Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JUAZEIRO DO NORTE
2014
FRANCISCO HIAGO VIEIRA GRANGEIRO
JUAZEIRO DO NORTE
2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Cariri
CDD 631.4
FRANCISCO HIAGO VIEIRA GRANGEIRO
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Profª. Dra. Ana Patrícia Nunes Bandeira (Orientadora)
Universidade Federal do Cariri (UFCA)
_____________________________________________________
Prof. Dr. João Barbosa de Souza Neto
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
_____________________________________________________
Profª. Dra. Karina Cordeiro de Arruda Dourado
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE).
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar aos meus Pais, Aurino e Iris, pela completa dedicação,
apoio, amor e força que me deram ao longo de toda minha vida.
A Deus por estar sempre ao meu lado me dando forças para alcançar
meus objetivos.
A minha família pelo incentivo que sempre demonstraram.
Aos meus irmãos, Yanna e Isaias, pelo companheirismo e parceria.
Aos amigos: Carlos, Denis, Édipo, Helson, Igor, Richardson, Robério,
Roberto, Rondon, Thiago, Urias, Valmário, Veridiana, Victor e Wanks, por
transformarem toda a jornada dentro da universidade, em um período de muita
experiência, aprendizado e diversão.
A Professora Ana Patrícia Nunes Bandeira pela orientação, paciência e
atenção oferecidas durante o desenrolar deste trabalho.
A bolsista do Laboratório de Mecânica dos Solos, Laís Chaves, pela
grande ajuda e disponibilidade na realização dos ensaios.
A aqueles que não citei, mas que contribuíram para minha formação e
para realização deste trabalho.
RESUMO
Expansive soils are unsaturated soils that have increased in volume when placed in a position
to absorb water. This process will result in horizontal and vertical movement that can cause
irreversible damage to a work. This paper aims to present the geotechnical characteristics of a
potentially expansive soil in the municipality of Juazeiro-CE and understand the pathologies
occurring in a building through a case study. In this work edométricos tests in order to check
the free expansion of the soil and its tension expansion were used. The results showed that the
soil is a silt of high compressibility - MH, IP 35%. The free expansion tests were performed
on three specimens and showed an average increase of 18.5%, being ranked as high ground
expansion, according to Seed et al (1962); already assays expansion strain showed a mean
stress of 377 kPa. Tests on shear strength provided cohesion intercept of 15 kPa and frictio n
angle (φ) of 25.7 ° for the samples tested in the flooded condition. To understand the
pathologies occurring in a seated residence on this ground, the calculations of the transmitted
to the ground and its allowable stress, which was 114 kPa tensions were performed. Through
this step it was found that most blocks above the foundation transmit permissible voltage and
the ground voltage to all the blocks transmitted to the lower expansion tension soil stresses.
This analysis enabled the understanding of the tensions of the pathologies found in the
building, which according to this study, are directly related to soil expansion potential and
tensions transmitted by construction.
Figura 1-Fissura inclinada na alvenaria da Escola Anália de Almeida Souza Lima, localizada
em Santo Amaro – BA. ........................................................................................................ 11
Figura 2 - Trincas de ressecamento em solo expansivo - Petrolândia Pernambuco. ............... 14
Figura 3 - Provável ocorrência de solos expansivos no Brasil. .............................................. 17
Figura 4 - Absorção de água por argilominerais do tipo 2:1:(A) não expansivo (ilita); .......... 18
Figura 5 - Classificação da expansibilidade de materiais argilosos de WILLIANS e
DONALDSON (1980) a partir do índice de atividade de Skempton. .................................... 22
Figura 6 - Esquema simplificado da célula edométrica utilizada no ensaio de expansão livre.
............................................................................................................................................ 23
Figura 7 - Manifestações patológicas do tipo fissuras. .......................................................... 25
Figura 8 – Fissuras provocadas por recalque ........................................................................ 29
Figura 9 - Trincas provenientes de levantamentos em forma de prato. .................................. 31
Figura 10 - Fissuras em paredes decorrentes de levantamento de tipo cúpula. ....................... 31
Figura 11 - Fissura diagonal em vértice superior de porta em casa do bairro Tiracolo,
Araci/BA. ............................................................................................................................ 32
Figura 12 – Fissura inclinada em Casa do bairro Tiracolo, Araci/BA. ................................... 33
Figura 13 - Área do estudo. .................................................................................................. 36
Figura 14 - Retirada de amostra indeformada (A) Local da coleta, (B) Abertura da trincheira,
(C) Moldagem do bloco, (D) envolvimento com papel alumínio, (E) Revestimento com tecido
e parafina, (F) Armazenamento em caixa de madeira............................................................ 38
Figura 15 - Curva granulométrica. ........................................................................................ 39
Figura 16 - Gráfico do ensaio de LL. .................................................................................... 40
Figura 17 – Carta de Plasticidade. ........................................................................................ 42
Figura 18 - Prensa edométrica do laboratório de mecânica dos solos da UFCA. ................... 43
Figura 19 - Curva tempo x Deformação - Amostra 1. ........................................................... 44
Figura 20 - Curva tempo x Deformação - Amostra 2. ........................................................... 45
Figura 21 - Curva Tempo x Deformação – Amostra 3........................................................... 45
Figura 22 - Curva tensão x Deformação volumétrica da amostra 1. ...................................... 47
Figura 23 - Curva Tensão x Índice de vazios da amostra 1. ................................................... 48
Figura 24 - Curva tensão x Deformação volumétrica da amostra 2. ...................................... 48
Figura 25 - Curva tensão x Índice de vazios amostra 2. ........................................................ 49
Figura 26 - Curva Tensão x Deformação volumétrica da amostra 3. ..................................... 49
Figura 27 - Curva Tensão x Índice de vazios amostra 3 ........................................................ 50
Figura 28 - Curva Tensão versus Deformação. ..................................................................... 51
Figura 29 - Curva Tensão versus Índice de vazios. ............................................................... 51
Figura 30 - Gráfico Deslocamento Horizontal versus Tensão Cisalhante. ............................. 53
Figura 31 - Envoltória de resistência – Tensão normal versus Tensão cisalhante ................... 53
Figura 32 – Planta baixa da casa em estudo. ......................................................................... 55
Figura 33 - Fachada lateral da casa em estudo. ..................................................................... 56
Figura 34 - Fenda vertical no muro ...................................................................................... 56
Figura 35- Fissuras Inclinadas nas paredes ........................................................................... 57
Figura 36 - Levantamento e abertura de piso ........................................................................ 57
Figura 37- Rachadura em extremidade de esquadria ............................................................. 57
Figura 38 - Modelo estrutural. .............................................................................................. 58
Figura 39 - Esforços nos apoios em kgf e cm. ...................................................................... 59
Figura 40 - Projeção da fundação. ........................................................................................ 60
Figura 41- Bulbo de Tensões. ............................................................................................... 64
Figura 42 - Perfil das tensões abaixo do bloco 14. ................................................................ 65
Figura 43 – Perfil das tensões abaixo do bloco 9. ................................................................. 65
Figura 44 – Curvas para cálculo dos deslocamentos verticais. .............................................. 66
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
Figura 1-Fissura inclinada na alvenaria da Escola Anália de Almeida Souza Lima, localizada
em Santo Amaro – BA.
1.2 Objetivos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 4 - Absorção de água por argilominerais do tipo 2:1:(A) não expansivo (ilita);
(B) expansivo (montmorilonita).
Do ponto de vista químico, LAESPIGA (2001) explica que a expansão das argilas
é resultado da estrutura de cátions adsorvidos. Segundo o autor duas fases de expansão podem
ser observadas nas argilas secas. Na primeira, a água hidrata os cátions trocáveis produzindo
um acréscimo do espaçamento basal do argilomineral, sendo essa expansão conhecida como
intracristalina. Na segunda fase, ocorre a expansão osmótica, resultada da diferença entre as
concentrações de cátion e a superfície das camadas de argilas e das águas dos poros,
provocando a repulsão elétrica que acontece entre duas camadas elétricas.
2010). Estes métodos podem ser classificados em duas categorias, sendo estas: técnicas diretas
e técnicas indiretas.
As técnicas indiretas recorrem a ensaios laboratoriais, objetivando principalmente
a determinação da constituição mineralógica dos materiais argilosos, entre estas estão:
a) Difração de Raios-X: Tal ferramenta se presta a estudos detalhados da estrutura
cristalina de materiais. Comparando-se o padrão de difração de uma substância
desconhecida com a de substãncias puras padrão, pode-se realizar sua
identificação de maneira rápida (PEREIRA, 2004).
b) Limites de Atterberg: a expansibilidade pode ser analisada baseando-se no
índice de plasticidade, conforme pode ser visto na Tabela 2.
c) Análise térmica gravimétrica: consiste no aquecimento da argila à velocidade
constante, sendo que o aparelho encontra-se conectado a uma balança, permitindo
o registro das variações de massa em função da temperatura (SANTOS, 1989).
d) Adsorção de azul de metileno: Como o azul de metileno não é adsorvido pelos
minerais inertes, possibilita determinar a atividade dos argilominerais nos solos
sem ter que separá-los do material restante. Esse procedimento é utilizado para
vários fins, como exemplo, para avaliar a superfície específica e CTC (capacidade
de troca catiônica) de materiais argilosos.
e) Atividade: SKEMPTON (1953) considerou 5 grupos de solos (Figura 5) com
base nos valores do índice de atividade (razão entre o índice de plasticidade e a %
da fração argila) em função do tipo de argilomineral e afirma que a maior
atividade dos argilominerais fornece um maior potencial de expansão.
Tabela 2 - Relação entre o potencial de expansão e índice de plasticidade segundo SEED et al.
(1962).
Potencial de expansão Índice de Plasticidade
Baixa 0 – 10
Média 10 – 20
Alta 20 – 35
Muito alta 35 ou mais
Fonte: SILVA (2013).
22
Baixo 0 – 10 0 – 1,5
Médio 10 – 20 1,5 – 5,0
Alto 20 – 35 5 – 25
Muito Alto >35 >25
Fonte: SANTOS (2010).
Nesse estudo, serão tratadas em especial as fissuras ou trincas, já que são elas as
principais manifestações patológicas nas edificações, decorrentes dos problemas de
fundações.
g) Alterações químicas.
necessária, além de onerosa, muito complicada, uma vez que o acesso a esses elementos na
grande maioria dos casos é difícil. Diante desses fatores, conhecer e prevenir as patologias
devido às fundações é extremamente importante. SCHWIRCK (2005) exemplifica como erros
comuns de concepção de fundações e suas consequências:
a) Tensões de contato excessivas, incompatíveis com as reais características do
solo, resultando em recalques inadmissíveis ou ruptura.
b) Fundações em solos/aterros heterogêneos, provocando recalques diferenciais;
c) Ocorrência de atrito negativo não previsto, reduzindo a carga admissível
nominal adotada para a estaca;
d) Estacas apoiadas em camadas resistentes sobre solos moles, com recalques
incompatíveis com a obra;
e) Estacas de tipo inadequado ao subsolo, resultando mau comportamento;
f) Fundações sobre solos compressíveis sem estudo de recalques, resultando
grandes deformações;
g) Fundações apoiadas em materiais de comportamento muito diferente, sem
junta, ocasionando o aparecimento de recalques diferenciais;
h) Fundações apoiadas em crosta dura sobre solos moles, sem análise de
recalques, ocasionando a ruptura ou grandes deslocamentos da fundação.
Fonte:LEÂO (2010).
BURLAND et. al. (1977) apud SANTOS (2010) sugerem valores de recalques
diferenciais e de recalques totais limites, aplicáveis aos casos de estruturas usuais, separando
os casos de fundações apoiadas em areias e argilas (Tabela 5).
estimativa realizada por ele na época, danos causados por solos expansivos excedem os danos
anuais combinados devidos a terremotos, inundações, furacões e ciclones.
Conforme (CAMPOS e BURGOS, 2004) os solos expansivos podem causar
sérios danos às obras de engenharia principalmente quando esses materiais não são
considerados de forma adequada nas etapas de projeto e execução da obra. A expansão do
solo resultará em movimentos horizontais e verticais que poderão causar danos irreversíveis a
uma obra, caso as tensões impostas pelo carregamento não sejam suficientes para contrapô-los
ou as estruturas não apresentem resistência e rigidez suficientes para suportar os acréscimos
das tensões resultantes da expansão.
Segundo MONTEIRO (2006) os danos que podem ocorrer em uma estrutura
(edificações e pavimentos) sobre um solo expansivo dependerão de como se processará as
variações da umidade, que raramente ocorrerão de forma uniforme.
O DEPARTMENT OF THE ARMY (1983) apud SANTOS (2010) apresenta
alguns tipos de padrões de movimentos resultantes das variações volumétrica em solos
expansivos, que podem ser identificados pelas orientações das fissuras e trincas observadas
nas estruturas. Os padrões mais comuns são:
a) Levantamento de borda: Também chamado de levantamento em forma de prato.
Este tipo de movimento é caracterizado por maior levantamento ao longo do
perímetro da estrutura. As trincas resultantes tendem a convergir para a parte
superior da estrutura (Figura 9).
b) Movimento em forma de cúpula: Caracterizado por maior levantamento em
direção ao centro da estrutura. Estes padrões de movimentos fazem os painéis de
alvenaria se deslocarem para fora, resultando em fissuras horizontais, verticais e
diagonais, com as maiores próximas ao topo. A cobertura tende a reter a rotação
proveniente dos movimentos diferenciais verticais, conduzindo a trincas horizontais
adicionais no topo da parede, próximas à coberta (Figura 10).
31
romperam e por vezes levantaram devido à falta de juntas de expansão. Fraturas diagonais que
se desenvolvem abaixo e acima de esquadrias (Figura 11) também são um forte indicativo de
movimentos de expansão.
A expansão e contração de terra (solo) debaixo de uma estrutura tendem a
provocar uma significativa tensão que causa danos estruturais severos. SANTOS (2006)
afirma que alguns danos severos relatados em estruturas podem ser relacionados à presença de
solos expansivos, como:
a) Calçadas inteiramente erguidas;
b) Asfaltos e ruas rasgados e com distorções sem precedentes;
c) Desabamentos de casas e pontes;
d) Fissuras nas paredes e nos pavimentos (Figura 12);
e) Outras estruturas danificadas severamente.
b) Laje nervurada rígida: Trata-se de construir a edificação sobre base rígida de tal
forma que, embora sofrendo os movimentos do solo, as distorções na estrutura
sejam minimizadas.
a) Molhagem prévia: O conceito desta postura é fornecer água ao solo para que a
expansão ocorra antes da construção. Em solos expansivos de baixa
permeabilidade (a maioria) o processo de infiltração é lento de modo que o
alcance é limitado. Para evitar que o tratamento deixe a superfície do terreno
impraticável é preciso fazer a molhagem a partir de uma capa de solo permeável.
Para aumentar o alcance do procedimento podem ser usadas colunas permeáveis.
Esta postura é rejeitada pela maioria dos especialistas.
35
Figura 14 - Retirada de amostra indeformada (A) Local da coleta, (B) Abertura da trincheira,
(C) Moldagem do bloco, (D) envolvimento com papel alumínio, (E) Revestimento com tecido
e parafina, (F) Armazenamento em caixa de madeira.
Fonte: O AUTOR.
Os valores apresentados pelo solo foram 69% para o LL e 41 % para LP, obtendo-
se assim, um índice de plasticidade (IP) de 28%, e um índice de atividade de 0,6.
Correspondendo a um solo plástico com um potencial de expansão classificado como alto,
tanto pelos critérios de SEED et al. (1962) como pelo de WILLIANS E DONALDSON
(1980) comentados no item 2.1.4.
Fonte: O AUTOR.
Neste trabalho a etapa de expansão livre foi alcançada inundando a amostra com
água destilada, sob a tensão de 2,50 kPa. Para isto, após a regularização da célula na prensa,
foi aplicada uma carga de 100 g, conduzindo a tensão de 2,5 kPa, e medidas as deformações
de compressão. Após a estabilização dessas deformações, verificada a partir da curva de
deformação (e) versus tempo (t), deu-se inicio a inundação do solo. Esta inundação ocorreu
de forma lenta, adicionando-se água através de um dreno, existente na base da célula.
Verificou-se que imediatamente após a inundação, as amostras passaram a apresentar
deformações de expansão, sendo estas verificadas a partir do extensômetro, em intervalos de
tempo (Δt) consecutivos, tal que Δt/t=1, até que a deformação entre estes dois intervalos fosse
inferior a 5% da deformação total ocorrida até o tempo anterior (estabilização da amostra).
As três amostras ensaiadas apresentaram, em média, umidade inicial de 7,29%. A
Amostra 1 apresentou deformação de expansão de 17,01% calculada a partir da inundação,
levando 44 horas para estabilizar. Já a Amostra 2 expandiu 18,6%, levando 40 horas para
estabilizar. A Amostra 3 apresentou deformação de expansão de 19,8% e estabilizou em 38
horas após o início da inundação. As Figuras de 19 a 21 apresentam os resultados desse
ensaio.
-11.0
-9.0
-7.0
-5.0
-3.0
-1.0
Deformação(%)
-11.0
-9.0
-7.0
-5.0
-3.0
-1.0
-16.0
Deformação(%)
-11.0
-6.0
-1.0
1 10 100 1000 10000
Tempo (min.)
0.450
Tensão de
0.400 Expansão
ÍNDICE DE VAZIOS
0.350 Expansão
0.300 Livre
0.250
0.200
0.150
0.100
1 10 100 1000
TENSÃO VERTICAL (kPa)
Livre Expansão
-10.0
-8.0
-6.0
-4.0
-2.0
0.0
2.0
1 10 100
TENSÃO VERTICAL (kPa)
49
0.400 Tensão de
0.350
Expansão
Expansão
ÍNDICE DE VAZIOS
0.300
Livre
0.250
0.200
0.150
0.100
1 10 100 1000
TENSÃO DE CONSOLIDAÇÃO (kPa)
Livre
-10.0
-8.0
-6.0
-4.0
-2.0
0.0
2.0
4.0
1 10 100
TENSÃO VERTICAL (kPa)
50
0.450
Tensão de
0.400
Expansão
0.350 Expansão
ÍNDICE DE VAZIOS
Livre
0.300
0.250
0.200
0.150
0.100
1 10 100 1000
TENSÃO DE CONSOLIDAÇÃO (kPa)
1.0
Compressão
2.0
DEFORMAÇÃO (%)
3.0
4.0
5.0
Descompressão
6.0
1 5 50 500 5000
TENSÃO VERTICAL (kPa)
0.270
0.260
0.250
0.240 Descompressão
0.230
0.220
1 10 100 1000
TENSÃO VERTICAL (kPa)
52
Ensaio de Cisalhamento
140
120
Tensão Cisalhante (kPa)
100
80
50 kPa
60
100 kPa
40
150 kPa
20 200 kPa
0
0 5 10 15
200
y = 0.4924x + 14.899
R² = 0.9898
150
Tensão Cisalhante (kPa)
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
(ϕ) de 25,7º. Esses parâmetros foram utilizados para o cálculo da capacidade de carga e da
tensão admissível do solo, conforme está apresentado no item 4.4 deste trabalho. A tabela 10
apresenta os parâmetros das quatro amostras utilizadas no ensaio.
Fonte: O AUTOR
56
Fonte: O AUTOR
Fonte: O AUTOR
57
Fonte: O AUTOR
Fonte: O AUTOR
Fonte: O AUTOR
58
Fonte: O AUTOR
59
Após aplicação das cargas foram impostas às restrições nos apoios dos pilares,
para finalmente ser processado o modelo. A Figura 39 apresenta os esforços encontrados na
fundação após o término da análise estrutural do modelo. A numeração dos blocos de
fundação foi feita conforme a Figura 40.
Fonte: O AUTOR
60
Fonte: O AUTOR
Onde:
σ trans.: Tensão Transmitida;
F: Força vertical;
A: Área da base do bloco;
M: Momento;
W: Módulo de resistência elástico da base da fundação, dado pela equação 2:
³
W= (2)
Onde:
L: Lado do bloco quadrado.
A capacidade de carga (qult) do solo, neste estudo, foi calculada para condição de
solo inundado, e conforme indicado por TERZAGHI (1943), para o caso de uma fundação
rasa, de seção quadrada, conforme apresenta a Equação 3:
, ,
σ = ƞ
(3)
Onde:
c: Coesão do solo;
γ: Peso específico efetivo do solo;
B: Menor dimensão da fundação;
H: Profundidade de assentamento;
Nc, Nq, Nγ: coeficientes de capacidade de carga.
σadm: Tensão admissível do solo;
ƞ: Coeficiente de segurança.
62
σ = ƞ
(4)
Onde:
σadm: Tensão admissível do solo;
ƞ: Coeficiente de segurança.
Para este estudo, considerou-se o caso de ruptura localizada, já que este apresenta
uma transição entre a ruptura generalizada (comum em solos compactos e rijos) e a por
puncionamento ( comum em solos moles). Adotando este caso de ruptura, e os valores de
ângulo de atrito (ϕ’) e de coesão (c’) dados a partir das equações 5 e 6:
( )= ( ) (5)
′= (6)
Δw = εz . Δh (7)
Fonte: O AUTOR.
BLOCO 14
TENSÃO (KPA)
0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0
-0.35
13.3
1.15 20.0
22.8
29.5 48.5 104.8
1.65
36.1 50.5
2.15 42.8 55.5
2.65 49.4 56.3
56.1 61.0
3.15
62.7 66.2
3.65 69.4 72.1
BLOCO 9
TENSÃO (KPA)
0.0 50.0 100.0 150.0 200.0 250.0
-0.35
0.15 Tensão geostática
Tensão total
0.65 13.3
20.0
1.15
PROFUNDIDADE( M)
22.8
29.5 226.8
1.65 76.8
36.1 71.8
2.15 42.8 74.4
2.65 49.4 66.5
56.1 68.3
3.15
62.7 71.5
3.65 69.4 76.3
Para o cálculo do levantamento (l) será considerado que as camadas do solo sob a
fundação estão saturadas, obtendo-se assim o máximo potencial de expansão para as
condições de carregamento do solo, sendo assim, os Valores de deformações especificas (εz)
utilizados para este cálculo serão provenientes do ensaio de tensão de expansão para amostra
66
1 (mais próxima da média). Para o cálculo do recalque (r) será considerado que as camadas
do solo sob a fundação encontram-se com umidade de 6,5% mesma do ensaio de compressão
edométrico, os valores de deformação especifica para este cálculo também serão provenientes
deste ensaio (Figura 44).
-20.0
-15.0
DEFORMAÇÃO(%)
-10.0
-5.0
0.0
5.0
1 10 100 1000
TENSÃO VERTICAL (kPa)
O reparo das fissuras e trincas presentes na edificação em estudo pode ser realizado a
partir de técnicas como grapeamento e vedação com argamassas e/ou resinas, porém o simples
fechamento das fissuras não resolve o problema, uma vez que, novas fissuras continuarão
surgindo enquanto o problema da expansão do solo não for tratado.
Sanar o problema advindos da expansão do solo no caso estudado se mostra uma
tarefa de difícil execução, porém conforme o exposto no item 2.2.5, algumas medidas podem ser
tomadas como forma de mitigar esses efeitos, podendo ser citadas:
a) remover as árvores e gramado no entorno da residência;
b) despejar as águas pluviais a uma distância de 2 a 3 metros da construção;
c) Impermeabilizar toda a área do terreno;
d) reforçar as vigas da fundação da casa, deixando-as mais rígidas;
e) desviar águas servidas e pluviais advindas que se concentravam no muro da
edificação em análise.
68
5.1 Conclusões
se iniciar a obra, por exemplo uma das maneiras de evitar o surgimento de patologias devido a
expansão do solo seria a substituição do solo expansivo por outro solo compactado.
Vale aqui destacar que investigações geotécnicas sobre solos problemáticos
(expansivos, colapsíveis) em regiões do semiárido devem sempre ser utilizadas, pois o clima
da região favorece a ocorrência destes tipos de solo. O local de estudo deste trabalho, por
exemplo, fica muito próximo do conjunto habitacional Minha Casa Minha Vida, o que
possivelmente pode sofrer essas patologias, visto que essas obras de pequenas cargas,
geralmente não são adotadas de investigações geotécnicas de detalhe.
REFERÊNCIAS
______. Cargas para o cálculo de estruturas de edificações – Procedimento. NBR 6120. Rio
de Janeiro. 1980.
______. Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. NBR 6118. Rio de Janeiro. 2003’
______. Solo – Análise Granulométrica – Método de ensaio. NBR 7181. Rio de Janeiro.
1984.
______. Solo – Determinação do Limite de Liquidez – Método de ensaio. NBR 6459. Rio de
Janeiro. 1984.
______. Solo – Determinação do Limite de Pasticidade – Método de ensaio. NBR 7180. Rio
de Janeiro. 1984.
BENTO, P.F. Uso de cal e fibras na melhoria de materiais para utilização em estruturas
de pavimentos. 2006. 120 p. Dissertação (Mestrado em engenharia civil) – Universidade de
Brasília, Brasília, DF, 2006.
HOLLAND, J. E. & LAWRENCE, C. E. (). Seasonal heave of Australian clay soil. Proc.
4th Int. Con. Expansive Soil, Denver, 1980.
HOLTZ, W.G. & GIBBS, H.J. Engineering properties of expansive clays. Transactions of
the American Society of Civil Engineers 121, 641-663, 1956.
I.S.R.M. - ENTER. SOC. FOR ROCH MECH. Commission on swelling rock and working
group on swelling rock of the commission on tasting methods. Suggested methods for
laboratory testing of argillaceous swelling rocks. Abstr. Vol. 26. N 5. p. 415-426.
JUSTO, J.L.A.; DELGADO, A. & RUIZ, J. The influence of stress-path in the collapse-
swelling of soils at the laboratory. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON
EXPANSIVE SOILS, 5., Adelaide, 1984. Proceedings, 1984.
72
MAHLER, C.F. Análise de obras assentes em solos colapsíveis e expansivos. 1994. 267p.
Tese (Doutorado em engenharia civil) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ. 1994.
MARCELLI, Maurício – Sinistro na Construção Civil – Editora PINI, São Paulo, março
2010.
RAO, R.R.; RAHARDJO, H. & FREDJUND, D.G. (1988). Close fromheave solutions for
expansive soils. J. Geotechnol. Eng.A.S.C.E.
SANTOS, P. S. Ciência e tecnologia de argilas. 2º. Ed. São Paulo, 1989. Edgard Blucher. V1.
408 p.
SKEMPTON, A. W. The Colloidal Activity of Clays. Proc. III Inter. Conference on Soil
Mechanics an Foudation Engineering. Zurich, 1953, Vol. 1, p.57-61.
IBANEZ, J.P. Modelagem micro-mecânica discreta de solos residuais. 2008. 394 f. Tese
(Doutorado em Engenharia Civil) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2008.
TERZAGHI, K.. “Theoretical Soil Mechanics”. Jonh Wiley and Sons, Inc. London, 1943,
510p.
VARGAS, M., GONCALVES, H. H., SANTOS, N.B. e MARINHO, F. A.M. Expansive Soils
in Brazil. Suplementary Contributions by the Brazilian Society for Soil Mechanics. 12th
Int. Conf. on Soil Mech. and Found. Engin., Rio de Janeiro, 1989.
74
α α
Φ(graus) Nc Nq Nγ Φ(graus) Nc Nq Nγ