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Universidade Nachingwea
Universidade Nachingwea
(2015-2017)
1
Índice
Declaração de Honra ........................................................................................................................................... IV
DEDICATÓRIA ....................................................................................................................................................... V
AGRADECIMENTO ................................................................................................................................................ VI
RESUMO........................................................................................................................................................... VII
LISTA DE ABREVIATURA ................................................................................................................................... VIII
CAPITULO 1 ........................................................................................................................................................ 9
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 9
CAPITULO 2: ..................................................................................................................................................... 19
METODOLOGIA ............................................................................................................................................... 19
2
3.2.2 ESTRATÉGIA ................................................................................................................................................ 28
CAPITULO 4 ...................................................................................................................................................... 40
4.4.2 REFORÇO DA REDE DE INFRA -ESTRUTURAS MUNICIPAIS E DESCONCENTRAÇÃO DOS SERVIÇOS FISCAIS46
4.4.3 Organização e Actualização do cadastro do Contribuinte ........................................................................... 47
4.4.4 ORÇAMENTO PARTICIPATIVO/ GOVERNAÇÃO SEM PAREDES.................................................................... 48
CAPITULO 5 ...................................................................................................................................................... 51
MONOGRAFIA.................................................................................................................................................. 55
3
Declaração de Honra
Declaro ainda que o presente trabalho nunca foi apresentado anteriormente na íntegra ou
parcialmente para obtenção de qualquer grau académico.
IV4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, (Teodicio José Francisco e Muaziza Ernesto), que sempre me incentivaram a
estudar.
Aos minhas irmãs, (Jany Francisco e Malina Francisco).
Essa Victória é nossa!
V5
AGRADECIMENTO
Em primeiro aos meus pais, (Teodicio José Francisco e Muaziza Ernesto) por todo apoio moral,
financeiro e disponibilidade ao longo de uma vida permitir que permitiu atingir este patamar, e
cujos valores incutidos vão permitir-me chegar ainda mais longes.
Endereço agradecimento adicional ao Prof. Eduardo Nguenha e ao dr. Lourenço Chizeluane que
me orientaram na redacção desta monografia. Para além de todo apoio prestado, agradeço,
especialmente, a paciência e confiança que tiveram em mim neste projecto.
Por fim, agradeço a todos os meus colegas da turma que me ajudaram a evoluir
profissionalmente e que, com certeza, esta monografia e o próximo desafio académico são
também desafios deles.
VI 6
RESUMO
A presente monografia é resultado de uma pesquisa sobre a análise das estratégias adoptadas
pelo município da Matola com vista maximização da base tributária local, concretamente entre
os períodos 2015 a 2017. Este período foi marcado pela redução drástica das transferenciais
financeiras governo central para os municípios devido a crise económica que o país atravessou.
Para a elaboração desta monografia usaram-se como modelos de orientação teórica a abordagem
institucionalista e a nova gestão pública. Por conseguinte, Empregaram-se a pesquisa
bibliográfica, a pesquisa documental, a entrevista e a análise de conteúdo como técnicas de
recolha de dados.
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VII
LISTA DE ABREVIATURA
VIII 8
CAPITULO 1
INTRODUÇÃO
O presente trabalho do fim de curso, que constitui um dos requisitos para a obtenção do grau de
licenciatura em Administração Publica e Gestão, versa em torno das estratégias adoptadas pelo
Município da Matola com vista a maximização da Base Tributária local no período
compreendido entre 2015-2017.
Vinte anos depois da criação das autarquias em Moçambique, os municípios enfrentam aquilo
que, sem exagero pode chamar o maior desafios da sua existência, a queda dramática dos recurso
fiscais transferidos pelo Governo central, devido à crise fiscal e económica que o país vem
atravessado desde 2015, (Weimer, 2016). Esta crise do município e do governo local tem
9
afectado a prestação de bens e serviço públicos, mais também tem servido de oportunidade para
os municípios reforçar a sua base tributária local, através de adopção de um conjunto de medidas
que contribuem para fortalecimento da base tributária local e o incremento da receita fiscal
própria.
A presente monografia está estruturada em (5) o capítulos a saber: o primeiro capítulo, diz
respeito a introdução no qual constam a contextualização do problema da pesquisa, os objectivos
da pesquisa, a pergunta da pesquisa e a justificativa.
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1.1 CONTEXTUALIZACAO
Os recursos disponíveis para as autarquias para financiar o exercício das suas funções atribuídas
pelo legislador são as transferências fiscais, recursos próprios (receitas fiscais e não fiscais),
doações, assim como os empréstimos. As transferências fiscais para as autarquias têm duas
componentes principais: o Fundo de Compensação Autárquica (FCA), e o Fundo de
Investimento de Iniciativa Autárquica (FIIA) e são feitas anualmente. O Fundo de Compensação
Autárquica) (FCA) e Fundo de Investimento de Iniciativa Local representa neste momento a
principal fonte de receita municipal na maior parte dos municípios do país, com peso relativo de
75% (MAP Consultoria, 2017), os municípios Moçambicanos, não são financeiramente
sustentáveis sem o fundo de compensação Autárquica (FCA), fundo esse atribuído pelo governo
central anualmente, agora em declínio devido a situação económica que o país se encontra. Os
municípios Moçambicanos, não conseguem financiar as suas despesas de funcionamento com
receitas próprias sem recurso às transferências provenientes do governo central.
Segundo (Map consultorias, 2017), um dos grandes constrangimentos que o sistema fiscal
municipal enfrenta é a capacidade técnica institucional, falta de recursos humanos qualificados e
défices na governação interna da máquina administrativa municipal, o que limita a qualidade de
serviços públicos e administrativos e contribui para falta de confiança pública nas instituições
municipais. A mobilidade de pessoal qualificado e formado (muitas vezes às custa do próprio
município), que não é retido na administração municipal no fim do mandato, faz com que
autarquia perde pessoal chave, memória institucional e continuidade na gestão da coisa pública, a
11
excessiva burocracia, falta de motivação do pessoal chave, politização dos órgãos e da
administração municipal e a pequena e grande corrupção, contribuem para a ineficácia do
sistema tributário municipal.
12
1.1.4 BASE TRIBUTÁRIA PRÓPRIA DAS AUTARQUIA
A base tributária própria das autarquias, ou seja, as fontes de receitas atribuídas aos municípios
no âmbito da descentralização fiscal em Moçambique é definida pelo quadro institucional legal
da descentralização e autonomia fiscal, conforme a lei sobre as Finanças Autárquicas (Lei n°
1|2008) e o código Tributário Autárquico (CTA) definido no Decreto n° 63\2008. Esta
Legislação substitui a legislação anterior, baseada na lei n° 11\1997.
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A UTILIZAÇÃO EFICAZ DA BASE TRIBUTÁRIA PRÓPRIA
A base tributária própria que a maior parte dos municípios despõe de um enorme potencial,
porém ela é pouco aproveitada. Esta situação pode ser compreendida como o resultado do não
comprimento do princípio estabelecido na teoria da descentralização fiscal que considera que a
descentralização de finanças deve sempre acompanhar a descentralização de funções (‘finance
follows funcition) nas políticas e estratégias de adoptadas (Bird & Smart,2002). Este princípio é
reflectido na legislação moçambicana (Lei n.°2/1997, Lei n.°1/2008). A não observância deste
princípio cria uma dependência estrutural dos governos locais nas transferências dos governos
central e\ ou doações.
Esta dependência, normalmente é associada a uma falta de manutenção da disciplina fiscal pelos
governos municipais, o que é considerado nas finanças pública, como um „soft budget
constraint‟ que permite os governos municipais expandirem as suas despesas sem, contundo,
assumirem os custos e os riscos económicos e políticos do desequilíbrio fiscal crescente (de
Mello, 2000, Rodden et al.al,2003). Assim os governos municipais dependem cada vez mais de
transferências provenientes do governo central, doações, o que constitui uma justificação teórica
e pratica, para exigir condicionalismos orçamentais rígidos ( hard budget constraints). (Bird
&Villancurt, 2003).
A forma de tributação e seus efeitos económicos, e o relacionamento entre receitas fiscais e não
fiscais, são factores determinantes para a legitimação dos governos municipais
(Vaillancurt,2003), ou seja, da expressão cidadania fiscal na gestão pública a nível municipal.
O contribuinte tem vontade de pagar os seus tributos, caso tenha voz e poder de negociação se
recebe serviços públicos municipais, em quantidade e qualidade suficiente e pode esperar uma
gestão eficaz e eficiente e transparente das finanças municipais (Wampler& Barboza, 1999).
A administração financeira e fiscal dos municípios, é sem dúvida o desafio principal que a base
tributaria autárquica enfrenta em muitos estados africanos.
O esforço e o rendimento fiscal pode ser compreendidos, não apenas como resultados da
alocação de recursos humanos e materiais para as repartições municipais de cobrança e
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administração de receitas (fiscais e não fiscais), como também de abordagem adoptadas (a
cobrança coerciva, por exemplo) e os instrumentos em uso (como a base de dados sobre
contribuinte, tecnologia e programas informáticos etc.) Estes factores são também ligados, ou
seja, reforçados ou enfraquecidos em função das estratégias escolhidas pelo governos municipais
na sua política de tributação: as prioridades de escolha de tributos e métodos de cobrança e
administração influenciam consideravelmente a administração tributária, e rendimento da
tributação (Bird, 2004).
1.2 PROBLEMA
Vinte anos depois da instalação das autarquias em Moçambique, os municípios funcionam ainda
com muitos desafios sobretudo de índole fiscal. A base tributária dos municípios (impostos e
taxas) é fraca e não constitui a principal fonte de receitas municipais.
Apenas 37% das receitas municipais vêm dos contribuintes municipais; ou outros 63% das
transferências do Governo e dos doadores, Forquilha (2012). Esta situação tem afectado
negativamente a governação municipal, na medida em que a mesma contribui para o baixo
financiamento de bens e serviços públicos básicos, na melhoria da qualidade de vida das
populações.
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população, além disso essa situação vem contribuído para o enfraquecimento de
responsabilização social e prestação de contas dos eleitos municipais para com munícipes1.
Desde o ano 2015 Moçambique encontra-se mergulhado numa profunda crise económica, devido
suspensão da ajuda financeira ao país, por parte dos parceiros de cooperação, e queda dos preços
das principais matérias- primas que o país exporta.
Esta situação tem obrigado ao governo central, a reduzir drasticamente as transferências
financeiras destinadas aos municípios, o que vem afectado em grande medida as finanças
municipais e consequentemente a governação municipal, vistos que as transferências financeiras
do governo central para os municípios, constituem a principal fonte de receita na maior parte dos
municípios.
Assim ao meio do quinquénio do actual ciclo de governação municipal, os municípios em geral
e o município da Matola em particular viram se obrigados á elaborar e implementar um conjunto
de estratégias dentre elas (educação fiscal, combate a corrupção institucional, actualização da
bases de dados, governação participativa, desconcentração dos serviços), com vista a
maximização da base tributária local e assim aumentar o volume de receitas arrecadadas
internamente, para fazer face a redução da ajuda financeira proveniente do governo central. Face
a esta situação levantamos a seguinte questão:
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1.3 OBJECTIVOS
Os municípios Moçambicanos vêm atravessados uma grave crise financeira e fiscal, muito por
conta da situação económica nada favorável, que o país atravessa. Esta situação vêm obrigando
aos municípios a implementar um conjunto de medidas, com objectivo de incrementar a base
tributária local e assim tornarem-se menos dependentes do governo central, o município de
matola é um dos que têm vindo a elaborar um conjunto de estratégias com objectivo de
incrementar as receitas locais.
Em termos de produção conhecimento a pesquisa é relevante, uma vez que a sua analise foi feita
com base em um referencial teórico, para discutir aspectos ligados à finanças municipais.
Assim a pesquisa irá contribuir para a percepção da gestão fiscal dos municípios partindo da
análise de um caso particular mais não isolado, o CMM, tendo em conta que a consolidação
fiscal dos municípios é um elemento essencial para consolidação municipal no seu todo.
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CAPITULO 2:
METODOLOGIA
A presente monografia teve por objectivo analisar as estratégias adoptadas pelo município da
Matola, com vista a maximização da base tributária local no período 2015-2017. Em termos
metodológicos, o trabalho constitui um pluralismo metodológico, a combinação entre métodos
de pesquisa utilizados em ciências administrativas.
Para a sua elaboração utilizou-se uma série de métodos, técnicas e abordagens de pesquisa
utlizadas nas ciências administrativas.
O tipo de pesquisa usada na presente monografia é descritiva. Segundo Lakatos & Marconi
(1999) a pesquisa descritiva tem como principal objectivo a descrição das características de
determinadas instituições, fenómenos ou populações, por meio de observação, analise e
descrições objectivas. Usou-se a pesquisa descritiva porque a presente monografia procura expor
e analisar as estratégias desenvolvida pelo CMM, com vista a maximização do sistema tributário
local.
O uso da descrição quantitativa numa pesquisa tem vantagem de comprovar de forma eficaz as
hipóteses e prevenir da inferência e da subjectividade do pesquisador Lakatos & Marconi (1999).
O método quantitativo, corresponde a informação numérica recolhida da análise dos documentos
contabilísticos.
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Lakatos & Marconi (1999), afirmam que “ o método monográfico consiste no estudo de caso de
determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades com a
finalidade de obter generalizações” A pesquisa examinou a temática e a escolhida, analisado uma
instituição (CMM), observado os factores que influenciam a temática em estudo e analisado de
forma minuciosa.
A escolha destas abordagens está no facto de, por um lado, o trabalho baseia-se em bases
estatísticos como percentagens para fundamentar a pesquisa e por outro lado, dependeu da nossa
capacidade em colectar dados pertinentes que possam fundamentar o estudo, no sentido de que
não podíamos confiar em demasiado nos entrevistados, pois corríamos o risco de cair num falso
resultado.
Segundo Gil (2002) A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído por livros e artigos científicos. Assim, assume-se que a pesquisa patente na presente
dissertação, como sendo bibliográfica porque foi efectuada através de uma consulta de livros,
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relatório, legislação e artigos electrónicos com o intuito de aprofundar o conhecimento referente
a temática em estudo.
Após a recolha de dados, passa-se para a fase de tratamento dos mesmos, o tratamento dos dados
levantados será feito usando métodos qualitativos e qualitativos.
Quanto aos dados qualitativos obtido nas entrevistas foram posteriormente sujeitas a análise de
conteúdo. Analise de conteúdo visa confrontar os dados colhidos durante as entrevistas e dados
estatísticos como forma de os distanciar relações as interpretações espontâneas de sentimentos
afectivos por parte do investigador e o entrevistado. Quivy & Campenhoudt (1999).
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2.5 AMOSTRA DA PESQUISA
2 Grupo: foi constituído por funcionários que não ocupam cargo de chefia, mas lidam
directamente com a cobrança de receita (5 pessoas) os (fiscais de mercado)
3 Grupo: foi constituído por residentes agentes económicos (10 pessoas): vendedores de
mercados, empresários e munícipes comuns.
Em qualquer campo científico, a realização de uma pesquisa implica desafios de varia ordem,
entre os quais os constrangimentos decorrentes aquando da pesquisa.
Neste sentido, uma vez que estamos comprometidos com a produção de um trabalho científico
de caris académico, deparamo-nos com inúmeras dificuldades, sem as quais, eventualmente teria
sido melhor:
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Dificuldades de obter a documentação actual, alguns funcionários ficaram reticentes ao
disponibilizar a informação;
De vezes em conta foi necessário procurar um tradutor porque a maior parte dos
vendedores entrevistados não falava com perfeição a língua português, tivemos que
entrevistar e língua local (changana).
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CAPITULO 3: ENQUADRAMENTO TEORICO E CONCEPTUAL
O quadro teórico baseia-se na abordagem institucionalista, aliada à visão da nova gestão pública.
A opção desta justifica-se pelo enfoque que se pretende dar ao estudo.
Por sua vez a abordagem da Nova Gestão Pública, permitirá auferir se as estratégias elaboradas
pelas Autarquias Moçambicanas, com vista a maximização da base tributária local, têm
contribuído para a criação de um sistema fiscal eficiente eficaz e mais próximo dos cidadãos, ou
se mesma não parecem corresponder as profecias encantadas dos seus promotores, como nos
recordam Olowe & Wansch (2004), em muitos países Africanos onde os governos anunciam
estratégias na administração elas na verdade nunca ocorrem ou se alguma coisa ocorre é sob
forma de máscara.
ABORDAGEM NEO-INSTITUICINALISTA
Nesta abordagem, as origens e o desenvolvimento das instituições são abordadas de três formas
distintas. Na primeira os teóricos Institucionalistas começaram no “topo” atribuído essas funções
a presidentes, juízes, burocratas e intelectuais, enquanto no segundo começaram pela “base”,
enfatizado, particularmente, movimentos sociais e grupos motivados por ideias de mudanças
institucionais. Na terceira forma, argumenta-se que os enfoques anteriores não são capazes de
explicar o estabelecimento e a mudança institucional, e privilegia a interacção entre o estado e a
sociedade numa busca que influenciam os resultados políticos estudados.
As análises são feitas de forma indutiva, com formulação de hipóteses a partir de interpretação
de material empírico (Douglas, 1999). Os levantamentos históricos estabelecem parâmetros para
eventos subsequentes (Patrick,2001).
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ABORDAGEM DA NOVA GESTÃO PÚBLICA
O modelo gestionário, designado por “Nova Gestão Pública” tem sido o modelo inspirador das
reformas administrativas em vários estados. Busca-se, assim, a mudança de estruturas
administrativas, uma maior flexibilidade de gestão e alteração de processo e um novo
relacionamento entre a administração e os cidadãos, agora considerados clientes e consumidores
de serviços públicos (Valle, 2001).
A Nova Gestão Publica (NGP), ” aparece como „ a grande resposta‟ aos problemas da
Administração pública, partindo da crença que a gestão do sector privado é superior à gestão do
sector público. Este movimento que emergiu inicialmente nos países anglo-saxónico, têm
influenciado as reformas administrativas em países que apresentam sistemas administrativos
diversos daqueles. Alguns autores argumentam mesmo que a superioridade desta abordagem
conduzirá adopção das ideias da nova gestão pública por parte de todos países, num processo
idêntico a globalização, assumindo portanto o pressuposto da convergência dos sistemas
administrativos (Osborne e Gaebler, 1993).
A abordagem da Nova Gestão Publica (NGP), Começa a ganhar destaque a partir da década de
80, quando começa a ser usado como um modelo de administração para uma nova forma de o
Estado planejar e executar as incitavas públicas. Essa abordagem busca orientar a actuação do
Estado para ampliar sua capacidade de produzir resultados que sejam relevantes e de interesse da
sociedade. A abordagem da Nova Gestão Publica (NGP), Surge como uma forca contraria a
organização tradicional do sector público, onde “ havia uma tendência de os administradores
públicos se identificarem com os provedores de bens e serviços ao invés de se identificar com os
cidadãos para quem o serviço será prestado” (Awortwi, 2007;37)
A abordagem da Nova Gestão Publica (NGP) é inovadora pois orienta o Estado para
resultados, com equilíbrio fiscal e assegurando a melhor relação custo\ beneficio para o cidadão.
A abordagem da” Nova Gestão Publica”, defende a necessidade dos Estados controlar a subida
da despesa pública e aumentar a eficiência do sistema administrativo, assim a Administração
Publica deve Estar exclusivamente centrada na necessidade de tornar o seu funcionamento mais
profissional, eficiente e mais sensível às condições e mudanças extrema e sobretudo focada na
eficiência e eficácia.
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A abordagem da nova gestão pública (NGP) enfatiza a gestão como a melhor alternativa para
melhorar a eficiência e o sucesso social, assumindo que a gestão é uma actividade instrumental
genérica cujos princípios e práticas que pode ser aplicados quer ao sector privado quer ao sector
publico. Sendo assim as estratégias elaboradas no sector publico com base na Nova Gestão
Publica (NGP), são formuladas com base na hegemonia de três (E‟s): economia. Eficiência e
eficácia. A abordagem da Nova Gestão Publica, representa uma mudança de pensamento e
atitude, com foco na eficiência administrativa e na eficácia das políticas públicas.
3.2.1 MUNICÍPIO
O Município é a base política democrática, porque nele ocorre a verdade relação entre a
sociedade e o Poder Publico, (Nery Costa,2006). As necessidades dos cidadãos só mais
objectivas, ao passo que a forma de reivindica-las tem maiores possibilidade de êxito, dada a
proximidade maior entre governantes e governados.
Segundo Meirelles (2006), Município pode ser conceituado sob três aspectos diversos, de
acordo com a visão que se deseja, quais sejam: o sociológico, político e o jurídico. A criação do
município surge sempre do território de outro município, dentro, evidentemente, do território de
mesmo Estado. A maneira mais comum de criação do Município é a emancipação do distrito.
Este termo é definido como sendo uma entidade da divisão administrativa estatal. Trata-se de
uma circunscrição territorial dotada de personalidade jurídica e com certa autonomia
administrativa, constituindo-se de certos órgãos político-administrativo.
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Mistos- municípios que compreendem quantidade significativos querem de
territórios urbanos, quer território rural.
3.2.2 ESTRATÉGIA
Segundo Camargo e Dias (2003), um dos primeiros usos do termo estratégia foi feito há 3.000
anos pelo general Chinês Sun Tzu. Conceitualmente, a estratégia pode ser definida de várias
maneiras.
Segundo Pasquele (2012), para alcançar os objectivos é necessário determinar a estratégia a ser
adoptada. Ainda, as estratégias consistem nas acções que a organização deve realizar para atingir
seus objectivos. São estabelecidas como base nos objectivos a alcançar e influenciadas pela
missão, visão, crenças e valores, microambiente e situação da organização. Estratégia é caminho,
maneira, ou acção formulada e adequada para alcançar preferencialmente, de maneira
diferenciada, os objectivos e desafios estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa
perante o seu ambiente (Oliveira,2004).
Porter (1996), definiu estratégias, como sendo a criação de uma posição única e valiosa,
envolvendo um conjunto diferentes de actividades.
3.2.3 RECEITA
Valle (2001), define receita como sendo qualquer recurso obtido durante um dado período
financeiro, mediante o qual o sujeito público pode satisfazer as despesas públicas que estão a seu
cargo. Ainda no tocante ás receitas distinguem-se os dois tipos de receita, uma que considera de
receitas fiscais que são os impostos, e as receitas não fiscais que são aquelas que decorrem da
prestação de serviços municipais e da cobrança de taxas.
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3.2.3 BASE TRIBUTÁRIA
É um conjunto de taxas de impostos, taxas e contribuições através dos quais o Estado seja ela
nacional e /ou subnacional obtêm recursos para cumprir suas funções, como a oferta de bens e
serviços públicos de qualidade. Portanto, tanto pode ser instrumento para promover a
distribuição de renda quanto para ampliar a acumulação capitalista de poucos (Valle, 2001).
Tem sido queixa comum dos presidentes municipais quando assume a liderança do município em
Moçambique, que os mesmos se encontram numa situação financeira e operacional precária. O
alto grau de endividamento, especialmente de curto prazo dessas municipalidades e da escassez
de recursos para o pagamento das dívidas, condicionam o funcionamento e a provisão de bens e
serviços públicos serviços (Weimer,2012).
A busca por forma de melhorar orçamento interno envolve estratégias focadas na recuperação de
receita, revendo as cobranças dos principais impostos de competência municipal, esse esforço
fiscal auxilia numa melhor arrecadação de recursos próprios. É útil que se faca uma comparação
entre o que o município está arrecadando e o que outras cidades do mesmo porte têm obtido de
receita, pois esse conhecimento pode ser utlizado na identificação de fontes alternativas ou de
arranjos inovadores (Filho,2012). No entanto as receitas próprias do município têm sido fonte de
recursos que administrações municipais têm dificuldade de explorar de forma mais eficiente, em
face muitas vezes da fragilidade institucional da área de tributação e fiscalização, das
características intrínsecas dos tributos municipais, como a determinação de fato gerador, base de
29
cálculo e alíquotas, e dos aspectos políticos, legislativos e jurídicos que normalmente
influenciam a sua arrecadação (Forquilha, 2012).
Para Forquilha (2012), o aspecto político em nível local, deve merecer essencial atenção dos
gestores municipais ao decidir pela implementação de melhoria na gestão fiscal. Os gestores
municipais, Deve para tanto, tomar medidas para garantir apoio político da assembleia municipal
e incentivar a participação da comunidade na definição das medidas necessárias à melhoria de
receitas.
O apoio político é fundamental, pois as decisões políticas afectam a cobrança dos tributos
municipais, em parte porque se imagina que tal cobrança traz um desgastes político para o
presidente do município e para os vereadores, em função de a base tributaria municipal ser
formada por impostos directos e pela proximidade entre os o contribuintes e administração
municipal, o que pode levar a um conflito entre a administração municipal e a população, caso,
haja aumento da carga tributaria (Weimer, 2012).
30
Em nível administrativo interno, a melhoria da receita depende da actualização dos mecanismos
de arrecadação, recuperação dos valores reais dos imóveis e combate à sonegação e da
modernização dos instrumentos de administração de seus principais tributos (Moore,1998 &
Brautigam, 2008).
É possível arrecadar com eficácia com um pessoal bem treinado e bem informado, com
equipamentos de informática e soluções em sistemas que agilizem e organizem electronicamente
os cadastros e as cobranças e, ainda, promova a gestão dos créditos e da divida activa. Para que
os Municípios arrecadem as suas receitas próprias, é necessário o enfrentamento das demandas,
cientes que são investimentos que, além de cumprir a obrigação Constitucional, da lei
responsabilidade fiscal e evitar penalidades aos administradores, o retorno se dará mediante o
aumento da receita própria, diminuindo a dependência das transferências correntes
(Weimeir,2012).
31
A gestão eficaz das receitas próprias de forma a cumprir os preceitos constitucionais e optimizar
a arrecadação pode ser gradativamente, mas exige estratégias concretas e efectivas (Morre,1998
& Brautigam 2008).
De acordo com o artigo 17 Lei n° 1/2008 de 16 de Janeiro receitas próprias Consistem em todas
as receitas associadas aos impostos (receitas fiscais), taxas, licenças, e tarifas/ obrigações
(receitas não fiscais), bem como receitas proveniente de (a) transferências de propriedade
própria, (b) prestação de serviços próprios, (c) rendimento de bens fixos e móveis (aluguer de
bens móveis, equipamento, maquinas e aluguer de bens fixo e privilégios do uso da terra) e (d)
rendimento de investimento de capital (participações financeiras).
De acordo com o artigo 17 da Lei n° 1/2008 de 16 de Janeiro, constituem receitas fiscais das
autarquias os: Imposto Autárquico sobre Veículos (IAV) Taxa por Actividade Económica,
Imposto Pessoal Autárquico (IPA), Imposto Predial Autárquico (IPRA), Imposto (TAE),
Imposto Autárquico do Sisa.
A literatura caracteriza este imposto como uma fonte de receita que acarreta várias desvantagens,
tais como: efeitos regressivos, altos custos de arrecadação e a sua associação às práticas
coercivas do período colonial e como tal desajustadas ao nosso tempo (Fjeldstad &
Therkildeser,2008).
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O IPA é cobrado nos territórios autárquicos, corresponde ao Imposto de Reconstrução Nacional
(IRN) da base territorial de Estado, ao abrigo do Decreto n.°2/78, de 16 de Fevereiro. A cobrança
do IRN, no passado foi justificada devido a necessidade de reconstruir o país depois dos anos de
guerra de libertação e contornar os danos gerados pelas calamidades naturais da época. Com a
criação das autarquias em 1997, em Moçambique, foi legalmente definido que, por uma questão
de distinção as autarquias deveriam cobrar o IPA, enquanto as administrações fiscais do Estado
deveriam cobrar o IRN.
O IPA faz parte da base tributária autárquica (Lei n.°1/2008 art.53ff; Código Tributário
Autárquico Capitulo II,art.3ff (Decreto n.º 63/2008). O imposto incide sobre a população activa
(pessoas entre 18e 60 anos de idade), com certas excepções. A lei permite que a cobrança possa
ser feita de várias formas: na fonte (no caso de funcionários de empresas ou da administração
publica e municipal, por brigadas móveis, através de estrutura da base ao nível autarquia (postos
administrativos, chefes de bairros, autoridades comunitárias) e na sede do CM, aquando da
exigência do recibo do pagamento do imposto, no momento que o cidadão na autarquia vai tratar
assuntos administrativos, etc. A lei exige que a autarquia mantenha um registo actualizado dos
contribuintes.
O imposto pode ser arrecadado durante todo ano, entre os dias 2 de Janeiro e 31 de Dezembro.
Apesar destas exigências, poucos municípios têm um registo dos contribuintes do IPA, e as
cobranças são feitas de uma forma ad-hoc, ao contrário da abordagem sistematizada estipulada
pela lei Muitas vezes, a arrecada do IPA é associada as práticas coercivas e corruptas.
O IPRA faz parte da base tributária das autarquias de acordo com a Lei n.°1/2008 art. n°55ff e o
Código Tributário Autárquico, Capitulo III, art.n°35ff (Decreto n. ° 63/2008). O imposto incide
objectivamente sobre o valor patrimonial de um prédio urbano, considerada uma infra-estrutura
incorporada ao solo urbano da autarquia.
O Valor patrimonial é o valor registado na matriz predial, na ausência deste, o valor declarado
pelo proprietário de acordo com os valores de mercado. O desajustamento dos valores prediais,
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em muitos casos sem actualização desde o tempo colonial, a posse de base dos dados pela
direcção das Finanças na Província e ausência de meios coercivos eficientes, constituem os
maiores desafios para a sua cobrança por parte da autarquia.
O IPRA deve ser pago anualmente, em duas prestações que vencem nas datas de 30 de Junho e
31 de Dezembro. Os prédios na posse do Estado, de organizações com fins filantrópicos e de
outros Estados são isentos do pagamento do IPRA. Também estão insetos os nos edifícios
habitacionais, durante um período de cinco anos, a partir da data da licença de habitação em
nome do proprietário.
O Imposto Autárquico do SISA foi introduzido no pacote de legislação autárquica através da Lei
n°1/2008 (Artigon.° 59) e o Código Tributário Autárquico (Decreton.° 63/2008), art. n°9ff.
Antes, era um imposto exclusivo do governo central, pagável na delegação da ATM. Este
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imposto incide sobre a transacção de um imóvel urbano na circunscrição territorial do municipal,
quer através de um acto de compra e venda, trespasse a título oneroso, benefício e usufruto
permanente e outras formas de transacção, excluído vários casos de isenção (como por exemplo,
imóveis do Estado, do município, etc0, definido por lei. A base deste imposto é constituída pelo
respectivo valor declarado ou de mercado 9 Deve ser usado o mais alto dos dois) na transacção
de um imóvel, a quota é de 2% sobre o valor da transacção.
De modo geral., o grande desafio reside no facto de que as autarquias ainda não têm base de
dados para esse imposto, que apenas foi a si atribuído em 2008. Um outro desafio consiste na
colaboração e partilha de informação entre a ATM, a Conservatória e o Município, Tomada em
conta que este imposto apenas foi transferido para as autarquias recentemente, sem contudo,
estabelecer normas e procedimentos para a descentralização da informação e documentação
necessária ao município, das quais a arrecadação depende. Por isso, em alguns casos, existem
conflitos, nomeadamente, entre delegações locais da ATM e o governo municipal, e casos em
que ambos (ATM, CM). Cobram o IASISA. Obviamente estas cobranças são feitas em
detrimento do interesse público, numa transparência e eficácia da arrecadação deste imposto.
A legislação aprovada em 2008 transferiu todas as receitas deste imposto aos municípios, de
acordo com os dispositivos legais (Lei n °1/2008, art.65ff, Decreto 63/2008, art.64ff (Código
Tributário Autárquico). A base deste imposto é o universo de todos veículos registados numa
autarquia (incluído os de passageiro, os caimões, transportes públicos, barcos de recreios e
aeronaves), com excepção dos pertencentes ao Estados, as autarquias e missões diplomáticas.
taxa de tributação varia em função o tipo de cilindrada e idade do veiculo. A referida taxa varia
de 50.00-4,000 MT (veículos ligeiros), 60.00-2,60.00 MT (Veículos de transporte de passageiros.
Como no caso do ISASA, este imposto não tem domicílio fiscal Um veículo de um munícipe
residente, por exemplo na matola pode ser registado em qualquer parte do país. Apesar de a lei
indicar o CM e a sua repartição de tributação como identidade competente para receber e
arrecadar o IAV.
35
de informações sobre os registos de veículos e ao envio da documentação que acompanha as
transferências do IAV ao um princípio.
De acordo com o artigo 73 da Lei n°1/2008 de 16 Janeiro, constituem receitas próprias não
fiscais das autarquias as taxas provenientes de tarifas, concessão, licenças, taxas de serviços e
outras receitas fiscais.
Em Moçambique, a terra é propriedade do Estado e Não pode ser vendida, ou de qualquer forma
alienada, hipotecada ou penhorada. Como meio universal de criação de riqueza e bem-estar
social, o uso e aproveitamento da terra é conferido as pessoas singulares ou colectivas, tendo em
conta o seu fim social.
36
investimento nas zonas que „ produzem‟ esta receita‟ no sentido de melhorar o equipamento
social como a maior demanda e\ou com infra-estruturas básicas, pois a alocação do DUAT de um
terreno é feito na base de „quem vem primeiro, é servido primeiro („first come, first served‟) com
uma taxa fixa igual para todos os terrenos naquela zona. O hasteamento de terrenos, pelo menos
em zonas de maior demanda, poderia maximizar esta receita municipal.
O código Tributário Autárquico define que as receitas próprias dos municípios não fiscais
(Taxas) são:
No entanto, a cobrança da TAE não prejudica, nem substitui a cobrança de outras licenças
cobradas por outras instituições para o exercício da respectiva actividade. Desta forma, as
receitas não fiscais na base de actividade económicas incluem também as receitas provenientes
de licenças incluindo do DUAT, dos mercados e da TAE propriamente dita.
A TAE não tem também uma alíquota uniformizada para todas autarquias, pois cabe a cada uma
delas regularizar esta receita através do seu propósito Código de Postura. Na prática, esta receita,
37
estabelecida em todas as autarquias, é arrecadada na base de uma taxa ou „ quase imposto‟ sobre
a área de propriedade onde actividade económica é exercida, sem contundo olhar à facturação e à
viabilidade económica da empresa. A TAE aumenta claramente a carga fiscal das empresas,
tomando em conta que estas não apenas estão sujeitas à cobrança do IPRA municipal, mas
também do Imposto sobre Rendimento de pessoas Colectivas (IRPC) para as empresas, uma
receita de governo central.
A ocupação e utilização de locais reservados a mercados e feiras é uma receita não fiscal,
normalmente considerada como uma fonte de receitas primárias para os municípios. Esta é
considerada uma das maiores fontes de receitas não fiscais depois das somas das taxas
relacionadas como um ciclo de DUAT (atribuição do DUAT, licenças de construção e o IPRA).
Para ser uma contribuinte de taxa de mercado munícipe /vendedor deve solicitar, à direcção de
finanças do município, a licença anual para a exploração de um local dentro do mercado; apos
aprovação e concessão da licença de pagamento de um valor pela licença anual, o
munícipe/vendedor tem o direito de explorar uma banca e a partir dai pagar as taxas de bancas e
barracas, que podem ser diárias ou mensais, segundo a negociação entre o vendedor, a
associação de vendedores do mercado e o município. Esta licença pode ser precária (para
vendedores ambulantes) ou anual (para vendedores permanentes).
As receitas provenientes dos mercados e feiras representam uma grande parte de receitas
próprias não fiscal da maior parte das autarquias moçambicanas. Contundo o efeito líquido da
tributação das bancas, barracas e transacções nos mercados é bastante menos do que peso
relativo desta receita no orçamento municipal. Para além disso uma tributação exagerada nos
38
mercados pode produzir efeitos sociais indesejáveis, nomeadamente sobre as camadas mais
pobres, por exemplo, no sentido de encarecimento dos produtos básicos.
39
CAPITULO 4
Transporte e Comunicação;
Sinalização;
40
4.2 Áreas de Mobilização das Receitas do Município da Matola
O município da Cidade da Matola, têm como meta organizar a participação dos cidadãos na
solução dos problemas próprios das comunidades e promover o desenvolvimento local, e para
isso aconteça é necessário que haja receita à disposição do município. As receitas do município
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provêm de receitas próprias (receitas fiscais e receitas não fiscais), transferências do Estado
(FCA, FILL e Fundo de estradas) e de fundos externos ou doações (fundo de cooperação
Espanhola).
O valor junta-se aos 326 milhões de transferências do Estado para garantir o funcionamento da
autarquia e financiar projectos de geração de renda.
Fonte: Elaborada pela autora, com base nos relatórios de execução orçamental
42
Olhando para A tabela acima, podemos notar que as receitas próprias arrecadadas no Município
da Matola tende a crescer de ano a cada ano. Outra constatação apreendida com a tabela é que as
receitas não fiscais (licença de Utilização e Ocupação dos Locais Reservas a Mercados e Feiras)
têm tido maior peso nas receitas próprias com um peso total de 56%, tornando-se deste modo na
maior fonte de receita arrecadada internamente no município.
No geral, como se pode depreender no quadro acima, as receitas próprias arrecadadas no período
tiveram um crescimento exponencial ano após ano, mas não têm servido para tapar o buraco
orçamental deixado pela redução das transferências financeiras governamentais.
Para consubstanciar os dados acima, de acordo com o Sr. Estevão Mulungu- Director do
departamento de Finanças e Património: “ arrecadação de receitas próprias de vindo a crescer
ano após ano, mais ainda contínua fraca, as transferências governamentais continua sendo a
principal fonte de receita do município”.
Segundo o nosso entrevistado, o actual elenco municipal liderado por Calisto Cossa definiu dos
principais objectivos do actual quinquénio de governação que está prestes a findar era maximizar
a base tributaria local torná-la mais eficiente e eficaz e a longo prazo as transferências
governamentais deixar de ser a principal fonte de receita do município.
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Neste contexto estão a ser desenvolvidas e implementadas as seguintes estratégias:
Educação fiscal;
Reforço da capacidade, humana e material do Município;
Organização e Actualização do cadastro dos contribuintes e
Orçamento Participativo/ Governação sem Paredes
“Estas acções têm contribuído para o incremento da receita local, porem as mesmas não são
suficiente para o financiamento das despesas do município, nem para tapar o buraco orçamental
que a redução das transferências financeira governamental tem deixado no município” Yolanda
Manhiça (chefe do sector de finanças):
Para atingir os munícipes e seus diversos segmentos, uma série de acções estão sendo
desenvolvidas, no município da Matola, divididas em cinco grupos alvos:
44
para a função socioeconómica do tributo, facilitar o comprimento das obrigações tributárias pelo
cidadão, incentivar o acompanhamento dos recursos públicos pela sociedade, harmonizar a
relação município-munícipe, e dotar de capacidade técnica aos responsáveis pela cobrança do
imposto no (CMCM). A mesma é materializada através de palestras, roadshow nos bairros,
escolas ou locais de grande aglomerado populacional, capacitação profissional, e atribuição de
bolsas de estudo aos funcionários.
A educação fiscal deve ser um elemento central, na construção de uma base tributária própria
eficiente e eficaz, a base tributária autárquica enfrenta diversos constrangimentos: Em primeiro
lugar, a maior parte dos munícipes não paga imposto, por conseguinte, é necessário educar os
cidadãos a pagar o imposto. A população ainda apresenta certa aversão quando se trata de
questão tributária, de um lado ela encontra certa resistência em cumprir com suas obrigações do
outro lado cobra do Estado mais eficiência pois quer ver o dinheiro público melhor empregado
afinal todos os dias vê maus exemplos sobre seu uso, principalmente no que diz respeito à
corrupção.
Em segundo lugar, quando as populações pagam imposto os mesmos, cumprem o seu dever
fiscal junto das administrações desconcertadas do Estado e não junto dos serviços autárquicos
competentes. Por conseguinte é necessário, organizar campanha de educação cívica pra explicar
às populações que deve pagar os seus tributos autárquicos junto dos serviços competentes das
autarquias locais.
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contribuído para a maximização da base tributária municipal, através da conscientização e
formação do cidadão, viabilizado e incentivada uma participação fiscal voluntária.
Contudo, mais do que instruir e consciencializar o cidadão sobre cumprimento das suas
obrigações fiscais é necessário que se criem mecanismos de este mesmo cidadão confiar nos
funcionários e instituições municipais o que passa necessariamente, pela diminuição da
hegemonia económica dos detentores dos cargos públicos e dos altos índices de corrupção
institucional, de forma que o cidadão perceba que o seu tributo é usado justamente para a
prossecução dos interesses colectivos e não de uma pequena elite que delapida o erário publico
em benefício próprio.
SERVIÇOS FISCAIS
O município da Matola têm investido na área de infra-estruturas, destaque vai também para a
construção de raiz do posto administrativo da matola sede, a tesouraria central numa parceria
com o Banco Único que permitiu igualmente a instalação de um balcão para fazer pagamento
dos diferentes serviços sem um contacto directo com o dinheiro por parte dos funcionários. Há
avanços também na área de saneamento e recolha de lixo, onde se aponta a aquisição de meios e
a limpeza das valas de drenagem, construção de estradas, alargamento do fornecimento de
energias eléctrica e abastecimento de água.
Esta acção tem contribuído no alargamento da base tributária, na medida que garante que as
receitas canalizadas para o município sejam feitas com maior eficiência e com a segurança
necessária, e que o dinheiro arrecadadas entre nos cofres do município.
46
conferir a edilidade condições para maximizar o potencial contributivo dos munícipes da
autarquia.
“ Procuramos assegurar que todos os que procuram os serviços da edilidade, que implique a
realização de pagamentos legalmente estabelecidos, o façam com necessária segurança e
fidelidade. É nossa perspectiva assegurar que o local onde funcionam os postos de cobrança seja
aprazível e incentive os contribuintes a não adiarem o momento de proceder ao pagamento dos
impostos, taxas e emolumentos municipais devidos. Procuramos sobretudo garantir que as
receitas arrecadadas sejam canalizadas devidamente às contas bancarias tituladas pelo Conselho
Municipal”, referiu, Estevão Mulungu
No que diz respeito às receitas o município tem vindo a descentralizar a cobrança de imposto
predial autárquico para os postos administrativos, o que aproxima os aos munícipes e alarga a
base tributaria. O município estabeleceu parceira com a empresa de telefonia Vodacom para
flexibilizar a cobrança de imposto através da plataforma M-pesa, o que torna o processo de
cobrança mais acessível, conveniente e seguro. O Município da Matola prevê operacionalizar,
uma plataforma online para o pagamento do Imposto Predial Autárquico (IPA) e Imposto de
Veículos (IAV), através do Internent-banking, Mpesa, ou depósito de transferência bancaria,
como forma de aproximar os serviços aos contribuintes
Com o mesmo objectivo, brigadas móveis tem escalado locais de maior aglomeração
populacional e instituições com elevado número de trabalhadores, 37 brigadista de cobrança do
Imposto Pessoal Autárquico (IPA) têm se deslocado aos bairros para garantir a cobrança das
taxas municipais.
A edilidade debata-se com uma fraca capacidade para financiar as despesas de funcionamento de
investimento com as receitas próprias devido a ausência de cadastro de contribuinte actualizado
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“ Precisamos melhorar o cadastro de e contribuinte no âmbito autárquico, criando um cadastro
compreensivo, sólido, permanente e actualizável” disse a chefe do sector de receitas
Além das tarefas operacionais, o cadastro dos contribuinte, permite ao município a conhecer seu
publico s manter contacto com cliente e/utente e construir um relacionamento com eles, avisar
sobre novos serviços municipais enviar informações a um grupo selecto de pessoas traçar
estratégias sólidas de crescimento entre outras coisas. O cadastro do contribuinte é instrumento
importante para o município, pois ajuda a gerir um conjunto de informação e facilita a
organização, o controlo bem como o combate à fuga ao fisco.
Com esta iniciativa os municípios da Matola passaram a ter oportunidade de elaborar proposta se
projectos a ser realizados pelo Conselho Municipal.
Para além deste propósito, o orçamento participativo tem também como objectivo a
sensibilização dos munícipes sobre a importância do cumprimento das obrigações fiscais, isto é,
o pagamento dos impostos e taxa tributarias.
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Para a materialização dos projectos, cada bairro contemplado com a iniciativa têm um valor de
dois milhões de meticais provenientes das receitas municipais.
A escolha dos bairros obedece a critérios como a extensão territorial, número de habitantes e
peso da contribuição fiscal de cada bairro na receita do Conselho Municipal.
Estevão Mulungu, director de finanças do Conselho Municipal, sublinhou que o grande desafio
da autarquia, é a criação de infra-estruturas tais como estradas, Sistemas de drenagem e a
melhoria do saneamento do meio.
No entanto, segundo o director, a materialização destes projectos passa pelo aumento das receitas
fiscais
“ Queremos chamar à consciência dos nossos munícipes a contribuir no aumento das receitas do
município, através do pagamento de impostos e taxas para a materialização dos projectos
escolhidos pelos munícipes” apelou o director
Neste contexto O presidente do Conselho Municipal tem vindo a realizar diversas sessões de
orçamento participativo apelidadas de “ governação sem paredes”, nos diferentes bairros, tendo
permitido auscultar as comunidades sobre os problemas que afligem os munícipes
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“ Participei no fórum de participação e orçamentação, fiquei muito feliz de ter participado, sinto
que contribui para o desenvolvimento do meu município, acho que essa actividade tem de
continuar” Mauro Machava, munícipe
Em geral o orçamento participativo tem contribuído para a criação de uma ligação entre os
eleitos municipais e os municípios e tem servido para a sensibilização dos munícipes sobre a
importância do pagamento dos tributos municipais (impostos e taxas) para o financiamento da
provisão de bens e serviços.
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CAPITULO 5
5.1 CONCLUSÃO
O estudo pretendeu analisar as estratégias adoptadas pelo município da Matola com vista a
maximização da base tributária local no período compreendido entre 2015 e 2017, tendo
colocado a seguinte questão basilar: Em que medida as estratégias adoptadas pelo município
da Matola tem contribuído para a maximização da base tributaria local?
Para responder a esta questão, estabeleceram-se alguns aspectos de natureza teórica e conceptual
que pudessem orientar a busca de respostas sobre o assunto em estudo. Relativamente aos
aspectos teóricos fizemos o cruzamento de duas abordagens: da NGP e Neo- Institucionalismo
Histórico
No actual ciclo de governação municipal que está preste a findar, o município da Matola
desenvolveu e implementou uma série de estratégias com o objectivo maximizar a base
tributária municipal. As mesmas passam pela conscientização da população sobre a
importância do imposto, formação dos funcionários da autarquia em matérias de
fiscalidade, envolvimento dos munícipes e acções de elaboração de orçamentos e
processos de tomada de decisão, desconcentração dos serviços, reabilitação da infra-
estrutura.
Estas medidas têm vido a contribuir para o incremento da receita fiscal interna, porém as
mesmas não têm compensado a perda de receita que se verifica com a redução das
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transferências orçamentárias por parte do governo central. As transferências financeiras
governamentais são até então a principal fonte de receita municipal.
5.1 RECOMENDAÇÕES
No nosso estudo da análise das estratégias implementadas pelo município da Matola no período
(2015-2017), constatamos que as mesmas têm contribuído de forma gradual no aumento das
receitas, porém maximização da base tributária local bem como a redução da dependência
governamental constitui um grande desafio. A autora faz várias recomendações pertinentes, a
saber:
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Revue française de science politique, XLVII (3-4), 1997, p. 469-496.
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53
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MEIRELLES, Helly Lopes. Direito Municipal Brasileiro.15. Ed. São Paulo: Malheiros, 2006
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Lakatos, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho cientifico. Ed:
Editora Atlas, São Paulo, 2002.
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MONOGRAFIA
LEGISLAÇÃO
Lei n°11/97 de 31 de Maio, Lei de Finanças e Património Das Autarquias Locais. Maputo, 1997
Decreto n°63/ 2008 de 30 de Dezembro, Aprova o Código Tributário Autárquico. Maputo, 2008.
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