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TECNOLOGIAS

E EDUCAÇÃO

Alessandro Frederico da Silveira


Eliane de Moura Silva
Morgana Lígia de Farias Freire
Paula Almeida de Castro
Valmir Pereira
(Organizadores)

2
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Divulgação na contemporaneidade
Zoraide Barb osa de Oliveira Pereira
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Revisão Li11guística Paula Almeida de Castro
Elizcte Amaral de Medeiros

Nonnalização Técnica
Jan e PompiJo dos S:mlos 23 CRIANÇAS, CULTURA E CONSUMO: um estudo a partir da
telenovela Carrossel
Maria Lúcia de M~elo
Oopõ$:to Ioga! na Biblioteca Na.:fonat. con formo Lol n9 10.9 94 , do 14 do Marta Lricia de Souza Celi110
d ez.ombro d o 2004

FICHA CllTALOGRÀ FICA ELA BORADA P ElA BIBLIOT ECA CE NTRl\l - UEP B

T255 s
TeC:"Oiog·~& e ed.JCO-;âo ' ;\!C!Js,Gl'L(!"O F"rc<fcr.co da ·verr(t e:.ario do 57 O GOOGLE TRADUTOR COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO
Mcura Silva; Mor;:3:-n l ;:o. de F~nos: F•f'iro f 0tg3f' zndcren - CM"'CU"'il
Grande EOUEPB 2016 ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
4.64 p .. (Ccretânen Furdamente!!t d:::a. EdtJc.;!ç!o 1:m )t-G.'.Js podr1gó·~rc::1S
1nterd1$.C. p ':n.fHe~ , v 2 ! Kelson Barbosa Ferreira
ISSN "' 97.!MS,· 7&79 ..J35· 7 R osângela de Araujo Medeiro s
! Educaç..10 2 Tecnologias. 3 Red es soc:,11& it Educação bâs·cn
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l:gm do Far'as. IV Tltuio
77 REDES SOCIAIS: O Facebook como elemento contribuinte ao
21 od COO 370 processo de ens ino e aprendizagem na construção da autonomia
dos alunos de ensino médio
] essica Kelly Sousa Ferreira
EDITORA OA UNIVERS IDA DE ESTADUAL OI\ PARA(BA Paula A lmeida de Castro
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111 LETRAMENTO DIGITAL E A PRÁXIS DOCENTE: Desafios do 291 O USO DOS KITS DE ROBÓTICA EDUCACIONAL NAS ESCOLAS

professor de Língua Portuguesa em uma escola do ensino básico ESTADUAIS DA PARAÍBA: um estudo de caso
Níárcio G11te11berg Figueirêdo Ara1íjo
de Alagoa Grande - PB
Wilma Virgí nia Carvallio de Macêdo Geraldo Eduardo Guedes de Brito
Ricardo OIímpio 1/e l\lfou ra
Ruth Brito de Figueiredo lV.felo

141 O USO DE TECNOLOGIAS NO ENSINO DE ASTRONOMIA NA 313 O ENSINO DE MATEMÁTICA ATRAVÉS DE SOFTWARES
EDUCAÇÃO BÁSICA EDUCACIONAIS
Lui;;: Carlos Cameíro Gem1ino l\llaria José da Silva Peq11e110
Francisca Pereira Salvino Belar111i110 1Waria110 Neto

175 UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO 341 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE FÍSICA NA EJA
BRASIL: um modelo de ensino em expansão COM O USO DO DREAMWEAVER
Gilvaneide Ferreira de Melo Barbosa Fra11ci11a/1/o Florencio do Nasci111e11/o
Carolina Cavalca11tí Bezerra Cecília Tei ma Alves Poutes 1fe Queiroz

205 DIVERSlf:ICAÇÃO DA LINGUAGEM NO ENSINO E APRENDIZAGEM


367 O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DE QUÍMICA NA ESCOLA
COM O STOP MOTION COMO FERRAMENTA
ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CARLOS CHAGAS
DE MULTILETRAMENTO NA SALA DE AULA
J oelda Ferreira de Lima
Jiflánda Patrícia de Sousa Gaudêucio Santos
Soraia Carvallzo de Sou=a
Maria L1ícia Serafim

229 WEBQUEST: uma proposta metodológica ao ensino de


389 TECNOLOGIA NA ESCOLA: aprendizagem, valorização
cultural e identitária
Língua Portuguesa
Samuel Fraucisco Pereira de Oliveira
Mayara Myrtlies Henriques Santos
Nlariti Femaudes de Audrade Pra:.:edes
A11a Raquel Pereira de Ataíde
Valmir Pereira

257 AS TECNOLOGIAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA:


um estudo sobre as possibilidades de uma nova prática 423 O TABLETE O ENSINO DE GEOMETRIA PLANA

Vivia11e D ala Pa11/a Cordeiro Pedro Romão Batista de flásconcelos Pereira


Laércia Níaria Bert111i110 de !víedeiros Kátia Elízabete Galdi110
175

UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO


A DISTÂNCIA NO BRASIL:
um modelo de ensino em expansão

Gilvaneide Ferreira de Melo Barbosa1


Carolina Cavalcanti Bezerra2

Introdução

A fim de compreender outro lado, outra realidade da


educação3, a que envolve a Educação a D istância (EaD),
procurou-se, nos anos de 2013 e 2014, refletir sobre os con-
ceitos, atributos, legislação e, ainda, as tecnologias e mídias

1 Secretaria de Educação do Estado (SEE/PB).


2 Professora do C urso de Especialização..
3 A história da educação no Brasil remete a meados de 1549, no Brasil
Colonial, com a Igrej a Católica, que com a chegada da ordem reli-
giosa d os j esuítas e sob a égide da Contra R eform a, catequizou os
indígenas e, posteriormente, iniciou a educação para mna elite colo1ú-
zadora. A partir desse momento até o século XX, a educação brasileira
foi direcionada unicamente à formação das camadas superiores, com
a intenção de moldá-las para as atividades políticas, burocráticas, e às
profissões liberais (OLIVEIRA, 2004).
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educativas, ferramentas perenes na modalidade de ensino. Sendo assim, divide-se a escrita do artigo em três momen-
A motivação primeira para as pesquisas foram as temáticas tos: os aspectos teóricos relacionados à EaD, às tecnologias e
estudadas durante o período mencionado e os estudos rea- mídias educacionais, a análise, interpretação e discussão dos
lizados na especialização Fundamentos da Educação: Práticas dados obtidos no decorrer da pesquisa; e, por fim, as consi-
Pedag6gicas Interdisciplinares4, em especial após o contato com derações a partir das observações e análise de seu contexto.
componentes curriculares ofertados no ambiente virtual de
Desmistificando a Educação a Distância no Brasil:
aprendizagem (AVA).
conceitos e dados
Nesse contexto, a pesquisa sobre a evolução da Educação
a Distância no Brasil, ora aqui apresentada, tem caráter
bibliográfico e qualitativo de procedimento descritivo ana- De acordo com o Ministério da Educação (MEC),a EaD
lítico (TRIVINOS, 1987), debruçada na legislação sobre a passou a ser regulamentada a partir do Decreto nº 5.622, de
modalidade para apresentar um panorama da educação na 19 de dezembro de 2005, quando regulou o artigo 80 da Lei
modalidade a distância na atualidade. de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n. 9.394, de 20
No final do século XX, houve significativas mudanças de dezembro de 19965 e que apresenta a modalidade.
no âmbito das políticas públicas educativas direcionadas à
inserção de um novo modelo de ensino, metodologias, fer- Modalidade educacional na qual a
mediação didático-pedagógica nos pro-
ramentas e técnicas nas escolas públicas e privadas no Brasil.
cessos de ensino e aprendizagem ocorre
Este artigo apresenta informações relevantes e pertinentes
para o acompanhamento e desenvolvimento da temática
enquanto política pública. Nessa conju ntura, a EaD, como
5 Outros decretos foram assínados viabilizando um melhor acompan ha-
política pública, foi muito debatida por alguns especialistas mento dos sistemas de ensino no Brasil, inclusive na modalidade a dis-
como Litto (2010);Van Der Linden; Gomes (2009); Kenski tância. Por exemplo, em 09 de maio de 2006, foi promulgado novo de-
(2008); Moran (2006, 2003) e outros. creto, o de nº 5.773 que normatizou o exercício das funções de regula-
ção, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos
superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Em
12 de dezembro de 2007, por meio do Decreto n. 6.303, alterou disposi-
tivos dos Decretos n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que estabelece
4 O público alvo da especialização, parceria desenvolvida entre a UEPB as diretrizes e bases da educação nacional, e 5.773, de 09 de maio de
e a Secretaria de Estado da Educação, teve como público alvo profis- 2006, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão
sionais da educação do Estado da Paraíba: professores, gestores, especia- e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de
listas e técnicos. graduação e sequenciais no sistema federal de ensino (BRASIL, 2013).
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com a utilização de meios e tecnolo-


gias de informação e comunicação, com o procedimento de ensino-aprendizagem inter-
estudantes e professores desenvolvendo cedido por tecnologias, onde professores e alunos
atividades educativas, em lugares ou ficam distantes espacial e/ou temporalmente. Pode
tempos diversos (BRASIL, 2005,p.1).
abranger atividades presenciais e outros andamen-
tos de contatos conjuntos, contudo, atrelados ou
intermediados pelo meio de soluções tecnológicas
Para José Moran,professor e pesquisador da Universidade
(BONFIM, 2006).
de São Paulo (USP), por exemplo, é difícil delimitar e con-
ceituar a Educação a Distância, uma vez que ela acontece
Nessas circunstâncias, a EaD está legalizada, conceitu-
dentro e fora de recursos presenciais, utiliza as tecnologias
ada, caracterizada e vem crescendo exponencialmente nos
de comunicação instantânea e outros meios de comunica-
últimos anos, principalmente no ensino superior. O Brasil
ção, do correio à televisão. Afirma que cursos exclusivos
passou de importador para desenvolvedor de novos projetos
por meios telemáticos, como a internet, a videoconferência
e programas e esse avanço significativo pode ser explicado
e a teleconferência, são essencialmente considerados como
por inúmeras razões.
educação on-line, tendo em vista que são totalmente virtuais
Podemos verificar esses avanços observando abaixo edi-
(MORAN, 2003).
torial publicado pelo Instituto de Pesquisas Avançadas em
Outros autores vão assim caracterizar a EaD:
Educação (IPAE), ano 14, n. 79, nov/dez de 2006, onde José
Manuel Moran (2006) expõe artigo sobre "os dez an os da
• A Educação a Distância é um sistema tecnológico
lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e seus aspec-
de comunicação bidirecional, que pode ser massivo e
tos peculiares na educação à distância":
que supre o intercâmbio pessoal, na sala de aula, de
professor e estudante, como elemento preferencial
de ensino, pela ação metódica e unida de múltiplos O artigo 80 da LDB, que legalizou
recursos didáticos e pela adesão de uma organização a educação a distância em todos os
rúveis, dando a ela segurança jurídica. O
e tutoria que asseguram a aprendizagem autônoma
que antes não acontecia;
e flexível dos estudantes (ARETIO, 1994).
. - Do ponto de vista epistemológico, a palavra A demanda reprimida de milhões de
Teleducação ou "Educação a Distância" vem do alunos não atendidos, principalmente
por dificuldades financeiras;
grego tele Oonge, ao longe), e pode ser avaliada como
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O fato de não haver um modelo tradi- • 1991 - a Fundação Roquete Pinto cria o Programa
cional consolidado de EAD, como em Um Salto para o Futuro, para a formação continuada
outros países, permitiu ao Brasil desen-
de professores do Ensino Fundamental;
volver formatos mais flexíveis e adequa-
dos para cada situação, com poucos
• 1995 - o Programa TV Escola é criado pela Secretaria
ou muitos alunos, recursos e mídias; de Educação a Distância do Ministério da Educação
(SEED/MEC);
A política de democratização do 1997 - a SEED/MEC desenvolve o PROINFO,

governo federal e de inclusão de
Programa Nacional de Informática na Educação;
muitos alunos pela educação a distân-
cia, principalmente com a criação da • 2000 - as primeiras universidades são credenciadas
Universidade Aberta do Brasil - UAB; pelo MEC para oferecerem cursos a distância;
• 2000 - criação da UNIREDE - Rede de Educação
O brasileiro é aberto à adoção de novas
Superior a Distância, consórcio que reúne 68 insti-
tecnologias (MORAN, 2006, p.2).
tuições públicas d.o Brasil;
• 2002 - criação do Projeto Veredas, para a formação de
professores das séries iniciais em nível superior, pela
Quando se trata da evolução cronológica da EaD no
Brasil, Gomes (2009) assegura que esse fato ocorreu desde a Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais;
década de 1920, sendo apresentado a seguir: • 2005 - criação da Universidade Aberta do Brasil,
programa do Ministério da Educação. A UAB é
• 1923/1925 - criação da Rádio Sociedade do Rio de formada por instituições públicas de ensino superior,
Janeiro; que se comprometem a levar ensino superior público
• 1941 - início do Instituto Universal Brasileiro - de qualidade aos municípios brasileiros;
cursos por correspondência, cursos técnicos para for- • 2006- participação das Instituições de Ensino Federais
mação profissional básica; no Projeto piloto da Universidade Aberta do Brasil;
• • 2008 - lançamento do Pr~jeto e-Tec Brasil/Programa
1970 - criação do Projeto Minerva, programa de
Escola Técnica Aberta do Brasil, parte da política de
rádio elaborado pelo governo federal com a finali-
dade de educar pessoas adultas. Era transmitido por expansão da educação profissionalizante, por meio
rádio em cadeia nacional; da articulação da Secretaria de Educação a Distância
(SEED) e da Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica;
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183

Para Torres (2009), a primeira geração de Educação a Tabela 1 - Núm ero de cursos autorizados pelo MEC - fü-asil 2014
Distância, por correspondência, teve cunho educativo para CURSOS
fins de profissionalização e supletivo, e, por conta disso, é vista REGIÕES ESTADOS AUTORIZADOS MUNICÍPIOS
de forma preconceituosa. A segunda geração caracterizou- SUL 03 301 375
-se pela utilização de mídias como o rádio, a televisão, fitas SUDESTE 04 443 561
de áudio, conferências, telefones e outros.A terceira geração CE NTRO OESTE 03 298 154
pautou-se pelo uso de ambientes virtuais de aprendiza- NORTE 08 678 172
gens interativos, a internet, a videoconferência, TV Digital, NORDESTE 09 797 509
Satélites e outros. A quarta e a quinta geração surgem no Total 27 2.517 1.771
panorama mundial experimentalmente com a utilização de Fonte: Adaptado do Sistema e- MEC (BRASIL, 2014).
inteligência artificial e realidade virtual, sendo que, na quarta
geração, interage-se diretamente com a máquina que admi-
D e acordo com a tabela acima , notadamente percebe-se
nistra a aprendizagem, enquanto que, na quinta geração, a
que a região que oferece menos cursos em EaD autorizados
aprendizagem sucede por meio de imersão em ambientes
é a região C entro Oeste, com 298 e a de maior incidência é
com realidade virtual (3D 6 ,WEB 3.0)7.
a região Nordeste, com 797, representando re spectivamente
O Ministério da Educação, por meio do Sistema e-MEC,
154 e 509 municípios.A região N ordeste destacou-se, evi-
reúne informações sobre as Instituições de Educação
dentemente, na EaD, pelos mesmos motivos que contribu-
Superior autorizadas a oferecer cursos em EaD, sendo
íram para a expansão dessa m odalidade em nível Brasil, e,
. possível constatar que existem 2.517 cursos autorizados em
consoante à pesquisa realizada pela Professora Stella Cecília
1. 771 municípios brasileiros, distribuídos da seguinte forma,
Duarte Segenreich8 , os programas Universidade para Todos
conforme indicado na Tabela 1:
(ProUn i) e Universidade Aberta do Brasil (UAB) foram
criados como estratégias para dem ocratização do Ensino
Superior de Educação a Distância prom ovidas p elo governo

6 Tecnologia utilizada no cinema, na televisão, na internet e em celulares


de tecnologia de ponta que proporciona imagem tridimensional, ou
seja, em três dimensões.
7 CÓnjunto de protocolos, tecnologias e interfaces que permitem co- 8 Professo ra titular da Universidade Católica de Petrópolis - RJ ·-Tema
nexões e a convergência de mídias na internet, de forma mais ágil, ProU ni e UAB como estratégias de EAD na expansão do Ensino Su-
perior - P ublicação na R evista Pro-Posições, C ampinas, v. 20, n. 2 (59),
dinânúca e interativa.
p. 205-222, maio/ago. 2009.
18 .~
184

Lula, dando origem ao dígito culminante de polos pre- 4) matrículas, ingressos, e concluintes em cursos de gradu-
senciais, dentre outros aspectos. ação tecnológica por modalidade de ensino EaD, segundo a
Especificamente no Estado da Paraíba, obteve-se a categoria administrativa.
seguinte realidade: 89 cursos e 28 municípios aptos a oferecer O número de matrículas em cursos de graduação por
cursos em EaD (BRASIL, 2014).Dentre as 20 instituições de organização acadêmica e na modalidade de ensino EaD,
ensino superior na capital do Estado,João Pessoa, destacam- segundo a categoria administrativa, confirma que, no perí-
-se o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da odo de 2001, somente entidades públicas ofereceram matrí-
Paraíba (IFPB), a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) culas em EaD e que até 2004 eram líderes, perdendo essa
e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), tendo em vista posição a partir do ano de 2005 para a instituição privada
que todas oferecem ensino na modalidade presencial e a que se manteve na liderança até o último registro em 2012.
distância e são entidades públicas e gratuitas. Observa-se, ainda, que o crescimento das matrículas nas ins-
Em 2013, foi publicado o "Censo da Educação Superior tituições públicas deu-se de forma moderada, enquanto que
2012", disponibilizado pelo Instituto Nacional de Estudos nas instituições privadas foi exorbitante.
e Pesquisas (INEP), cujo número de matrículas de gradu- Ressalta-se que a expansão da modalidade é atribuída em
ação por modalidade de ensino, segundo a categoria admi- grande parte ao ensino superior, mas já existem escolas de
nistrativa e organização acadêmica no Brasil, em Educação Educação Profissional de ensino médio que oferecem cursos
a Distância chegou a 1.113.850, sendo que o maior número profissionalizantes a distância. Isso se deve ao fato de que,
foi verificado na educação privada (932.226 matrículas), em 2011 , foi promulgado o Decreto n. 7.589 que instituiu
enquanto na esfera pública somou 181.624 matrículas. a Rede e-Tec Brasil, na esfera do Ministério da Educação,
Além das informações mencionadas anteriormente, cuja finalidade é desenvolver a educação profissional e tec-
o INEP (BRASIL, 2012) registrou o número de diversos nológica na modalidade de educação a distância, ampliando
dados referentes à EaD no período de 2001a2012, segundo e democratizando a oferta e o acesso à educação profissional
as seguintes titularidades: 1) matrículas em cursos de gradu- pública e gratuita no País. Conforme o artigo 3º:
ação por organização acadêmica e a modalidade de ensino
EaD, segundo a categoria administrativa; 2) matrículas em III - permitir a capacitação profissional
cursos de graduação por modalidade de ensino EaD e cate- inicial e continuada, preferencialmente
goria administrativa, segundo o grau acadêmico; 3) con- para os estudantes matriculados e para
cluintes em cursos de graduação por modalidade de ensino os egressos do ensino médio, bem como
para a educação de jovens e adultos;
EaD e categoria administrativa, segundo o grau acadêmico;
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IV - contribuir para o ingresso, perma-


nência e conclusão do ensino médio primordial apontar breves características sobre as tecnolo-
por jovens e adultos; [...] (BRASIL, gias e mídias educacionais que são utilizadas na modalidade
2011, p.1). não presencial.

As tecnologias e as mídias educacionais


O Sistema Nacional de Informações da Educação
Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação
(SISTEC/MEC) aponta no Estado da Paraíba três cursos As tecnologias surgiram desde a descoberta do fogo, da
técnicos de nível médio em EaD, na modalidade subse- invenção da roda, da escrita, da prensa móvel, da criação
quente, que estão em curso no IFPB e na Instituição União das armas, da expansão marítima, das transformações no
de Ensino e Pesquisa Integrada (UNEPI), durante a realiza- processo produtivo. A partir do século XX, por meio do
ção dessa pesquisa9 • progresso das telecomunicações, emprego dos computado-
Nesse contexto, a Educação a Distância tem evoluído res, desenvolvimento e incremento da internet, a utilização
paulatinamente no Brasil e pode ser verificada em Moran de energia nuclear, nanotecnologia, biotecnologia, dentre
(2006); Gomes (2009); Torres (2009) e Van Der Linden outras.
(2008), que apresentam o desenvolvimento, o detalhamento O uso das tecnologias na educação, no Brasil, data
das gerações, bem como as tecnologias e mídias (material de 1939, momento em que o Instituto Rádio-Monitor
impresso, correspondência, rádio, televisão, videoconferên- utilizou-as para o ensino a distância e, em 1941, o Instituto
cia, telefone, computadores e internet) educacionais rela- Universal Brasileiro realizou as primeiras experiências edu-
cionadas a essa modalidade de ensino. Dessa forma, faz-se cativas com o rádio. Entre tantas experiências com as tec-
nologias na educação, destacam-se (ATLOÉ; SILVA, 2005):

9 Ressaltando-se que o curso Tecnico em Segurança do Trabalho está • Em 1961, a Criação do Movimento de Educação de
hodierno em sete municípios paraibanos (Cajazeiras, Campina Gran-
Base (MEB) composto pelas "escolas radiofônicas";
de, Guarabira,João Pessoa, Monteiro, Patos e Picuí), enquanto que os
cursos Tecnicos em Guia de Turismo e Transações Imobiliárias estão • Em 1969,as experiências educativas importantes ini-
presentes no município de João Pessoa. E, ainda, o IFPB oferece ex- ciaram-se por meio da Televisão Cultura na TV TUPI,
clusivamente o curso Tecnico em Segurança do Trabalho em todos que passou a transmitir o curso Madureza Ginasial.
os municípios paraibanos e a UNEPI proporciona os cursos Tecnicos
N essa mesma época, o sistema de Televisão Educativa
em Segurança do Trabalho, Guia de Turismo e Transações Imobiliárias,
somente no município de João Pessoa.
189
188

conectadas à Rede Bit Net, graças a Universidade


(TVE) do Maranhão passou a desenvolver atividades
Federal do Rio de Jan eiro (UFRJ), que sustentava um
educativas de 5ª a 8ª séries;
canal direto com os Estados Unidos, subsidiado pela
• Em 1970, o Projeto Minerva foi transmitido pela
própria universidade, disponibilizado para todas as
R adiodifusão Educativa do Ministério da Educação e
universidades públicas do Brasil;
Cultura com fins educacionais e culturais para adultos;
• Em 1994, surgiu a série televisiva do Telecurso 2000
• Em 1974, o Sistema Avançado de Comunicações
ganhando uma revisão m etodológica, sendo a dra-
Interdisciplinares (Projeto Saci) foi desenvolvido, em
maturgia adaptada ao ensino, mas não a Educação a
caráter experimental com a finalidade de usar o saté-
Distância;
lite doméstico, utilizando o rádio e a televisão como
• Em 1996, surgiu a TV Escola por intermédio do MEC
meios de transmissões com fins educacionais, no
priorizando o uso das tecnologias na educação para a
p eríodo de 1967 a 1974;
formação continuada dos professores.
• Em 197 4, a Fundação Teleducação do Ceará
(FUNTELC) , mais conhecida como Televisão
Observa-se que ocorreram inúmeras mudanças no anfi-
Educativa (TVE) do Ceará, começou a desenvolver
teatro educacional no que concernem às pesquisas com a
ensino regular de 5ª a 8ª séries, bem como, a produ-
finalidade de adaptação e utilização das TIC e que, segundo
zir e veicular os programas de televisão e a elaborar
Almeida (2009, p. 9-1 O), deram origem a diferentes momen-
o material impresso;
tos na educação:
• Em 1978, o Telecurso 2° grau, implantado pela
Fundação Roberto Marinho em parceria com a fun-
dação Padre Anchieta (mantenedora da TV Cultura Primeira fase - em um primeiro
de São Paulo) e a Federação das Indústrias do Estado momento, o uso de computadores foi
fortemente influenciado pelos discípu-
de São Paulo (FIESP);
los de Papert e Piaget, chamados loguis-
• Em1981, foi criado o Telecurso 1° grau, com apoio do tas, que a partir de um universo
MEC e da Universidade de Brasília (UnB); cartesiano, demasiadamente lógico-
• Em 1989, a internet foi disponibilizada pelo Ministério -matemático, marcaram a época em que
da Ciência e Tecnologia (MCT),por meio do Conselho os computadores pré- PC, ou os PC
de D esenvolvimento N acional e Tecnológico (CNPq) com pouca memória e baixo poder de
processamento eram utilizados segundo
e criou a Rede N acional de Pesquisa (RNP). N essa
a lógica de interação com a máquina a
época, as universidades públicas brasileiras já estavam
190
191

partir de possibilidades de programação


segundo métodos já amplamente
no universo lógico-formal de interação
difundidos pelos padrões de núdia
entre aluno/ professor, a partir da uti-
broadcasting 11 ;
lização das interfaces e comandos da
linguagem LOGO 'º; Fase atual - como resultado da evolu-
ção das tecnologias e práticas comuni-
Segunda fase - em um segundo
cacionais para os padrões interativos da
momento, com a evolução do poder
chamada web 2.0 12 , onde as interfaces e
de processamento dos microcompu-
recursos de navegação tornam-se mais
tadores, entra em cena a concepção
simples e intuitivos, transferindo poder
skineriana, que se baseia na trans-
de criação e compartilhamento de con-
ferência da visão de máquina de
teúdos para os usuários, novas possibili-
aprender instrucionista para o mundo
dades se abrem, entretanto, ainda devem
digital e em rede. Essa perspectiva foi
ser analisadas enquanto potencial, pois
fortalecida a partir dos projetos gover-
são poucas as iniciativas educacionais de
namentais para a instalação de micro-
apropriação desses recursos numa pers-
computadores em escolas, concretizadas,
pectiva de aproveitar todo o seu poten-
por exemplo, com a grande utilização
cial. Numa análise mais superficial,
de softwares para automação de escri-
podemos dizer que há uma tendência
tórios e/ ou aplicações específicas que
em muitas escolas e redes de ensino
transformavam o micro computador
de restringir o acesso a esses recur-
em máquina de ensinar, a partir de uma
sos a partir de justificativas diversas,
lógica estímulo/resposta;
que vão desde os argun1entos relacio-
Terceira fase - o fortalecimento e a nados à segurança da informação até
popularização da internet fazem surgir a necessidade de resguardar os alunos
diversos projetos na lógica dos chama- dos perigos inerentes a tais ambientes
dos ·"portais educacionais" que buscam (ALMEIDA, 2009, p.9-10).
disseminar conteúdos e informações
numa perspectiva de produção cen-
tralizada e de disseminação em m assa, 11 Termo derivado da linguagem militar para descrever uma lógica de
transmissão e produção de informações e conteúdos na lógica de um
para muitos.
12 Conjunto de protocolos, tecnologias e interfaces que permitem co-
10 Linguagem de programação interpretada, voltada principalmente para
nexões e a convergência de núdias na internet, de forma mais ágeis e
crianças e aprendizes em programação.
dinâmicos.
193
192

a veiculação das informações e todas as


De maneira especial, destaca-se que o emprego das tec- demais formas de articulação comu-
nologias na educação a partir do século XX, na verdade nicativa em todo o mundo (LÉVY,
1993 apud KENSKI, 2005, p.93).
estão presentes em nossas vidas desde os primórdios dos
tempos, pois a fala também é um recurso tecnológico, con-
forme confirma Chaves (1999, p.30) que entre as técnicas
Percebe-se, dessa forma, que a mídia é um meio (veículo)
tecnológicas" o ser humano inventou algumas que afetaram
de comunicação e é um aparato tecnológico, cuja essência
profundamente a educação, como: a fala baseada em con-
está pautada na caracterização de sua tipologia, que pode
ceitos, a escrita alfabética, a imprensa, e sem dúvida alguma
ser impressa, digital e eletrônica. Dentre essas mídias, a mais
o conjunto de tecnologia eletrônica".
antiga é o material impresso que data da época do surgi-
Certamente essa delimitação de tempo e espaço ocorre
mento da escrita, que segundo Miranda (2007, p.11), "foi
com as tecnologias que surgiram a partir da expansão das
inventada pelos sumérios, em aproximadamente 3.500 a.C
telecomunicações, como informação e comunicação, pois
e possibilitou ao homem transmitir de forma segura e sem
tudo que é utilizado como sustentáculo para que as per-
alterações de conteúdo, o que geralmente aconteciam na
formances ocorram, também é tecnologia, como podemos
transmissão oral", sendo utilizada na educação de diferentes
observar a seguir:
formas, conforme imagem exposta na figura abaixo:

As chamadas tecnologias da inteli-


RNCSCLOPé.OIAO PaorAOtUU:)Ã
JIW!t'•e:ssos ESCOl.JUtU
gência, construções internalizadas nos
·- ---1---=oa ~ _.::º""·,·· ,
espaços da memória das pessoas que
foram criadas pelos homens para avan-
çar no conhecimento e aprender mais.
L =----c__ DIDÃTlCOS
1: PA,Ul1>1Dl\YICOS

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1

A linguagem oral, a escrita e a lingua-


gem digital (dos computadores) são
exemplos paradigmáticos desse tipo de
tecnologia. Articuladas às tecnologias
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da inteligência, temos as "tecnologias
de comunicação e informação", que,
Figura 1 - Organograma: rrúdias impressas na sala de aula
por meio de seus suportes (mídias ou
Fonte: Adaptado do Ministério da Educação - MEC (BRASIL, 2014).
meios de comunicação, como o jornal,
o rádio, a televisão) realizam o acesso,
194 195

A mídia eletrônica surgiu no Brasil a partir do século A evolução das mídias, de modo geral, deu-se de acordo
XIX, por meio da radiofusão, precisamente com a inser- com os avanços da escrita, das ciências e dos aparatos tecno-
ção do telégrafo. Depois veio o rádio, a televisão, o lógicos e podem ser verificadas na Tabela 2:
cinema, incluindo DVDs, recursos audiovisuais, e outros
Quadro 1 - Evolução das mídias - 1447 a 2010
(REBOUÇAS; MARTINS, 2007).
A mídia digital surgiu no Brasil no século XX e evo-
lui com o advento da 'Era da Informação' ou 'Era Digital', Prensa 1447
Fotografia 1839
consoante denominações dadas por muitos pesquisadores da
Cinema 1895
área e que pode ser exemplificada por meio de equipamen- 1906
Rádio
tos, como: computador, notebook, netbook, telefone celular, TV 1926
bip, GPS, compact disc, vídeo digital, internet, televisão Computador 1946
digital, minidísc, jogo eletrônico, videogame, livro digital e Celular 1973
outros, sendo utilizada das mais distintas formas e perpassa a Inter net 1989
Celular com vídeo e internet 2000
escrita, até os dias atuais com as mídias eletrônicas e biblio-
Tablet 2010
tecas virtuais:
Fonte: Adaptada da Empresa Municipal Multimeios (2014).

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Ll!l'JURA: O\ilVIOA.
Vta'l'A.OU •1tL.AOA Conforme dados apresentados no Quadro 1, a evolução

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C.UL.TUR"l. e aUA. tMPOPf.TÃ"<:.tA das tecnologias e mídias educacionais deu-se a partir de
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1447 com o surgimento da prensa e após 392 anos,já no
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GO lMflt.QO A UIPEBMhUA século XIX, surgiram a fotografia e o cinema. O rádio, a TV,
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o comp'utador, o celular, a internet no século XX e, preci-
sam ente no século XXI, com a transição da Era Industrial
1 para a Era da Informação surgiram o celular com vídeo e
Hl•.ERTUTO
wt1.11'u1t.a a'-"'º'""'
ouf'lotni.1:a oro•t1tttt
internet entre outros dispositivos 13 •
Figura 2 - Organograma: do impresso a lúperrrúdia
Fonte: Adaptado do Ministério da Educação - MEC (BRASIL, 2014).
13 O progresso das tecnologias e mídias educacionais está sempre em mo-
vimento, se inovando com o surgimento de diversos equipamentos na
área digital, como por exemplo, TV digital, LCD, Plasma e outras.
196 197

Nestes marcos, a EaD é uma modalidade de ensino que Além disso, houve a expansão na distribuição pelo
acontece a distância, mas também presencialmente. E, para governo federal de microcomputadores em escolas públicas
atingir o seu objetivo, é primordial o uso das tecnologias e um potente investimento para a democratização do uso da
e das rrúdias educacionais que permitem maior abrangên- internet, que contribuiu para o surgimento de múltiplos pla-
cia, mobilidade, acessibilidade, flexibilidade, aceitabilidade, nos que deram origem aos vários programas educacionais.
interatividade, e, consequentemente, pode- se observar que O enriquecimento das tecnologias, interfaces e técnicas
com todo esse esplendor tecnológico houve um aumento de comunicações, que permitiu o uso interativo da internet,
das possibilidades de interação entre as várias ciências e os onde as interconexões e soluções de navegação tornaram-se
vários conhecimentos. igualmente simples, compreensíveis e dinâmicas tornaram a
modalidade de ensino mais atraente.
Algumas considerações Nesse tempo, averiguou-se que as tecnologias e mídias
educacionais evoluíram expan sivamente e contribuíram
A pesquisa 14 completa quantificou e registrou a evolução fortemente, enquanto ferramentas auxiliares e preponderan-
histórica da Educação a Distância no Brasil em relação ao tes para a expansão da EaD, cuja possibilidade está vinculada
ensino superior, no grau acadêmico de bacharelado, lice n- justamente ao incremento dos elementos de transmissão da
ciatura, tecnológico, e, também, na Educação Profissional do informação, que muitos chamam de Era Digital, Era da
ensino m édio tecnológico, como destacado em p artes deste Informação ou Revolução da Comunicação, que muito
artigo. Constatou-se que de fato a EaD, no Brasil, cres- embora tenha sido iniciada n o século passado, só alcançou
ceu expon encialmente nos últimos anos, principalmente, na o seu apogeu no século atual.
década de 2000. Os fatores determinantes para tal foram o R essalta-se que o crescimento da EaD foi de grande
surgimento de legislação em EaD que possibilitou o cre- expressividade no Brasil, precisamente na região Nordeste,
denciamento oficial de Instituições Universitárias, a cria- porém deve-se atentar para o fato de que a pes-
ção da U1úversidade Virtual Pública do Brasil (UniRede), o quisa mostrou quantitativos exorbitantes e, por conseguinte,
lançamento da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e do su gere-se que sejam realizadas p esquisas a fim de avaliar a
Programa Universidade para Todos (Pro Uni). qualidade dessas instituições e cursos oferecidos, pois a EaD
é uma poderosa ferramenta de democratização do ensino na
atualidade, e, consequentemente, faz-se imprescindível que
14 A íntegra da pesquisá pode ser consultada em Disponível em : < http://
dspace. bc.uepb.edu.br:8080/jspui/browse?type= author&value=Barb seja reconhecida como Política de Estado.
osa%2C+Gilvaneide+ Ferreira +de+ Melo> .
198 199

Considerando que o assunto em tese abrange numerosos BRASIL. Decreto n. 7.589, de 26 de outubro de 201 1.
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mediadas pelas tecnologias e mídias educacionais, na Decre to/ D7589.htm>,Acesso em: 12jun. 2014.
modalidade de Educação Presencial e a Distância e, por
conta disso, não se extenuam aqui os contextos tracejados, _ __.Decreto n. 0 6.303/ 2007. Altera dispositivos
este artigo é um pontapé para novas discussões e análises dos Decretos n 2 • 5.622, de 19 de dezembro de 2005,
sobre a exponencialidade das vagas em comum acordo com que estabelece as diretrizes e bases da educação
a avaliação da qualidade do ensino e das políticas públicas nacional, e 5. 773, de 9 de maio de 2006, que dispõe
que vêm sendo incorporadas às j á existentes. sobre o exercício das funções de regulação, supervi-
são e avaliação de instituições de e ducação superior
Referências e cursos superiores de graduação e sequenciais no
sistema federal de ensino. Disponível em: < http: / /
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