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CURSO FORMATIVO SOBRE LITURGIA CATÓLICA

1. ALFAIAS LITÚRGICAS EM GERAL.

É muito abundante a literatura relativa às alfaias


litúrgicas . Chamam-se alfaias
litúrgicas todos os objetos que servem ao exercício da
Liturgia . Referem-se em particular aos lugares
litúrgicos , aos ministros da liturgia e às celebrações
litúrgicas . No dicionário comum alfaia quer dizer móvel
ou artefato de uso.
0 inegável valor das alfaias é ser "sinal" que caracteriza
a realidade invisível da graça ministrada por Deus no
exercício litúrgico .

1.1. SÍNTESE HISTÓRICA.

No início a Igreja adotou alfaias, no exercício litúrgico ,


que eram habitualmente
usadas para outras atividades. Houve o cuidado de fugir
da influência da religião judaica e do contato com as
religiões pagãs. Nos primeiros séculos as alfaias
correspondiam ao decoro, praticidade e respeito pela
Liturgia .

Os vasos eucarísticos no princípio, eram feitos de vidro


decorado. Só posteriormente se teria recorrido a
matérias preciosas, trabalhadas com arte.

As vestes dos ministros (séc. V) eram comuns e belas.


Em certos casos foram adotadas roupas e insígnias dos
funcionários do império. No decorrer dos séculos elas
foram se distinguindo, por causa da maior riqueza da sua
matéria e confecção.

O século XII foi marcado pelo auge da verdadeira fase


criativa das alfaias I tanto na sua arte ou decoro como
nos seus sinais (o que representavam). Também nesse
período se observou o uso de benzer as alfaias.

A arte teve influência nas alfaias, nas suas sucessivas


épocas e com estilos diferentes e com uma rica produção
no campo da pintura, da costura, do bordado (às vestes
litúrgicas) , da ourivesaria (aos vasos sagrados).

Como última alusão a história requer vê-se sobre à


interpretação simbólica dos paramentos e cores que se
desenvolveram na Idade Média. O simbolismo dos
paramentos litúrgicos versou sobre três pontos: as
virtudes que devem resplandecer nos ministros que os
vestem,. a pessoa de Cristo representada pelos
ministros,. a sua paixão, objeto do memorial litúrgico.

1.2. AS ALFAIAS NO HOJE DA IGREJA.

Tanto anteriormente como após o Vaticano II a Igreja


procura distinguir os objetos destinados ao uso sagrado
dos destinados ao uso profano, de modo particular as
alfaias da celebração eucarística :

"O culto litúrgico jamais pode ser despojado do seu


caráter sagrado... por isso é errado substituir os objetos
sagrados pelo de uso comum ou vulgar"
(Paulo VI)

"Deixar de observar as prescrições litúrgicas sobre a


exigência dos parâmetros à
celebração é interpretado como falta de respeito à
Eucaristia"
(João Paulo li).

A respeito da materia e a forma das alfaias litúrgicas diz-


se que devem observar as prescrições litúrgicas , a
tradição da Igreja e , dentro do possível, as leis da arte
sagrada.
(cf cân. 1296, §3 - Código 1917).

" .. a Igreja sempre se preocupou com que as sagradas


alfaias servissem digna e belamente ao decoro do culto,
admitindo a mudança na matéria ou na forma ou na
ornamentação, decorrente progresso da técnica da arte
no decorrer dos tempos"
( Sacrosanctum Concilium 122).

"Como para a construção de Igrejas, também para todos


os tipos de alfaias sagradas a Igreja admite o gênero e o
estilo artístico de cada região, e aceita as adaptações
que correspondem à mentalidade e às tradições de cada
povo... deve haver o cuidado de manter nobre
simplicidade ..." (lGMR 287).

" É dado aos povos e aos artistas mais ampla


possibilidade de empregar no culto sagrado suas
melhores energias"
(Instrução Liturgicae instaurationes, 8).

1.3. ALFAIAS LITÚRGICAS E ARTE SACRA.

A Igreja nunca teve um estilo artístico próprio, mas


admitiu as formas artísticas de todas as épocas. Ainda
hoje se procura dá a liberdade de expressão da arte,
desde que respeite as exigências do culto:

Os artistas devem lembrar-se" que as obras se destinam


ao culto católico, à edificação , à piedade e à instrução
religiosa dos fiéis"
(Sacrosanctum Concilium, 127).

1.4. A AUTORIDADE COMPETENTE.

As adaptações requeridas pelas necessidades ou pelos


costumes locais, das alfaias sagradas é de competência
das conferências episcopais de cada país, conforme as
normas do direito (cf SC 128) . É do dever do ordinário
local zelar para que as alfaias sigam as normas do direito
da arte sacra e vigiem para que as alfaias não venham a
ser alienadas ou destruídas , mesmo aquelas que já
caíram em desuso.
Para maior aprofundamento do assunto discorrido acima,
para quem interessar, pode-se procurar nas seguintes
fontes:

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