Você está na página 1de 7

Volume de produção de etanol no Brasil impressiona

delegação da
Indonésia

Uma delegação com 15 representantes do governo da Indonésia, que está em visita para 
conhecer o agronegócio brasileiro, esteve na UNICA nesta quinta­feira (29/05/2008) com o objetivo 
de   obter   informações   sobre   a   produção   de   cana­de­açúcar   e   de   seus   derivados   no   País.   "É 
impressionante a quantidade de etanol produzida pelo Brasil em uma única safra", afirmou o chefe 
da   delegação   Luky   Eko   Wuryanto,   secretário   ministerial   de   planos   de   investimento   do   governo 
indonésio, quando soube que na 2007/08 foram produzidos mais de 20 bilhões de litros de álcool 
combustível.
A Indonésia também cultiva cana­de­açúcar, já que suas condições geográficas favorecem 
este tipo de lavoura, porém com um volume de produção bastante inferior ao do Brasil, que é o 
maior   produtor   mundial   de   etanol   de   cana   do   mundo   (segundo   colocado   no   ranking   global   de 
produção de bioetanol, quando comparado aos Estados Unidos, que utilizam milho para produzir o 
combustível). Além disso, a Indonésia tem apenas 35 usinas para processar cana­de­açúcar e estas 
unidades se dedicam quase que exclusivamente à produção de açúcar. 
A  executiva  da  UNICA,  Carolina Costa,  que  recebeu  a delegação  indonésia,  apresentou 
dados sobre a sustentabilidade sócio­ambiental do setor sucroalcooleiro brasileiro e as iniciativas 
que   estão   sendo   realizadas   pela   indústria   para   tornar   o   etanol   uma   commodity   global,   como   o 
projeto   Apex­Brasil/UNICA,   apoiado   pela   Agência   Brasileira   de   Promoção   de   Exportações   e 
Investimentos (Apex­Brasil), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 
Outros aspectos do setor canavieiro do Brasil que despertaram a atenção dos indonésios 
foram a experiência com a utilização do etanol como combustível veicular desde a década de 1970, 
quando   da   introdução   do   Proálcool,   e   o   consumo   de   álcool   combustível   que   já   superou   o   da 
gasolina no País, em função da introdução dos carros FlexFuel, em 2003.

http://www.udop.com.br/download/unica/not_2100.pdf

Balança comercial: valor exportado em julho é 50% maior que no mesmo mês de
2007
Em julho as exportações totalizaram US$ 7,9 bilhões.

Alimento Seguro (07/08/2008) -- O mês de julho registrou duas marcas históricas


no resultado da balança comercial do agronegócio: as exportações totalizaram US$
7,9 bilhões, valor 50% superior ao de julho de 2007, e o superávit alcançou a cifra
de US$ 6,8 bilhões. As vendas externas do agronegócio nos últimos 12 meses
também foram recorde, atingindo US$ 68,1 bilhões no período entre agosto de
2007 e julho deste ano. Nos primeiros sete meses de 2008, as exportações do
agronegócio somaram US$ 41,7 bilhões.

Os setores que mais contribuíram para o aumento do valor absoluto das exportações
foram o complexo soja, carnes, produtos florestais e o complexo sucroalcooleiro.
Em julho, o Brasil exportou US$ 2,8 bilhões em produtos do complexo soja. As
vendas de soja em grão aumentaram 121% alcançando US$ 1,9 bilhão. O bom
resultado foi obtido tanto pelo aumento de preços no mercado externo (71,8%),
quanto pelo incremento da quantidade exportada (28,7%).

As exportações de farelo de soja totalizaram US$ 536,5 milhões, valor 97,7%


maior em relação a julho de 2007. Os preços internacionais desse produto subiram
74,9%, enquanto a quantidade exportada cresceu 13%. As vendas externas de óleo
de soja também foram beneficiadas tanto pelo aumento dos preços no mercado
internacional, de 72%, como pelo crescimento de 19,5% do volume embarcado.
Com isso, as exportações desse produto alcançaram a cifra de US$ 391 milhões,
número 101,8% maior que julho do ano passado.

As exportações de carnes (bovina, de aves e suína) subiram 55,2%, totalizando US$


1,4 bilhão. O bom resultado do setor foi devido ao aumento dos preços e também
pelo crescimento das quantidades exportadas das carnes de aves e suína. O valor
exportado de carne bovina in natura aumentou 49%, por conta do incremento
55,5% dos preços no mercado externo. O valor das exportações de carne de frango
in natura em julho continuou apresentando forte crescimento e superou em 61% o
valor do mesmo período de 2007. O crescimento da carne suína no mês de julho foi
de 88,8%.

Embora não apresente cifras muito expressivas em relação a outros setores


exportadores, é importante salientar o bom desempenho do setor de lácteos que
exportou, no mês passado, 226,3% a mais que julho de 2007. De janeiro a julho
deste ano, foram exportados US$ 291 milhões em produtos lácteos, valor 169%
maior que no mesmo período do ano anterior. Esses números refletem o
crescimento da demanda mundial por esses produtos e confirmam o processo de
consolidação do Brasil como grande exportador de lácteos.

A marca histórica de US$ 68,1 bilhões das exportações do agronegócio, registrada


no período entre agosto de 2007 e julho de 2008, foi 24% superior ao valor das
vendas entre agosto de 2006 e julho de 2007. O superávit nos últimos 12 meses foi
de US$ 57,3 bilhões.

Os setores que mais se destacaram no período foram o complexo soja, com US$
16,5 bilhões; carnes, com US$ 13,5 bilhões; cereais, farinhas e preparações, com
US$2,6 bilhões; produtos florestais, com US$ 9,5 bilhões.

Nos últimos 12 meses, a União Européia (UE) ainda lidera com folga como região
de maior destino das exportações do agronegócio brasileiro. Entretanto, a Ásia,
excluindo os países do Oriente Médio, praticamente empata com a UE, no mês de
julho.

O fato decisivo para o crescimento das exportações brasileiras para os asiáticos foi
a China, que, em maio, assumiu o primeiro lugar no ranking dos países de destino
das exportações. Nos primeiros sete meses do ano, as vendas para aquele país
cresceram 103% e obtiveram participação de 13,2% como destino das exportações
do agronegócio brasileiro. A China ultrapassou os Países Baixos e os Estados
Unidos, que detêm participação de 9,5% e 8,7%, respectivamente.

Vale ressaltar, também, o elevado crescimento das exportações para Venezuela


(144%). Nos primeiros sete meses de 2007, havia sido exportado o equivalente a
US$ 486 milhões, esse valor deu um salto para US$ 1,1 bilhão em igual período
deste ano.

Houve, ainda, crescimento dos valores exportados para os seguintes mercados:


Aladi (66%), Ásia (64%), Europa Oriental (44,8%), Mercosul (26,9%) e União
Européia (26,9%). Em termos de participação, destacam-se a União Européia
(33,6%), Nafta (9,8%) e Europa Oriental (7,8%).
Importações - Em relação às importações, em julho, o Brasil importou menos
quantidades de trigo (19%), arroz (65,2%) e milho (75,8%). No entanto, em
comparação com o mesmo período do ano anterior, as importações foram
superiores em 55,2% em razão, principalmente, do aumento dos preços.

fonte: MAPA

http://alimentoseguro.locaweb.com.br/noticias3759.asp?tipo_tabela=noticias&id=3759

Valor exportado pelo agronegócio nos


últimos 12 meses bate recorde para maio
Setor atingiu marca histórica de US$ 64 bilhões em vendas externas de junho de
2007 ao mês passado

As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram a marca histórica de US$ 64


bilhões em maio deste ano. De junho de 2007 ao mês passado, o valor das vendas
externas do país superou em 18,3% o exportado entre junho de 2006 e maio de 2007. O
balanço foi divulgado nesta segunda-feira, dia 9, pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Conforme o Mapa, o bom resultado das vendas externas dos produtos agropecuários em
maio foi influenciado tanto pela regularização de registros de exportação devido à
suspensão da greve dos fiscais da Receita Federal quanto pelo aumento dos preços no
mercado internacional.

Os mais vendidos

O complexo soja foi o setor que mais contribuiu para o aumento das exportações. As
vendas aumentaram US$ 1,4 bilhão, o que correspondeu a mais de 60% do crescimento
total das exportações do agronegócio no mês passado.

Já os valores exportados de soja em grãos aumentaram 125,5% em relação ao mês de


maio de 2007 – segundo o Mapa devido ao aumento de 60% da cotação desse produto
no mercado externo – enquanto a quantidade exportada cresceu 41%. As vendas de
farelo de soja aumentaram a receita em 108,9%, alcançando a cifra de US$ 612 milhões.
As exportações do óleo de soja aumentaram 55,7%, resultado propiciado pelo
crescimento de 94% nos preços e pela redução de 19,8% do volume embarcado, de
acordo com o ministério.

As vendas externas de carnes apresentaram crescimento de 39,8% atingindo o valor de


US$ 1,4 bilhão, em comparação a maio de 2007. Conforme o Ministério da Agricultura,
mais uma vez o preço influenciou o resultado, já que a quantidade exportada aumentou
10%.

As exportações de carne de frango in natura registraram incremento de 60,5% no valor


exportado, conforme o Ministério da Agricultura graças ao aumento de 27% dos preços
e de 26,4% da quantidade exportada. As vendas de carne suína in natura expandiram-se
65,2% em valor. O volume exportado foi 17,4% maior e os preços foram 40,7%
superiores, no mesmo período de 2007.

Os principais destinos

No que se refere aos destinos das exportações do agronegócio, destaca-se o crescimento


dos valores exportados para a Ásia (89%), Europa Oriental (75,9%), Aladi – excluído o
Mercosul – (53%) e União Européia (42,6%). A China liderou o ranking dos países que
mais compraram produtos do agronegócio brasileiro em maio, US$ 1,3 bilhão. Em
seguida estão os Países Baixos com US$ 745 milhões e os Estados Unidos com US$
614 milhões.

Os mais comprados

As importações do agronegócio em maio somaram US$ 886 milhões, uma variação de


26,9% em relação às ocorridas do mesmo período no ano passado. Destaca-se o elevado
incremento do valor importado do milho (397%) e da farinha de trigo (137,8%). As
quantidades importadas de trigo e arroz apresentaram queda de 73,2% e 48%,
respectivamente.

Resultado do ano

Nos cinco primeiros meses de 2008, as exportações do agronegócio totalizaram US$


27,2 bilhões com crescimento de 25,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
As importações de janeiro a maio também apresentaram aumento significativo de
40,4% atingindo o valor de US$ 4,6 bilhões. O saldo comercial do agronegócio, nos
primeiros cincos meses de 2008, cresceu cerca de US$ 4,1 bilhões, passando de US$
18,3 bilhões, do mesmo período de 2007, para US$ 22,5 bilhões.

http://www.canalrural.com.br/canalrural/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&action=noticias
&id=1955691&section=noticias

http://wha0rton.universia.net/index.cfm?fa=viewarticle&id=959&language=portuguese

Petróleo: por que os preços sobem (e descem)?

Adilson de Oliveira
O petróleo é a principal fonte de energia do mundo. Junto com o gás natural, na
verdade um subproduto da indústria do petróleo, ele alimenta mais de 60% das
necessidades energéticas das economias industriais. Apesar do enorme esforço
científico e tecnológico desenvolvido nos últimos 30 anos para encontrar fontes
alternativas, ainda não foi encontrada fonte de energia, com custos comparáveis ao
petróleo, que possa substituí-lo. O mundo industrial continua dependendo do óleo
negro para mover a logística de transporte, que permite levar a produção aos mais
diversos rincões do planeta, e, com a emergência das centrais térmicas alimentadas
com gás natural, também para o suprimento de eletricidade. Um corte abrupto no
suprimento de petróleo causaria um efeito devastador na economia, como a
recente crise elétrica no Brasil nos ilustrou.

Há cerca de trinta anos, a possibilidade do esgotamento dos recursos petrolíferos


foi percebida como um ameaça real de curto prazo. Estimava-se àquela época que
chegaríamos ao início do século XXI com as reservas de petróleo em rápido declínio
e, conseqüentemente, com preços estratosféricos.

O consumo de petróleo crescia em ritmo acelerado enquanto a descoberta de novas


reservas movia-se lentamente. Os países árabes, onde se localizava a maior parte
das reservas, ameaçaram fazer do suprimento de petróleo uma arma política. A
combinação da perspectiva de uma escassez física com limitações políticas de
suprimento provocou forte aumento no preço do petróleo, de certa forma
confirmando as previsões pessimistas. O petróleo chegou ser vendido por US$ 40 o
barril, porém esse patamar mostrou-se insustentável.

O preço elevado da principal fonte de energia do mundo industrial provocou severa


recessão econômica, reduzindo seu consumo. Além disso, induziu a exploração de
novas bacias sedimentares em busca de novas fontes de suprimento desse
combustível fóssil assim como a busca de tecnologias mais eficientes para o uso da
energia e a substituição do petróleo por fontes alternativas. Esses movimentos
combinados provocaram drástica reversão de expectativas. A trajetória de elevação
no preço do petróleo sofreu radical inflexão: em meados da década de 80, o preço
estava muito próximo, em termos reais, do patamar praticado antes da crise dos
anos 70.

Depois de cerca de pouco mais de uma década de relativa estabilidade, voltamos a


viver um período de forte instabilidade no preço do petróleo. Diferentemente da
crise da segunda metade do século passado, nos dias atuais, a questão do
esgotamento físico das reservas não está no centro das preocupações dos países
industriais. Uma análise, limitada estritamente ao aspecto da disponibilidade de
recursos, indica que as reservas conhecidas e a expectativa de novas descobertas
permitem manter o consumo atual por pelo menos outros 50 anos.

O problema percebido como mais grave, no curto prazo, é a crise política no Golfo
Pérsico onde se concentram as reservas conhecidas de petróleo (mais de 60% das
reservas encontram-se nessa região). No longo prazo, o problema maior é a
perspectiva de forte elevação do consumo de combustíveis nos países em
desenvolvimento pela pressão que esse movimento virá a exercer sobre as reservas
mundiais e o meio ambiente.

O petróleo é um insumo com características peculiares. Seu custo técnico de


produção varia muito, em função das características geo-econômicas e geológicas
da região produtora. Nos dias atuais, esse custo técnico do barril oscila entre pouco
menos de US$ 1 em alguns campos da Arábia Saudita e pouco mais de US$ 12 em
boa parte dos campos terrestres da costa leste do Estados Unidos. No caso
brasileiro, temos campos produtores com custo técnico do barril inferior a US$ 6 na
bacia de Campos e outros com custo técnico superior a US$ 18 nas bacias
terrestres da Bahia.

Contudo, o custo do petróleo não é composto apenas de seu custo técnico de


produção. Sobre este incidem tributos (royalties, imposto sobre lucros excepcionais
etc) que são particularmente relevantes no caso dos petróleos de baixo custo
técnico de produção. Estes impostos são a mais importante fonte de receita fiscal
nos países em desenvolvimento que têm no petróleo seu principal produto de
exportação. (Em alguns casos, mais de 80% do preço corresponde à receita fiscal
do país produtor.) Nesses países, as empresas petrolíferas são induzidas a
programar sua produção em função das necessidades fiscais do governo. Quando o
preço no mercado internacional está elevado e a situação fiscal é confortável, as
empresas são induzidas a restringir sua produção. O inverso ocorre quando o preço
está baixo e a situação fiscal é frágil. A OPEP procura organizar os programas de
produção de seus países membros, visando manter o preço do petróleo em
patamar elevado (entre US$ 24 e US$ 28 por barril) relativamente aos custos
técnicos de produção desses países.

Pelo ângulo da demanda, o petróleo é um insumo que se caracteriza por forte


inelasticidade preço no curto prazo, porém com substancial elasticidade preço no
longo prazo. Isso significa que uma forte elevação no preço provoca pequena
alteração no consumo no curto prazo, porém modifica de forma importante o
consumo no longo prazo. Em outras palavras, todo ganho excessivo dos produtores
no curto prazo traz embutido o risco de perda de mercado significativa no longo
prazo. Esse risco é, na verdade, o principal elemento inibidor da ganância dos
produtores de petróleo que percebem na forte dependência de suprimento do
petróleo do mundo industrial uma oportunidade para aumentar significativamente o
preço desse insumo.

O consumo de petróleo está também concentrado em poucos países. Somente os


Estados Unidos consomem cerca de 25% do petróleo produzido no mundo. Os
países europeus e o Japão são responsáveis por cerca de 40% adicionais. A
perspectiva de relativa tranqüilidade na disponibilidade física de petróleo depende,
no longo prazo, da manutenção desse quadro de profunda desigualdade no
consumo desse precioso combustível, em que menos de 15% da população mundial
ficam com dois terços dos benefícios econômicos da maior riqueza mineral do
planeta. No curto prazo, a tranqüilidade no suprimento de petróleo depende das
condições políticas vigentes no Golfo Pérsico, principalmente na Arábia Saudita, de
onde sai pouco mais de 15% do abastecimento de petróleo do mundo nos dias
atuais.

Depois da crise da década de 70, vivemos um período de relativa tranqüilidade no


mercado de petróleo nas duas décadas seguintes. Para tanto foram determinantes
dois fatores: a estagnação no consumo mundial de petróleo e a perspectiva de uma
solução negociada no problema palestino. O alongamento do horizonte de
esgotamento das reservas conhecidas e a expectativa de o suprimento de petróleo
do Golfo Pérsico em regime cooperativo com os países consumidores aproximaram
o preço do petróleo para o custo técnico de produção dos produtores marginais dos
Estados Unidos (US 16 por barril).

Mais recentemente, os dois fatores apontados acima foram revertidos. O


relaxamento nos Estados Unidos da preocupação com os problemas ambientais
provocados pelo uso intensivo de combustíveis fósseis vem provocando novamente
incremento significativo no consumo de petróleo nos países desenvolvidos que,
como já dissemos, são os maiores consumidores desse combustível.
Necessariamente o Golfo Pérsico deve aumentar sua oferta para manter o equilíbrio
do mercado a preços razoáveis.

Contudo, o caminho negociado para o problema palestino foi abandonado voltando-


se a utilizar a força como mecanismo de solução. A perspectiva de uma solução
cooperativa para a oferta de petróleo a partir do Golfo Pérsico tornou-se menos
provável a partir do ataque terrorista do ano passado que levou o governo Bush a
adotar a firme decisão de usar a força para submeter o Iraque. A perspectiva de
uma guerra naquela região gera enorme incerteza quanto ao fluxo de petróleo no
curto prazo com óbvios impactos no seu preço, devido à sua inelasticidade de curto
prazo. O preço do petróleo tende a ficar relativamente elevado enquanto persistir o
clima de tensão militar no Golfo Pérsico.

No longo prazo, a decisão da administração americana atual de minimizar os


impactos ambientais da aceleração do consumo de combustíveis e a percepção de
ser sua política garantir o controle das reservas do Golfo Pérsico para
abastecimento de seu espaço geo-político tendem, por um lado, a postergar o
esforço necessário de busca de fontes alternativas de energia e, por outro lado, a
acirrar a luta política e, infelizmente, militar pelo controle das reservas de
hidrocarbonetos do mundo. Uma vez mais, estamos diante da perspectiva de preço
elevado para o petróleo, especialmente para os países que não dispuserem de
fontes próprias de suprimento desse precioso recurso natural.

Felizmente, o Brasil possui significativos recursos petrolíferos que nos permitem


amenizar de forma significativa os efeitos das fortes oscilações das condições de
suprimento de petróleo no mercado mundial. Contudo, os mecanismos
institucionais necessários para alcançar esse objetivo não foram ainda
estabelecidos. A forte elevação do preço do petróleo no ano em curso, associada à
forte desvalorização cambial dos últimos meses tem provocado forte pressão no
preço dos derivados de petróleo com óbvios impactos inflacionários. O governo
eleito terá que se debruçar sobre esse tema com brevidade. Um mecanismo
tributário flexível que permita acomodar fortes flutuações no preço do petróleo no
mercado internacional parece ser o caminho sensato a seguir.

Você também pode gostar