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Resenha crítica das políticas públicas no âmbito da surdez

Diferentes definições explicam o que é política pública. Entretanto, os principais


fundadores da área de políticas públicas como H. Laswell, H. Simon, C. Lindblom, D.
Easton e demais autores convergem acerca de que a política pública intenciona as ações
e análises das ações do governo além de orientar mudanças nas práticas dessas ações,
quando necessário.

Assim, o desenvolvimento de políticas públicas ocorre quando os governos democráticos


criam diretrizes de programas e ações com impactos na sociedade.
As políticas públicas geralmente estão relacionadas a uma tendência política, direcionada
ao interesse de um grupo particular, e a uma tendência administrativa, resultado dos
impactos dessas ações políticas na sociedade.

Uma vez que as políticas públicas educacionais são as principais responsáveis pelo
desenvolvimento do país e o acesso à educação é uma das garantias fundamentais do
cidadão, segundo a Declaração Universal do Direitos Humanos, as políticas públicas
voltadas para a pessoa surda envolvem diversas ações para contemplar suas
necessidades, entendendo socioantropológicamente o uso do termo “surdo” para o sujeito
que não escuta, independente da dimensão de perda auditiva.

Considerando que a problemática social da pessoa surda implica principalmente a


diferença na forma de comunicação entre surdos e ouvintes, diferentes políticas públicas
foram implementadas ao longo da história. Nesse sentido, as políticas educacionais num
primeiro momento instruíam a oralização, a qual não contempla totalmente a natureza da
comunicação dos surdos, e no decorrer das últimas décadas outras políticas foram
desenvolvidas, como profissionais intérpretes de Libras, formação docente para surdos,
Atendimento Educacional Especial e, principalmente, o ensino de Língua Portuguesa
como segunda língua.

Entretanto, a comunicação é necessária em todos os âmbitos da vida da pessoa surda e


não apenas no espaço escolar. Assim, é necessário também políticas de inclusão social. A
cidadania da pessoa surda inclui que o poder público apoie dê meios para que o sujeito
surdo tenha condições de desenvolver sua autonomia. Diante disto, o Artigo 26 do decreto
nº 5.626/2005 que dispõe sobre garantir às pessoas surdas tradutor e intérprete de Libras
nos serviços públicos, além de acesso às tecnologias, precisa ser enfatizado. Ademais,
são necessárias mais políticas públicas para inclusão de surdos nos diferentes âmbitos
sociais, inclusive no mercado de trabalho.

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