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U
Revista da R:.L:. General Gomes Freire de Andrade Nº7

1ª Edição
Abril de 6021
,
ou Rito, sugere um conjunto de práticas de carácter
mágico ou simbólico, executadas segundo ordem precisa e consagrada.
No nosso Templo, o Rito tem por nalidade fazer ascender o adepto
à iniciação. A iniciação tem por tarefa,
como todas as outras tradições,
desligar o homem dos limites
do seu estado humano.
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7 Lisboa pós-terramoto foi
discussão
mantém-se de pé. A

desenhada com olhar maçónico: sim ou não?


Uma ala diz que sim, pois há símbolos e pistas mais do
que sucientes. A Baixa Pombalina será o pináculo da
criação maçónica na idealizada capital do quinto
império, com o coração a pulsar no Terreiro do Paço. O
número de arcos, as serpentes aos pés do Rei D. José I, a
águia perto da Rua Augusta, as outras ruas que elevam o
ouro e a prata, algo muito próprio da alquimia prevista
na equação maçónica... Tudo isto são argumentos.
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O Templo existe enquanto se mantiver de costas
voltadas para o mundo. Esta é a realidade paradoxal na
qual qualquer maçom vive. Com um pé no seu interior e
outro no exterior, a cruz que transporta é a batalha que
em si encerra desde o dia em que, aberta que foi a porta,
decide por ela entrar sem pesar a inevitável consequência
mas a custo. Começaram afastados, mas agora, já no
interior, encontram-se lado a lado. A altivez do primeiro
refracta-se em rasgos de suspeita intransigente. Do
segundo e do vazio que acomoda, emana uma
reconfortante e quase infantil curiosidade. Fitam-se e
não evitam que à flor da pele recíprocos e leves laivos de
que surg irá como resultado da imposição da inveja e cobiça."O que eu dava para ter a tua certeza",
indivisibilidade litúrgica da iniciação, sobre a natureza dual diz um.
de quem a recebe. Confrontado com aquele que adivinha "O que eu dava para ter a tua curiosidade", responde o
ser um caminho de constante beligerância interior, o outro.De um lado o convicto intransigente que deseja a
profano toma consciência desta dualidade e força-se a inocência da curiosidade. Do outro, o frágil curioso, que
considerar as possíveis repercussões da saída do estado de só pretende encontrar certezas.Esta é a realidade
conforto e apatia, crónicos, em que se encontra.Todos nós antinómica da existência profana que a iniciação
por aqui passámos, mas é sempre bom recordar e por vezes Maçónica, por via da transmissão silenciosa da
reviver. Convidovos a imaginar o seguinte: Do lado exterior simbologia nela contida, transforma e devolve já
da porta do Templo estão agora dois Homens. Um de postura composta.O maçom perfeito é nada mais do que aquele
rígida e aparentemente inabalável. Admite que a manutenção que, após assumir a incongruência como parte
de uma existência contraditória e selvática motivada pela integrante de si, luta exaustivamente e na maioria das
necessidade de sobreviver e receber prazer, é justa. A ladeá-lo, vezes de forma inglória, para a contrariar. É no
está outro de aparência infinitamente mais frágil. Movido pela reconhecimento da ausência das capacidades e
dúvida e abalado pela recente consciencialização da sua existência qualidades necessárias para gerir este conflito que
profana, suspeita de forma honesta não estar imbuído da rigidez emerge a força para o levar a cabo e sem nunca sair
de carácter necessária ao escalar do caminho íngreme que lhe foi vitorioso, ainda assim perseverar. Numa fase inicial e
apresentado. Por entre iconografia alquímica/simbólica e recuperando o conceito do “Mimesis (platónico)” -
assoberbados pela incandescência da luz que receberam, entram, repetição, A pureza dinâmica dos símbolos,

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