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I. Conceitos e generalidades
Muitos dos problemas da Álgebra Linear são equivalentes ao estudo de um sistema de equações
lineares, pelo que se dará início à Álgebra Linear falando da teoria das equações lineares.
a1 x
1 + a2 x 2 + a3 x 3 + . . . + an x n =b
como uma equação linear sobre um corpo real R, onde ai e b pertencem a R e x i são indeterminadas
x =k ,x =k
1 1 2 2 , ... , x =k n n
temos assim:
No caso de as constantes b1, b2, . . . , bm, serem todas iguais a zero diz-se que o sistema é
homogéneo:
II. Matrizes
Muitos dos problemas da Álgebra Linear são equivalentes ao estudo de um sistema de equações
lineares, onde somente os coeficientes e suas respetivas posições são importantes.
2 -6 8
0 10 -4
2 -6 8
Conhecendo o número de linhas m e o número de colunas n podemos designar uma matriz por Matriz
Retangular se m ≠ n e por Matriz Quadrada se m = n. A Matriz Quadrada vai ser a mais importante
para esta disciplina, e é portanto uma matriz com o mesmo número de linhas e de colunas.
1 2 3
A= 4 5 6
7 8 9
A matriz A é uma Matriz Quadrada do tipo 3 x 3, ou seja quadrada de ordem 3, e os seus elementos
diagonais são 1, 5 e 9.
Habitualmente as matrizes são representadas por letras maiúsculas A, B, …,e os seus elementos por
letras minúsculas a, b, … .
Uma matriz com uma linha apenas é designada de Matriz Linha ou Vetor Linha e é do tipo (1 X n), por
exemplo:
Uma matriz com uma coluna apenas é designada de Matriz Coluna ou Vetor Coluna e é do tipo
(m X 1), por exemplo:
6
A= 4 é uma Matriz Coluna ou Vetor Coluna do tipo (3 X 1).
Uma matriz com um elemento no corpo pode ser considerada como uma matriz do tipo (1 X 1), e uma
matriz, de qualquer tipo, que tenha todos os seus elementos nulos, ou seja, iguais a zero (0) designa-se
de Matriz Nula.
Duas matrizes são iguais se forem do mesmo tipo e tiverem os elementos correspondentes (elementos
homólogos – elementos que se encontram na mesma linha e coluna das duas matrizes) iguais. Exemplo:
x+y 2z + w 3 5
A= ; B=
x–y z–w 1 4
Como já foi referido atrás, uma Matriz Quadrada é uma matriz com o mesmo número de linhas e de
colunas. Uma Matriz Quadrada com n linhas e n colunas é uma Matriz Quadrada de ordem n.
a diagonal principal consiste nos elementos a11, a22, a33, … , an n, e a diagonal secundária consiste
nos elementos da diagonal que vai desde a1n até an1 . Aos elementos da diagonal principal designam-
-se por elementos principais da matriz.
1 2 3
A= 4 5 6
7 8 9
Uma Matriz Quadrada designa-se por Matriz Triangular Superior quando todos os elementos abaixo
da diagonal principal da matriz são nulos (alguns elementos acima da diagonal principal poderão também
ser nulos, mas nunca serão todos).
1 2 0
A= 0 5 6
0 0 9
Pela mesma ordem de ideias, uma Matriz Quadrada designa-se por Matriz Triangular Inferior quando
todos os elementos acima da diagonal principal da matriz são nulos (alguns elementos abaixo da
diagonal principal poderão também ser nulos, mas nunca serão todos).
a11 0 0 ... 0
a21 a22 0 ... 0
a31 a32 a33 . . . 0
.............................. .
an1 an2 an3 . . . an n
1 0 0
A= 4 5 0
7 8 9
Uma Matriz Diagonal é uma Matriz Quadrada em que todos os elementos que não façam parte da
diagonal principal são nulos.
a11 0 0 ... 0
0 a22 0 ... 0
0 0 a33 . . . 0
.............................. .
0 0 0 . . . an n
1 0 0
A= 0 5 0
0 0 9
5 0 0
A= 0 5 0
0 0 5
Uma Matriz Escalar em que todos os elementos da diagonal principal são iguais à unidade (1) é uma
Matriz Identidade ou Matriz Unidade, representada por In , em que n indica a ordem da matriz, ou
1 0 0
I3 = 0 1 0
0 0 1
A Transposta de uma matriz A representa-se por AT, e é a matriz obtida escrevendo as linhas de A
ordenadamente como colunas, ou seja, as linhas de A passam a ser as colunas de AT.
a matriz AT é do tipo n X m
T 2 0
2 -6 8 = -6 10
0 10 -4 8 -4
.
a) ( A + B )T = AT + BT
b) ( AT )T = A
d) ( k . A )T = k . AT , onde k é um escalar
É condição necessária para efetuar a adição de matrizes que as matrizes sejam do mesmo tipo, isto é,
tenham o mesmo número de linhas e o mesmo número de colunas, ou seja, se uma for do tipo m X n as
outras também têm de ser do tipo m X n:
3 0 5 6 3 –5
A= ; B=
–7 1 4 1 4 8
então:
O produto de um escalar k por uma matriz A ( k.A ou simplesmente kA ) é a matriz obtida multiplicando
cada elemento de A por k:
As regras para a adição de matrizes aplicam-se na subtração de matrizes, uma vez que:
3 0 5 6 3 –5
A= ; B=
–7 1 4 1 4 8
então:
6 0 10 –18 –9 15 –12 –9 25
2.A – 3.B = + =
–14 2 8 –3 –12 –24 –17 –10 –16
a) A + ( B + C ) = ( A + B ) + C (associatividade)
b) A + B = B + A (comutatividade)
c) A + 0 = 0 + A (onde 0 representa uma matriz nula – todos os seus elementos são iguais a zero)
d) –A + A = A – A = 0
A operação multiplicação de uma matriz por um número real goza das seguintes propriedades:
a) k. ( A + B ) = k.A + k.B
b) ( k + z) . A = k.A + z.A
c) k. ( z . A) = k. z.A
É condição necessária para efetuar a multiplicação de duas matrizes, A x B, que o número de colunas
da matriz A seja igual ao número de linhas da matriz B, isto é, se a matriz A for do tipo m X n a matriz
B tem de ser do tipo n X w para se poder realizar o produto de A por B, podendo m ser igual ou
diferente de w, ou mesmo m ser igual a w e igual a n (m = w = n), estando-se, neste último caso, a
multiplicar duas matrizes quadradas n X n. Esta condição é necessária uma vez que se vai proceder à
operação a seguir exemplificada, com os elementos de cada linha da matriz A e os elementos de cada
coluna da matriz B, como a seguir se exemplifica:
Sendo assim, facilmente se compreende que o produto de matrizes não é comutativo, pois, se tivermos
em conta o exemplo anterior, a multiplicação de A (4 x 3) por B (3 x 2) é possível e o resultado é uma
matriz (4 x 2), mas a multiplicação de B (3 x 2) por A (4 x 3) não é possível uma vez que que o número
de colunas da matriz B não é igual ao número de linhas da matriz A.
sendo k um escalar
3 0 6 3 –5
A= 5 4 ; B=
–7 1 1 4 8
então:
Duas matrizes são iguais se simultaneamente, são do mesmo tipo e têm todos os elementos homólogos
(elementos na mesma posição de linha e de coluna) iguais.
Considerando as seguintes matrizes A, B, C e D:
3 0 3 0
A= ; B= ; C= –3 ; D= –3
–7 1 –7 1
Uma Matriz Quadrada diz-se Matriz Simétrica se, a uma Matriz Quadrada S tiver os seus elementos
dispostos simetricamente em relação à sua diagonal principal. Exemplo:
1 2 –3
S= 2 5 8
–3 8 0
a) S = A x AT (o produto duma Matriz Quadrada pela sua Transporta é sempre uma Matriz Simétrica)
Uma Matriz Quadrada A diz-se Matriz Anti-Simétrica se, tem os seus elementos principais nulos e
satisfaz a seguinte igualdade: A = –AT. Exemplo:
0 –4 7 0 4 –7 0 –4 7
A= 4 0 9 ; AT = –4 0 –9 ; –AT = 4 0 9
–7 –9 0 7 9 0 –7 –9 0
Uma Matriz não fica alterada, ou seja, a Matriz continua a representar o mesmo modelo de informação,
se sobre a mesma se efetuarem quaisquer das três operações elementares seguintes:
Exemplo – Troca da 1ª linha pela 2ª linha (a troca mais utilizada é a troca de linhas):
3 0 –7 1
–7 1 3 0
0 –4 7 –7 –9 0
4 0 9 4 0 9
–7 –9 0 0 –4 7
b) Multiplicação de uma fila (linha ou coluna) da Matriz por um número real diferente de zero.
0 –4 7 –7 –9 0
4 0 9 1 0 9/4
–7 –9 0 0 –4 7
c) Operação de Jacobi.
A operação de Jacobi diminui os valores dos elementos de uma Matriz Quadrada, permitindo
resolver sistemas de equações lineares. Esta operação consiste na substituição de uma fila pela que
se obtém somando-lhe outra fila paralela, fila paralela essa multiplicada por um número real, por
forma a transformar um dos elementos da fila em zero.
1 3 5
A= 1 0 1
2 1 1
Linha 2 l2
→ → 1 0 1
l2 + l 1 x (–1) → 0 –3 –4
ou seja:
1 3 5 1 3 5
1 0 1 0 –3 –4
2 1 1 2 1 1
2 –5 7
B= –4 4 –2
5 –3 –1/2
Querendo obter o valor zero na 3ª linha/1ª coluna (b31), substitui-se a 3ª linha ( b31 b32 b33 ) pela
linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 2ª linha multiplicada por 5/4 (valor
simétrico de b31 )
Linha 3 l3
→ → 5 –3 –1/2
l3 + l 2 x (5/4) → 0 2 –3
ou seja:
2 –5 7 2 –5 7
–4 4 –2 –4 4 –2
5 –3 –1/2 0 2 –3
Uma matriz A é equivalente a uma matriz B, escreve-se normalmente AB, se resultou de operações
elementares sobre A. Podemos então dizer, e como exemplo, que quaisquer das matrizes utilizadas nos
exemplos do ponto anterior (Operações Elementares de Matrizes), são todas equivalentes entre si.
A matriz B é única e chama-se Matriz Inversa de uma Matriz A, e designa-se por A-1, obtendo-se assim
que: A . A-1 = A-1 . A = I
2 5 3 –5 2 x 3 + 5 x –1 2 x –5 + 5 x 2
A. B = X = =
1 3 –1 2 1 x 3 + 3 x –1 1 x –5 + 3 x 2
1 0
=
0 1
3 –5 2 5 3x2–5x1 3x5–5x3
B. A = X = =
–1 2 1 3 –1 x 2 + 2 x 1 –1 x 5 + 2 x 3
1 0
=
0 1
Conclui-se assim que A e B são invertíveis e são inversas uma da outra e que, para matrizes
quadradas, A . B = I se, e só se, B . A = I , sendo somente necessário testar um produto para
determinar se duas matrizes são inversas.
3 0 6 3 –5
C= 5 4 ; D=
–7 1 1 4 8
A resposta é não, pois nem a Matriz C, nem a Matriz D são invertíveis, uma vez que a Matriz C é do tipo
3 X 2, e a Matriz D é do tipo 2 X 3, ou seja, nenhuma das duas Matrizes é uma Matriz Quadrada.
Concluindo, para que uma Matriz A seja invertível (ou seja, que exista a sua inversa A-1), a mesma tem
que ser uma Matriz Quadrada, sendo também, evidentemente, a sua inversa uma Matriz Quadrada e da
mesma ordem. Além disso, como é evidente, se A-1 é a inversa de A, a inversa de A-1 é A, como tal
(A-1)-1 = A.
b) (A x B)-1 = B-1 x A-1 , a inversa do produto é igual ao produto das inversas por ordem inversa
A maneira de determinar a inversa de uma Matriz Quadrada é ampliar a Matriz Quadrada com uma
Matriz Identidade no seu lado direito, transformando a parte esquerda da Matriz ampliada numa Matriz
Identidade. Sendo assim, consideremos o exemplo a seguir apresentado:
2 1 3
A= 4 2 2
2 5 3
Em primeiro lugar, como já foi referido, vamos ampliar a parte esquerda da Matriz Quadrada com uma
Matriz Identidade.
2 1 3 1 0 0
A= 4 2 2 0 1 0
2 5 3 0 0 1
Sendo, o nosso objetivo final transformar a parte esquerda da Matriz Ampliada numa Matriz Identidade,
inicia-se o cálculo por multiplicar a 1ª linha por 1/2 ( valor inverso de a11), com o objetivo de se obter o
valor 1 no elemento a11 .
Querendo obter o valor zero na 2ª linha/1ª coluna (a21), substitui-se a 2ª linha ( a21 a22 a23 ) pela
linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 1ª linha multiplicada por –4 (valor
simétrico de a21 )
Linha 2 l2
→ → 4 2 2 0 1 0
l2 + l 1 x (–4) → 0 0 –4 –2 1 0
ou seja:
Querendo obter o valor zero na 2ª linha/1ª coluna (a21), substitui-se a 2ª linha ( a21 a22 a23 ) pela
linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 1ª linha multiplicada por –2 (valor
simétrico de a21 )
Linha 2 l2
→ → 2 5 3 0 0 1
l2 + l 1 x (–2) → 0 4 0 –1 0 1
ou seja:
Com o objetivo de se obter o valor 1 no elemento a22, multiplicar a 2ª linha por 1/4 (valor inverso de a22).
Com o objetivo de se obter o valor 1 no elemento a33, multiplicar a 3ª linha por –1/4 (valor inverso de
a33).
Finalmente, para terminar, querendo obter o valor zero na 1ª linha/3ª coluna (a13), substitui-se a
1ª linha ( a11 a12 a13 ) pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 3ª linha
multiplicada por –3/2 (valor simétrico de a13 )
então:
Está assim confirmado que A-1 é a Matriz Inversa de A, uma vez que A . A-1 = I3
Nos pontos anteriores verificou-se que só se pode somar ou multiplicar matrizes dentro de certas
condições. Se considerarmos apenas Matrizes Quadradas essas condições desaparecem, deixando as
mesmas de ser um inconveniente. Mais concretamente, as operações de adição, multiplicação,
multiplicação por escalar e transposição podem ser efetuadas em quaisquer matrizes n X n (Matrizes
Quadradas de ordem n) e os resultados são ainda uma matriz n X n.
A2 = A . A ; A3 = A2 . A = A . A . A ; ……………
1 0 2 –11 2 2
A= 2 –1 3 ; B= –4 0 1
4 1 8 6 –1 –1
i) 1 2 –3 4 3 –5 6 –1
+
0 –5 1 –1 2 0 –2 –3
ii) 1 2 –3 3 5
+
0 –4 1 1 –2
iii) 1 2 –3
–3 x
4 –5 6
c) Sabendo que:
2 –5 1 1 –2 –3 0 1 –2
A= ; B= ; C=
3 0 –4 0 –1 5 1 –1 –1
Determine:
3. A + 4 . B – 2 . C
d) Sabendo que:
1 3 2 0 –4
A= ; B=
2 –1 3 –2 6
Determine:
i) A.B
ii) B. A
2 –1 1 –2 –5
A= 1 0 ; B=
–3 4 3 4 0
Determine:
i) A.B
ii) B. A
f) Considerando:
1 3
A= 2 –1
0 4
Determine:
i) A . AT
ii) AT. A
g) Sabendo que:
2 –1 0 1 –4 0 1
A= ; B= 2 –1 3 –1
1 0 –3 4 0 –2 0
Determine A.B
h) Calcule:
i)
1 6 4 0
x
–3 5 2 –1
iii)
1 6 2
x
–3 5 –7
iv)
1
x 3 2
6
v)
1
2 –1 x
–6
i) Considerando:
1 3 0 4
A= 2 –1 1 3
0 4 2 –1
Escreva AT.
i) A . AT
ii) AT . A
k) Considerando:
1 2
A=
4 –3
Determine:
i) A2
ii) A3
3 5
A=
2 3
1 0 2
A= 2 –1 3
4 1 8
2 3 4
B= 2 1 1
–1 1 2
1 2 3 4
0 1 2 3
C=
0 0 1 2
0 0 0 1
1 2 2
D= 2 –1 1
1 3 2
1 –2 1
E= –2 5 –4
1 –4 6
0 1 0 0 0 0
2 0 2 0 0 0
0 3 0 1 0 0
F=
0 0 1 0 2 0
0 0 0 3 0 1
0 0 0 0 2 0
s) Determine a Matriz B sabendo que o produto da Matriz A pela Matriz B e a Matriz A são,
respetivamente, iguais a:
6 0 1 2
A.B= e A=
0 –1 5 4
–77/2 41/2 28
62 –33 –45
e
–1 2 –3
B = 2 1 0
4 –2 5
Determinante de uma Matriz Quadrada A sobre um corpo K é um elemento de K que lhe está
associado designado de determinante de A, normalmente representado por: Det (A) ou | A |.
Representando um número associado a uma matriz, cada matriz tem um único determinante.
i) Fatorial de um número natural n, representa-se por n!, é o produto de todos os inteiros positivos
menores ou iguais a n (não se calcula o fatorial de números não naturais), e é normalmente
definida por:
a) 5! = 1 x 2 x 3 x 4 x 5 = 120
c) 6! = 5! x 6 = 720
Considerando-se um conjunto de vários elementos p = (p1, p2, p3, …….., pn) diferentes entre si, ou
seja, um conjunto de n elementos diferentes entre si, este tem n! permutações diferentes desses
elementos, podendo ser apresentados de n! maneiras diferentes.
Se considerarmos o conjunto de algarismos (1,2,3), estes três elementos (diferentes entre si)
podem ser representados de 3! = 3 x 2 x 1 = 6 maneiras diferentes:
Considerando uma permutação arbitrária σ em Sn: σ = j1 j2 . . . . . jn. Diz-se que σ é par ou ímpar,
conforme exista um número par, ou ímpar, de pares ( i, k ), para os quais:
i > k mas i precede k em σ,
definindo-se a paridade de σ por sgn σ então sgn σ = 1 se σ é par (+ se o número de trocas for
par (0, 2, 4, 6, …..), ou sgn σ = –1 se σ é ímpar (– se o número de trocas for ímpar (1, 3, 5, 7, ….).
Consideremos, para exemplo, o conjunto de algarismos (1,2,3,4), estes quatro elementos (diferentes
entre si) podem ser representados de 4! = 4 x 3 x 2 x 1 = 24 maneiras diferentes. Consideremos
uma delas, por exemplo (3,2,4,1) como conjunto inicial, e vamos proceder à validação do número de
trocas para restabelecer a ordem natural do conjunto:
Considerando agora (3,2,1,4) como conjunto inicial, e vamos proceder à validação do número de
trocas para restabelecer a ordem natural do conjunto:
a) Se trocarmos o 1 com o 3 obtemos (1,2,3,4), ou seja, efetuamos 1 troca (número ímpar de trocas)
b) Se trocarmos pares de números contíguos, (3,2 ↔ 1,4) , (3 ↔ 1,2,4) , (1,3 ↔ 2,4) , (1,2,3,4),
acabamos também por efetuar um número ímpar de trocas (3 trocas indicadas por ↔ ), embora
maior que na alínea anterior.
Concluindo, qualquer que seja o método utilizado acabamos por efetuar um número ímpar de trocas,
obtendo-se assim que o número de trocas necessárias para restabelecer a ordem natural do
conjunto inicial ordenado é ímpar.
Consideremos agora a permutação identidade, ou seja, existe apenas um número pelo que não
existe nenhum par ( i, k ) que possa satisfazer a condição i > k mas i precede k, sendo assim, o
número de trocas é igual a 0, pelo que o número de trocas é par.
2 1 0
A= –4 –2 5
3 –1 6
–4 6 = 1 x –4 x 6 = –24
1
5 3 = 1x5x3 = 15
–4 –1 = 0 x –4 x –1 = 0
0
–2 3 = 0 x –2 x 3 = 0 (Termo Secundário)
Total de 6 Termos
Após os conceitos apresentados nas alíneas i), ii), iii) e iv) voltemos á definição do determinante.
Considerando uma Matriz Quadrada de ordem n, o seu determinante (| A |) é definido pelo escalar
determinado pelo seguinte somatório:
|A|= ∑ (sgn σ) a1 j1 a2 j2 a3 j3 . . . . . . . . an jn
σ € Sn
em que:
de n elementos da Matriz A de modo a que um, e somente um, elemento provém de cada
linha, como tal, contém um, e um só, elemento de cada linha e um, e somente um, provém
de cada coluna ( o 1º índice, que vai de 1 a n, representa a linha, e o 2º índice, que vai de
a11 a12
A=
a21 a22
Sendo a Matriz A de ordem 2, temos assim 2! Termos diferentes ( 2! = 2 x 1 = 2 Termos diferentes), que
corresponde a ter 2 permutações {(a11, a22); (a12, a21)}, ou seja, sendo esta a ordem natural deste
conjunto, passamos a considerar por (1,2) o conjunto inicial, onde o número de trocas é 0 logo sgn σ = 1,
considerando de seguida (2,1) como conjunto inicial, onde o número de trocas é 1, logo sgn σ = –1, pelo
que:
a11 a12
|A|= = (1) . a11 . a22 + (–1) . a12 . a21
a21 a22
4 –2
A=
6 –1
O Determinante de A é igual a:
4 –2
|A|= = (1) x 4 x (–1) + (–1) x (–2) x 6 = –4 + 12 = 8
6 –1
Procedendo-se agora ao cálculo do Determinante de uma Matriz Quadrada B de ordem 3, temos assim
3! Termos diferentes ( 3! = 3 x 2 x 1 = 6 Termos diferentes), que corresponde a ter 6 permutações, das
quais metade (3) têm paridade par e a outra metade (3) paridade ímpar.
2 1 0
B= –4 –2 5
3 –1 6
Resultado final: | B | = 25
–4 –2 5 1 x 5 x 3 = 15 ;
3 –1 6 0 x (–1) x (–4) = 0
Os 3 Termos de Paridade ímpar obtêm-se através de um raciocínio idêntico ao utilizado para obter os 3
Termos de Paridade par, partindo, não da diagonal principal, mas da diagonal secundária.
–4 –2 5 1 x (–4) x 6 = –24 ;
3 –1 6 0 x (–2) x 3 = 0
Logo:
| B | = ( –24 + 15 + 0) – ( –10 – 24 + 0 ) = 25
2 1 0 2 1
–4 –2 5 –4 –2
3 –1 6 3 –1
1 2 4
A= 0 –5 6 ; | A | = 1 x (–5) x (–9) = 45
0 0 –9
2 0 0
B= 4 –5 0 ; | B | = 2 x (–5) x 3 = –30
7 8 3
ii. A Transposta de uma Matriz não altera o valor do seu Determinante, ou seja, o Determinante de
uma Matriz e da sua Transposta são iguais:
Det (AT) = Det (A) ou | AT | = | A |
iii. O Determinante de um produto de Matrizes é igual ao produto dos Determinantes das Matrizes:
v. Se a Matriz for uma Matriz Triangular Superior ou uma Matriz Triangular Inferior, isto é, se
existirem zeros abaixo ou acima da Diagonal, então o Determinante da Matriz é igual ao produto
dos elementos principais (elementos da diagonal principal).
| B | = k. | A |
b) Troca entre si de duas linhas ( ou de duas colunas) de A, então:
|B|=–|A|
c) Aplicação da operação de Jacobi a A (ver pág. 12), então:
|B|=|A|
determinante da sub matriz que se obtém da matriz original A retirando a linha i e a coluna j ,
Temos então:
a21 a23
M12 = = a21 x a33 – a23 x a31
a31 a33
Exemplos:
i)
2 1 0 –4 5
–4 –2 5 ; M12 = = (–24) – 15 = –39
3 –1 6 3 6
ii)
2 1 0 1 0
–4 –2 5 ; M31 = = 5–0 = 5
3 –1 6 –2 5
+ – + – …… –→ linha 1
– + – + …… –→ linha 2
+ – + – …… –→ linha 3
– + – + …… –→ linha 4
: : : : +
: : : :
↓ ↓ ↓ ↓
col. 1 ↓ col. 3 ↓
col. 2 col. 4
Temos então:
A12 = (–1) 1+2 . M12 = (–1) 1+2 . ( a21 . a33 – a23 . a31 ) =
= (–1) 3 . ( a21 . a33 – a23 . a31 ) = (–1) . ( a21 . a33 – a23 . a31 ) =
= – a21 . a33 + a23 . a31
Exemplos:
i)
2 1 0 –4 5
–4 –2 5 ; M12 = = (–24) – 15 = –39
3 –1 6 3 6
ii)
2 1 0 1 0
–4 –2 5 ; M31 = = 5–0 = 5
3 –1 6 –2 5
Ou
sendo Aij o Complemento Algébrico de um elemento aij da Matriz Quadrada, que é definido por:
Em que Mij representa o Menor Complemento de um elemento aij , ou seja o determinante da sub
matriz que se obtém da matriz original A retirando a linha i e a coluna j .
O Teorema de Laplace utiliza-se para o cálculo do determinante de uma matriz de qualquer ordem,
geralmente de ordem superior ou igual a 4, pois para matrizes de ordem 3 o cálculo do determinante
é habitualmente mais simples utilizando o método de Sarrus.
Assim sendo, o que se faz é passar do cálculo do determinante de uma matriz de ordem n para o
cálculo de n determinantes de matrizes de ordem n-1 , podendo o teorema ser aplicado
sucessivamente até se obterem matrizes de ordem 2 ou 3, cujo determinante é mais simples de
calcular.
É indiferente, a linha ou coluna da Matriz que se escolhe para aplicar o Teorema de Laplace, mas
usualmente, de modo a simplificar os cálculos, é habitual escolher a linha (ou coluna) que apresente
mais zeros, uma vez que o método consiste em multiplicar cada elemento da linha (ou coluna) pelo
seu complemento algébrico, pelo que, se o elemento for zero o produto é nulo, não havendo
necessidade de determinar o complemento algébrico.
Ainda para simplificar a aplicação do Teorema de Laplace, além do que já foi dito, procura-se
escolher a linha (ou coluna) com o maior número de elementos com o valor 1, caso existam, ou
escolher linhas (ou colunas) onde se encontrem o maior numero de elementos múltiplos entre si e,
por ultimo, tirar partido da operação de Jacobi uma vez que a mesma não altera o valor do
determinante.
2 1 0
A= –4 –2 5
3 –1 6
2 1 0 –2 5 1 0
1+1 2+1
|A|= –4 –2 5 = 2 x (–1) x + ( –4 ) x (–1) x +
3 –1 6 –1 6 –1 6
1 0
3+1
+ ( 3 ) x (–1) x = 2 x ( (–2) x 6 ) – ( 5 x (–1) ) + 4 x ( 1 x 6 – ( 0 x (–1) ) +
–2 5
ii) Calcule o seu determinante aplicando o Teorema de Laplace à 1ª linha, onde se encontra
o único elemento igual a 0.
2 1 0 –2 5 –4 5
1+1 1+2
|A|= –4 –2 5 = 2 x (–1) x + 1 x (–1) x +
3 –1 6 –1 6 3 6
–4 –2
3+1
+ 0 x (–1) x = 2 x ( (–2) x 6 – ( 5 x (–1) ) + (–1) x ( (–4) x 6 – ( 5 x 3) ) +
3 –1
Resolução:
Querendo obter o valor zero na 2ª linha/2ª coluna (a22), substitui-se a 2ª linha ( a21 a22
a23 ) pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 1ª linha multiplicada
por 2 (operação de Jacobi)
Linha 2 → l2 → –4 –2 5
l 2 + l 1 x (2) → 0 0 5
ou seja:
2 1 0 2 1 0
|A|= –4 –2 5 0 0 5
3 –1 6 3 –1 6
Querendo agora obter o valor zero na 3ª linha/2ª coluna (a32), substitui-se a 3ª linha
( a31 a32 a33 ) pela linha que se obtém somando essa linha com a 1ª linha, ou seja:
2 1 0 2 1 0
|A|= 0 0 5 0 0 5
3 –1 6 5 0 6
2 1 0 0 5
1+2
|A|= 0 0 5 = 1 x (–1) x + 0 + 0 =
5 0 6 5 6
= (–1) x ( (0 x 6) – ( 5 x 5) ) = 25
Antes mesmo de se obter o valor zero na 3ª linha/2ª coluna (a32) podia-se ter optado por
aplicar o Teorema de Laplace à 2ª linha, uma vez que a mesma passou também a ter 2
elementos iguais a 0
2 1 0 2 1
2+3
|A|= 0 0 5 = 5 x (–1) x = (–5) x ( (2 x (–1)) – (1 x 3) ) = 25
3 –1 6 3 –1
1 2 2 3
B= 1 0 –2 0
3 –1 1 –2
4 –3 0 2
Resolução:
Querendo obter o valor zero na 1ª linha/1ª coluna (a11), substitui-se a 1ª linha ( a11 a12 a13
a14 ) pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 2ª linha multiplicada por
(–1) (operação de Jacobi)
Querendo obter o valor zero na 3ª linha/1ª coluna (a31), substitui-se a 3ª linha ( a31 a32 a33
a34 ) pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 2ª linha multiplicada por
(–3) (operação de Jacobi)
Querendo obter o valor zero na 4ª linha/1ª coluna (a41), substitui-se a 4ª linha ( a41 a42 a43
a44 ) pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 2ª linha multiplicada por
(–4) (operação de Jacobi)
1 2 2 3 0 2 4 3 2 4 3
|B|= 1 0 –2 0 = 1 0 –2 0 = 1 x (–1) 2+1 x –1 7 –2 =
3 –1 1 –2 0 –1 7 –2 –3 8 2
4 –3 0 2 0 –3 8 2
Querendo obter o valor zero na 1ª linha/1ª coluna (a11), substitui-se a 1ª linha ( a11 a12 a13 )
pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 2ª linha multiplicada por (2)
(operação de Jacobi).
Querendo obter o valor zero na 3ª linha/1ª coluna (a31), substitui-se a 3ª linha ( a31 a32 a33 )
pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 2ª linha multiplicada por (–3)
(operação de Jacobi).
0 18 –1 18 –1
0 –13 8 –13 8
2 1 3 2
C= 3 0 1 –2
1 –1 4 3
2 2 –1 1
Resolução:
Querendo obter o valor zero na 1ª linha/1ª coluna (a11), substitui-se a 1ª linha ( a11 a12 a13
a14 ) pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 3ª linha multiplicada por
(–2) (operação de Jacobi)
Querendo obter o valor zero na 2ª linha/1ª coluna (a21), substitui-se a 2ª linha ( a21 a22 a23
a24 ) pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 3ª linha multiplicada por
(–3) (operação de Jacobi)
Querendo obter o valor zero na 4ª linha/1ª coluna (a41), substitui-se a 4ª linha ( a41 a42 a43
a44 ) pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 3ª linha multiplicada por
(–2) (operação de Jacobi)
2 1 3 2 0 3 –5 –4 3 –5 –4
2 2 –1 1 0 4 –9 –5
Querendo obter o valor zero na 1ª linha/1ª coluna (a11), substitui-se a 1ª linha ( a11 a12 a13 )
pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 3ª linha multiplicada por (–3/4)
(operação de Jacobi).
Querendo obter o valor zero na 2ª linha/1ª coluna (a21), substitui-se a 1ª linha ( a21 a22 a23 )
pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 3ª linha multiplicada por (–3/4)
(operação de Jacobi).
4 –9 –5 –17/4 –29/4
–2 –1 4
C= 6 –3 –2
4 1 2
Resolução:
Querendo obter o valor zero na 1ª linha/2ª coluna (a12), substitui-se a 1ª linha ( a11 a12 a13 )
pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 3ª linha multiplicada por 1
(operação de Jacobi)
Querendo obter o valor zero na 2ª linha/2ª coluna (a22), substitui-se a 2ª linha ( a21 a22 a23 )
pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 3ª linha multiplicada por 3
(operação de Jacobi).
2 0 6 2 6
| C | = 18 0 4 = 1 x (–1) 3+2 x = (–1) x ( (2 x 4) – ( 6 x 18 ) ) = 100
4 1 2 18 4
7 6 5
D= 1 2 1
3 –2 1
Resolução:
Querendo obter o valor zero na 1ª linha/3ª coluna (a13), substitui-se a 1ª linha ( a11 a12 a13 )
pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 2ª linha multiplicada por (–5)
(operação de Jacobi)
Querendo obter o valor zero na 3ª linha/3ª coluna (a33), substitui-se a 3ª linha ( a31 a32 a33 )
pela linha que se obtém somando essa linha com o resultado da 2ª linha multiplicada por (–1)
(operação de Jacobi).
2 –4 0 2 –4