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NR 10 SEGURANÇA NO SISTEMA
ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
E EM SUAS PROXIMIDADES –
RECICLAGEM
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
SESI/DN
Robson Braga de Andrade
Diretor
DIRETORIA DE OPERAÇÕES
Paulo Mól Júnior
Diretor de Operações
NR 10 SEGURANÇA NO SISTEMA
ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
E EM SUAS PROXIMIDADES –
RECICLAGEM
Brasília, DF
2020
©2020. SESI/DN - Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
SESI/DN
Unidade de Saúde e Segurança na Indústria (SSI)
FICHA CATALOGRÁFICA
Sede
Setor Bancário Norte
Quadra 1 – Bloco C
Edifício Roberto Simonsen
70040-903 – Brasília – DF
Tel: (61) 3317-9000
Fax: (61) 3317-9994
http://www.portaldaindustria.com.br/sesi/
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Exemplo de procedimento de trabalho 26
Tabela 2: Classe de isolação das luvas de borracha 46
Tabela 3: Sinalização de trânsito e isolamento de área de trabalho 64
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Trabalho em equipe 19
Figura 2: Método ao contato 21
Figura 3: Método ao potencial 21
Figura 4: Método à distância 21
Figura 5: Líder (supervisor) 25
Figura 6: Liderança 25
Figura 7: Para-raios de alta tensão 36
Figura 8: Configurações típicas para instalação de aterramentos temporários 42
Figura 9: Vestimenta condutiva para serviços ao potencial 44
Figura 10: Capacete classe B 44
Figura 11: Protetor facial contra arco elétrico classe de risco II 44
Figura 12: Balaclava risco III 45
Figura 13: Capuz risco III 45
Figura 14: Óculos de proteção 45
Figura 15: Luvas de borracha isolantes 46
Figura 16: Luvas de cobertura 47
Figura 17: Luvas de vaqueta 47
Figura 18: Manga isolante 47
Figura 19: Botina para eletricista 48
Figura 20: Cinturão tipo paraquedista 48
Figura 21: Dispositvo trava-quedas 48
Figura 22: Talha tirante de naylon e olhal giratório 49
Figura 23: Bastão isolante para talhas e moitões 50
Figura 24: Mastros para içamento 50
Figura 25: Mastro para cruzeta 50
Figura 26: Bastão lança com mastro 50
Figura 27: Corda e separador isolante para corda 51
Figura 28: Bastão de manobra 51
Figura 29: Bastão de prendedor de condutor 51
Figura 30: Prendedor de amarração 51
Figura 31: Gancho rotativo
Figura 32: Lâmina rotativa 52
Figura 33: Bastão punho isolante 52
Figura 34: Bastão de resgate 52
Figura 35: Bastão garra 52
Figura 36: Conjunto de elevação 52
Figura 37: Cruzeta auxiliar 53
Figura 38: Extensão de cruzeta 53
Figura 39: Tensionador duplo distribuição 53
Figura 40: Aterramento estático 53
Figura 41: Berço simples 54
Figura 42: Berço de encaixe 54
Figura 43: Berço de suporte 54
Figura 44: Escada isolante 54
Figura 45: Distanciador isolante para escada 55
Figura 46: Plataforma aérea 55
Figura 47: Banqueta isolante 56
Figura 48: Andaime modular 56
Figura 49: Cobertura flexível para condutor secundário 56
Figura 50: Cobertura rígida para poste 57
Figura 51: Cobertura para isolador de pino 57
Figura 52: Lençol isolante 57
Figura 53: Pregador de cobertura 57
Figura 54: Microamperímetro 58
Figura 55: Hot line tester 58
Figura 56: Detector de tensão 58
Figura 57: Cadeira de acesso ao potencial 59
Figura 58: Carro para inspeção de condutores 60
Figura 59: Bastão de contato ao potencial 60
Figura 60: Erguer peso 62
Figura 61: Levantamento de carga 63
Figura 62: Exemplo de sinalização de área de trabalho 65
Figura 63: Sentido único da via 66
Figura 64: Sentido duplo da via 67
Figura 65: Cruzamento 67
Figura 66: Centro das vias 67
Figura 67: Trabalho sob tensão ao potencial em linhas de transmissão 69
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 10
1. OBJETIVO GERAL DA CAPACITAÇÃO 11
PLANO DE ESTUDOS 12
CARGA HORÁRIA DO CURSO 13
REFERÊNCIAS 78
APRESENTAÇÃO
11
Módulo 1(EAD)
• Organização, Procedimentos e Responsabilidades no SEP– 2h
• Riscos e Acidentes Típicos no SEP e Medidas de Controle – 2h
Módulo 2 (Presencial)
• Prática: Segurança com Veículos e Transporte de Pessoas, Materiais e Equipamentos; Trei-
namento em Técnicas de Remoção, Atendimento, Transporte de Acidentados – 4h
14 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
M
MÓDULO EAD
Quando envolve recursos humanos, esta tarefa é de execução complexa, já que envolve pro-
fissionais com diferentes comportamentos, experiências, conhecimentos, culturas e lideranças,
além de empresas com diferentes atividades fins e culturas empresariais.
Por tanto, a partir de agora, veremos o significado de a cada uma dessas etapas.
Planejar: é definir a maneira mais segura e mais simples de fazer a tarefa, evitando complica-
ções ou controles exagerados, o modo mais barato, os meios menos cansativos para quem rea-
liza a tarefa, os procedimentos mais rápidos e que obtenham a melhor qualidade e o resultado
mais confiável e um forma de trabalho que não prejudique o meio ambiente.
Para que haja equilíbrio entre a programação e o planejamento, eles não podem ser pensados
18 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
separadamente. Quando fazemos, com antecedência, um estudo de todos os fatores que vão
interferir no trabalho e reunimos o que é necessário para a sua execução, estamos organizando
o trabalho para alcançar bons resultados. (FUNCOGE, 2006)
As atividades no SEP podem ser programadas com antecedência ou, em situações de emergên-
cia, que necessitarem ser executadas imediatamente, sem programação, devido a ocorrência
de algum evento inesperado. Quando estes eventos emergenciais ocorrem nas redes alimenta-
doras de Alta Tensão, que alimentam grandes instalações ou grupos de cargas prioritárias, que
provocam alto impacto, as ações de correção devem ser rápidas.
As demais atividades no SEP (exceto as emergenciais), sempre que possível, devem ser progra-
madas previamente. No entanto, independente da situação, o planejamento do serviço, sempre
deve ser realizado, devendo constar no plano de emergência da empresa, conforme . Mesmo
em situações críticas, levando em consideração que uma falha em uma atividade em alta tensão
pode provocar acidentes graves, com danos às pessoas e/ou às instalações, o planejamento
sempre deve ser realizado. (BARROS et al, 2014)
Antes de iniciar qualquer atividade, o responsável pelo serviço deve reunir os envolvidos na
liberação e execução da atividade e:
• Certificar-se de que os empregados envolvidos na liberação e execução dos serviços
estão munidos de todos os EPI necessários;
• Explicar aos envolvidos as etapas da liberação dos serviços a serem executados e os
objetivos a serem alcançados;
• Transmitir claramente as normas de segurança aplicáveis, dedicando especial atenção
à execução das atividades fora da rotina;
• Certificar-se de que todos os envolvidos estão conscientes do que fazer, onde fazer,
como fazer, quando fazer e por que fazer. (BARROS et al, 2014).
Nas atividades que podem ser programadas, o planejamento é realizado de forma tranquila, o que
não descaracteriza sua importância. Nas ações emergenciais, o planejamento das ações a serem
desempenhadas é de fundamental importância para a segurança e saúde dos envolvidos. Nestas
ações o planejamento deve ser realizado, contudo o registro pode ser feito após as atividades, salvo
em condições específicas, quando é obrigatório o registro da ação antes da sua execução, mesmo
em condições de emergência.
b) Trabalho em equipe
Trabalho em equipe pode ser descrito como um conjunto de pessoas que se dedicam a realizar uma
tarefa ou um determinado trabalho e são interdependentes.
Os serviços em instalações energizadas em AT, bem como aqueles executados no Sistema Elé-
trico de Potência (SEP), não pode ser realizado individualmente. Mesmo que o profissional exe-
cute uma atividade muito simples em uma instalação elétrica energizada em AT, ou no SEP,
outra pessoa deve acompanhá-lo.
Importante lembrar que esta pessoa também deve ter conhecimento e treinamento específico para
acessar essas instalações, pois também estará envolvida com a atividade.
Para promover a segurança no seu trabalho é importante que você saiba respeitar as diferenças e
saiba trabalhar com colegas que pensam e agem de formas diferentes.
19
A NR 10 ainda determina que toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em
condições de exercer a supervisão e condução da equipe durante os trabalhos. Entre suas ha-
bilidades, destaca-se:
• Compreender bem a missão socioeconômica da organização;
• Exercitar-se na busca de novas soluções e na descoberta de novos problemas;
• Articular, agregar e processar continuamente ideias e alternativas de ação;
• Ter visão e orientar-se continuamente para o futuro;
• Reconhecer o valor das pessoas;
• Aprender a aceitar as pessoas como elas são;
• Valorizar relações pessoais;
• Valorizar os requisitos de segurança e Saúde no Trabalho.
A NR 10 determina que estabelecimentos com carga instalada superior a 75kW devem constituir
e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do esquema unifilar atualizados
das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterra-
mento e demais equipamentos e dispositivos de proteção, no mínimo, os itens a seguir:
a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e
saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de controle existentes;
b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas
atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental,
aplicáveis conforme determina esta NR;
20 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Importante saber
• Estabelecimentos com carga instalada superior a 75kW, terão atendimento
em tensão primária de distribuição e deverão possuir subestação transfor-
madora própria, portanto, terão instalações de Alta Tensão que, embora
possam estar fora do que é definido como SEP, expõe os trabalhadores aos
mesmos riscos que no SEP.
Todos os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem ser ela-
borados por profissional legalmente habilitado.
d) Métodos de trabalho
No SEP a realização dos trabalhos pode ser com a linha energizada (linha viva) ou com a linha de-
senergizada (linha morta). Entre os fatores que determinam a escolha de um dos dois métodos,
estão as características das atividades e as condições atmosféricas no dia da execução da tarefa.
Trabalhos com linha energizada podem ser executados por meio de um destes métodos:
21
Método ao potencial: é o método em que o trabalhador fica em contato direto com a tensão
da linha, no mesmo potencial da rede elétrica. Nesse método é importantíssimo o emprego de
medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador,
devendo ser utilizado conjunto de vestimentas condutoras (roupas, botinas, luvas, capuzes), liga-
das através de cabo condutor elétrico e cinto a rede objeto da atividade. É necessário treinamento
e condicionamento específico dos trabalhadores para tais atividades.
Figura 3: Método ao potencial
Método à distância: É o método em que o trabalhador interage com a parte energizada a uma
distância segura, através do emprego de procedimentos, estruturas, equipamentos, ferramentas
e dispositivos isolantes apropriados. É, também necessário treinamento e condicionamento espe-
cífico dos trabalhadores em tais atividades.
Figura 4: Método à distância
22 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
e) Comunicação
Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles envolvidos e
atividades no SEP, deve dispor de equipamento que permita a comunicação permanente com os
demais membros da equipe ou com o centro de operação durante a realização do serviço.
Quando for utilizada a comunicação verbal, via rádio ou celular, devem ser estabelecidos crité-
rios para disciplinar a sua utilização, mantendo a segurança das informações transmitidas, bem
como das pessoas envolvidas. Alguns destes critérios são:
• Escutar antes de falar para evitar interferência na comunicação, pois além de não se
fazer entender, poderá causar distorções na comunicação, confusão e transtornos.
• Falar só o que for estritamente necessário deixando o canal de comunicação livre por
mais tempo.
• Falar pausadamente: de maneira que a pessoa que está escutando entenda clara-
mente a mensagem, evitando, desta forma, distorções, repetições desnecessárias e erros de
comunicação que podem ser determinantes para a ocorrência de acidentes.
• Responder prontamente as chamadas.
• Usar o rádio ou o celular somente para comunicações necessárias.
É importante salientar que não é apenas a comunicação verbal que é importante e usada nos
trabalhos no SEP, e em todas as instalações e serviços em eletricidade. A comunicação visual e
sinalização é muito empregada e tem o objetivo de alertar os trabalhadores dos perigos a que
estão expostos. Neste contexto podemos citar as placas de sinalização de perigo, de presença
de Alta Tensão, travamento e bloqueio de equipamentos, impedimento de reenergização, co-
nes e fitas zebradas e outros tipos de sinalização que são importantes e eficazes na segurança
do trabalho.
Esta situação impõe ao trabalhador envolvido direta ou indiretamente com o SEP, agravantes
relacionados com o estresse gerado pelo exercício da atividade diária, em comparação com
outras funções que envolvam riscos menores (BARROS, 2014).
Além dos aspectos comportamentais citados acima, próprio de cada um, ainda podem ocorrer
outros fatores que alterem a maneira de agir de um trabalhador, diante de situações inespera-
das no desenvolvimento do trabalho, como prazo de conclusão muito curto, pressão por parte
da empresa ou do chefe da equipe ou algum imprevisto com equipamentos, materiais ou ferra-
mentas, que dificultem a tarefa.
A pressa, a distração, a agressividade, a irritação e a competição entre colegas são fatores que
somados a estados psicológicos alterados, ou comportamentos de risco, interferem diretamente
na execução da tarefa e na segurança dos envolvidos.
Espírito competitivo: o espírito competitivo pode ser saudável por estimular a dedicação
ao trabalho. Por outro lado, pode ser decorrente ao atendimento de metas de produção ou de
atendimento impostas à equipe de trabalho, o que resulta na negativa de auxílio e ajuda, mesmo
de maneira indireta, a algum colega que necessite de apoio operacional. (BARROS et al, 2014)
24 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Também devemos citar aspectos psicológicos e emocionais que o trabalhador possa estar pas-
sando em um determinado momento da sua vida, como por exemplo, a comoção devida a
alguma ocorrência com familiares levando o trabalhador a um comportamento desequilibrado,
podendo originar um quadro acidentário. A depressão e a insegurança, também são exemplos
de aspectos psicológicos que podem levar o trabalhador a um comportamento de risco.
Não podemos esquecer de outros fatores que embora não sejam comportamentais, podem
levar ao acidente:
• Deficiência visual, auditiva ou motora;
• Uso de medicamentos que alterem a percepção;
• Cansaço, sono e fadiga.
A natureza destes fatores é, portanto, complexa e multicausal, pois ela abrange uma série de
questões inerentes à própria atividade do trabalho as questões psico e sociais dos trabalhadores.
Um ambiente de trabalho saudável, pode proporcionar saúde e ser um fator de proteção, assim
como ele pode, também adoecer e impactar negativamente na saúde dos trabalhadores, quando
isso acontece, pode ser que os trabalhadores passem a ter transtornos mentais relacionados ao
trabalho, porque o trabalho acabou gerando um risco a sua saúde, da mesma maneira quando
o trabalho encontra um ambiente adequado ao seu crescimento, ao seu desenvolvimento, com
uma liderança que lhe apoia, ele se transforma num propulsor de saúde e de crescimento.
O líder da equipe exerce função fundamental para o andamento do trabalho com segurança,
além da técnica e produtividade. Cabe a ele prestar atenção para que o ambiente de trabalho
tenha um clima propício a que as relações entre os trabalhadores não se transformem em causas
para a ocorrência de acidentes de trabalho. Deve estar consciente do que está acontecendo no
grupo e agir apropriadamente. Harmonizar as necessidades da equipe de trabalho com as exigên-
cias da empresa. Liderar uma equipe não se resume a fazer um grupo funcionar para que sejam
atingidos os objetivos, é mais do que isso, é a habilidade de exercer influência e ser influenciado
pelo grupo, através de processo de relações interpessoais adequadas para atingir um ou mais
objetivos comuns a todos.
Devido às características de atuação das empresas do setor elétrico, que exigem do pessoal de
operação ou manutenção uma resposta muito alta em termos de eficiência, além da contínua expo-
sição a riscos, entendemos que os profissionais em cargo de liderança devem ter poder de mando
para, nessas situações, exigir e cobrar os resultados desejados. Por outro lado, o restante da equipe
de trabalho deve obedecer às ordens recebidas, para que, trabalhando assim em equipe, consigam
apresentar os resultados esperados.
Os líderes tem um papel fundamental dentro das empresas e são formadores de opinião e
junto aos seus trabalhadores eles conseguem fazer bem o papel de liderança que é conduzir as
suas equipes nas condições de trabalho, e também eles fazem essa relação tanto com a dire-
toria da empresa quanto com os gestores de uma estância maior, como com outros setores da
empresa, por exemplo: o setor de recursos humanos ou o setor de saúde e segurança, então
os lideres tem um papal fundamental para poder fazer esse envolvimento e ter essa relação
com outros setores da empresa, porque como eles conhecem os problemas evidenciados nos
setores e conhecem também quais são as ações preventivas. Eles podem fazer essa correlação,
essa relação de comunicação, que vão então beneficiar a toda a empresa.
Figura 6: Liderança
26 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Atividades rotineiras devem possuir um descritivo passo a passo e é recomendável que seja
realizado um treinamento formal da equipe de trabalho sobre o método de execução. Já as
atividades que não são rotineiras, devem possuir um procedimento específico desenvolvido
por profissionais habilitados e autorizados. Após a elaboração do procedimento, toda a equipe
deve discutir a forma de execução antes de iniciar a tarefa e preencher um formulário para evi-
denciar o planejamento realizado.
Importante saber
• A NR 10 também estabelece que os serviços em instalações elétricas
devem ser precedidos de ordens de serviço específicas, aprovadas por
trabalhador autorizado, contendo, no mínimo, o tipo, a data, o local e as
referências aos procedimentos de trabalho a serem adotados.
É recomendado que para cada fase do SEP sejam elaborados procedimentos operacionais padrão,
contemplando as atividades rotineiras ou periódicas executadas pelos trabalhadores. A elaboração
destes procedimentos deverá levar em conta a análise de risco da atividade.
Importante ressaltar que, para um procedimento de trabalho ser plenamente aceito pela equipe
de trabalho, ele deverá ser elaborado através da participação de todos os níveis envolvidos no tra-
balho, em que a experiência e o conhecimento de cada um irá contribuir para o desenvolvimento
de um documento que preserve a segurança de todos os envolvidos, preservando técnicas de
trabalho já difundidas, que não exponham os trabalhadores à riscos desnecessários.
O SEP é composto pelas fases de geração, transmissão, distribuição e parte do consumo (até a me-
dição). A figura abaixo mostra uma imagem do SEP, onde a energia é gerada (produzida) em uma
usina hidrelétrica. A tensão gerada é elevada a níveis superiores a 230kV em uma subestação de
transmissão e transportada por meio de linhas de transmissão até subestações próximas a centros
de cargas onde a tensão é rebaixada a níveis entre 13,8kV, 23,1kV e 34,5kV e distribuida para os
consumidores. Na distribuição, os consumidores podem ser supridos por Alta Tensão (AT), possuin-
do a subestação rebaixadora própria, ou em Baixa Tensão (BT), quando a tensão é rebaixada em
transformadores instalados em postes e distruída em redes de Baixa Tensão.
Podem ser consideradas condições inseguras, passíveis de paralisação ou até mesmo o cance-
lamento de um trabalho, por exemplo, realizar uma intervenção em instalação elétrica energi-
zada em alta tensão ou no SEP (energizado), ao tempo, em dias chuvosos ou ausência de um
EPI ou EPC necessários para a execução com segurança de alguma atividade. Importante des-
tacar que, no caso de ausência de EPI ou EPC, se for possível o trabalhador buscar na empresa
os equipamentos faltantes, ele deve busca-lo, porém se o equipamento faltante não estiver
disponível, e não houver outra maneira de eliminar a condição impeditiva, o trabalho deve ser
suspenso até que isso seja possível.
As condições impeditivas podem ocorrer por diversos fatores, como por exemplo:
a) Premissas da NR 10
• Chuva: Não deve ser efetuado serviços em instalações elétricas energizadas e perten-
centes ao SEP (energizado) quando estiver chovendo ou na iminência de chuva, nesse caso o
trabalho deve-se interromper os serviços. Admitem-se a realização de manobras de abertura e
fechamento de chaves, com chuva, desde que todos os procedimentos de segurança e uso de
EPI e EPC forem observados. A chuva, além de reduzir a rigidez dielétrica dos equipamentos, fer-
ramentas, EPI e bastões de manobra, também dificulta a realização dos serviços. Em conjunto
com a chuva, podem ocorrer descargas atmosféricas próximos às redes de energia elétrica (até
1,0 km), induzindo tensões perigosas.
Importante saber
• Equipe de linha viva só intervém com luz do dia e umidade relativa do ar
inferior a 72%.
30 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Algumas condições encontradas no local do trabalho podem ser consideradas como impeditivas
por expor o trabalhador a riscos acentuados de acidentes. Podemos citar:
• Espaçamento insuficiente: quando não há espaçamento suficiente para evitar que pes-
soas que circulam nas proximidades das partes vivas possam entrar em contato com essas partes,
seja diretamente ou por intermédio de objetos que elas manipulem ou transportem.
• Posição de trabalho: Também é um risco ergonômico. A instalação deve ser concebida para
que o trabalhador tenha condição de prestar o serviço sem comprometer sua saúde e segurança.
Locais onde é necessário o contorcionismo devido à dificuldade de acesso ou de visualização do local
de trabalho não constituem situações seguras. (BARROS et al, 2014).
Alguns aspectos individuais também podem impedir que a pessoa e/ou equipes realizem serviços
podendo ou não ser impeditivo a tarefa a ser executada:
• Desgaste físico acentuado após muitas horas de trabalho ou mesmo deslocamento a
local de intervenção;
1.6. RESPONSABILIDADES
Quanto às responsabilidades dos contratantes, dos empregadores e empregados envolvidos nas
atividades em instalações elétricas, incluindo o SEP e instalações de alta tensão energizadas, os
contratantes devem manter os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão expostos,
instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra riscos elétricos a serem
adotados.
Segue a norma afirmando que cabem a empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envol-
vendo instalações e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.
Este aspecto também é abordado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que no seu artigo
157 determina:
31
III – Adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional competente.
Atividades realizadas em alta tensão representam uma condição de risco maior em relação às
desenvolvidas em baixa tensão, o que acentua a necessidade de adotar medidas de prevenção e
controle destes riscos.
Algumas medidas de prevenção e controle de riscos do SEP são básicas e podem ser resumidas
nesse aspectos:
• As instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja pos-
sível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e os demais riscos adicionais
inerentes às atividades.
• As instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas, devem ser dis-
postas de modo a permitir um espaço suficiente para trabalho seguro.
• As estruturas metálicas pertencentes às instalações eletromecânicas do SEP, que não
façam parte dos circuitos elétricos, devem ser aterradas. A NR 10 especifica que o aterramento
das instalações elétricas deve ser executado conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos
competentes e, na ausência desta, deve atender as Normas Internacionais vigentes.
• As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indireto com a água e que
34 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
possam permitir fuga de corrente devem ser projetadas e executadas considerando em espe-
cial a blindagem, isolamento e aterramento.
• As distâncias de segurança entre as tensões (fase-fase e fase-terra), devem ser respei-
tadas, além da utilização correta dos EPC e EPI.
• As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar
a condutibilidade, a inflamabilidade e as influências eletromagnéticas.
• É vedado o uso de adornos pessoais (brincos, anéis, correntinhas, pulseiras, piercing e
outros) nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades.
Estas ações devem ser planejadas com o propósito de evitar, principalmente o choque elétrico,
que pode ser definido como um estímulo rápido no sistema nervoso do corpo humano, provo-
cado pela passagem da corrente elétrica (BARROS et.al, 2014).
É importante lembrar que o fato de a linha estar desenergizada não elimina o risco elétrico, tam-
pouco se pode prescindir das medidas de controle coletivas e individuais necessárias. A energi-
zação acidental pode ocorrer devido a erros de manobra, contato acidental com outros circuitos
energizados, tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede e descargas atmos-
féricas, mesmo que distantes dos locais de trabalho ou fontes de alimentação de terceiros.
Como dito anteriormente, o choque elétrico é um dos principais motivos de acidentes no setor.
Nos dois tipos de choques descritos abaixo é muito importante o socorro imediato a vítima,
conforme técnicas de primeiros socorros.
Capacitores são instalados em subestações e redes de distribuição de energia elétrica, para com-
pensar a energia reativa indutiva gerada por diversos tipos de cargas, em especial motores elétricos.
Isso é necessário para manter a variação da tensão dentro de limites aceitáveis pelo consumidor.
Dentre as formas em que se apresenta a eletricidade estática, a que apresenta o maior risco no
Sistema Elétrico de Potência é a descarga da energia acumulada em capacitores. Especial atenção
deve ser dada a esta descarga, mesmo algum tempo após a interrupção da energia elétrica.
Na fase de geração de energia este efeito é caracterizado devido à existência de partes móveis,
como as pás dos geradores eólicos ou o atrito decorrente do movimento associado ao gás ou à
água nas tubulações, que podem gerar carga estática nas partes metálicas da instalação.
Nas linhas de transmissão temos o efeito capacitivo que surge com o desligamento da linha,
devido à sua extensão e às características físicas de seus componentes.
Como medida de prevenção esses dispositivos devem ser aterrados para descarregar toda a
eletricidade estática antes da execução do serviço.
Choque dinâmico
Seus efeitos diretos são contrações musculares, tetanização (rigidez muscular), queimaduras in-
ternas ou externas, parada respiratória, parada cardíaca, fibrilação ventricular (arritmia cardíaca),
eletroplessão que é a morte por acidente com eletricidade e, também, seus efeitos indiretos como
quedas e batidas. A extensão do dano do choque elétrico depende da magnitude da corrente elé-
trica, do caminho por ela percorrido no corpo humano e do seu tempo de duração.
35
Este tipo de choque elétrico permanece durante o período de contato com o ponto energizado
ou até o desligamento da instalação.
Os principais riscos, neste tipo de trabalho, são o choque elétrico e o arco elétrico e a medida de
prevenção e controle indicada é manter a distância segura, que é a distância mínima ao ponto
energizado ou, quando isso não for possível, proteger as partes energizadas com material iso-
lante, próprio para função de isolamento elétrico (barreiras, obstáculos e anteparos).
O contato com as partes energizadas irá ocorrer quando o trabalhador tocar diretamente nas
partes vivas desprotegidas de uma instalação energizada ou quando estiver trabalhando em
uma instalação elétrica que, teoricamente está desenergizada, mas que, acidentalmente é ener-
gizada. Também poderá ocorrer o contato indireto com partes metálicas que não fazem parte
do circuito elétrico, mas que se tornam acidentalmente energizadas por algum defeito de isola-
ção da instalação elétrica, tocando nesta parte metálica.
Utilizar EPI isolante (luvas e mangas de borracha), ferramentas isoladas, fazer aterramento das
carcaças das máquinas e estruturas metálicas, são as medidas de proteção contra choques
elétricos por contato.
b) Indução
A passagem da corrente elétrica em condutores gera um campo eletromagnético que, por sua
vez, induz uma tensão elétrica em condutores ou em partes metálicas que estejam nas proximi-
dades dos pontos energizados. Assim, pode ocorrer a passagem de corrente elétrica em circuito
desenergizado ou em partes metálicas, portanto, esses pontos devem ser aterrados.
Embora os níveis de tensão sejam bastante inferiores em relação aos de transmissão, no siste-
ma de distribuição de energia elétrica, os cuidados com a indução elétrica não devem ser redu-
zidos pois os profissionais trabalham posicionados muito próximo à rede, o que os expõem a
uma situação de risco elétrico.
Outra situação que é possível ocorrer é linhas de transmissão e redes de distribuição serem
construídas próximas, de tal forma que, no desligamento de uma delas a indução da rede ligada
possa resultar na presença de tensão elétrica em função do campo eletromagnético.
Nos trabalhos com linha transversais e/ou paralelas, deve-se utilizar o sistema de aterramento
temporário, tantos quantos necessários.
c) Descargas atmosféricas
Ao longo dos anos, várias teorias foram desenvolvidas para explicar o fenômeno dos raios. Atualmente
tem-se que a fricção entre as partículas de água e gelo que formam as nuvens, provocada pelos ventos
ascendentes, de forte intensidade, dão origem a uma grande quantidade de cargas elétricas.
Os sistemas de aterramento têm como primeiro objetivo, a segurança pessoal. Devem ser pro-
jetados para atender os critérios de segurança tanto em alta frequência, descargas atmosféricas
e telefonia, quanto em baixas frequências, como por exemplo, curtos circuitos em motores
trifásicos. Para que o aterramento seja eficaz é necessário que seja um sistema estável, ou seja,
que apresente uma invariabilidade nos valores da resistência de terra. Deve-se levar em consi-
deração também a viabilização do projeto, objetivando o ponto ótimo no que se diz respeito a
configuração do sistema e o resultado desejado.
Costuma-se adotar o valor da resistência de terra em torno de 10Ω, mas na prática, este valor
pode ser bem variável. Adotando-se o aterramento com equipotencialização, por exemplo, o
objetivo final é manter todo o sistema a um mesmo potencial. Deste trabalho conclui-se a im-
portância do conhecimento de projetos para os sistemas de aterramento e para-raios, de ma-
neira minuciosa ressaltando suas características peculiares.
Vale ressaltar que chuva fraca ou moderada não representa condição impeditiva para realiza-
ção de trabalhos emergenciais ou programados em redes desenergizadas de baixa tensão, ou
em alta tensão, desde que executados com técnica apropriada (BARROS et al, 2014).
d) Estática
O desbalanceamento de elétrons (pela falta ou excesso de elétrons) gera assim um campo elé-
trico que é capaz de influenciar outros objetos que se encontram a uma determinada distância.
O nível de carga é afetado pelo tipo de material, velocidade de contato e separação dos corpos,
umidade e diversos outros fatores.
É gerado quando da passagem da corrente elétrica alternada nos meios condutores. Os efeitos
danosos do campo eletromagnético nos trabalhadores manifestam-se especialmente quando
da execução de serviços na transmissão de energia elétrica, nas quais se empregam elevados
níveis de tensão.
Especial atenção aos trabalhadores, expostos a essas condições, que possuam em seu corpo
próteses metálicas como pinos, encaixes ou articulações, pois a radiação promove aquecimento
intenso nos elementos metálicos podendo provocar as necroses ósseas, assim como aos Tra-
balhadores portadores de aparelhos e dispositivos eletrônicos como marca-passo, auditivos ou
dosadores de insulina, pois a radiação interfere nos circuitos elétricos e podem criar disfunções
e mau funcionamento desses.
Como medida de prevenção citamos a roupa condutiva. Em tensão primária de distribuição ela
não é usada pois o efeito do campo eletromagnético sobre o corpo humano é desprezível.
f) Comunicação e identificação
Trabalhos em altura
Constitui-se numa das principais causas de acidentes no setor elétrico, sendo característico de
diversos ramos de atividade, mas muito representativo nas atividades de construção e manu-
tenção do setor de distribuição de energia elétrica.
Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento elétrico devem estar adequa-
dos às tensões envolvidas, e serem inspecionados e testados de acordo com as regulamentações
existentes ou recomendações dos fabricantes.
ACIDENTE 1
Descrição: uma equipe composta de dois eletricistas dirigiu-se a um edifício com o objetivo de
suspender o fornecimento de energia elétrica de um consumidor inadimplente. À medida que
um dos eletricistas desconectava os fios nos bornes do medidor, no quadro de medição trifásica
situado no subsolo do edifício, dobrava as pontas do fio 6 mm com a intenção de dificultar o
religamento por parte de terceiros. Quando tentava dobrar a ponta do último fio o colaborador
bateu com o alicate numa das fases já desconectada ocasionando um curto-circuito entre fases
provocando a explosão do medidor, que o projetou em chamas sobre um veículo que estava
estacionando nas proximidades. O mesmo faleceu alguns dias após o ocorrido em consequên-
cia das queimaduras sofridas.
ACIDENTE 2
Descrição: ao fazer a conexão do ramal de serviço à rede de distribuição, sofreu uma descarga
elétrica ficando preso ao poste pelo cinturão de segurança, vindo a falecer, apesar da prestação
dos primeiros socorros.
Causas prováveis do acidente: falta de planejamento e supervisão, o eletricista deveria ter
utilizado protetores isolantes (luvas, mangueiras, lençóis e coberturas isolantes).
39
ACIDENTE 4
Descrição: a vítima fazia parte de uma equipe de serviços de inspeção em equipamentos de subes-
tação. Após concluir seus serviços, e no intuito de auxiliar uma outra equipe de manutenção, e sem
comunicar seu superior, subiu numa estrutura que se encontrava próxima à chave do barramento de
manobra (chegada de um alimentador de 33 kV), a qual se encontrava energizada.
Causas prováveis do acidente a área de trabalho não estava sinalizada por bandeirolas/fitas. Ao
tentar substituir uma lâmpada, que estava programada para ser substituída em tais condições, não
manteve a distância segura, e foi atingido por uma descarga elétrica da chave do barramento, o que
ocasionou sua morte.
ACIDENTE 5
Descrição sucinta do acidente: durante obra para entrada em operação de uma nova
configuração dos alimentadores de uma subestação, o funcionário escalou uma torre para
a retirada/corte de cabos e não realizou testes de segurança (ausência de tensão e aterra-
mento). Ao se aproximar dos condutores, um estava energizado e houve a formação de um
arco elétrico que atingiu o funcionário.
ACIDENTE 6
Descrição sucinta de acidente: ao tentar realizar abertura de chave lado fonte do religador,
provavelmente utilizando as mãos protegidas por luvas de couro. Sem testar ausência de tensão,
veio a sofrer descarga elétrica de 22 kV, devido a energização indevida do alimentador por parte
de outra concessionária.
O aterramento elétrico é uma ligação elétrica efetiva, confiável e adequada à terra, entendida
como a massa condutora com potencial elétrico, convencionadamente, igual a zero.
A NR 10 estabelece que, o aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme
regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às
Normas Internacionais vigentes.
As medidas previstas na NR 10 podem ser aplicadas em qualquer uma das fases do SEP, depen-
dendo da situação e dos riscos apontados na Análise de Riscos elaborada para o serviço.
A seguir, as principais medidas de proteção coletivas para eliminar ou controlar o risco elétrico,
em cada fase do SEP.
Como esta condição (desenergização) nem sempre é possível, assim como o uso da tensão de segu-
rança, são empregadas outras medidas como: isolação das partes vivas, uso de barreiras e de obs-
41
Não resta outra alternativa que não seja realizar os serviços com a linha de transmissão energi-
zada, utilizando os métodos a distância ou ao potencial. Para isso o planejamento dos serviços
deve ser criterioso e os procedimentos de trabalho devem ser cumpridos com rigor.
Os riscos adicionais identificados na Análise de Riscos, também deverão ser eliminados ou con-
trolados com medidas de proteção coletiva apropriada.
Desta forma, o serviço passa a ser realizado com a rede energizada, utilizando os métodos de
trabalho a distância e ao contato. Ao contrário do que ocorre na transmissão, na distribuição os
obstáculos e anteparos, como as coberturas de cabos, isoladores e demais componentes das
redes, são muito eficazes e aplicáveis.
O planejamento dos serviços deve ser criterioso e os procedimentos de trabalho devem ser
cumpridos com rigor.
Nas redes de distribuição subterrâneas, os trabalhos realizados em circuitos da AT, com exce-
ção de manobras ou desligamentos, são realizados com os circuitos desenergizados. Os traba-
lhos devem ser planejados e os procedimentos de trabalho específicos devem ser cumpridos
com rigor.
Importante ressaltar que, quando o trabalho em uma rede de distribuição for realizado com a
desenergização, a rede deve ser considerada energizada até a conclusão de todo o procedimento
de desenergização.
Especial atenção deve ser dada para a colocação do aterramento temporário, quando da de-
senergização de uma rede de distribuição. Sua instalação deve ocorrer de tal forma que os
profissionais atuem sempre entre pontos aterrados, para evitar que uma eventual energização
acidental, vindo de qualquer lado da instalação, possa causar um acidente. As figuras a seguir
mostram as configurações típicas possíveis para instalação de aterramentos temporários em
redes de distribuição.
42 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
O projeto das subestações, sobretudo as abrigadas (do consumidor) já prevê barreiras e obstá-
culos para impedir o contato com partes energizadas. A proteção por colocação fora do alcance
é outra medida prevista já no projeto.
Quando um trabalho for dentro da zona controlada de partes energizadas, é obrigatório o uso
de isolamento elétrico, sendo utilizados materiais com isolação conforme o nível de tensão
da instalação.
Os riscos adicionais identificados na Análise de Riscos, também deverão ser eliminados ou con-
trolados com medidas de proteção coletiva apropriada.
43
A segurança e saúde nos ambientes de trabalho devem ser garantidas por medidas que asse-
gurem a proteção coletiva dos trabalhadores. Contudo, na inviabilidade técnica da adoção de
medidas de segurança de caráter coletivo ou quando estas não garantirem a proteção total do
trabalhador, ou ainda como uma forma adicional de proteção, deve ser utilizado equipamento
de proteção individual ou simplesmente EPI.
Os EPI devem:
• Possuir Certificado de Aprovação CA,
• Serem selecionados e implantados após uma análise criteriosa realizada por profissio-
nais legalmente habilitados,
• Atender as peculiaridades de cada atividade profissional e adequação ao nível de segu-
rança requerido face à gradação dos riscos.
Para o desempenho de suas funções, os trabalhadores do SEP devem utilizar EPI de acordo com
as situações e atividades executadas.
Vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra arcos voltaicos e agentes me-
cânicos podendo ser um conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta, ou
macacão de segurança.
Importante:
• Para trabalhos externos as vestimentas devem possuir elementos refletivos em cores
adequadas confeccionadas com material resistente a arco com o mesmo grau de proteção;
• A vestimenta tem que ser calculada e especificada por profissional legalmente habilitado;
• A vestimenta inclui luvas do mesmo material
• Inclui capacete com viseira, com o mesmo grau de proteção contra arcos elétricos;
• Poderá ser necessário o uso de balaclavas ou, até mesmo capuz de proteção;
Destina-se a proteger o trabalhador contra efeitos do campo elétrico, criado quando em serviços
ao potencial. Compõe-se de macacão feito com tecido aluminizado, luvas, gorro e galochas feitas
com o mesmo material. Além disso, possui uma malha flexível acoplada a um bastão de grampo
de pressão, o qual será conectado à instalação e manterá o eletricista no mesmo potencial elé-
trico da linha de transmissão. Deverá ser usado em serviços com tensões iguais ou superiores
a 36 kV.
44 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Protetor facial, composto por lente fabricada em policarbonato verde presa ao suporte por
meio de pinos plásticos, suporte do protetor facial acoplado ao capacete de segurança através
de encaixe nas laterais. Protetor de queixo acoplado à lente através de pinos plásticos.
Figura 11: Protetor facial contra arco elétrico classe de risco II
45
É um retardante a chamas contra arco elétrico, garantem resistência ao fogo, protegendo con-
tra os efeitos de variação térmica provenientes de arco elétrico.
Figura 12: Balaclava risco III
Protege os olhos do usuário contra impactos de partículas voláteis e contra os raios ultravioletas
(U6), infravermelho (R5) e proteção do crânio e pescoço do usuário contra agentes térmicos pro-
venientes de arco elétrico.
Figura 13: Capuz risco III
Óculos de proteção
Destina-se a proteger o trabalhador contra lesões nos olhos decorrentes da projeção de corpos
estranhos ou exposição à radiações nocivas. Pode ser de lentes incolores para proteção contra
impactos de partículas volantes, ou lentes coloridas para proteção do excesso de luminosidade
ou outra radiação.
Figura 14: Óculos de proteção
Destina-se a proteger contra a ocorrência de choque elétrico. Há luvas para vários níveis de iso-
lamento e em vários tamanhos, que devem ser especificados visando permitir seu uso correto.
Devem ser usadas em conjunto com luvas de cobertura de pelica.
isolamento. Caso estejam furadas, mesmo que sejam micro furos, ou rasgadas, com deformi-
dades ou desgastes intensos, ou ainda, não passem no ensaio elétrico, devem ser rejeitadas
e substituídas.
9 e 9,5 > P
0 5.000 1.000 VERMELHA 29.775 37.031
10 e 10,5 > M
2 20.000 17.000 AMARELO 29.773 37.028
11 - G
4 40.000 36.000 LARANJA 29.771 38.052
Luvas de cobertura
As luvas de pelica são utilizadas como cobertura das luvas isolantes (sobrepostas a estas)
e destinam-se a protegê-las contra perfurações e cortes originados de pontos perfurantes,
abrasivos ou escoriantes.
47
Calçados de segurança
Destina-se a proteger os pés contra acidentes originados por agentes cortantes, irregularidades
e instabilidades de terrenos, evitar queda causada por escorregão e fornecer isolamento elétrico
até 1000Volts (tensão de toque e tensão de passo). Os calçados de segurança para trabalhos elé-
tricos são, normalmente de couro, com palmilha de couro e solado de borracha ou poliuretano e
não devem possuir componentes metálicos.
48 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
O talabarte de posicionamento coloca o trabalhador em um local definido e permite que ele possa
executar suas atividades utilizando as duas mãos, já que elas ficam livres e sem a necessidade de
serem usadas para equilibrar ou manter o trabalhador estável no local.
Figura 20: Cinturão tipo paraquedista
Dispositivo trava-quedas
É um dispositivo de segurança para proteção do usuário contra quedas em operações com mo-
vimentação vertical ou horizontal. É utilizado com cinturão de segurança para proteção contra
quedas e acoplado à corda-guia (ou “linha de ancoragem” ou “linha de vida”). Existem vários tipos
de trava-quedas. Deverá ser dimensionado o correto para cada atividade.
Figura 21: Dispositvo trava-quedas
49
Importante saber
• As talhas com tirante de nylon não são consideradas ferramentas isolantes
para trabalho em instalações energizadas. Nesse caso, seu tirante de nylon
deverá ser complementado com bastão isolante para talhas e moitões,
compatível com a tabela de distância de segurança.
Permitem, de maneira segura, transformar uma talha com tirante de nylon ou moitão em equi-
pamento isolante e, assim, o seu uso em instalações energizadas.
50 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Possui sela com formato garfo, que se ajusta sobre a cruzeta de distribuição e, assim, pode uti-
lizar moitões ou corda de mão para içar os condutores sobre seus isoladores.
Figura 25: Mastro para cruzeta
Destina-se aos serviços pesados em estrutura de alta tensão, particularmente para remover
cadeias de isoladores, com o auxílio do Berço.
Figura 26: Bastão lança com mastro
51
É utilizado nos trabalhos em instalações energizadas pelo método à distância para segurar e po-
sicionar cabos e jumpers condutores (principalmente durante as operações de seccionamento),
bem como para fazer e desfazer a amarração de condutor em isolador de pino.
Figura 29: Bastão de prendedor de condutor
Bastão de amarração
• Dispõe de uma variedade de cabeçotes.
• Com gancho (rotativo ou fixo) são adequados para fazer e desfazer laços de amarra-
ção com olhais em suas extremidades
• Com lâmina rotativa é utilizado para fazer e desfazer os laços de amarração sem olhais
nas extremidades.
Figura 30: Prendedor de amarração
52 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Bastão de resgate
• Utilizado para realizar resgates de acidentes elétricos em instalações até 34,5 kV.
• Deve ser utilizado apenas para o afastamento da vítima de quaisquer pontos que pos-
sam estar energizado.
Figura 34: Bastão de resgate
Conjunto de elevação
• Foi projetado para uso em substituição de postes, cruzetas ou isoladores.
• É recomendável passar um tecido para tratamento superficial de bastões isolantes
(RM1904) no bastão do conjunto de elevação quando este permanecer instalado à noite ou com
probabilidade de chuva.
Figura 36: Conjunto de elevação
53
Extensão de cruzeta
• São destinadas para tensões até 15 kV e, normalmente, são utilizadas para a troca de
condutores ou isoladores.
Figura 38: Extensão de cruzeta
Tensionador duplo
• O Tensionador Duplo alivia a tensão mecânica da cadeia de isoladores, a fim de permi-
tir a sua retirada da linha energizada para troca, seja em cadeia de isoladores simples, seja em
cadeia de isoladores múltiplos, de acordo com as ferragens do arranjo da cadeia.
Figura 39: Tensionador duplo distribuição
Aterramento estático
• Foi desenvolvido para eliminar os incômodos da carga eletrostática, durante o acopla-
mento e desacoplamento de cadeias de isoladores nos trabalhos em instalações energizadas.
Figura 40: Aterramento estático
Berço
• É utilizado para troca de isoladores na própria cadeia ou para abaixar esta até o solo.
• Em cadeias de ancoragem ou cadeias em ângulo, esse berço é utilizado em conjunto
com bastões suportes.
54 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Plataformas
• Projetadas em tubos de fiberglass, próprias para os métodos de trabalho ao contato e
à distância;
• Pode ser montada com rapidez nas estruturas de forma que o eletricista esteja bem
posicionado em relação à vertical e horizontal;
• A prancha tem 250 mm de largura e é construída em fibra de vidro, com piso antider-
rapante na sua superfície, evitando o escorregamento acidental do eletricista.
• O corrimão e tripé servem como ponto de apoio e fixação do dispositivo anti-queda do
cinto de segurança;
• Destinada à instalação em poste. Caso haja necessidade de utilização em estrutura
metálica deve-se adquirir selas próprias;
• Uso em instalações energizadas até 34,5 kV pelo método contato e à distância.
Figura 46: Plataforma aérea
Banqueta isolante
• Equipamento útil ao eletricista para o seu isolamento do potencial de terra, pois am-
plia a área de trabalho do eletricista e a sua segurança nas intervenções em subestações, cubí-
culos, painéis elétricos.
• Construída em polietileno;
• Peso reduzido que proporciona maior conforto no transporte e deslocamento na área
de trabalho;
• Piso com superfície antiderrapante.
56 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Andaime modular
Coberturas protetoras
• Usadas nos trabalhos pelo método ao contato
• São instaladas com luvas isolantes de borracha ou pelo método à distância;
• Deve ter na sua superfície impresso o nome do fabricante, modelo e classe de tensão;
• Devem ser bem acondicionados para evitar sujeiras e umidade que possam torna-los
condutivos
• Ensaio: teste elétrico anual.
Figura 49: Cobertura flexível para condutor secundário
57
Aparelho portátil para ensaios elétricos periódicos em bastões isolantes de linha viva, bastões
e varas de manobra, escadas de linha viva e andaime isolante que detectam a corrente de fuga
causada por umidade, trincas e impurezas na superfície ou no interior dos bastões isolantes.
Esse instrumento simula o mesmo ensaio especificado na norma ASTM F-711. Proporciona uma
garantia que o equipamento está pronto para o uso, porém não pode ser usado como ensaio
para emissão de laudos.
58 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Microamperímetro
Aparelho medidor de corrente de fuga em estruturas isolantes, que estejam em contato direto
com a linha energizada.
É utilizado para medir e monitorar a corrente de fuga em estruturas isolantes como escadas,
andaimes, braços isolantes de cestas aéreas, entre outros.
Figura 54: Microamperímetro
Detector de tensão
Instrumento detector de tensão CA por contato, que deve ser utilizado em conjunto com vara de
manobra. Testado conforme norma internacional IEC 61243-1/09 e indispensável para atendi-
mento à norma Regulamentadora de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR 10.
Figura 56: Detector de tensão
59
Fabricadas com tecido de alta tecnologia a base de poliamida forrada com algodão e microfibras
de prata e com costuras reforçadas. A confecção anatômica permite ao eletricista utilizar o capa-
cete de segurança por debaixo do capuz da vestimenta condutiva, sem limitar sua mobilidade e
mantendo o efeito da Gaiola de Faraday em torno da cabeça.
Os laudos de ensaios de rotina são fornecidos juntamente com a vestimenta condutiva. Esses
dados de ensaios são de extrema importância como parâmetro para o monitoramento contínuo
da qualidade e do desempenho da vestimenta condutiva, mesmo após anos de uso e lavagens.
Projetada para facilitar e agilizar o transporte do eletricista do solo até as áreas de manutenção
na estrutura ou aproximação deste ao potencial, de forma segura, rápida e confortável.
Figura 57: Cadeira de acesso ao potencial
É através do bastão de contato ao potencial que (durante uma manutenção pelo método de
trabalho ao potencial) se realizará o primeiro contato do eletricista com o condutor energizado.
De igual modo, ao final do trabalho, este será o último a ser desconectado, evitando assim a
ocorrência do arco voltaico no eletricista.
Ao retornar ao potencial de terra, o bastão deve tocar antes na estrutura para a descarga da
energia estática.
Figura 59: Bastão de contato ao potencial
Devido à sua aplicação e a severidade sob a qual são submetidas as ferramentas de linha viva,
para constatação das condições de uso é importante realizar os seguintes procedimentos:
• Inspeção visual antes de cada utilização;
• Ensaios mecânicos com aplicação da carga nominal das ferramentas, com periodicidade
a ser definida pelo usuário, que deverá considerar a severidade das utilizações anteriores;
• Ensaios elétricos periódicos conforme determinado pelas normas nacionais e interna-
cionais e pela NR 10.
61
Limpeza dos bastões: limpeza com pano seco. Caso o bastão esteja impregnado com graxa
ou gordura, limpar com um pano embebido com álcool isopropílico ou com ecothinner e que
não deixe resíduos. Após limpo e seco, passar o pano impregnado com substância própria para
proteção dos mesmos.
Reparo dos bastões: o restaurador de brilho deve ser aplicado somente quando for evidente
que a película do revestimento está em más condições. Antes de aplicar o restaurador de brilho,
seque o bastão. Em seguida use uma lixa fina para remover o antigo restaurador de brilho. Esse
bastão deve ser limpo novamente, usando-se o solvente e então seca-se com um pano limpo
antes da aplicação do restaurador de brilho.
Recuperação de rupturas: caso seja identificado dano mais que superficial pode ser usado
o restaurador de ruptura, preenchendo a área danificada. Em seguida, use uma lixa fina para
retirar o excesso de restaurador. Para o uso dos restauradores de ruptura e brilho, consulte o
Manual de Recuperação de Bastões e Varas de Manobra do fabricante.
Uso das ferramentas de linha viva: antes de cada utilização deve-se fazer a inspeção visual e
ensaio elétrico das ferramentas de linha Viva, e pode ser feito pelo próprio usuário, com o uso do
testador portátil. Antes de serem levadas para os eletricistas na estrutura, as ferramentas devem
ser limpas usando um pano seco e, em seguida, o tecido para limpeza de bastões. Durante essas
operações de limpeza pode-se fazer a inspeção visual das partes metálicas e isolantes.
Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao trabalhador iluminação adequada
e uma posição segura de trabalho segura, de acordo com a NR 17 – Ergonomia, de forma a permi-
tir que ele disponha dos membros superiores livres para a realização das tarefas (10.4.5).
A postura mais adequada ao trabalhador é aquela que ele escolhe livremente e que pode ser
variada ao longo do tempo, sem prejuízo para sua segurança e saúde.
Todo esforço de manutenção postural leva a uma tensão muscular que pode ser nociva à saúde.
Os efeitos fisiológicos dos esforços estáticos estão ligados à compressão dos vasos sanguíneos.
O sangue deixa de fluir livremente e o músculo não recebe oxigênio nem nutrientes suficientes,
os resíduos metabólicos não são retirados pela circulação sanguínea deficiente, acumulando-se,
provocando a fadiga muscular e consequentemente a dor.
Manutenções estáticas prolongadas podem também acelerar o desgaste das articulações, discos
intervertebrais (coluna cervical) e tendões.
Postura de trabalho em pé
A postura de trabalho em pé apresenta as seguintes vantagens e desvantagens:
Vantagens
• Flexibilidade;
• Mobilidade;
• Alternância de apoio nas pernas;
• Sensação de “liberdade”.
Desvantagens
• Tendência a acumulação de sangue nas pernas;
• Sensações dolorosas nos pés, joelhos, quadris e pernas;
• Tensão muscular permanentemente desenvolvida para manter o equilíbrio dificulta a
execução de tarefas de precisão;
• Dificuldade da posição em pé pode ser reforçada se o trabalhador tiver ainda que
manter posturas inadequadas dos braços (acima do ombro, por exemplo), inclinação ou torção
de tronco ou de outros segmentos corporais.
Desvantagens
• Redução dos deslocamentos e atividade física geral (sedentarismo),
• Adoção de posturas desfavoráveis (vícios posturais): lordose ou cifoses excessivas,
• Mestase sanguínea nos membros inferiores, situação agravada quando há compressão
da face posterior das coxas ou da panturrilha contra a cadeira, se esta estiver mal posicionada.
Posturas inadequadas
Evite esforço excessivo no transporte, carga, descarga, montagem, manuseio de materiais e
equipamentos.
Figura 60: Erguer peso
63
• Nos trabalhos com talha ou semelhantes, deverá ser observada a flexão dos joelhos e
posição da coluna vertebral para execução da tarefa.
• Ao executar o esforço físico deverá ser utilizada a força dos braços e pernas, evitando
esforço da coluna vertebral para tal.
• Deverá haver um número mínimo de pessoas para o esforço físico necessário.
Prestar a atenção que devido ao tamanho das usinas e dos equipamentos nelas presentes, a
postura de trabalho deve ser motivo de muita preocupação.
Já nas redes de distribuição subterrâneas temos riscos ergonômicos em acesso aos túneis e galerias,
movimentação de materiais pesados dentro dos túneis e a possibilidade de iluminação inadequada.
Vestuário de trabalho
Em todas as fases do SEP, as vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, de-
vendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas (10.2.9.2).
A bandeira de sinalização, exigida pelas autoridades de trânsito, deve ser utilizada nas cargas
transportadas que ultrapassem a um metro da carroceria dos veículos, bem como para a orien-
tação do tráfego de pessoas e veículos.
Cone de sinalização
No isolamento de áreas, orientação e sinalização do trânsito no local de trabalho, deve ser usado
o cone refletivo.
A guarda dos cones deve ser feita por pilhas de, no máximo, cinco unidades, em local arejado e seco.
Fita de sinalização
A fita de sinalização deve ser usada no isolamento de áreas, orientação e sinalização diurna e
noturna do local de trabalho.
Placa de sinalização
A placa de sinalização deve ser fixada em local visível a fim de alertar os riscos existentes.
Figura 62: Exemplo de sinalização de área de trabalho
66 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
A sinalização é realizada com a utilização de cones para a sinalização viária. A quantidade mínima
e a distância de cones colocados na via de veículos estabelecidas pelo Código Brasileiro de Trân-
sito (CBT) são as seguintes:
Tabela 3: Sinalização de trânsito e isolamento de área de trabalho
20 12 6 3
40 18 6 4
60 24 6 5
80 49 7 8
100 77 7 12
Quando for necessário interromper por completo o passeio (calçada), deve-se prever na sinalização
da via um espaço seguro para a passagem de pedestres.
No período noturno, em dias chuvosos e sob neblina, deve-se instalar sinalizadores luminosos e refle-
tivos que permitam aos motoristas identificar os obstáculos na via em função da atividade realizada.
Desta forma, o trabalho sob tensão, ou seja, com a instalação elétrica de alta tensão e baixa
tensão energizada, no SEP, é condição essencial e necessária para a continuidade das atividades
econômicas de um município, região, estado e país.
Como vimos anteriormente, existem três métodos de trabalho com a alta tensão energizada:
• Método ao contato
• Método ao potencial
• Método à distância
Agora vamos ver qual destes métodos é utilizado em cada fase do SEP.
Mesmo quando uma unidade geradora é desativada para realizar manutenção, podem existir
outras unidades geradoras na mesma usina operando, portando devem ser adotados cuidados
apropriados para evitar algum tipo de acidente (BARROS et al., 2014).
Lembrando que os geradores da usina produzem energia elétrica em níveis de alta tensão (12
kV a 20 kV), portanto os trabalhos nesses circuitos devem obedecer às distâncias mínimas de
segurança estipuladas na NR 10 e os equipamentos e ferramentas usadas devem ser isoladas
para o nível de tensão do circuito.
Trabalhos em circuitos de alta tensão, em ambiente fechado, devem ser evitados. Quando isso
não for possível, o método de trabalho sob tensão a ser utilizado deve ser o a distância.
Os métodos utilizados para trabalhos com linha de transmissão energizada são o método á
distância e o método ao potencial.
Já no método ao potencial, quando o trabalhador entra no mesmo potencial que a linha, permite
69
Para ficar no mesmo potencial da linha, o eletricista precisa conectar sua roupa condutiva aos
condutores da linha, sendo que, neste momento é necessário que ele esteja longe de qualquer
ponto aterrado.
Para chegar aos cabos o eletricista pode fazer uso de um caminhão com cesta aérea, uma cadeira
suspensa por cordas que se aproxima da linha ou até mesmo um helicóptero.
Figura 67: Trabalho sob tensão ao potencial em linhas de transmissão
Outra medida obrigatória para trabalhos de linha viva é o bloqueio do religamento automático
do circuito. Embora esta medida não impeça que o acidente ocorra, ela impede que o circuito
religue, potencializando a gravidade do acidente.
Trabalhos com a linha viva em dias com chuva ou com umidade relativa do ar elevada, não de-
vem ser realizados. Os equipamentos devem ser rigorosamente inspecionados antes do início
dos serviços e devem passar por testes periódicos.
Em painéis e instalações de motores de alta tensão, o trabalho deverá ser realizado sempre com
desenergização.
É importante relembrar o significado de duas palavras chaves para podermos realizar uma análise das
condições de trabalho do ambiente, Perigo e Risco. Segundo o glossário da NR 01 estas definições são:
Perigo ou fator de risco ocupacional/ Perigo ou fonte de risco ocupacional: Fonte com o
potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação
com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde.
Dentre as técnicas adotas, a Análise Preliminar de Riscos (APR) é a técnica de análise qualitativa
e quantitativa que melhor se adaptou para serviços no SEP e por isso, é mais utilizada. Consiste
na identificação, quantificação e proposição de medidas de controle de riscos em qualquer ati-
vidade, revelando aspectos que poderiam passar despercebidos durante a execução da tarefa.
Embora seja a técnica mais adotada, cada empresa pode escolher a que melhor se adapta às
suas características.
A análise de riscos escolhia pode ser elaborada de diversas maneiras, porém, necessariamente
devem constar como informações mínimas a descrição das diversas etapas da atividade a ser
executada, os riscos identificados e as medidas preventivas a serem adotadas.
Para elaborar a análise de risco é importante identificarmos alguns riscos típicos e adicionais,
característicos para cada fase do SEP.
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Além dos riscos já citados anteriormente, comuns à todas as atividades com eletricidade, como
o choque elétrico, arco elétrico e campos eletromagnéticos, as atividades de operação de usi-
nas apresentam algumas condições particulares que merecem destaque, como a presença de
Ruído e de Vibrações.
Ruído: embora esteja presente em todas as fases do setor elétrico, na geração o ruído é mais in-
tenso devido às características construtivas das usinas. Ruídos intensos e permanentes podem
causar várias situações de risco, como:
• Diminuição da capacidade de concentração, causando erros de manobras e de operação,
• Atrapalha a comunicação verbal entre os trabalhadores, prejudicando a execução
as atividades.
Entre as medidas de controle para este tipo de risco devem ser previstas no projeto e construção
da usina, com o enclausuramento (isolamento acústico) do gerador e o uso constante de protetor
auricular. A empresa deve realizar avaliação do nível de ruído que os trabalhadores ficam expos-
tas para que sejam tomadas as medidas de prevenção de segurança do trabalho necessárias.
Esse risco adicional é difícil de ser eliminado na sua totalidade. Caso a vibração esteja afetando a saúde
do trabalhador, deve-se restringir ao máximo a exposição a esse tipo de situação (BARROS et al, 2014).
Ataque de animais: É comum neste tipo de trabalho, a presença de animais e insetos (cobras,
aranhas, abelhas, maribondos, escorpiões, entre outros) e animais de grande porte, como onças,
já que algumas tarefas são realizadas dentro de matas.
Radiação Solar: Como esta atividade é executada em céu aberto, os trabalhadores ficam expostos
à radiação solar. O uso de protetor solar é a medida de proteção adotada.
Afogamento: Em trabalhos neste setor, é muito comum a necessidade de cruzar rios e lagos, ex-
pondo o trabalhador à mais este risco.
Trabalho noturno: A falta de luz natural é um risco adicional a qualquer trabalho que venha a ser
realizado em redes de distribuição. Para minimizá-lo, recorre-se a iluminação artificial tais como
lanternas e holofotes e roupas com elementos reflexivos para evitar atropelamentos.
Poda de árvores: Sempre que possível, esta atividade deve ser realizada como a rede desener-
gizada. Quando isso não for possível, deve ser realizada com equipe de linha viva.
Iluminação pública: Esta tarefa é, muitas vezes, realizada pelos eletricistas das prefeituras mu-
nicipais e não pela equipe da concessionária, o que aumenta mais o risco. Apesar de ser uma
tarefa aparentemente simples, a proximidade com cabos energizados sem isolação, a dimensão
dos equipamentos e a projeção destes nas vias públicas tornam este trabalho de alto risco.
Trabalhos com medidores de energia elétrica: Nesta atividade o trabalhador fica exposto ao
risco de choque elétrico e, principalmente, ao arco elétrico. É considerada uma das atividades
de maior risco de arco elétrico. Fundamental o uso de roupas retardantes a chama, também
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A subestação da geração, localizadas nas usinas, eleva a tensão produzida pelos geradores para
níveis de transmissão. No trajeto das linhas de transmissão poderão ocorrer rebaixamento dos
níveis de tensão até chegar próximo dos centros de carga onde uma nova subestação rebaixa a
tensão para níveis de distribuição. Alguns consumidores são atendidos em alta tensão e possuem
subestação particular.
Nas subestações o trabalhador fica altamente exposto aos riscos de origem elétrica (choque
elétrico, arco elétrico e campo eletromagnético) devido à proximidade de barramentos e equi-
pamentos de alta tensão, além das instalações elétricas de baixa tensão. Em subestações da
geração, da transmissão e algumas da distribuição, estes riscos são potencializados pelo alto
nível de tensão (750 kV, 500 kV, 345 kV, 440 kV, 230 kV, 138 kV e 69 kV), o que não significa que,
em subestações do consumidor (13,8 kV, 23,1 kV e 34,5 kV) não exista o risco.
Os demais riscos típicos adicionais de cada setor, também devem ser observados na análise de
risco a ser realizada nas subestações.
à subestação;
• Avaliar e dimensionar a vestimenta de proteção contra arco elétrico, realizada por
profissional legalmente habilitado.
• Fazer uma inspeção visual detalhada em todo o ambiente da subestação;
• Verificar as condições dos equipamentos da subestação, principalmente as condições
operativas das chaves seccionadoras e disjuntores e do transformador (nível de óleo, tempera-
tura e gás).
• Observar as condições de cabos, barramentos, isoladores e para-raios;
• Identificar vazamentos de óleo, infiltração de água, presença de líquidos inflamáveis e
de animais peçonhentos ou outros animais que possam provocar curto circuitos na alta ou na
baixa tensão;
• Caso o trabalho a ser realizado necessite a desenergização da subestação, observar se
todos os procedimentos de desenergização foram cumpridos;
• Verificar se os procedimentos de trabalho em subestações são aplicáveis.
Acrescenta-se a isso o fato de que o consumo é o setor de energia elétrica que congrega maior
número de trabalhadores da área elétrica, por consequência, um maior número de trabalhadores
expostos aos riscos decorrentes do uso da eletricidade.
Assim sendo, os trabalhadores deste setor estão expostos aos fatores de risco que comprometem a
segurança que podem ocasionar acidentes graves e até a morte. O tratamento dado aos trabalhos
em instalações elétricas de alta tensão destes consumidores deve ser igual aos trabalhos do SEP.
Esses trabalhos no SEP podem ser realizados com as instalações elétricas energizadas ou
desenergizadas.
O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para reenergização,
que deverá ser solicitada para o responsável pela reenergização, após a conclusão dos trabalhos
e retirada da equipe, ferramentas e equipe do local de trabalho.
Complementa dizendo que antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior
imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma inspeção prévia,
estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender os princípios
técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança em eletricidade aplicáveis ao serviço.
Lembrando que os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser realiza-
dos quando houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por profissional autorizado.
A avaliação prévia deve ser realizada no local do serviço com a participação do superior e tra-
balhador ou equipe, considerando a ordem de serviço, os procedimentos de trabalho com ins-
truções de segurança, os equipamentos, ferramentais, mediante a participação de todos no
desenvolvimento de análise crítica da situação real, possibilitando:
• Revisar os procedimentos programados, estudando e planejando as ações a executar;
• Equalizar o entendimento de todos, com a eliminação de dúvidas de execução, con-
duzindo ao uso de práticas seguras de trabalho e as melhores técnicas, sabidamente corretas,
testadas e aprovadas;
• Alertar acerca de outros riscos possíveis, não previstos nas instruções de segurança
dos procedimentos;
• Discutir a divisão de tarefas e responsabilidades;
• Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanças no serviço e, até
mesmo, no procedimento de trabalho;
• Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a seleção de equi-
76 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
Em instalações elétricas novas de AT e do SEP, a liberação para uso somente será dada após
realização de inspeção e comissionamento.
Importante saber
• Comissionamento é o processo de assegurar que os sistemas e compo-
nentes de uma obra estejam projetados, instalados, testados, operados
e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais das
normas.
REFERÊNCIAS
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NBR 5419:2005. Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas. Rio de Janeiro, 2015
BARROS. B.F., SANTOS D. B., CARLOS. M. V., BROCHINI. M., BORELLI. R., GEDRA. R. L. Sistema Elétrico de Potên-
cia – SEP – Guia Prático: Conceitos, Análises e Aplicações de Segurança da NR-10. 1 ed. São Paulo: Érica,
2012.
SOUZA. J. J. B., PEREIRA. J. G. NR-10 Comentada: Manual de auxílio na interpretação e aplicação da nova
NR-10. São Paulo; LTR, 2005.
Fonte: https://www.leal.com.br/produtos/trabalho-em-eletricidade/luvas-e-mangas-isolantes
Fonte: https://www.terexritz.com.br/comunicacao/banco-de-imagens/
80 E EM SUAS PROXIMIDADES
NR 10 – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
DIRETORIA DE OPERAÇÕES
Paulo Mól Júnior
Diretor de Operações EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO – SESI DR/MS
Arilson Lima de Faria
Gerência de Segurança e Saúde no Trabalho Braulio Gaudencio Cerqueira
Katyana Aragão Menescal João Victor Dias Toledo
Gerente de Segurança e Saúde no Trabalho Marcio Anjolete
Stefany Gomes da Silva
Renata Rezio e Silva
Equipe Técnica DESIGN GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Barbara Ortega Asato
DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO – DICORM Pedro Paulo Silvério
Carlos Alberto Barreiros Thiago Martines de Figueiredo
Diretor de Comunicação
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Gerencia de Publicidade e Propaganda Karine Pereira Cavalcante Lemos
Armando Uema
Gerente de Publicidade e Propaganda
Katia Rocha
Coordenadora de Gestão Editorial