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REVISTA PORTUGUESA CIENCIA CRIMINA sumARto ce pi cn pte i dn ppt Coys ei eee conn cpa: Opal de anc ‘ec Mi Ro term hr rete rk aero yun nt ogre nt 4 emia ped cone denen ep ner ‘Aa denial Po! arco Se10 hee 3S owae s0 ‘tear Ths ge Bs. Si a 0 CONCEITO DE BEM suRiDICO COMO PADRAG cRiTICO, 'DA NORMA PENAL POSTO A PROVA FD Dk em Unie de Mei A Remo: Bev eudopvtande sr wa rifle tobe 9 primi do be bv penal Amini ome fi opal ebro 9, ‘peso ota de om ra ps camp ag pat crc mateo erent i) Nee poss eer eer ‘was rare atria pl oti plata. dene ‘a'pavlar's ar foma cron. Sado tort emda gant r= [pata alma douina do em jrcco (I) Per sim, cots Cee et hen oe cee ona” Comte © Tag de Susana As de Sas, rv pr rede Fut Die, ain! Oe gesnptngsrile cher of Som Pri, | as fas gum Sarees fee tb econ dr ec acwinar de una vent nr des co ieee Tats (alt pearl pr Maral Cac Nel som tl ome Sn jirie come rumen se vies lgtana rome a eae pot ‘Srna Bia Coin Ply Cio 1801019), Gedo (spout do Br por Alor st, ea 9 elo" ens am rte ‘bison nr ome pes Revi oe Pit S08), 291502. pense inn euro em ing ips pai Eoepom ‘minal aon te sl pesto pe pier tex em uma vo ma ‘arm nod 30 deh de 215002 Adonai Cons, om Wand on 30 (Gt 2012 me Univer Gana Ft oR deena 1 Introdusio Nos itimos dex anos a questi de sber se & postive imitar 0 poder punitivo do Exado aravés da lesto ou eolesplo em pergo de bens rdicosvolow a serobjero de ua intensa discuss na Alem nha ®. Hefendehl ™ registou a vesnte evolu deste problemiticn IE ao ano de 2006, Poserionnent,»dscuisto adguirsinda maice relevincia em 2008 por o tribunal constituconal semi entender que o principio do bem jurdio ndo podem deduziese limites 40 poder {ecrminaiagSo do legislador. Em 2010" pronuncime de modo como, sobretudo, limita consi (um dos seus mais importantes legados culture europea E certo que o conceto de bem jordin lo desempena qualquer papel em alguns ordenaments juries come, por explo, em Franga ‘unos EU. Todava, © penalista amerieano Dubber "subi sna assim que seri “postve que a doug, «leila e a jurisprudence dos Esaos Unidos tivessem po efernca um conceit de be uridco sistematicamente unitério™. Por outro ada, também 0 direite anglo-americano tem vido a desenvolvero harm principle — como forma de Tnitar & sande jurdeo-pena stipos de comportanento danosos — peximo ao principio depres de bons juries. ‘A ataldade do tema 0 intenso dette que rusia, hoje como ‘ontem,justifiem um novo regreso a0 problems do bem jurdivo, De toe © modo, nfo mini pretense repetrsonsiderages por mi esenvovids, mas antes limitrme no essecal a participa na dis sto, atendcndo as supesiese erlscas fomuladst a mais fecene literatura sobre o tema equ impiem uma tata de pos ‘Com esse props, apeseno qutoinerrogagbes |, Teme diet penal uma tf 4 proegsp (de bens ju ics) ou somente the compete confit VgEicia de norms? 2. Quando se tome como tarfa do dirito penal pote ‘lo de bens juridicos, como se pode coneretiza'o concelto de 1 avoncais Fst fi Heme, 20, 713, com itn 1 Manolis enum eres dee gta in ccahel ncn eben jt” 72, 0) ‘KanvaGaies, senses Barta Og), Di dence Shape haves or er absent 20% 9 281 3 "280717 Ges» At S165, garcia tn Serie he tech Agee i 286, bem unica de modo a gue ele poss oferecer resultados com 3. A doutrina do bem urideo posta em causa no recone erat» neesidade de deltas de conduta(eltos de proto de sentiments)? “1 O axioma de que o dro penal s deve limite & protein de bens jars tem um sgefcado meramentepolitio-ciminsl tu dele depende, polo menos em slg cases ambérn a conse tucionalidad e, neste sentido, alidade jurdca de uma noma penal? 7 1, 0 dieito penal tom por fim a protect de be reafiemacho da vigincia da norma? © primeira presuposo necessisio ao reconbecimeno da fungio de dlimitalo do dirsito pel associada ao pensamento do bem j= ico conte, como € evidente, na efiemapao da prtesto de bens juridegs como tarefa do diveito penal. Est ponto de partida no ¢ porém consensual Jakobs © e os seus dslpulos defendem que © ‘iit penal no protege bens juries mas ates a vigéeia da noma Deste modo, a relevneia dem homielio para o diet penal aver no da "esto do tecido da vtima ou do anigllamento da sua eons ‘iéncia, mas anes da airmago, objetivada e expressa de modo con- ‘laden ne Fit, de que x iteridade sea e a consciéci ..) no tim de ser respeitadas través desta aFrnagfo a norma & posta em cus (.). Por cosepuit, 0 cime compromete 2 noe". onsequéni, objeto de preseeso no & aqulo que chamames ber jor, ito € Vida come facto emplce, mas sim exclusvamerte © Ramo jem pr exo de ace puedo em Fc Ste 20m p7ih em, fsa chen sar Seer Rehr oe Nor “efotins ens ene ke po lesen ag ia Polio en G8 20 p68 0 6880, epson oe 3h TEE (pgm, ves ‘2coNce7 oe sew wnlbc0 CoMD MORO ERED Ox NORMA PEA 1 probiggo de maar (a vigtacla de norma). “0 facto comespande & Jest da vigtncia a norma; a pena é a sua eliminasto", “Temos pra mis que uma ial compeeenso Se apo num excensivo rommativsm "©. cet que & pena contribu para a reafrmegso da norma, ainda que —e contariamente 20 que susenta Jakobs no sejao seu nko fim. Porém, 2 reafimasto da norma no € um fim em si mesme; antes esti destinada a contribu para a prevengo 10 ftir de leer reas indvidusis e sci (ou sea ofensas a bene jridios), Por eonseguinte, a pena serve, em altima instncia, «| proterto de bens jurdios, earecendo de sentido na ausncia deste fim. Um discurso erica semelnante& conceg8o de Jakob tem vindo 4 ser seguido por ntoresespans. Assim, Mir Puig" escreve que enquano 0 eanesto de bem juridicopolitco-rimisl fr depender® legtimidade de wna norma penal dt protein de valores mereedores ess tute, x concerto de Jakobs inverte em cea media este pono e prtda€ converte a norma per se em objeto legitimo de prtesac | nora passe de insrumento que hi de ser legiimado pel fim que prossegue, «fim litimador em si mesmo", Argument, om rio, ‘ue deste modo st perde 0 eleto de limitagio que se reconheve 20 onecto de bem jridco “Tambim um ator to prime & doutina de Jakobs come Polsino [Navarre agunenta no mesmo sentido quando exeeve que“ deo penal protege ben: jurdicos; «preven de que esis Ben uridios [ossam ser lesadosreafina a autoridade da norma enguanto elemento desma social" “A nor to pretend (..)potgerse asi mesma, ‘mas antes proegeros bens e valores nea contigs". Mino, 4203p 36 a). Fano Ravan, Sx mrt 9176 PounoNuam, Sunt ae tn i in Ser, Sina ners (a Shp.) (17) ean ote ea pose recnbcerst api more cono ne tes pa este modo, o eft ecoahecdo & pena de refirmagto de norma ro poceinvocase coma argumento contri & angio de ttela de bens juldicos cabida & pena e 20 dist peal LE posivel um conecto de bem jridieo enendido como pare mitre ertleo da legislagio? 1. Carzterisae0 do bom uric como paste da leisado [Nomeu Tratad de dito penal dz-se a este poptsito que “a missto do dieto penal consiste em assegurar aos eidadios uma con- vivéacs ive e pacific, gurantndo todos os deo jurdco-consia- cionimenteestabelecidos. Se esta missfo ¢ denominada, de modo sinttic, pel ieia de prtepdo de bens juries, entio estes bens comespenderd a todas as condigtese inaidades necssris a0 livre desenvovimerto do indviuo, &reaizagto dos seus drtsfundamen- tai ean foncionamente de um sistema estat eonstuido em tom dea lida” ‘Sem prjuzn de algumas especifcdades, uma coneeso dese tipo € defenddn por conbecidos autores, agora referios apenas de modo genérice "Uma tal compreensto tem vindo a ser parihads, not times anes, por nos paris ete os gus ostra de expres samente refer Schnemann ®, Steinberg, M. Heinrich © Fr "er e Kaspar, autores que posteriormentevotaemos © Rox aa 12) 2. sie maze 7 jase ire ferns me Tr ee pe 2), $2. nine de mayen 99 ea TS Sonne Heng Price fot). Seah Pe fr rn, 0h pH 2 fan Sr emi Ti 3 ey 20, 3° Cap, mins de st oan sao de abi, pu nis, Jeb angi and Cries m Prva, 2 2.aNcar v Bev wMINCO Cou MUR ERRCD DG NORMA PENAL {A desisva conus resulted teri do bem jrdico,enguata amt de iberdde, consist na legimidade ds incrminagéo quando. Feferida «comporamentos que ro ponhar em enisa nem © livre desenvolvimento do indviduo, nem a condigber soins necesstis = ‘esse desenvolvimento (i gma justigae una adrinisrago extadual ingrs) Neste semdo eefere, pa exempl, Frster > “Que os Bens ies indvievais, quer os bens jrideo ds coleividde servem, ems ikima instneia, as possibidades de desenvolvimento o indivi" Da su perspetva, a diterensa reside apenas em ques lsto dem bem Jiriico individual fet imeditanente«possiblidade de desenvolv ‘mento de um determinado sec hunaao, enquano lsio de wm bem jwidico da coletvidade afete de modo medito a possiblidades de ‘desenvolvimento de todas as pessous. Fister“ cone anda gue "um omportamento que no ponha em causa de algum modo es possibile Ades de desenvelvimem de outos nto deve ser valrado como iio pena” 2. Oconceto de bem jridioexposto& demasiedo indeterminado ‘para cumpir uma fan de linagdo do diveto penal? ‘Uma das objegies mais requentemente iid a um conceito de ‘bem jurlice erico da legisigSoapota para as ntceza demasiado ‘aga, o que limitaria ae suas potencnidaes, Una tal coneusso € cnuncieda por Dubber que api examinar vrs pos legal de crime contoverss, entende que a torn do bem jurdico (..) de Ronn” se apeseta “et, em siti instnci,spericial”. Em 2011, Stuckenberg ™esceveu “0 topos proto de bens jurdioe” pers gue cexamene 0 propésitoindbievelmenedesejdvel de uma politica racional e de um diet peal libel e humana, mas no € ua con > amen no 25 ime mages 2 oe Pune na 25 mere mages 2 une (hom I 9s 1 Stunner, 04301, 9.655 ess. (60, eso centea dota de capacidade anliica; pelo conti, € antes lm instrumento que ofa mas valoativas por si pressuposs, por ‘eur incerta ¢ male preentias do que definias com pesto" ‘So Titos os argunentoe ccnrrios a esta e outa cites andlogs: 4) A releancia do conceit de bem Juridico para a solugto de problemas jwrideos avai ‘A tese segundo a qu o conceito de bem jurdico earecerin de, qualquer signified pico exseeial est evada,/Para fendamentar ste concluso apresentre gets exerplosTeisttvns, ou de juris ‘énci consituconal alo exeTavaretealend) que se ocuparam do problema da admissibiiads de uma pena criminal; inc desesexer- pls permanecem aia hoje no nile da discuss, ‘Reonrovrsa maisantga referee & unig de conduits homos commie raids ente ellos, AU [969 as conduls eam poids the Aemanha; projete de Cédigo Penal de 1962 apresenado pelo fovero pretendit mane aqels punto, tendo wibunal eonsiiio- fal slemto confrmado a eonsiveronaldade dagueacriminalizagi Todavie, ¢ evident que aguclaconduta, quando consent e tendo lugar na esferaprivada, no afta liberdade de desenvolvimento de ringugm nem perturba de nenhuma forms a Iibedade de convivencia nite as pessoas Por censegine, um eonceito de bem juriico que Se pete erlco da legisla determina ano puigio de compor- tamentos homosexutis consents ene pessoas adults © egisladoralemdo, sepuindo a tendéacia de reforms expresss pelos reatores dos “prjtor alternatives” ©, revogou a ineriminagio fm 1969. Deco, algans autores entender gue a justeago deste ‘sechoesteve no tanto o reconhecimento de uma cnesgo do con- ‘eto de ber urdco cima parimevoeettico da lgislagdo, mas antes ‘nda sestids em eral sobre epuniguo da homossenuldade. Este aie 69.389 1 Nexeoneo we gen dla Senay, 98 2.x oe sa sico cow Pipa Hino bs Nome int. crtendineni fi, com ita an, recusado por Gimberat — com ‘base sua propria expergneia pois viva naquele momento na Ale sana. alteragdo do peasamenta sual € consequinia e no ressuposto de poea de reforms dagule momenta. Por au lao, ‘deve trae om conta gue oa conviegbe sobre « atuesapunivel de ‘uma condita 2 podem experiencia mudangas mais ou matosepids ‘agueles casos em que na base da amesga de pena nfo um bem juric «protege, mas antes uma mera conviegto moral, Trtando- Ge deltas conta vide, a integridade sca, pivagdes da Uberdade ou Tuo seria impensivel uma tansformagio de mentliade que condux 2%ssedimpunidade, una vez que ea Sus base Se enconzary bens ju ios cua proto a sociedade nto pode eenunciar ‘Um segundo exemplo consiste na incriminagso de posse dest pefecienes para consumo proprio, ande nao se verfia qualquer ano pra ues, sendo a deseriminalizgaoreclama pelos represen tants de uma concesfo de bem jurdico como purkmews crico da legslagdo. 0 tribunal constiuciona alemo também fo chamado & ronucarse sobee esa matria e mantve @punigio em a condi ‘ode que se pose prescidir da imposigo de una pena nos casos de equens gravidade, Tats de um paso ra diego orca mas que ‘i origem a slgumainsegurangajuriea que poderia ter sido evitads ‘com declaasio de inconstiacionalidade ds norms. Em entdo die ‘pei ta clr eno 2583009 wo leclararincorsttuelonl « norma que proibia 8 poste de droga para consumo prio ‘Um tertiro caso de que também se ocupu 0 tibunal zn ral slemio refers & dougso de Sis intr vivos. De corde © dito alemo em matin de transpanies "tls €admssvel ene $201 SOG itongonilgent; Le de especies. bicep sess > ej a et propie Casc, i: Hefendh (Cone), Graeme Penenin t Secihp he familiares e pessoas que se encotram numa rlagto de proximidade frit. Log, quem quire salvar avi de ote por asrno —n Irioria dos asos deforma andaima — nfo pode fazélo. O médico {he extaa in 61g ining esta probiga icone em respons Dtidade peal Ura vez que também nese cas0 nose vislumbra ‘qulguerofesividade para ouem e que a doasd0 de érgo eumpre {Specficament fins socalmente tesa eriminalizagocarece também de uma legimag conferia pela proteydo de bens juriios. ‘io ebstante, o tribunal consttucinal alemo lanbém deearou smisivel este norma". A argumentagto do tebunal no setido de {ie embora a autocolocag3o em pergo sea “exerccio de um dito Fundamental &Iiberdade", ado pode desconsderase ue “étambém tum intresselegimo do bem comum preven que as pessoas crim ‘asi proprias um dano pessoal consiecivl” Pott, eta argumentaio, na apicaio 3 este caso conerets, & aplamenteerada, De um lado porque ninguém querré defender 9 ‘osnito de ue o Estado deva ameagar com uma pena una escolhs de da que resulta lesiva pare sade. Ede outro lado, a doagdo de um to, Sendo levad a cabo depois de um cuidadoso emme e aconse- Mamento médizo, nfo pressupde um “dano pessoal zonsidervel” Aexpeatva de vida de um ser humane que stem um cm nio & inferior & da média da populego. A éecisto do tribunal, em conse- ‘olnca, ol em geralrecusadae posivelmente condi uma revi ‘A quana conselago de esos em torn de uma corcego de bem |uidco como pate ertico egsago toma como eato de discus So, ecentrent intnsfiada ncesto env inde, De scordo com © deta atom, erat-e de una condutapunivel * Tanbeén resta ‘uspo — pressypod que or imo ater Hives de ena, de moda & pis.i me. 2% ‘UN 19%, 3999 Ms dsemvalldamene Rox, Hier 01) dar ches Griese, 211, p65 es (8). oe iim 2.2s8 2nNceT ve sau uaoco coue MoRkacHNCO NOMA PEEP ‘onsetido € senda plenament responsiveis — est ausene qualquer ‘ino para desenvolvimento da penonalidade, de mado gue o pene pio ¢hproteao de bens jurdcos demands a impniade deste corn. CConfrntago com este problema, otcbunalconsttusona lero sfiemow em 2008 que e norma penal €“sefmpntivel(..) cama le fundamental, a Consivicdo alema *. este cao, 0 wibual pla imeira vez fomou uma posiglo guano a0 posivel ef limitador do ‘denamento penal decor do peineipia ds proteao de Bens ju | 7 0s, aftmando a este propésito que a acldaes leis Poder ‘ser resrngias(..)invocando os bens juris ‘ua pers penal “no podem deduzise a pare da teoriajrieo-pnal do bem Jurdieo" Nao obsante,incoendo num disureo conrad, © banal proura identifica determinados bens juris ptegidos pla / ineriminagio — a fail, © autoaomia sexual ea sue genética, C— ‘Aendendo i facilidade em refutes Tundamenigio, + desist foi ~ oo ea ent im quo problema)que resulta igualmenteconroverso da ese paiva do pci de pty debnsjaics es meptsde on. | tecimentos histirieos, punivel em alguns ordenaments juridicos (ome-se como exempio 2 nega do Holacausto ov de toe geno «ilios). 0 § 130, 3 do Cédigo Penal slemlo (StGB) pone 9 negsq8o (ona minimizago de ato de genocidio cometdos na Spec do acio- ralscilismo,idénens» pertubar a tranulidade publica erealizadas dr modo piblico ou numa agiomerasio de pesto. Tanbem existe ‘una Decisto Quadro du Unido Furopeia , de 2008, gve impde a pnisto de apoogiapiblica, da negasso ou baalizagio posts de ‘Eeociio, de delitos contr nhumanidade ede erimes de gue, $2 gS 12.9 2m o> megoe inp 2 ‘setters eos mes si em 20%». Stee. enn Rite tN Ra gr Rena 8 285, [io abstant, sm 711.2007 o tribunal constitcional espero! ni mi eendiment,o eanceite de ber juridic, compreendia. 1 parr destespressuposts,desempeaha um fun dil a dete apd da legitimidade das normasineiminatiies Mi Puig este eu com ao, a popsit do concto de tem urdce que “em dima ‘nstincla, todos os grandes pinclpasnecessitm de uma coneei2a980 através do debate pic. Princlpias como o principio da demecracia fue princlpio de iguldade sto tdo gras que peeitem lias de ovcreizasbodisias. mas ninguém rtra dal conlust de que sevia ‘aloe nfo recone ests pinpoe”. 2) Oreconheciment de uma margem de dsreionariedadelegis- latva nd deratorizao conceited nem jurdco | observagio de Mic Puig pe em evidlsia algo que os aucores «reas de um conceto de bem jaridco parecer no pereeber aguilo {ue bi de valor come bem juridico nto ae apresentadlimitado de forma clara ou eoneladene; na verdade, a rekrénoa presuposta pela norma a um bem juridico pode desvelarse com maior ou menor iten- {idade.”Se esa eferéeia realmente ens, « margom de diseriiona- edad do legislador compreende tanto uma criminalize, como ‘p80 pel ilicto adminsratv, emo até enna qualauer San (Ho. Pretendo esclarecer ete pont stravls de alguns exemplos ia os a dourna mais recente Defende Romano em debate com 1 soncegio que proponho. ute legisladr a de sur no quad de "ura poiicacimial een Gao, Sema er 606, 19 ada pel in ce bem urea send «norma pena nadmissve se 7 reliade” ao protege "nada de nada". Nio obstante considera ceive” ut legisiadorinodirn a “obrigagSo de usr epacete para motcilisus ou de usar cinta de reguranga para condutres de ‘eculos atoms, apesar de com isos praeger anes de mais © proprio condutr, "A recuts imesiata de um patenalisme juridico Imoderado, nfo aro nos sistemas juriicosanglosaxdnicos, nlo me parece defensive “Teno para mim que Romano est cei quanto ao resultado a que chops, mas cei que leptimiade de puir a vilasdo do dever de {so de capcete ou de cnt de segura ago Se explica da pespetiva (s autocolacago em prign do motorita mas sim a parr de posiveis less @tereius relacionadas com aguela condua. E duvioso que cs casts sci a que Romano se refer, relacionads com "0 taa- rento médicn« 2 ssistncs hospitala,sejam suficientes, uma vez Ta que fundamen cesaria na hipstse deo acdentado pagat todas taste despsar, Essescustos #0 também em rera supotados por Seguros desnicee de aeidentes Por outro ldo, € de presumir que eur legisidorameagard com uma pena a lesio da popes side ‘ua pris de despots pergosos em vitude os custos eausados por css cond, Todvia,odever de usar cto de seguranga est justifeado na medida em que sem ele um condutor perder cor maior fcildade 0 ‘ontola do aul, havendo assim uma maior probbilidade de ‘aust danosafereios do que na hipétese de cumprimento daguele Sever Ete rio vale ainda pars os restanesocupantes do auomével pelos danos gue podem safe, na medida em que podem er projets fm cas deacidnte, Por outro ldo, os parsageros de um automdvel ‘gu no cumpar 1 obrigato de usr cnt de segaangs bem como os rotors qu no user epacete crim o rico de os otros impliendos Poder vita ser punides pos crimes de homicdioneligente ou de ‘fess corpora groves, uma ver que cumpendo aqueles vers 0 © Roun, Sts Unreal (nt. 16 tra verifleado qualquer leo ou teva ocorido ua de menor gr vidade, Deve modo, a prevengio de eriar um sco deresponssbiliaga> de ters representa pra estes uma medida de proto da sali “dae e, om tl, um bom juriio; deste modo, os tects so prote- tos conta danos que poasam resular da neligénen alta "Nese co, intervenes lgislarva die sida dentro dos limites a proto de bens jurdices. Devido porém i dimensio pateralista compreendidanaguies presets, a dela de proteso de bens juris mms faca em eomparagdo com os delites “puro” de protgto de bens juries, este modo, nesta stages ser poliico-. Forest nsto no wpresene Saher aks Seen Ten Juric a cecunstinen de reentemente Achenbach tr salina ‘ue, no EoAEAo "dos bes juridieossupra-indviuais do dio penal sonomico", a tebia do bem juriico no oferese "qualquer ee Seguro de distin de por pense lgtimoselegrines”= Po prio tute qu se sccome do principio dx sbsidiaviodace quando fina a teova Sas lterajvas 80 dito genal € quant a mim um eplulo ental de. diet penal eondmieo™ canes agi se conc pla necesisade de ma “igi de subsiiai- fade, er desenvlvida ge forma independent ede modo paralelo ‘tora do bem jucdizo. i no prssido me manifesta favor dessa "2 Desmollamete RO (nt 12), § 2 ime de mage 973 Ace Saf 211 pa (25) o8 Aeromonas 6 p86 j i cxigéncia relecind-me enti &necesidade de se efstuar uma pe inal Sobre quai 04 meas ridcos gue possibian uma tela eicleme socalmentedesjaa, de bens rid usa Interdit (86, do MEMO paso ora da bead “iat de um problema complexo que permanece ta 8 esstocia px ree coos nes me ccc ae me toes a eterna equ em signee csc ana teas de pnt [ita euagloMhmban cue drama wens dius est Ge TRIE seg a gual ava un pretrto de Geelo sol {dl peat sno ibid dt peal sonoma ea tre dso Bte jt rp et ea fxg do out te epoca nar stganent dio pcm i pc fe lad Un ea Sto Sem fre Sel bodied, gta oe ae —~ Sal ovum eet sess for Tenders ™ 1, A teoria do bean juridicoenquanto padrio cito da inerimi- ‘agdo refuta a ecesidade de dlitos de condut ‘Uns our fundamentag doutrinal par ecu ds tora do bem _jeiicoadvém no da su defisiente aio prs limita interns a0 ‘penal mas antzy de uma Gstinta eoneeaa, sobre leitimidade da ‘amgégs pensl.“O seu represeManTe TH Eiscussio alema. moderna € "Roxy Sharer Nana rane (sed) Kr ome Sef See oe “at, Muchfcnna nd Sree, 200995 n Recher "mae ren Acnaaa, sna nr (th 8,6 S pr ue inde a pig “no ens 2 tos to camaro cae na “ond fundamen consent ses pe sociedad” °° Dane nodo, ere des da crimnaliaio "5" sofas sti eo sob crt recessed aa de outa pesptva, evar «pia de um eomporamen se Em propose jst is eres de gan elvis, Em primero lane da canna ea mio d popula no tra termina cont ue he desires nope en mas denise {etl amgoramenta deve sr pr, desde nove ninguem €afe tho wo au le deenvotinent, Weiler queone com ee, mbor cle ri eset de tors do ben oi ma vez thardonao ‘dogma do bm rico pode Sinner raion noma ei Ein ero one ur "un oni do pode se erica con io ign Ge pet apenas porque eine, poe ets" Arsen tins Sela spo.) some € nce quando gun sre aor — edi esto ride de cute — 8 me port pose aia ue «Pio de omporarertoshonos tet sneni ene eee ao conn o ghee Sat coat ki © Hein ee ene se pe foverumenl de 1982". bode qual comport rt tina costed coma “una conta soinivel deacon 8 convict ge En segundo gar on scedde mutica conerpoins, cso se pend un leo Goto jr no ns pol seine Seven ef von Hines Woes (th 9.285 55. {treme de Here oath 286 Starve (ta 7) 30, Soc Pet tig 28,512 (DH. ‘See, ec fr lng, 2007, 9.897. Bends — Drkche S83 ‘stabelecerse um “consenso fundamental” sobre nsesidade de pir ‘eterminado comportamento. Iso mesro & evideniado pelos seis fexemplos que anteriormente refer (I, 2, «), em que a punigio de deltos de comportamento sem bem juriio, em geal manta pelo Tegsador, es confere uma naturea conovers Em treo timo Iigar, "um corsenso fundamental” sobre punigdo de um comportamento que no oferde um bem juriico nfo & Porlvel em viride deo conten fandamentl existent nm noeth Sociedade ser no sentido de que cada umn é live de desenvolver a ua, ‘petsonalidae de acoro com as suas prefeéncias desde que nfo ponha fm caush nese procesio 0 livre desenvolvimento de trem Ou 85 ‘ondigdes necesita este desenvolvimento Wohlers ™ expe fess iin de forms muito clam: "em sodedndes consid sobre 0 ‘alores do plralismo edo indvidalisme normativo, o consensa fin- amental(.) expresase na idein de que hi vis coneesies de bem concorrentes entre si no mercado des pensumentose das opines, nimero de vtimas do tfego rocovitrio (.-)"* De modo diferent, de perspetiva deste aur, a unig do hams. sexualdade, as busfmias ou da mentra de Auschwiteseia un eo uma vez que © sentimento de indignagao por ele provocados ilegitimos. © findamento da sua ilegiimidade reside no facto de esses sentimenoscontarirem direitos constituconalmente recone: ios como a realizagio sexual "ou a liberdade de maniestagso ¢ ‘rats de una perszetivaextwemamente interessante e que merece soncordiais guano exgtaca de uma refernca os valores const ‘ucionlment asumidos. No entanto, nfo ¢ claro que aque que Se quer proteer see relents “setimentos Desde logo, parece claro que a proibigo de maus tras a animals io visa em primeira Hina sespetr os-nGE65¢-SeatimentDR. as sim vita que o animal sofa desnecssariamenie "Todas eguamen jes UM ime ds natn en vie i or eis nko une Paid preserva angus hung? sont: devets peace inp on choos rs tse ic eau ho atte gut, Ka medi eat ox mts ss pega pl caren epee oe Cosiio Smt da npn no vgs che a i ean sim nn seconded cman jy’ At eae ‘EmoF ims superones— com oss comnicas ¢ Vien de dor sethantes coo odes do ss mune vial mewcder ke rotas pl de conrad fama soe, she ovate ule talon pb me cose ss Gamer 8) 9.252, "Ghar 28 tC Frac 2099.34 (195-0 ene 1 Pam Gace wt) ented se do ais esr els init plane de ace, 2 COUCETO oF ey JID 6 E certo que, deste modo, uma tors do tem juridco purameme antropectntca © bastante limiada —atarse-s de ume ticle minim os animals quando comparada com o imbito de potego dev pos, sas —¢ alargada e transformada em vina “eotia do bem jusoco ‘referee deriara™. Mas so as refertnciasconstiucionals euopeing {ue jusfcam este modo de procede. Gimbemat ™ recur ue tal anceydo com o fandamento de que “es animate nko possuem dictos subjetivos”. No entarto, uma ofena a um bem juriico no pressupoe recessariamente uma lesto de um diteitosubjetivo, como se pode verifier, por exemplo, no crimes ambien Na nossa soeiedade 0 respeito devido aos moras & também sido como pare de uma vida ign A profanago ce ume seputur ou de tum eadveratingem negaivamente a memria os subssetes dee tos de persnaidage da pessoa flecida. As eapdes emociontis 80 spenas um eflexo dessa volo. Por fim, no que respeita aos deve. res de usar capacete ede eito de segura ji antetiormente se xpd em que medida se deve astra proteylo de autos bens jis Por conseguine, da minha pereptivs, nos aso efron, se timentosjdios de inignagio de tecezos nto consiuem um bem jidicoém si mesmo, mas to-emente ume justiieda reaydo& san Testo, ¥. Bem juridico, politica crimin © Consttigdo Ainda gue se defend — como tet faet — que um conceit de bem ju esi como pecaoertica Gola oerece eon. chsdessuficienemene cla, permanee winds una alerir questo rove, reacionads com os efeitos decomentes da crminaliza ema conduta no ofesiv de um bem jr. Os defensres do Principio do bem juridico nto fram capazes de lafiear se ete pit ‘pio pessupe uma dre politico criminal orndora do legisadar ‘mas que nfo o vincul ous, pelo contro, nege casos — sob que Gamat 8) 9.26, ‘resupesos — a fla de conexo com um ber jr pode eter ‘minar invalidade de ume disposi penal. Ess segunda alterativa ‘lo pode terse como imedatamenteequvocsds; em seu favor vale 9 facto de o ibaa constucionas de Alemanhs, Espana e Argent s2 terem ocupado deste tipo de presets de, no cao dos tibunais ‘strangeins, ter sido declarad a invalidage dt nora 1, Sobre aretevenci potinco-crmina do persamento do bem dio Nas mins plavras em plenaconcordincia com aqueles gue propugnam pelo coneeto de bem jurdiea "os defensores de im oneito de bem juriic eritica ds lgilgdodiigem= (..) antes de sis aolegisldore inca avientadespolitiea-riminai sem prten- qual € ila teria do bem juridic, sem que desta Forma se tena pevimentedeterminad qualquer conclsto que hi de deconer de um exane juridco-constiue Sout om Row nat hp S46 feria Schnee, 9.16, 7 ‘Wartho, Le, 12! 20m, ue e mgm Nee se wen a 8.37 oi Ne mean smile Gatco, 21 2608 238 ON verde 0 wane ‘reprobate ob rie mmo gh L2ce\cem a as sudo cowo mo cinco BeNOR rae. “Também Kaspar, no soy estado fundamental sobre pinto da proporsionalidade "ches &conclusso de que €necesrioconjugsr ques pontos de pai. Nat sus plava, "as exigtvias materials tora do bem jardin deverim Sr inepradss no exe jin ‘consiticonal. Loge, "uma al comprensto do principio da proper Gonadal afta s cit de a oferecee qualquer ertia para {rterminago do consid das lis penis No € possivl uma out comprcensio das cosas. Com efi, to existe uma roporionaldade em si mesma; 0 julzo de proprcio- rlidade estabelece antes uma relagdo entre a intervengtn esata © 05 ‘hjetvs por ela perseguidon, no Smo du qual o modoe a dimensio fa ttela de bes jurideos gar um papel deeisivo hoje predominant a ese que fundamenta ns Constiuiglo « necessinde © posibilidade de ya teoris Tobe jure como pro | ‘ten da acne legisaiva Neste sentido, Frise” sinha "gue | ‘tn actuaidade © conclto de bem juriico se define tambim na cgi {do direto penal n pai do direito constional”. Segundo Sti ber" o eprecentanes sins de uma teri do bem jae ert 4s lgilogo penal esto "amplamente de acordo em gia nlo se tata {de propor um conceto paraleo,estanho ou forgesamert iseiso na ‘Conatulgdo, mas antes de concretizerasseryOes consol n> ‘dominio juriico-penal com o recurso & um instrmento de austin ‘indo da torn do bem jure”. este modo, «tibial constivcionl lem tem rzto quando. firma ve 0 poder de contigurapio do lepsldor no pode Ser Festrngido por instininsesrans 4 legislag “Mla encont ‘8 seu limites — tanta no ireito penal, como em outos doml- ‘tm pnd etc pu unde niece «propecia ra mk (e254 1 sine 25) 5° Cap mr de mare 32, Stanecnsfoa 3), 12 Stesoe 1m p26 tr 0 2 sit — ma pris Cone.) Tove buna era ‘Soir on purr du aa So emu coma fain eae legato deena aur ened ‘eo ote uric pa somrarse mam cop ees police emma stra eed et costco esl Sade Spotae Go egunior. Prem sve events idee de wa nome 98 pose er fname a isle Cont ‘A ero deine «conte asec eins qn so te preps pseu sores fl ur to mt or. Sie oy ones ecru dexpohine Sate ou urn fed be juin eras sg ator wes, pt Soren“ eon, (cum agones de cen sien sonst amen © ‘io cna se eed gars en bm ss JS nde eco mea gu eva err ee Sor const) : [2 Nn ets ooo o dete de ura one de bem ja io co pt Ces Ge wnian sere ripe proprconuns (esque nec © popoconane) Creu pcp inmate um Epa se Dist nee sing ium pl qs oe eas fos pose sr Kea yor concert tn renga ae J sand exces yep mar beatae dc. no plano coves matali de iia nor Ag dead wo more oma neghe pitas ene gee ora gf ea eo um sites contatnal urs se a mfg polio {evan C nse deter avs mses de pone ‘in wen ero 813°C men 32 "0 Natt, vor Hein Wales e 2 sey anlnco cou roe clnco a sonar azo ata 0, "0% Ronis, enna Utara toa 6 18 Gana (np. ees buseadas em motivosreligiogs, de conduts que no pressptiem fens a um bem juriico, No € possivel, neste context pagade uma anilise de todas as normas penais de legiimidade duvidoss Pe a Oo a Sse am atl constr da tora do bem juriico”esé "ands por vi

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