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Poemas de Natal -- Fernando Cardoso

No Natal
Pés nus e chagados
estão hoje calçados,
porque é Natal!!
Até o orfãozito
tem um brinquedito,
porque é Natal!!
Hoje não há fome
até bolos come,
porque é Natal!!
Agasalhos recebe
pr´ó frio e pr´á neve,
porque é Natal!!
Há mais luz na terra,
há tréguas na Guerra,
porque é Natal!!
Nos lares há perdão
amor e união,
porque é Natal!!
Tudo se reúne
à volta do lume,
porque é Natal!!
Lembram-se os amigos
já quase esquecidos,
porque é Natal!!
O sino, dlin-dlão,
toca o coração,
porque é Natal!!
Senhor! Bem podias
nascer todos os dias!
Ser sempre NATAL!

Na Noite de Natal

Não tinha brinquedos,


era pobrezinho;
não tinha dinheiro,
nem tinha carinho.

Vivia sozinho
já não tinha Mãe
não tinha família
nem tinha ninguém.

Dormia à chuva
dormia ao relento
Cheiinho de medo
do sopro do vento...

Viu muitos brinquedos


e não se interessou
mas viu um presépio
que o encantou.

E quis fazer um
para o seu Natal
e muito contente
correu ao pinhal.

Não tinha dinheiro,


mas tinha uma ideia:
musgo e areia.

No próprio pinhal
num louco vaivém
fez o seu presépio
Como o de Belém.
Ambos pobrezinhos
mas cheios de amor
são estes presépios
que têm valor...

Não sentia fome


nem tinha cear
não tinha candeia
mas tinha luar.

Enquanto na aldeia
era a consoada
ele tinha o presépio
não tinha mais nada.

E triste chorou
pelo seu destino,
já tinha presépio,
não tinha Menino...

Mas à meia-noite
ele viu uma luz
e no mesmo instante
surgiu-lhe Jesus.

O Natal
Há pinheiros enfeitados
Lindas bolas de cristal,
A família está presente
Nesta noite de natal..

Há olhares já cansados
Muitos doces e perú,
Há presépios bem montados,
Um Menino todo nú

Com a barriga bem cheia,


A criança só receia
Que a carta que escreveu
Não tenha chegado ao Céu…

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