que
realizam as mais variadas atividades numa organização, sendo responsável por
transformar a eficiência potencial em eficiência real. (MOTTA; VASCONCELOS, 2002;
CARAVANTES, 1998 ).
Nesse sentido, não é recomendado compreender as organizações
predominantemente como sistemas técnicos, como o fizeram as teorias clássicas, nem
apenas como sistemas sociais, como o fez a escola das relações humanas, mas sim
como um conjunto formado por ambos os sistemas, no qual são interdependentes, se
inter-relacionam, interagem e influenciam-se mutuamente. O subsistema técnico
influencia nas entradas (inputs), nos processamentos (throughputs) e nas saídas
(outputs) das organizações, mas é o subsistema social que estabelecerá a efetividade e a
eficiência da utilização do subsistema técnico para atingir, com eficácia, os objetivos
organizacionais. Caravantes (1998, p. 105) constata que “qualquer mudança em um
dos subsistemas trará, inevitavelmente, consequências para o outro”.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o livro de Bertalanffy (1973), a fim de ter contato direto com o
principal estudioso e fundador da Teoria Geral dos Sistemas – TGS, que acabou por
influenciar as mais variadas áreas do conhecimento.
REFERÊNCIAS
BERTALANFFY, Ludwig Von. Teoria dos sistemas. Petrópolis (RJ): Vozes, 1973.
CARAVANTES, Geraldo R. Teoria geral dos sistemas. In: ____. Teoria geral da administração:
pensando e fazendo. Porto Alegre: AGE, 1998. Cap. 8, p. 91-108.
MOTTA, Fernando C. P.; VASCONCELOS, Isabella F. G. de. A teoria dos sistemas abertos e a
perspectiva sociotécnica das organizações. In: ____. Teoria geral da administração. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2002. Cap. 6, p. 169-212.
CAPÍTULO 10
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A concepção de contingência na administração significa que não há uma única melhor maneira de
administrar, mas sim a mais adequada para cada situação. Pesquisas que geraram a teoria da
contingência concluíram que a estrutura organizacional deve seguir a estratégia e não vive-versa; que há
modelos mecânicos (mais repetitivos e fixos) e orgânicos (mais dinâmicos e flexíveis) para administrar
conforme o tipo de atividade; que o ambiente influencia na diferenciação e na integração de cada
empresa; e que mudanças na tecnologia levam a rearranjos e a novos modelos organizacionais.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
Para melhor perceber o intuito dos autores contingenciais, sugere-se a leitura do livro
de Lawrence e Lorsch (1973), que permite justamente sentir a preocupação em adotar
a melhor solução de gestão em função das situações gerenciais concretas, enfrentadas
nas relações das empresas com os seus respectivos ambientes de atuação.
REFERÊNCIAS
DAFT, Richard L. Organizações e teoria da organização. O ambiente externo. In: ____. Teoria e
projeto das organizações. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Cap. 1, p. 2-28. Cap. 3, p. 53-75.
FERREIRA, Ademir A.; REIS, Ana C. F.; PEREIRA, Maria I. Abordagem contingencial. In: ____.
Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias: evolução e tendências da moderna administração de
empresas. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. Cap. VIII, p. 101-106.
LAWRENCE, Paul R.; LORSCH, Jay W. As empresas e o ambiente: diferenciação e integração
administrativas. Petrópolis (RJ): Vozes, 1973.
MOTTA, Fernando C. P.; VASCONCELOS, Isabella F. G. de. O sistema e a contingência: teoria
das organizações e tecnologia. In: ____. Teoria geral da administração. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2002. Cap. 7, p. 213-245.
CAPÍTULO 11
1 Benchmarking
2 Melhoria contínua
4 Reengenharia
5 Gestão do conhecimento
Percebe-se que a responsabilidade social tem então duas dimensões, uma com
foco no público interno e outra com foco na comunidade. Internamente a empresa
investe no bem-estar e na qualificação dos funcionários; externamente realiza ações
sociais direcionadas para áreas como as de educação, de assistência social, de ecologia
e meio ambiente e de saúde.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
Buscar autores específicos de cada área de conhecimento citadas. Para isso uma busca
junto às bibliotecas sobre o que há de novo é recomendado. Também, como são
tendências modernas, sua busca em sites proporciona uma grande quantidade de
informações, inclusive de associações que as representam como campos de estudo e de
aplicação na gestão contemporânea.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Para onde vai a TGA? In: ____. Introdução à teoria geral da
administração. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Cap. 19, p. 575-630.
FERREIRA, Ademir A.; REIS, Ana C. F.; PEREIRA, Maria I. Teorias modernas de gestão.
Estratégias emergentes de gestão. In: ____. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias: evolução
e tendências da moderna administração de empresas. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
Partes 2 e 3, p. 101-244.
HAMMER, Michael; STANTON, Steven A. A revolução da reengenharia: um guia prático. Rio de
Janeiro: Campus, 1995.
MELO NETO, Francisco P.; FROES, César. Responsabilidade social & cidadania empresarial: a
administração do terceiro setor. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas
japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
Parte II
PROCESSO ADMINISTRATIVO E
SUAS FUNÇÕES
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
O processo de planejamento elabora metas para o futuro, levanta alternativas para atingi-las, avalia-as
e escolhe a melhor. Os planos de ação, em função do seu grau de abrangência, podem ser estratégicos,
táticos ou operacionais. O planejamento estratégico envolve etapas como avaliar o desempenho atual,
analisar os ambientes externo e interno, escolher uma estratégia e implantá-la. Os planos operacionais
mais comuns para executar as atividades necessárias para atingir as estratégias são os procedimentos,
os orçamentos, as programações, os regulamentos e as avaliações de riscos.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
REFERÊNCIAS
ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL
1 A função de organização
2 Elementos de organização
ES TUDOS COMPLEMENTARES
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Organização. In: ____. Administração nos novos tempos. São Paulo:
Campus, 1999. Parte IV, p. 358-475.
LACOMBE, Francisco J. M.; HEILBORN, Gilberto L. J. Centralização e descentralização. In: ____.
Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003. Cap. 19, p. 369-382.
MAXIMIANO, Antonio C. A. Processo de organização. In: ____. Introdução à administração. 6 ed.
São Paulo: Atlas, 2004. Cap. 9, p. 207-227.
OLIVEIRA, Djalma de P. R. de. Estrutura organizacional: uma abordagem para resultados e
competitividade. São Paulo: Atlas, 2006.
ROBBINS, Stephen P.; DECENZO, David A. Projetos organizacionais básicos. In: ____.
Fundamentos de administração: conceitos essenciais e aplicações. 4 ed. São Paulo: Prentice Hall,
2004. Cap. 5, p. 96-117.
SCHERMERHORN JR., John R. Fundamentos da organização. In: ____. Administração. Rio de
Janeiro: LTC, 1999. Cap. 9, p. 151-166.
CAPÍTULO 14
DIREÇÃO EMPRESARIAL
A atividade central do processo de direção é orientar e articular a ação dos indivíduos para fazer com
que os objetivos organizacionais sejam atingidos, e devido a isso interliga todas as funções do
processo administrativo. Dentre os principais elementos que compõem a direção destacam-se a
motivação, a liderança e a comunicação.
1 A função de direção
2 Elementos de direção
ES TUDOS COMPLEMENTARES
REFERÊNCIAS
KOONTZ, Harold; O’DONNELL, Cyril. Direção. In: ____. Princípios de administração: uma
análise das funções administrativas. 10 ed. São Paulo: Pioneira, 1976. Vol. II, quinta parte, p. 113-
219.
MAXIMIANO, Antonio C. A. Liderança e gestão de pessoas. In: ____. Introdução à administração.
6 ed. São Paulo: Atlas, 2004. Parte IV, p. 265-354.
SIMON, Herbert A. Comportamento administrativo: estudo dos processos decisórios nas organizações
administrativas. 3 ed. Rio de Janeiro: FGV, 1979.
CAPÍTULO 15
CONTROLE EMPRESARIAL
1 O processo de controle
ES TUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler a parte seis do livro de Schermerhorn Jr. (1999) que detalha uma
série de tipos de controle que podem ser utilizados em função da natureza das
atividades e das necessidades gerenciais.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Fundamentos do controle. In: ____. Administração nos novos tempos.
São Paulo: Campus, 1999. Cap. 18, p. 631-670.
MAXIMIANO, Antonio C. A. Execução e controle. Introdução à administração. 6 ed. São Paulo:
Atlas, 2004. Caps. 16, p. 357-376.
SCHERMERHORN JR., John R. O controle. In: ____. Administração. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
Parte 6, p. 323-357.
Parte III
MARKETING E FINANÇAS
Este capítulo descreve as funções organizacionais de marketing e finanças. Quanto a marketing indica
que primeiro é necessário definir uma estratégia clara, para em seguida combinar as ferramentas dos 4Ps
(produto ou serviço, praça, preço e promoção). Especifica-se também o que caracteriza a ação de vender.
Em relação a finanças identificam-se as suas atividades fundamentais e descrevem-se as suas principais
subfunções operacionais, que consistem em captar recursos, guardá-los adequadamente e distribuí-los
ou transferi-los estrategicamente.
1 A área de marketing
2 A área de finanças
ES TUDOS COMPLEMENTARES
REFERÊNCIAS
OPERAÇÕES E LOGÍSTICA
1 A área de operações
2 A área de logística
ES TUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o livro de Krajewski, Ritzman e M alhotra (2009), que propicia uma
visão bem atualizada da área de operações.
REFERÊNCIAS
RECURSOS HUMANOS
Neste capítulo é apresentado o conceito de gestão de recursos humanos para em seguida descrever cada
uma das principais funções que constituem a área, como o planejamento da força de trabalho, o
recrutamento, a seleção, o treinamento e o desenvolvimento dos funcionários, as avaliações de
desempenho e as políticas de remuneração. Ao final do capítulo faz-se uma breve descrição das
atividades operacionais que constituem a área.
A área de recursos humanos tem sido vital para uma organização, pois perpassa
e interage continuamente com todas as demais, administrando o elemento essencial de
qualquer empresa, as pessoas. É uma função organizacional que busca procurar, atrair
e manter as pessoas que a organização precisa para desempenhar as suas atividades,
assim como efetuar o seu desligamento caso ocorra, por doença, aposentadoria,
demissão ou desligamento a pedido do funcionário. Envolve também, para Bernardes e
M arcondes (2003), a transformação de informações, como elaborar a folha de
pagamentos e recolher as obrigações sociais.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o livro de Dessler (2003), que oferece um detalhamento para cada
uma das principais funções da administração de recursos humanos, tais como o
planejamento da força de trabalho, o recrutamento e seleção, o treinamento, a avaliação
de desempenho, a remuneração, a gestão de carreiras, as relações trabalhistas e outras.
REFERÊNCIAS
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
A estrutura organizacional estabelece como as atividades são divididas, agrupadas e coordenadas numa
organização. Geralmente, é representada sob a forma de um organograma. A estrutura engloba os
princípios de administração que a empresa adota e as áreas-chave que a compõem. Uma estrutura
também é altamente influenciada por elementos contingenciais. Dentre os mais comuns que
condicionam uma estrutura organizacional citam-se as decisões estratégicas, o tamanho, a cultura
organizacional, o ambiente e a cultura nacional.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler Richard Hall (2004), o qual possibilita formar uma visão geral das
organizações em função de suas estruturas, processos e resultados.
REFERÊNCIAS
DAFT, Richard L. Fundamentos de estruturas de organizações. In: ____. Teoria e projeto das
organizações. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Cap. 6, p. 132-160.
HALL, Richard H. Organizações: estruturas, processos e resultados. 8 ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2004.
LACOMBE, Francisco J. M.; HEILBORN, Gilberto L. J. Administração: princípios e tendências.
São Paulo: Saraiva, 2003.
MAXIMIANO, Antonio C. A. Modelos de organização. In: ____. Introdução à administração. 6 ed.
São Paulo: Atlas, 2004. Cap. 11, p. 250-264.
ROBBINS, Stephen P.; DECENZO, David A. Projetos organizacionais básicos. In: ____.
Fundamentos de administração: conceitos essenciais e aplicações. 4 ed. São Paulo: Prentice Hall,
2004. Cap. 5, p. 96-117.
CAPÍTULO 20
Neste capítulo apresentam-se os diferentes modos pelos quais uma organização pode constituir a sua
estrutura organizacional: estrutura simples, burocracia mecanizada, burocracia profissional, burocracia
divisionalizada e adhocracia. Também aborda-se o desenho departamental, enfatizando a
departamentalização funcional, a divisional, a por clientes, a geográfica, a por processos, a por projetos
e a matricial.
2 Tipos de departamentalização
A montagem da estrutura organizacional consiste também em decisões
relacionadas ao desenho departamental, que se referem a critérios sobre atribuição de
tarefas e especialização por blocos de trabalho, ou seja, são decorrentes da
diferenciação ou especialização de atividades numa organização. Há diversos tipos de
agrupamentos possíveis, por exemplo, departamentalização funcional, divisional, por
base territorial, por clientela, por processo, por projeto e matricial.
Na maioria das organizações verifica-se que estes agrupamentos podem ocorrer
simultaneamente, em áreas e níveis hierárquicos diferentes, o que é conhecido como
departamentalização mista, a qual é possível visualizar na ilustração 2. Os diferentes
tipos de departamentalização são descritos a seguir a partir dos estudos de Oliveira
(2006), M aximiano (2004), Lacombe e Heilborn (2003) e Daft (1999).
Numa estrutura funcional, ou departamentalização por funções ou por
propósito, as diversas atividades são agrupadas por áreas iguais, assim todos os
profissionais de um determinado assunto estão num mesmo setor, por exemplo, num
estão os de marketing, noutro os de produção, noutro os de finanças e assim por
diante. O ponto forte desta estrutura é que ela promove a economia de escala dentro
das funções. O fraco é que pode apresentar uma resposta lenta quando as mudanças
ambientais exigem coordenação entre os departamentos. Uma alternativa para esta
fraqueza é promover ligações horizontais entre os setores, através da tecnologia da
informação, permitindo o contato contínuo em tempo real.
Ilustração 2: Tipos de departamentalização.
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: http://www.cpsimoes.net/index.php?
option=com_awiki&view=mediawiki&article=ficheiro%3AMixed_organization.gif&Itemid=102.
ES TUDOS COMPLEMENTARES
REFERÊNCIAS
BERNARDES, Cyro; MARCONDES, Reynaldo C. Estrutura das organizações. In: ____. Teoria
geral da administração: gerenciando organizações. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. Cap. 19, p. 160-
171.
DAFT, Richard L. Fundamentos de estruturas de organizações. In: ____. Teoria e projeto das
organizações. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Cap. 6, p. 132-160.
LACOMBE, Francisco J. M.; HEILBORN, Gilberto L. J. Administração: princípios e tendências.
São Paulo: Saraiva, 2003.
MAXIMIANO, Antonio C. A. Estrutura organizacional. In: ____. Introdução à administração. 6 ed.
São Paulo: Atlas, 2004. Cap. 10, p. 228-249.
MINTZBERG, Henry. Estrutura e dinâmica das organizações. 3 ed. Lisboa: Dom Quixote, 2004.
OLIVEIRA, Djalma de P. R. de. Estrutura organizacional: uma abordagem para resultados e
competitividade. São Paulo: Atlas, 2006.
ROBBINS, Stephen P. Fundamentos da estrutura organizacional. In: ____. Fundamentos do
comportamento organizacional. 8 ed. Americana. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. Cap. 13,
p. 207-225.
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Esta obra segue as normas do Acordo Ortográfico da Língua P ortuguesa vigente desde 2009.
Editor
Carlos Alberto Gianott i
Revisão
Renato Deitos
Editoração
P aulo Furasté Campos
Capa
Isabel Carballo
Sobre o autor
GILBERTO ANTONIO FAGGION é Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul – UFRGS e Bacharel em Administração de Empresas e em Comércio Exterior pela Universidade do Vale
do Rio dos Sinos – UNISINOS. Atua como professor desde 1995, em cursos de graduação e pós-graduação,
em atividades ligadas a temas como introdução à administração, teorias da administração, processo
administrativo, fundamentos de gestão, gestão da inovação, metodologia de pesquisa em administração e
projetos de aprendizagem. Também, coordena o programa (Re)P ensando a Economia do Instituto Humanitas
Unisinos – IHU.