matrizes - lei de formação, operações, determinantes, sistemas lineares e casos especiais Conteúdo para o dia 26/09/2020

1 Matrizes e sua formação A matriz B possui uma linha e qua- de facilitar a escrita, vamos denotá-lo Além disso, foi dada a lei de formação
tro colunas, logo, sua ordem é um por por: da matriz, ou seja, a cada elemento
Antes de começarmos os estudos so- quatro, por isso recebe o nome de ma- satisfaz-se a relação aij = j 2 –2i. Subs-
bre matrizes, é necessário estabelecer triz linha −→ B1×4 . a11 −→ elemento da linha um, coluna tituindo os valores de i e j na fórmula,
algumas notações quanto às suas repre- um temos:
A matriz C possui três linhas e uma
sentações. As matrizes são sempre re- Assim temos os seguintes elementos
coluna, e por isso é chamada de matriz a11 = (1)2 − 2 · (1) = −1
presentadas por letras maiúsculas (A, de A2×3 :
coluna e sua ordem é três por um −→
B, C . . .), que são acompanhadas por
ı́ndices, nos quais o primeiro número
C3×1 . a11 = 4, a12 = 16, a13 = 25, a21 = 81, a12 = (2)2 − 2 · (1) = 2
indica a quantidade de linhas, e o se- Podemos representar generica- a22 = 100, a23 = 9
a21 = (1)2 − 2 · (2) = −3
gundo, o número de colunas. mente os elementos de uma matriz, isto
De modo geral, podemos escrever
é, podemos escrever esse elemento utili- a22 = (2)2 − 2 · (2) = 0
uma matriz em função de seus elemen-
zando uma representação matemática.
tos genéricos, essa é a matriz genérica.
O elemento genérico será representado Portanto, a matriz A é:
Uma matriz de m linha e n colunas é
por letras minúsculas (a, b, c . . .), e,
representada por: 
−1 2

assim como na representação de ma- A=
trizes, ele também possui ı́ndice que −3 0
A = (aij )m×n
indica sua localização. O primeiro
A quantidade de linhas (fileiras hori-
número indica a linha em que o ele- Onde 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n, com 2 Tipos de matrizes
zontais) e colunas (fileiras verticais) de
mento está, e o segundo número indica i, j ∈ Z.
uma matriz determina sua ordem. A
a coluna na qual ele se localiza. 2.1 Matriz quadrada
matriz A possui ordem m por n. As in- 
a11 a12 ... a1n

formações contidas em uma matriz são  a21 a22 ... a2n  Uma matriz é quadrada quando o
chamadas de elementos e ficam orga- Am×n =  .
 
.. .. .. número de linhas é igual ao número de
 ..

nizadas entre parênteses, colchetes ou . . . 
colunas. Representamos a matriz que
duas barras verticais, veja os exemplos: am1 am2 . . . amn
possui n linhas e n colunas por An (lê-
  Exemplo: se: matriz quadrada de ordem n).
−1 2 √0  
Considere a seguinte matriz A, faremos
−51 13 −7 3
0 4 3 Determine a matriz A = [aij ]2x2 , que
 
a listagem de seus elementos. −1 0
possui a seguinte lei de formação aij = A2×2 =
11 0
j 2 –2i. Dos dados do enunciado, temos
 
1
 
4 16 25
 −1  A=  
81 100 9 que a matriz A é de ordem dois por 0 0 1
0 dois, ou seja, possui duas linhas e duas B3×3 = 2 7 9 
Observando o primeiro elemento colunas, logo: 4 −9 −1
A matriz A possui duas linhas e três que está localizado na primeira linha  
colunas, logo, sua ordem é dois por três e primeira coluna, ou seja, na linha um a11 a12 Nas matrizes quadradas, temos dois
A2×2 =
−→ A2×3 . e coluna um, temos o número 4. A fim a21 a22 2×2 elementos muito importantes, as diago-

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 
nais: principal e secundaria. A diago- 2.3 Matriz unitária 1 −1 9 2.8 Matriz Coluna
nal principal é formada por elementos A3×3 =  7 14 −8 ;
É uma matriz quadrada de ordem um, 0 −5 −5 É uma matriz que possui uma única co-
que possuem ı́ndices iguais, ou seja, é
ou seja, possui uma linha e uma coluna luna (ordem m × 1)
todo elemento aij com i = j. A diago-
e, portanto, apenas um elemento. 
−1 1 −9

nal secundária é formada por elementos 

1
aij com i+j = n+1, em que n é ordem B3×3 =  −7 −14 8 
A = [−1]1×1 , B = I1 = (1)1×1 , A= 2 
da matriz. 0 5 5
3 3×1
C = ||5||1×1

Essas são exemplos de matrizes 2.6 Matriz transposta 2.9 Matriz Linha
unitárias, com destaque para matriz
B, que é uma matriz de identidade Duas matrizes A = [aij ]m×n e B = É uma matriz que possui somente uma
unitária. [bij ]n×m são transpostas se, e somente linha (ordem 1 × n)
se, aij = bji , ou seja, dado uma ma-  
triz A, para encontrar sua transposta, A= 1 2 3
2.4 Matriz nula 1×3
2.2 Matriz identidade basta tomar as linhas como colunas. A
Uma matriz é dita nula se todos os seus transposta da matriz A é denotada por 2.10 Matriz inversa
A matriz identidade é uma matriz qua- elementos são iguais a zero. Represen- AT ou At . Veja o exemplo:
drada que possui todos os elementos da tamos uma matriz nula de ordem m por A matriz inversa ou matriz invertı́vel é
n por 0m×n .
 
diagonal principal iguais a 1 e os de- 1 5 4 um tipo de matriz quadrada, ou seja,
A=
mais elementos iguais a 0, sua lei de   3 7 0 2×3 que possui o mesmo número de linhas
formação é: 0 0 0 0
 0 0 0 0  (m) e colunas (n). Ela ocorre quando
o produto de duas matrizes resulta
 
 04 =   1 3
1, se i = j  0 0 0 0 
Aij = AT =  5 7  numa matriz identidade de mesma or-
0, se i 6= j 0 0 0 0
4 0 3×2 dem (mesmo número de linhas e co-
Denotamos essa matriz por I, em que A matriz O é nula de ordem 4. lunas). Assim, para encontrar a in-
n é a ordem da matriz quadrada, veja versa de uma matriz, utiliza-se a mul-
alguns exemplos: tiplicação.
2.5 Matriz oposta 2.7 Matriz Diagonal

1 0 0 0

Considere duas matrizes de ordens A · B = B · A = In (quando a matriz B
É uma matriz quadrada onde todos os
 0 1 0 0  iguais: A = [aij ]m×n e B = [bij ]m×n . é inversa da matriz A)
i4 =   elementos que não pertencem a diago-
 0 0 1 0  Essas matrizes serão chamadas de nal principal são nulos.
0 0 0 1 opostas se, e somente se, aij = −bij . 2.10.1 Propriedades
Desse modo, os elementos correspon-
 
2 0 0
• Existe somente uma inversa para
 
1 0 dentes devem ser números opostos. Po- A= 0 4 0 
i2 = demos representar a matriz B = −A. cada matriz
0 1 0 0 6

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• Nem todas as matrizes possuem =
1 0
= I2 e B=
1 8 4 −1 os elementos correspondentes de A e B.
uma matriz inversa. Ela é in- 0 1 0 6 3 −3 Veja:
vertı́vel somente quando os pro-  
−10 + 1 1 + 8 4 + 4 6 − 1
   
1 2 2 1
dutos de matrizes quadradas re- 3 Igualdade entre matrizes A+B =
2+0 3+6 2+3 8−3
sultam numa matriz identidade A =  3 4 , B =  8 4 
(In) Duas matrizes, A e B, serão iguais se   5 6 5 10
−9 9 8 5
forem do mesmo tipo e se os elementos A+B =
2 9 5 5
• A matriz inversa de uma in- correspondentes forem iguais. Assim,
 
1−2 2−1
versa corresponde à própria ma- se A = (aij) e B = (bij) são matrizes A−B = 3−8 4−4 
4.1 Propriedades da adição
triz: A = (A−1 )−1 do tipo m × n, então: 5 − 5 6 − 10
Sendo A, B, C e O (matriz nula) ma-
• A matriz transposta de uma ma-
 
2 1+x trizes de mesmo tipo e p, q ∈ R, valem
A=
 
triz inversa também é inversa: 2−y 5 −1 1
as propriedades:
(At )−1 = (A−1 )t C =  −5 0 
• Comutativa: A + B = B + A 0 −4
 
2 4
B=
• A matriz inversa de uma matriz 1 5
identidade é igual à matriz iden- • Associativa: A + (B + C) = (A +
tidade: I −1 = I Logo, B) + C
6 Multiplicação de um nú-
  • Elemento neutro: A + O = O + mero real por uma matriz
2.10.2 Exemplos de inversa 1+x=4 x=3
−→ A=A
2−y =1 y=1
Seja Am×n uma matriz, e a um número
Temos A e A−1 que é a inversa.
5 Subtração entre matrizes real. O produto de a por A resulta em
  4 Adição entre matrizes uma matriz Bm×n , de forma que multi-
2 1
A= Para fazer a subtração entre duas ma- plicamos o número real a por cada ele-
5 3 Dadas duas matrizes de mesmo tipo, A
trizes, devemos subtrair todos os ele- mento de A.
  e B, denomina-se matriz soma (A + B)
3 −1 a matriz obtida adicionando-se os ele- mentos correspondentes de uma matriz
A−1 = com a outra, ou seja, subtrair linha com Exemplo:
−5 2 mentos correspondentes de A e B.
linha e coluna com coluna. As matrizes  

2 1
 
3 −1

devem ter a mesma ordem. 2 3
A × A−1 = · A + B = (aij + bij )m×n Temos a = 2 e A=
5 3 −5 2 4 6
Exemplo:
  em que 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n
1 0
 
= = I2 Sejam A e B duas matrizes de mesma 2×2 2×3
0 1 Exemplo: Dada as matrizes A e B de- 2×A=
ordem mxn. Fazemos a diferença de 2×4 2×6
termine A + B. A e B, e escrevemos A − B, obtendo
     
3 −1 2 1

−10 1 4 6
 uma matriz C de mesma ordem mxn, 4 6
A−1 ×A= · A= de forma que C seja obtida subtraindo =B
−5 2 5 3 2 3 2 8 8 12

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6.1 Propriedades Observações importantes:
• A=A • A multiplicação de matriz so-
mente é possı́vel se o número de
• (−1) × A = −A
colunas em uma matriz for igual
• a·0=0 ao número de linhas da outra ma-
triz.
• 0 · Am×n = 0m×n
• a · (b · Am×n ) = (a · b) · Am×n • A matriz resultante C tem o
mesmo número de linha da pri-
• a · (A + B) = a · A + a · B meira matriz e o mesmo número
há métodos importantes realizar-se o
exercı́cio, como a regra de Sarrus, utili-
zada para calcular-se determinantes de
matrizes 3x3.
8.1 Determinante de ordem 1
Uma matriz é conhecida como de or-
dem 1 quando possui exatamente uma
linha e uma coluna. Quando isso
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Para calcular o determinante de
uma matriz de ordem 2, calculamos a
diferença entre o produto dos termos
da diagonal principal e os termos da di-
agonal secundária. Utilizando o exem-
plo algébrico que construı́mos, o det(A)
será:

a11 a12

A=
a21 a22
de colunas da segunda matriz. ocorre, a matriz possui um único ele-  
• (a + b) · A = a · A + b · A det(A) = 
 a11 a12 
mento, o a11 . Nesse caso o determi-  
a21 a22 
nante da matriz coincide com esse seu
7 Multiplicação entre matri- 8 Determinantes único termo. a11 · a22 − a12 · a21
zes
O determinante de uma matriz pos- A = (a11 ) Exemplo:
Considerem as matrizes Am×n e Bn×p . sui várias aplicações atualmente. Uti-  
A multiplicação das matrizes A e B, lizamos o determinante para verifi- det(A) = |a11 | 1 5
A=
nesta ordem, resulta em Cm×p , de car se três pontos estão alinhados no 2 3
forma que C seja obtida pela soma dos plano cartesiano, para calcular áreas de Exemplo:  
produtos dos elementos da linha i de A triângulos, para resolução de sistemas  1 5 
det(A) =  =1·3−5·2
e da coluna j de B. lineares, entre outras aplicações na ma-
temática. O estudo de determinantes
Exemplo:
não se limita à matemática, há algumas
aplicações na fı́sica, como no estudo de
Considerem as matrizes A e B, então
campos elétricos.
A × B é:
Calculamos determinantes somente
de matrizes quadradas, ou seja, matri-
zes em que a quantidade de colunas
e a quantidade de linhas são iguais.
Para calcular o determinante de uma
matriz, precisamos analisar a ordem
dela, ou seja, se ela é 1 × 1, 2 × 2,
3 × 3 e assim sucessivamente, quanto
maior a sua ordem, mais difı́cil será en-
contrar o determinante. No entanto,
Pedro Araújo MATEMÁTICA
A = [−2]
det(A) = | − 2| = −2
Para calcular-se determinantes de ma-
trizes de ordem 1, é necessário então
apenas conhecer o seu único elemento
8.2 Determinante de ordem 2
A matriz quadrada 2 × 2, conhecida
também como matriz de ordem 2, pos-
sui quatro elementos, nesse caso, para
calcular o determinante, é necessário
conhecermos o que é a diagonal prin-
cipal e a diagonal secundária.
2 3 
= 3 − 10 = −7
8.3 Determinante de ordem 3
A matriz de ordem três é mais traba-
lhosa para obter-se o determinante do
que as anteriores, na verdade, quanto
maior a ordem de uma matriz, mais
difı́cil será esse trabalho. Nela é
necessário utilizar o que conhecemos
como regra de Sarrus.
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8.3.1 Regra de Sarrus  a11 a12 a13 a11 a12  Exemplo: Agora vamos calcular det(A · B)
 
det(A) =  a21 a22 a23 a21 a22 
 
A regra de Sarrus é um método para

2 · 1 + 3 · (−2) 2·2+3·4
 
 a31 a32 a33 a31 a32  1 9 5 A·B =
calcular-se determinantes de matrizes C= 0 0 0  5 · 1 + (−6) · (−2) 5 · 2 + (−6) · 4
de ordem 3. É necessário seguir al- = a11 · a22 · a33 + a12 · a23 · a31 10 4 2
guns passos, sendo o primeiro duplicar det(A · B) = −4 · (−14) − 16 · 17
as duas primeiras colunas no final da +a13 · a21 · a32 − a31 · a22 · a31 
 1 9 5 1 9 

  = 56 − 272 = −216
matriz, conforme o exemplo a seguir. −a11 · a23 · a32 − a12 · a21 · a33 det(C) =  0 0 0 0 0 
   10 4 2 10 4  Propriedade 3. Seja A uma ma-
a11 a12 a13 Note que os termos da diagonal se- triz e A0 uma nova matriz construı́da
A =  a21 a22 a23  cundária estão sempre acompanhados det(C) = 1 · 0 · 2 + 9 · 0 · 10 + 5 · 0 · 4 − trocando-se as linhas da matriz A,
a31 a32 a33 com o sinal negativo, ou seja, sempre 10 · 0 · 5 − 4 · 0 · 1 − 2 · 0 · 9 então det(A0 ) = − det(A), ou seja,
  trocaremos o sinal do resultado da mul- ao inverter-se a posição das linhas de
 a11 a12 a13  =0+0+0−0−0−0=0
  tiplicação dos termos da diagonal se- uma matriz, o seu determinante terá o
det(A) =  a21 a22 a23 =
cundária.
 a31 a32 a33
 mesmo valor, porém de sinal trocado.
 Propriedade 2 (Teorema de Binet).
  Exemplo: Seja A e B duas matrizes, det(AB) = Exemplo:
 a11 a12 a13 a11 a12  det(A) · det(B).
   
=  a21 a22 a23 a21 a22  1 9 5 
1 2
 
3 4

A= e A0 =

 a31 a32 a33 a31 a32  B= 3 7 8  Exemplo: 3 4 1 2
10 4 2    
Agora vamos multiplicar os termos de 2 3 1 2 det(A) = 1 · 4 − 2 · 3 = 4 − 6 = −2
A= , B=
5 −6 −2 4
 
cada uma das três diagonais que estão  1 9 5 1 9 
det(A0 ) = 3 · 2 − 4 · 1 = 6 − 4 = +2
 
no mesmo sentido da diagonal princi- det(B) =  3 7 8 3 7 
 10 4 2 10 4  Calculando os determinantes separa-
pal.
dos, temos que: Logo,
 
 a11 a12 a13 a11 a12  det B = 1 · 7 · 2 + 9 · 8 · 10 + 5 · 3 · 4 −

det(A) =  a21 a22 a23 a21 a22 
 det(A) = 2 · (−6) − 5 · 3 det(A0 ) = − det(A)
10 · 7 · 5 − 4 · 8 · 1 − 2 · 3 · 9
 a31 a32 a33 a31 a32 
det(A) = a11 · a22 · a33 +a12 · a23 · a31 +
a13 · a21 · a32 − DS
Realizaremos um processo parecido
com a diagonal secundária e as outras
duas diagonais que estão no mesmo
sentido que ela.
14 + 720 + 60 − 350 − 32 − 54 = 794 −
436 = 358
8.4 Propriedades
Propriedade 1. Caso uma das linhas
da matriz seja igual a 0, então o seu
determinante será igual a 0.
det(A) = −12 − 15 = −27 Propriedade 4. Linhas iguais ou pro-
porcionais fazem com que o determi-
det(B) = 4 · 1 − 2 · (−2) nante da matriz seja igual a 0.
det(B) = 4 + 4 = +8 Exemplo:
Então, Note que, na matriz A, os termos da
linha dois são o dobro dos termos da
det(A) · det(B) = −27 · 8 = −216 linha um.

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 
1 2 3 Sistemas lineares homogêneos são pletas. São completas as matrizes que
A= 2 4 6  aqueles cujo termo independente é consideram os termos independentes
2 3 −1 igual a 0 (zero): a1 x1 + a2 x2 = 0. Por- das equações.
tanto, aqueles que apresentam termo
  Os sistemas lineares são classifica-
 1 2 3 1 2  independente diferente de 0 (zero) in-
  dos como normais quando o número de
det(A) =  2 4 6 2 4  dica que o sistema não é homogêneo:
coeficientes é o mesmo que o número de
 2 3 −1 2 3  a1 x1 + a2 x2 = 3.
det(A) = 1 · 4 · (−1) + 2 · 6 · 2 + 3 · 2 ·
3 − 2 · 4 · 3 − 3 · 6 · 1 − (−1) · 2 · 2
= −4 + 24 + 18 − 24 − 18 + 4=0
9 Sistemas lineares
Sistemas Lineares são conjuntos de
equações associadas entre elas que
apresentam a forma a seguir:
 determinante é diferente de zero

 am1 xm1 + . . . an1 xn1 = b1
 am xm + . . . an xn = b2

2 2 2 2
..
 .


am3 xm3 + . . . an3 xn3 = bk

A chave do lado esquerdo é o sı́mbolo
usado para sinalizar que as equações
fazem parte de um sistema. O resul-
tado do sistema é dado pelo resultado
de cada equação.
Os coeficientes am1 , am2 , am3 , . . . ,
an1 , an2 , an3 das incógnitas xm1 , xm2 ,
xm3 , . . . , xn1 , xn2 , xn3 são números
reais. Ao mesmo tempo, b1 , b2 , . . . , bk
são números reais chamados de termos
independentes.
Pedro Araújo
9.1 Classificação
Os sistemas lineares podem ser classifi-
cados conforme o número de soluções
possı́veis. Lembrando que a solução
das equações é encontrado pela subs-
tituição das variáveis por valores.
• Sistema Possı́vel e Determinado
(SP D): há apenas uma solução
possı́vel, o que acontece quando o
(D 6= 0).
• Sistema Possı́vel e Indeterminado
(SP I): as soluções possı́veis são
infinitas, o que acontece quando
o determinante é igual a zero (D
= 0).
• Sistema Impossı́vel (SI): não
é possı́vel apresentar qualquer
tipo de solução, o que acontece
quando o determinante principal
é igual a zero (D = 0) e um ou
mais determinantes secundários
são diferentes de zero (D 6= 0).
As matrizes associadas a um sistema
linear podem ser completas ou incom-
MATEMÁTICA
incógnitas. Além disso, quando o de-
terminante da matriz incompleta desse
sistema não é igual a zero.
9.1.1 Exemplos
Vamos resolver passo a passo cada
equação a fim de classificá-las em SP D,
SP I ou SI.
Exercı́cio 1.
Se D = 0, podemos estar diante de
um SP I ou de um SI. Assim, para
saber qual a classificação correta, va-
mos ter de calcular os determinantes
secundários.
Nos determinantes secundários são
utilizados os termos independentes das
equações. Os termos independentes
substituirão uma das incógnitas esco-
lhidas.
Exercı́cio 2.
Vamos resolver o determinante se-
cundário Dx , por isso, vamos substituir
o x pelos termos independentes.
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• D −→ determinante da matriz número de incógnitas é igual ao número

incompleta do sistema. de equações.

• Dx −→ determinante da ma- Devemos encontrar a matriz incom-

triz incompleta do sistema, pleta desse sistema linear que será cha-
substituindo-se a coluna de x mada de A.
pela coluna dos termos indepen-
 
1 2 1
dentes. A= 2 −1 1 
3 1 −1
• Dy −→ determinante da ma-
triz incompleta do sistema, Agora calculamos o seu determi-
substituindo-se a coluna de y nante que será representado por D.
pela coluna dos termos indepen-
dentes.

Como o determinante principal é igual
a zero e um determinante secundário
também é igual a zero, sabemos que
esse sistema é classificado como SP I.
9.2 Regra de Crammer
• Dz −→ determinante da ma-
triz incompleta do sistema,
substituindo-se a coluna de z
D = 1 + 6 + 2 + 3–1 + 4 → D = 15.
pela coluna dos termos indepen-
dentes. Agora devemos substituir os ter-
mos independentes na primeira coluna
Dessa forma, para encontrar o valor da matriz A, formando assim uma se-
de suas incógnitas, primeiro precisamos gunda matriz que será representada por
calcular os determinantes D, Dx , Dy e Ax .
Dz associados ao sistema.  
8 2 1
Veja no exemplo abaixo como apli- Ax =  3 −1 1 
car essa regra: 2 1 −1

Para encontrarmos soluções de um sis- Dado o sistema linear Agora calcularmos o seu determi-
tema 3 × 3, com incógnitas x, y e z,  nante representado por Dx .
utilizando a regra de Crammer, é ne-  x + 2y + z = 8
cessário calcularmos o determinante da 2x − y + z = 3 ,
3x + y − z = 2

matriz incompleta e suas variações. Te-
mos então que: para resolvê-lo podemos utilizar da
Dx Dy Dz regra de Cramer, pois ele possui 3
x= , y= , z= equações e 3 incógnitas, ou seja, o
D D D

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