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Relatório de debate 1

A pobreza extrema no mundo é um problema que diz apenas respeito aos países
subdesenvolvidos. É da responsabilidade desses países criar as infraestruturas, desenvolver
tecnologia e criar progresso económico que vise a sua irradicação.
Podemos definir pobreza como condição humana caraterizada por privação sustentada
ou crónica de recursos, capacidades, escolhas, segurança e poder necessários para o gozo de um
adequado padrão de vida e outros direitos civis, culturais, económicos, políticos e sociais
(Comissão sobre Direitos Sociais, Económicos e Culturais, das Nações Unidas, 2001), e definir
pobreza extrema como uma situação onde as pessoas não veem satisfeitas as necessidades
básicas à sua sobrevivência. O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos
de 1 dólar americano por dia (em paridade do poder de compra). Atualmente, os países que
apresentam maiores percentagens de população que vive neste estado de pobreza extrema são os
países subdesenvolvidos, países estes que possuem, em parte, responsabilidade por estes
números.
Por um lado, existem fatores como a corrupção e as instabilidades e crises políticas, que
agravam a situação da população do país, visto que se se viver num ambiente instável, se torna
consideravelmente mais difícil progredir. Um exemplo disto é a corrupção política, onde os
altos membros dos governos se envolvem em métodos fraudulentos e desonestos, para ganho
pessoal e de conhecidos ou familiares. Do mesmo modo, a instabilidade política e económica
dificulta o investimento e o desenvolvimento de aspetos da sociedade, pois se esta se encontra
em situação precária, não irá dispor das condições necessárias para que se gerem tantas
oportunidades. Infraestruturas, educação e saúde são áreas fulcrais que são severamente afetadas
pela falta de progresso, mas também rotas comerciais e as transações económicas sofrem com a
constante possibilidade de uma mudança radical no sistema político económico.
Por outro lado, nos tempos de hoje, com a globalização e o desenvolvimento
tecnológico, acontece que a existência de problemas desta magnitude num elevado número de
países implica que a responsabilidade de os resolver seja de todos, visto que os seus efeitos
negativos afetam aspetos globais. Estes problemas são inegáveis e, para os resolver, foram
criados, pela ONU, os ODS: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Nestes objetivos, a
principal referência para combater a pobreza é feita na meta 1.A: “Garantir uma mobilização
significativa de recursos de uma variedade de fontes, inclusive através do reforço da cooperação
para o desenvolvimento, proporcionando meios adequados e previsíveis para que os países em
desenvolvimento (em particular, os países menos desenvolvidos) possam implementar
programas e políticas para acabar com a pobreza em todas as suas dimensões”. Ora, estes
programas e políticas que necessitam de implementação, tornar-se-ão mais e mais eficazes se os
países desenvolvidos, que possuem taxas de pobreza extrema assombrosamente menores,
cooperarem para os executar. Além de que, em resultado da globalização, áreas como a
indústria, o comércio e a economia dependem dos países subdesenvolvidos (visto que são fontes
de matérias-primas, mão de obra, entre outros), também é do interesse pessoal dos países
desenvolvidos que os países com mais problemas encontrem soluções para os mesmos. Por isso,
ao apoiarem a criação de infraestruturas e tecnologias em áreas cruciais como a educação, a
saúde e a economia, estarão a contribuir para um desenvolvimento não apenas local, mas global.
Em suma, apesar de a pobreza extrema ser um problema maioritariamente presente nos
países subdesenvolvidos, e de estes acarretarem parte da responsabilidade de o resolver, esta
não lhes cabe inteiramente a eles.
Maria Lhano, 102947

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