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Introdução

A presente Projecto surge no contexto da análise da aplicabilidade do currículo local na


Escola Primária de Janeiro, na Cidade de Quelimane através do tema: A integração do
currículo local na disciplina de Ciências Sociais do Ensino Básico: Caso EPC de Janeiro -
Quelimane. O ensino básico constitui uma componente básica para a formação do individuo
dado que corresponde a primeira etapa de escolaridade onde o aluno aprende a se identificar
com a sociedade em que nasceu. Neste contexto, a integração do currículo local viria ajudar
este aluno ainda na fase pré-escolar, a apreender os hábitos e costumes da sua comunidade de
modo a cultivar o saber ser, estar e fazer, de tal forma que o mesmo indivíduo desafie de
forma correta os momentos que são dispostos pela globalização. Ademais, de acordo com
AUSSE, (2014:2), “o apelo internacional para a educação advoga a construção do
conhecimento que intermedeia o ser humano com o seu meio”, sendo então o papel da
educação, segundo o mesmo autor, o vislumbrar do aspecto cultural dos alunos para reforçar a
solidariedade e construir identidades de grupo.

Portanto, o currículo local surge como suporte do currículo nacional que integra diversos
saberes da vida e de interesse da comunidade autóctone a volta da Escola, nas mais variadas
disciplinas contempladas no Plano de Estudos.
1.3.Problematização

A presente pesquisa no seu estudo ira abordar sobre o Papel do Saber Local no transplante
Urbana-Urbana das Escolas como Causas de mão clima organizacional: Um Estudo de caso
das dificuldades enfrentado no PEA da escola primaria Completa de

Em que medida a exploração do saber local contribui para um bom clima no transplante
Urbano-Urbano na Escola Primaria ?

1.4.Objectivos

Segundo Belo (2004), objectivo é “sinónimo de meta, o fim que o pesquisador pretende
atingir”. P.9

Afirmam Marconi e Lakatos (1999) que toda a pesquisa deve ter um objectivo
determinado para saber o que vai procurar e o que se pretende alcançar. Daí foram
definidos os seguintes objectivos:

1.4.1.Objectivo Geral:

 Analisar a A
Papel Fundamental no Desenvolvimento Organizacional na Escola Secundária do 1º e 2º
ciclo de Rapale (2019-2020).

1.4.2.Objectivos Específicos:

 Explicar o papel do saber local no transplante dasescola Urbana-Urbana e a sua


influência no PEA da EPC.
 Identificar a importância do saber local no transplante das escolas Urbana-Urbana e a
sua influência no PEA da EPC
 Identificar os saberes locais existentes na Comunidade ema escola reside
 Propor procedimentos que podem culminar um bom clima organizacional e tribais.

1.5.Perguntas de Pesquisa

1. Qual é a importância do saber local no PEA no transplante das Ecolas?


2. Quais são os factores que levam a fraca assimilação do saber local no PEA no caso da
escola em estudo?
3. Que procedimentos devem ser orientados de forma a eliminar o desaforos entre
tribos no transplante das Escolas?

Hipóteses

Em função do acima exposto e com o intuito de se traçar uma linha orientadora para o
estudo deste tema convocou-se MUGRABI e DOXSEY (2003:40) que advogam que “a
hipótese é uma proposição de resposta provisória e relativamente sumária à questão
colocada”. Os mesmos autores vão mais longe ao referirem que a hipótese tende
formular uma relação entre factos significativos ou entre dois conceitos. Enfim, guia o
trabalho de colecta e de análise de dados, ajudando a seleccionar os factos observados.

É nesta ordem de ideia que delineamos as seguintes hipóteses:

A fraca assimilação dos saberes locais no PEA da EPC, provavelmente esteja ligada ao
desqualificadacao tribas o que através dos conhecimento do censo comum sempre prova
danos escolares.

A fraca integração do Saber local no PEA de Geografia em Xai-Xai pode

distanciar a escola da comunidade

1.6. Justificativa

A prática da avaliação é tão antiga quanto o próprio homem. É o exercício da análise de


julgamento sobre a natureza, sobre o mundo que nos cerca e sobre as acções humanas. A base
para a apreciação de um fato, de uma ideia, de um objectivo ou de um resultado e, também, a
base para a tomada de decisão sobre qualquer situação que envolve uma escolha

O grande desafio que se verifica nas empresas hoje em dia, é de desenvolver a qualificação e
o potencial de seus colaboradores para obter em contrapartida alto desempenho, aceitação de
maiores responsabilidades e comprometimento com os resultados pela empresa desejados,
criando condições mais favoráveis à inovação, ao aprimoramento da qualidade, ao
intercâmbio de informações, internamente e com o mercado e ao relacionamento com os
clientes
Pois bem, é vidente que para que se possa avaliar o desempenho de um funcionário é
necessário analisá-lo através de vários indicadores, estes indicadores de desempenho estão
relacionados com o esforço individual. A avaliação de desempenho, então, não se torna um
fim, mas um instrumento, uma ferramenta para que possamos melhorar os resultados dos
recursos humanos na organização

A avaliação de desempenho é uma ferramenta de auxilio a tomada de decisão e tem como


objectivo, melhorar as relações dentro da empresa, à relação entre os servidores públicos e
munícipes (população), identificando a necessidade de treinamento ou cursos que venham a
potencializar e promover a carreira dos servidores

A relevância do tema centra-se exactamente no caso actual em que tem- se registado nas
escolas, pelo facto de que as escolas serem um dos meios que envolve muitos funcionários e
Agentes do estudado que frequentemente precisam de uma avaliação do seu desempenho para
poder se melhor do seu desempenho, levando em consideração que são espelhos da sociedade
e devem dar bom exemplo a sociedade. Como forma de mostrar a preocupação da autoraa por
isso levanta a questão como um procedimento para investigação das reais causas que leva
com que o problema se registe, também olhando na possível solução de modo a que se tenha
melhores funcionários e Agentes do estado nas escolas Publicas.

No que concerne ao aspecto técnico-científico, os resultados desta pesquisa oriundos das mais
diversas hipóteses igualmente técnico-científicas avançadas nesta, podem de alguma forma
serem articuladas com as técnicas já conhecida e utilizadas na Escola e ajudar na melhoria
deste problema em destaque.

1.6.1. Relevância Pessoal

Como um estudante, o tema é fundamental porque relata uma realidade que acontece nas
nossas organizações sejam elas públicas ou privadas, tornando uma relação entre os
conhecimentos adquiridos com o facto. E, para que se tente minimizar o fracasso dos
funcionários é importante ter uma avaliação para melhorar as suas falhas.

1.6.2. Relevância Académica

É para servir de suporte para futuros estudos nas áreas afim bem como providenciar um
conhecimento académico, que servirá de referência e contributo nas universidades que
administraram cursos relacionados com a Administração pública nas cadeiras de Gestão de
Recursos Humanos e Gestão e Planificação Estratégica na Função Pública.

1.6.3. Relevância Social


Este estudo tem como principal finalidade de saber como a avaliação de desempenho pode
contribuir para o bom desempenho, dos funcionários e Agentes do estado na promoção do
desenvolvimento organizacional na sociedade em que vivemos, quais os benefícios trazidos a
essa mesma sociedade visto que estas não estão a satisfazer as necessidades dos cidadãos na
promoção do desenvolvimento organizacional. Tendo em conta que essa avaliação do
desempenho é importante no que se concerne aos nossos funcionários e Agentes do estado da
ES-Rapale que garantem os direitos sociais dos cidadãos no seio da nossa sociedade, portanto
com bom desempenho esperamos que a situação mude no seio da sociedade.

1.7. Delimitação do Estudo

Segundo Marconi e Lakatos (2011) delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a


investigação. O estudo tem como tema Avaliação do Desempenho dos Funcionários e
Agentes do Estado Como um Papel Fundamental no Desenvolvimento Organizacional: Um
Estudo de Caso da Escola Secundária do 1º e 2º ciclo de Rapale (2019-2020), a escolha
espacial da ES-Rapale é pelo facto de ser uma instituição que lida com muitos processos
laborais identificando as diferentes práticas de desempenho adoptadas pela instituição em
estudo e por outra parte a autora se familiarizar com os factos da escola, a pesquisa será
realizada na Escola Secundária do 1º e 2º ciclo de Rapale, cita no distrito de Rapale, Província
de Nampula. O estudo em referência abordara um horizonte temporal de 2 anos, isto é,
procura analisar e abranger o objecto de estudo desde o ano 2019 a 2020

1.8. Estrutura do Trabalho

A presente dissertação é constituído por cinco capítulos onde:

I capítulo: Introdução - aborda a pertinência do estudo deste tema, seguindo, apresentação da


problematização, os objectivos de estudo, perguntas de pesquisa, justificativa sobre a escolha
do tema, a relevância do estudo, e por fim a estrutura do trabalho.

II Capitulo: arrola a revisão de literatura. Neste capítulo são abordados literatura teórica,
norteadora do trabalho, a literatura empírica em essência o que foi escrito noutros países sobre
este assunto e por fim a literatura focalizada cujo âmbito de abordagem vai mais para a
literatura local de Moçambique para se perceber o que já foi escrito sobre o tema, e se fazer
comparação com que esta ser feito.

III Capitulo: referencial teórico/ marco teórico- Apresenta a descrição da metodologia de


trabalho, onde o autora faz menção das ferramentas que foram utilizadas para produção e
desenvolvimento deste trabalho.
IV Capitulo: apresenta a análise e interpretação dos resultados da investigação em torno da
avaliação do desempenho dos funcionários e Agentes de estado, e como estes se traduziram
ao nível do desenvolvimento organizacional no período compreendido entre o ano 2019-2020.
Por fim,

V Capitulo: apresenta as conclusões, recomendações e as referências bibliográficas.

CAPÍTULOII: REFERENCIAL TEÓRICO/ MARCO TEORICO

2.1. Introdução

Neste capítulo serão apresentadas as discussões teóricas em torno do tema em estudo, para
uma melhor compressão deste capítulo serão arrolados conceitos básicos relacionados com o
tema em abordagem.

2.1. Definição de Conceitos

Saber local

O termo saber significa ter conhecimento. No sentido fenomenológico conhecer é ter


consciência de alguma coisa, é apreender o objecto. É captar os fenómenos e as suas diversas
manifestações. Os saberes são um conjunto de enunciados que carregam consigo mesmas
noções de saber ser e estar, saber fazer, saber conhecer.

É nessa abordagem que LYOTARD (1989:43), advoga que ̋os saberes se fundamentam na
competência que excede a determinação e aplicação do mero critério da verdade”. Os saberes
dizem respeito à eficiência, a justiça e felicidade, a normalidade. O autor acima, afirma que o
Saber “é aquilo que torna qualquer pessoa capaz de proferir bons enunciados avaliativos”.
Isto é o saber é mais abrangente ele inclui enunciados científicos e culturais que de facto
estes últimos são incorporados em saberes locais.

O termo “Local” referido no contexto do saber local não se refere apenas ao espaço
localizado geograficamente, mas aos discursos educativos produzidos por pessoas de uma
determinada comunidade. Refere se aos discursos de pertença comunitária que desempenham
uma função na educação dos jovens da mesma comunidade. Local tem um carácter regional e
caracteriza os residentes de uma determinada comunidade, ou cultura situada no espaço.
Desta forma, a selecção de conteúdos pode, pois, incluir a matéria que não sendo meramente
local do ponto de vista geográfico, se afigura relevante a sua aprendizagem no contexto da
comunidade.
O saber local dá-se dentro do universal e vice-versa é por isso que LYOTARD (1989:43),
relaciona o saber local com o saber científico. Ele entende que o saber científico não é só o
conjunto de enunciados, mas também “o saber voltado à vida quotidiana e a escola tem a
obrigação de ensinar esse saber. O saber escolar é abrangente e prático e diz respeito à vida
da localidade”.

A relação que o autor que se tem vindo a citar faz entre o saber local e o saber científico é
legítima porque o saber se auto-afirma como saber científico recorrendo ao saber local, por
isso este afirma ainda que o "saber científico não pode saber e fazer saber que ele é o
verdadeiro saber sem recorrer ao outro saber narrativo, que é para ele o não saber e em caso
de ausência ele é obrigado a pressupor-se a si mesmo, caindo assim no que condena a
repetição do próprio, o preconceito". No entanto, querendo mostrar que para a construção do
saber científico é preciso recorrer-se a outras formas de saber que são empíricas de forma a
avançar com a sistematização, GEERTZ (1997:10), defende que “as formas de saber são
sempre e inevitavelmente locais, inseparáveis de seus instrumentos e de seus invólucros”.
Contudo, esta abordagem que o autor coloca nos remete a ideia de que os saberes locais se
manifestam através de uma série de formas simbólicas, facilmente observáveis, um repertório
elaborado de designações que se manifestam e se sistematizam no processo de ensino e
aprendizagem.

O saber local corresponde ao conjunto de conhecimentos, práticas, atitudes, habilidades e


experiências que se transmitem e se comungam num determinado grupo humano. São
aqueles que reflectem a realidade vivenciada pelo aluno no seu dia-a-dia nas suas diversas
actividades, nomeadamente: comercio, habitações, agricultura e pesca, sendo estes conteúdos
que podem ser inseridos na escola produzidos localmente.

1.2. Processo de Ensino e Aprendizagem

Na óptica de LIBÂNEO (1994:79), O “ensino é um processo que se caracteriza pelo


desenvolvimento e transformação progressiva das capacidades intelectuais dos alunos em
direcção ao domínio dos conhecimentos e habilidades, e sua aplicação”.

Nessa perspectiva, o ensino permite o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos


alunos, tal cognição que se converte em mudança de atitude, e sob ponto de vista geográfico
traz uma nova relação entre o aluno e o meio circundante. O conhecimento local é explorado
pelo professor na aula e o aluno é o fornecedor visto que é considerado elo de ligação entre a
comunidade e a escola, desta forma a aula é definida por PIMENTA e LIMA (2004:159),
como sendo “a célula que representa o todo da escola. Um espaço social de organização do
processo de ensino, é o lugar de aprendizagem, da construção do conhecimento partilhado”.

E, numa outra abordagem, LIBÂNEO, (1994:177) assevera que a aula “é o conjunto de


meios e condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo de ensino em função
da actividade própria ao processo de aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação consciente
e activa dos conteúdos”.

Ora, em relação ao acima exposto, é importante notar que para ministrar uma aula é preciso
uma acção didáctica e na perspectiva de KARLING (1991: 34), “a didáctica é a ciência, a
técnica e a arte de bem orientar aaprendizagem e de conseguir que o aluno queira aprender”.
Num outro desenvolvimento o mesmo autor acrescenta que a didáctica é ciência, enquanto se
fundamenta em princípios científicos. É técnica, enquanto aplica princípios na acção docente.
A didáctica ensina como o professor deve agir para conseguir que o aluno aprenda da melhor
forma possível. A didáctica dará a orientação de como proceder em sala de aula. Ela indica
quais são as técnicas mais eficientes.

Clima organizacional

O Clima Organizacional é de fundamental importância para um bom desenvolvimento das


atividades nas organizações. Para Toro (1992), ele pode ser entendido como a percepção ou
representação que as pessoas têm da sua realidade laboral. Essa percepção está estruturada ou
se modifica a partir das experiências pessoais, da influência de outros elementos significativos
no trabalho e de expectativas próprias e dos outros. Conhecendo o Clima Organizacional é
possível descrever a percepção das pessoas em relação às organizações nas quais trabalham.

De acordo com Coda (1998) o Clima Organizacional é um indicador do grau de satisfação dos
membros de uma empresa, em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente
da organização, tais como políticas de Recursos Humanos, modelo de gestão, missão da
empresa, processo de comunicação, valorização profissional e identificação das pessoas que
integram a empresa. O clima é visto como um fenômeno de comportamento relacionado com
o desempenho e os resultados obtidos nas organizações, retratando o grau de satisfação dos
indivíduos com as tarefas que realizam e com o ambiente de trabalho em si

Araujo e Garcia (2009) afirmam que as pessoas que fazem parte da organização contribuem
para a instalação de um Clima Organizacional favorável que conduz a resultados, pois é
através da presença de um clima favorável que se pode trabalhar a eficiência e eficácia da
organização, ou seja, para que as organizações conquistem os seus objetivos elas precisam
contar com funcionários satisfeitos e motivados, pois são eles que fazem com que tudo
aconteça.

Por envolver um conjunto de fatores que influencia no comportamento humano, na cultura da


organização e nas variáveis que acabam por afetar o alcance dos objetivos da empresa, o
Clima Organizacional é considerado muito abstrato. Assim, as conclusões retiradas de seu
estudo refletem apenas o momento da pesquisa e devem ser entendidas como algo
momentâneo e que poderá refletir as percepções das pessoas em determinado momento.

Clima organizacional x cultura organizacional

A cultura de uma organização muitas vezes é confundida com aspectos do Clima


Organizacional, e embora ambos se completem é importante diferenciar seus significados.
Vásquez (1996), embora considere a grande proximidade entre os conceitos, coloca que
acultura poderia determinar o clima, na medida em que este seria gerado pelo impacto daquela
sobre o ambiente do trabalho. Assim, a cultura seria um construto de maior profundidade e
alcance que o clima. Por sua vez, o clima teria a potencialidade de viabilizar uma ciência
integrada da conduta organizacional, possibilitando não apenas a interpretação da situação,
mas também apoiando as intervenções.

A cultura de uma organização é um fator determinante do tipo de clima que nela existe, pois
compreende um conjunto de propriedades do ambiente de trabalho percebidas pelos
empregados, constituindo-se numa das forças importantes que influenciam o comportamento.
Portanto, o Clima Organizacional influencia e é influenciado pelo comportamento dos
indivíduos na organização, no seu desempenho, motivação e satisfação no trabalho. Nota-se,
que a Cultura Organizacional pode sofrer mudanças ao longo do tempo, mesmo que a
organização resista a elas.

Para Robbins (2002, p.503) a finalidade da Cultura Organizacional é dar uma direção, uma
identidade para a empresa, dizendo que a cultura “é a argamassa social que ajuda a manter a
organização coesa, fornecendo os padrões adequados para aquilo que os funcionários vão
fazer ou dizer”.

Sendo assim, a cultura de uma organização transpõe a identidade da mesma. Ela é aprendida,
transmitida, partilhada e construída ao longo do tempo servindo de chave para diferenciar
vários grupos. O Clima Organizacional, por sua vez, tem o intuito de fazer o levantamento do
ambiente interno que pode variar segundo a motivação de seus participantes.

Currículo local Vs Saber Local

Relativamente ao curriculo local, este serve-se como base para a sua integração e auto-
firmar-se como parte integrante no PEA. O currículo local resulta de conteúdos recolhidos na
comunidade através de entrevistas dirigidas aos intervenientes da educação. Nesta linha de
pensamento, CASTIANO (2003:5), diz que “o imperativo de introduzir os conteúdos locais
foi expresso por diferentes grupos sociais com objectivo de eliminar o deficit epistemológico
oferecendo ferramentas ao aluno para a leitura e interpretação dos fenómenos naturais,
sociais da região”. O INDE (2003:1), por sua vez, define currículo local como sendo: “Uma
componente do currículo nacional correspondente a 20% do total do tempo previsto para a
leccionação de cada disciplina. Esta componente é constituída por conteúdos definidos
localmente como sendo relevantes, para a integração da criança na sua comunidade”.

A intenção com o currículo local é, sem dúvidas, abrir mais espaço para os saberes locais
entrarem na escola. Nesta perspectiva, CASTIANO (2005:192) volta a referir que “o
Currículo local é um critério de ensino que facilita o aluno a viver os seus usos e costumes,
aprender a fazer e conservar os ensinamentos que a sociedade oferece, sobretudo ajudar a
obter prática e aplicação”.

O currículo local tem como principal objectivo a formação de cidadãos capazes de contribuir
para a melhoria da sua vida, da vida da sua família, da sua comunidade e do seu pais, tendo
em conta as necessidades e potencialidades locais. O currículo tem sido o meio pelo qual as
sociedades têm determinado ontologicamente o tipo de homem que pretendem.

Os saberes locais são a base do meio humano vivido como constitutivo do conteúdo e elas
são solidificados e cristalizados pelas comunidades para a sua transmissão às gerações
vindouras e este saber é explorado dentro de um contexto curricular que é o currículo local.
Nesta ordem de ideias o autor avança currículo local como sendo:

Matérias de interesse local no ensino centralmente definidos que aprofunda estes conteúdos
visando o desenvolvimento de atitudes e práticas relevantes de e para a comunidade; 2)
Aquilo que a comunidade acha que os seus filhos devem aprender e que é importante dentro
daquela comunidade; 3) São conteúdos relevantes para a escola ou local onde a escola se
encontra situada

O local centraliza-se mais em actividades praticadas na comunidade, e estas actividades têm


sempre uma ligação prática não meramente teórica mas prática. O que implica que cada
comunidade determina o que deve e não deve ser ensinado, pois os conteúdos ensinados
permitirão à criança o enquadramento na comunidade. “Mas o currículo local veicula consigo
mesmo os saberes locais e desta forma a introdução do currículo local implica um desafio aos
paradigmas ocidentais de cientificidade” . Pois os saberes locais são saberes aplicados na
comunidade e é esta quem legitima a própria validade desse conhecimento, daí que o autor
volta a revelar que:

O currículo tem sido o meio pelo qual as sociedades têm determinado ontologicamente o tipo
de homem que pretendem. A Intenção do currículo local é dar o espaço para os saberes locais
de forma a transcender a coexistência silenciosa entre o saber local e o científico, visto que ela
não é uma disciplina, mas sim um conjunto de conteúdos determinados .

A introdução do currículo local nas escolas permite, por outro lado a compreensão identitária
afim de não deixar que a produção do conhecimento careça apenas de uma validação
ocidental, mas nas próprias localidades possa ser validado esse mesmo conhecimento e se
encontre uma utilidade para todo o Moçambique. Contudo no plano de ensino espera-se que
o professor use 20% para ensinar o currículo local.

Assim, no contexto das tendências geográficas actuais, CHRISTOFOLETTI

(1982: 22). Revela que “os geógrafos humanistas argumentam que sua abordagem merece o
rótulo de “humanística”, pois estudam os aspectos do homem que são mais distintamente
humanos: significações, valores, metas e propósitos”. A abordagem do autor mostra no
contexto do saber geográfico local que o aluno como membro da comunidade conhece os
objectos, apenas lhe faltam os conceitos dos próprios objectos de forma a garantir uma
melhor influência e saber influenciar-se pelo próprio meio onde se encontra inserido. Daí que
o lugar é aquele em que o indivíduo se encontra ambientado no qual está integrado, tem
significância afectiva para uma pessoa ou grupo de pessoas. O espaço envolve um complexo
de ideias. A percepção visual, o tacto, o movimento e o pensamento se combinam para dar o
sentido característico de espaço, possibilitando a capacidade para reconhecer e estruturar a
disposição dos objectos.

Desta forma volta asseverar que:

Uma geografia humanista considera a cultura como central para seu objetivo:Compreender o
mundo vivido de grupos humanos. Uma geografia marxista deve reconhecer que o mundo
vivido, apesar de simbolicamente constituído, é material e não deve negar sua objectividade

Aprendizagem significativa a partir do Saber local

No contexto Metodológico, a contribuição do VYGOTSY (2000:69), para uma aprendizagem


significativa a partir do local destacando a atenção que tem sido dada ao ambiente cultural e
social escolar de aprender a observar e de aprender a partir do local que possibilita a
incorporação dos recursos culturais e quotidianos que os alunos trazem para a escola. Tal
consideração, parte do pressuposto de que o conhecimento escolar emerge do contacto entre
conhecimento espontâneo e científico. Nesse artigo buscou-se discutir sobre os recursos
culturais dos alunos como ponto de partida para a aprendizagem da Geografia, partindo da
experiência de uma prática pedagógica diferenciada ao longo do curso nas escolas visitadas
durante as PPs.

No entanto, a mediação para a aquisição dos conhecimentos científicos é possibilitada,


portanto, por meio dos conceitos quotidianos. Desta forma, muitos conceitos fundamentais
para a assimilação de informações mais complexas são possibilitados a partir das
informações que os alunos trazem de sua vida quotidiana e a experiência aqui relatada
procura suprir uma lacuna existente nas metodologias tradicionais de ensino que nem sempre
permitem a mediação a partir do conhecimento local.

Pode-se inferir que o conhecimento escolar é resultado do movimento de interacção entre o


conhecimento científico, historicamente construído e o conhecimento espontâneo marcado
pela experiência pessoal e pelas experiências quotidianas.

Entretanto, percebe-se que, durante a escolarização são poucas as oportunidades em que os


alunos expressam suas experiências quotidianas de forma a articulá-las com os
conhecimentos científicos. Facto que decorre de uma série de factores que fazem com que o
ensino e a aprendizagem sejam, em certas instâncias, deficitários.

É preciso considerar que os conhecimentos científicos não são adquiridos imediatamente


após a discussão sobre determinado conceito em sala de aula. Esse é apenas o início do
processo de apropriação do conhecimento pelos alunos e sistematizado pelo professor.
Destaca-se a necessidade da mediação feita pelo professor nesse processo, pois ele norteia as
discussões e as complementa com informações que faltam aos alunos que, geralmente, têm
uma pré-disposição para conversar e debater, cabendo, como já foi ressaltado, ao professor
canalizar essa vivacidade às questões educativas, problematizando-as, instigando a
curiosidade, a capacidade de observação e crítica a parir do quotidiano. E para que isto
aconteça VYGOTSKY (2000:71), salienta que:

O processo exposto passa, necessariamente, pela articulação entre conhecimentos científicos e


espontâneos ou sistematizados e quotidianos, visto que a criança, ao operar com conceitos
espontâneos, não tem consciência deles, pois a sua atenção está sempre centrada no objecto ao
qual o conceito se refere e nunca ao próprio pensamento. Sendo assim, é comum que a criança
encontre dificuldades em solucionar problemas que envolvam situações da vida quotidiana,
porque não tem consciência de seus conceitos e, portanto, não pode operar com eles à vontade.
Existem inúmeras situações quotidianas em que os conceitos geográficos estão presentes e
que podem ser retomados em sala de aula a partir de exemplos de fatos por exemplo no que
se refere ao clima, é fácil pedir que os alunos observem no trajecto da escola, nas manhãs de
inverno, se há algum lugar por onde passam que sentem mais frio. E, a partir dos relatos,
levar o aluno a compreender que o clima é influenciado pelo relevo e que as áreas mais altas
são mais frias do que as baixadas, dependendo da hora do dia, portanto é nesta ordem de
ideias que o autor volta a referir que uma das características essenciais do aprendizado é que
ele desperta vários processos internos de desenvolvimento, os quais funcionam apenas
quando a criança interage em seu ambiente de convívio. E do outro lado KATUTA (2004:43)
dá mais ênfase ao advogar que:

O objectivo pedagógico do ensino de Geografia é o entendimento dos arranjos espaciais por


meio da dialéctica entre os conhecimentos geográficos não formais e os científicos, então
seria conhecimento geográfico não formal a percepção das diferenças da temperatura a
medida que se alternam os lugares por onde o aluno passa quando vai a escola e a sua

Categorias dos saberes locais

O enfoque dos saberes locais deve se as duas razõeis: a primeira, revitalizar o valor intrínseco
dos saberes locais, e o segundo eles, favorecem a inserção do aluno na sua comunidade. A
par da categorização, um autor contemporâneo escreve sobre a tipologia dos saberes locais,
trata-se de:

DELORS (1996: 78), expôs quatro categorias:

 Aprender a conhecer
 Aprender a fazer
 Aprender a viver juntos ou aprender a viver com os outros.
 Aprender a Saber

A grande preocupação do autor ao reeferir estes tipos de saberes é desenvolver a educação


para a vida e para o mundo de trabalho. Daí que refere que:

Aprender a conhecer oferece ao aluno a estrutura lógica que lhe permite ler e interpretar o
mundo. Com este saber o aluno lança se a descoberta, isto leva a compreender o ambiente que
lhe rodeia. Sob ponto de vista local os mais velhos ensinam os mais novos a interpretar os
fenómenos como a chuva, doenças, falta de chuva, origem dos lugares míticos e os rios mais
importantes da comunidade. O aumento de saberes sob diversos aspectos leva a compreender
melhor o ambiente, favorece o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico
e compreende o real mediante a aquisição de autonomia na capacidade de discernir.

Relactivamente ao Aprender a fazer responde à questão como se faz algo, é um saber prático.
Responde a questão de como se faz algo e está ligado ao profissionalismo.

O saber fazer bem tem uma dimensão técnica: a do saber e do saber fazer, isto é do domínio
dos conteúdos de que o sujeito necessita para desempenhar o seu papel, aquilo que se quer
deste socialmente articulado com o domínio com a técnica, das estratégias que permitem que
ele ‘dê conta do seu recado em seu trabalho.

No contexto geográfico, este tipo de saber materializa-se na medida em que o aluno antes de
aprender na escola, tem conhecimento de técnicas de combate à erosão na sua comunidade
(usa sacos, planta relva abre canais de circulação de água entre outras), conhece e cuida das
florestas e lugares sagrados da sua comunidade, pratica a agricultura, sabe quando e como
colocar a semente na agricultura, todavia lhe falta saber o porquê de colocar a semente
naquele lugar e não noutro; porque é que um solo produz e outro não; saber quando e quais
os sinais da chuva, mas não sabe porque é que chove mais num momento e noutro não; enfim
conhece os objectos e não os conceitos, desta forma o papel dos educadores deve ser de
conciliar o objecto conhecido pelo aluno com o conceito contido nos programas de ensino, ou
seja, no saber escolar criando, deste modo, um “espaço de coexistência.”

É importante Aprender a viver junto para levar o aluno a tomar consciência das semelhanças
e da interdependência entre os seres humanos e o meio onde vive, este saber do ponto de
vista geográfico, leva ao reconhecimento do aluno como um ser social e que deve respeitar as
dinâmicas populacionais com os recursos que o meio disponibiliza para a sobrevivência, sob
ponto de vista local, portanto, leva o aluno a aprender e ocupar de forma sádia o espaço
geográfico e os outros elementos espaciais como partes integrantes do mesmo sistema e que
precisa-se respeitar e reconhecer os seus atributos diante de todo um conjunto, vivendo em
harmonia com a natureza e os outros seres. A educação tem por missão, por um lado,
transmitir conhecimento sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas
a tomarem consciência das semelhanças e da interdependência entre os seres humanos do
planeta.

Para complementar e atingir a aprendizagem significativa é importante desenvolver o


Aprender a ser para que o aluno desenvolva os juízos de valor para agir com prudência na
sociedade. Trata-se do conhecimento ético comportamental do reconhecimento do valor das
pessoas e das coisas, por exemplo, dentro de uma comunidade que encontramos florestas
tradicionais ou mesmo uma árvore sagrada é um mito indicativo que leva a conservação de
uma determinada espécie. Dentro de uma comunidade encontramos um leque de saberes que
tem como finalidade cultivar um comportamento socialmente aceitável. Aqui o aluno aprende
a desenvolver juízo de valor para agir com prudência na sociedade.

Estes saberes categorizados pelo autor levam-nos aferir que para a formação de um cidadão
íntegro e participativo de uma determinada sociedade é preciso explorar os saberes
veiculados localmente em consonância com os escolares de forma a contribuir para a
resolução dos problemas e melhoria da vida das comunidades, visto que onde está o
problema lá está a solução do mesmo, só basta explorar os respectivos mecanismos de
resolução

Métodos de disseminação dos saberes locais.

O saber local produzido e cultivado por pessoas mais velhas da comunidade “Enciclopédias
tradicionais” é transmitido através da oralidade de geração para geração.

Na prática as comunidades detêm um conjunto de saberes transmitidos de geração em


geração, que abrangem por exemplo, a construção de casas usando o material local “estacas e
caniço”, a pratica de agricultura e a pesca no rio local que para este estudo é o
IV. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES
Neste capítulo do projecto, será apresentado uma listagem sequencial das actividades a serem realizadas e suas respectivas datas de
implementação.
Tabela 3: Cronograma de actividades.
Período de realização semana/mês

Or Actividades 2019 2020


de
Mês Mês
m
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º

01 Elaboração do projecto

02 Revisão bibliográfica

03 Compra do material

04 Elaboração dos instrumentos


de colecta de dados

05 Recolha de dados no terreno

06 Organização e análise e
discussão de dado
07 Redacção de relatório final
da pesquisa

08 Apresentação do relatório

09 Apresentação final

Fonte: autora
Orçamento

Descrição dos itens Quantidade Unidade de Valor unitário Valor total


medida (Mt) (Mt)

Canetas 1 Dúzia 285,00 285,00

Papel de A4 4 Resma 300,00 1200,00

Impressão 16 Impressão 3,00 32,00

Encadernação 1 Encadernação 20,00 20,00

Transporte 2 por dia Viagens 30,00 120,00

Computador 1 Material 45,000,00 45,000,00

Revisão linguística 1 Revisão 200,00 500,00

Total 11.207,00

Fonte: autora
REFERÊNCIAS

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Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em engenharia
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