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Pedagogia histórico critica

O papel do educador e do educando se relaciona a partir da necessidade de se


apropriar da produção humana ao longo da história, em oposição dos animais o ser humano
necessita produzir e ajustar a natureza a si, para suprir suas necessidades. Isso é feito á partir
da relação com a sociedade.

A educação neste sentido surge a partir da relação do homem com a sociedade, o


homem não nasce sabendo dominar a natureza, a educação dá as condições para que o sujeito
domine suas relações com o meio social, o adulto ensina a criança. Um exemplo a ser dado é o
selvagem de aveyron.

O papel do educador é agir junto ao educando, para que este se desenvolva e


constitua sua humanidade, a educação neste sentido é uma mediação da prática social e se
põe como ponto de partida e chagada na pratica educativa, educador e educando se
encontram no processo educativo, enquanto o primeiro tem uma compreensão sintética,
articulada e elaborada da realidade e o educando por sua vez tem uma visão sincrética e
confusa da realidade.

O processo educativo visa então atingir no ponto de chegada esta compreensão


elaborada, no ponto de partida, educador e educando partidas diferentes, mas caminham para
uma chegada, onde o educando pode atingir uma prática social elaborada e consistente para
chegar a um outro patamar.

No que se refere as interações discursivas, na perspectiva da pedagogia histórico


critica se dá na relação pessoal entre o educador e educando, sendo a linguagem o principal
mediador, assim como atividade própria e fundamental do ser humana, caracterizando a
humanidade na medida em que é o signo que medeia as relações simbólicas entre os homens ,
que se desdobram aos instrumentos aos mais variados tipos, tais como a fala, a escrita, e
demais signos que estão dispersos nos mais variados contextos.

No que se refere ao obscurantismo, costuma-se dizer que vivemos na sociedade


do conhecimento, entretanto segundo Saviani, vivemos na sociedade da informação e não do
conhecimento, dado que o conhecimento envolve compreender a natureza das relações dos
fenômenos, por outro lado, a informação pode ou não ser relacionada com a realidade ou um
aspecto parcial da materialidade. Por outro lado, a educação neste momento é mais
importante ainda, para que tenhamos a propedêutica necessária para estabelecermos critérios
par separar informações relevantes e outros que não são.
Isso nos faz retomar a Marx, que se referia que se a aparência coincidisse com a
essência a ciência não seria necessário, disso entendemos que os elementos não se articulam
de forma natural, dado a complexidade dos fatos é necessário dominar as convenções que
foram criadas pela sociedade. Todos que estão na rede de relações eletrônicas, precisamos
ser pelo menos alfabetizado, mas além disso, é necessário não se alfabetizar na língua, mas
também no conhecimento sistematizado por isso o currículo se estabelece primeiramente na
organização da escrita e posteriormente nos fragmentos da ciência e demais conhecimentos
necessários para que se incorpore as diversos segmentos da ciência que tocam nossa vivência.
Neste sentido a educação escolar é fundamental para que cada membro da sociedade
estabeleça critérios para que o sujeito separe o que é relevante ou falso.

A educação critica permite as novas gerações compreender a realidade e lutar


para transformá-la, sendo a capacidade crítica o elemento principal dentro da pedagógica
histórico crítica.

No que se refere ao meio rural, existem várias tendências pedagógicas. Saviani


divide as pedagogias hegemônicas e contra hegemônica, sendo a primeira é pautada em uma
perspectiva capitalista em uma luta de classe inserida em uma perspectiva dominante, que
tem como papel referendar o processo de dominação, tais pedagogia tentam perpetuar esta
ordem. A pedagogia contra hegemônica busca transformar a sociedade na direção de uma
nova forma que supere a divisão em classe e permita um desenvolvimento pleno da
humanidade.

Neste sentido tanto no meio urbano e nos meios rurais há a disputa entre as
pedagogias hegemônicas e contra hegemônica, sendo que no campo os movimentos sociais
visam desenvolver o campo hegemônica, dentro deste contexto existe a pedagogia da
libertação que tem base nos escritos de Paulo Freire, a pedagogia da alternância também tem
tal caráter de transformações, os movimentos populares que visam a agricultura familiar e
agro ecológica estão alinhados com a pedagogia da alternância, a pedagogia histórico critica
também se alinha com a perspectiva contra hegemônica e tem uma base mais desenvolvida
pois vai de encontro com os conhecimentos sistematizados ao longo da história, quando se
pergunta qual a pedagogia que seria adequada a se desenvolver no campo, depende por
exemplo, se for de encontro com o agronegócio seria a pedagogia hegemônica, por outro lado
os agricultores que buscam desenvolver a agricultura familiar e a agro-ecologia buscam se
alinha a uma pedagogia contra hegemônica.
Quando professores e alunos se encontram em uma situação sincrética, não há
favorecimento do desenvolvimento dos alunos, o professor também sofrerá com estes
condicionantes, o professor por sua vez deveria ter um pensamento critico da sociedade, mas
se levanta o questionamento, como está a formação dos professores, neste sentido há que se
levantar questões econômicas sociais e políticas. Um exemplo histórico é o contexto no qual se
deu LDB, e em 1997 o plano de educação se lutou pelos 10% do PIB para a educação o
congresso postulou 7% e o presidente vetou.

Por fim, se conseguiu um plano em 2014 com 10% do PIB com o royalty do pré sal,
em 2020 a meta dos 5 anos chegar os 7%, e logo chegaremos em 2024 chega com os 10 anos e
não se chegará a meta, outro fator é a formação dos professores, dado que 75% das vagas são
escolas privadas e a maioria do professores que estão em escola publica tem formação
precária, tanto ao sair da educação privada quando chegam na educação publica, o contexto
de financiamento do FUDEB é outro fator em aberto.

Os sindicatos deveriam se articular com os movimentos sociais, vislumbrando a


ampliação máxima das pautas sociais que vislumbre a ampliação da formação de
transformação anti hegemônica que precisam se mobilizar para reverter o quadro de
dominação capitalista.

Ao considerar as contribuições da pedagogia histórico critica para a educação do


campo, nota-se que há uma tendência na época em que o neo liberalismo se deixa com
secundarizar o papel do estado e uma hipervalorização do mercado, tornando a educação
também uma mercadoria, tendo uma influencia de multi pólos no que se refere a educação
pública até a organização da educação privada, tem-se uma tendência a uma subordinação aos
interesses dominantes do lucro e do capital cujo o grau de exploração se exponência, e há um
convencimento coletivo das vantagens de se mobilizar a educação no sentido do capital, a
pedagogia histórico critica visa explicitar as relações sociais e mediante a tomada de
consciência dos determinantes sociais pode-se conduzir a sociedade a uma forma que se
reduza as desigualdades e elimine a apropriação privada dos meios de educação.

A educação não deve ser dominada por um grupo cada vez mais restrito, isso
porque há uma grande evolução tecnológica, mas cada vez mais há concentração de miséria
pobreza e o contingente daqueles que não tem as suas necessidades satisfeitas e a pandemia
está colocando isso as claras, o Estado deveria ter o papel de distribuir a esquerda e não se por
a favor do neo liberalismo.
A clareza de que o capital chegou a seu limite, mostra uma crise conjuntural e
estrutural e a pedagogia histórico crítica visa explicitar e socializar com o intuito de mostrar tal
condição social.

Mediação pedagógica pela pedagogia histórico crítica, se opera a mediação entre


os jovens que necessitam se apropriar as produções humanas para se inserir na sociedade e
efetuar esta mediação de modo que os educandos incorporem estas produções históricas com
o objetivo de se apropriar das relações sociais e viabilizar os papeis críticos.

No que se refere a pandemia a educação presencial não está se realizando, boa


parte da educação se expressa de modo virtual, todavia esta situação excepcional provocado
pela pandemia e as tarefas a serem desenvolvidas se definem de modo geral e nestas
circunstâncias se parte sempre da prática social, ou seja, considerando o momento, dado que
a pandemia se mostra como determinação sanitária e os instrumentos sociais podem levar em
conta tais condições para se desenvolver a prática educativa, a redefinição dos tempo, outra
discussão é a alteração do ENEM, e as datas ao serem inviáveis pode-se verificar um equivoco
e que este calendário deve ser revisto, dado que aqueles que não dispõe dos recursos
eletrônicos que não sejam excluídos ou em desvantagem.

Ao se referir a construção social da criança: Saviani afirma que cabe considerar


que a educação começa desde o nascimento e a educação escolar começava mais tarde e a
escola na sociedade tornou-se a forma dominante a educação aumentou para cima e para
baixo, assim a obrigatoriedade vai dos 4 aos 17 anos fundamentadas na legislação, ainda há
um movimento crescente para que o ensino superior se universalize a formação da criança e
inicia desde as creches, assim, nesta metodologia os educadores podem desenvolver as
potencialidades da crianças, no controle emocional, da brincadeira dos papeis sociais, a
atividade principal pautada nos estudos. E a base que dá respaldo para a pedagogia histórico
critica é a psicologia histórico cultural que considera a atividade principal do homem em cada
período e as possibilidades formativas configuradas em seus respectivos currículos. Da
primeira infância, a segunda infância, a adolescência e a idade adulta se configura o currículo,
na educação infantil básica, ensino médio e ensino superior.

Sobre a distribuição da carga horária frente a pandemia no campo: a


complementaridade da atividade eletrônica não substitui plenamente o processo formativo,
há discussões referentes ao calendário de 2020 e o ano de 2021. Se a restrição fosse apenas no
primeiro semestre pode-se imaginar a distribuição por exemplo até dezembro de 2021, mas
nada se indica que em junho se complete o isolamento.
Sobre a reforma curricular das bases nacionais, qual o papel do professor do
campo ao se discutir o currículo de formação por competências. A pedagogia por competência
é uma das pedagogias inerentes ao neo liberalismo, sendo esta uma das principais tendências
que da base para a Base Nacional Comum curricular – BNCC, sendo estranho o surgimento
neste momento, e isso já esteve presente na elaboração da LDB. Se as diretrizes estão em
exigências qual a necessidade de se postular a BNCC, Saviani afirma que tais elaborações estão
em comum acordo com a nacionalização e internacionalização educacional o qual dá
sustentação para a formulação dos rankings educacionais no mundo todo. E isso vem pela via
da adoção de propostas externas tais como a influencia dos norte americanos.

Daí vem uma das influencias de Dayane Devites, que passou por 20 anos sendo a
técnica que orientou as avaliações norte americanas por meio de testes, ao se notar que tal
feito era um equivoco publicou um livro chamado: Vida e morte do grande ensino norte
americano e em 2011 foi traduzido no Brasil. Pode-se verificar um grande arranjo do sistema
de ensino em testes tai como ENEM, ENADE, Prova Brasil e transforma todo o ensino em
treinamento para prova, no qual se estuda para a prova e não para a vida.

Qual a posição de Saviani no que se refere ao desmonte dos direitos garantidos


que foram consolidados na constituição de 1988. Para o autor a visão é altamente critica,
sendo que o atual governo vem consolidando um cenário de desmonte e a mídia referenda tal
orientação e o povo não sabe o que acontece, por outro lado, há uma posição firme dos
sindicatos para se contrapor ao sistema, é necessário que os trabalhadores acessem tais
informações para darem-se conta do desmonte que vem sendo construído.

Quais são as posições conjuntas e os afastamentos da Pedagogia histórico critica e


a pedagogia da libertação de Paulo Freire?

A pedagogia da libertação é contra hegemônica sendo companheira e não


opositora, todavia a pedagogia da libertação se desenvolveu á margem da educação escolar,
dado que se fundou na educação popular, uma educação organizada no âmbito da população,
sendo uma educação espontânea, por outro lado a pedagogia histórico critica tem por objetivo
apresentar os fundamentos da educação pública. A pedagogia histórico critica foca no saber
sistematizado e elaborado, a pedagogia da libertação acaba ficando mais aberta para
influencias da pós modernidade sendo que tais teorias são influenciadas a formas dominantes
de educação.

Como a psicologia sócio histórica influencia na pedagogia histórico crítica?


Saviani afirma que a questão vem sendo melhor trabalhada pela Professora Ligia
Martins. Por outro lado, do ponto de vista da fundamentação teórico e metodológica da
pedagogia histórico critica incorpora os fundamentos da psicologia histórico cultural, que tem
as mesmas bases teórico filosóficas que a pedagogia histórico critica, ou seja, o materialismo
histórico e dialético. O desenvolvimento psíquico depende em grande parte da educação, de
tal modo que a psicologia histórico cultural em seu aspecto educativo se funda na pedagogia
histórico critica e vice-versa, então se trata da articulação de duas teorias que tem a mesma
base filosófica, ou seja, o materialismo dialético.

Quais são os limites pedagógicos da pedagogia histórico critica para uma


educação para além do capital? Conforme Saviani a pedagogia histórico critica tem uma base
de construção coletiva, o autor deu o ponto de partida em pesquisas de autores que faziam o
mestrado e doutorado e que dão continuidade em outras pesquisas, teve sua articulação com
a psicologia sócio histórica com Newton Duarte e Ligia, no campo curricular com os
pesquisadores da UNIOESTE, no campo da didática tem contribuições de Gasparin e Ana
Carolina Galvão e assim vai se construindo e se consolidando as diversas perspectivas, por
outro lado houve tentativas de implantação tais como no estado do Paraná em que houve
avanços e retrocessos que se convergem e influenciam com os determinantes históricos,
políticos e econômicos.

No que se refere a educação a distancia quais seriam as contribuições da PHC?

Conforme Saviani a educação a distancia pode ser um problema, dado que a


educação é uma atividade não material cujo o produto não se separa da produção, assim como
a medicina se funde com a relação inter pessoal, por outro lado, a distancia a educação
descola a relação interpessoal no processo educacional. Como por exemplo na Europa, alguns
conteúdos em sala de aula foram transformados em livros,e se forem transformados em livros
não são necessários os professores.

Por outro lado, em sala de aula os professores podem suprir os requisitos para
além da leitura, por isso, que na educação a distancia para compensar isso tem-se o monitor
que está ali para atendê-los e entende-se que o monitor que tem a formação e salário menor
que o professor, por outro lado, para Saviani o monitor que virou o professor, mas aquelas
aulas que estão ali, é como se fosse um filme, mas não é isso que o sistema econômico faz, ao
se investir nos meios eletrônicos não se investe no professor, por isso que Saviani tem
preocupação na educação publica, dado que da educação privada já está sendo pulverizado.
Saviani neste sentido, mostra sua preocupação no EAD no curso de pedagogia que
é um dos cursos que mais estão disseminados pela formação a distancia, que não devia ser
generalizado, mas um complemento formativo e não o instrumento principal da educação.

Qual seria a relação da educação de jovens e adultos na Pedagogia histórico crítica


e existe um diálogo com a teoria de Paulo Freire neste sentido?

Conforme Saviani esta é uma modalidade de ensino, dado que a educação formal
não se regularizou, o movimento de Paulo Freire tornou-se fundamental dado que equacionou
a necessidade de se dar o suporte necessário da população. A pedagogia histórico critica a
medida que leva em conta esta necessidade, vai atuar com os mesmos pressupostos que tem a
educação regular, no entanto leva em consideração os considera que esta população pode ter
tido atraso, mas que os conhecimentos e formulações educacionais não são paralelas ou
diferenciadas, sendo a diferença o estágio de vida que os sujeitos tem em relação as crianças
que passam por aquele período de ensino.

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