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X – Caso prático erro–vício sobre o objeto do negócio e dolo com tópicos

A, que se dedica à construção civil, adquiriu a B, importador de


máquinas de construção civil, uma betoneira no pressuposto de que a mesma
tinha uma capacidade superior a 1 tonelada de cimento. Quando a máquina lhe
foi entregue, A constata que essa capacidade é bastante inferior, tornando-a
imprópria para o fim a que se destinava, e pretende reaver o valor que pagou e
restituir a betoneira.

a) Assiste razão a A? Com que fundamento e em que condições?


- qualificação jurídica: erro-vício sobre o objeto do negócio; condições de relevância
como motivo de anulabilidade; justificação; efeitos; aplicação aos factos do enunciado.
- noção e caracterização do erro como vício da vontade
- condições gerais (essencialidade e propriedade) e especiais de relevância do erro como
motivo de anulabilidade: erro-vício sobre o objeto mediato, sobre as qualidades (art.
251.º e 247.º)
- anulável nos termos do artigo 247.º (artigo 251.º), “desde que o declaratário
conhecesse …”
- efeitos: esta condição não se verifica no presente caso; explicar o regime legal
- conclusão: A não tem fundamento para impugnar a compra realizada

b) O que responderia se A viesse a saber que B, à datada celebração do


negócio, conhecia a convicção errónea de A quanto à respetiva
tonelagem e, no entanto, não avisara A desse facto?

- caracterização do dolo como vício da vontade (arts. 253.º e 254.º); explicação das
condições de relevância do dolo como motivo de anulabilidade (ilícito, essencial;
negativo, do declaratário): a sua apreciação em concreto; efeitos, legitimidade e
prazo (quando tem início e fim)

- efeitos: anulabilidade e responsabilidade e pré-contratual (arts. 254.º e 227)

- conclusão: A poderá requerer a invalidade do negócio com base em dolo


proveniente do declaratário (B)

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