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Universidade Nachingwea

Faculdade de Ciência Política e Administração Pública


Curso: Administração Pública e Gestão

Estratégias de Maximização da Base Tributária do Município da Matola

(2015-2017)

Autora Láxima Teodicio José Francisco

Supervisor: Dr. Eduardo Nguenha

Matola, Julho de 2018

1
Índice
Declaração de Honra ........................................................................................................................................... IV
DEDICATÓRIA ....................................................................................................................................................... V
AGRADECIMENTO ................................................................................................................................................ VI
RESUMO........................................................................................................................................................... VII
LISTA DE ABREVIATURA ................................................................................................................................... VIII

CAPITULO 1 ........................................................................................................................................................ 9

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 9

1.1 CONTEXTUALIZACAO ............................................................................................................................ 11

1.1.2 FINANÇAS PÚBLICAS E CAPACIDADE FISCAL DOS MUNICÍPIOS EM MOÇAMBIQUE ................................. 11

1.1.2 CAPACIDADE TÉCNICA INSTITUCIONAL DOS MUNICÍPIOS......................................................................... 11

1.1.3 GOVERNAÇÃO PARTICIPATIVA ................................................................................................................... 12

1.1.4 BASE TRIBUTÁRIA PRÓPRIA DAS AUTARQUIA ........................................................................................... 13

A UTILIZAÇÃO EFICAZ DA BASE TRIBUTÁRIA PRÓPRIA ...................................................................................... 14

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E FISCAL ............................................................................................................ 14

1.2 PROBLEMA ..................................................................................................................................................... 15

1.3 OBJECTIVOS ................................................................................................................................................... 17

1.3.1 OBJECTIVO GERAL ..................................................................................................................................... 17

1.3.2 OBJECTIVO ESPECIFICO ............................................................................................................................. 17

1.4 RELEVÂNCIA DO TEMA .................................................................................................................................. 17

CAPITULO 2: ..................................................................................................................................................... 19

METODOLOGIA ............................................................................................................................................... 19

2.1. TIPO DE PESQUISA......................................................................................................................................... 19

2.2. MÉTODO DE PROCEDIMENTO ....................................................................................................................... 19

2.3 TIPO DE ABORDAGEM .................................................................................................................................... 20

2.4 TÉCNICAS DE RECOLHAS E TRATAMENTO DE DADOS .................................................................................. 20

2.5 AMOSTRA DA PESQUISA ................................................................................................................................. 22

2.6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................................................................ 22

CAPITULO 3: ENQUADRAMENTO TEORICO E CONCEPTUAL ........................................................... 24

3.1 QUADRO TEÓRICO ......................................................................................................................................... 24

ABORDAGEM DA NOVA GESTÃO PÚBLICA .......................................................................................................... 26

3.2 DEFINIÇÕES DE CONCEITOS .......................................................................................................................... 27

3.2.1 MUNICÍPIO .................................................................................................................................................. 27

2
3.2.2 ESTRATÉGIA ................................................................................................................................................ 28

3.2.3 RECEITA ...................................................................................................................................................... 28

3.2.3 BASE TRIBUTÁRIA ....................................................................................................................................... 29

3.3 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................................................... 29


3.4 Sistema Tributário Autárquico Moçambicano ................................................................................................ 32
3.4.1 RECEITAS PRÓPRIAS ................................................................................................................................... 32

3.4.2 RECEITAS PRÓPRIAS FISCAIS (IMPOSTO).................................................................................................... 32

3.4.3 IMPOSTO PESSOAL AUTÁRQUICO ............................................................................................................... 32

3.4.4 IMPOSTO PREDIAL AUTÁRQUICO ............................................................................................................... 33

3.4.5 IMPOSTO AUTÁRQUICO DE SISA ................................................................................................................ 34

3.4.6 IMPOSTOS SOBRE VEÍCULOS....................................................................................................................... 35

3.4.7 RECEITAS PRÓPRIAS NÃO FISCAIS ............................................................................................................. 36

3.4.8 LICENÇA DE USO E APROVEITAMENTO DO SOLO AUTÁRQUICO............................................................... 36

3.4.8 TAXA POR ACTIVIDADE ECONÓMICA......................................................................................................... 37

3.4.9 OCUPAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE LOCAIS RESERVADOS AOS MERCADOS E FEIRAS ..................................... 38

CAPITULO 4 ...................................................................................................................................................... 40

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ................................................................................ 40

4.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MUNICÍPIO ........................................................................................... 40

4.1.1 ÓRGÃOS DO MUNICÍPIO DA CIDADE DA MATOLA ..................................................................................... 40

4.3 PERFIL DA RECEITA MUNICIPAL NO PERÍODO 2015 -2017 .......................................................................... 41

4.4 ESTRATÉGIAS DE MAXIMIZAÇÃO DA BASE TRIBUTARIA ............................................................................. 43

4.4.1 EDUCAÇÃO FISCAL ..................................................................................................................................... 44

4.4.2 REFORÇO DA REDE DE INFRA -ESTRUTURAS MUNICIPAIS E DESCONCENTRAÇÃO DOS SERVIÇOS FISCAIS46
4.4.3 Organização e Actualização do cadastro do Contribuinte ........................................................................... 47
4.4.4 ORÇAMENTO PARTICIPATIVO/ GOVERNAÇÃO SEM PAREDES.................................................................... 48

CAPITULO 5 ...................................................................................................................................................... 51

5.1 CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 51

5.1 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................................... 52

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................. 53

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS DE ORIENTACAO METODOLOGICA ........................................ 54

MONOGRAFIA.................................................................................................................................................. 55

3
Declaração de Honra

Eu, Láxima Teodicio José Francisco, estudante da Faculdade de Ciência Política e


Administração Pública, declaro por minha honra que a monografia que submeto para a conclusão
do nível de licenciatura é da minha autoria, a mesma é fruto da minha investigação pessoal,
estando ao longo do trabalho e nas referências as fontes de informação por mim utilizadas para
sua elaboração.

Declaro ainda que o presente trabalho nunca foi apresentado anteriormente na íntegra ou
parcialmente para obtenção de qualquer grau académico.

IV4
DEDICATÓRIA

Aos meus pais, (Teodicio José Francisco e Muaziza Ernesto), que sempre me incentivaram a
estudar.
Aos minhas irmãs, (Jany Francisco e Malina Francisco).
Essa Victória é nossa!

V5
AGRADECIMENTO

Em primeiro aos meus pais, (Teodicio José Francisco e Muaziza Ernesto) por todo apoio moral,
financeiro e disponibilidade ao longo de uma vida permitir que permitiu atingir este patamar, e
cujos valores incutidos vão permitir-me chegar ainda mais longes.

Ao Dr. Estevão Mulungu, do Departamento de Finanças do Conselho Municipal da Cidade da


Matola, pelo apoio que prestou para a concretização dos objectivos do trabalho.

Endereço agradecimento adicional ao Prof. Eduardo Nguenha e ao dr. Lourenço Chizeluane que
me orientaram na redacção desta monografia. Para além de todo apoio prestado, agradeço,
especialmente, a paciência e confiança que tiveram em mim neste projecto.

Por fim, agradeço a todos os meus colegas da turma que me ajudaram a evoluir
profissionalmente e que, com certeza, esta monografia e o próximo desafio académico são
também desafios deles.

VI 6
RESUMO

A presente monografia é resultado de uma pesquisa sobre a análise das estratégias adoptadas
pelo município da Matola com vista maximização da base tributária local, concretamente entre
os períodos 2015 a 2017. Este período foi marcado pela redução drástica das transferenciais
financeiras governo central para os municípios devido a crise económica que o país atravessou.

Para a elaboração desta monografia usaram-se como modelos de orientação teórica a abordagem
institucionalista e a nova gestão pública. Por conseguinte, Empregaram-se a pesquisa
bibliográfica, a pesquisa documental, a entrevista e a análise de conteúdo como técnicas de
recolha de dados.

Do estudo elaborado constatou-se que o Município da Matola tem vindo a implementar um


conjunto de estratégias com vista a maximização da base tributária local, as mesmas tem
contribuído para o incremento da receita fiscal. Contudo o volume de receitas angariadas
internamente não tem sido suficiente para suportar as principais despesas municipais, e que a
redução orçamental feita pelo governo central tem tido o impacto negativo no funcionamento do
município e na provisão de bens e serviços públicos aos munícipes.

Palavras-chaves: Município, Receita, Estratégias, Base Tributária

7
VII
LISTA DE ABREVIATURA

ATM- Autoridade Tributária de Moçambique


BM- Banco Mundial
CM- Conselho Municipal
CMCM- Conselho Municipal da Cidade da Matola
DUAT- Direito de Uso e Aproveitamento da Terra
FCA- Fundo de Compensação Autárquica
FMI- Fundo Monetário Internacional
IAV- Imposto Autárquico sobre Veículos
IPA -Imposto Pessoal Autárquico
IPRA- Imposto Predial Autárquico
IRN- Imposto de Reconstrução Nacional
ONU-Organização das Nações Unidas
PROL- Programa de Reforma dos Órgãos Locais
TAE – Taxa Por Actividade Económica

VIII 8
CAPITULO 1

INTRODUÇÃO

O presente trabalho do fim de curso, que constitui um dos requisitos para a obtenção do grau de
licenciatura em Administração Publica e Gestão, versa em torno das estratégias adoptadas pelo
Município da Matola com vista a maximização da Base Tributária local no período
compreendido entre 2015-2017.

Os Municípios são responsáveis por uma série de programas locais (panejamento e


desenvolvimento de infra-estruturas locais, escolas, saúde e serviços sociais, regulação dos
mercados locais). Também possuem o direito de cobrar impostos pessoais, de mercado,
imobiliários e outros e receber transferências de fundos do governo central, os seus habitantes
elegem suas autoridades locais incluindo o presidente do município, que nomeia cinco dos sete
membros conselho, e a Assembleia Municipal, órgãos legislativos de entre quinze e quarenta
membros, eleitos por regra proporcional. Em Moçambique o processo de municipalização teve
início em 1997 com a aprovação do “pacote Autárquico” pela Assembleia da República.

Segundo (Chiziane,2011), podemos identificar quatro momentos marcantes no processo de


Municipalização, o primeiro é o início da descentralização democrática, com a devolução dos
poderes através do „poder local‟ na fase pós-guerra civil em 1994 com a criação de um quadro
legal e o estabelecimento de 33 autarquias iniciais em 1997. O segundo são as eleições
municipais multipartidárias, regulares desde 1998, com um crescimento substancial na
participação eleitoral. O terceiro, em 2008, foi a reforma substancial das finanças municipais e
do sistema das relações fiscais intergovernamentais. Por último, o aumento do número de
autarquia 33 em (1997) para as actuais 53 em (2013), de acordo com a lógica do gradualismo.

Vinte anos depois da criação das autarquias em Moçambique, os municípios enfrentam aquilo
que, sem exagero pode chamar o maior desafios da sua existência, a queda dramática dos recurso
fiscais transferidos pelo Governo central, devido à crise fiscal e económica que o país vem
atravessado desde 2015, (Weimer, 2016). Esta crise do município e do governo local tem

9
afectado a prestação de bens e serviço públicos, mais também tem servido de oportunidade para
os municípios reforçar a sua base tributária local, através de adopção de um conjunto de medidas
que contribuem para fortalecimento da base tributária local e o incremento da receita fiscal
própria.

É neste contexto que se desenvolve a presente monografia com o tema: Estratégias de


Maximização da Base Tributária de Município da Matola (2015-2017).
Com o trabalho pretende-se analisar as principais estratégias implementadas pelo Conselho
Municipal da Cidade da Matola e que contributo que as mesmas têm tido no aumento da receita
fiscal arrecadadas internamente e na maximização da base tributaria local.

A presente monografia está estruturada em (5) o capítulos a saber: o primeiro capítulo, diz
respeito a introdução no qual constam a contextualização do problema da pesquisa, os objectivos
da pesquisa, a pergunta da pesquisa e a justificativa.

O segundo capítulo é apresentado a metodologia usada para a realização do trabalho. No terceiro


capítulo é reservado à revisão da literatura que traz algumas abordagens teóricas que sustentam o
nosso estudo.

No quarto capítulo faz-se a apresentação e a discussão de resultados dos dados recolhidos no


Conselho Municipal da Cidade da Matola.

O quinto capítulo é reservado às conclusões e possíveis recomendações prévias.

10
1.1 CONTEXTUALIZACAO

1.1.2 FINANÇAS PÚBLICAS E CAPACIDADE FISCAL DOS MUNICÍPIOS EM MOÇAMBIQUE

Os recursos disponíveis para as autarquias para financiar o exercício das suas funções atribuídas
pelo legislador são as transferências fiscais, recursos próprios (receitas fiscais e não fiscais),
doações, assim como os empréstimos. As transferências fiscais para as autarquias têm duas
componentes principais: o Fundo de Compensação Autárquica (FCA), e o Fundo de
Investimento de Iniciativa Autárquica (FIIA) e são feitas anualmente. O Fundo de Compensação
Autárquica) (FCA) e Fundo de Investimento de Iniciativa Local representa neste momento a
principal fonte de receita municipal na maior parte dos municípios do país, com peso relativo de
75% (MAP Consultoria, 2017), os municípios Moçambicanos, não são financeiramente
sustentáveis sem o fundo de compensação Autárquica (FCA), fundo esse atribuído pelo governo
central anualmente, agora em declínio devido a situação económica que o país se encontra. Os
municípios Moçambicanos, não conseguem financiar as suas despesas de funcionamento com
receitas próprias sem recurso às transferências provenientes do governo central.

A tendência actual de redução de transferências governamentais para os municípios deixa a


emergir um cenário ainda mais sombrio para as finanças municipais. Desde 2015 as
transferências no seu conjunto, denominadas pelo FCA e FIA têm vindo a reduzir, isso é
preocupante, pois implica uma limitação de recursos para investimento públicos para melhorar a
prestação de serviços públicos pelas autarquias.

1.1.2 CAPACIDADE TÉCNICA INSTITUCIONAL DOS MUNICÍPIOS

Segundo (Map consultorias, 2017), um dos grandes constrangimentos que o sistema fiscal
municipal enfrenta é a capacidade técnica institucional, falta de recursos humanos qualificados e
défices na governação interna da máquina administrativa municipal, o que limita a qualidade de
serviços públicos e administrativos e contribui para falta de confiança pública nas instituições
municipais. A mobilidade de pessoal qualificado e formado (muitas vezes às custa do próprio
município), que não é retido na administração municipal no fim do mandato, faz com que
autarquia perde pessoal chave, memória institucional e continuidade na gestão da coisa pública, a

11
excessiva burocracia, falta de motivação do pessoal chave, politização dos órgãos e da
administração municipal e a pequena e grande corrupção, contribuem para a ineficácia do
sistema tributário municipal.

A Maior parte dos municípios moçambicanos ainda carecem de um modelo organizacional


unificado de finanças e tributação local, visado uma gestão eficaz e transparente dos recursos
financeiros e fiscais, bem como do seu património.

1.1.3 GOVERNAÇÃO PARTICIPATIVA

Pressupõe-se o modelo de devolução, ou seja, de descentralização democrática, assente num


relacionamento mútuo entre o cidadão, na qualidade de contribuinte, eleitor, cliente, e o governo
municipal legitimado por este atreves das eleições locais. Neste espaço intrinsecamente deveria
acontecer o debate de políticas, de visões de desenvolvimento do município e das regras de jogo
que determinam o desenvolvimento socioeconómico. No entanto este modelo, adoptado oferece,
do ponto de vista legal, pouco espaço para a participação do cidadão. Por isso a participação do
cidadão nos assuntos importantes de gestão um municipal aparece neste momento como a
utilização de um espaço tolerado pelas autoridades. Para (Macamo, 2017), o espaço municipal
como palco de constatações de políticas públicas programas e praticas democráticas encontra-se
estruturalmente ainda bastante limitado.

Os desafios identificados nos „projectos‟ de participação da sociedade civil no processo de


municipalização rel1acionam-se, para além da questão da sustentabilidade financeira, com baixo
capital social das iniciativas, falta de reconhecimento e o défice de legitimidade juntos das
instituições municipais, assim como o fraco domínio de matérias técnicas pelos activistas (do
Rosário & Muedane, 2017). Estas dificuldades resultam, parcialmente, da fraca expressão da
cidadania em todo o processo de municipalização.

12
1.1.4 BASE TRIBUTÁRIA PRÓPRIA DAS AUTARQUIA

As fontes tributárias próprias atribuídas às autarquias representam um potencial tributário alto,


mas pouco usado. Estima-se que o potencial tributário não usado represente cerca da metade das
receitas totais das autarquias (incluído as transferências) (Weimeir, 2012; Weimer, 2016).

A base tributária própria das autarquias, ou seja, as fontes de receitas atribuídas aos municípios
no âmbito da descentralização fiscal em Moçambique é definida pelo quadro institucional legal
da descentralização e autonomia fiscal, conforme a lei sobre as Finanças Autárquicas (Lei n°
1|2008) e o código Tributário Autárquico (CTA) definido no Decreto n° 63\2008. Esta
Legislação substitui a legislação anterior, baseada na lei n° 11\1997.

A base própria da tributação complementam as transferências para os municípios feita pelo


governo central, quer através do Fundo de Compensação Autárquica (FCA) do fundo de
investimento de Iniciativa locais (FIIL) ou de outras transferências consignadas para um
propósito definido (Kulipossa & Nguenha, 2009).

A base tributária própria e a sua utilização e administração no processo orçamental são


consideradas elementos chave na construção de um estado em geral, incluído um estado local
(Morre 1998;& Brautigam,2008).O relacionamento equilibrado entre a tributação do „ cidadão
fiscal‟, ao estado e um equivalente em termos de serviços públicos prestados pelo estado, por um
lado, e a voz democrática do cidadão em assuntos de política publica e fiscalidade, é considerado
o elemento chave para a solidez da base tributaria local.

O padrão e a estrutura da base tributária dos governos municipais, os métodos de cobrança e


administração de receitas próprias (impostos e taxas) atribuídos a este nível de governo, têm
implicações profundas na capacidade e legitimidade do governo municipais. Num leque de
desafios identificados nos estudos sobre a descentralização fiscal em países africanos
(Bird‟&Vaillancourt, 1998: 1999; Bahl & Martinez- Vazquez,2006), foram identificados dois
desafios relevantes:

13
A UTILIZAÇÃO EFICAZ DA BASE TRIBUTÁRIA PRÓPRIA

A base tributária própria que a maior parte dos municípios despõe de um enorme potencial,
porém ela é pouco aproveitada. Esta situação pode ser compreendida como o resultado do não
comprimento do princípio estabelecido na teoria da descentralização fiscal que considera que a
descentralização de finanças deve sempre acompanhar a descentralização de funções (‘finance
follows funcition) nas políticas e estratégias de adoptadas (Bird & Smart,2002). Este princípio é
reflectido na legislação moçambicana (Lei n.°2/1997, Lei n.°1/2008). A não observância deste
princípio cria uma dependência estrutural dos governos locais nas transferências dos governos
central e\ ou doações.

Esta dependência, normalmente é associada a uma falta de manutenção da disciplina fiscal pelos
governos municipais, o que é considerado nas finanças pública, como um „soft budget
constraint‟ que permite os governos municipais expandirem as suas despesas sem, contundo,
assumirem os custos e os riscos económicos e políticos do desequilíbrio fiscal crescente (de
Mello, 2000, Rodden et al.al,2003). Assim os governos municipais dependem cada vez mais de
transferências provenientes do governo central, doações, o que constitui uma justificação teórica
e pratica, para exigir condicionalismos orçamentais rígidos ( hard budget constraints). (Bird
&Villancurt, 2003).

A forma de tributação e seus efeitos económicos, e o relacionamento entre receitas fiscais e não
fiscais, são factores determinantes para a legitimação dos governos municipais
(Vaillancurt,2003), ou seja, da expressão cidadania fiscal na gestão pública a nível municipal.

O contribuinte tem vontade de pagar os seus tributos, caso tenha voz e poder de negociação se
recebe serviços públicos municipais, em quantidade e qualidade suficiente e pode esperar uma
gestão eficaz e eficiente e transparente das finanças municipais (Wampler& Barboza, 1999).

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E FISCAL

A administração financeira e fiscal dos municípios, é sem dúvida o desafio principal que a base
tributaria autárquica enfrenta em muitos estados africanos.

O esforço e o rendimento fiscal pode ser compreendidos, não apenas como resultados da
alocação de recursos humanos e materiais para as repartições municipais de cobrança e

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administração de receitas (fiscais e não fiscais), como também de abordagem adoptadas (a
cobrança coerciva, por exemplo) e os instrumentos em uso (como a base de dados sobre
contribuinte, tecnologia e programas informáticos etc.) Estes factores são também ligados, ou
seja, reforçados ou enfraquecidos em função das estratégias escolhidas pelo governos municipais
na sua política de tributação: as prioridades de escolha de tributos e métodos de cobrança e
administração influenciam consideravelmente a administração tributária, e rendimento da
tributação (Bird, 2004).

1.2 PROBLEMA

Moçambique assinalou no ano de 2017, duas décadas de municipalização, pois, o “pacote


autárquico”, foi legislado pela Assembleia da República em 1997. A criação dos municípios tem
em vista o reforço da acção governativa, o alargamento da participação dos cidadãos nos
processos de tomada de decisão, bem como o melhoramento da provisão de bens e serviço, uma
vez que o governo central não o pode o fazer com maior eficiência e eficácia, por se encontrar
longe da realidade socioeconómica local.

Vinte anos depois da instalação das autarquias em Moçambique, os municípios funcionam ainda
com muitos desafios sobretudo de índole fiscal. A base tributária dos municípios (impostos e
taxas) é fraca e não constitui a principal fonte de receitas municipais.

Apenas 37% das receitas municipais vêm dos contribuintes municipais; ou outros 63% das
transferências do Governo e dos doadores, Forquilha (2012). Esta situação tem afectado
negativamente a governação municipal, na medida em que a mesma contribui para o baixo
financiamento de bens e serviços públicos básicos, na melhoria da qualidade de vida das
populações.

Forquilha (2012), desenvolveu uma reflexão sobre os municípios em Moçambique, e mostrou


existir uma correlação entre a fraca provisão de bens e serviços com a forte dependência
financeira dos municípios, sobretudo as transferências intergovernamentais. O autor argumenta
que a forte dependência financeira dos municípios, aliado a fraca oportunidade oferecida ao
sistema fiscal municipal, têm afectado o financiamento dos bens e serviços públicos básicos a

15
população, além disso essa situação vem contribuído para o enfraquecimento de
responsabilização social e prestação de contas dos eleitos municipais para com munícipes1.

Desde o ano 2015 Moçambique encontra-se mergulhado numa profunda crise económica, devido
suspensão da ajuda financeira ao país, por parte dos parceiros de cooperação, e queda dos preços
das principais matérias- primas que o país exporta.
Esta situação tem obrigado ao governo central, a reduzir drasticamente as transferências
financeiras destinadas aos municípios, o que vem afectado em grande medida as finanças
municipais e consequentemente a governação municipal, vistos que as transferências financeiras
do governo central para os municípios, constituem a principal fonte de receita na maior parte dos
municípios.
Assim ao meio do quinquénio do actual ciclo de governação municipal, os municípios em geral
e o município da Matola em particular viram se obrigados á elaborar e implementar um conjunto
de estratégias dentre elas (educação fiscal, combate a corrupção institucional, actualização da
bases de dados, governação participativa, desconcentração dos serviços), com vista a
maximização da base tributária local e assim aumentar o volume de receitas arrecadadas
internamente, para fazer face a redução da ajuda financeira proveniente do governo central. Face
a esta situação levantamos a seguinte questão:

Em que medida as estratégias adoptadas pelos municípios têm contribuído para a


maximização da base tributária local?

Para orientar esta reflexão, colocamos os seguintes objectivos:

16
1.3 OBJECTIVOS

1.3.1 OBJECTIVO GERAL

Analisar as estratégias adoptadas pelo Município da Matola com vista a maximização da


base fiscal local;

1.3.2 OBJECTIVO ESPECIFICO

 Identificar as principais fontes de receitas próprias do município;


 Descrever as principais acções desenvolvidas pelo Município da Matola para a
mobilização da receita fiscal a nível local.

1.4 RELEVÂNCIA DO TEMA

Os municípios desempenham um papel importante na provisão de bens e serviços públicos as


populações, no reforço democracia local, na mitigação de conflitos e no desenvolvimento
socioeconómico. Apesar dos esforços que os municípios têm engendrado no reforço do
desenvolvimento local sabe-se, que á actual fase que a economia moçambicana atravessa tem
vindo a comprometer o desempenho dos municípios e a melhoria da qualidade de vida dos
munícipes.

Os municípios Moçambicanos vêm atravessados uma grave crise financeira e fiscal, muito por
conta da situação económica nada favorável, que o país atravessa. Esta situação vêm obrigando
aos municípios a implementar um conjunto de medidas, com objectivo de incrementar a base
tributária local e assim tornarem-se menos dependentes do governo central, o município de
matola é um dos que têm vindo a elaborar um conjunto de estratégias com objectivo de
incrementar as receitas locais.

O município da Matola, concentra o maior parque industrial de Moçambique considerado por


muito como sendo um laboratório para aferir o grau de sucesso quer da própria experiencia do
processo de consolidação fiscal municipal, quer, da provisão de bens e serviços público úteis aos
cidadãos.
17
Para a Administração Pública a pesquisa é relevante na medida em que as estratégias que vem
sendo elaboradas pelos municípios no país, terem como objectivo, a maximização da base
tributária, afim de torna-la a principal fonte de financiamento. Desde modo, a Pesquisa procura
identificar os principais desafios que os municípios têm enfrentado neste processo, suas
implicações e a importância de um sistema fiscal autárquico sustentável.

Em termos de produção conhecimento a pesquisa é relevante, uma vez que a sua analise foi feita
com base em um referencial teórico, para discutir aspectos ligados à finanças municipais.

Assim a pesquisa irá contribuir para a percepção da gestão fiscal dos municípios partindo da
análise de um caso particular mais não isolado, o CMM, tendo em conta que a consolidação
fiscal dos municípios é um elemento essencial para consolidação municipal no seu todo.

O trabalho constituiu-se em um momento de aprendizagem para autora, enquanto estudante do


curso de Administração Publica e Gestão.

18
CAPITULO 2:

METODOLOGIA

A presente monografia teve por objectivo analisar as estratégias adoptadas pelo município da
Matola, com vista a maximização da base tributária local no período 2015-2017. Em termos
metodológicos, o trabalho constitui um pluralismo metodológico, a combinação entre métodos
de pesquisa utilizados em ciências administrativas.

Para a sua elaboração utilizou-se uma série de métodos, técnicas e abordagens de pesquisa
utlizadas nas ciências administrativas.

2.1. TIPO DE PESQUISA

O tipo de pesquisa usada na presente monografia é descritiva. Segundo Lakatos & Marconi
(1999) a pesquisa descritiva tem como principal objectivo a descrição das características de
determinadas instituições, fenómenos ou populações, por meio de observação, analise e
descrições objectivas. Usou-se a pesquisa descritiva porque a presente monografia procura expor
e analisar as estratégias desenvolvida pelo CMM, com vista a maximização do sistema tributário
local.

2.2. MÉTODO DE PROCEDIMENTO

A análise privilegiou a técnica de triangulação de métodos neste caso, o método qualitativo e o


método quantitativo, optou-se por dois métodos de procedimento o método estatístico e o estudo
de caso ou método (monográfico).

O uso da descrição quantitativa numa pesquisa tem vantagem de comprovar de forma eficaz as
hipóteses e prevenir da inferência e da subjectividade do pesquisador Lakatos & Marconi (1999).
O método quantitativo, corresponde a informação numérica recolhida da análise dos documentos
contabilísticos.

19
Lakatos & Marconi (1999), afirmam que “ o método monográfico consiste no estudo de caso de
determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades com a
finalidade de obter generalizações” A pesquisa examinou a temática e a escolhida, analisado uma
instituição (CMM), observado os factores que influenciam a temática em estudo e analisado de
forma minuciosa.

2.3 TIPO DE ABORDAGEM

Na presente monografia, fez-se uma integração das abordagens quantitativas e qualitativas, em


que considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e
informações para classifica-los e analisa-los. Requer o uso de recursos e de técnicas estáticas
(Percentagem, media, moda, mediana, desvio padrão, amostra, coeficiente de correlação, analise
de regressão, etc.) e a segunda considera que há uma relação entre a dinâmica entre o mundo real
e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito
que não poder ser traduzido em números (Gil, 2002).

A escolha destas abordagens está no facto de, por um lado, o trabalho baseia-se em bases
estatísticos como percentagens para fundamentar a pesquisa e por outro lado, dependeu da nossa
capacidade em colectar dados pertinentes que possam fundamentar o estudo, no sentido de que
não podíamos confiar em demasiado nos entrevistados, pois corríamos o risco de cair num falso
resultado.

2.4 TÉCNICAS DE RECOLHAS E TRATAMENTO DE DADOS

Quanto a técnica de recolha de dados a pesquisa privilegiou dois métodos de acordo de


classificação de Lakatos & Marconi (1999): a pesquisa bibliográfica (fontes secundarias), a
documentação directa (entrevistas semiestruturadas)

Segundo Gil (2002) A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído por livros e artigos científicos. Assim, assume-se que a pesquisa patente na presente
dissertação, como sendo bibliográfica porque foi efectuada através de uma consulta de livros,

20
relatório, legislação e artigos electrónicos com o intuito de aprofundar o conhecimento referente
a temática em estudo.

A documentação directa (entrevista semiestruturadas) corresponde ao levantamento de dados no


próprio local, onde os fenómenos ocorrem e a documentação indirecta que se encontra dividida
em pesquisa divida entre pesquisa documental (fontes primarias) e a pesquisa bibliográfica
(fontes secundarias), Lakatos & Marconi (1999). A pesquisa documental tem como enfoque
principal a análise de documentos institucionais de acesso restrito que ainda não sofreram análise
analítica por nenhum autor. Na presente dissertação foram pesquisados documentos
contabilísticos do CMM nomeadamente “relatório de execução orçamental” do período em
análise fornecidos pelos funcionários afectos ao departamento de finanças do CMM.

As entrevistas trataram-se, sobretudo, de entrevistas de natureza semiestruturadas, as mesmas


foram priorizadas aqui, com objectivo de estabelecer maior confiança entre o entrevistador e o
entrevistado, tornado possível aprofundar questões pertinentes.

Após a recolha de dados, passa-se para a fase de tratamento dos mesmos, o tratamento dos dados
levantados será feito usando métodos qualitativos e qualitativos.
Quanto aos dados qualitativos obtido nas entrevistas foram posteriormente sujeitas a análise de
conteúdo. Analise de conteúdo visa confrontar os dados colhidos durante as entrevistas e dados
estatísticos como forma de os distanciar relações as interpretações espontâneas de sentimentos
afectivos por parte do investigador e o entrevistado. Quivy & Campenhoudt (1999).

Desde modo, a fase de tratamento de dados foi realizada em 4 etapas a saber:

 Elaboração do guião de entrevista;


 Realização das entrevistas;
 Conforto das entrevistas realizadas, com objectivo de verificar possíveis contradições e
semelhanças nos discursos dos entrevistados; e
 Conforto dos resultados obtidos nas entrevistas com os dados quantitativos colhido na
pesquisa documental e com literatura relativa ao tema.

21
2.5 AMOSTRA DA PESQUISA

O método amostragem usado na presente pesquisa, foi a intencional ou por conveniência.


Segundo Gil (2002), esta técnica consiste em usar um determinado critério e escolher
intencionalmente um grupo a apresentar uma característica típica. Este tipo de amostragem
consiste em selecciona os indivíduos que dominam a matéria em estudo. Assim, a amostra da
pesquisa foi constituída por 20 pessoas (vide em anexo, relação nominal do pessoal
entrevistado). As entrevistas serviram de base para fundamentar as análises da relação entre as
variáveis da temática.

As pessoas entrevistas foram dividas em 4 grupo alvos:

1 Grupo: foi constituído pelos quadros superiores da autarquia (5 pessoas), nomeadamente;


director, vereadores e chefes do posto.

2 Grupo: foi constituído por funcionários que não ocupam cargo de chefia, mas lidam
directamente com a cobrança de receita (5 pessoas) os (fiscais de mercado)

3 Grupo: foi constituído por residentes agentes económicos (10 pessoas): vendedores de
mercados, empresários e munícipes comuns.

Foram analisados 3 documentos orçamentais, nomeadamente os “ relatórios de execução


orçamental do ano 2016, 2017 que nos permitiu analisar o desempenho do sistema tributário
autárquico do Município da Matola.

2.6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Em qualquer campo científico, a realização de uma pesquisa implica desafios de varia ordem,
entre os quais os constrangimentos decorrentes aquando da pesquisa.

Neste sentido, uma vez que estamos comprometidos com a produção de um trabalho científico
de caris académico, deparamo-nos com inúmeras dificuldades, sem as quais, eventualmente teria
sido melhor:

22
 Dificuldades de obter a documentação actual, alguns funcionários ficaram reticentes ao
disponibilizar a informação;
 De vezes em conta foi necessário procurar um tradutor porque a maior parte dos
vendedores entrevistados não falava com perfeição a língua português, tivemos que
entrevistar e língua local (changana).

23
CAPITULO 3: ENQUADRAMENTO TEORICO E CONCEPTUAL

3.1 QUADRO TEÓRICO

O quadro teórico baseia-se na abordagem institucionalista, aliada à visão da nova gestão pública.
A opção desta justifica-se pelo enfoque que se pretende dar ao estudo.

A abordagem Neo-Instituicionalista na sua vertente histórica, permitirá perceber como os


compromissos e os acordos do passado foram construídos e estruturados as suas interacções, e
que impacto os mesmos têm na elaboração de estratégias administrativas fiscais.

Por sua vez a abordagem da Nova Gestão Pública, permitirá auferir se as estratégias elaboradas
pelas Autarquias Moçambicanas, com vista a maximização da base tributária local, têm
contribuído para a criação de um sistema fiscal eficiente eficaz e mais próximo dos cidadãos, ou
se mesma não parecem corresponder as profecias encantadas dos seus promotores, como nos
recordam Olowe & Wansch (2004), em muitos países Africanos onde os governos anunciam
estratégias na administração elas na verdade nunca ocorrem ou se alguma coisa ocorre é sob
forma de máscara.

ABORDAGEM NEO-INSTITUICINALISTA

A abordagem Neo-Instituicionalista ganhou muito destaque entre cientista sociais na última


década, principalmente nos estudos de análise de política pública, sobre o estado ou os governos.
O neo-Institucionalismo não pode ser considerado uma abordagem única ou unificada, já que
tem como principal características a convergência de teóricos diferentes, ou seja, a abordagem
neo-instituicionalista, abarca algumas vertentes que, embora esteja voltadas para o papel do
desempenho das instituições nos processos políticos e sociais, apresentam métodos de análise
distintos (Marques, 1997; Hall& Taylor,2003).

As primeiras análises desenvolvidas pelos institucionalistas históricos estavam, voltadas para o


Estado e as suas instituições, ao serem considerado tanto na definição de problema de pesquisa
quanto na busca por hipóteses explicativas. Embora as instituições ganhem destaque nessa
abordagem, não são as únicas variáveis analisadas destacando-se também os próprios atores, seus
interesses e distribuição de poderes entre eles (Hall &, Taylor,2003).
24
O Neo- Institucionalismo atribui as instituições não só o papel de modelar as estratégias dos
actores, mas também suas preferências e objectivos, ao mediarem as suas preferências e
objectivos, nas relações entre os actores políticos (Patrick,2001), destacam que as instituições
devem ser compreendidas segundo duas funções principais: a de agente de um produto da
história, isto porque elas dão forma e restringem a actuação dos atores políticos, mas também são
resultado estratégico consciente ou involuntárias desenvolvidas pelos atores.

O Neo-Instituicionalismo privilegia a instituições de nível intermediário, que mediam as acções


dos indivíduos e os efeitos políticos mais amplos.

Nesta abordagem, as origens e o desenvolvimento das instituições são abordadas de três formas
distintas. Na primeira os teóricos Institucionalistas começaram no “topo” atribuído essas funções
a presidentes, juízes, burocratas e intelectuais, enquanto no segundo começaram pela “base”,
enfatizado, particularmente, movimentos sociais e grupos motivados por ideias de mudanças
institucionais. Na terceira forma, argumenta-se que os enfoques anteriores não são capazes de
explicar o estabelecimento e a mudança institucional, e privilegia a interacção entre o estado e a
sociedade numa busca que influenciam os resultados políticos estudados.

As análises são feitas de forma indutiva, com formulação de hipóteses a partir de interpretação
de material empírico (Douglas, 1999). Os levantamentos históricos estabelecem parâmetros para
eventos subsequentes (Patrick,2001).

Um conceito que é destacado nos estudos dessa abordagem é o de dependência de trajectória


(Path-dependence), relacionado a ideia de que os acontecimentos do passado pode dar vazão a
uma cadeia de determinações que influenciam decisões politicas no presente, ou seja o presente é
resultado de decisões passadas e sua respectiva consequências e não apenas de condições
contemporâneas (Douglas,1999 & Patrick, 2001), Isso não se traduz simplesmente pelo facto de
que a “ história do passado contam”, mas sim que, no âmbito das políticas publicas, quando se
adopta um caminho, custos políticos e económicos de muda-lo são, em geral, muito altos.

A relevância da abordagem Neo-Instituicionalista está em identificar quais as instituições


afectam o comportamento individual e colectivo, e como estas instituições operam e resistem, ou
seja, por meio de que os processos e mecanismos, estas exercem influência sobre as decisões
políticas e se mantém ao longo do tempo.

25
ABORDAGEM DA NOVA GESTÃO PÚBLICA

O modelo gestionário, designado por “Nova Gestão Pública” tem sido o modelo inspirador das
reformas administrativas em vários estados. Busca-se, assim, a mudança de estruturas
administrativas, uma maior flexibilidade de gestão e alteração de processo e um novo
relacionamento entre a administração e os cidadãos, agora considerados clientes e consumidores
de serviços públicos (Valle, 2001).

A Nova Gestão Publica (NGP), ” aparece como „ a grande resposta‟ aos problemas da
Administração pública, partindo da crença que a gestão do sector privado é superior à gestão do
sector público. Este movimento que emergiu inicialmente nos países anglo-saxónico, têm
influenciado as reformas administrativas em países que apresentam sistemas administrativos
diversos daqueles. Alguns autores argumentam mesmo que a superioridade desta abordagem
conduzirá adopção das ideias da nova gestão pública por parte de todos países, num processo
idêntico a globalização, assumindo portanto o pressuposto da convergência dos sistemas
administrativos (Osborne e Gaebler, 1993).

A abordagem da Nova Gestão Publica (NGP), Começa a ganhar destaque a partir da década de
80, quando começa a ser usado como um modelo de administração para uma nova forma de o
Estado planejar e executar as incitavas públicas. Essa abordagem busca orientar a actuação do
Estado para ampliar sua capacidade de produzir resultados que sejam relevantes e de interesse da
sociedade. A abordagem da Nova Gestão Publica (NGP), Surge como uma forca contraria a
organização tradicional do sector público, onde “ havia uma tendência de os administradores
públicos se identificarem com os provedores de bens e serviços ao invés de se identificar com os
cidadãos para quem o serviço será prestado” (Awortwi, 2007;37)

A abordagem da Nova Gestão Publica (NGP) é inovadora pois orienta o Estado para
resultados, com equilíbrio fiscal e assegurando a melhor relação custo\ beneficio para o cidadão.
A abordagem da” Nova Gestão Publica”, defende a necessidade dos Estados controlar a subida
da despesa pública e aumentar a eficiência do sistema administrativo, assim a Administração
Publica deve Estar exclusivamente centrada na necessidade de tornar o seu funcionamento mais
profissional, eficiente e mais sensível às condições e mudanças extrema e sobretudo focada na
eficiência e eficácia.

26
A abordagem da nova gestão pública (NGP) enfatiza a gestão como a melhor alternativa para
melhorar a eficiência e o sucesso social, assumindo que a gestão é uma actividade instrumental
genérica cujos princípios e práticas que pode ser aplicados quer ao sector privado quer ao sector
publico. Sendo assim as estratégias elaboradas no sector publico com base na Nova Gestão
Publica (NGP), são formuladas com base na hegemonia de três (E‟s): economia. Eficiência e
eficácia. A abordagem da Nova Gestão Publica, representa uma mudança de pensamento e
atitude, com foco na eficiência administrativa e na eficácia das políticas públicas.

3.2 DEFINIÇÕES DE CONCEITOS

3.2.1 MUNICÍPIO

O Município é a base política democrática, porque nele ocorre a verdade relação entre a
sociedade e o Poder Publico, (Nery Costa,2006). As necessidades dos cidadãos só mais
objectivas, ao passo que a forma de reivindica-las tem maiores possibilidade de êxito, dada a
proximidade maior entre governantes e governados.

Segundo Meirelles (2006), Município pode ser conceituado sob três aspectos diversos, de
acordo com a visão que se deseja, quais sejam: o sociológico, político e o jurídico. A criação do
município surge sempre do território de outro município, dentro, evidentemente, do território de
mesmo Estado. A maneira mais comum de criação do Município é a emancipação do distrito.

Este termo é definido como sendo uma entidade da divisão administrativa estatal. Trata-se de
uma circunscrição territorial dotada de personalidade jurídica e com certa autonomia
administrativa, constituindo-se de certos órgãos político-administrativo.

Em geral pode-se distinguir três tipos de município

 Urbano-municípios constituídos exclusivamente, ou quase, por territórios


urbanizados;
 Rurais municípios constituídos por um ou mais núcleos populacionais de pequenas
dimensões e por território não urbanizados relativamente vastos;

27
 Mistos- municípios que compreendem quantidade significativos querem de
territórios urbanos, quer território rural.

3.2.2 ESTRATÉGIA

Segundo Camargo e Dias (2003), um dos primeiros usos do termo estratégia foi feito há 3.000
anos pelo general Chinês Sun Tzu. Conceitualmente, a estratégia pode ser definida de várias
maneiras.

Segundo Pasquele (2012), para alcançar os objectivos é necessário determinar a estratégia a ser
adoptada. Ainda, as estratégias consistem nas acções que a organização deve realizar para atingir
seus objectivos. São estabelecidas como base nos objectivos a alcançar e influenciadas pela
missão, visão, crenças e valores, microambiente e situação da organização. Estratégia é caminho,
maneira, ou acção formulada e adequada para alcançar preferencialmente, de maneira
diferenciada, os objectivos e desafios estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa
perante o seu ambiente (Oliveira,2004).

Porter (1996), definiu estratégias, como sendo a criação de uma posição única e valiosa,
envolvendo um conjunto diferentes de actividades.

A formulação e implementação de estratégias faz parte de um processo que envolve algumas


tomadas de decisões relativas ao negócio, como: produto, clientes, serviços, praça, promoção,
posicionamento, marca, etc. Para que estas decisões possam ser douradoras e mantenham um
relacionamento com o futuro, gestores necessitam de averiguar onde a empresa está inserida, ou
seja, verificar o marco e microambiente da empresa\ e organização.

3.2.3 RECEITA

Valle (2001), define receita como sendo qualquer recurso obtido durante um dado período
financeiro, mediante o qual o sujeito público pode satisfazer as despesas públicas que estão a seu
cargo. Ainda no tocante ás receitas distinguem-se os dois tipos de receita, uma que considera de
receitas fiscais que são os impostos, e as receitas não fiscais que são aquelas que decorrem da
prestação de serviços municipais e da cobrança de taxas.

28
3.2.3 BASE TRIBUTÁRIA

É um conjunto de taxas de impostos, taxas e contribuições através dos quais o Estado seja ela
nacional e /ou subnacional obtêm recursos para cumprir suas funções, como a oferta de bens e
serviços públicos de qualidade. Portanto, tanto pode ser instrumento para promover a
distribuição de renda quanto para ampliar a acumulação capitalista de poucos (Valle, 2001).

Este conceito e a baste importante para a compreensão da temática em estudo

3.3 REVISÃO DA LITERATURA

3.3.1 Estratégias de Maximização Base Tributaria Municipal

Tem sido queixa comum dos presidentes municipais quando assume a liderança do município em
Moçambique, que os mesmos se encontram numa situação financeira e operacional precária. O
alto grau de endividamento, especialmente de curto prazo dessas municipalidades e da escassez
de recursos para o pagamento das dívidas, condicionam o funcionamento e a provisão de bens e
serviços públicos serviços (Weimer,2012).

Dada a limitação da capacidade de endividamento e uma vez que as transferências


governamentais, principais fonte de receitas dos municípios, principalmente dos pequenos e
médios, dependem do desenvolvimento da economia do país, resta a estes melhorar a
arrecadação das receitas próprias buscando localmente os recursos de que necessitam (.

A busca por forma de melhorar orçamento interno envolve estratégias focadas na recuperação de
receita, revendo as cobranças dos principais impostos de competência municipal, esse esforço
fiscal auxilia numa melhor arrecadação de recursos próprios. É útil que se faca uma comparação
entre o que o município está arrecadando e o que outras cidades do mesmo porte têm obtido de
receita, pois esse conhecimento pode ser utlizado na identificação de fontes alternativas ou de
arranjos inovadores (Filho,2012). No entanto as receitas próprias do município têm sido fonte de
recursos que administrações municipais têm dificuldade de explorar de forma mais eficiente, em
face muitas vezes da fragilidade institucional da área de tributação e fiscalização, das
características intrínsecas dos tributos municipais, como a determinação de fato gerador, base de

29
cálculo e alíquotas, e dos aspectos políticos, legislativos e jurídicos que normalmente
influenciam a sua arrecadação (Forquilha, 2012).

O desenvolvimento urbano, a alteração do perfil económico e a rede de infraestruturas de


serviços públicos e de equipamentos urbanos favorecem a expansão da base tributária municipal,
seja pelo aumento do número de imóveis e pela sua melhoria qualitativa que reflecte na
valorização imobiliária, seja pelo desenvolvimento do sector terceiro local, que impacta a
arrecadação de imposto sobre serviços (Valle,2001).

Para Forquilha (2012), o aspecto político em nível local, deve merecer essencial atenção dos
gestores municipais ao decidir pela implementação de melhoria na gestão fiscal. Os gestores
municipais, Deve para tanto, tomar medidas para garantir apoio político da assembleia municipal
e incentivar a participação da comunidade na definição das medidas necessárias à melhoria de
receitas.

O apoio político é fundamental, pois as decisões políticas afectam a cobrança dos tributos
municipais, em parte porque se imagina que tal cobrança traz um desgastes político para o
presidente do município e para os vereadores, em função de a base tributaria municipal ser
formada por impostos directos e pela proximidade entre os o contribuintes e administração
municipal, o que pode levar a um conflito entre a administração municipal e a população, caso,
haja aumento da carga tributaria (Weimer, 2012).

Portanto, a exploração de forma conveniente do potencial de geração de receitas próprias exige a


adopção de um conjunto de medidas políticas organizacionais e politicas, aliadas a uma
estratégia adequada para sua implementação para evitar deficiências que possam influenciar
negativamente ou mesmo inviabilizar a melhoria na arrecadação dos impostos municipais
(Weimer,2012). A consecução desse esforço não é tarefa simples, pois não deve ser centrado
somente no aumento da arrecadação, mas principalmente, em arrecadar melhor, reduzido ou
eliminado eventuais iniquidades fiscais existentes e ampliado a base efectiva dos contribuintes
(Bird, 1998).

Desenvolver um bom processo de arrecadação de receitas próprias, além de promover os


números, promove a transparência a fim de que os impostos pagos sejam transformados em
ofertas de bens e infra-estruturas para os cidadãos (Forquilha, 2012).

30
Em nível administrativo interno, a melhoria da receita depende da actualização dos mecanismos
de arrecadação, recuperação dos valores reais dos imóveis e combate à sonegação e da
modernização dos instrumentos de administração de seus principais tributos (Moore,1998 &
Brautigam, 2008).

Dentre as medidas administrativas, passiveis de serem adoptadas, pode-se citar:

 Organizar ou actualizar o cadastro fiscal mobiliário, com informações do sector terciário


da economia local, possibilitado caracterizar cada agente económico, especialmente os
prestadores de serviços;
 Organizar ou actualizar o cadastro fiscal imobiliário, com informações dos contribuintes,
das características físicas e do uso do uso dos imóveis, considerando-se estes como um
todo, terreno e edificação
 Organizar ou actualizar os cadastros de serviços públicos e equipamentos urbanos
existentes a redor dos imóveis, possibilitado a cobrada das taxas de serviços urbanos,
 Promoção da gestão dos maiores contribuintes;

Desenvolver um bom processo de arrecadação, além de promover os números, promove a


transparecia a fim de que impostos pagos sejam transformados em oferta de serviços, bens e
infra-estruturas para os cidadãos (Valle,2001). Os municípios devem estar atentos na melhoria
das receitas próprias investindo e fortalecendo os sectores de arrecadação dos tributos
(Valle,2001).

É possível arrecadar com eficácia com um pessoal bem treinado e bem informado, com
equipamentos de informática e soluções em sistemas que agilizem e organizem electronicamente
os cadastros e as cobranças e, ainda, promova a gestão dos créditos e da divida activa. Para que
os Municípios arrecadem as suas receitas próprias, é necessário o enfrentamento das demandas,
cientes que são investimentos que, além de cumprir a obrigação Constitucional, da lei
responsabilidade fiscal e evitar penalidades aos administradores, o retorno se dará mediante o
aumento da receita própria, diminuindo a dependência das transferências correntes
(Weimeir,2012).

31
A gestão eficaz das receitas próprias de forma a cumprir os preceitos constitucionais e optimizar
a arrecadação pode ser gradativamente, mas exige estratégias concretas e efectivas (Morre,1998
& Brautigam 2008).

3.4 SISTEMA TRIBUTÁRIO AUTÁRQUICO MOÇAMBICANO


Nesta secção, são apresentadas, de forma breve, as fontes de receitas próprias principais dos
municípios moçambicanos, quer as fiscais (imposto), quer não fiscais (taxa), de acordo com a
legislação em vigor desde 2008 (CTA,2008).

3.4.1 RECEITAS PRÓPRIAS

De acordo com o artigo 17 Lei n° 1/2008 de 16 de Janeiro receitas próprias Consistem em todas
as receitas associadas aos impostos (receitas fiscais), taxas, licenças, e tarifas/ obrigações
(receitas não fiscais), bem como receitas proveniente de (a) transferências de propriedade
própria, (b) prestação de serviços próprios, (c) rendimento de bens fixos e móveis (aluguer de
bens móveis, equipamento, maquinas e aluguer de bens fixo e privilégios do uso da terra) e (d)
rendimento de investimento de capital (participações financeiras).

3.4.2 RECEITAS PRÓPRIAS FISCAIS (IMPOSTO)

De acordo com o artigo 17 da Lei n° 1/2008 de 16 de Janeiro, constituem receitas fiscais das
autarquias os: Imposto Autárquico sobre Veículos (IAV) Taxa por Actividade Económica,
Imposto Pessoal Autárquico (IPA), Imposto Predial Autárquico (IPRA), Imposto (TAE),
Imposto Autárquico do Sisa.

3.4.3 IMPOSTO PESSOAL AUTÁRQUICO

A literatura caracteriza este imposto como uma fonte de receita que acarreta várias desvantagens,
tais como: efeitos regressivos, altos custos de arrecadação e a sua associação às práticas
coercivas do período colonial e como tal desajustadas ao nosso tempo (Fjeldstad &
Therkildeser,2008).

32
O IPA é cobrado nos territórios autárquicos, corresponde ao Imposto de Reconstrução Nacional
(IRN) da base territorial de Estado, ao abrigo do Decreto n.°2/78, de 16 de Fevereiro. A cobrança
do IRN, no passado foi justificada devido a necessidade de reconstruir o país depois dos anos de
guerra de libertação e contornar os danos gerados pelas calamidades naturais da época. Com a
criação das autarquias em 1997, em Moçambique, foi legalmente definido que, por uma questão
de distinção as autarquias deveriam cobrar o IPA, enquanto as administrações fiscais do Estado
deveriam cobrar o IRN.

O IPA faz parte da base tributária autárquica (Lei n.°1/2008 art.53ff; Código Tributário
Autárquico Capitulo II,art.3ff (Decreto n.º 63/2008). O imposto incide sobre a população activa
(pessoas entre 18e 60 anos de idade), com certas excepções. A lei permite que a cobrança possa
ser feita de várias formas: na fonte (no caso de funcionários de empresas ou da administração
publica e municipal, por brigadas móveis, através de estrutura da base ao nível autarquia (postos
administrativos, chefes de bairros, autoridades comunitárias) e na sede do CM, aquando da
exigência do recibo do pagamento do imposto, no momento que o cidadão na autarquia vai tratar
assuntos administrativos, etc. A lei exige que a autarquia mantenha um registo actualizado dos
contribuintes.

O imposto pode ser arrecadado durante todo ano, entre os dias 2 de Janeiro e 31 de Dezembro.
Apesar destas exigências, poucos municípios têm um registo dos contribuintes do IPA, e as
cobranças são feitas de uma forma ad-hoc, ao contrário da abordagem sistematizada estipulada
pela lei Muitas vezes, a arrecada do IPA é associada as práticas coercivas e corruptas.

3.4.4 IMPOSTO PREDIAL AUTÁRQUICO

O IPRA faz parte da base tributária das autarquias de acordo com a Lei n.°1/2008 art. n°55ff e o
Código Tributário Autárquico, Capitulo III, art.n°35ff (Decreto n. ° 63/2008). O imposto incide
objectivamente sobre o valor patrimonial de um prédio urbano, considerada uma infra-estrutura
incorporada ao solo urbano da autarquia.

O Valor patrimonial é o valor registado na matriz predial, na ausência deste, o valor declarado
pelo proprietário de acordo com os valores de mercado. O desajustamento dos valores prediais,

33
em muitos casos sem actualização desde o tempo colonial, a posse de base dos dados pela
direcção das Finanças na Província e ausência de meios coercivos eficientes, constituem os
maiores desafios para a sua cobrança por parte da autarquia.

A avaliação ou actualização do valor do prédio deve ser feita na base de um regulamento


específico, em processo de elaboração pelo Ministério das Finanças, que tem a autoridade de
regulamentar sobre a matéria das receitas fiscais. O esboço do regulamento prevê, entre outros
aspectos, a inscrição obrigatória pelo contribuinte do seu prédio no cadastro fiscal municipal

O IPRA deve ser pago anualmente, em duas prestações que vencem nas datas de 30 de Junho e
31 de Dezembro. Os prédios na posse do Estado, de organizações com fins filantrópicos e de
outros Estados são isentos do pagamento do IPRA. Também estão insetos os nos edifícios
habitacionais, durante um período de cinco anos, a partir da data da licença de habitação em
nome do proprietário.

Os desafios principais na arrecadação do IPRA pelo governo municipal consistem: primeiro, na


produção e actualização de cadastros prediais completos; segundo, na avaliação do valor predial
a ser reflectido na matriz predial de cada prédio. Enquanto o primeiro cabe inteiramente à
autarquia, o segundo requer, na prática, uma colaboração aberta entre os governos central (ATM)
e municipal.

Apesar de, geralmente se reconhecer a importância estratégica de um cadastro de talhões e


prédios para fins fiscais, bem como de ordenamento territorial poucas autarquias fizeram o
investimento necessário na capacitação institucional e técnica de seus Serviços de Cadastro e
Urbanização (SUC). Assim, falta um pressuposto importante para arrecadar, não apenas o IPRA,
mas sim, todas as receitas relacionadas com o uso de terra (DUAT), a construção e ocupação de
prédios (IPRA) bem como a transacção dos imóveis (SISA).

3.4.5 IMPOSTO AUTÁRQUICO DE SISA

O Imposto Autárquico do SISA foi introduzido no pacote de legislação autárquica através da Lei
n°1/2008 (Artigon.° 59) e o Código Tributário Autárquico (Decreton.° 63/2008), art. n°9ff.
Antes, era um imposto exclusivo do governo central, pagável na delegação da ATM. Este

34
imposto incide sobre a transacção de um imóvel urbano na circunscrição territorial do municipal,
quer através de um acto de compra e venda, trespasse a título oneroso, benefício e usufruto
permanente e outras formas de transacção, excluído vários casos de isenção (como por exemplo,
imóveis do Estado, do município, etc0, definido por lei. A base deste imposto é constituída pelo
respectivo valor declarado ou de mercado 9 Deve ser usado o mais alto dos dois) na transacção
de um imóvel, a quota é de 2% sobre o valor da transacção.

De modo geral., o grande desafio reside no facto de que as autarquias ainda não têm base de
dados para esse imposto, que apenas foi a si atribuído em 2008. Um outro desafio consiste na
colaboração e partilha de informação entre a ATM, a Conservatória e o Município, Tomada em
conta que este imposto apenas foi transferido para as autarquias recentemente, sem contudo,
estabelecer normas e procedimentos para a descentralização da informação e documentação
necessária ao município, das quais a arrecadação depende. Por isso, em alguns casos, existem
conflitos, nomeadamente, entre delegações locais da ATM e o governo municipal, e casos em
que ambos (ATM, CM). Cobram o IASISA. Obviamente estas cobranças são feitas em
detrimento do interesse público, numa transparência e eficácia da arrecadação deste imposto.

3.4.6 IMPOSTOS SOBRE VEÍCULOS

A legislação aprovada em 2008 transferiu todas as receitas deste imposto aos municípios, de
acordo com os dispositivos legais (Lei n °1/2008, art.65ff, Decreto 63/2008, art.64ff (Código
Tributário Autárquico). A base deste imposto é o universo de todos veículos registados numa
autarquia (incluído os de passageiro, os caimões, transportes públicos, barcos de recreios e
aeronaves), com excepção dos pertencentes ao Estados, as autarquias e missões diplomáticas.
taxa de tributação varia em função o tipo de cilindrada e idade do veiculo. A referida taxa varia
de 50.00-4,000 MT (veículos ligeiros), 60.00-2,60.00 MT (Veículos de transporte de passageiros.

Como no caso do ISASA, este imposto não tem domicílio fiscal Um veículo de um munícipe
residente, por exemplo na matola pode ser registado em qualquer parte do país. Apesar de a lei
indicar o CM e a sua repartição de tributação como identidade competente para receber e
arrecadar o IAV.

Um dos grandes desafios do para IAV é o melhoramento da cooperação institucional entre a


ATM, o Instituto Nacional de Viação e o CM, nomeadamente do que diz respeito à troca regular

35
de informações sobre os registos de veículos e ao envio da documentação que acompanha as
transferências do IAV ao um princípio.

3.4.7 RECEITAS PRÓPRIAS NÃO FISCAIS

De acordo com o artigo 73 da Lei n°1/2008 de 16 Janeiro, constituem receitas próprias não
fiscais das autarquias as taxas provenientes de tarifas, concessão, licenças, taxas de serviços e
outras receitas fiscais.

3.4.8 LICENÇA DE USO E APROVEITAMENTO DO SOLO AUTÁRQUICO

Em Moçambique, a terra é propriedade do Estado e Não pode ser vendida, ou de qualquer forma
alienada, hipotecada ou penhorada. Como meio universal de criação de riqueza e bem-estar
social, o uso e aproveitamento da terra é conferido as pessoas singulares ou colectivas, tendo em
conta o seu fim social.

Na titularização do direito de uso e aproveitamento da terra, o Estado reconhece e protege os


direitos adquiridos por herança ou ocupação, salvo havendo reserva legal ou se a terra tiver sido
legalmente atribuída a uma outra pessoa ou entidade. O pedido do DUAT faz-se junto aos
Serviços de Cadastro da Província\Autárquico onde se localiza o terreno pretendido.

A demanda para terrenos resultados em pedidos de concessão de licença de DUAT representa


uma alavanca tributaria bastante forte para o município cobrar a taxa do licenciamento, uma
única vez (e uma taxa menor anual num período máximo de cinco anos), até ao ponto em que a
edificação de um prédio esteja completa. Neste momento, o terreno com o prédio deveria ser
acrescido s cadastro municipal e o prédio de sujeito ao IPRA.

Portanto, a receita municipal da licença de DUAT depende de dois factores: primeiro da


demanda para a ocupação de terrenos em (zonas demarcada para urbanização), e, segundo, da
disponibilidade de áreas para esta finalidade, na circunscrição territorial da autarquia. Por outras
palavras, esta receita é esgotável, com um „preço‟ associado a ela; a entrega dos terrenos para
fins de ocupação e construção e utilização com fins habitacionais e comerciais. Ainda não é
prática nas autarquias moçambicanas consignar receitas provenientes do DUAT para o

36
investimento nas zonas que „ produzem‟ esta receita‟ no sentido de melhorar o equipamento
social como a maior demanda e\ou com infra-estruturas básicas, pois a alocação do DUAT de um
terreno é feito na base de „quem vem primeiro, é servido primeiro („first come, first served‟) com
uma taxa fixa igual para todos os terrenos naquela zona. O hasteamento de terrenos, pelo menos
em zonas de maior demanda, poderia maximizar esta receita municipal.

O código Tributário Autárquico define que as receitas próprias dos municípios não fiscais
(Taxas) são:

3.4.8 TAXA POR ACTIVIDADE ECONÓMICA

A TAE é devida pelo exercício de qualquer actividade comercial ou industrial incluindo a


prestação de serviços, na circunscrição territorial da respectiva autarquia, desde que seja exercida
num estabelecimento, revestindo a natureza de porta aberta. Assim se previa aquando da
definição desta taxa no âmbito do Código Tributário Autárquico (Decreto n° 52\200 de 21
Dezembro) ora de revogado, onde a TAE constava como imposto do Sistema Tributário
Autárquico (STA) moçambicano, simultaneamente, uma receita fiscal. O novo CTA (Decreto n°
63/2008) transforma a TAE numa receita não fiscal que deve ser normalizada através de um
regulamento\ resolução aprovada pela Assembleia Municipal.

No entanto, a cobrança da TAE não prejudica, nem substitui a cobrança de outras licenças
cobradas por outras instituições para o exercício da respectiva actividade. Desta forma, as
receitas não fiscais na base de actividade económicas incluem também as receitas provenientes
de licenças incluindo do DUAT, dos mercados e da TAE propriamente dita.

A taxa da TAE é aplicada na cobrança é calculada tendo em consideração os seguintes factores

 Natureza da actividade exercida;


 Localização do Estabelecimento;
 Área ocupada.

A TAE não tem também uma alíquota uniformizada para todas autarquias, pois cabe a cada uma
delas regularizar esta receita através do seu propósito Código de Postura. Na prática, esta receita,

37
estabelecida em todas as autarquias, é arrecadada na base de uma taxa ou „ quase imposto‟ sobre
a área de propriedade onde actividade económica é exercida, sem contundo olhar à facturação e à
viabilidade económica da empresa. A TAE aumenta claramente a carga fiscal das empresas,
tomando em conta que estas não apenas estão sujeitas à cobrança do IPRA municipal, mas
também do Imposto sobre Rendimento de pessoas Colectivas (IRPC) para as empresas, uma
receita de governo central.

A cobrança da TAE é relativamente simples, pois o número de empresa e agentes económicos


possíveis de tributação é relativamente simples, pois o número de empresas e agentes
económicos passiveis de tributação é reduzido e o CM normalmente dispõe de um cadastro para
este fim nem sempre é actualizado. De uma forma geral, não existe obrigação da empresa exibir
o documento comprovativo do pagamento da TAE. Por isso, é difícil, para o público em geral,
saber se uma empresa cumpriu ou não com o seu dever tributário.

3.4.9 OCUPAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE LOCAIS RESERVADOS AOS MERCADOS E FEIRAS

A ocupação e utilização de locais reservados a mercados e feiras é uma receita não fiscal,
normalmente considerada como uma fonte de receitas primárias para os municípios. Esta é
considerada uma das maiores fontes de receitas não fiscais depois das somas das taxas
relacionadas como um ciclo de DUAT (atribuição do DUAT, licenças de construção e o IPRA).
Para ser uma contribuinte de taxa de mercado munícipe /vendedor deve solicitar, à direcção de
finanças do município, a licença anual para a exploração de um local dentro do mercado; apos
aprovação e concessão da licença de pagamento de um valor pela licença anual, o
munícipe/vendedor tem o direito de explorar uma banca e a partir dai pagar as taxas de bancas e
barracas, que podem ser diárias ou mensais, segundo a negociação entre o vendedor, a
associação de vendedores do mercado e o município. Esta licença pode ser precária (para
vendedores ambulantes) ou anual (para vendedores permanentes).

As receitas provenientes dos mercados e feiras representam uma grande parte de receitas
próprias não fiscal da maior parte das autarquias moçambicanas. Contundo o efeito líquido da
tributação das bancas, barracas e transacções nos mercados é bastante menos do que peso
relativo desta receita no orçamento municipal. Para além disso uma tributação exagerada nos

38
mercados pode produzir efeitos sociais indesejáveis, nomeadamente sobre as camadas mais
pobres, por exemplo, no sentido de encarecimento dos produtos básicos.

39
CAPITULO 4

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

4.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MUNICÍPIO

4.1.1 ÓRGÃOS DO MUNICÍPIO DA CIDADE DA MATOLA


A Assembleia Municipal (AM) é composta por 43 membros (distribuído por 5 comissões de
trabalho). A AM realiza cinco sessões ordinárias por ano, sendo a primeira e ultima destinada,
respectivamente, à aprovação do relatório de contas do ano anterior e à aprovação do plano de
actividades e do orçamento do ano seguinte.

No intervalo entre as sessões, o funcionamento da AM é assegurado pela Comissão Permanente,


constituída pela Mesa da Assembleia e Chefe das Bancadas

O Conselho Municipal da Matola (CMM) é órgão executivo colegial do Município da Cidade da


Matola e é constituído por um presidente (Calisto Cossa) e 9 Vereadores, distribuídos pelas
seguintes áreas:

 Construção Urbanização e Salubridade;

 Desenvolvimento Rural e Ambiente;

 Administração Municipal e Recursos Humanos;

 Transporte e Comunicação;

 Sinalização;

 Industria, comércio e Turismo;

 Finanças e Património, Mercado e Abastecimento;

 Desporto, Juventude e Tempos Livres.

No Exercício das suas actividades, cada vereador supervisiona os respectivos serviços


bem coordena e articula as actividades cuja competência é exclusiva no CM.

40
4.2 Áreas de Mobilização das Receitas do Município da Matola

As principais áreas de mobilização da receita no conselho municipal são: Transporte e


comunicações, Industria comércio e Turismo, sendo a área de Mercado; Construção Urbanização
e Salubridade e Finanças e Património, Mercado e Abastecimento, sendo que área de mercado e
abastecimento, é até o momento a principal área de mobilização da receita, visto que a maior
fonte de receita próprias do Município da Matola Provém das receitas não fiscais (Utilização e
Ocupação dos Locais Reservados a Mercados e Feiras).

 A área de transporte e comunicações: é responsável pela mobilização da receita nos


sectores relacionados aos sectores de comunicação e transporte.
Ex: mobilização das receitas provenientes do imposto sobre veículos e automóveis
(IAV);
 A área da indústria comércio e turismo: é responsável pela mobilização da receita nos
sectores relacionadas as áreas industriais, turística e comercial do município.
Ex: Mobilização das receitas provenientes do imposto predial Autárquico (IPRA) e da
Taxa por Actividade Económica (TAE);
 A área de construção e salubridade: é responsável pela mobilização da receita n sector da
receita nas áreas de salubridade, urbanização e construção.
Ex: Mobilização das receitas provenientes da Licença do Uso e Aproveitamento do Solo
Autárquico (DUAT),
 A área de Mercado e Abastecimento: Constitui a até então a principal área de
mobilização de receita no município da Matola, pois as receitas arrecadas através dos
impostos mobilizados por esta área (ocupação e utilização dos Locais reservados a
mercados e Feiras), constitui a principal fonte de receita próprio do município.
 A área de Finanças e Património: é responsável pelas gestões do sistema fiscal a do
município

4.3 PERFIL DA RECEITA MUNICIPAL NO PERÍODO 2015 -2017

O município da Cidade da Matola, têm como meta organizar a participação dos cidadãos na
solução dos problemas próprios das comunidades e promover o desenvolvimento local, e para
isso aconteça é necessário que haja receita à disposição do município. As receitas do município

41
provêm de receitas próprias (receitas fiscais e receitas não fiscais), transferências do Estado
(FCA, FILL e Fundo de estradas) e de fundos externos ou doações (fundo de cooperação
Espanhola).

No período 2015-2017 o Município da Matola, arrecadou para as receitas do Município um total


313.6 milhões de MT, das receitas arrecadadas 139,2 milhões de meticais correspondem as
receitas fiscais e os restantes 174,6 milhões de meticais as receitas não fiscais, totalizados 316.6
milhões de meticais. Este resultado foi alcançado com o empenho e colaboração de todos os seus
quadros, afectos nos diferentes sectores da instituição.

O valor junta-se aos 326 milhões de transferências do Estado para garantir o funcionamento da
autarquia e financiar projectos de geração de renda.

Paralelamente à actividades de cobrança de receita, foram realizadas varias acções no âmbito da


maximização da base tributária, destacando-se as campanha de educação fiscal que abrangiu os
funcionários da instituição e munícipes, A actualização e organização do cadastro do
contribuinte, melhoramento das infra-estruturas municipais, desconcentração dos serviços fiscais
e sessões de orçamento participativo.

Tabela: Nível de arrecadação de receitas próprias do Conselho Municipal nos Períodos


(2015-2017)

Anos Receitas Peso Receitas não Peso Total das


Fiscais Fiscais Receitas
(%) (%)
Próprias

2015 12,2Milhões 1,3% 62Milhões 46,3% 58.5 Milhões

2016 46,3Milhões 2,3% 70,6Milhoes 49,6% 95.3Millhões

2017 80,7Milhões 6,7% 150Milhões 78,5% 230,7Milhões

Total 139,2 44% 174,6 56% 313.6


Milhões Milhões Milhões

Fonte: Elaborada pela autora, com base nos relatórios de execução orçamental

42
Olhando para A tabela acima, podemos notar que as receitas próprias arrecadadas no Município
da Matola tende a crescer de ano a cada ano. Outra constatação apreendida com a tabela é que as
receitas não fiscais (licença de Utilização e Ocupação dos Locais Reservas a Mercados e Feiras)
têm tido maior peso nas receitas próprias com um peso total de 56%, tornando-se deste modo na
maior fonte de receita arrecadada internamente no município.

No geral, como se pode depreender no quadro acima, as receitas próprias arrecadadas no período
tiveram um crescimento exponencial ano após ano, mas não têm servido para tapar o buraco
orçamental deixado pela redução das transferências financeiras governamentais.

Para consubstanciar os dados acima, de acordo com o Sr. Estevão Mulungu- Director do
departamento de Finanças e Património: “ arrecadação de receitas próprias de vindo a crescer
ano após ano, mais ainda contínua fraca, as transferências governamentais continua sendo a
principal fonte de receita do município”.

A dependência do município em relação as transferências fiscais governamentais pode reduzir a


autonomia financeira municípios ate certo ponto. Este raciocínio corrobora com a visão de
Nguenha (2009), segundo a qual enquanto grande parte dos das receitas municipais forem
financiadas pelas transferências do governo central, estes continuarão com grande expressão
sobre as decisões locais. Nesse caso, as transferências fiscais podem tornar os governos locais
financeiramente dependentes do governo central.

4.4 ESTRATÉGIAS DE MAXIMIZAÇÃO DA BASE TRIBUTARIA

As estratégias desenvolvidas pelo Conselho municipal da Cidade da Matola com vista o


incremento da receita fiscal através da maximização da base tributária local, começaram a ser
elaboradas no primeiro mandato do actual elenco municipal e não em 2015 quando o governo
central começou reduziu a transferências financeira destinada ao município.

Segundo o nosso entrevistado, o actual elenco municipal liderado por Calisto Cossa definiu dos
principais objectivos do actual quinquénio de governação que está prestes a findar era maximizar
a base tributaria local torná-la mais eficiente e eficaz e a longo prazo as transferências
governamentais deixar de ser a principal fonte de receita do município.

43
Neste contexto estão a ser desenvolvidas e implementadas as seguintes estratégias:

 Educação fiscal;
 Reforço da capacidade, humana e material do Município;
 Organização e Actualização do cadastro dos contribuintes e
 Orçamento Participativo/ Governação sem Paredes

“Estas acções têm contribuído para o incremento da receita local, porem as mesmas não são
suficiente para o financiamento das despesas do município, nem para tapar o buraco orçamental
que a redução das transferências financeira governamental tem deixado no município” Yolanda
Manhiça (chefe do sector de finanças):

4.4.1 EDUCAÇÃO FISCAL

A educação Fiscal é um programa que o Concelho Municipal da Matola (CMM), tem


desenvolvido ao nível da autarquia, com objectivo de disseminar informações e conceitos sobre a
gestão fiscal, favorecendo a compreensão e a intensificação da participação social no processo de
geração, aplicação e fiscalização dos recursos públicos.

Para atingir os munícipes e seus diversos segmentos, uma série de acções estão sendo
desenvolvidas, no município da Matola, divididas em cinco grupos alvos:

 Sociais: visam alcançar a todos os tipos de público e a sociedade em geral;


 Educacionais: visam alcançar os profissionais da educação e estudantes;
 Tributarias: Visam alcançar os contribuintes dos tributos;
 Organizacionais: Visam alcançar as entidades que tratam dos tributos ou que atuem
estimulando a actividade empresarial ao exercício de cidadania fiscal e
 Institucionais: Visam alcançar o público interno do Concelho Municipal, bem como
outros entes.
Esta acção está sendo desenvolvida com objectivo de desmistificar os impostos que ainda são
vistos como um instrumento de opressão e sem nenhum beneficio social, sensibilizar o cidadão

44
para a função socioeconómica do tributo, facilitar o comprimento das obrigações tributárias pelo
cidadão, incentivar o acompanhamento dos recursos públicos pela sociedade, harmonizar a
relação município-munícipe, e dotar de capacidade técnica aos responsáveis pela cobrança do
imposto no (CMCM). A mesma é materializada através de palestras, roadshow nos bairros,
escolas ou locais de grande aglomerado populacional, capacitação profissional, e atribuição de
bolsas de estudo aos funcionários.

A educação fiscal deve ser um elemento central, na construção de uma base tributária própria
eficiente e eficaz, a base tributária autárquica enfrenta diversos constrangimentos: Em primeiro
lugar, a maior parte dos munícipes não paga imposto, por conseguinte, é necessário educar os
cidadãos a pagar o imposto. A população ainda apresenta certa aversão quando se trata de
questão tributária, de um lado ela encontra certa resistência em cumprir com suas obrigações do
outro lado cobra do Estado mais eficiência pois quer ver o dinheiro público melhor empregado
afinal todos os dias vê maus exemplos sobre seu uso, principalmente no que diz respeito à
corrupção.

Em segundo lugar, quando as populações pagam imposto os mesmos, cumprem o seu dever
fiscal junto das administrações desconcertadas do Estado e não junto dos serviços autárquicos
competentes. Por conseguinte é necessário, organizar campanha de educação cívica pra explicar
às populações que deve pagar os seus tributos autárquicos junto dos serviços competentes das
autarquias locais.

Finalmente, é importante formar os funcionários autárquicos responsáveis por todas as operações


técnicas necessárias para a liquidação e a cobrança de imposto e taxas autárquicas. É através da
educação que o município conscientiza os munícipes sobre a importância dos tributos para a
manutenção das actividades o município, sem as quais nenhum progresso social e económico é
possível.

As campanhas de educação fiscal desenvolvidas pelo município da Matola, desempenha um


papel importante no processo de maximização da base tributária, pois é através dela que o
município sensibiliza a população sobre a importância de contribuírem para o fortalecimento das
finanças autárquicas, bem como a cenarização financeira do município de médio e longo prazo
para garantir a sustentabilidade financeira da autarquia. Neste panorama, a educação fiscal têm

45
contribuído para a maximização da base tributária municipal, através da conscientização e
formação do cidadão, viabilizado e incentivada uma participação fiscal voluntária.

Contudo, mais do que instruir e consciencializar o cidadão sobre cumprimento das suas
obrigações fiscais é necessário que se criem mecanismos de este mesmo cidadão confiar nos
funcionários e instituições municipais o que passa necessariamente, pela diminuição da
hegemonia económica dos detentores dos cargos públicos e dos altos índices de corrupção
institucional, de forma que o cidadão perceba que o seu tributo é usado justamente para a
prossecução dos interesses colectivos e não de uma pequena elite que delapida o erário publico
em benefício próprio.

4.4.2 REFORÇO DA REDE DE INFRA -ESTRUTURAS MUNICIPAIS E DESCONCENTRAÇÃO DOS

SERVIÇOS FISCAIS

O município da Matola têm investido na área de infra-estruturas, destaque vai também para a
construção de raiz do posto administrativo da matola sede, a tesouraria central numa parceria
com o Banco Único que permitiu igualmente a instalação de um balcão para fazer pagamento
dos diferentes serviços sem um contacto directo com o dinheiro por parte dos funcionários. Há
avanços também na área de saneamento e recolha de lixo, onde se aponta a aquisição de meios e
a limpeza das valas de drenagem, construção de estradas, alargamento do fornecimento de
energias eléctrica e abastecimento de água.

“Felizmente os matolenses percebem que o nosso trabalho está a desenvolver o município,


através da aplicação de recursos públicos com ética e eficiências, produzindo efeitos práticos na
vida dos munícipes. Os matolenses têm demostrado que querem mais, e quer mais contribui para
o efeito” anotou Estevão Mulungu

Esta acção tem contribuído no alargamento da base tributária, na medida que garante que as
receitas canalizadas para o município sejam feitas com maior eficiência e com a segurança
necessária, e que o dinheiro arrecadadas entre nos cofres do município.

O Director do Departamento de Finanças e Património do Município da Matola, Estevão


Mulungu, disse que os empreendimentos que têm sido erguidos no município, tem vindo à

46
conferir a edilidade condições para maximizar o potencial contributivo dos munícipes da
autarquia.

“ Procuramos assegurar que todos os que procuram os serviços da edilidade, que implique a
realização de pagamentos legalmente estabelecidos, o façam com necessária segurança e
fidelidade. É nossa perspectiva assegurar que o local onde funcionam os postos de cobrança seja
aprazível e incentive os contribuintes a não adiarem o momento de proceder ao pagamento dos
impostos, taxas e emolumentos municipais devidos. Procuramos sobretudo garantir que as
receitas arrecadadas sejam canalizadas devidamente às contas bancarias tituladas pelo Conselho
Municipal”, referiu, Estevão Mulungu

No que diz respeito às receitas o município tem vindo a descentralizar a cobrança de imposto
predial autárquico para os postos administrativos, o que aproxima os aos munícipes e alarga a
base tributaria. O município estabeleceu parceira com a empresa de telefonia Vodacom para
flexibilizar a cobrança de imposto através da plataforma M-pesa, o que torna o processo de
cobrança mais acessível, conveniente e seguro. O Município da Matola prevê operacionalizar,
uma plataforma online para o pagamento do Imposto Predial Autárquico (IPA) e Imposto de
Veículos (IAV), através do Internent-banking, Mpesa, ou depósito de transferência bancaria,
como forma de aproximar os serviços aos contribuintes

Com o mesmo objectivo, brigadas móveis tem escalado locais de maior aglomeração
populacional e instituições com elevado número de trabalhadores, 37 brigadista de cobrança do
Imposto Pessoal Autárquico (IPA) têm se deslocado aos bairros para garantir a cobrança das
taxas municipais.

4.4.3 ORGANIZAÇÃO E ACTUALIZAÇÃO DO CADASTRO DO CONTRIBUINTE


O município da Matola pretende alargar a base tributaria, através do melhoramento do cadastro
dos contribuintes, sólida e permanentemente actualizável, com envolvimento das autoridades
municipais ao nível dos postos administrativos e bairros.

A edilidade debata-se com uma fraca capacidade para financiar as despesas de funcionamento de
investimento com as receitas próprias devido a ausência de cadastro de contribuinte actualizado

47
“ Precisamos melhorar o cadastro de e contribuinte no âmbito autárquico, criando um cadastro
compreensivo, sólido, permanente e actualizável” disse a chefe do sector de receitas

Esta acção tem em vista garantir a existência de um sistema informático de gestão do


contribuinte e tributo autárquico, só desta maneira o conselho Municipal poderá assegurar que o
valor total das receitas cobradas seja contabilizada e canalizada aos cofres do município, deste
modo, facilitar a programação da sua aplicação.

Além das tarefas operacionais, o cadastro dos contribuinte, permite ao município a conhecer seu
publico s manter contacto com cliente e/utente e construir um relacionamento com eles, avisar
sobre novos serviços municipais enviar informações a um grupo selecto de pessoas traçar
estratégias sólidas de crescimento entre outras coisas. O cadastro do contribuinte é instrumento
importante para o município, pois ajuda a gerir um conjunto de informação e facilita a
organização, o controlo bem como o combate à fuga ao fisco.

4.4.4 ORÇAMENTO PARTICIPATIVO/ GOVERNAÇÃO SEM PAREDES

Orçamento participativo (OP) é um mecanismo governamental de democracia participativa que o


Município da Matola têm vindo a implementar, com o objectivo de permitir que os munícipes
decide sobre o orçamento municipal. Este processo costuma contar com Assembleia abertas e
periódicas e etapas de negociação directa com o governo, no orçamento participativo retira-se
poder da elite municipal repassando-o directamente para os munícipes.

Em 2015, o município da matola lançou a primeira edição do orçamento participativo, uma


ferramenta de governação democrática que preconiza o envolvimento dos munícipes na
identificação e soluções do problema locais.

Com esta iniciativa os municípios da Matola passaram a ter oportunidade de elaborar proposta se
projectos a ser realizados pelo Conselho Municipal.

Para além deste propósito, o orçamento participativo tem também como objectivo a
sensibilização dos munícipes sobre a importância do cumprimento das obrigações fiscais, isto é,
o pagamento dos impostos e taxa tributarias.

48
Para a materialização dos projectos, cada bairro contemplado com a iniciativa têm um valor de
dois milhões de meticais provenientes das receitas municipais.

A escolha dos bairros obedece a critérios como a extensão territorial, número de habitantes e
peso da contribuição fiscal de cada bairro na receita do Conselho Municipal.

Estevão Mulungu, director de finanças do Conselho Municipal, sublinhou que o grande desafio
da autarquia, é a criação de infra-estruturas tais como estradas, Sistemas de drenagem e a
melhoria do saneamento do meio.

No entanto, segundo o director, a materialização destes projectos passa pelo aumento das receitas
fiscais

“ Queremos chamar à consciência dos nossos munícipes a contribuir no aumento das receitas do
município, através do pagamento de impostos e taxas para a materialização dos projectos
escolhidos pelos munícipes” apelou o director

Neste contexto O presidente do Conselho Municipal tem vindo a realizar diversas sessões de
orçamento participativo apelidadas de “ governação sem paredes”, nos diferentes bairros, tendo
permitido auscultar as comunidades sobre os problemas que afligem os munícipes

A escola primaria 8 de Março localizada no posto administrativo da Matola é um exemplo da


contribuição que o orçamento participativo tem trazido para o incremento da receita fiscal e o
incremento da consciência fiscal, 99% dos recursos financeiros utilizados para a construção da
escolha é fruto das receitas fiscal colhidas internamente pagas pelo municípios apenas 1% das
receitas e fonte da doação espanhola.

O envolvimento dos munícipes em acções de elaboração dos planos, orçamentos e no processo


de tomada de decisão tem aproximado os munícipes dos gestores municipais e tem contribuído
para o reforço da democracia local bem como para o reforço da credibilidade institucional,
factores essenciais para gestão fiscal eficiente e eficaz bem com na maximização da base
tributária.

Destaca-se ainda a realização do Observatório Internacional da Democracia Participativa, que


veio dar maior alento às realizações em curso que permite maior envolvimento do cidadão na
tomada de decisões.

49
“ Participei no fórum de participação e orçamentação, fiquei muito feliz de ter participado, sinto
que contribui para o desenvolvimento do meu município, acho que essa actividade tem de
continuar” Mauro Machava, munícipe

Diferente de Mauro, outros munícipes por nos interpelados afirmaram que:

 Os fóruns de participação pública em que definido o orçamento participativo, são


meramente consultivos;
 A participação é mais formalidade do que uma definição de política

Em geral o orçamento participativo tem contribuído para a criação de uma ligação entre os
eleitos municipais e os municípios e tem servido para a sensibilização dos munícipes sobre a
importância do pagamento dos tributos municipais (impostos e taxas) para o financiamento da
provisão de bens e serviços.

50
CAPITULO 5

5.1 CONCLUSÃO

O estudo pretendeu analisar as estratégias adoptadas pelo município da Matola com vista a
maximização da base tributária local no período compreendido entre 2015 e 2017, tendo
colocado a seguinte questão basilar: Em que medida as estratégias adoptadas pelo município
da Matola tem contribuído para a maximização da base tributaria local?

Para responder a esta questão, estabeleceram-se alguns aspectos de natureza teórica e conceptual
que pudessem orientar a busca de respostas sobre o assunto em estudo. Relativamente aos
aspectos teóricos fizemos o cruzamento de duas abordagens: da NGP e Neo- Institucionalismo
Histórico

Do estudo feito constatamos que:

 O Município da Matola, despõe de um potencial tributário muito forte, mas pouco


explorado, esta situação tem deixado o município em situação de dependência financeira
do governo central e de doações.

 As principais fontes de receias próprias do Município da Matola, provém das receitas


fiscais (imposto) e das receitas não fiscais (taxas de mercado, licenças), sendo as receitas
não fiscais têm maior peso no nível de arrecadação.

 No actual ciclo de governação municipal que está preste a findar, o município da Matola
desenvolveu e implementou uma série de estratégias com o objectivo maximizar a base
tributária municipal. As mesmas passam pela conscientização da população sobre a
importância do imposto, formação dos funcionários da autarquia em matérias de
fiscalidade, envolvimento dos munícipes e acções de elaboração de orçamentos e
processos de tomada de decisão, desconcentração dos serviços, reabilitação da infra-
estrutura.

 Estas medidas têm vido a contribuir para o incremento da receita fiscal interna, porém as
mesmas não têm compensado a perda de receita que se verifica com a redução das

51
transferências orçamentárias por parte do governo central. As transferências financeiras
governamentais são até então a principal fonte de receita municipal.

5.1 RECOMENDAÇÕES

No nosso estudo da análise das estratégias implementadas pelo município da Matola no período
(2015-2017), constatamos que as mesmas têm contribuído de forma gradual no aumento das
receitas, porém maximização da base tributária local bem como a redução da dependência
governamental constitui um grande desafio. A autora faz várias recomendações pertinentes, a
saber:

 O governo deveria transferir novas responsabilidades para as autarquias com a


correspondente as transferência de recursos;
 Atribua bolsas de estudos as funcionários municipais, principalmente aqueles ligados a
área de cobrança fiscal;
 Admita funcionários e técnicos qualificados nesta unidade, como por exemplo, em
matéria de legislação e técnicas fiscais;
 Admita funcionários ocupantes por cargo de chefia por critério de desempenho e
capacidade, não por afinidade política;
 Retenha quadros com melhor desempenho;
 Investa em recursos materiais, humanos, e infra-estruturas para melhorar a gestão
financeira municipal;
 Melhore as condições dos mercados da urbe, visto que a taxa de mercado constitui o
maior fonte de receita municipal no momento, infelizmente a maior parte dos mercados
da urbes por nos visitados encontram em situação degradante;
 Melhore as condições de trabalho dos fiscais de mercado; e
 Consolide o uso sistemático de meios informáticos;

52
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MONOGRAFIA

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LEGISLAÇÃO

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Autarquias locais. Maputo, 1997

Lei n°11/97 de 31 de Maio, Lei de Finanças e Património Das Autarquias Locais. Maputo, 1997

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Decreto n°63/ 2008 de 30 de Dezembro, Aprova o Código Tributário Autárquico. Maputo, 2008.

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