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stl Supt Teno ie il EW El Seco de Mecinica Aplicada RESISTENCIA DE MATERIAIS 2 ESTABILIDADE DO EQUIL{BRIO ENCURVADURA. Prof. Luis Calado Maio de 1994 L.INTRODUGAO Uma agulha perfeitamente recta pode ficar em equilfbrio apoiada na sua ponta. Todavia, a menor perturbacao ou imperfeigéo no seu fabrico toraré impossivel © equilibrio. Este tipo de equilfbrio é designado como instavel, sendo necessario evitar situagdes andlogas em sistemas estruturais. Os conceitos de equilibrio estdvel, neutro e instavel podem ser facilmente entendidos através do exemplo cléssico de uma esfera sobre uma superficie (Figura 1). a-estavel b-neutro —_c- instavel Figura 1 ‘As forcas que actuam sobre a esfera (gravidade W e reacgo normal a superficie R) estio nitidamente em equilibrio quando a superficie é horizontal. Imagine-se que se desloca a esfera da posigdo a para uma posicao a’. As forgas de reacgéo R e de gravidade W deixam de estar em equilibrio, surgindo uma forga que tende a levar a esfera para a posi¢do inicial a. Se largarmos a esfera na posicao a’, ela voltaré A sua posicao inicial a. Este tipo de equilibrio é designado de estavel. A situacao c! € completamente oposta, pois a forca de “desequilfbrio” tende a afastar a esfera da sua posigio inicial ¢. Este tipo de equilfbrio € designado de instavel. © caso b esta compreendido entre os dois casos anteriores. Se a esfera for deslocada da posigo b para a posicao b', ela permaneceré em equilibrio e néo apresentaré qualquer tendéncia para voltar configuracao inicial b. Este tipo de equilibrio é designado de neutro. Tendo por base critérios energéticos estudados anteriormente, pode mostrar-se que: Ao equilibrio estavel corresponde &v>0 Ao equilibrio neutro corresponde &v=0 Ao equilibrio instavel corresponde SV <0 onde V representa a energia potencial, que é a soma da energia de deformagao U com 0 potencial das forcas exteriores II, e 5% a segunda variacéo cujas propriedades so muito semelhantes as do diferencial de 2" ordem d?. A partir do exemplo da esfera, pode chegar-se & definigéo de estabilidade do equilfbrio. Um sistema diz-se que esté em equilibrio estdvel se para todos os pequenos deslocamentos possiveis dados a partir da configuragio de equilibrio, as forcas de “desequilibrio” resultantes tendem a levar o sistema & configuragéo inicial de equilfbrio. 2. TIPOS DE INSTABILIDADE A instabilidade pode ser causada por insuficiéncia de vinculos externos, ou pelo facto da estrutura ser muito esbelta (conceito que analisaremos mais a frente) (Figura 2). simplesmente apoiadas Figura 2 Se admitirmos que a estrutura se encontra devidamente ligada ao exterior, a instabilidade devida & esbelteza seré a que mais preocuparé os engenheiros. Se por exemplo, considerarmos duas colunas, com os mesmos vinculos externos e a mesma seccao transversal, mas comprimentos diferentes (Figura 3), elas tero certamente comportamentos diferentes quando submetidas a esforgo axial. A coluna a, mesmo sob a acco de uma pequena carga axial Py, encurvar. Do ponto de vista da engenharia a coluna atingiu 0 colapso. ‘A coluna mais curta, com a mesma seccdo transversal, nao teré problemas de instabilidade. Neste caso, 0 colapso seria causado pela resisténcia maxima & compressio, e, certamente, para uma carga Pz muito maior que a carga Py. Embora os modos de colapso sejam diferentes, ambas as colunas teriam atingido © colapso, a mais longa devido a encurvadura e com uma carga axial consideravelmente menor do que a coluna mais curta, a qual seria esmagada. ‘A encurvadura tal como descrita acima, é um tipo de colapso resultante da instabilidade estrutural devida a acgdo de forgas de compressio sobre 0 elemento estrutural. Ocorre normalmente de modo inesperado e sempre espectacular e catastréfica. ‘A carga para a qual a instabilidade ocorre e a tensio devida a esta carga sio designadas de carga critica Por e de tensio critica Gor Muitos tipos de instabilidade resultam de carregamentos de compressio, como no caso de colunas e chapas carregadas no seu plano, e da deformagio devido & flexéo. Algumas vezes, sob certos tipos de carregamento de compressio ou de torgiio, as deformagdes devido a torc4o ocorrem s6zinhas ou em combinagéo com deformagées devido a flexio. Na Figura 4 mostram-se alguns exemplos. Figura 4 A coluna indicada na Figura 4 apresenta instabilidade, resultando em deformagées de torcéo, enquanto que a viga em consola, quando sujeita a momento flector, presenta flexao lateral e torgdo (bambeamento). Este tipo de instabilidade ¢ particularmente importante em vigas de secco aberta (pequena rigidez de torgao) e de grande altura. A instabilidade pode ainda ser classificada em instabilidade local, instabilidade do elemento e instabilidade global (estrutural). A instabilidade local corresponde a instabilidade das placas que constituem as paredes das seogdes, e & formagao de ondas nas chapas (Figura 5). Figura 5 A instabilidade local néo provoca necessariamente a instabilidade global ou a instabilidade do elemento. A instabilidade do elemento pode causar a instabilidade global da estrutura. Tudo dependeré da importéncia do elemento para a estabilidade global da estrutura (Figura 6). Figura 6 A instabilidade do elemento CD implica o colapso da estrutura, pois a estrutura toma-se um mecanismo. A instabilidade do elemento GE nao implica o colapso da estrutura, pois ficara ainda interiormente hiperstatica. 3. ENCURVADURA DE COLUNAS Nesta seccdo estudar-se-4 a carga critica de colunas com varias condigdes de apoio. Considerar-se-4o somente colunas constituidas por material homogéneo e com secgdo transversal bi-simétrica, isto & com dois eixos de simetria. Além do material ser homogéneo e elastic, admite-se também que as secgées planas permanecem planas depois da coluna encurvar (hip6tese de Bernoulli), que as deformacées por esforco axial e transverso sio desprezaveis, que a encurvadura se dé num plano principal de inércia e que a concentragio de tensées tem um efeito desprezavel sobre 0 comportamento global da coluna. As deformagdes por esforco transverso podem ser desprezadas em materiais como o ago ou aluminio. Em materiais plésticos ou nao homogéneos a deformagio por esforgo transverso deve ser considerada, ja que diminui a carga critica'da coluna. 3.1 Caso fundamental - coluna bi-articulada (Euler, 1778) Considere-se a coluna bi-articulada de comprimento L, carregada axialmente por uma fora de compresséo aplicada no centro de gravidade da seccio transversal (Figura 7). Admita-se ainda, como anteriormente referido, que a coluna encurvaré por flexéo num plano principal de inércia. Figura 7 O destocamento ux(x3) € 0 deslocamento segundo 0 eixo 2 de uma seccio genérica localizada & distancia x3. Nessa seccdo existiré um momento flector dado pela equacio de equilibrio: Mixa) = w2(x3) P G1) Viu-se, aquando do estudo da flexao, que a relacao entre 0 momento flector e 0 taio de curvatura R pode ser expresso pela seguinte equagio constitutiva: Eh M103) = BG) (3.2) (para simplicidade de escrita das equagées passar-se-d a escrever M;= M e a omitir (x3) Por geometria diferencial obtem-se para a curvatura a seguinte equagéo de compatibilidade: 2.33, [r(ur.372 (33) a R Na hipétese dos pequenos deslocamentos, a quantidade (u2,3)? pode ser desprezada relativamente a unidade, e a curvatura é dada pela expresso (andlise linear da encurvadura): 1 Ra ws Ga) A partir das equagées (3.1), (3.2) e (3.4) pode escrever-se: EL Puy=M=_=-Flugss (35) ou entaéo El ugg +P ug=0 G6) P vase + qt =0 67 Pp Se considerarmos k= yy a expressio (3.7) pode ser escrita da seguinte forma: 2,33 + k2 uz =0 (3.8) esta equacao de equilibrio relaciona a carga aplicada P com 0 deslocamento uz da coluna. A solugio geral para a equagio (3.8) é uz = A sen kxg + B cos kx3, (3.9) Nesta equacdo A e B sao constantes que podem ser calculadas a partir das condigSes de fronteira. Para a coluna em estudo obtem-se: x3=0 w2=0 B=0 x21 w=0 Asen kL =0 a equaco A sen KL é satisfeita para A = 0 ou sen KL = 0, isto é: A=0 w=0 (solugio trivial e nao existe encurvadura) senkL=0 kL=ng comn=1,2,3,... atendendo definiggo de k, vem: (B10) 11) (3.12) © para o deslocamento ug obtem-se: u2=Asen "FS : (3.13) Quando P apresenta estes valores, a amplitude dos deslocamentos, dada pelo valor de A, é indeterminada. O valor da carga P que toma possivel a configuragao curva da coluna é designado por carga critica e € representado por Pe. ‘As cargas criticas para a coluna bi-articulada sao, entio: p nen? Por=—q2-HE (14) Por conseguinte, uma coluna perfeitamente rectilinea e bi-articulada tem um nimero infinito de cargas criticas. A menor delas seré quando n = 1, isto & 1 _ ET Pos ae (3.15) Esta carga critica, deduzida por Euler, é usualmente representada por Pz 1 _a2EI Pg= Poy =a (3.16) Nesta expresso I é 0 momento de inércia minimo da secco e constante ao longo do comprimento da coluna, E 0 médulo de elasticidade e Lo comprimento. O caso da coluna bi-articulada é geralmente designado como caso fundamental. Para este caso a coluna encurvaré segundo uma fungio seno e amplitude A indeterminada (Figura 8). -10- p e a mE 1 t. P= Pees u2 = Ay sen 7S Figura 8 Na Figura 9 encontram-se representadas as configuragdes para as cargas ctiticas eee 3 Pope Por e Poe -11- 2 _AnEL 9 _9neBL Por= 43 Por = 3 rk 2n 3 3n uy = Arsen up = Azsen 42 u = Agsen= Fo Figura 9 A solugdo do problema da coluna bi-articulada é apresentado no grafico seguinte (Figura 10): -2- poss noanvodina, inca stedtaico Rests Uwe, ado wd Figura 10 : : a gatiaaeareae Verifica-se que para cargas superiores a Po, a configuracdo é instével, a menos que a coluna esteja impedida de se deslocar transversalmente. 1 A carga critica Poy 6 de todas a que confere a coluna a menor energia potencial, sendo, por conseguinte, 0 valor da carga para o qual a coluna iré encurvar (Principio da Minima Energia Potencial). A indeterminacao da amplitude do modo de encurvadura deve-se ao facto de as expresses terem sido deduzidas admitindo a hipdtese dos pequenos deslocamentos. Caso se tivesse utilizado a equagio 1 2.33 T+ (us? ee a resolugio da equacdo diferencial mostraria que a coluna teria um comportamento estével de pés-encurvadura, e que para um deslocamento a meio vo da coluna da ordem de L/4 a carga aumentaria de cerca de 10%. Pode-se, portanto, concluir que a anilise linear efectuada nesta secgéo descreve, com suficiente preciso, 0 comportamento de uma coluna recta carregada axialmente & compressio no seu centro de gravidade. -13- Exemplo: Determinar a carga critica de Euler para a coluna de comprimento igual a 10.00 m e de secgio rectangular igual a 100 x 200 mm2. A coluna é bi-articulada ¢ 0 mddulo de elasticidade é de 200 GPa. I Encurvadura em torno do eixo 1 200 1008 = 2x = 0.167 x 104 m4 12 x 200 x 0.167 x 10-4 Peg = gp = 929 KN Encurvadura em torno do eixo 2 2 = x20 = 0.67 x 10-4mé x 200 x 0.67 Por = = 1816 KN A coluna encurvaré para 0 menor dos dois valores e, por conseguinte, a carga critica de Euler sera: Pp =329 KN -14- Problema Determine o valor maximo da forga de compressao que pode ser aplicada a uma coluna de 3.00 m de comprimento, com seccao quadrada de 20 x 20 mm? e com médulo de elasticidade igual a 210 GPa. Pe = 3.07 KN) Problema Determine o comprimento maximo que pode ter uma coluna bi-articulada com seccao circular (r = 25 mm) de modo a que consiga suportar uma forca de 100 KN aplicada no centro de gravidade sem encurvar. Admita E = 200 GPa. (L = 2.46 m) 3.2 Colunas com outras condigdes de apoio ideais Um processo anélogo ao utilizado para a coluna bi-articulada pode ser empregue para determinar a carga critica de colunas com condigdes de apoio diferentes. As solugées destes problemas séo muito sensiveis as condigées de apoio. Considere-se, por exemplo, uma coluna com uma extremidade encastrada e outra articulada, conforme representado na Figura 11. Figura 11 -15- A equacao de equilibrio, numa seccao genérica A distdncia x3 é: Mc M=Pw-7-%s) (3.17) M=Pup- Mo (1-x3/L) (3.18) A relagio constitutiva é EI M=R (3.2) Analogamente ao caso fundamental e na hipétese dos pequenos deslocamentos, relagio de compatibilidade é dada pela seguinte expresso (andlise linear da encurvadura): 1 Ra- 3 G4) A equacdo diferencial de equilibrio vem entio: 1 2,33 = ay CP uz + Mo (1 - x3/L)) (3.19) P Se fizermos k? = jy a expressio (3.19) pode ser escrita da seguinte forma: k2 Mc “pe a-B) (3.20) 0,33 + 2 u; A solugéo homogénea desta equacdo diferencial, isto é, quando se iguala o seu segundo membro a zero, é a jé obtida para o caso da coluna bi-articulada. A solugio particular, quando nao é nulo o segundo membro da equacio, pode ser obtida dividindo 0 termo do segundo membro por k2. A solugéo composta & entao dada por: M tug = A sen kxg + B cos kxg + "pr (1- 72) (3.21) Nesta equagéo A e B sao constantes arbitrérias e Mo é 0 momento flector desconhecido no encastramento. As trés condigoes de fronteira sao: -16- x3=0 u2=0 2g=L w=0 x3=0 w3=0 Analogamente ao efectuado para 0 caso bi-articulado, obtém-se a seguinte equagio transcendente KL = tang kL (3.22) a qual deve ser satisfeita para uma configuragao de equilibrio nao trivial da coluna sob a acgdo da carga critica. A menor raiz. da equagdo KL = tang KL é: kL = 4.493, e, portanto, a carga critica correspondente & coluna articulada-encastrada é: 20.19 EI EI Pasay = 2.055 3.23) Esta expressiio mostra que a introdugao de um vinculo (impedimento da rotagao no encastramento) numa das extremidades, aumenta a carga critica relativamente ao caso fundamental (coluna bi-articulada) Para a coluna bi-encastrada, a carga cxitica seria: (8.24) valor que é mais elevado, quando comparado com a coluna encastrada-apoiada. A carga critica numa coluna com uma extremidade livre e outra encastrada é: Per = 0.25 F5~ (3.25) Para este caso extremo, a carga critica € igual apenas a um quarto da correspondente ao caso fundamental. Todas estas formulas podem ser representadas por uma expressdo idéntica & do caso fundamental, desde que se utilize 0 conceito de comprimento de encurvadura Le (distancia entre os pontos de inflexdo da deformada) em lugar do -17- seu comprimento real. O comprimento de encurvadura para 0 caso fundamental €L, enquanto para 0 caso encastrado-apoiado € 0.7L, bi-encastrado é 0.5L e livre- encastrado é 2L. Estes valores séo facilmente recordados tragando a deformada da coluna e verificando o comprimento do trogo deformado que corresponde a uma coluna bi-articulada (comprimento entre pontos de inflexdo da deformada). Per= ba (3.26) Na Figura 12 estdo representados os comprimentos de encurvadura para colunas com diferentes condigdes de apoio. Pa by WEI yu ae : Lt ES ae 4n7EI set ona iL = 7 ee oe 0.70L WEI i —= OL 4? EI +e L TT ap WEL a QL 4L? Le - comprimento de encurvadura Figura 12 -18- A tensio critica de uma coluna, pode ser calculada pela expressio: Ser a @.27) em que: i €0 raio de giracdo Is a esbelteza que permite caracterizar o tipo de coluna: a 2. < 20 barras curtas 20 105 barras longas 3.3 Colunas com encastramentos elasticos 3.3.1- Encastamentos elésticos em ambas extremidades (Figura 13) -19- Para a coluna representada na Figura 13 0 momento flector numa seccao genérica A distncia x9 é M=Pu-m (3.28) ‘As relagées constituiva e de compatibilidade sao as mesmas dos casos anteriores, pelo que se obtem para este caso: m ug3-+ 2 w =F (3.29) P : com k2 = Ff , como anteriormente considerado. ‘A solugio completa para este caso é dada por: m uz = A sen kx3 + B cos kg + japy (3.30) A e B sao constantes de integracdo e podem ser determinadas a partir das seguintes condigdes de fronteira: m xg=0 w2=0 B=-2g Devido as condigées de simetria obtem-se: L 1 = w3=0 A=-jegy tang 5KL tl x3=0 2350 =- jp tang 5 KL Se definirmos um coeficiente a como: (31) vira: (3.32) (3.33) ZL com B=r ‘A equagio (3.33) pode ser resolvida graficamente, desenhando ambos os membros da equagdo e determinando a intersecc4o como indicada na Figura 14. ye Z 3a 7 7, 2 kb Las. -2 ke 3 Soe FF Figura 14 Substituindo os diversos valores do B na equacao (3.33), é possivel determinar a variagéo da carga critica com a restrigio das rotagdes nos apoios. A carga critica para colunas com apoios elésticos pode escrever-se da seguinte forma (semelhante aos apoios ideais): EL Pea (3.26) © valor do comprimento de encurvadura pode ser determinado facilmente a partir da curva da Figura 15. (c.~ representa a rigidez da mola) Figura 15 30° 8 3.3.2 - Encastamento eldstico numa extremidade e articulado na outra (Figura 16) yf Figura 16 A equacio diferencial de equilibrio para este caso & m u2,33 + k* w= Ay Sos (8.34) m P com K? = fj. Da Figura 16 verifica-se que Q=7- ‘A solugao completa para este caso é: m uy = Assen log +B cos kas +p gpl) (635) Com o raciocinio anélogo ao do caso anterior, vem: m x3=0 w=0 B=- 2 pesasibidSSiasaiae “El tang kL x3=0 w=0 A ami edie x3=0 was 6= 5 [ang xu] (3.36) -23- Definindo analogamente oe B como: es -¢ ol B= a a equagio (3.36) pode ser escrita como BKL tng ke cpp (37) que, tal como no caso anterior, poderé ser resolvida graficamente para obter os valores de KL correspondentes a um determinado valor de B. Substituindo os diferentes valores de [na equacdo (3.37), obter-se-4 analogamente a variagdo da carga critica com a restrig#o do apoio. A carga critica pode ser escrita de modo semelhante ao do caso fundamental: 2 EL L A Figura 15 apresenta a variagdo do comprimento de encurvadura com a restricao do apoio. Repare-se que para B = » os valores obtidos para a relagio be sao 0s valores que correspondem aos apoios ideais, isto é, encastrado-encastrado ou encastrado-apoiado. Por exemplo, para a curva da coluna com encastramentos elésticos nas duas extremidades e fazendo B = » obtem-se: tang Skt =0 se kL=2n A carga critica ser entéo: 4mEL rEL “@} 1 isto ee = 7, como se tinha verificado anteriormente. -24- Exemplo: Determinar o valor da carga critica que provoca a encurvadura da coluna BC no plano xy. Considere para o médulo de elasticidade o valor de 210 GPa. c ~ WN Cram) 200 1,000 300 (orem) 300 A coluna BC pode ser considerada como apoiada em C e como tendo um encastramento eléstico em B, isto é: © comprimento da encurvadura da barra BC ird depender da rigidez o da mola. Calculo da rigidez o da mola: -25- (podemos calcular a flexibilidade da barra invertendo em seguida para obter 0 valor da rigiden. a= '5) = il on dk ermoaeeila . Ww Lobl SEIvige Vird para a rigidez da mola o valor «=~ Céleulo de B: 3EIviga eae fea 0-24 B=—pypcolana Tiga = Fy = 1.333 x 10-4 m# 4 yestuna = 93 «675 x 10-4 mt 1.333 x 104 B=" e75xt04 722 Entrando no grafico da Figura 15, obtem-se a Le=0.88L Le = 0.88 x 15 = 13.20m =26- 2X 210 x 106 x 6.75 x 104 Pg aga = 8029 KN O valor da carga que provoca a encurvadura da barra BC é de 8029 KN. Obs: A rigidez da mola a dependeré do tipo de esforco que vai impedir a encuroadura da barra. Neste caso, trata-se de um esforco de flexio e, por isso, a rigidez da mola é uma rigidez de flexio. No caso da figura seguinte, seré de flexiio para encurvadura no plano da figura e de torgio para a encurvadura da barra num plano prependicular ao plano da figura. O comprimento de encurvadura Le depende do plano no qual a estrutura encurvaré. ala |r ainda, \ Problema Determinar 0 valor da carga que provoca a encurvadura da coluna AB no plano xy. Considere para o médulo de elasticidade o valor de 200 GPa. (Per = 7.64 KN) f 5m -27- robli Determinar 0 valor da carga critica da coluna, admitindo que os nés estio impedidos de se deslocar no plano prependicular ao da estrutura,e que todas as barras tém secgao quadrada de 35 x 35 mm?. Considere para o médulo de elasticidade o valor de 200 GPa. (Per = 166 kN) ( rn oe 4, ENCURVADURA DE COLUNAS UTILIZANDO A EQUAGAO DIFERENCIAL DE 4* ORDEM A expresso para a carga critica pode também ser obtida a partir da equagio diferencial de 4° ordem da linha eldstica. Essa equago pode ser determinada considerando 0 equilforio de um elemento infinitesimal (Figura 17). vidv cosB=1 senB=B ug3=8 Figura 17 © equiltbrio de forgas e momento permite escrever as seguintes equagdes: TF3=0 -N+(N+dN)+VB-(V+dV) (+B) =0 (4a) F2=0 — -V+(V+dV)-NB+(N+dN) (B+ dB) =0 (42) IMi=0 -M+(M+dM)-Vdxs= 0 (43) N3=VB3+VsB (44) V3 =-NB3-N3B (45) Ms3=V (46) com (3) = d/dxg Em colunas as tensdes tangenciais sao em geral pequenas, pelo que VB,3 e V,3B siio termos desprezéveis em comparagio com as associadas as tensdes normais: 1* aproximagio das equagées de equilibrio: N3=0 (47) V3=-NB3 (4.8) -29- M3=V (4.9) M33 +NB3=0 (4.10) (4.11) EI M=R (4.12) A equagio diferencial do equilibrio sera entao: (EI uz,3a),33 - N u233 = 0 (4.13) como N3=0 vemque N=-P Se EI for constante, obtem-se finalmente para a equacio diferencial de equilibrio de um elemento de coluna na configuracio deformada a seguinte equacao: P 12,3933 + py 42,33 = 0 (4.14) A determinagéio da carga critica de uma coluna reduz-se ao cdlculo do menor valor de P para o qual a equagio (4.14), com as respectivas condigées de fronteira, tem sdlucdo nao nula. Matematicamente ¢ um problema de valores e vectores proprios: Valores proprios - cargas criticas Phe» Peco Vectores proprios - modos de instabilidade Up, U3) -30- 5. INFLUENCIA DO ESFORCO TRANSVERSO Caso se pretenda estudar a influéncia do esforco transverso, ser necessério escrever a equago da linha eléstica tendo em consideragéo a deformacao por corte: (5.1) (5.2) Para o caso da coluna bi-articulada viu-se que a equagio de equilibrio é: M=Puz Substituindo este valor do momento na equagdo (5.2) obtem-se: ee ie 02,33 = - By U2 + GAP 2,33 (6.3) El ug33 + (6.4) podendo conclutir-se que, entrando em conta com o esforco transverso, a carga critica pode relacionar-se com a carga critica de Euler pela expressiio: = Pe 3) donde se conelui que: -31- 6.6) Carga critica de uma coluna bi-articulada, considerando a deformabilidade por esforco transverso: 6.7) (68) O esforgo transverso diminuiu 0 valor da carga critica. Para os perfis metélicos usualmente utilizados 0 efeito de V é da ordem de 0.5%, motivo pelo qual néo é considerado no célculo de Per. Obs: analogamente ao efectuado para o esforco transverso, poder-se-ia mostrar que 0 efeito da deformacao axial pode ser desprezado no céiculo da carga critica de colunas. -32- 6. EFETTO DAS IMPERFEICOES GEOMETRICAS Existem diversos tipos de imperfeigdes. Na cadeira de Resistencia de Materiais II estudar-se-4 unicamente 0 efeito da deformagéo inicial e 0 efeito da excentricidade de aplicagio da forga. Analisaremos apenas a coluna bi-articulada, mas 0s outros tipos de condigdes de apoio poderio ser estudados de forma anéloga. 6.1 Efeito da deformagio inicial Nao existem na pratica colunas perfeitamente rectilineas. Para 0 estudo do efeito da deformagio inicial admitir-se-4 que na auséncia de carga a coluna tem a forma deformada indicada na Figura 18. w=) para P=0 Figura 18 A configuracdo inicial (sem carga) pode ser representada através de uma série de Fourier do tipo: -33- ° rz 2n 3 upaby sen? + bp son 2 + bs sen B72. 1) onde bi, bz, ... so coeficientes que permitem ajustar a série a configuracio deformada da coluna na auséncia de carregamento. Depois da aplicagio da carga P, a coluna passard para a configuracao up eo momento numa secgdo a distancia x3 do apoio vale: M=Pw (62) Admitindo a hipétese dos pequenos deslocamentos, 0 momento flector M sera proporcional & variagéo da curvatura na seccao, isto é: 0 Mae Oe) 63) og a equagio de equilibrio poder-se-4 escrever entao: 233 + up = uy, 35 (64) com R= 0 ee ee 7 Se o deslocamento u for substituido pela série de Fourier, vem: T 21 Qn wags un -(EP br sen (Ff reasons. 5) A solugio desta equagao diferencial resultara da adigéo da solugio homogénea (coluna bi-articulada) com a solucao particular, vindo entao: ne ‘x ® 4 if L Ty on so=hontg deni) tents basen “F2+.. (6.6) (Fe iy A eB sio constantes que podem ser calculadas a partir das seguintes condigdes de fronteira. x3=0 uw =0 B=0 -34- x3=L w=0 Asen kL=0 Se restringirmos 0 estudo a cargas inferiores & carga critica de Euler (P 68) w= 1 oly sem introduzir erro significativo. Comparando com a equacéo da coluna bi-articulada, verifica-se a existéncia de um factor de ampliagio dado por 69) Tals 0.0 2,09 ° 208 30 us Figura 19 -35- Obs: as trajectorias de equilibrio sao hipérboles assimpléticas a: br pao ea b O valor = & normalmente representado pela letra e ¢ designa-se pardmetro de imperfeicao. by representa a amplitude da deformagao a meio vio da coluna sem carga. A equacio que traduz o eixo da coluna’na configuragdo deformada sem carga é: uy =by sen 7S (6.10) A coluna imperfeita nao apresenta carga de bifurcagdo (carga critica). 6.2 Efeito da excentricidade Na pratica as forcas axiais nao estdo aplicadas no centro de gravidade das colunas, € por isso actuam com uma certa excentricidade. Essa excentricidade vai fazer com que a coluna ndo se comporte como uma coluna perfeita, isto é, deixa de apresentar carga de bifurcagio. Considere-se a coluna da Figura 20 na qual a forca axial actua com uma excentricidade e. -36- Figura 20 Por equilibrio obtem-se: M=P(e+w) 1) ‘A equacao diferencial de equilibrio pode ser obtida de modo andlogo ao dos ‘outros casos ¢ é dada pela seguinte equagio: wa3+kw=-Ke (6.12) A solugdo da equagao diferencial de equilibrio é: ug = A sen kx + B cos kag -e (6.13) As constantes A e B podem ser obtidas a partir das condic6es de fronteira. Assim: x3=0 w=0 Bze xg=L u2=0 Asen kL = e (cos kL - 1) -37- sen kL Aequacao da deformada é: ‘1-cos kL we else sen kxg + cos kxg - 1] (6.14) © 0 deslocamento a meio vao é: =coskl 1 1 uae sin 3 KL + cos 5 KL~ J (6.15) Para todas as cargas diferentes da carga critica, sen kL # 0 e a expressdo (6.15) pode escrever-se: we e[sec3 kL- 1] (6.6) Neste estudo, interessam-nos cargas inferiores & carga critica de Euler. Quando P 1 1 tende para Pe o valor 5 KL tende para 5. Por conseguinte, o intervalo que nos 1 interessa para o pardmetro 5 KL é ee O<5KL<3n 1, Para este intervalo a expresso sec 3kL pode ser substituida pela seguinte expressio: 2 1 1b seca kL = 1 1 (6.17) Gr) -@ey O deslocamento maximo a meio vio pode ser entdo obtido pela expresstio: 12P aa: P. wi? we} SFE (6:18) VP O efeito da excentricidade pode ser traduzido pelo seguinte grafico (Figura 21): -38- te eo Figura 21 Obs: O comportamento é semelhante ao efeito da deformacio inicial. A traget6ria fundamental deixa de ser uma tragetéria de equilibrio da coluna carregada excentricamente. Os deslocamentos uz aumentam gradualmente desde o inicio do carregamento. -39- 7. DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS A teoria que se expés é valida para colunas perfeitas (rectilineas e sem tensdes residuais) e cargas axiais aplicadas no centro de gravidade. Como vimos, a coluna permaneceré rectilinea, pelo menos até que a carga critica seja atingida. Na realidade as colunas apresentam sempre imperfeigées iniciais, quer sob a forma de deformagées iniciais quer sob a forma de excentricidade da carga. Devido a estes aspectos inevitéveis, a coluna encurva sob a acco do esforgo axial desde o inicio da aplicacao da carga. A encurvadura provoca, como se viti, tensdes de flexao adicionais, que se elevam quando a carga se aproxima do valor critico fazem com que, de uma maneira geral, a carga critica dada pela expresso de Euler nao seja atingida, por antes disso se atingir a tensio de cedéncia do material. Além disso, a rotura de uma pega por encurvadura tem caracteristicas de rotura fragil, isto é, apés a encurvadura a resisténcia da coluna a compressio & praticamente nula, mesmo que seja constituida por um material diictil. Por estes motivos, para a verificagao da seguranca de colunas esbeltas (pecas em que a tensdo critica de Euler é igual ou inferior A tensdo limite de proporcionalidade) pela teoria anteriormente exposta, utiliza-se um coeficiente de seguranca suplementar (y). ps (71) (7.2) oo. 2 designa-se por coeficiente de esbelteza e 6 dado pela relacao entre o comprimento de encurvadura da barra (La) ¢ 0 raio de giragéo (i) da seccéo transversal da barra em relagéo ao eixo correspondente ao plano de encurvadura considerado. © coeficiente y é geralmente bastante superior a unidade. Na regulamentag4o portuguesa (REAE - Regulamento de Estruturas de Aco para Edificios - decreto lei n° 211/86 de 31 de Julho) adopta-se uma valor de y = 1.80 para barras longas (4 > 105). Para barras curtas, 2. < 20, 0 coeficiente y é considerado igual & unidade, enquanto que para barras intermédias o seu valor varia linearmente entre 1.0 ¢ 1.8. A variacio do coeficiente de seguranga y com a esbelteza da barra, é indicado na Figura 22: Yu he 10. 26 5 Figura 22 2 Acequagéo de Euler og = oe representada num grafico (6,2) por uma hipérbole € aplicdvel desde que a tensio critica (6¢z) nao ultrapasse a tensio limite de Proporcionalidade do material. Isto verifica-se para colunas com 4 > 105. Para valores inferiores a 105 0 valor da tensio (6¢:) é maior que o valor da tens&o limite de proporcionalidade e a expressio de Euler deixa de ser utilizével. Para esbelteza inferior a 105, a coluna pode encurvar ainda, mas agora em regime nao eléstico. A formula de Euler pode ainda ser aplicada desde que se substitua o médulo de elasticidade E pelo médulo de elasticidade tangente Et, vindo entao: PE oa= "5 (73) -41- O médulo de elasticidade tangente Et pode ser obtido a partir dum grafico o.¢ e 0 seu valor é dado pela tangente a curva. Verifica-se que variével com e (Figura 23). Figura 23 O comportamento das colunas para 2 < 105, € em geral assimilado num grafico A por uma recta (recta de Tetmayer). Ensaios experimentais realizados em diversas colunas, mostraram que a expresso do médulo tangente (Ej) ¢ a recta de Tetmayer concordam bastante bem com os resultados obtidos experimentalmente. Para esbelteza inferior 2 20 (barras curtas), as colunas nao so sujeitas a fenémenos de encurvadura, e 0 colapso da-se por esmagamento do material. Para 2 < 20 a tensdo é limitada pela tensao de cedéncia do material. As tensdes maximas permitidas pata os varios tipos de colunas podem entio ser representadas pelo seguinte grafico (Figura 24): -42- Ashinbole ds Gale Ga) cade tooo indeemidins fonts = 2 oo a Figura 24 Na regulamentagio nacional (REAE) a verificagéo da seguranca em relagio & encurvadura consiste em satisfazer a condigao: sd S Ord (74) em que osq € 0 valor de célculo da tensao actuante, determinado tendo em conta 0s efeitos de encurvadura, e ord 0 valor de cdlculo da tensao resistente. Fe 360 Ord = 235 MPa Fe 430 Ord = 275 MPa Fe 510 Oy = 355 MPa O valor o3q pode ser obtido pela expressao: = Ned Oot AS (73) em que; Ned € 0 valor de célculo do esforco normal actuante. Aéa area da seccdo transversal. 60 coeficiente de encurvadura da barra, fungéo da esbelteza e do tipo de ago. -43- © coeficiente de encurvadura tem também em conta os efeitos de 2° ordem através da utilizagio do coeficiente de seguranca w. O valor de y pode ser obtida pela expresso: Omax Ory. oe ie Por exemplo, para uma barra longa (A > 105) a tensio méxima é condicionada pela tensao critica de Euler. A> 105 WE Smax = Ser = a Se tivermos um aco Fe 360 ser o¢ = 235 MP, e E = 206 GPa. Se a esbelteza coluna fOr maior que 105; y é 1.8, Vira entao: 2 x 2.06 x 108 a = T8x25 = a2 que é a expresso que vem no RSA para h > 105 ¢ Fe 360. Em muitos paises, 0 dimensionamento de colunas é baseado em geral numa tinica curva de resisténcia como o da Figura 24. No entanto, 0 processo de fabrico (perfis laminados, perfis soldados) introduz diferencas significativas nas tensdes residuais, as quais dependem também da geometria da seccdo. As incertezas, no que diz respeito a resisténcia, podem ser minoradas a partir da definigéo de sub-grupos de colunas. Para cada um destes sub-grupos adopta-se, com base numa andlise estatistica, uma curva de resisténcia média. Obtém-se assim as chamadas curvas miiltiplas de colunas. E importante Rotar, nas curvas propostas no ECCS ou no Eurocode n° 3, a referéncia aos eixos de flexdo. Assim, pela tabela de selecco de curvas, uma secgdo em I laminada com h/b > 1.2 deverd ser dimensionada com base na curva a ou na curva b consoante se considera a encurvadura por flexio em torno do eixo horizontal ou vertical. -44- Em anexo € apresentada a parte do Eurocode 3 referente A verificacéo da resisténcia de colunas sujeitas A compressao. BIBLIOGRAFIA A.C. Walker - The buckling of strutts (Chatto & Windus - London 1975) E. Popov - Mechanics of Materials (Prentice - Hall, Inc. - New Jersey 1978) C. Massonnet - Resistence des Materiaux (Dunod, Paris) Timoshonko & Gere - Teory of Elastic Stability (McGraw - Hill, London) L. Carradi Dell'Acqua - Instabilita delle Strutture (Clup - Milano 1978) 5a Sa a 54 5.44 a) 542 oO Ultimate Limit State ( Eunococke 3) (5.1) BASIS (s. General (5.1.4.2)1 The partial safety factor yy can be taken as follows: : for resistance of cross-section to overall yielding "he - for resistance to bucking as : for resistance of net section at bolt holes ne - for resistance of connections see chapter 6 ‘Numerical values of the partial safety factors (as indicated at the time of preparation of the document) are given in table 5.1 “iw | 1.10 [1.00] 1.10 [7.19] tos | 125 | 125] 126 [1.25 1.28] 1.25 [125] 125 "in exceptional cases S% higher" in exceptional cases 10% higher * in exceptional cases 15% higher {5.5} STABIUTY Overall stability of structures ‘The overall stabiity of structures shall be checked. The stabilizing elements shall be designed to resist horizontal forces during and after construction. 155.1] Bucidin ically | rossi The stability of compression members (buckling by plane bending) shall be checked according to the two principal axes ofthe section wih the appropriate effective lengths, Exceptionally, iaterl- torsional buckling govern. At Nal eee Yur where: x = {(\) see table 5.21 - Fesso | Feaso | Festa t » 868 764 sees At) fable $24 Reduction factor x = 1) ood ym > 124s 4omm forma. ons ‘sioomm fe 4 oes 7. rer pte boat frsees <40mm sections jow tole: any ane cians oO 0 foesnsoe wae brick welds and Kectons if f= 9 i < 30 t in byes ie st | yt and sod sections pera i i x * > e @ oz +0000| 1.9000 10000 | +0000 03 oars seat oss o9ass oa 9828 92st 0397 oso os os 08042 08490 O77 08 0.8000 ossrt o7ase Orie or ase77 o7ea7 ore oat ora gaze osrar ooote 8208 05208 08970 05300 oasrt osas2 aaa Oates are oats 3762 0.4269 0:38 0.3365 oaat7 eee 2058 03a opus 02766 2070 2042 asta ozet o2sr7 02289 sat 02045 0.2009 2004 oat 0.1920 0.2005 962 ores 0.1020 0803 031630 768 O08 0.1508 0.1628 01897 O18 0.1508 042s ote02 0.1097 0325 ora 03299 ora ote orn onse 0.1082 ona 1078 Sagar 0.1080 ax0%2 0097 S904 S095% 03s -47 - @) 8) (583.(1)] ‘The effective slenderness of angles connected at least with two bolts may be calculated as follows: buckling about the v-v axis: Tay = 085 + O75, ‘buckling about y-y or z-z axis: Tagy + 050 + 07K, Tuer = 050 + 07K, rc, L For class 4 sections Ay instead of A should be used, however \ (\ = (7) may be determined Using the radius of gyration of the gross section (p = 1,00). 1 0 ( Eusorode 3) core paren fh amin sna moni Hi eancom Gh tet trcomeawe see eee Emawaper > FE we (U9 = Fie com deen Hee weet Cae el gw tas 15 _ European multiple columa curves, reconimended by the European Convention of Constructionsl Steelworks (ECCS). Based on initsh out-ot-staighiness 5.=0001L) canvas anithiplas por colvmae Ceccs) -48-

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