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WARREN STEINBERG Aspectos Clinicos da Terapia Junguiana COLECAO ESTUDOS DE PSICOLOGIA 18 i JUNGUIANA POR ANALISTAS JUNGUIANOS, fetitreta “Titulo do original Circle of Care Clinica Iss in Jungian Therapy Copyright © 1990 by Warren Steinberg, iasasoTs Dfelios de iadugio pasa Ufagus portuguese ‘sdquititor com sxchsivicade pela EDITORA CULTRIX LTDA. [Rvs Dr. Mésio Viento, 374 — 04270 ~ So Paulo, SP ~ Fone: 272-1398 ‘ave se reer a propiedad» Btrina desta tradugo. “Impresso nes offenassrfices di KattoraPensemen. Sumério 4, As idéias de Jung sobre transferéncia 2... 5 ‘A transferéneia infantil, edutiva .. . « 2a ontbugio de ong tev da wanseend ese ‘Oobjetive da transferéncia . Compensacao s+ ++ Empatia..-. + Relacionamento. . . A transferéncia anqeetipica Ométodo sinéiico .. «+ CO vator da ransferéncia . « Discussdo . . Tnerprecgbessnttcaeredtiva aa O valor da transferéncia ne agutlk 2, O uso teraptutce da conratranserenely «+++ 9+ 34 “Aconteatransteréncia util. vevce teen terse ee 33, ‘A contratransferéncianeurdtica .. 6. see eee ees 38 ‘Acomtratransferéncia arquetipien «v5 +++ 4 3. As contratransferénclas exis eapressias « st ‘Acontratransferéncia cr6tica 32 ‘A contratransferéncia agressive 56 4, O medo do progresso térapéuticn ave 65 Amicdade de separagao.... - - 8 Inveja : 4 dais sow sam: TD Depressio JES B ‘Conclusdes : gq 5. Idealizagio: uma diferenciagio eliniea . “A abardagem de Tung sebre a idealizagio . Reagées especsiieas de transferénciae contratransferéncia Neurose depressiva cet e tenes Condigao fromeirica . . . Desordem de carter narcisisca Reagies gerais de contatransferéncia « - Conflitos de identidade masculinos Separage da mae. . tees 109 Superidentificagzo com valores matculinas teadieionais |... 1S, Competigao como pai... Ansiedade homoerdtica -.. . . 4#Prarte, Discussio das opinides deJung 6... 1.2. 136 Resumo eevee cess pena 140 2*Parte, Redengio pela submissGo ua Etiologia.. spbrealaaasvstivimeune UAL Introversiovestroversio 1st eee eee ee Md Agressividade 148, Psicoterapia . 2 152 Reagbes da transferéncia ¢ contratransferéncia . ia Dependéncia -independéncia «6... 6 eevee cece ASA Consideragies te6ricas ROME sit 158 Epilogo Bibliografia. . Créaites © capulo 1, “As Te6ias de Jung sobre a Transferéneia®, apareceu de forma rodifieads, com 0 titulo de "A Evolugio dee Tis de Tung scbre a Trens- feréncia”, em The Journal of Anelticel Peychotog), vol. 33, 0° (1988). artes do capfivlo 2, °O Uso Terapeutico da Contretiansfertucia”,e éocapttaio 5,""As Contratransfersncias Brétieas © Agressivas",forsm publicadas em Qva- dant, so) 22,n2 1 (1980), (O capital 4, “0 Meco do Progresso Terepeutico”, fi orginalmente apresen- tado no Conzress9 Nacional de Aualistas Jungu anos, realizado-em San Frencis «0, em outubro ds 1989, (O vapltslo5, "Idealizagto: Uma Diferensiagt Cinica,aparecea,originalmente, {de fbama moditicada em Quadra, vol 19, n?2(1886). (0 capitulo 6, “Confitos de Tdentidede Nasculinos*, fo orginelmente apreson- tudo a forma de confertnein, ne Fundagdo C. G. Jung, em Nova York, em devernbeo de 1989. (© capttalo7, Depressao", Parte, apareceu de forma modiicada ecm 0 lo de ‘Depvessio: Um Estudo des 1deias de Jung”, cm The Journal of Analytical Poyehology, vole 24 (1989); a 28 Parte aparecee também de forma modifiesda, fom 0 thule dle “Depresstin Algamas Observagtes Cinicas e Teoricas’, em (Quadro, vol. 17,121 (1984). Para Catherine, pelo sew amor, apoio etolerincia, Para Barry, pela sta generosidade. Para Mwy, pela sua amizade, E, naturabnente, para Lea e Jesse, apenas por exisirem. ih As Idéias de Jung sobre Transferéncia Em seus principais escritos sobre transferéncia, ao longo de mais de trinta © quatro ancs, o penstmento de Jung 6 notevelmente corsis- fonts. As principais mudangas em suas idéias advém de um continue aprofundamento e enriquecimento de seus insights iniiais. Isto € ver- dadeiro, exceto pelo vaior da transferéncia, onde Jung mostra uma ‘tendéncia incomum de se contradizer. ste capitulo aptesenta as idéias de Jung sobre transferéncia e & forma conio elasse desenvolveram durante asta vida, Onde seus insights iniiais ndo evoluiram signiicativamente, 60 seu ponto de vista original serd aprescatado, Discutirei também os repetides mal-cateadidos sobce fos métodos de Tung de interpretar a transferéacia e farei alguns co- ‘mentériesespeculativesna tinica éreaom que cle se mostrainconsisteate, A Transferéneia Infantil, Redutiva Em todas as suas obras, Jungsustentou que o componente pessoal, infantil da neurose, que se uianifesta através da transferéacia, deve ser, principio, analisado redutivamente, No primeira trabalho que publicou sobre a transferéncia, Jung afinma que 0 componente infantil da per- 9 sonalidade do neur6tico deve serintegralmente trabalhado co principal rmecanisme de 1es0lugao é a andlise da transferéncia.! Em The Therapeutic Value of Abreaction, Jung alirma que ométedo apropriado para a andlise do componente pessoal da transferéacia é 0 da andlise redutiva, (0 médien deve sonday, to profandamente quanio possvel, as ‘oigens de neurese, de forma a estabelecer as bases para uma siatese ssubsoguonts. Como resultada da anilise redutiva,o paciente ¢ privaco de sva adaptagao fala e€ levado de volta a seus princrcios? Em Two Essays on Anaiyieal Psychology, Tung acreseentou que & resolugéo dos conflitos infentis & priméria c tem precedéacia sobre a anilise do inconsciente coletivo, "Tho togo falumes do ineenscinte, achamo nos puma esfera, pred: capadas com um problema que ¢ inteiamente obstraido na analise prdtice dos jovens ou daqueles que peimencceram infantis por loago tempo. ‘Sempre que as imagos paterna ¢ mateans tiverem de ser sepae adas...farfamos melhor em n80 mencionar o incanscienie coleW0.. "Mas, assim que as transferéncias dos pais as iusées juvenis tivorom sido dominadas..entdo devemos falar dessas coos ‘A forma de compreender o relacionamento infantil com 05 pais, escreveuJung, 6 através da andlise redutiva. [Na transferéncia, todas as formes de fentasias infantis so pro- jetaces, Flas devernsercautriadas ito é,resovidesatravds caanase eduliva,¢ em geraliso ¢ coakecido como “resolver a iransferéncia” Em “The Tavistock Lectures”, Jung estabeleceu uma distingo centre os nivcs abjotiva c subjotivo da interpretagao. No nivel cbjetivo,o paciente deve saber que ele ou ela ainda est4 vendo o mundo com oliios de crianga, “projetando e esperando todas a figuras autoritrias, posi- tivase negativas, da sua experiencia pessoal’ 10 Finalmente, em 1946, om “The Psychology of the Transference", 0 “ltima dos seus principals artigos sobre o assunto, Jung rciterou sua renga na necessidacle do precesso redutivo: Acsperienca tem Gemonstrada que esa projegso (derelaciona ‘enios primsrios passages) perse-com lod sua ineasidade original. eviando assim um vnculo que eotrespondayemtodos csaspectos core lecionanienio infact nicial,coma tendénsiadereviver nomeédico todas as experi de infin, Em ours plevras, 0 dzauste neurctico co pacente pasa.asertranseridoparacte. Fred, prineito a denier ea descrever esse lenorneno,cunhou oterma "keuroe de manseréncia™® Em sua€nfasenaliberiagée doimaividuo das imagens paternas etravés dla andlise redutiva, a attude de Jung coincide com as iddias de Freud. Contribuicéo de Jung 2 Teoria da Transferéneia ung divergia de Froud em sia nogao de que a transferéneia e 0 sndtodo redutivo tnham um yalor cbjetivo, Ele apontau aspectos arque- tipicos da transferGncia, descreveu varias dos arquetipas projetados & formulou procedimentos téenicos para anilise da teansferéncia arque- Uipica, Além disso, Tung desenvoiveu um método de interpretacdo que ‘chamou de meétedo sintético ow consirutivo. Esse novo método de intor- pretagdo nao substituiu 0 metodo redutivo, mas complementau-o, O objetivo da transferéncia Jung percebeu que a transleréncia tem um valor objetivo em 1913, quando comentou que « transferéncia infantil deve sor resolv, jé que Sula resolugio corresponde ao “impulso para a individualizaga”! Na micsma carta, Jung critcow a ponto de vista puramente causal e rela cionow a transferéncia com imperativos psicologices semelhantes 2que- Jes que levam 0 péssaro a construir seu ninho.® u Em “The Transcendent Function”, escrito em 1916, Jung fez a primeira tentativa de formula uma visio sintétia do processo psiqico no tratamonto analitico, Por fungdo transcendente, ele entendia a ten- tativa inconsciente de 0 pacicnte atingir uma nova atitude através da unigo do consciente e do inconsciente. A transferéncia media a funcio twanscendente quando 0 contetdo do moonsciente, que compensa uma atitude consciente unilateral, ¢projetado sobre o-analisia. Assim, conclufa “Tung, as antasias da transferencia ndo devem ser entendidas apenes “aus ‘entido redutivo cancreto, mas, prineipalmente, num sentido eonstrutivo”,? Por volta de 1921, as idéias de Jung sobre noucese ¢ transforéncia estevam se tornando mais erientadas para a telcolagia. Be esezeveu: “O paciente néo s6 deve ser capar.de ver a cause ¢ a origem de sua neuso- se, como também deve exxcigar a legitima meta pricoldgiea em direco A qual ele esté se cmperhando”."” A transferéncia contém “um elemento criativo, eujo objetivo 6 construir um carinbo para sar da neurose”."™ Ei Two Essays on Anelytical Psychology, Jung, continuo a de- sonvolver aidéia de quc « acurose tem em si mesma wm objetivo, sendo suameta crlar um nove equilforio para a personalidade ao (ornar Coas- neo cgntotidoinconsciente, Fle acrescentavaaidéia de queopacien- le transfere pars o analista os elementos cspectfioas necessérios ao Ulosenyolvimento da personalidade, ¢ nfo 36 recordagées do passado. Por exemplo,em “The Tavistock Lectures?, Jung relatou o seguinte sonho de uma nova paciente: Bl esteva chegando a fronteira su(ga. Bra cise otavivaalténdegn. Cevzou a fronteira e dirigiu-se 2 allindega, e ali esiava um ofa aduansiro saga. Havia uma mulher na freate dela © 0 ofa debou-a ‘passa, entao caegou a sua vez. Bla levava apenas uma pequene sacola ‘eachawva que fosse passar despereebida. Mas 0 oficial a ofaou © tise: "9 que vot tem ne eaeola?” Bla respondeu: “Oh, nada" ~ e 2 abri, Fle enffou a mfa e puxou uma sa que cresceu, fol se fornando cada ‘yer maior a6 transToemar-st em duas camnas completes.” Jung compreendeu que ele era 0 oficial do sonko © que um dos objetivos da transferéucke cxa 0 de ajudar a pacieate a resolver seus conllics sobre o casamento, simbolizado pelas duas camas. R Em termos terapéutices, 6 importante integrar nfo s6 0 valor objetivo do material projetzdo, mas também seu valor subjetivo € pros- pectivo. Em “The Tavistock Lactares”, Jung mostrou que um paciente precisava compreender néo apenas como sua mae e seu pai o tratavam negativamente, mas também como ele repetia esse comportamento con igo mesmo € €om os outros. Finalmente, m.1946, Jung concluiu que o material de fantasia que aparece na teaasferéncia pode ser compreendide tanto redutiva como simbolicamnente - como significado espiritual dos instintos,'® ‘Aolado de sua zbordagem objetiva &transferéncia, Jung desenvol- ‘ven as idéias correlatas de compensagao, empatiae relacionarnento. Compensagao Compensagio € o mecaniemo através do qual a psique se regula alomaticamente, Se, devido a resisténcias ou represses excessivas, @ consciéncia do ego torna-se muito unilateral, desenvolve-se uma new- rose, A informacdo que compensa a atitude Conscicate-emerge atrevés de sintomas especticos. A transferéacia, assim como a nourose, é uma tentativa de autocurar-se, 0 sistema psfquico lutando por equilirio, Em "The Tavistock Lectures”, Jung dé.um exemplo de “super- ccompensagic” com o caso de uma paciente extremamente intelectual ‘ada ¢ cujasdefesas aimpediam de manter qualquer relaciongmento. A paciente desenvolvenintensa transferéncia erotieaem Jung. Noentender ‘ela, seu iaconseientecriov iso de forma a ajudé-la a deseavolver seu lado sentimental inferior, nio-relacionado." Acompensago também pode servirparaindicaraoanalitaumainGi ‘conlavansfexéncia, Durante seu abo com una mules, Jung souhou: Evestava andanco por umacstrada no campo, atravésde uma vale siumsinado pelo sol da terde. A minha direita, sobre uma montane ‘ngreme, havia um castelo, ¢ na torre mals aka uma mumer estave sentada ruma espécis de balaustreda. Paca poder vé-te eonveniente: mente, tive de incliner a eabega para tri, de tal forma que senli um 3 estado no pescogg. Mesmo na sontio, eccnheci a malher como sendo aminba paciente,” Esse sonbo ajudou Fung a perceber que tinha ficado frustrado com ‘a mulher, devido a sua resisténcia, Sua reagdo de contratransferencia defensive foi desvalorizar a paciente. O sono compensou isso, obrigan- ddo Jung a olhar para cima para poder vé-la, Empatia ‘Outro componente objetivo da transferéncia, que Sung enfatizoy, {oi a empatia. O paciente tentaintegrar'se na personolidade do analsta ¢cficar em harmonia com cla, de forma a obter um bom retacionamento om 0 mesmo, comparando-0 com relacionamentes anteriores. Q ob | Jato disto € a adaptagie, O paciente imagina que o aralista tem uma dtitude edequeda com relagig& vida e que idenfificar-se com ele levard a resolugéo do sous contlitos. "Podemos presumir que um elinico astute como Jung née advogeria 1 idéia de um paciente identificando-se com fantasias sobre como 0 fvalista resolveria im detertinado probleaa. Jung, indubitavelmente, queria dizer que a tentetiva do paciente do curac-se através da empatia | valida, desde que 0 paciente se identifique com 2 atitude analitica, sto com a iateagéo do analista de tornar consciente 0 inccnsciente, Nesse Sentido, pode-se admitr a idéis de Jung sobre a funcdo curativa da impatia, como uma formulacio inicial do conccito de idcatificagio introjetiva, E claro que essa tentativa de adapagio fica dstorcida se 0 terapeuts mantém uma atitude defensive com relagéo ao inconsciente. Relacionamento Tung reeonbeceu que uma earacteistica do neurético ¢ a difieal- dlade em estabelecer relacionamentos humanos saudévcis. Um aspecto ‘objetivo da transferéncia € a tentativa inconsciente do paciente de fazé- 4 lo, Evidentemente, ela esta condentda ao fracasso, pois © paciente rapidamente assimila 0 analista 8 situacdo femiliar patologica. As pro- jegies fazem com que 0 analista setransforme em pai, mie ou emoutras figuras sgnificatives, © 05 rolacionamentos da infancia «fo ressncitados. Entretanto, o analista no pertence 20 ambiente familiar e pode, desta ferma, proporcionar uma ponte para se sair dessa dindmica. A medida que as projeges infantis s40 retiracas, a necessidade de relacionamentos sauidiveis torna-se:mais evidente, O paciente voltar-se- ‘ entao para o analista como um objeto de relacionamento puramente hhumano, em que a cada individuo € garantido lugar. Bscreve Jung: ‘Naturaimenre, sso ¢ ImpossWel aié que todas as projogdes te sahara sido conseiearomente tosonhecidas; cerseqientemente, eas de vvern antes de mais nade ser submeticas a oma andlse redutiva, desde (que, é claro, alegtimidade e simportancla do enseio subjacente por um ‘eleclonamento pessoal estejam constantemente presenter. Jung voltou a ideia da impori@acia do relacionamento na trans- feréncia im “The Psychology of the Transfercace”, onde sugssiu que ‘elacionamento € uma condigio para a individuagio. O ego necessta de otra pessoa sobre quem possa projetar contesides inconscientes, de tal forma que a unio conscieate possa aconteecr. (© ser humane afo.relacicnad carene de totalidade, pois ele s6 pode obieriotalidade através ca ama, ca alma nao pode existir sem.0 seu cuteo lado, que € sempre enconteado no “utre" A transferéncia arquetipica Em um estégio ainda iniial, Jung levantou a quest2o sobre o que siconteceria A enexgia liberada quando as projegoes de transferéncia [ogscm retiradas do analista eresolvidas. Ele sentia que essa energia ndo poderiaser sublimada por escolha consciemteealertava contra a hipbtexe ilo 0 (ctapeuta tentar dirigi-la por sugestio ¢ consclho, A energie tem 4s inclinagao propria, dizia Jung, ¢ encontraria o uso para o qual é mais adequada. 'A principio, Jung supés que este uso seria alguma adaptagio externa, Ele acreditava qu, para a maioria dos pacieates, especialmente aqucles que ainda nao tinham atingido a meis-idade, a principal causa da nourose era a recusa em adaptar-se & vida exterior. A energia dispo- nivel iberada pela andlise redutiva iriagravitar para um objeto ou tarefa ‘no mundo exterior. Em Two Exsays on Analytical Psychotog, Jung introduzin a idéia da transferéncia arquettpica, Ele descobrira que, om alguns e8808 r0r05, depots da andliseredutiva,alibido liberada nao conduziu.a novas adapta: Goes externas, mas seguit a pr6pria inclinagio rumo ao inconsciente Coletivo, ativando arquétipos que ento eram projetados na transfe- réncis, As idéias que formulon na ocasiao podem ser difereaciadas por duashipéteses correlatas. Primeiro, atransferéncia éarquetipica, ouseja, rela os coatetidos coletivos séo projetalos sobre 0 analista; segundo, umn ‘desenvolvimento objetivo voltado paraaincividualizagio ¢inerento Atrans- feréncia, isto é, 0 processo de transferbncia 6, ole meamo, arquetipico. Jung, convincenterscate,citou diversos easos clinicos para confis~ mar sa primeira hipétese; seu conceito de que a transferénciatinha uma diregao objetiva, entretanto, bescava-se temaemente nut finico exemple a contratransferéneia distoreida de uma muller com um Torte complexo positivo paterno, Ela idealizava Jung e, em seus sors, ele era inflado até atingir.a figura de um pai divino a carregéla como uma crianga. Tung ‘apresentou o seguinte sonho dessa pacientes ‘Spu pai (qae na verdade era de pequena estatura) estava com ela wna montenha eaberta por campns Ge trigo. Ao luda dele ela era diminata, e ele Ihe parecia um gigante. Ele a kevantou do chiio © ceuregou-a nos bragos como a uma cian, ‘O vento soprava sobre os trignis, medida que ests balangevam ao vento, ele a embatava nos beacos. Jung se perguntava por que, em vista do trabalho analtico, 0 inconseiente dola continuava se apegando aideia de que ele cra divin. © vinculo se acentuava em vez de se atenuas Tung conctatu 16 ae oinconicienteestava tencando criar um deus da pessoa to médico, coino que para desvelar uma visto pessoal de Deus, de forma que transferénea paca a pessoa do médica nda mais era do que um cequivoco da mente consciente, ume esiopida pega pregada pelo “bom senso comum”., Poderia 9 aseio por um deus ser..o maior ¢ mais vyordadeiro significado cexte inadsquado amor que chaommos de Stsansierencia"™ questionavel se a idsia de Jung de que o processo de indi viduagéo 6 inerente & (ransferencia ficou confirmada por este exemplo, ‘Ao chegar as suas conclusoes, Jung nao levou em conta o fato de que fa pacieate Gnha ficado totalmente sem cinheiso, insinuando que cle a estava atendeado sem cobras nada” Isto, evidentemente, foi um est ilo para a exagerada transferéncia fantasiosa da paciente. A transfe- rincia idealizadora nio pde ser diminalda uma ver que Jung a refor- {giva, ao tratar a paciente como se-ela fosse wma eriange, 0 méximo que pode ser concluido dos exemplos citados sobre a transferéneia arquetipica em Tao Essays on Anabtical Psychology, por tanto, € que as imagens arquetfpicas surgem tanto cspontancamente como reativamente, Mais do que produzir evidéncias para a tese de que © inconscicnte tcuta se individuelizar de forma euténoma através da ‘tansferéacia, poder-se-a dizer que Jung langowas bases para ahipé.ese doque o inconscieate apresenta um corretive para a contratransfexBacia do analista ateavés de imagens arquetipicas Em sous trabalhos posteriores, Jung apresentou material adicional para fundamentara idGia de qne-o processo de indviduagao ¢ subjacente a transferéncia, Em “The Tavistock Lectures”, ele comparou a (rans- feréacia com as expesituciasinilat6rias © debateu o fato de que atubas sctvema fungio de extrae encrgias das imagens parentais, de mancira a permitir que ela posse ser transforide as fases seguiates da evolugio, Neste sentido, o analisando, tal como o heréi, nacce duas vezes: a primeira, de seus pais naturais e, a seguir, através da transteréncin, 0 individuo experimenta um rengscimento espiritisl que oliberte da figa- {20 com as imagens parents A idéia da transferéncia como um seguade naseimento ¢ ubordada tambcm om “The Psychology of the Transference”, onde Jung enfatizou scu objetivo evolutivo,> Aqui também Jung aprescntou a tese de que a an transfortncia ¢ um processo arquctipico dirccional cua finatidade € 2 individuaggo. Auravés daandlise das figuras do Rosuriumn pliiosopharum, ‘Juag demoastrou os paraiclos catre os procissos da transferéncia © da alquinia, Ele conclain comvincestemente que, da mesma forma que ¢ real significado da obea alguimica — a procura da lapis ~ 6 uina projagéo do instinto de totalidadc, 0 motivo subjacente 20 proccase de trans fes€noia 6 0 anseio da unidade interior, O método sintético xa "The Tavistock Lectures”, Jung introduaiv um plano geral da thenics de andlise da transleréncia sequetfpica, O analista deve, inicial. mente, giudaro paciente a distinguir 0s contetides pessoais das impes- soais projetades a trausferéacis. A seguir, at imagens impessoais de- vem ter reliradas do aralista de forma gue o relacionamento pessoal posta ser claramente diferenciado. otvetento, dferentamente ca transferéncia pessoal que 6 resalvi- dda pela andlse redutiva das projecoes, as imagens arquetipicas nao po dems ser dissolvcas, pois pertearem aos elementos estruturais da psique. ‘Assim, €¢ proprio ato da project que deve ser dissoWvio. As imagens im- pesscais querecaem sobr2 o paciente devem set diferenciadas doegn, ara ‘6x da métoda de “objetivagdo””* Aqui, Jungse referiaaamétode sitético. 0 axétedesintético tem dois componenies: a amplizgio dosimbclo ¢ o nfvel subjetivo de interpretacio. (Os procedimentos cousais ¢redutivosfalbam quanéo aparecem ima _gons do inconsciemte coletivo, Este tipe de material fica destituido de signi- ficado, quando éreduzido a algo pessoal, mastoma-sesigniticativo serefor- ado 6 ampliicado. A imagem arquetipica € entendida coero urn simbolo «que antecipa futuros desenvalimentos no aralitsndo. Q metodo sintstico procura comprcendler 6 objetivo da simbolo ao desenvolver sca sgmificl- des através de paalelos forrecidos tanto pela anatista como pelo pacienre, “Este procedimento amplia.e enriquece o sfmbolo nicl”, escrove Jung;"aparecem ento eertaslinkas do desenvolvimento psi Ho ao mesmo tempo individuais e coletivas.”” 1B Anplifcasio © imagianagSo ativa slo dois excmpls do méiodo sinétic. © segundo componente € o nivel subjetiva de interpreiaggo. © produto inconstiente projetado sobre analsta, bem comp a8 8sso- iagoes aquele produto, sio encaradosnip compaspectes doobjeto, mas ‘camo tendéncias au caracteristicas do analisando. © nivel subjetivo de ierptetacio tanto pode ser aplicado a material pessnal como a0 arquetipicn. Novamente, # supasiqgo & de que se trata da um processo ‘bjetive. © material inconseiente & projetado sobre o analsta nesse memento porter necessirio 20 pacieute integesto, O valor da transferéncia 14 uma consisténcia e uma 2volugdo nos pontos de vista de Freud sobre a transferéacia, Inicialmente, ele entendeu a transfertacia como tum obstéculo ao tatamento, ou seja, uma resistEncla, Como caracte- ristice peculiar do trabaiho analtico, era inevitivel, €¢ analistatinha de aprender a trabalhar com ela. Ao prosseguir suas exploragdes, Freud recontecen que atransterénca tinka também grande valor terapeiico. Fis oferecia ao paciente a oportunidade de eepetir em ambiente segura as experiéncias patologicas que constitufam a base de seus confit. Neste ove ambiente, essas anfigas expevidacias podiam ser demons- traddas como as metivagées inconscientes para 6 alval comportarsenta smal ajustado da pessoa, A trarsferdncla tornava-ce 0 campo de batalha onde se podia travar a guerza da neurose, ‘io hé a rtesma consictincia ou a mesma avelugio nas opinises de ‘Fung sobre o valor éatronsferéncia. Bom ao contritio, estaé a nica rea, cm toelos os scus escrites sobre a transferéacia, om que cle continua- mente s© contradiz. Ele chega a se contradizer no mzsrao artigo. Isto telvez indique lgam conto cmocional pessoal de Fung com rclagdo a0 assuato da transferéacia, Em 1912, Jung declarow que a descoberta da transferéacia era de Mundamental impartincia”.”* Ela sorvia & wil finalidade de ajudar 0 » paciente a construir uma ponte entre o relacionamento familiar © © mundo eaterior. Em 1913, em carta a0 dr. Loy, Jung afirma; “Nos nfo trabalhamos coma transferencia sobre 0 analista, mas contre cla e apesar dela.’”” Ble repete a posigdo inicialmente adotade por Fread (em 1895), vendo a transferdacia apenas como um obsticulo so tratamento. Em 1921, Jung retomou a idéia de que attransteréncia é importante tem valor positive ao declarar que a “transferéncia € 0 alfa c bmega da psicandlise” °° Ble novamente atribuia significativo valor positive aos boneficios do relacionamento que, a seu ver, o pactente extrai da tians- fertncia, Adotou inclusive uma posigao somelhaate & de Froud, co alirmar quo a transferéncia ora “uma caracterfstica inevitével de qual- quer andlise completa”.** Em 1926, Jung contrariou 2 idéia da inevitablidade da transfe- rénciaaodizes quendo se teatavade “um fendmeno regular indispensével a0 sucesso do tratamento, Transferéncia € projecao, ¢ projegdo ou esté presente ou no estd. Mas nfo € necessdria.. A auséacia de projegbes sobre 0 médico pode, ua verdade, faciliter consideravelments o tra- tamento”. Em 1935, Jung retoraou is suas posiges de 2913 com alirmagbes categérieas com A transfertneia € sempre um obstécalo; pugca ¢ uma vantagem, (Cora-se apesar da wansferéncia, nfo 8 cusia dol.” {6 normal ter uma transferdecia, Pessoas normais nunca tém tcansferdncias.* ‘Transferenda ou naoutraasferéncia, sto nfo tem nade que vor come cure... Se nfo houver transferéaci, tanto melhor. Obtént-se © material de mesma forma, N&o é a transferéncia que posstilta a0 paciente expor sea material obtém-se (oda O material que se pode ‘esejar, alravés das somos. Novamente, Jung parceia defender 0 modelo original de Freud acerca da resisténcia/obstéeulo. Em outras ovasiées, entretanto, reco: pheceu que a transferéncia, como a projecio, de que ¢ wm exemplo, € 20 uum fendmeno normal e apenas um caminho para os coatetidos ativados tornarem-se conscientes.™® Finalmente, em 1946, ele retornou a ine- vitabilidade a importdncia da transferéncia no tratamento analitico, Provavelmente, nfo ser eragero dizer que quase todos os casos querequerem traramento prolongsda gravitamem tomo do fentmieno da transterencia, ¢ que 0 sucesso ou fracasso do tratamenco esi vine culedo a cle de forma fundamental. A psicoogia, portante, nao pede simplesmente sutestimar ov evitar este probleria, em pods 0 picote- Tapeuta fazer de conta que a assim Cramaca "resolugso da trans- Jeténcia” € apenas wie coisa esperada” (0 teatamente médico da transferénsia da ao paciente unsa opor- tunidade inestimével de retrar suas orjez6es,d€ tomar boas Suas perdas ede integra a ua personalidade- Jung agora manifestave proferéncia pessoal por néo ter de traba: Inarcomatransforéncia, notadamente quandointexsa,mascim trabalbae ‘com sonhos. ‘Pessoslmente, snto-ne sempre felz quando néapenas wna tea tronsferéncio ou quando ola 6 praticamente imporcoptirl. Exige-se muito menos de n6s, como pessoa, e poslemos fear satisfeltos com ‘out1osfaiores terapenticamente eficezes.” Diseussio Interpretacoes sintética e redutiva Fé uma séric de boneficios ¢ siscos na sbordagen sintética a transferéacia. Um doles 6 quo sua aplicagio imediata impede que Fantasias inconseientestenham o tempo aecessério para se manifestarem na trans- feréncia, O paciente precisa do analista como de um objeto para ¢ transferéncia, mas se as projegdes que surgem desagradam ao anslista, cle pode rapidamente devolvt-tas ao paciente, A interpretacao subjetiva toma-se enti uma defesa contra o assustador material inconsciente do pacionte, Isic ocorre, notadamente, quande comega a surgic a trans- scxualmente durante uma sessio, ¢ fogiu da sala, Hesitantemente, cle associou ao souho um sentimente que tinke quanto & necessidade de proteger a analista,ndose deixando excitar sexualmeate por ela, Em sua préptin andlise, ela verificou que a sua roagio sexual so paciente criava ausiedadc, devido a sentimentos edipianos inconseieates que tiaha pelo filo © qus estava projetand sobre o jovem. 4, A resposta sexual do analista pode ser provocada por uma conduta sedutora conseiente ou inconsciente do paciente, a0 vestirse, agit ov falar de forma provocante, A reagia coniratransferencisl pode alevtar o analista para este ponto, ¢levé-lo a uma melhor compreensio das motivagoes do paciente. Talvez este compense um sentimento de desamparo através do damifnia sexta au a sedugdo pode ser uta forraa de testar habilidade do aralsta emidar com a seeualidade do pacientes ou pade ser uma maneira de este tentar se valorizac. ‘5. A resposte sexual do analista pode ser uma percepgie incons- ciente da sexualidade reprimida do paciente, néo deseuvolvida, porém, quem sabe, iniialmente ativa. Nesse sentido, a contratransferéncia po de ser um Gtil precursor de futura evelugao do paciente, O anclista pode znom chegar a mencionar o assunto mas, como consciemtemente mantém ‘ caperidncia sexual, inconseiontemente comunica que a sexialidade do paciente & accita, Hi alguns anos (cabalhel com uma mulher que tina passado a vida inteira em escolas psroquiais. Ela era timida, inibida ¢ dominada por um rigoroso complexo paterno, que censurava qualquer demonstragaa de vial instintva, Apesar disso, cada ver que ela entrava no consultério eu me sentia sexualmente estimulado e iguaimente culpado, © néo podia encontrar base racional para cada uma destasreagbes. Foi apenas depois dde ouvir alguas de seus sonkes que compreendi a correlagéo incous- conte Em om dos somes, & sombra de sua atid conscicntemente inibida, vivia um frances de cabelas negros, cantor de uma clubs noturuo, que vestia uma Unica prota curta ¢ cra cheio de vitalidade sexual © sedugio, Sev namorado, no soaho, era um heréi tipo Robin Hood que vivia de sua asticia © fora dos limites tradicionais. J& que essa figura a ecrrespondia atm aspecio entao inconsciente de minha pro: tificar com pria personalidade, centi-me imediatamente prontoame i sa \ sit projegao. Enquanto 0 rolacionamento consciente era entre fomo analista, © ela, como uma paciente inibida, 0 relacionamento inconsciente era entrea sna sombra sexual sedutorae o aninaus na forma Jo arrojado namoraco com o qual eu tinka me identificado. Tudo isso, Je inicio, acontecia quase inconscientemente, a nao ser pela reagia il irracional e pela capa que eu seatie. Compreender a contra- lranslertncia ndo apenas revelou o relacionamento entre a sombra ¢ 0 swims, como também Jevou a compreensi da resi@ncia. A culpa que fy sentia quanto a minha reaggo sexual era devida a uma outra identi Fieagio, desta feita com um complexe patcmo, que coadenava a minha oagio sexual da mesma forma que eoncenava a dela. Assim, abs dois ‘stivamos mais empeniaados em tentar reprimir nossa sexvalidade de ‘naneita.a aplacar cea (dels) complexo paterno, de que em tentar torné In consciente e amaliséels, 6, A resposte sexual do analists pode ser a concretizagio de um evento simbélico, Em "The Transcendent Function”, Jung esereveu que © inividuo, inconscientemente, teata provocar midanga através da unhio do consciente ¢ do inconsciente,? Fm algum outro lugar, Jung bservou que o retacionamento com urn “outro” exterior & urn ingre- ilonte nceessario para a transformagao, 2orque o inconsciente precisa vie um objeto sobre 0 qual possa projetar seus contecitos.” © rela- Sionanenio analitico transmite a fungao transcendente quando con Aides inconscientes projetados sobre c analista si0 comprecndides ‘eaperimentalmente ¢ devalvidos ao paciente, numa forma que possa ser ada de modo conscicnte Jung também notou que o anscio da busca de totalidade tem um pecto er6tico.* O simbolo da coniuncti, subjacent tanto a0 impulso Netipico pars unide do conseiente como inconscionts coro ao rela clonamento transferéncia-coniratransferéxcta, pode ser vivido conereta- mente através da sexualidade estimulada dos pertieipantes; isto é, hi um ispoeto sico concomitante & experincia simbélica, Tato signifiea que, fmpre que 0 paciente integra um sspecto da inconseitncia que foi Ironsmitida via transferéncia-contratransferéncia, hi potencial para o ‘otisno. Por falta de compreensto ou por neurese, 0 analista pode. Jnjciptetar erroneamentea expresséo simbolice da necessidade de indi- iduacio do pacieate © sentir-se pressionado a expressar 0 aspecto 35 fereavia negativa ou quando o paciente projeta descjos semuais sobre 0 analista, Aléim disso, as associagies do pacicate com 0 objeto podem ser percepgics acuradas em vez de distorcides, Se o analista no quer conhecer as vélidas percepgSes inconscientes do paciente, 0 nfvel sub- jetivo de interpretagéo fornece uma defesa imediats, Da mesma forma, ‘0 aspecto amplificatério do método sintético pode: ser usaca defen- sivameate, de forma a conspirar com o paciente fim de evitar-se utuamente o assustador material pessoal que precisa se mnanifestar na tansferéncia, Inversamente, no nivel objetivo de interpretacto, o perigo é que analista, objeto das fantasias do paciente, se identifique com cle ¢ eate reler as projegSes do paciente, Bsse perigo € especialmente agudo com transferéncias arquetipicas ¢ com aqucles de naturcza positiva, Por ‘excmplo, um analista com problemes narcissticos no resalvides pode rapidamente interpretar s idealizagao do paciente no nivel objetivo. Um tnalista com conplexo de selvador facilmente se identificara com a projegio do axquétipo do salvador, uma projegao de transforéncia bas- tante comum. Uma protecao contra isso € a técnica siniética de ani- plificar a imagem do paciente. Os paralelos sjudam tanto a0 analista como ao paciente a reconbecer a natureza impessoal do macerial trans- fer. ‘Que Jung reconheosu esses perigos € evidente pola Gafase que dou 420 método sintético e também 2 importdncia do cbjeto na andlise da tuausferéucia, Na verdade, zelocionar-se com o abjeto & um requisito para uma individuagio bem-sucedida, néo apenas porque, como seres humans, necessitemos de interagio social para nos desenvolvermos, como também porque 0 objeto € necessicio pare a projegio. Nos nos conhecemes através das projegées; assim, precisamos nas relacionar para que as fantasias inconscientes passam manifestar-se."° Hi urna tendéncia errémea de idenificar a psieoterapia junguiana com a tendéncia sintétice ¢ de falar-se pejorativamente do métedo redutivo, Este tltimo ¢ considerado uma abordagem freudiana, causal e personalista, que falha por nao satisfazer as ncecssidades progressivas da personslidade. © miétodo sintético, 6 que se originow de Jung, & naturalmente considerado mais junguiano. A devisdo sobre qual (erica 2 dle abordagen: utilizar deika de ser ume decisio clinica ¢ toma-se um citério para quem é ow aie é um analists junguiano. Decisées cinicas ‘io ento tomadas mais na base da adesio a dogmas teéricos do que as reais necessidades do paciente Frequentemente, 0 antagonismo a téenica redutiva é motivado \lofonsivamente ctem rafzes nossentimentos deimadequacao do analista Durante o treinamento, © analista pode ter-se sentido A vontade ¢ vompativel com a abordagem sintétice, mas sente-se inseguro ao usar \éeaicas redutivas. De fato, conftos sobre a cscolha do método pouco tém a ver com o real ponto de vista de Jung. Ele obviaments defendeu a escolha da abordagem analitica baseada nas circunstincias clinicas, Assim, acotamos um pontode vista ‘argamente redutwo er xlas os casos que tretam deiluses,fegbese alludes exageradss. Por oUlIO lado, tm ponto de vista construtivo deve ser considrado orn tsk 08 casosnos quaisaatitucecanssiente € maiseu menesnarmal, mas capez {de maior evolugao..ou em que wendencies incovsclentes.. est40 SERCO ‘mal intorpretedas...O ponto de vista a adekar cm cada caso deve fiat por conta da intigto e da experitneia do analivea A tendéncia a eriar uma dicotomia entre oredutivo eo sintétion 6 um grave exro eindica uma falha no entendimento do ponto ce vista de Jung. Supoaho que o que di origem a essa falhaé um profunelo equtvoco 4 re9peito dos pontos de vista causal e objetivo. © método sintétco € associado com uma ebordagem ebjetiva & pique, lovando em conte ¢ aimentendo as ncecssidedes ligadas & pot sonalidade, A abordagem redutiva 6 associada cota a causalidade ita il Entretanto, Jung distinzuia dois tipos de causalidade: Causa efiens © Causa finalis.” Causa efficiens refere-se 8 causa de efeito imediato e respon a pergunta: “Por que isto ocorreu” Causa finaisrefere-se A «causa final ¢ responde a pergunta: “Para que isto ocovte?” ‘A redugdo a causalidade infantil ¢ erconeamente interpretada por slguns como redugae & Cause efictens, uma explicacdo psicalogic inse- ‘isfotérie para os que adotam um ponto de vista objetivo. Para Jung, cntrctanto, a rodugio & causalidade infanil era uma redugao 2 Cassa Jinals. De acordo com oconceito de fnelidade, as eausas aéo entendidas a como meios para umn determinado fim. A redugéo a eausaicate infantil um passo necessério no processo de deseobrir um significado, embora deize sem resposta @ questio do objetivo. ara occrrer a individuaeéo,o individue frequentemente jem de primeico resolver confitos infantis, 0 material compensetGrio para a resolugéo do distérbio psicoligico © para maior desenvolvimento da personalidade pode estar om confites¢ relactonamentos infants, Mas, para que este material se (ore consciente, é nevesséria uma regresséo, ‘A rogressiio ¢ feita pela projagio sobre o anslista, ou seja, pola trans- feréncia, Redugio aos contlitos infantis ajuda e interpreta a regressao, Neste sentido, « utikzagio de uma abordagem redutiva € win passo Wil no processa dl individuiagao. [Encatada em vermos de causaldade, 2 regresso ¢ determinade, excessivamente (0- lerante, Outros problemas eatactesologicos incluem coufitos nacisise las inconstiemtes, que fazem com que 0 analista espexe admizagio da parte do paciente, ou que o faca supervalorizar 0 progresso terapéut 9. ContratransferBacias caracterol6gicas cio recalitraates a mudangas 4 através de auto-andlise ¢, quando apontadas por eolegas ou por um. analisando, resultam em negacio e defesa por parte do analista. Reagoes de contratransferéacia aguds sio mais ffecis de lidar, Apesar de frequentementc exprescas,o analista loga verifica que alguma coisa andou mal © ago precisa se defender. Na maioria das vezes, a ‘auto-andlise ou uma discussio com um supervisor ou colega pode resol ver 0 problema, Apos 0 analista ter controlado 0 aspecto neurdtico da reagéo, reconhecide a patologia em si mesino © verificar se ela foi cexpressa ao paciente, surge a questo do que ela revela sobre 0 paciente cm particalar, Pare utilizar ofetivamente a contratransfexéncia neurética aguda, fas respostas irracionais do analista devem ser entendidas como ume combinagao de sua prépria neurase o aquels do paciente. Sguincoa su- gestio de Jung de que c relacionamenta analitien deve ser encarado co ‘moUma comunkaoentre ambasas psiques, a contratransferéncia do ana lista pode ser considerada uma combinagio das tendéneias proprias do analista com uma aceitagao reflexiva do papel projetado pelo paciente. Na transferéncia, os pacientes tenciem a repetir mais do que @ Iembrar experiéncias patogenicas do passado , partanto, a engajar 6 ‘analista numa encenacao do passado, O paciente tenta indir 0 analista # desempenhar um papel complementar aquele que o pacieate vive © entéo, inconscicntemente, adapla-se & reagdo percebida, Se 0 analista niio se dé couta disso, ele tenderé a aquiescer. Mais do que uma andlise do passado transferido do paciente, o processo € uma repecigao com os raesmos efeitos destrutivos, Embora o analista deva sempre assurair a responzsbilidade de que 0 elemento neurético que eausow a contra transferéneia seja expresso, © comportameato pode ainda, com muita tilidade, ser visto como uma combinagdo entre as préprias tendéncias do analista eo papel do relacionamento que 6 paciente esté inconscism temente tentando estabelecer, Numa sessao alguns anos aris, minha pacieate anteriormente mencionada estava relatando uma série. de incidentes autodestrativos ‘que haviam ocorrida durante a semana, Esta ladainha de desgrages culmiaow numa descrigao de uma experiéneia avtodestrutiva com am homem, ¢ cla comentow que iria continuar a comportar-se assim, de forme a se manter ligada & ele, Durance essa hisi6ria, minha raiva foi a crescendo 6, depois desse iiltimo comentério, comecci a questionar \srcssivamente sua autodestrutividade. Logo dopois, seati-me aliviado, intoiramente justificado ¢ me convenci de que a tina questionado dessa forma para seu préprio bem. Bu racionalizi que msinka motivagao tink sido a de abalar o seu ego e de constelar 0 arquétipo do hexéi para que ete lutasse contra as aspectas regressivos do incoasciente. Etretanto, umn sonho que tive alguns dias depois levou-mne A dolo- rosaconclusao de que minhas motivagoes nao eram tio puras, Verifiquel {que meu comportamento se devia 20 impulso de poder nao integrado & ilo uma frusirada imagem narcisista de mim mesmo como curador mé= boo. A resiténcia ¢ as associagbes da aralisanda wa sesso sexulnte me doram « oportunidade de interpretar e conficmar sua semsagéo de ter sido intimidada, O conheeimento de mitha reagéo contratransferencial dliminaia a resisténcia dela ¢ permitix quc cla sc asscciasse ao incidents. Fla constatou sua semelhanga com outros relacionamentos, nes quais haviamn abusado dole o, finelmonto, chegow & conclusie de que, sempro que se sentia ameagada por sentimentes de abandono, inconsciente- mente usava seu masoquismo para tomar posse. Ela fazia isso por constelara raiva abusiva do outra.e, a partir disso, por oferecer-se.como ‘objeto a ser abusado. Assim, conseguia que outras pessoas se relacionas- sem com ela, devido A necessidade que estas tinham de ter um objeto ‘contca 0 qual pudessem extravasar a ira, No nosso relacionamento, ela inconscientemente temera que eu a rejeicasse por causa do seu compor- tamento regressivo durante a semana anterior, Inconscieatemente, le- You-ine @ precisar dela como um objeto de abuso ao estimular minha hostilidade. Obviameate, teria sido maisterapéutico paracle que cundo {ivesse expressado a reago abusive. De qualquct forma, cu estava apto 4 sssumir a responsabilidade pelos coaflitos aio resolvides que me fizeraminterpretar este papel; interagao pode entdo ser examinada em busca das informagies sobre a paciente que Finalmente darian: bese a0 progresso terapéutico, ‘A questio que surge é: que fatores poderiam levar um analista a cconcluir que uma resgio de contratransferéncia € primarizmente uma combinagio entre a neurose do analista e do pactente? Para dar um torn pessoal ao assunto: Cue c2rteza tinha eu de qe as dues primeiras fantasias que relatet sobre a contratransferéncia til 6 no eram uma indicago do meu proprio problems com o uso abusivo do poder, enquanto que a situagao mais recentemente deserita era uma combinacio de suas necessidacles autodestrativas ea minha propria Jimitagdo nao resolvida? © primeiro requisto € que o analista conheca a sua propria psi- cologia, Gragas & minha andlise pessvel, eu estava seguro de minha hhabilidade de, em éltimo caso, saber 0 que me pertencia co que nao me periencia, Isto, 6 claro, ndo significa que eu néo teaba potencial des trutivo, Mas, as duas primeicas situagSes no eram do tipo a estincular este potencial de forma nenrética, Mais do que isso, eva através de mew potercial de agressividade que eu posta permitir que minkas Fantasias coutratransferenciais se manifestassem ¢ fossem observadas. Ao con- tcérig, incidcates que afeiam meu narcisismo (ém o poder de estimuler ostilidads em mim Esse foi o caso no titimo exemplo, quando minha frustragdo por néo ser capac. do ajuder a pacientc combinow- nevessidade de estimular a minha ageessividade, Em segundo lugar, como jd mencioaci, a qualidade das fantasias nos dois pimeiros exemplos - aquele sobre 0 namorado abusivo co outrosobre a dominagio sexval ~ no eram caracteristicas minhas, mas do paviente, Em tereeito lugar, nos dois primeiros exemplos no senti an- siedade, nem agi defensivamente a0 permitir que minhas Fantasias en teassem na conscincia. Eu pude observar tranquilamente minha vida interior rcagindo ao anzlisando, Mais importante ainda, nao havia im- puilsode agir dc acordocomasfantasias, quer de me comportar de forma abusiva, de aeusé-lado tentar me provocar, quer ainda de trazer0 assunto A baila de meneira a me aliviar de tensGes. Ao coatrdrio, no terccito exemplo, eu impulsivamente a questione’ de forma agressiva, sent-me Virtuoso, detendi-me de mim mesmo através da racicnalizagio, sonkci com o incidente e senti-me culpado pela minha reagio. A Contratransferéneia Arquetipica No primeiro capitulo, mostrei a contzatransferéncia arquetipica de dduas maneiras: conteidas arquetipicas so projetados sobre o analist, 4 © 0 pr6pria pracesso de transferéncia € em si mesmo arquetipico, visto {que umaevolucaoobjetivs, ume &individuaedo, the € inerente. Analogs monte, contetides arquetipicos so estimuladcs na contratransferencia © 1 pode-se discerni um objetivo e uma diego para o processo, Durante 0 processo de indviduagéo, uma pessoa passa por uma ric de experiéacias de crescents unidade entre 0 ego ¢ 0 incensciente, imbobizades por imagens da coniaictio. Essas experiéncias sao me- diadas através do relacionamento snalitice A primeies coniuncii 6 0 encontz0 eom a sombra. Os conteiidos dla sombra sio projetadas no s6 porque o sistema psiquico defensiva- mente se livra de estimulos interns penases, mas também porque 0 anseio pela individuagao pede que o inconseiente seja integrado; a projecdo é 0 mecanismo para que se etinja esse fim, Desde que vérios dos conteddos pessoais da sombra so cons- lituidos de experiéncias reprimidas ou evitades que se mvanifestam na Uwansferénela, a andlise da transferéncia & um passo significative no proceso de individuagéo. ngquanto que os conflitos pessoais de amor e édio, de desejo © anode so analisades redutiva e casualmente, de forma que o indkviduo posse Fiear ciente das in‘luénetas que os determinam, hé tambéin: um Salor prospectivo ou abjetivo nessa redugio. A transferéncia negativa, por exemplo, representa nio s6 & projegia dos eonllitas infantis agres- sivos do paciente mas também a necessiiade de libertar-se dos vinculos com as imagos parentais, como passo inital na evolue&o individual Para ung, atransferéncia negativa nao Capenas “um desejo infantil de insubordinacio; € uma poderosa necessidude de desenvolver a pré- pia personalidade © a uta para que isto ocorra 6. uma tarefa im periosa’’ Ao repetir na relagio analftica as ctapas malsuccdides dos )rimeiros estégias de vida, apresente-se uma nova oportunidade para ee ‘cparae da identiicagio inconsciente com os valores parentais e cami- nhar para idade acuta Da mesma forma, Jung sugore que a iransfertncia positiva nao 6 apenas urna projecdo de fantasias créticas da infincia, mas serve a0 bljetivo de ligar 6 paciente ao anabsta, de Forma a permitir que poss jocovter a eeohugio de novas & mais scudaveis adapiagbes, Tung rec0- nhicew a transferéacia positiva ¢ a contretransferéncia como simbclos 45 da necessidade Uc unio entre © conscicate © o inconscicnte, com 0 analista vivenciando ¢ cepresentando o iaconseicate projetado do par cionte. E apenas na traasferéacia-contratranaferéucia posiiva que 0 jntegragio pode ocorrer. O aspecto erdtico da relagao transferéncia- coniratransforSneia 6 assim um simbalo da conivictio cond. 8 to- talidede, No nivel do inconsciente pessoal, as tcansferéncias positivas © negativas refictem concicionamentos particulates dos instintos de amor de agressividade, embora hajatamhém uma base arquetipica para estas ‘aléncias. Com alguns analisandos, as transferéncias arquetipicas in- -m conflies fundamentais sobre a existéncia do bem € do mal no niverso,subliniando os coaflites de cuaho pessoal. © correspondente 2 contratransfexéncia arquecipica ta sombra indica 40 analista que néio ‘Gesté presente um conflto pessoal, mas também gus ha um significado teleolégico inctente: no conflito que aponta para as necessidadcs de viding da analisanda Edward Edinger sugere que © mal constiui um lado exeuro & inconssiente do Self que precisa se tomar coneciente através da Iuta oral pessoal do homem."° Nesse sentido, a relagdo individual com 0 lado escaro da sombra ~ por exemplo, impulsos primitivos de desejo de raiva — néo constitui um assunto pessoal, mas um aspecto do drama arqnetipico da chegada A consciéncia do lado escura do Self Un analista que tenha um relacicnamento amistaso com a sembra tera uma reacaa contratransferencial muito diferente da que tera aquele ‘ave estcja alienado da mesma. A contratransieréncia arquotipica da sombra€ muitas vezes ameagadora, porque oanalista comega a encasnar ‘© malabsolutondo ateauac pela bondade humana, eisso pode provocar sentimentos profundas Ue culpa de inferioridade moral Tals teagbes podem ser muito penosas para aquckes com estvita convicgéo religiosa, devido & separagio entre © bem ¢ © mal com a qual muitas vezes se identiticaram. Un analista, ex pastor, tha particulor dificuldade para lidar com transferéncias negativas de seus pacientes. Ble respondia com decla rages defensivas, visando assim demonstrar que ele néo era como imaginavam. Tornou-se cada vez mais angustiado com um analisando {que desenvalven 26a ilosériade que oanalisia era um agente do diabo 6 ‘nviado para cocrompé-fo, O anaista ndo conseguia demover o paciente dessa ida sugeri que sua incapacidade ds tolesar as fantasias negativas do paciente ¢ do utilizé-las como base para explosar a sombra do mesmo indicavam algama dificuldade em accitar a prépria sombra, Naqucla noite, o analista sonkou: “Deus, rovestido do diabo, vsitou-me com uma perversio para durar por tods cternidade.” Seu sonbo ajudou-c a come ‘ar aaceitar a idéia de que tanto oem como o mel existiam no universo, € de que 0 mal era outea manifestacio de Deus. Someate depois de este provessa se ter iniciado, ele pbde tolerar as projegses do mal feitas pelo Pacienie sobre ee. Qualquer arquétipo que seja estimulado afetara os sentimentos do sanalista quanto a9 paciente, Contratransferéncias arquetipicas podem or Geis ow destrutivas, dependendo da relagéo do analists aquele \Jeterminado eoateddo constclado no seu inconsciente, O salvador ou 0 spect nuisiente da Grande Mae sio reagées contratransferonciais orquctipieas positives, comuns. Se © analista nao estiver eOnscio dos eitos destes arqustips, 0 desejo de ajudar pode induzi-lo a assumir ums exagerada responsabilidade pslo cuidado do paciente © provocar wentimento de culpa, se as condigdes deste nio melkorarem. Por outro lado, essas contratransferéncias podem provocar a tomada de cous: cigncia da cindmica arquetipies ativada do paciente. E 0 conkecimento do analista sabre os padrdes de comportamento evolugio inerentes & (energia arquetipiea que the permite ser 0 mediador da relagio entre 0 jogo do paciente eo arquetipo ativado. 36 que seria impossivel diferenciar cada imagem arquetipica que Hossa afetar ¢ analista iei, ao contrini, indicar slguns critérios para \lierenciar as contratransferéncias pessoais das arquetipicas, H4 uma vlforcnga experimental entre as duas que torna a contratransferéncia acquetipica especialmente difel, Algumas reagdes contratransferen- ‘is pesseais a idealizagdo na transieréncia ilustrardo este ponto Durante a décima sesso amilitica com um novo paciente, es- lalicleci um peralelo entre um rclacionamento atual ¢ aucle que © snalisindo tivera com a mae. Ele reagiu com um siléncio, durante 0 gual (ive a seguinte Fantasia: Atrés de um espelho de uma s6 face no meu ‘consult6rio estavam todos 0s prineipats anclistas junguianos da cidade a de Nova York, Eles discutiam o brilkantismo de minha interpretacao ¢ a exceléncia geral com a qual eu estava lidando como caso. Refletindo sobre esta fantasia, verifiquei que eu nao considerave brithante mem a minha interpretagao e nem o desenvolvimento que dere ao caso, Muito pelo contréric, sentia-me inapto ¢ confuso. Concha que a fantasia devia Cer sido estimulada por uma idealizaedo que ocorria nc analisande, Para ser mais cbjetivo, apesar de minbas reacoes de com ‘oatransferéncia serem algo intensas, as imagens era estritameate pes soais e, conquanto meu orgulho fosse exagerado, ndo era numincso; ot seja, eu era grande, mas ndo diviaa, Com a contrairansferéacia arquetipica, « numingsidade do arqué Lipo freqientemente leva o anaiista a uma identificagao que é qualitative © quantitativamente diferente das identificagdes de contratransieréncie pessoal, Isto no € devido exclusiramente a problemas nar cisistas 120 e- solvidos do analisia, Adolf Guggenbiihl-Craig sugere que, devido avn volvimento do analista comsonhose outras manifescagies do inconscin- tc, as imagens arquctfpicas do sabio cdo saccrdote sto projetadas sobre oanalista°Estasitaagens consicladas consti¢uem unrisco ocupacionsl especialmente para os junguianos. As imagens arquetipicas substituem imagens pessoais, ca mumtinosidade provocade ressoa sedutoranmente 2 psique do analista, O analista que se identifica demais pode chegar @ pensar que & mais profundamente inicisdo nos scgredos do seatido de Yida ¢ da morte do que os outros morta, Lembro-me de uma experiéncia pessoal que ilustra isso. Num dia quente de veréo, alguns anos atrés, cu usava roupas brancas em meu consult6rio, Um pacicateme disse que-cu parccia um gura c que, defato, ‘hd mito sentia que cu cra mesmo um mestre. Conquanto ex fizesse um ccomentdtio obrigat6rio sobre scr isso apenes uma projegio, cuestaxa de fato scerctamente feliz ¢ identifique-me com essa imagem do mestee, Pontifiquel orgulhosamente sobre vérios aspectos relacionados com a naturezada existéncia,ndo apenas at6.0final daquelasessio mas também nas duas seguintes, Finalmente, deixei de mo identificar como arquétips istico depois de um almogo em que, 20 dar uma mordida em meu hhambGrgues, espirrci Ketchup cm minha camisa branca. Este aconte: cimento trouxe-me de volta a minho condigio mais terrena © me fer constatar © grotesco do meu comportamente. 48 Ao lidar com a contratransferéncia arquetipica ¢ fundamental ter senso de humor a respeito de si mesmo, Além disso, 0 nivel objetivo da Interpretaggo deve ser uilizado com muito ceticismo devido ao perigo dde que o analista, objeto de fantasias do paciente, venha a se identificar com as projegiies do pacicate ¢tentar reté-les. Este perigo € especialmente intenso com as varhagOes arquetipicas da teansferéncia positiva, Se a transferéncia € de natuccza crética, 0 analista pode desenvolver a fantasia de que magicamente pode curar-se smantendo relagio sexual com o paciente, Em outros casos, um analisa com problemas narcissias nfo resolvides pode insistic om interpreter a iealizagio arquetipica do pacieate no nivel objetivo transformando-se entio mum objeto de adoragio. Analogaments, um analista com um complexo de salvador nao resolvido depressa iri se identificar com a projegio comum do arquétipo de salvador. Uma protegio contra identificagio com o conterida arquetipicn é a técnica sintética de am- plificaras imagens do paciente. Mesmoque.em silencio, citar os paralelos pode ajudar o analisia 2 reconhecer a imagem transferencial como im fendmeno geral ¢ nao pessoal NOrAS 1. Ver A. Meter, ancien Incubation and Moder Psychotherapy, € C Jess Groesbeck, "The archetypal Image ofthe Wounded Healer” 2. “On Couatertransfereace", pp. 81-84 3, The Synboli Life, OW 18, per. 318 4 Tit pa. 219. 5. The Practice of Pychotherapy, CW 16, puts. 364.365, 6 Ver M, Fordaam, “Analytical Pryenogy aad Cousterteanserence, a Connwermansforence; H.Racker,Inesjerence and Connveransfernce; G Acer, The Living Symbok 1. “The Theory of Psycheanatss", eal and Psychoun a7 & “The Tavistock Lacturs", The Symbolic Life, OW 18, pat 322. 8. Vernots6. ysis, CW 4, par a 10, R. Langs, The Therapeutic Interaction: A Spmfbesis, p. 1225 H. B ‘Seares, "The Fatient As Therapist to His Anais” 1h, The Dherapentic dueracton, pp. 110-112. 12, A Rei, “On Countertransference”, pp. 2531. 13, M, Stein, “Power, Shemenisn and Meicuties in the Countertrans- ference" 14, “Some Crucial Pelatsin Paychoanalyss Jung-Lo7 Coesespoadence)", ‘Fraud and Pyjlesanadis, CW 4, pa. 58, 15. The Creation of Consciousness: Suny’ Mh for Modern Man, cap. 3. 16. Power inthe Helping Professions, pp. 20.35, 0 3 As Contratransferéncias Eréticas e Agressivas Se por um lado 6 accito que através do entendimento da contra- isferéncia os analistas cstéo armados de um instcumento cerapéutien lo graadl valor, por outta lado surge. a questéo quanto a0 significado que eles podem obter estas experiéncias. Uma das tarefes atvais da Psicologia junguiana 6a de difsronciar as reagées decontratransferéncia, tlomancira que 0s analsta, trabalhando isoladamente, possam dispor lo uma variedade de hipoteses para ajucié-los a entender suas reagoes. ara este process, infelizmente, hi pouca orientagéo nos escttos de Jung. Analstas contempordneos, entretanto, comesaram a explorar este pcblema, Fnire os ngulanos, Adolf Guggeribibl-Craig desoreve como. ‘gutipos de curedor, do padre eda salvador afotama dindmsica da con- sironsfer@acia.’ Mation Woodman difercacia os diversos estagios da \ransforéncia ¢ da ontratransfer€ncia que poetem se desenvoiver conse Ihores que softem de problemas com a alimentagao.* Nathan Schwartz Slant examina as reagdes de contratransfexéncia is encigias pessoais © uquetipicas eavelvidas na idcalizacdo ¢,nas transferéncias especulares ‘onaciersticas des cstrbiosnarcisistas Murray Stein descreve asinte- ‘ngbesdinamicas que ocorrem em torao de questées de poder, xamanis wn9¢ partos analiticos* Frsses estudes indicam que ado AA uma relagao dbvia de car- wspondéneia anivoca entre # experiéncia do analisa ¢ a vida interior ot do paciente, Ao contrécio, hé uma grande complexidade ¢ diliculdade para determinar o signilicado a ser abtido para o paciemte da con {rairansferencia do analista. Alguns destes t6picos serdo analisedos aqui A Contratransferéneia Eréticn Durante uma sesso, o analista pode sentir atragio soxual por um paciente. Alguns dos posstveis siznificados que 0 analista pode dexivar dai so os seguintes: 1, Jung ebservou que uma reagao sexual do analista pode indiear com 9 pasion, ‘uma compensagao por im relactonamento insatifat6r te Pessoalmente, nem corno clinico nem como supervisor cliaico on ccontrei tum caso em que a resposta sexual do analista fosse apenas ‘compeasatria de um relacionamento insatisfatrio. Antes, os sentimen- tos semuais do analista sio muitas vezes uma compensagio por um sclacionantentoinsatsfatério, combinado com outros fatores, ‘ais como necessidades sexuais no satisfeitas cu repressdo da seavaldad, scia do analisa, seja co paciemte Por exemplo, um analista em treinamento sonhou que cle ¢ sua pacicate estavam deitados no chio do consultério, bsijando-se apaixo- nadamente, Ele havia cesenyolvide uma intensa contratransferéacia seaual ¢ sentia que a amava. Ele tinha fantasias em que fugia com ela € jimaginave os dois « caminhar romanticemente pelapraia. A medida que discutiao caso, toraava-se claro que, antes desse sonho, elensio se centia ligado & paciente, Ele aisibutra & resist€acia da paciemte sua falta de interesse, lamentara a inabilidacte de cla fazer progressos e pensara em teroinar a andlis. Neste caso, contratransferéncia exéticado analistasupercompen- sow o seu desinteresse [$0 diminaiu quando ele comegou a compreen- der ¢ a apreciar sue paciente. Além da supercompensagao, entretanto, também ficou claro que a perda de interesse do anatista correspondia & resistucia da paciente.20 desenvolvimento de uma transferéacia ertica. © sonho do analista, por sua vez, foi estimulado pela sexualidade sepri- 2 nls da paciente que ele, contratransferencialmente, sent e errad uente interpretou como sua, Um fator agravante adicional, indicado pelo sonho, cra a relagdo insatisfatoria do analista com sua propria compensacla pela sua contratransferéncia sexual, de que entao se protegia com certo desinteresse pela pasiente. 2. Os sontiniettos sexuais do analista com rclago a0 paciente ppovdem indicar uma caréncia sexual pessoal. O analista pode néo ter ‘nourose n0 mbito da sexuatidadte, mas estar simplesmente inconsciente los efeites de seus desejos insatsieitos. Um analistainterpretou todo 0 material do uma nova paciente om termes de sexvalidade, De fato, cla fra sexualieatemuitoinibida to analista, através da propria sexuatidade estilada, estava acuradamente cetectando os conflitos ca mesma, O que ele ndose dew conta foi de que « paciente estavatraumaticada com alisewssdo prematurada scxualdade 1a auslise, Depots deexaimiuss ste abotdagem terapeutica com o supervisor ¢ através da andlise pessoal, 0 snalista, cua exposa estava trabalhando ama cidede distante ji hé slgum tempo, comapceendeu que cstava projetando sobre a paciente suas prdprias ncecssidades néo atendidas. 3, A resposta do analista pode estar relacionada com a sua prépria nneurose. Por exemplo, uma mulher excitave-se sexvelments sempre que lum pacionte comegava « chorar. Essa ceagio nio uvortia quando se Iralava de pacicnte do sexo feminino, A discussio revelou incanscieates lantasias de sadismo relacionadas com osofrimentodoshomense « capa- cidhide que as mesaies possufam de exeité-la. Um analsta, com zoagio semelhante em relogdo. pacicates mulheres, descobriu que esta sevia « fontasias narcisists, que envolviam a esperanga de aliviar 0 sofrimento dle suas pacientes através do poder de cura do seu falo, Em ambos os «9808, anélises pessoais posteriores indicaram que as fantasias estavam, Primariamente relacionadas com es conflits nao resolvidos clo alist ‘Analstas que tém medo da prapria sensualidade oa que supoem er neur6lico inapropriado ter atraga sexual por seus clientes commu 0 isso inconscientementc, Por exemplo, uma analista mais velha ‘onsiderava antiética sua atracto sexual por tm pacientejaverneatraen- le, porém inibido. Sua ansicdade a fazia mudar de essunto e, pelo contritio, evitar as tentativas que le faria para diseutir scus conflitos «sais. Certanoite, opacients sonhou que aanalistase sendin estimulada 3 semualmiente durante urna sesso, ¢ fugiu da sala, Hesitantemente, ele associou ao sonho um sextimento que tinha quanto a necessidads de pproteger analista, ndo se deixando excitar sexualimente por la, Em sua propria andlise, ela verificon que a sua reagdo sexual ao paciente eriava fansicdade, devido a seatimentos edipianos inconscientes que tinha pelo Sth e que estava projetando sobre 0 joven. 4.,A resposta sexual do analisia pode ser provocada por una conduta sedutora consciente ou ineonsciente do paciente, an vestir-se, agit ou falar de fora provocante, A reagéa coniratrensferencial pode alertar o analista para este ponto, clevi-lo « uaia melhor comprecasio das motivagies do paciente, Talver este compense um sentimento de cesamparo através do domifaio sexual; ov a sedugdo pode ser ume forma etestar a habilidade do analista em lidar coma sexualidade dopacicate; fou pode cer uma maneira de este tentar se valorizar. 5. A resposta sexual do analista pode ser uma percepeao incons- ciente da sexualidade reprimida do paciente, no desenvolvida, porém, {quem sabe, inicialmeate ativa. Nesce sentido, a contrattansferencia po: dle serum ttl precursor de futura evolugao do paciente. O analista pode nem chegar a mencionar 0 assunto mas, como conscientemento mantém a experiéneia sexual, inconscientemente communica que a sexvalidade do pacionto é aceita, Hi alguns anos wabalheicom uma mulhcr que tisha passado a vida inteira em escolas paroquiais. Bla era tfmida, inibida e dominada por um rigoroso complexe patcrno, que censurava qualquer demonstragao de vida instintiva, Apesar disso, cada vez que cla entrava no consult6rio ex se sentia sewualmente estimulado © igualmente culpado, © néo podix encontrar base racional para cada uma destasreagdes. Foi apenas depois, de owir alguns de scus sonhos que compreendi a correlagzo ineons- Bim um dos sonhos, & sombra de sus alitude conscientemente inibida, vivia um francés de eabeles negros, eantor de um clube noturne, {que vestin uma tinica prota curta ¢ era chieia de vitulidade sexal & sedugio, Seu namorado, no sonho, era um herdi tipo Robin Hood que vivia de sua asticia ¢ fora dos limites tradicionais, J& que esse figura masculina correspondia a um aspecto cntao iaconsciente de minha pré= pria personalidade, senti-me imediatamente pronto ame identifiear com 34 4 sua projegdo. Enquanto o relacionamento consciente era entre ei ‘como analista, € ela, como uma paciente inibida, 0 relacionamente inconsciente era entre a sua sombra sexval sodutora€ o animus na forma dlo errojeco namorado com © qual eu tinha me idealficada, Tudo isso, de infeio, aconcecia quase inconscientemente, a nfo ser pela reacio acional e pela eulpa que ev senlia. Compreencler a contra transferéncia nfo apenas revelou o relacionamecate entre a soaba ¢ 0 ‘animus, como também levou a compreenséo da resiséncia. A culpa que eu sentia quanto a minha reagto sexual ara devida a ume outes ienti- Feagio, desta feta com um comploxo patemno, que condenaxa a minha reacéo sexual da mesnia forma que condenava a dela. Assim, 16s dois estavamos mats empenhacos em tentar reprimir nessa sexuatidade de tmaneira a aplacar seu (dels) complexo paterno, do que em tentar tornd- le consefente € analisé! 6. A respasta semal do analista pode ser a concretizagao de um evento simbélico, Em'“The Transcendent Function”, Jung escreveu que o individua, inconscisitemente teate provoear mudanga através da unigo do coasciente ¢ do inconsciente” Br algom sacra liga, Tung observou que © relacionamento com um “outro” exterior é un ingre- dents necossrio para a transformacéo, porque o inconsciente precisa ds um objeto sobre 9 qual possa projetar seus contetidos” © relee cionamento analitica transmite a fangio transeendente quando con- tetidos inconscientes projetados sobre © analisia sio eompreendidos experimentalmente © devolvides ao pacicate, numa founna que passa ser integrada de mado consciente. Jung também notou que 0 enseio da busca de totalidade tera um aspecto erbiivo® O sfmbolo da conned, subjacente tanco ao impulso angoetipica para uniso do eonseiente com o inconsciente som ao rele. cionaaientotransferéncic-contratransferéneia, pode servvido coneretae mente através da sexualidade estimulads dos participantes; isto 6, ba urn aspecto Fisica concomitante a experiéncia simbslica, Isto signitica que, sempre que o paciente integra um aspecto da inconsciéaeia quo foi transmitido via transferéncia-contratransferCneia, hé potencial para 0 crotismo. Por falta de compreensi ou por nentose, © analista pode interpretar erroneamente a expressao simbélica da necessidade de indi vidaagéo de paciente © sentirse pressionado a expressar 0 aspeclo ss cex6tieo da coniunctie.” Onde no se resist & pressio, seria um grave cero racionalizar essa expresso chmo uma necessidade religiosa cxe- ‘outada por ordem do Self ov a servigo da individuagao do paciente. A Contratransferéneia Agressiva Tanto as contratransferéncies postivas como as negativasapresen- tam informagao valiosa sobre os coals inconscientes do analisando. Se apresenge de ume coatratransfxénca indica uma cvolugio sauddvel cou peraiciosa, ¢ especialmente se 0 analista pode obter significados de suas reagaesintornas, que podem entao ser terapeuticamente benéficas para o paciente, depends des eireunstincias elinicas. Alguns des poss ‘cis signifcados que-o analista pode extrair de uma reagao contratrans ferenvial agressva soos seguites: 1, A ita do enaliste pode indicar 0 medo que 0 paciente sente da intimidade ou do amor. Sentimentor afetuesos pelo analista podem levar ao desenvolv sonto do uma alinga de trabalho positiva que expée o pacients a uma autoresploragéo mais profunda ¢ & descoborta de contotidos incons tienes patologions que vihamsendo evitados. O paciente também pode {emer sentisentos moroscs pelas concomitantesexctagées sexta que provocam, O componente critica da transferéncin positva causa difical- dades especiais quando o analista ¢ seu anaisando sao do mesmo sexo. [esse cato, os pacientes Frequentementetemem qualsquer semtimentos de aieigo pelo analista devido ao medo da homossexualidade, Pavientes com medodo amor tentam encontrar maneisas de maner seus sentimentes de agressividade como mecanismo de defesa. Muitas xezes cles tentardo mnipular o analista procurando induzi-lo a reagbes negativas cu a outro comportamento inedequado, de forma que possam terrazées élidas para deseonfiangs. Por exemplo, opaciente poxieteatar fazer com que snalista saia dos mites, revele informagoes pessoais on fique rade. esse caso, 2 agressvidade do anslista concra o paciente origina se-6 de dus fortes. De uni lado, ele pode introjetsr a agressiviiade 56 defensiva do paciente € sentir-se aborrecid, ou entéo aftigoar-se a0 mesmo, A. auto-anélise frequentemente revelaré os sentimentos afe tuos0s do analiste, ¢ arava seré recoahecida como vinda do exterior © peerlencente ao pacieate. A justaposigao da raiva e do afeto no analista Fomece pistas quanto a0 procosso defensivo no pacieate. Pouco antes de sair para umas férias, seatieme zangeco com um paviente, Refletindo sobre minhas reapées, pereebi que, ao mesmo {empo que me sentia feliz por estar de part, recoahecia também que igostava ce trabalhar com agqele homem, que ria de fatosentir falta dele eonquante estivesse longe e que ficaria contents de revé-le quando vol (asso, Durante a sessio seguinte, cle relatcu um sono no qual se recon- ciliava ecm uma antiga namorada, Suas associagbes a0 sono inctuam tum filme, no qual um casal divorciado se casava noyamente, € sua mie abortava de uma gravidez contrafda em um casamento anterior. Minka resposta interpretativa spontava para os sentimentos de esperanga que pacicate alimentava de voltar a se unir a mim, como a uma antiga hamorada, ¢ também para o seu medo Ge que eu, tal como sus mile, 0 abandonasso (abortasse). A zange, na sesso anterior, cra uma defesa contra sentimentos assustadores de amor € de poss{vel sbandono, Meus sentimentos negativos eram uma introjegio da sua hestilidade dofensiva, De outro lado, a necessidade do paciente de justiticar 2 raiva dlofensiva pode resultar num comportameato inteacional para provocat oanalista Uma candidato em treinameato chegon desesperado a uma sesso de superviséo, © desereveu a seguinte situacio: Um paciente mais velho disse que nunca tinka se sentido tio ligado a lguém. Isso era muito stificante para 0 terapeuta, que tinha se esforgado bastante para estabelecer um relacionamento positivo, No final da sessio, 0 paciente nformou-o do que estava diminvindo 0 aimero de sessbes, deduas para ‘uma por semana, Quando o terapeuta perguntou a razao de ao abrupta muidanga, 0 paciente respoadeu que o acordo entre eles inciufa 0 page ato das sess6es nfo rcalicadas. O pacients iia se ausentar no préximo m@sem duns viagans denepécios,e nao desejava pagar pels sessoes que iria perder, Ele desejava rodusir as sessSes para uma vez. por semana a

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