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ABNT ISO/TR 14121-2:2018

 e) ambiente de trabalho,

 f) fatores humanos;

 g) confiança das funções de segurança,

 h) possibilidade de burlar ou contornar as medidas de proteção e de redução de risco,

 i) capacidade de manter as medidas de proteção e de redução de riscos, e

 j) capacidade de evitar danos.

Semelhante à gravidade, há muitas escalas utilizadas para estimar a probabilidade da ocorrência de


danos. Alguns métodos não fornecem outras descrições além dos termos utilizados. Outras matrizes
proporcionam descrições adicionais, como na Tabela 1:

—— muito provável – quase certo de ocorrer;

—— provável – pode ocorrer;

—— improvável – não é provável ocorrer;


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—— remota – tão improvável como estar perto de zero.

Alguns métodos estabelecem uma distinção entre probabilidade e possibilidade, onde a probabilidade
é um valor numérico entre 0 e 1, e a possibilidade é uma descrição qualitativa da probabilidade. No,
entanto, muitos métodos não distinguem entre os termos de probabilidade e possibilidade e os usam
como sinônimos.

Convém que a probabilidade seja relacionada com uma base de intervalo de algum tipo, como uma
unidade de tempo ou atividade, eventos, unidades produzidas ou ciclo de vida de uma instalação,
equipamento, processo ou produto. A unidade de tempo pode ser o tempo de vida pretendido da
máquina.

6.2.2.5 Derivação do nível de riscos

Uma vez que a probabilidade e a gravidade sejam estimadas, um nível de risco inicial pode ser
derivado a partir da matriz de riscos selecionado. A matriz de riscos mapeia os fatores de risco para
os níveis de risco, como mostrado na Tabela 1.

Utilizando a Tabela 1 como exemplo, uma gravidade “grave” e uma probabilidade “provável”, eles
produzem um “alto” grau de risco. Como os fatores de risco de gravidade e probabilidade são combi-
nados varia de acordo com diferentes matrizes de riscos. O resultado desta combinação normalmente
irá produzir uma matriz de baixo para alto risco. Uma vez que a estimativa dos riscos é geralmente
subjetiva, os níveis de risco também serão subjetivos

6.2.2.6 Discussão

O método de matriz de riscos proporciona um método simples e eficiente de estimativa de riscos.

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6.3 Gráfico de riscos

6.3.1 Generalidade

Um gráfico de riscos é baseado em uma árvore de decisão. Cada nó no gráfico representa um elemento
de risco (gravidade, exposição, probabilidade de ocorrência de um evento perigoso, possibilidade de
evitar) e cada ramo a partir de um nó representa uma classe do elemento (por exemplo, gravidade
leve ou gravidade grave).

Para cada situação perigosa, convém que uma classe seja alocada para cada elemento. O caminho no
gráfico de riscos é então seguido a partir do ponto de partida. Em cada junção, o caminho prossegue
no ramo apropriado, de acordo com a classe selecionada. Os pontos de ramificação finais do nível
ou do índice de risco estão relacionados com a combinação de classes (ramos) que tenham sido
escolhidas. O resultado final é uma estimativa de riscos qualificada com termos como “alto”, “médio”,
“baixo”, um número, por exemplo, de 1 a 6, ou uma letra, por exemplo, de A a F.

Os gráficos de riscos são úteis para ilustrar a quantidade de redução de riscos proporcionada por uma
medida de proteção, redução dos riscos e qual elemento de risco ela influencia.

Os gráficos de riscos tornam-se muito complicados e desordenados, se houver mais do que dois
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ramos para mais do que um dos elementos de risco. Por esta razão, métodos híbridos tendem a
combinar um gráfico de riscos com uma matriz para um dos elementos; ver 6.5.

Um exemplo de uma ferramenta de gráfico ou método de riscos é dado em 6.3.2.

6.3.2 Exemplo de uma ferramenta de gráfico ou método de riscos

Antes que o risco seja estimado usando o gráfico de riscos, o perigo relacionado, convém que a
situação perigosa, o evento perigoso e os possíveis danos sejam descritos em conformidade com a
ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.4 (ver formulário em branco dado pela Tabela A.4). Um índice de
riscos é então calculado usando o gráfico de riscos dado na Figura 3, com base nos seguintes quatro
elementos de risco, como estabelecido na ABNT NBR ISO 12100:2013, 5.5.2.1, cada um tendo as
suas limitações particulares:

Gravidade do dano: S

—— S1: ferimento leve (normalmente reversível; exemplos: arranhão, laceração, contusão, ferida
exposta requerendo primeiros socorros etc.); não mais do que dois dias incapaz de executar a
mesma tarefa;

—— S2: ferimento grave (normalmente irreversível, requerendo fatalidade; exemplos: membros fratu-
rados, ou amputados ou esmagados, lesões graves, exigindo sutura, maior trauma musculoes-
quelético (MST) etc.). Mais de dois dias incapaz de executar a mesma tarefa.

NOTA BRASILEIRA A sigla MST refere-se ao termo em inglês Musculoskeletal trauma, não havendo sigla
específica no Brasil.

Frequência e/ou duração da exposição ao perigo: F

—— F1: raro a muito frequente e/ou curta duração da exposição

Duas vezes ou menos por turno de trabalho ou menos de 15 min de exposição acumulada por
turno de trabalho;

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—— F2: frequente a contínua e/ou longa duração da exposição

Mais do que duas vezes por turno de trabalho ou mais de 15 min acumulados de exposição por
turno de trabalho.

Probabilidade de ocorrência de um evento perigoso: O

—— O1: baixa (tão remota que pode ser assumido que a ocorrência pode não ser experimentada)

Tecnologia madura, comprovada e reconhecida em aplicação de segurança; robustez.

—— O2: média (possível de ocorrer em algum momento)

Falha técnica observada nos dois últimos anos. Ação humana inadequada por uma pessoa bem
treinada, ciente dos riscos e com mais de seis meses de experiência na estação de trabalho.

—— O3: alta (possível de ocorrer com frequência)

Falha técnica observada regularmente (a cada seis meses ou menos). Ação humana inadequada
por uma pessoa inexperiente por ter menos de seis meses de experiência na estação de
trabalho.
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Possibilidade de evitar ou reduzir os danos: A

—— A1: possível sob certas condições:

—— Se as peças se moverem a uma velocidade inferior a 0,25 m/s e o trabalhador exposto estiver
familiarizado com o risco e com a indicação de uma situação perigosa ou de um evento
iminente; o trabalhador tem também de ser capaz de observar a situação perigosa e de reagir.

—— Dependendo das condições particulares (temperatura, ruído, ergonômico etc.).

—— A2: impossível.

Probabilidade de
Gravidade Exposição ocorrência de um Possibilidade Índice de
evento perigoso de evitar risco

S1. leve F1, F2 O1, O2 A1, A2 1


O3.
alto
A1, A2 2
Partida baix
o ível
O1. 1 . poss
F1. raro O2. médio A A2. impossível 3
O3. ível
S2. grave
alto
1 . poss
A A2. impossível 4
baix
o vel
O1. . p ossí
F2. frequente O2. médio A1 A2. impossível
5
O3. vel
alto . p ossí
A1 A2. impossível
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Figura 3 – Exemplo de um gráfico para estimativa de riscos

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Um formulário é preenchido com o resultado desta primeira estimativa dos riscos; para cada situação
perigosa, é atribuído um índice de risco. Neste exemplo, a estimativa de cada situação perigosa é feita
considerando que

 a) um índice de risco 1 ou 2 corresponde ao menor risco,

 b) um índice de risco 3 ou 4 corresponde a um risco médio, e

 c) um índice de risco 5 ou 6 corresponde ao risco mais elevado.

Depois de uma análise dos possíveis meios para reduzir o risco, ele é estimado novamente para o
projeto final, utilizando o mesmo gráfico de riscos da mesma forma que para o projeto inicial.

NOTA O formulário em branco dado como Tabela A.4 pode ser usado para documentar os resultados
desta primeira estimativa dos riscos.

6.3.3 Discussão

Este gráfico de riscos pode ser utilizado para estimar um índice de riscos principalmente para situações
perigosas que podem induzir danos agudos (mecânicos, elétricos ou, em certa medida, perigos
térmicos). O gráfico de riscos proposto não é muito apropriado para estimar os riscos relacionados a
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alguns perigos para a saúde, como o ruído ou a ergonomia. Nestes casos, convém que os resultados
obtidos com esta ferramenta gráfica de riscos sejam comparados com o resultado obtido com
ferramentas específicas dedicadas ao ruído ou à ergonomia.

Foi considerado conveniente por algumas indústrias adequar ligeiramente os parâmetros e os limites
do gráfico de riscos; estas mudanças podem induzir a resultados diferentes.

O gráfico de riscos utilizado neste exemplo é equivalente à matriz de riscos dada na Figura 4.
Cálculo do índice de risco
O1 O2 O3
A1 A2 A1 A2 A1 A2
F1
S1 1 2
F2
F1 2 3 4
S2
F2 3 4 5 6

Figura 4 – Matriz de riscos equivalente ao gráfico de riscos da Figura 3

6.4 Pontuação numérica

6.4.1 Generalidades

Ferramentas de pontuação numéricas têm dois ou mais parâmetros que são divididos em várias classes
da mesma maneira que as matrizes de riscos e gráficos de riscos. No entanto, diferentes valores
numéricos estão associados às classes, em vez de um termo qualitativo. Uma classe é escolhida
para cada um dos parâmetros e os valores associados (ou pontuações) são, então, combinados (por
exemplo, por adição e/ou multiplicação) para dar uma pontuação numérica para o risco estimado. Em
alguns casos, estes valores atribuídos são representados em tabela(s), então sua utilização é muito
semelhante à de uma matriz (ver 6.2).

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Sistemas de pontuação permitem que os parâmetros sejam facilmente e explicitamente ponderados.


A utilização de números pode dar uma impressão de objetividade no nível de risco, embora a atribui-
ção de pontuações para cada elemento de risco seja altamente subjetiva. No entanto, isto pode ser
ponderado pelo agrupamento de pontuação em classificações qualitativas de risco, como alto, médio
e baixo.

Existem muitas ferramentas de pontuação numéricas diferentes usadas para estimar os riscos. Um
exemplo de uma ferramenta de pontuação numérica de risco ou método é dado em 6.4.2.

6.4.2 Exemplo de uma ferramenta de pontuação numérica de risco ou método

Neste exemplo, existem dois parâmetros (gravidade e probabilidade de ocorrência de danos) e cada
um destes parâmetros é dividido em quatro classes mostradas.

O parâmetro da gravidade tem as seguintes pontuações e gravidade (SS):

—— catastrófica SS = 100,

—— grave 90 ≤ SS ≤ 99,

—— moderada 30 ≤ SS ≤ 89,
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—— baixa 0 ≤ SS ≤ 29.

A probabilidade da ocorrência de parâmetros de danos tem as seguintes pontuações de probabilidade (PS):

—— muito provável PS = 100 provável ou certo de ocorrer,

—— provável 70 ≤ PS ≤ 99 pode ocorrer (mas não é provável),

—— improvável 30 ≤ PS ≤ 69 não é suscetível de ocorrer,

—— remota 0 ≤ PS ≤ 29 ocorrência de forma remota, que é essencialmente zero

Neste exemplo, a fórmula para a combinação da probabilidade de ocorrência de danos e gravidade é


dada pela Equação (1):

PS + SS = RS

onde RS é a pontuação dos riscos.

A pontuação dos riscos pode, então, ser interpretada de acordo com a Tabela 2.

Tabela 2 – Categorias usadas da pontuação dos riscos


160 ≤ alta ‒
120 ≤ média ≤ 159
90 ≤ baixa ≤ 119
0≤ desprezível ≤ 89

EXEMPLO Uma tarefa perigosa que está associada com lesão muito grave pode ter SS = 95, e sua
probabilidade pode estar na faixa provável de PS = 80. A pontuação dos riscos para esta tarefa perigosa é
então elevada (95 + 80 = 175 > 160).

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6.4.3 Discussão

Algumas pessoas acham que é mais fácil pensar sobre o risco e como ele é derivado em termos de
números. Isso não é de todo incomum na era digital. Ser capaz de ver risco representado por um
número de alguma forma adiciona especificidade para o processo de redução dos riscos. A capacidade
de selecionar um número dentro do intervalo inteiro dentro das classes pode permitir escolhas mais
refinadas do que o permitido por termos qualitativos, mas pode dar uma falsa impressão de precisão
numérica.

6.5 Ferramenta híbrida

6.5.1 Generalidade

Ferramentas híbridas ou métodos para a estimativa dos riscos existem para combinar duas das
abordagens descritas acima. Comumente, estes são gráficos de riscos que contêm dentro deles
matrizes ou sistemas de pontuação para um dos elementos de riscos. Uma certa quantidade de
quantificação pode também ser incorporada em qualquer uma das abordagens qualitativas, como
dando faixas de frequências de probabilidades ou exposições. Por exemplo, algo que é “provável”
pode ser expresso como sendo uma vez por ano, uma exposição “alta” pode ser especificada como
sendo a cada hora.
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Um exemplo de uma ferramenta híbrida ou método para a estimativa dos riscos é dado em 6.5.2.

6.5.2 Exemplo de uma ferramenta híbrida ou método para a estimativa de riscos

Esta ferramenta ou método de estimativa de riscos quantifica os parâmetros qualitativos. É um método


híbrido de uma pontuação numérica e uma matriz de riscos.

Convém que a forma reproduzida na página 23 seja utilizada em conjunto com a seguinte informação
de orientação.

Estimativa de pré-riscos

Marcar esta caixa indica que esta é a primeira estimativa dos riscos. Isso é feito na fase de conceitos
onde apenas especificação e esboços estão disponíveis. Não há desenhos de detalhe feitos nesta
fase. É usada para decidir sobre os principais sistemas de uma máquina, por exemplo, acionador
mecânico em linha ou servo acionador, aquecedor de ar ou de selagem ultrassônica, proteções móveis
ou cortina de luz.

Estimativa de riscos intermediária

A caixa de estimativa de riscos intermediária é marcada para todas as estimativas de risco interme-
diário realizadas durante o desenvolvimento de uma máquina. Dois conjuntos de perigos são tratados
nesta fase. Onde na fase de pré-estimativa de riscos foram indicadas medidas de proteção e redução
de riscos, estas são implementadas e avaliadas novamente nesta fase. O projeto da máquina muda
durante o desenvolvimento. As apreciações de riscos têm de acompanhar com a revisão ao longo do
projeto. Novos perigos são tratados nesta fase.

Acompanhamento da estimativa de riscos

Esta caixa está marcada no acompanhamento da estimativa de riscos. O acompanhamento é feito em


medidas de proteção e redução de riscos implementadas. Nenhum novo perigo pode aparecer nesta
fase. Contudo, quando um novo perigo é identificado no acompanhamento de medidas de proteção

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