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Projecto de Segurança e Saúde no Trabalho

Avaliaçã o de Riscos – Cargoterminal


Índice

1. INTRODUÇÃO 3
1.1 ÂMBITO 3
1.2 OBJECTIVOS GERAIS 3
1.2.1 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS 3
1.2.2 CRONOGRAMA 4

2. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E ACTIVIDADE 5


2.1 ENQUADRAMENTO LEGAL 6
2.2 CARACTERIZAÇÃO DOS TRABALHOS A EFECTUAR 8
2.2.1 EQUIPAMENTOS DE TRABALHO 8

3. ABORDAGEM 9
3.1 PERIGOS E RISCOS 9
3.2 ETAPAS DA AVAIAÇÃO DE RISCOS 10
3.3 IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS 11

4. AVALIAÇÃO DOS RISCOS PROFISSIONAIS 13

5. METODOLOGIA 1 14
5.1 MÉTODO 1 15

6. METODOLOGIA 2 18
6.2 MÉTODO 2 24

7. ANÁLISE DE RESULTADOS 27

8. MEDIDAS A IMPLEMENTAR 28

9. MEDIDAS DE PROTECÇÃO COLECTIVA 29

10. MEDIDAS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL 30

11. CONCLUSÃO 31

12. BIBLIOGRAFIA 32

13. ANEXOS 33
1. Introdução

A avaliaçã o de riscos para além de uma obrigatoriedade legal para as empresas, é


uma das ferramentas do sistema de gestã o de segurança mais importante, pois
permite-nos planear e organizar a prevençã o de segurança de forma a evitar a
ocorrência de acidentes de trabalho e doenças profissionais.
Este trabalho foi desenvolvido para o setor da logística e foi tido como orientaçã o
o processo produtivo de uma empresa desse sector.
O objetivo principal deste projecto era analisar e avaliar a eficá cia de diferentes
metodologias na avaliaçã o de riscos aplicadas a este sector. Para isso, foram
escolhidos dois métodos de avaliaçã o semi-quantitativos: Método de MARS e
Método de MARAT.
Constatou-se que ambos os métodos apresentam aspetos positivos e negativos,
nã o existindo um método perfeito. E ambos apresentam bons resultados na
valoraçã o do risco.
1.1 Âmbito

O presente trabalho surge no â mbito da componente prá tica da UFCD 10337 com
o nome Projecto de Segurança e Saú de no Trabalho – planeamento e
implementaçã o do curso de Técnico de Segurança no Trabalho do Centro de
Emprego da Amadora.

1.2 Objectivos gerais

A 3 de Maio de 2022 foi realizado, aos estivadores da empresa Cargoterminal –


Sociedade de Transportes e Logística, S.A., um Estudo de Identificaçã o e
Avaliaçã o de Riscos para a Segurança no Trabalho, com o objective de identificar
os riscos laborais.
Pelo exposto, o presente relató rio tem por objectivo dar a conhecer as situaçõ es
que possam colocar em causa a segurança dos trabalhadores no local de
trabalho, identificadas nas duas aná lises de risco efectuadas nas actividades
visitadas pelo nosso Técnico de Segurança, propondo-se medidas de acçã o
correctivas/preventivas.

1.2.1 Objectivos específicos

Identificaçã o das situaçõ es de risco para a segurança, através da aplicaçã o dos


seguintes métodos: Método MARS e Método de MARAT
1.2.2 Cronograma

Cronograma de Actividades
6/12/22 6/17/22 6/22/22 6/27/22 7/2/22 7/7/22 7/12/22

Preparaçã o de Checklist´s

Visita à s Instalações

Aná lises das Tarefas

Entrevistas

Levantamento de necessidades

Implementaçã o de medidas

2.
3. Caracterização da empresa e actividade

Cargoterminal – Sociedade de Transportes e Logística, S.A.

NIF: 218650130

Morada: Estrada Nacional 10, Complexo TERTIR – Edifício da Alfâ ndega – 1º


andar 2615-382 Alverca do Ribatejo

Fax: 218650139

E-mail geral@cargoterminal.com.pt

CAE: 49410

Armazém de logística de exportaçã o que exerce funçõ es de enchimento de


contentores através de mã o de obra especializada, e com má quinas eléctricas, a
gá s, eléctricas e diesel.
3.1 Enquadramento legal

A legislaçã o aplicá vel à Cargoterminal – Sociedade de Transportes e Logística,


S.A. é a seguinte:

Lei 102/2009, 10 de Setembro - Estabelece o Regime Jurídico da promoçã o da


segurança e saú de no trabalho, transpondo para ordem jurídica interna a
Diretiva nº 89/ 391/CEE, de 12 de Junho, destinada a promover a melhoria da
segurança e da saú de dos trabalhadores no trabalho, alterada pela Diretiva nº
2007/30/CE, de 20 de Junho.

Decreto-Lei n.º 50/2005 de 25 de Fevereiro - Transpõ e para a ordem jurídica


interna a Diretiva n.º 2001/45/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27
de Junho, relativa à s prescriçõ es mínimas de segurança e de saú de para a
utilizaçã o pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho.

Lei nº 23/2012, de 25 de Junho - Procede à terceira alteraçã o ao Có digo do


Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro.

Lei 98/2009, de 4 de Setembro - Regulamenta o regime de reparaçã o de


acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitaçã o e
reintegraçã o profissionais, nos termos do artigo 284.º do Có digo do Trabalho,
aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro.

Decreto-Lei nº 24/2012 de 6 de Fevereiro - Consolida as prescriçõ es mínimas


em matéria de proteçã o dos trabalhadores contra os riscos para a segurança e a
saú de devido à exposiçã o a agentes químicos no trabalho e transpõ e a Diretiva
n.º2009/161/UE, da Comissã o, de 17 de Dezembro de 2009.

Decreto-Lei n.º 243/86 de 20 de Agosto – Aprova o Regulamento Geral de


Higiene e Segurança do Trabalho nos Estabelecimentos Comerciais, de Escritó rio
e Serviços.
Decreto-Lei n.º 330/93 de 25 de Setembro - Transpõ e para a ordem jurídica
interna a Diretiva n.º 90/269/CEE, do Conselho, de 29 de Maio, relativa à s
prescriçõ es mínimas de segurança e de saú de na movimentaçã o manual de
cargas.

Decreto-Lei n.º 182/2006 de 6 de Setembro - Transpõ e para a ordem jurídica


interna a Diretiva n.º 2003/10/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6
de Fevereiro, relativa à s prescriçõ es mínimas de segurança e de saú de em
matéria de exposiçã o dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos
(ruído).

Decreto-Lei 220/2008 de 12 de Novembro - Estabelece o regime jurídico da


segurança contra incêndios em edifícios.
Portaria 1532/2008 de 29 de Dezembro - Aprova o Regulamento Técnico de
Segurança contra Incêndio em Edifícios (SCIE).

Decreto-Lei n.º 141/95 de 14 de Junho – Estabelece as prescriçõ es mínimas


para a sinalizaçã o de segurança e de saú de no trabalho.

Portaria n.º 1456-A/95 de 11 de Dezembro - Regulamenta as prescriçõ es


mínimas de colocaçã o e utilizaçã o da sinalizaçã o de segurança e de saú de no
trabalho.

Portaria n.º 987/93 de 6 de Outubro - Estabelece as prescriçõ es mínimas de


segurança e saú de nos locais de trabalho.
3.2 Caracterização dos trabalhos a efectuar

Estivador/Operador de empilhador

 Cargas e descargas de contentores e camiõ es.


 Arrumaçã o das mercadorias em armazém
 Colocaçã o das má quina em carga
 Manutençã o das má quinas

3.2.1 Equipamentos de trabalho

O conceito de equipamento de trabalho é mais vasto do que o conceito de


má quina, porque engloba qualquer má quina, aparelho, ferramenta ou instalaçã o
utilizada no trabalho.
O empregador deverá identificar os perigos associados aos equipamentos
mesmo que apresentem a marca CE e avaliar os riscos relacionados com a sua
utilizaçã o.

Equipamento existente:

Armazém:

 Empilhadores eléctricos (3 Toyota Traigo 18)


 Empilhadores a gá s (1 Toyota Tonero 18)
 Stackers eléctricos (2 Jungheirich EJE)
 Retrá cteis eléctricos (2 BT Reflex 1.2t)
 Porta paletes manuais (4 S/M)

Exterior:

 Empilhador diesel (1 Mitsubishi 3t)


 Porta contentores (1 Calmar)
4. Abordagem
4.1 Perigos e Riscos

Perigo – _Fonte ou situaçã o com potencial para o dano, em termos de lesõ es ou


ferimentos para o corpo humano ou danos para a saú de, perdas para o
patrimó nio, para o ambiente do local de trabalho, ou uma combinaçã o destes. Da
exposiçã o ao perigo emerge a noçã o de risco.

Risco – _Probabilidade da ocorrência de um acontecimento indesejado


específico, num período de tempo ou em condiçõ es determinadas. Desta forma, o
risco é resultado de uma relaçã o estabelecida entre o perigo e as medidas de
prevençã o e de proteçã o adotadas para o controlar, já que, à medida que os
níveis de segurança aumentam, a probabilidade do perigo se materializar em
risco diminui.
4.2 Etapas da avaiação de riscos

Etapa 1. Identificaçã o dos perigos e das pessoas em risco

Aná lise dos aspectos do trabalho que podem causar danos, e identificaçã o dos
trabalhadores que podem estar expostos ao perigo.

Etapa 2. Avaliaçã o e priorizaçã o dos riscos

Apreciaçã o dos riscos existentes (gravidade e probabilidade dos potenciais


danos…) e classificaçã o desses riscos por ordem de importâ ncia.

Etapa 3. Decisã o sobre medidas preventivas

Identificaçã o das medidas adequadas para eliminar ou controlar os riscos.

Etapa 4. Adopçã o de medidas

Aplicaçã o das medidas de prevençã o e de protecçã o através da elaboraçã o de um


plano de prioridades.
Etapa 5. Acompanhamento e revisã o

A avaliaçã o deve ser revista regularmente para assegurar que se mantenha


actualizada.

4.3 Identificação de riscos

A identificaçao dos riscos profissionais existentes nas instalaçõ es da


Cargoterminal – Sociedade de Transportes e Logística, S.A., permitiu definir
medidas preventivas como forma de eliminar ou minimizer o impacto gerado
actualmente.
Consequentemente, as mesmas, visam a reduçã o da ocorrência de acidentes de
trabalho e doenças profissionais.

Os riscos encontrados no posto de trabalho em aná lise sã o:

Mecânicos:

 Queda ao mesmo nível


 Queda a diferentes níveis
 Queda em altura
 Queda de objectos
 Choque contra objectos
 Contacto mecâ nico (cortes, entalamentos, etc)
 Atropelamento
 Projecçã o de partículas

Eléctricos:

 Contacto eléctrico (contacto directo, contacto indirecto, electricidade


está tica)

Físicos:

 Iluminaçã o
 Ruído
 Vibraçõ es
 Radiaçõ es
 Ambiente térmico

Ergonómicos:

 Sobre esforço
 Movimentos repetitivos

Psicossociais:

 Monotonia
 Sobrecarga horá ria
 Sobrecarga de trabalho
 Atendimento publico
 Stress individual
 Stress organizacional de grupo

Incêncio e explosão
5. Avaliação dos riscos profissionais

A avaliaçã o de riscos profissionais, pode ser definida como o processo de avaliar


o risco para a saú de e segurança dos trabalhadores no trabalho, decorrente das
circunstâ ncias em que o perigo ocorre no local de trabalho.
Por outras palavras, é o processo de identificar os perigos, estimar e valorar os
riscos derivados dos perigos identificados, para a saú de e segurança dos
trabalhadores, danos à propriedade e ao meio ambiente.
A identificaçã o de perigos, consiste num inventá rio de todas as situaçõ es,
procedimentos, processos, equipamentos, materiais e produtos potencialmente
causadores de dano.
A estimativa do risco significa medir, o mais objetivamente possível, a sua
magnitude. Esta, por sua vez, resulta da conjugaçã o dos indicadores obtidos da
probabilidade de ocorrência do dano e da sua gravidade.
A valoraçã o do risco, é o processo de comparar o risco estimado (magnitude do
risco) com os padrõ es de referência da segurança e da saú de, tendo por objetivo
determinar se o risco é ou nã o aceitá vel e, no caso de ser, qual o grau da sua
aceitabilidade.
A identificaçã o dos perigos profissionais, inerentes à atividade exercida na
empresa Cargoterminal – Sociedade de Transportes e Logística, S.A., permitiu-
nos definir procedimentos para reduçã o e controlo dos riscos, com vista à
minimizaçã o da ocorrência de acidentes de trabalho e doenças profissionais.
5. Metodologia 1

Método de Avaliaçã o de Riscos Simplificado (MARS): Avaliaçã o de riscos


associados aos postos de trabalho ou funçã o, que envolve:

a) Identificaçã o dos perigos e riscos

b) Quantificaçã o dos riscos (nível de risco)

c) Medidas de controlo existentes

d) Propostas de correçã o / melhorias

A conjunçã o Probabilidade (possibilidade de ocorrência do risco) e Gravidade


(nível de dano relacionado com as consequências ou danos mais prová veis, que o
risco produziria se ocorresse), dá o risco (R) existente:

R (risco) = P (probabilidade) x G (gravidade)

Determinação e classificação da Probabilidade


A Probabilidade subdivide-se em Baixa, Média e Alta:
Baixa – Espera-se uma ocorrência do dano, rara.
Média – Espera-se uma ocorrência pouco frequente
Alta – Espera-se uma ocorrência frequente

Determinação e classificação da Gravidade


A Gravidade subdivide-se em Leve, Moderada e Grave:
Leve – Pequenas lesõ es que nã o requerem dias de baixa. Apenas primeiros
socorros: Ex.: cortes, irritaçã o ocular, etc.
Moderada – Lesõ es com incapacidade temporá ria (até 3 dias de baixa): Ex.:
queimaduras, endorses, fracturas
Grave – Lesõ es com incapacidade temporá ria (superior a 3 dias de baixa): Ex.:
amputaçõ es, lesõ es mortais.

Plano de Acções
5.1 Método 1

Estimação do Risco Medidas


Posto de Local/Máquina/
Perigo/Acontecimento Perigoso Riscos Associados
Trabalho Operação Probabilidade Gravidade Classificação Existentes Propostas/Preventivas

Manter o corpo
Estrutura anti-
dentro dos limites da
Capotamento lateral Baixa Grave Moderado capotamento Cinto
máquina Utilização do
de segurança
cinto de segurança
Manter o corpo
Estrutura anti-
dentro dos limites da
Capotamento frontal Baixa Grave Moderado capotamento Cinto
máquina Utilização do
de segurança
cinto de segurança
Manter a estrutura de
Lesões por queda de Estrutura anti- protecção junto às
Média Moderada Moderado
carga capotamento patolas Não
abandonar máquina
Manobrador/Estivador

Estar atento e olhar


Sinalização
Choque contra objectos Alta Leve Moderado para a direcção de
Utilização de Empilhador Movimentação mecânica de luminosa/sonora
marcha
em Armazem cargas / Circulação de empilhador
Delimitar zona de
empilhadores e zona
de peões Colocar
Sinalização barreiras de
Atropelamento Baixa Grave Moderado
luminosa/sonora protecção e
sinalização Não iniciar
trabalhos até que o
risco seja reduzido
Cautela na elevação
Esmagamento por Estrutura anti-
Baixa Grave Moderado de cargas acima do
queda de carga capotamento
nível da máquina
Esmagamento contra Sinalização de zona Respeitar as zonas de
Baixa Grave Moderado
objectos fixos de peões circulação
Entalamento das mãos Sinalização de zonas Manter o corpo
Média Moderada Moderado
na maquina interditas dentro dos limites da
máquina
Usar EPI calçado de
Queda ao mesmo nível Baixa Leve Trivial Cinto de segurança segurança anti-
derrapante
Proceder ao
carregamento dos
Incêndios ou Explosões Baixa Moderada Aceitável Exntintor
extintores fora de
prazo
Verificar
Protecção anti- regularmente as
Riscos eléctricos Baixa Moderada Aceitável
choque condições de
segurança
Verificar
Exposição ao monóxido regularmente as
Média Moderada Moderado Espaço arejado
de carbono condições de
segurança
Intervalos para
Monotonia Baixa Moderada Aceitável Equipa adequada descanço Pequenos
exercicios posturais
Intervalos para
Posição estática Média Moderada Moderado Intervalos legais descanço Pequenos
exercicios posturais
Horários rotativos
Sobrecarga horária Média Moderada Moderado Inexistentes
Turnos
Sobrecarga de trabalho Média Moderada Moderado Inexistentes Divisão de tarefas

Intervalos para
Sobre-esforço Média Moderada Moderado Intervalos legais descanço Pequenos
exercicios posturais

Carregamento dos Calçado Melhoramento dos


Movimentaçao manual de cargas Queda ao mesmo nível Baixa Leve Trivial
contentores antiderrapante EPC´s

Queda a níveis Manter o espaços


Média Moderada Moderado Inexistentes
diferentes organizados
Promover exercicios
Má Postura Média Moderada Moderado Intervalos legais
posturais
Utilização de luvas
Entalamento e Cortes Baixa Grave Moderado Luvas
protectoras
Manter os espaços
Exposição a poeiras Alta Leve Moderado Inexistentes
limpos
Utilização de
Exposição a ruído Média Leve Aceitável Inexistentes protectores
auriculares
Intervalos de
Ambiente térmico
Média Moderada Moderado Espaço arejado descanço Arejar os
(excesso de calor)
espaços
Stress Média Moderada Moderado Intervalos legais Pausas para descanço
Intervalos para
Monotonia Baixa Moderada Aceitável Equipa adequada descanço Pequenos
exercicios posturais
6. Metodologia 2

Método de MARAT

A Identificaçã o de Perigos, Avaliaçã o e Controlo dos Riscos, consiste em selecionar uma á rea,
tarefa ou atividade, devendo ser dada prioridade à s á reas, tarefas ou atividades que apresentem
riscos mais elevados, com base na aná lise dos seguintes fatores:

 Situaçõ es que comportam perigos;


 Informaçõ es do cliente bem como dos trabalhadores, etc;
 Requisitos legais ou normativos.

Os conceitos chave da avaliaçã o sã o:

 A probabilidade de que determinados fatores de risco (perigos) se materializem em danos;


 A magnitude dos danos.

O risco é em termos gerais, o resultado do produto da probabilidade pela severidade. Tendo em


conta de que estamos no campo dos acidentes laborais, a probabilidade traduz a medida de
desencadeamento do acontecimento inicial, integrando em si, a duraçã o da exposiçã o das
pessoas ao perigo e as medidas preventivas existentes. Assim sendo, a probabilidade é funçã o do
nível de exposiçã o e do conjunto das deficiências (que é o oposto das medidas preventivas
existentes para os fatores em aná lise) que contribuem para o desencadear de um determinado
acontecimento nã o desejá vel.
Na aplicaçã o deste método nã o se utilizaram valores absolutos, mas antes, intervalos discretos
pelo que se utilizará o conceito de nível. Assim, o Nível de Risco (NR) será em funçã o do Nível de
Probabilidade (NP) e do Nível de Severidade (NS).
Nível de Deficiência (ND)

Designa-se por nível de deficiência (ND), ou nível de ausência de medidas preventivas, a


magnitude esperada entre o conjunto de fatores de risco considerados e a sua relaçã o causal
direta com o acidente.

Tabela 1 – Nível de Deficiência (ND)

Nível de
ND Significado
Deficiência

Aceitável 1 Nã o foram detetadas anomalias. O perigo está controlado.

Foram detetados fatores de risco de menor importâ ncia. É de admitir que o


Insuficiente 2
dano possa ocorrer algumas vezes.

Foram detetados fatores de risco significativos. O conjunto de medidas


Deficiente 6
preventivas existentes tem a sua eficá cia reduzida de forma significativa.

Foram detetados fatores de risco significativos. As medidas preventivas


Muito Deficiente 10 existentes sã o ineficazes. O dano ocorrerá na maior parte das
circunstâ ncias.

Medidas preventivas inexistentes ou desadequadas. São esperados danos na


Deficiência Total 14
maior parte das situaçõ es.

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Nível de Exposição (NE)

O nível de exposiçã o é uma medida que traduz a frequência com que se está exposto ao risco.
Para um risco concreto, o nível de exposiçã o pode ser estimado em funçã o dos tempos de
permanência nas á reas de trabalho, operaçõ es com má quinas, procedimentos, etc.

Tabela 2 – Nível de Exposição (NE)

Nível de
NE Significado
Exposição

Esporádica 1 Uma vez por ano e por pouco tempo.

Pouco Frequente 2 Algumas vezes por ano e por período de tempo determinado.

Ocasional 3 Algumas vezes por mês.

Frequente 4 Vá rias vezes durante o período laboral, ainda que com tempos curtos.

Continuada/
5 Vá rias vezes por dia com tempo prolongado ou continuamente.
Rotina

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Nível de Probabilidade (NP)

O nível de probabilidade é funçã o das medidas preventivas existentes e do nível de exposiçã o ao


risco. Pode ser expresso num produto de ambos os termos apresentado na tabela 3 e respetivo
significado na tabela 4.

Tabela 3 – Nível de Probabilidade (NP)


NE
Pouco Continuada/
Esporádica Ocasional Frequente
Frequente Rotina
1 2 3 4 5
Aceitável 1 1 2 3 4 5

Insuficiente 2 2 4 6 8 10

Deficiente 6 6 12 18 24 30
ND

Muito Deficiente 10 10 20 30 40 50

Deficiência Total 14 14 28 42 56 70

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Tabela 4 – Expressão do nível de Probabilidade (NP)

Nível de
NP Significado
Probabilidade
Nã o é de esperar que a situaçã o perigosa se materialize, ainda que possa ser
Muito Baixa [1;3]
concebida.

Baixa [4;6] A materializaçã o da situaçã o perigosa pode ocorrer.

A materializaçã o da situaçã o perigosa é possível de ocorrer pelo menos uma vez com
Média [8;20]
danos.

A materializaçã o da situaçã o perigosa pode ocorrer vá rias vezes durante o período


Alta [24;30]
de trabalho.

Muito Alta [40;70] Normalmente a materializaçã o da situaçã o perigosa ocorre com frequência.

Nível de Severidade

Foram considerados cinco níveis de consequências em que se categorizaram os danos físicos


causados à s pessoas e os danos materiais. Ambas as categorias devem ser consideradas
independentes, tendo sempre atençã o de considerar os danos pessoais como prioritá rios.
Os acidentes com baixa (de curta ou longa duraçã o) devem ser integrados no nível de
consequências grave ou catastró fico.
Há que ter em conta que, quando nos referimos à s consequências dos acidentes, apenas se
consideram os que forem normalmente esperados em caso de materializaçã o do risco. O nível de
severidade do dano refere-se ao dano mais grave que é razoável esperar de um incidente
envolvendo o perigo avaliado.

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Tabela 5 – Nível de Severidade (NS)

Nível de Significado
NS
Severidade Danos Pessoais Danos Materiais

Insignificante 10 Nã o existem danos pessoais Pequenas perdas materiais.

Pequenas lesõ es que nã o requerem


Leve 25 hospitalizaçã o, apenas primeiros Reparaçã o, sem paragem de trabalho.
socorros.
Lesõ es com incapacidade laboral
Requer a paragem de trabalho para
Moderado 60 transitó ria, que requerem tratamento
reparação do equipamento.
médico.
Lesõ es graves passíveis de serem Destruiçã o parcial do equipamento
Grave 90
irrepará veis. (reparaçã o complexa e onerosa)
Mortal/ Incapacidade total ou permanente. Um ou Destruiçã o de um ou mais equipamentos
155
catastrófico mais mortos. (difícil reparaçã o)

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Nível de Risco (NR)

O nível de risco será o resultado do produto do nível de probabilidade pelo nível das consequências NR = NP x NS, e que pode representar-se na
tabela seguinte

Nã o é de esperar que o risco se

A materializaçã o do risco pode

A materializaçã o do risco pode


ocorrer vá rias vezes durante o

A materializaçã o ocorre com


A materializaçã o do risco é

período de trabalho.
possível de ocorrer.
materialize.

frequê ncia.
ocorrer.
Tabela 6 – Nível de Risco (NR)

NS
[1;3] [4;6] [8;20] [24;30] [40;70]
Pessoas Material

Nã o há danos pessoais. Pequenas perdas materiais. 10 10 30 40 60 80 200 240 300 400 700

Pequenas lesõ es que nã o requerem


Reparaçã o, sem paragem de trabalho. 25 25 75 100 150 200 500 600 750 1000 1750
hospitalizaçã o.
Lesõ es com incapacidade de trabalho Requer a paragem de trabalho para
60 60 180 240 360 480 1200 1440 1800 2400 4200
temporá ria. reparaçã o do equipamento.
Destruiçã o parcial do equipamento
Lesõ es graves passíveis de ser irrepará veis. 90 90 270 360 540 720 1800 2160 2700 3600 6300
(reparaçã o complexa e onerosa).
Incapacidade total ou permanente. Um ou Destruiçã o de um ou mais equipamentos
155 155 465 620 930 1240 3100 3720 4650 6200 10850
mais mortos. (difícil reparaçã o).
Controlo dos Riscos

Da aná lise da matriz de níveis de risco, caracterizam-se diferentes Níveis de Intervençã o ou de


Controlo (NC), este pretende dar uma orientaçã o para implementar programas de eliminaçã o ou
reduçã o de riscos atendendo à avaliaçã o do custo – eficá cia.

Tabela 7 – Nível de Controlo (NC)

Nível de
NC Significado
Controlo
 Situação Crítica;
I [3600;10850]  Intervençã o imediata;
 Eventual paragem imediata.
 Situação a corrigir;
II [1240;3100]  Adotar medidas de controlo enquanto a situação nã o for eliminada
ou reduzida.
 Situação a melhorar;
III [360;1200]  Deverã o ser elaborados planos ou programas documentados de
intervençã o.

IV [90;300]  Melhorar, se possível justificando a intervençã o.

V [10;80]  Intervir apenas se uma aná lise mais pormenorizada o justificar.

No caso dos valores nã o constantes nos intervalos, deverá considerar-se o cená rio/a medida
mais rigorosa.

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6.2 Método 2

Avaliação
Posto de Local/Máquina/
Perigo/Acontecimento Perigoso Riscos Associados
Trabalho Operação ND NE NP NS NR NC

Capotamento lateral 1 2 2 90 180 Nível IV


Capotamento frontal 1 2 2 90 180 Nível IV
Lesões por queda de
2 2 4 60 240 Nível IV
carga
Choque contra
2 2 4 25 100 Nível IV
objectos
Atropelamento 1 1 1 90 90 Nível IV
Esmagamento por
1 1 1 90 90 Nível IV
queda de carga
Esmagamento contra
1 1 1 90 90 Nível IV
objectos fixos
Utilização de Empilhador Movimentação mecânica de Entalamento das mãos
em Armazem cargas / Circulação de empilhador 2 1 2 90 180 Nível IV
na maquina
Manobrador/Estivador

Queda ao mesmo nível 2 2 4 25 100 Nível IV


Incêndios ou Explosões 1 1 1 25 25 Nível V
Riscos eléctricos 1 1 1 25 25 Nível V
Exposição ao
1 1 1 25 25 Nível V
monóxido de carbono
Monotonia 2 2 4 10 40 Nível V
Posição estática 2 2 4 25 100 Nível IV
Sobrecarga horária 2 2 4 25 100 Nível IV
Sobrecarga de trabalho 2 2 4 10 40 Nível V
Carregamento dos Movimentaçao manual de cargas
contentores
Sobre-esforço 2 2 4 10 40 Nível V

Queda ao mesmo nível 2 2 4 25 100 Nível IV

Queda a níveis 2 2 4 60 240 Nível IV


diferentes

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Má Postura 2 3 6 25 150 Nível IV
Entalamento e Cortes 2 2 4 60 240 Nível IV
Exposição a poeiras 2 2 4 25 100 Nível IV

Exposição a ruído 2 2 4 10 40 Nível V

Ambiente térmico
2 2 4 10 40 Nível V
(excesso de calor)
Stress 2 3 6 10 60 Nível V
Monotonia 2 3 6 10 60 Nível V

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7. Análise de resultados
Posto
Perigo/ Tipo de Risco
de Local/Máquina/ Riscos
Acontecimento
Trabalh Operação Associados MARS MARAT
Perigoso
o
Capotamento
Moderado Nível IV
lateral
Capotamento
Moderado Nível IV
frontal
Lesões por
queda de Moderado Nível IV
carga
Choque
contra Moderado Nível IV
objectos
Atropelament
Moderado Nível IV
o
Esmagamento
por queda de Moderado Nível IV
carga
Esmagamento
contra Moderado Nível IV
Movimentação objectos fixos
Utilização de
mecânica de cargas / Entalamento
Empilhador em
Circulação de das mãos na Moderado Nível IV
Armazem
empilhador maquina
Queda ao
Trivial Nível IV
mesmo nível
Incêndios ou
Aceitável Nível V
Explosões
Riscos
Manobrador/Estivador

Aceitável Nível V
eléctricos
Exposição ao
monóxido de Moderado Nível V
carbono
Monotonia Aceitável Nível V
Posição
Moderado Nível IV
estática
Sobrecarga
Moderado Nível IV
horária
Sobrecarga de
Moderado Nível V
trabalho
Sobre-esforço Moderado Nível V
Queda ao
Trivial Nível IV
mesmo nível
Queda a
níveis Moderado Nível IV
diferentes
Má Postura Moderado Nível IV
Entalamento
Moderado Nível IV
e Cortes
Carregamento dos Movimentaçao
contentores manual de cargas Exposição a
Moderado Nível IV
poeiras
Exposição a
Aceitável Nível V
ruído
Ambiente
térmico
Moderado Nível V
(excesso de
calor)
Stress Moderado Nível V
Monotonia Aceitável Nível V

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8. Medidas a implementar

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9. Medidas de protecção colectiva

O empregador tem obrigaçã o de zelar pela segurança dos trabalhadores, priorizando as medidas
de protecçã o colectiva em relaçã o à s medidas de protecçã o individual.

Equipamentos de protecçã o colectiva:

 Central de detecçã o de incêncios;


 Blocos autó nomos devidamente sinalizados indicando o sentido de fuga;
 Meios de prevençã o de incêndio: detectores de incêndio; botã o de alarme;
 Meios de combate a incêncio: extintores do tipo ABC e CO2; carretel
 Má quinas com protecçõ es, bloqueios automá ticos e paragem de emergência;
 Escadas de acesso com superfície antiderrapante e corrimã o;
 Canalizaçã o de á gua e ar comprimido devidamente identificados
 Corrimõ es “guarda-corpo”

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10. Medidas de protecção individual

Equipamentos de protecçã o individual:

 Calçado de protecçã o
 Capacete
 Vestuá rio de trabalho (t-shirt, camisola e calça identificativa)

 Colete reflector

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11. Conclusão

As medidas que o empregador pode tomar para proteger a segurança e a saú de dos
trabalhadores incluem a prevençã o de riscos profissionais, a informaçã o e a formaçã o dos
trabalhadores, assim como a criaçã o e a organizaçã o dos meios para aplicar as medidas
necessá rias à alteraçã o de algumas situaçõ es ou procedimentos que, de alguma forma,
comprometem a saú de e a segurança dos trabalhadores.
Por outro lado os trabalhadores devem cooperar e cumprir as normas de segurança, higiene e
saú de no trabalho que venham a ser adotadas.
Na prá tica, infelizmente, nem sempre se consegue eliminar a fonte de risco, pelo que se deverá
minimizá -la, tanto quanto possível, através de meios técnicos possíveis e adequados e controlar
todos os fatores de riscos, procedendo periodicamente a uma nova avaliaçã o de riscos, para
atualizar a informaçã o.

Desta forma, a empresa Cargoterminal deve, com alguma periodicidade, realizar ações de
sensibilização, sobre os riscos inerentes a cada atividade, onde insere os trabalhadores
afetos as atividades desempenhadas.

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12. Bibliografia
https://oiraproject.eu/pt

https://dre.pt/dre/home

Materiais de apoio de diversas UFCD

Pesquisas de Internet

Teses de fins de curso

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13. Anexos

Riscos profissionais associados à movimentaçã o manual de cargas:

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Pá g. 37 / 38
Pá g. 38 / 38

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