Você está na página 1de 1

VI Semana de Medicina Veterinária-SEMVET

Universidade Federal de Alagoas-UFAL


Viçosa-Al, 16 a 19 de Outubro de 2019.

PARASITISMO POR Labiduris sp. (NEMATODA: ATRACTIDAE)


EM Chelonoides carbonaria (SPIX, 1882) (REPTILIA:
TESTUDINIDAE)

ALVES, A. S1*; LOBÃO, G. A. 1; OLIVEIRA, M. R.1; OLIVEIRA, L. H. J.1; ARAGÃO,


N. S. 1; LIMA, V. F. S.2

1. Graduando(a) em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Sergipe, Campus


Sertão, Nossa Senhora da Glória – SE, Brasil.
2. Professor Adjunto do Núcleo de Graduação em Medicina Veterinária, Universidade
Federal de Sergipe, Campus Sertão, Nossa Senhora da Glória – SE, Brasil.
*e-mail: abraaoabreu1@gmailcom

Introdução: O parasitismo é uma relação ecológica interespecifica, ou seja, ocorre entre


espécies diferentes, no qual o parasito obtem seu alimento do hospedeiro. Dessa forma,
algumas espécies de nematóides podem parasitar facilmente algumas espécies de animais
silvestres, os quais podem ocasionar diversas patologias, dentre as quais alterações
metabólicas, gastrointerites e . O nematoda Labiduris sp. que pertence a classe
Secernentea, ordem Ascaridida e familia Atractidae, tem sido relatado esporadicamente
em algumas regiões do Brasil nos últimos anos parasitando répteis da família
Testudinidae como: Jabuti-tinga (Chelonoidis denticulata) e Jabuti-piranga(Chelonoidis
carbonaria) apesar da escassez de informações na região Nordeste. Objetivo: Relatar o
parasitismo de Jabuti (Chelonoides carbonaria) por larvas de Labiduris sp. no sertão
sergipano. Relato do caso: Foi atendido no setor de animais silvestres da Universidade
Federal de Sergipe, campus do Sertão, uma fêmea de jabuti-piranga (Chelonoides
carbonaria), de 11 meses de idade, pesando 150 gramas, com histórico de diarreia com
a eliminação de vermes a uma semana. O animal era criado em uma área de 2m2,
juntamente com outro jabuti, alimentava-se diariamente com uma mistura de frutas,
verduras e folhas, não era vermifugado e possuia como contactantes galinhas. Ao exame
físico foi observado piramidismo, blefaroedema, escamas esbranquiçadas e desidratação.
Além disso, foi relatado episódios diarreicos. As fezes foram colhidas e acondicionadas
em tubos coletores contendo formol 10% e analisadas por meio de três métodos
coproparasitológicos: Técnica pelo exame direto, Técnica de Willis-Mollay (flutuação) e
a técnica de Mini-FLOTAC®. Resultados: Como resultado coprológico observou-se a
presença de formas adultas de nematóides (± 26 larvas por campo), da espécie Labiduris
sp. segundo as suas características morfológicas e morfométricas. Para o tratamento foi
prescrito o uso de PANACUR® 10% (Fembendazol na dose de 50mg/kg/q24h/durante
três dias), além de melhorias no manejo alimentar e desinfecção do local, com cloro.
Ao 10º dia pós-tratamento o proprietário relatou melhora clínica do paciente, realizado
um novo exame coprólogico, que apresentou resultado negativo para nematóides.
Discurssão: o relato de caso demonstra o primeiro caso desse parasita gastrointestinal no
Estado de Sergipe. Conclusão: Pode-se concluir com os resultados deste trabalho, o
primeiro relato e parasitismo por nematóides da espécie de Labiduris sp. em um jabuti no
Estado de Sergipe. Contudo, novos estudos devem ser realizados para uma melhor
compreensão da relação parasito-hospedeiro nesses animais.
Palavras-chave: Doenças parasitárias, testudíneos, coprocultura, diagnóstico
coproparasitológico.

Você também pode gostar