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Copyright © 2021 Nicolle Meyer

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mecânico sem consentimento e autorização por escrito da autora.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é
mera coincidência.
Diana Cooper, uma jovem universitária de 21 anos. Após
mais um ano cansativo na faculdade de jornalismo, decidiu passar
as férias de verão na casa de sua mãe. Na mesma noite de sua
chegada, Diana acompanha a mãe em um jantar na casa dos novos
vizinhos, Leslie, a mais nova universitária, e seu pai Jason.
A amizade entre Diana e Leslie cresce mais a cada dia, mas
a nova amiga não é a única coisa que atrai a estudante de
jornalismo para a casa ao lado.
Jason Miller, viúvo há 7 anos, CEO da empresa Cardiff
Cosmetics e um homem extremamente sedutor. Criou a sua filha da
melhor forma que pôde, apesar de a morte de Angelina, mãe e
esposa, não ter sido superada por nenhum dos dois.
A atração que Diana sente por Jason é imediata, e ela está
determinada a usar todo o seu charme e sensualidade para perder a
virgindade com este homem, mas ele não irá ignorar com facilidade
a diferença de idade entre os dois, além do fato da jovem mulher ser
a melhor amiga de sua filha.
Porém, ambos não contavam com os sentimentos que
nasceriam a partir do desejo.
Eu estava precisando de férias. Voltar para o meu quarto na
casa da minha mãe por três meses seria o paraíso. Não que a
faculdade de jornalismo fosse ruim, mas era estressante, tanto as
aulas quanto conviver com colegas vinte e quatro horas por dia.
Porém, morar no dormitório do campus foi escolha minha. Eu tinha a
opção de continuar em casa já que a universidade não era muito
longe, mas, segundo eu mesma anos atrás “qual a graça de fazer
faculdade e continuar morando em casa?”. Agora, no auge dos
meus vinte e um anos, minhas ideias eram completamente
diferentes.
— Você trouxe tudo o que tinha lá? Sabe que voltará em três
meses, não é? — comentou minha mãe, pegando mais uma das
caixas que estava no porta-malas do meu carro vermelho.
— Deixe-me aproveitar o verão, por favor. Eu só quero
descansar e sair com meus amigos, sem preocupações.
Peguei a última caixa e caminhei em direção à porta da casa
branca, mas não sem antes perceber uma certa movimentação no
vizinho do lado direito.
— Os Jacksons finalmente venderam a casa? — perguntei,
lembrando que eles estavam tentando fazer isso desde o verão
passado.
— Sim, os vizinhos novos chegaram ontem. Já os conheci e
são muito simpáticos. Ia comentar com você mais tarde que nos
convidaram para um jantar.
— Eu sou obrigada a ir? — questionei.
— Você não é obrigada a nada, mas seria interessante se
fosse.
Respirei fundo, ainda com a caixa nas mãos.
— Bom, então vamos. Espero que a comida seja boa.
Tentei organizar todas as caixas que eu trouxe, mas não
estava sendo uma missão fácil. Não queria simplesmente colocar
tudo para fora, era provável que eu fosse esquecer muita coisa na
hora de voltar.
Muito tempo se passou enquanto eu arrumava meu quarto, e
quando dei por mim já estava quase na hora do jantar.
Escolhi uma roupa simples: calça jeans preta de cintura alta e
um cropped amarelo, ambos em tamanhos grandes para suportar
minhas curvas e seios fartos. Enquanto pegava as peças, notei mais
uma movimentação na casa dos meus vizinhos novos. Minha janela
ficava exatamente na frente de uma das janelas deles, o que antes
não me incomodava já que aquele quarto costumava ficar vazio,
mas parece que isso mudou. Vi um homem de relance, mas não
consegui enxergar seu rosto.
Então agora eu precisaria manter a cortina fechada se
quisesse privacidade?
Suspirei, nada satisfeita com a situação, mas o que eu
poderia fazer?
Segui para o banho e me aprontei rapidamente. Passei uma
leve base no rosto, já que o sol de Oklahoma City havia queimado
minha pele clara hoje mais cedo, e deixei meus cabelos lisos e
castanhos soltos. Eu não queria parecer muito arrumada, apenas
apresentável.
Minha mãe estava me esperando na sala.
— Quase perdeu o horário, não é? — perguntou ela
— Não vi o tempo passar, mas já podemos ir.
Minha mãe havia preparado uma deliciosa salada de batatas
para acompanhar o jantar. Ela adorava cozinhar, e adorava
socializar com as pessoas do bairro, então esta noite estava sendo
ótima para ela.
Tocamos a campainha e aguardamos.
A porta se abriu e revelou um homem. Posso dizer com
tranquilidade que era um dos mais bonitos que já vi. Ele sorriu, com
seus olhos azuis quase brilhando.
— Boa noite. Fico feliz que tenham aceitado o convite.
— E nós ficamos felizes que tenham nos convidado —
respondeu minha mãe. — Essa é minha filha Diana.
— Prazer em conhece-la, sou Jason Miller.
— O prazer é meu — falei.
E era.
— Podem entrar. Leslie está terminando de arrumar a mesa
— avisou ele.
Entramos na casa e o seguimos até a sala de jantar. Uma
garota de cabelos loiros, talvez pouca coisa mais nova do que eu,
estava arrumando quatro lugares.
— Olá, Leslie — disse minha mãe. — Onde eu coloco a
salada?
— Pode por aqui no meio senhora Cooper.
— Nada de me chamar de senhora, por favor, apenas
Margaret — pediu a mais velha, deixando sua tigela na mesa.
Fui apresentada rapidamente para Leslie antes de nos
sentarmos e iniciarmos a refeição.
— Afinal, é uma boa universidade? — perguntou a garota, um
tanto nervosa. — Vou começar pedagogia lá esse ano e eu não
poderia estar mais apreensiva.
— É muito boa — afirmei. — Tenho certeza que se dará bem.
— Viemos para Oklahoma City justamente para Leslie
começar a faculdade. Ela teria vindo só, mas sempre fomos muito
apegados, principalmente depois da morte da minha esposa, e ela
estava muito nervosa com o seu primeiro ano, então achei melhor
acompanha-la — explicou Jason.
— Pode parecer assustador no início, mas garanto que não
será — incentivei.
— Meu problema nem será com as aulas, e sim em
socializar.
— Eu vou estar lá, ajudo você a conhecer algumas pessoas.
— Seria ótimo. Você poderia me mostrar um pouco da
cidade? Não sei nada sobre.
— É claro. Podemos ir amanhã, se quiser. Depois marcamos
um horário bom para nós duas.
Leslie assentiu, parecendo empolgada.
Jason sorriu para mim, talvez feliz por a filha ter arranjado
alguém para sair.
Oh, céus, que sorriso!
Observei o homem algumas vezes durante a refeição, e a
cada minuto que passava eu só tinha mais certeza do quanto ele
era sexy. Talvez minha atração por homens mais velhos tenha
ajudado.
O jantar foi finalizado com um delicioso bolo de chocolate.
— A noite foi muito agradável — comentou minha mãe,
enquanto caminhávamos até a porta.
— A comida estava ótima — falei.
— Fico feliz que tenham gostado — disse Jason, abrindo a
porta para nós.
— Mandarei uma mensagem para você amanhã, Leslie, para
combinarmos nosso passeio.
A garota sorriu alegremente.
Demos os dez passos até a porta de nossa casa e entramos.
— Gostei muito deles, muito simpáticos — afirmei.
— Eu também. Aquele bolo estava divino, preciso pedir a
receita.
Soltei uma risada nasalada e subi para o meu quarto.
Vesti uma roupa confortável e desliguei as luzes, colocando
um filme aleatório na televisão, apenas para não ficar em silêncio.
Joguei meu corpo na cama e lá fiquei por longos minutos.
Vi a luz do quarto em frente ao meu ligar, e involuntariamente
olhei.
Jason estava lá, com os cabelos curtos e escuros molhados e
com apenas uma toalha em volta da cintura. Seu abdômen era
perfeitamente definido e seus braços musculosos.
O observei e me peguei mordendo o lábio inferior enquanto
fazia isso. Imaginei perfeitamente minha boca em seu peitoral,
descendo minha língua por sua pele e arrancando a toalha branca.
Eu era virgem, mas não era tapada.
Segundos depois, ele fechou as cortinas, acabando com
qualquer diversão que eu estava tendo.
Não era certo observar o vizinho em seu quarto, mas também
era inevitável. Que culpa eu tinha de nossas janelas serem tão
próximas?
Talvez aquela falta de privacidade não fosse ser tão ruim
assim.
Terminei de passar meu batom marrom escuro e me olhei
uma última vez no espelho. Meu corpo estava ótimo em uma legging
preta e um body decotado.
Estava me arrumando para ir até à casa de Liam, um dos
meus melhores amigos, depois de passar meses sem vê-lo. Iriamos
fazer nosso programa favorito: chamar algumas pessoas, beber uma
cerveja e jogar conversa fora. Melhor do que qualquer festa.
— Estou indo, mãe — avisei, vendo-a regar algumas flores do
jardim, mesmo a noite já estando caindo.
— Convide Leslie para ir com você. Eu a vi hoje sozinha no
jardim, acho que ela ainda não tem muito o que fazer na cidade.
— Está bem. Vou ver se ela gostaria de ir comigo. Até mais
tarde.
Saí de casa e fui até à porta ao lado, tocando a campainha.
Jason não demorou mais de cinco segundos para atender.
Ele sorriu ao me ver, e eu sorri ao ver sua camiseta branca
agarrada em seus músculos definidos.
— Olá, Diana. O que a traz aqui?
— Queria convidar Leslie para encontrar alguns amigos
meus. Ela está?
— Sim, pode subir. Segunda porta à direita.
Jason deu espaço para que eu entrasse e assim fiz.
— Obrigada.
Respirei fundo antes de subir as escalas. Aquele homem
definitivamente me desestruturava.
Bati na porta da garota e esperei que ela abrisse.
A loira me olhou, primeiro confusa, mas logo abri um sorriso.
— Não esperava sua visita — disse ela, parecendo sonolenta.
— Vim fazer um convite: eu estou indo para a casa de um
amigo meu, você quer ir também? Terá poucas pessoas, não é uma
festa, é mais uma reunião.
— Agora? Mas eu nem estou arrumada.
— Eu espero, sem pressa. Ainda está cedo.
— Está bem, eu aceito — falou, apressando-se em ir até o
seu closet.
Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim.
— Pode colocar algo bem casual — falei.
— Tipo o que? Um vestido? Calça e camiseta? Eu não
costumo sair muito, não sei o que vestir.
— Um vestido ficaria bom. Que tal aquele? — Apontei para
uma das peças penduradas.
Ela o pegou. Era um vestido floreado, larguinho, mas
marcava a cintura.
— Está bem. Vou tomar um banho super rápido e nós já
podemos ir.
Assenti.
Sentei na cadeira perto da escrivaninha e passei a observar
seus livros.
Vi em um porta-retratos a foto de uma mulher loira com uma
criança em seu colo. Tinha certeza que era sua mãe, pouco tempo
depois de Leslie nascer. Era uma mulher muito bonita.
Corri os olhos pelo cômodo, dando uma boa olhada em cada
detalhe. Ainda haviam caixas de papelão pelo quarto e a decoração
não parecia estar completa, mas era um quarto muito bonito e
grande.
Quando Leslie disse que o banho seria super rápido, ela não
estava brincando. Em menos de dez minutos a garota apareceu de
volta com seu vestido. Estava em dúvida se havia usado maquiagem
ou não. Se sim, era algo muito sutil.
A loira pegou uma bolsa e um casaco leve, avisou seu pai
que estava saindo e logo estávamos em meu carro vermelho.
Liam não morava longe dali, então não foram necessários
mais do que dez minutos para chegarmos.
Era uma casa, grande, bem maior do que a minha ou a de
Leslie. Sua mãe era médica no principal hospital da cidade, e ele
estava seguindo os passos dela. Apesar de ele também não ter
saído dos arredores da cidade para fazer faculdade, não nos víamos
há meses.
— Finalmente, Diana. Achei que não viria — disse o homem
de cabelos cacheados e pele tão branca quanto a minha, apesar de
estar bronzeado.
— Precisei dar uma paradinha. Esta é minha amiga Leslie.
Seus olhos castanhos pararam na garota, olhando-a de cima
a baixo.
— Muito prazer. Eu sou Liam. Sinta-se em casa — disse ele,
sorridente.
As bochechas de Leslie coraram violentamente e ela sorriu
tímida.
— Onde estão todos? Precisamos colocar o papo em dia —
falei, tentando tirá-la da situação constrangedora.
— Estão nos fundos. Vamos lá.
Seguimos Liam pela casa até chegar no jardim perto da
piscina. Sete pessoas estavam sentadas em puffs, a maioria com
uma cerveja na mão.
— Diana! Venha, sente aqui. — Ouvi a voz de Charles, um de
meus amigos próximos, me chamar.
Puxei dois puffs para perto dele e nós duas nos sentamos.
— Esta é Leslie. Ela é nova na cidade, seja legal — avisei
Charles, sabendo que ele poderia ser muito antipático se não fosse
com a cara de alguém.
— Nova na cidade? Eu tenho tanta coisa para mostrar para
você! — disse Rose, minha amiga de cabelos roxos, entrando na
conversa.
— Não ligue para Rose, apenas me diga qual tinta você usou
no cabelo. Estou pensando em clarear o meu assim — disse o
garoto.
— É minha cor natural — respondeu Leslie. — Nunca fiz nada
nele, acho que nem uma hidratação que preste.
Seu cabelo era realmente muito claro, e podia ser facilmente
confundido com uma tinta de cabelo.
— Eu conheço as melhores receitas de hidratação caseira,
posso mostrar todas para você — ofereceu Rose, tomando um gole
da sua cerveja.
— É claro que conhece! Descolore o cabelo toda semana,
precisa de muito óleo de argan para não ficar careca — brincou
Charles.
— Vocês já estão assustando a garota nova? — perguntou
Liam, se juntando a nós com duas cervejas na mão.
— Estamos sendo super simpáticos — afirmou a garota de
cabelo roxo.
— Isso é novidade — zombou Liam. — Querem uma bebida?
Ele estendeu as duas garrafas para nós. Eu peguei na
mesma hora, sabendo que seria a única bebida alcoólica da noite já
que eu precisaria dirigir de volta, mas Leslie recusou a sua.
— Então, contem-me as novidades — falei, tomando um gole
da minha cerveja.
— Terminei com o Alexandre, você acredita? — exclamou
Charles. — Ele estava muito grudento, ciumento. Ah, não tenho
paciência.
— Já estava na hora, né? Você nem foi na nossa festa no
natal por causa dele — falei.
— Homem ciumento nunca mais, Deus me livre! Mas você,
Leslie, namora?
— Na verdade, eu nunca namorei.
— Não está perdendo nada, sinceramente.
— Concordo — falei, bebericando minha bebida.
Continuei papeando com Charles, vendo que Leslie havia se
enturmado muito bem, principalmente com Liam e Rose. A garota
havia aceitado uma cerveja, mas não parecia estar muito feliz a
bebendo. Porém, de qualquer forma, ela aceitou mais uma garrafa.
O tempo ia passando e a loira parecia cada vez mais fora de
si. A quantidade de álcool que ela ingeriu não era, nem de longe,
suficiente para fazer o estrago que estava fazendo.
— Tudo bem, Leslie, acho que já está na hora de irmos —
falei, percebendo que ela estava prestes a desmaiar em um canto
qualquer.
— Já está? — perguntou, enrolando as palavras.
— Sim, está.
— Eu ajudo — disse Liam, ajudando a garota a ficar em pé.
— Obrigada. Ela bebeu tanto assim? Eu não vi isso tudo —
falei, levando sua bolsa e casaco.
— Só duas cervejas. Ela pode ser mais sensível mesmo.
— Única explicação.
Liam a colocou no banco do passageiro e fechou seu cinto.
Agradeci e me despedi, tomando o rumo para casa em
seguida.
Estava perto da meia-noite, e eu esperava que Jason ainda
estivesse acordado, apesar de não saber com que cara eu bateria
em sua porta e entregaria sua filha quase desmaiada.
Chegamos mais rápido do que o esperado já que as ruas
estavam livres.
Peguei as coisas de Leslie e tentei equilibrá-la, mas não
estava sendo uma tarefa fácil. Arrastei ela até a porta e toquei a
campainha.
Provavelmente Jason já estava recolhido em seu quarto.
Esperei quase um minuto até que a porta se abrisse.
Ele nos encarou, arqueando uma sobrancelha.
— Ela bebeu um pouquinho — falei, com a maior cara de
pau.
— Pai! Oi — disse a loira, arrastando as letras, fechando os
olhos e quase me levando junto com ela para o chão.
— Vou levar ela para o quarto — falou, segurando-a da forma
que conseguiu e em seguida a pegou no colo. Foi o suficiente para
ela entrar no sono mais profundo que já vi.
— Eu levo as coisas dela.
Entrei na casa e fechei a porta. Segui Jason até o quarto de
Leslie e deixei sua bolsa e casaco no sofá. O homem a colocou na
cama e puxou uma fina coberta. Acariciou seu cabelo levemente e
em seguida se afastou.
— Não entendo o que aconteceu. Ela só bebeu duas
cervejas. Se eu soubesse que ela ficaria assim, teria dito para parar
antes — tentei explicar.
— Está tudo bem, não foi culpa sua — disse, em um tom
baixo. — Leslie tem depressão e crises de ansiedade desde que a
mãe dela morreu. Ela provavelmente está dopada. Esse foi o efeito
dos remédios que ela toma misturado com o álcool.
Prendi a respiração por alguns segundos, olhando para a
garota na cama.
— Eu não sabia.
— Não tinha como você saber. A morte de Angelina foi muito
impactante e Leslie tinha apenas onze anos quando aconteceu.
Jason suspirou, visivelmente triste em tocar no assunto.
— Você, sabe, quer falar sobre isso? Como aconteceu? —
perguntei, um tanto receosa.
Ele fez um sinal para que eu o seguisse para fora do quarto e
logo fechou a porta.
— Nós tivemos Leslie muito jovens, com apenas vinte anos.
Foi uma loucura! A gravidez foi de risco e o parto foi complicado.
Mesmo assim, queríamos um menino a todo custo, era o sonho
dela. Tentamos por anos até ela engravidar novamente, e mais uma
vez uma gravidez de risco. — Ele olhou para a janela ao nosso lado,
abalado com as lembranças. — Angelina morreu no parto, junto com
o bebê. Era um menino.
Fiquei em silêncio, não sabia o que dizer. Era possível sentir
a sua tristeza junto com a sua culpa.
— Eu sinto muito. Não deveria ter pedido para você falar
sobre isso.
— Eu precisava falar em algum momento, já está na hora de
superar o que aconteceu.
— Espero que você consiga seguir em frente e não se sinta
mais tão culpado. O que aconteceu não foi culpa sua.
— A maior evolução da minha vida será me convencer de que
eu não sou o culpado pela morte de Angelina. Espero que um dia
isso aconteça.
Jason sorriu de lado, e eu fiz o mesmo.
— Bom, eu já vou para casa. Boa noite.
— Boa noite. Deixe-me levar você até à porta.
Voltei para a casa e fui direto para o meu quarto. Deitei na
cama, com a roupa que estava, e passei a mão pelo rosto.
Onde eu estava com a cabeça quando pedi para Jason me
explicar como foi a morte da mulher dele?
Não conseguia imaginar o quanto aquilo devia ter sido
traumatizante para Leslie, e agora entendia o porquê de ela ser tão
apegada em seu pai.
Eu sabia muito bem o que era perder alguém, mas não passei
por isso da mesma forma que a garota. Queria poder ajudá-la de
alguma forma, mesmo sabendo que eu não tinha o que fazer.

[...]

Meu celular tocou mais uma vez, e eu tinha certeza de que


era uma mensagem de Liam.
“Mas então você vai me ajudar, não é?”
O garoto estava interessado em Leslie e queria que eu o
ajudasse a se aproximar.
Então respondi:
“Falarei com ela sobre isso mais tarde.”
“Nós três poderíamos sair juntos, né? Ela parece ser um
pouco envergonhada, não sei se aceitaria sair só comigo tão rápido.”
“É uma boa ideia. Vou sugerir.”
Por coincidência do destino ou apenas sorte, ouvi a
campainha tocar. Na mesma hora me levantei da cama para atender
já que minha mãe estava no trabalho. Era Leslie.
— Que bom que está aqui. Eu queria mesmo falar com você
— falei, fazendo sinal para que ela entrasse.
— Queria me desculpar por ontem. Meu pai me contou o que
aconteceu. Eu deveria ter contado sobre os remédios e tal — disse
ela, um tanto envergonhada.
— Está tudo bem. Mas por que bebeu se sabia que não
podia?
Ela suspirou.
— Eu queria me enturmar, e na hora me pareceu um jeito
legal de fazer isso. Todos estavam bebendo, eu não queria ser a
única.
— Você não precisa fazer algo que não quer e não pode para
fazer amigos. Tenho certeza que todos eles gostaram de você, e não
foi porque você tomou duas cervejas
— Será que eles gostaram mesmo depois daquele fiasco?
— Bom, o Liam eu tenho certeza que sim. Inclusive, que tal
nós três sairmos juntos? Ele deu esta ideia hoje mais cedo.
Leslie pareceu pensativa, talvez um tanto receosa.
— Acho que seria uma boa ideia, mas não me deixe sozinha
com ele, vou ficar com vergonha — pediu.
— Está bem. Não vou sair de perto.
— Nós iremos hoje?
— Não! Está marcando uma tempestade para hoje.
— Mas nós podemos ir para algum lugar fechado, não?
— Eu não gosto de sair com tempestades, na verdade, eu
morro de medo. Quando eu era pequena, eu e minha mãe
estivemos praticamente dentro de um tornado, e desde então eu
tenho pavor, um medo quase surreal.
— Ah, sim. Deve ter sido um momento horrível.
— Foi sim. É ruim só de lembrar
— Eu já vou indo, preciso terminar de desencaixotar as
coisas do meu quarto, só queria vir pedir desculpas mesmo.
— Tudo bem.
— Marque com Liam e me avise depois. Eu estou disponível,
hm, todos os dias.
Soltei uma risada nasalada.
— Está bem, eu aviso você.
Leslie sorriu, se retirando da casa em seguida.

[...]

Olhei mais uma vez para o céu e então fechei as cortinas,


enquanto ligava pela segunda vez para a minha mãe até ela
finalmente me atender.
— Está tudo bem aí, Diana? — Foi a primeira coisa que ela
perguntou.
— Até agora sim. Você vai demorar para chegar? —
perguntei.
Eu odiava ficar sozinha durante as tempestades. Sentia que
eu estava mil vezes mais vulnerável.
— Um pouco, mas acho que a tempestade não será tão ruim
assim. Você pode ir para a casa da Leslie se isso fizer você se sentir
melhor — sugeriu.
Eu definitivamente não estava a fim de parecer uma garotinha
medrosa na frente de Jason.
— Se ficar muito ruim, eu vou lá, mas acho que você está
certa, não será tão forte.
— Qualquer coisa me ligue.
— Está bem. Tenha cuidado na rua.
Desliguei a ligação, respirando fundo.
Deitei na cama com o celular, ouvindo os trovões e esperando
que nada de ruim acontecesse naquele final de tarde.
Chegou o momento do tão esperado encontro entre Leslie,
Liam... e eu.
Já havia me aprontado e estava indo para a casa da garota.
No momento em que coloquei meu pé para fora, a primeira
coisa que vi foi Jason cortando a grama em frente à sua casa e,
felizmente, sem camisa.
Respirei fundo, observando cada detalhe do seu corpo, agora
bem mais perto do que da última vez.
— Boa tarde — falei quando passei por ele, olhando-o da
cabeça aos pés, deixando claro que aquela visão era muito
interessante.
Ele soltou uma leve risada.
— Boa tarde, Diana.
Deus, ele era uma perdição! Até aquele dia, eu nunca havia
tido tanta vontade de perder a virgindade como eu estava tendo
desde o momento em que o conheci, cada vez que eu olhava para
Jason, cada vez que eu percebia seu olhar descendo para o meu
decote, cada vez que seus olhos azuis encontravam os meus.
Eu precisava dar um jeito de conseguir aquele homem, e eu
estava disposta a colocar todo o meu charme, sensualidade e
ousadia para jogo.
Tratei de tirar aquela bela vista da minha cabeça no momento
e fui até o quarto de Leslie.
Ela estava sentada em frente à sua penteadeira, olhando
para o seu reflexo completamente desesperada.
— O que eu devo vestir? Como eu devo me maquiar? —
perguntou.
— Da forma que fará você se sentir mais confortável.
— E se a forma confortável não foi a forma adequada?
— Você pode usar o que quiser, Leslie. Apesar de eu
aconselhar você a não ir de saia já que vamos patinar.
— Eu nunca fui, sabe, em um encontro.
— Há uma primeira vez para tudo, não é? Tenho certeza que
você se sairá bem.
Ela suspirou.
— Está bem, mas se minha roupa estiver ruim, diga.
Assenti, sentando na ponta de sua cama e a vendo ir até o
seu closet.
Em poucos minutos ela estava vestida com uma calça jeans
clara e um body preto simples. Leslie tratou de começar logo a sua
maquiagem antes que nos atrasássemos.
Ouvimos duas batidas em sua porta, então ela gritou um
“entra” para que a pessoa ouvisse.
Jason entrou no quarto, sorridente e animado.
— Vim ver como você está — disse ele.
— Nervosa. Muito nervosa, na verdade.
— Quer que eu faça um chá para você?
— Um chá não faria nem cócegas. — Ela se levantou. —
Minha roupa está boa?
— Está ótima, querida.
— Preciso terminar minha maquiagem — disse, voltando para
a sua cadeira em frente à penteadeira.
— E a minha, que tal? — perguntei, parando na frente de
Jason e alisando minha blusa desde os meus seios até chegar em
meus shorts jeans.
Ele correu os olhos por meu corpo, parando em minhas coxas
e sorrindo de lado.
— Está incrível.
Não tinha dúvidas de que ele sabia exatamente o que eu
queria, e o melhor: ele também queria. A maior questão era: Jason
estava disposto a realmente fazer algo ou seguiria apenas me
devorando com os olhos? Talvez eu precisasse usar um pouco mais
da minha ousadia.
Ele saiu do quarto logo depois, e em poucos minutos eu e
Leslie já estávamos em meu carro indo ao encontro de Liam em
uma pista de patinação.
Era nítido o quanto a garota estava nervosa, mesmo eu
estando ao seu lado o tempo inteiro. Porém, eu não iria julgar, afinal
eu também havia ficado apreensiva no meu primeiro encontro com
um garoto aleatório no ensino médio.
— Pontuais — comentou Liam enquanto nos aproximávamos.
— Demos o nosso melhor — falei.
O garoto se virou para Leslie.
— Você está linda — elogiou.
Ela não sabia como reagir a elogios. Suas bochechas
coraram na mesma hora.
— Obrigada. — Foi tudo o que disse.
— Vamos patinar? — perguntei, tentando evitar o clima tenso
que estava prestes a acontecer.
— Vamos lá — concordou ele.
Eu gostava de patinar. Na verdade, era um dos meus
esportes favoritos. Não foi à toa que eu mesma sugeri este
programa.
O clima ficou mais leve ao decorrer dos minutos, e em pouco
tempo eles engataram uma conversa muito aleatória sobre os
esportes que cada um praticava na infância. Até participei do diálogo
no começo, mas percebi que Leslie estava muito à vontade falando
com Liam, então foquei minha atenção apenas nos patins.
— As amigas que eu tinha no ensino médio achavam muito
estranho eu não saber me maquiar, sabe, pelo trabalho do meu pai e
tudo. — Ouvi Leslie dizer enquanto eu voltava para a nossa mesa
com três milshakes.
Resolvemos tomar assim que saímos da pista.
— Muito bem lembrado. Eu ainda não sei no que o seu pai
trabalha — falei.
— Ele é CEO de uma empresa de cosméticos. Desde que
nos mudamos, ele está trabalhando de casa, mas acho que vai
precisar viajar algumas vezes ao decorrer do ano.
— Cosméticos? Maquiagem?
— Produtos de beleza em geral. São muito bons, na verdade.
— Depois mostre para mim, quero fazer alguns testes, ver se
são bons mesmo — brinquei.
— Eu tenho várias coisas, muitas que eu nem mesmo sei
como usar.
— Bem que eu vi que a sua penteadeira estava lotada —
falei. — Eu entendo muito bem de maquiagens, cuidados com a pele
e essas coisas, posso dar algumas dicas para você se quiser.
— Eu iria adorar!
Demoramos mais do que o necessário para terminar nossas
bebidas, mas mesmo assim, ainda estava cedo quando saímos do
lugar.
— Vocês não querem ir para a minha casa assistir um filme?
Nós três. — Leslie deu ênfase quando disse “nós três”. Ela ainda
não queria ficar sozinha com Liam, apesar de querer passar um
tempo a mais com ele.
— Por mim tudo bem — disse o garoto.
— Vamos. Faz algum tempo que eu não paro para assistir um
filme com amigos. O que vai ser?
— Um suspense, que tal? — sugeriu Liam, talvez tentando
aparentar um gosto mais “másculo” do que ele realmente tinha.
— Suspenses me deixam muito ansiosa. Eu voto em uma
comédia romântica — falou a loira.
— Como Perder Um Homem em 10 Dias! Faz tanto tempo
que eu não assisto esse filme e estou morrendo de vontade de
assistir. Semana passada quase parei tudo o que estava fazendo
para assistir. — O cacheado se animou falando sobre. Era
exatamente o tipo de filme que ele gostava desde criança.
— É um dos meus favoritos! — exclamou ela.
Fomos para o meu carro, enquanto Liam foi para o dele.
— Ele gosta de comédias românticas? Quando eu iria
imaginar que um cara como ele iria gostar disso? — comentou,
animada com a novidade.
— Liam sempre gostou muito do gênero. De dramas também,
e qualquer outra coisa que envolva um casal bonitinho.
— Qual o defeito dele? — questionou, com os olhinhos
brilhando.
— Acho que para você, nenhum.
Eles combinavam, eu não podia negar. Seus gostos e
interesses eram parecidos. Liam era uma pessoa extrovertida,
gostava muito de conversar com todos que se aproximava, Leslie
não. A garota era mais introvertida, apesar de ainda muito simpática.
Eles se completavam em alguns sentidos, e se complementavam
em outros. Esperava muito que essa relação evoluísse.
Chegamos a sua casa sem muita demora, e fomos direto
para o seu quarto.
Esparramei-me no sofá, obrigando os dois a sentarem na
cama de casal, um ao lado do outro, apesar de ainda afastados.
Eu estava concentrada no filme, fazia algum tempo que eu
não o assistia, mas quando eu ouvi um carro chegando, lembrei que
havia algo mais interessante do que o filme naquela casa: Jason.
Apesar de ter esquecido durante a tarde do meu plano para
seduzi-lo, eu ainda estava disposta a fazer aquilo.
Pensei por longos minutos no que eu deveria fazer.
Olhei para Liam e Leslie, percebendo que eles estavam muito
confortáveis na presença um do outro. Então, juntando o útil ao
agradável, decidi dar uma passeada pela casa.
— Eu vou buscar um suco. Querem alguma coisa? —
perguntei, levantando em um pulo.
Os dois negaram com a cabeça, e Leslie não pareceu
apreensiva por eu a deixar sozinha.
Saí do quarto e fechei a porta, suspirando. Desci as escadas
da casa silenciosa e me dirigi para a cozinha.
Lá estava Jason, colocando no forno alguns biscoitos.
— Olá, Diana. Leslie me falou que vocês três estavam aqui,
estou preparando alguns biscoitos, espero não estar muito atrasado
— disse ele.
Me sentei no banco ao lado da ilha, escorando minhas mãos
no granito.
— Com certeza não. Eles estão se dando muito bem, Liam
não se importará de esperar por alguns biscoitos — falei. —
Inclusive, tão bem que achei melhor dar um tempinho à sós para ver
se daria certo.
Jason sentou na minha frente.
— Fale um pouco sobre o Liam, quero saber o que esperar
dele.
— Somos amigos desde criança. Ele é um cara legal. Não faz
coisas ilegais, acho que isso é um bom sinal, não é? — falei,
soltando uma risada nasalada. — Ele está estudando medicina,
como a mãe dele.
— Se conhecem há tanto tempo assim? Ele me parece um
bom rapaz.
— Ele é. Liam já demonstrou interesse por mim na nossa
adolescência e aceitou o meu não muito bem, só aí ele já ganha
muitos pontos.
— E vocês nunca se relacionaram? — questionou.
Sorri de lado, cruzando os braços em baixo dos seios,
escorando-me na bancada e os fazendo quase pular para fora da
blusa.
— Não. Na verdade, eu prefiro caras mais velhos.
Jason soltou uma pequena risada maliciosa, também se
escorando e chegando tão perto de mim quanto podia.
— E você já ficou com algum cara de trinta e oito?
— Ainda não, mas pretendo fazer isto em breve.
Ele voltou a posição inicial, alternando entre encarar meus
olhos e meus seios.
— Acho que os biscoitos já estão prontos — falou, ainda com
um sorriso sugestivo nos lábios, em seguida levantando do seu
lugar.
— Separe alguns para eu levar.
Respirei fundo, satisfeita com a resposta que eu havia tido.
Afinal, tê-lo não seria tão difícil assim. Eu espero.
Jason colocou alguns biscoitos em um pote e eu os levei para
o quarto de Leslie. Peguei três e voltei a me jogar no sofá, deixando
o resto com os dois.
No fim, eu não havia pegado um copo de suco, e estava
arrependida.
O filme terminou pouco tempo depois do pequeno lanche, e
Liam foi embora sem muita enrolação.
— E então? — perguntei.
— Liam é muito legal. Trocamos nossos números e ele disse
que quer sair novamente comigo.
— Não teve um beijinho enquanto eu não estava? Enrolei
muito na cozinha para dar um tempo para vocês.
— Eu percebi, mas nós só conversamos mesmo. Não tive
coragem de avançar, sabe, eu só beijei uma vez na vida e faz uns
três anos.
— Então, se você quiser, está na hora de fazer isso de novo,
não acha?
— Acho, e eu quero, mas fiquei nervosa. — Suspirou. — Não
estava esperando por essa conexão toda. Prometo que no próximo
encontro eu estarei preparada.
— Vão sair de novo amanhã?
— Não. Amanhã minha tia vai vir almoçar aqui. Ela se
divorciou recentemente de um marido horrível e eu quero dar um
apoio, sabe. Eu gosto tanto dela.
— Ah, sim. Enfim, vocês formaram um belo casal, é sério —
afirmei. — Bom, eu já vou indo. Se Liam falar algo sobre você, eu
aviso.
Leslie sorriu.
Nos despedimos rapidamente e eu voltei para casa, cansada
e com calor, porém, feliz com todos os acontecimentos do dia.
Domingo e piscina, existia coisa melhor? Tenho certeza que
não. Leslie havia convidado a mim, Liam, Charles e Rose para
passar a tarde na sua casa, aproveitando sua piscina gigantesca e o
sol que fazia naquele dia. Não pensei duas vezes antes de aceitar o
seu pedido e colocar meu biquíni amarelo.
— Vocês dois não vão entrar? — Rose perguntou, enquanto
eu e Charles éramos os únicos secos nas espreguiçadeiras.
— Mais tarde, quem sabe. Quero me bronzear um pouco —
respondi.
— Cuidado para não deixar a água roxa até a próxima
encarnação — Charles implicou com o cabelo roxo da garota pela
décima vez no dia.
Ela não respondeu, apenas mostrou o dedo do meio.
Ele abriu a boca para responder, mas Jason apareceu,
roubando a atenção do garoto na mesma hora.
— Eu trouxe alguns sucos caso queiram refrescos — avisou,
apontando para a cozinha com a cabeça.
Seus olhos passaram por todos ali, mas pararam para
analisar o meu corpo com o biquíni pequeno.
— Está bem, pai — disse a loira.
Ele sorriu e voltou para dentro da casa.
— Pai? — perguntou Charles, chocado. — Será que ele não
quer me adotar? — brincou, mas Leslie não pareceu achar graça.
— Ei, respeite-o! Ele é meu pai! — exclamou a garota, nada
contente com o comentário do amigo.
— Desculpe. Não quis chatear você.
Leslie não respondeu, apenas voltou a sua atenção para a
água novamente.
Charles então se virou para mim, baixando seu tom de voz
para que apenas eu o ouvisse.
— Você já deu uma boa olhada naquele homem? —
perguntou.
— Desde o dia em que cheguei. A janela dele é bem de frente
para a minha. Ah, Deus!
— Diana, você tem todas as cartas na manga!
— Acha que eu consigo?
— É óbvio! Não viu a forma que ele olhou para você? É só
jogar um charme que ele vai ceder fácil.
Respirei fundo.
— Tudo bem, então lá vou eu.
— Vai logo! Está perdendo tempo.
Assenti.
— Vou pegar um copo de suco — avisei, levantando.
Leslie murmurou um “ok”, sem se importar muito com a
informação.
Entrei na cozinha e olhei em volta. Ele não estava lá.
Não sabia como o encontrar na casa. Abri a geladeira e
peguei o suco de laranja, deixando-o em cima da bancada. Foi
quando eu o avistei na sala de estar, lendo algum papel e com a
televisão ligada em sua frente. A melhor coisa que eu poderia fazer
era ir até lá, e foi o que fiz.
— Pode me ajudar com o copo? Não sei onde encontrar um
— pedi, parando perto de onde ele estava sentado.
— Está no armário ao lado da geladeira — respondeu, sem
me dar muita atenção.
— Você pode me mostrar? — perguntei, dando mais um
passo em sua direção.
Jason me olhou, e mais uma vez encarou meu corpo à
mostra, sorrindo.
— É claro.
Ele levantou, mas não saí da sua frente, pelo contrário.
Toquei levemente em seu peito coberto pela camiseta branca,
apenas para o fazer parar.
— Você não quer entrar na piscina? — perguntei, levantando
meus olhos até os seus.
Nós estávamos mais perto do que jamais estivemos. Eu podia
sentir o seu perfume amadeirado me invadindo.
— Está muito cheia, quem sabe mais tarde.
— E você vai querer uma companhia? — Mordi o lábio
inferior, dando mais um passo e deixando uma pequena distância
entre nós.
— Você não sabe com o que está brincando, garota — ele
disse, puxando a minha cintura bruscamente, fazendo nossos
corpos se chocarem.
Corri minhas mãos do seu peito para a sua nuca e não hesitei
em colar nossas bocas. Nossas línguas se juntaram em perfeita
sincronia, enquanto ardíamos de desejo.
Seus dedos desceram para minha bunda quase desnuda e a
apertaram forte. Aquele beijo, o seu cheiro, suas mãos fortes e
firmes, o calor do seu corpo... tudo estava me fazendo quase
explodir de tesão.
Sua boca foi parar em meu pescoço. Joguei minha cabeça
para trás, sentindo sua língua em contato com a minha pele.
— Talvez nós devêssemos parar — disse com a voz abafada,
parando seus beijos por poucos segundos.
— Talvez devêssemos. Podem nos ver aqui — falei, quase
em um gemido.
Jason voltou a me encarar, ainda me segurando colada em
seu corpo.
Ele depositou um selinho demorado em meus lábios antes de
me soltar e se afastar.
— Eu não deveria estar fazendo isso. Estão todos aqui,
minha filha está logo ali.
Olhei para ele, um pouco ofegante e completamente excitada.
— A culpa não foi só sua.
— Ainda precisa dos copos? — perguntou, sério.
— Preciso.
Voltamos para a cozinha. Peguei o suco que eu havia
separado enquanto Jason pegou quatro copos, levando-os até o
lado de fora junto comigo. Ele os deixou na mesinha antes de voltar
para dentro, então eu enchi um dos copos e voltei a me sentar ao
lado de Charles.
— A sua bunda está toda vermelha — comentou. — Ah, e
Jason estava excitado
O garoto estava com um sorriso malicioso nos lábios. Soltei
uma risada.
— Você repara em tudo? — questionei.
— É claro que sim! Garota, você tem sorte de ser tão
gostosa.
— Eu sei — falei, rindo mais uma vez dos comentários do
meu amigo.
A tarde se passou sem mais emoções depois daquilo, apesar
de Jason não sair da minha mente por um bom tempo.
No final do dia, todos se despediram e cada um foi para a sua
casa.
Passei por minha porta e a primeira coisa que fiz foi tomar um
belo e demorado banho gelado.
Quando saí do banheiro, apenas com uma lingerie amarela,
percebi uma coisa curiosa: os olhos de Jason em mim.
Ele estava em seu quarto, mas a sua atenção estava no meu
corpo quase nu. Fingi que não notei seus olhares e me olhei no
espelho, afinal era uma lingerie nova e eu queria ver como eu estava
sexy com ela.
Passei as mãos por todo meu corpo e apertei meus próprios
seios delicadamente.
Queria provocar.
Jason me queria, tinha certeza. Talvez ele precisasse de um
empurrãozinho, e eu sabia como deixá-lo louco de desejo.
Sentei em minha poltrona perto da janela e passei meus
dedos por meus peitos por cima do sutiã, bem devagar. Abaixei a
renda da peça e deixei meus mamilos à mostra. Acariciei eles,
dando uma leve puxada.
Coloquei minhas pernas uma em cada braço da poltrona,
deixando-as abertas, quase de frente para Jason, mas sem o
encarar.
Deslizei minha mão por minha barriga, sentindo minha pele
macia, até invadir minha própria calcinha.
Estar sendo observada por ele enquanto me masturbava me
deixava excitada. Eu gostava disso, e gostava mais ainda de saber
que eu estava o enlouquecendo.
Continuei em movimentos circulares em meu clitóris ao
mesmo tempo que minha outra mão acariciava e apertava meus
seios.
Joguei minha cabeça para trás, gemendo baixinho e sentindo
todo o prazer que eu mesma estava me dando.
Olhei para o outro lado da janela. Jason estava sentado,
encarando toda a cena, sério e parecendo concentrado.
Eu estava completamente molhada, e quanto mais eu
pensava no seu corpo e em suas mãos em mim, mais o meu tesão
aumentava.
Coloquei força e velocidade em meus movimentos conforme
meu orgasmo se aproximava. Tampei minha boca para que nenhum
gemido escapasse alto demais.
Contorci meu corpo na poltrona e fechei os olhos quando
atingi o ápice do prazer, involuntariamente imaginando Jason em
cima de mim naquele momento, roçando seu pênis em meu clitóris
antes de me foder como uma vadia.
Eu queria tanto aquilo! Queria o sentir dentro de mim o mais
rápido possível. Nunca tinha tido tanto desejo por um homem como
eu tinha por ele.
Tentei controlar minha respiração e minha imaginação, ainda
de olhos fechados e aproveitando a sensação boa que o orgasmo
havia me deixado.
Arrumei meu sutiã de volta em seu lugar, fazendo o mesmo
com a calcinha. Então me levantei, caminhei até a janela e fechei as
cortinas, mesmo com o homem ainda lá, encarando cada movimento
que eu fazia.
Queria provocar, deixá-lo excitado, queria invadir a sua
imaginação da forma mais perversa possível quando ele fosse se
masturbar mais tarde, e eu tenho certeza de que iria.
Sorri satisfeita, me olhando mais uma vez no espelho com a
minha linda lingerie de renda amarela.
Respirei fundo, dizendo, mais uma vez, para Liam chamar
logo Leslie para sair.
“Mas e se eu chamar muito rápido não irei parecer um
desesperado?”
“Não, Liam. Leslie não liga para isto. Chame logo!”
“Não irei assustá-la?”
“Não! Eu sei que ela quer sair com você mais uma vez.”
“Fale sobre isso com ela e me conte exatamente a sua
resposta.”
Revirei os olhos. Liam não costumava enrolar quando se
tratava de garotas, a não ser que ele realmente gostasse dela.
Mandei uma mensagem para Leslie, dizendo que queria falar
com ela.
Então fui convidada para ir até à sua casa e assistir alguma
coisa. Não pensei duas vezes antes de sair da cama e dar os
poucos passos até sua porta.
— O que você queria me falar? — perguntou, enquanto
escolhia algo na televisão.
— Liam está ansiosa para sair com você de novo! Hoje
mesmo ele estava me perguntando se eu sabia se você queria ou
não — falei. — Você quer?
— Sim! É claro que eu quero. Inclusive, pensei muitas vezes
em chamar ele para sair de novo, mas achei que eu poderia parecer
desesperada.
— Foi exatamente isso que ele pensou também. Mais tarde
vou o avisar que você está interessada em um novo encontro.
Leslie colocou as mãos no rosto, respirando fundo.
— Isso me deixa tão nervosa, como se eu já não tivesse
ansiedade o suficiente. Tive um ataque ontem à noite e foi horrível
— disse ela.
— Mas o seu remédio não ajuda com isso?
— Ajuda, mas os ataques nunca param. Faz um tempo que
isto não acontece, mas haviam dias que eu mal conseguia sair da
cama, tanto pela ansiedade quanto pela depressão. Acho que mudar
de casa me ajudou um pouco, sabe, sair do lugar onde vi minha mãe
viva pela última vez, mudar de ares. Foi bom para mim.
— Espero que você ainda pense assim quando as aulas
começarem.
— Tenho certeza que o começo será horrível para o meu
psicológico, mas espero melhorar com o tempo.
— Você faz terapia?
— Eu fazia, mas não estava me ajudando em nada, era
apenas perda de tempo. Agora vou apenas até o psiquiatra para
conseguir meus remédios. Vejo tantas pessoas se sentirem
melhores com as visitar ao psicólogo, eu me sentia uma inútil por
não ter melhora nenhuma.
Coloquei minha mão sobre a sua, acariciando.
— Espero muito que você consiga passar por cima de tudo
isso.
Ela sorriu, voltando sua atenção para a televisão.
Escolhemos um filme de romance aleatório, mas não era tão
bom quanto parecia.
A noite estava um inferno. Com certeza a temperatura estava
perto dos trinta graus, mesmo com a lua já alta no céu. Não havia
uma única brisa soprando, e o ar-condicionado do quarto não era lá
essas coisas, o que estranhei.
Minha mente voou para longe antes de chegar na metade, e
então ele veio em meus pensamentos: Jason.
Era bem provável que ele estivesse na casa, e eu queria
muito o ver, principalmente depois do meu showzinho particular.
— Acho que vou pegar um copo d’água — falai, preparada
para levantar.
— Pode deixar que eu pego para você. Já está na hora de
tomar meu remédio, vou aproveitar.
Assenti e sorri, mesmo não estando nada satisfeita.
Suspirei quando ela saiu do quarto, tentei me concentrar no
filme que passava, mas sem muito sucesso.
Era mais longo do que planejei. Leslie estava um tanto
sonolenta quando ele acabou.
— Vou indo, está ficando tarde — falei.
— Eu levo você até a porta.
— Não precisa, você está bem sonolenta. Sei me virar.
Ela concordou.
— Boa noite — disse.
— Boa noite.
Saí de seu quarto e fechei a porta. Tenho certeza que ela
apenas estava esperando eu sair para cair no sono, apesar de mal
ter passado das dez horas da noite.
Desci as escadas, olhando para os lados discretamente.
Quando eu estava no último degrau, vi ele na sala de estar, sem
camisa por culpa do calor.
— Boa noite, senhor — falei, com um sorriso irônico nos
lábios.
Jason me olhou, levantando de seu lugar e dando passos
pesados até mim.
— O que você pensa que estava fazendo? — perguntou.
Sabia que ele se referia a ontem.
— Não estou entendendo o que você quer dizer. — Fingi que
nada anormal havia acontecido.
— Não se faça de sonsa, Diana.
— Não negue, sei que você gostou do que viu — falei, dando
um passo em sua direção e encostando minhas mãos levemente em
seu abdômen. — Não se preocupe, eu guardo o nosso segredinho.
Sua feição, que antes era séria e até mesmo um pouco
enfurecida, havia se acalmado com a minha aproximação.
— Ah, Diana, isto é tão errado — sussurrou.
— Sempre dizem que o proibido é mais gostoso, não é? —
falei, mordendo o lábio inferior.
— Disso eu não tenho dúvidas.
Em um movimento totalmente inesperado, Jason puxou meu
rosto e me beijou de forma ardente, transbordando desejo.
Colei meu corpo no seu, esfregando meus seios que estavam
cobertos apenas pelo fino tecido do cropped. Arranhei suas costas
delicadamente e percebi seus pelos se eriçarem. Ele gostava
daquilo.
Subiu sua mão por mim até chegar nos meus peitos,
abaixando a única peça que nos separava com uma certa facilidade,
colocando-os para fora.
Meus mamilos roçavam em sua pele quente enquanto eu
sentia um volume se formando em suas calças. Sua boca desceu
para o meu pescoço, mas ele não se prolongou muito ali, logo senti
sua língua em um dos meus seios, chupando e lambendo, ocupando
sua mão com o outro.
Entrelacei meus dedos em seu cabelo, puxando-os
levemente.
Eu estava ofegante e excitada.
Jason se deliciava com meus mamilos duros na boca, e
apesar de eu estar aproveitando cada segundo, eu queria mais.
Queria sentir o gosto da sua pele, queria chupá-lo até que ele
atingisse seu ápice, queria que ele olhasse para baixo e tivesse a
melhor visão da sua vida.
Eu estava prestes a me ajoelhar em sua frente quando me
toquei que não deveríamos estar fazendo aquilo no meio da sua
casa.
— Ei, precisamos parar — falei, baixo e com a voz falhada. —
Ela pode nos ver.
Jason se afastou na mesma hora, como se tivesse recobrado
a consciência.
Enfiei meus peitos de volta na blusa, sentindo meu corpo todo
queimar e implorar por mais.
— Não deveríamos ter feito isso aqui — disse ele,
suspirando.
— Quando quiser me avise para terminarmos o que
começamos — falei. — Boa noite.
Sorri e não esperei uma resposta. Saí pela porta ainda com o
sorriso no rosto, sentindo-me vitoriosa por o ter feito explodir de
tesão daquela forma.
Eu estava mais perto do que nunca de conseguir o que eu
queria, e esperava que Jason atendesse todas as minhas
expectativas.

[...]

Leslie estava contente naquele dia. Ela havia ido ao cinema


com Liam no dia anterior e eles deram o primeiro beijo.
— Mas como foi? Como ele chegou em você? — perguntou
minha mãe.
Eu e a loira estávamos sentadas ao redor da ilha da cozinha,
enquanto minha mãe preparava um bolo de chocolate para nós três
fazermos um lanche.
— Foi no meio do filme. A sessão estava quase vazia, era um
romance. Ah! Foi perfeito! Liam se aproximou como quem não quer
nada, sabe, e eu tive certeza que aquele era o momento certo —
respondeu, escorando os cotovelos no mármore à sua frente.
— Liam é um homem incrível, espero que continuem se
dando bem — disse a mais velha.
— Fico muito feliz por vocês dois — falei, brincando com uma
mecha do cabelo liso da garota ao meu lado.
— Nós vamos sair de novo depois de amanhã. Queria vê-lo
antes, mas não quero parecer uma jovenzinha desesperada, estou
me controlando.
— Eu era exatamente assim. Não podia me apaixonar que já
queria viver grudada na pessoa — comentou minha mãe, finalmente
colocando o bolo no forno. — E logo depois enjoava da companhia,
mas isso não vem ao caso.
Leslie soltou uma risada, totalmente de bom humor naquele
final de tarde.

[...]

Olhei pela janela da sorveteria mais uma vez, dando uma boa
olhada no sol quente lá fora.
— Não entendo como você consegue gostar de sorvete de
menta. Parece que está lambendo pasta de dente — comentou
Charles.
— Cuide apenas do seu sorvete de chocolate.
Fazia algum tempo que eu não saía apenas com Charles.
Nós nos conhecemos no ensino médio, assim como Rose, e
nutrimos uma grande amizade desde então.
— Vou querer mais um depois, mas dessa vez de morango.
— Adivinhe só quem vai sair em um encontro hoje — falei,
animada.
— Quem?
— Minha mãe! É a primeira vez que eu a vejo fazer isso
desde a morte do meu pai.
— Sério? Isso é ótimo! Ela estava precisando de uma
distração, tenho a impressão que sua mãe só trabalha o tempo
inteiro.
— Realmente. Espero que dê certo.
— E a Leslie com o Liam? Ele disse que continuam saindo,
mas não deu detalhes.
— Estão se dando muito bem e parece que a relação está
evoluindo — falei. — Inclusive, eles vão sair hoje à noite. — Abri um
sorriso sugestivo.
— E o que tem isso?
— Eu vou estar sozinha, o pai dela vai estar sozinho. É só
uma ideia que passou pela minha cabeça.
Charles me olhou, surpreso, mas animado.
— É isso aí, garota! Ataque logo, não perde tempo não.
— Não vou. Se depender de mim, hoje é o dia em que vou
perder a virgindade.

[...]

— Vermelho? — perguntou Leslie, erguendo o batom cor de


sangue.
— Não se você pretende beijar. Eu acho que você pode dar
mais atenção para os olhos e na boca apenas um lip tint.
Ela assentiu.
Olhei rapidamente por sua janela e vi Jason sentado perto da
piscina, sozinho, aproveitando a noite e tomando algo que me
parecia ser vinho.
A garota estava terminando de colorir a sua boca quando
uma buzina a pegou de surpresa.
— Ah meu Deus! Eu ainda não estou pronta — disse ela,
eufórica.
— Aqui — falei, pegando a sua bolsa e enfiando seu celular
nela.
Leslie passou quase correndo por mim, pegando a bolsa das
minhas mãos.
— Obrigada — gritou, já perto das escadas.
Ouvi a porta da frente batendo e suspirei.
Era hora.
Caminhei pela casa e saí pela porta da cozinha, parando na
piscina, onde Jason ainda estava.
— Sozinho em casa em um sábado à noite? — perguntei.
— Como sempre, não é? — respondeu, bebericando sua
bebida. — Tome uma taça de vinho comigo.
Sorri e assenti. Eu não esperava aquele convite.
Me sentei em uma das cadeiras próximas, enquanto Jason foi
até à cozinha pegar uma taça para mim.
— Vinho tinto é o meu favorito — falei, tomando um gole.
— E você? Em casa em um sábado à noite?
— Festas perderam a graça depois que eu entrei na
faculdade. Prefiro ficar em casa ou só encontrar meus amigos para
conversar e beber.
— E encontros? Não costuma ter?
— Costumo, na verdade. Eu saía muito com um garoto da
faculdade, James, mas, sinceramente, enchi um pouco o saco —
admiti.
— Então ele era exclusivo para você?
— Não, nenhum pouco, mas é difícil eu me atrair de verdade
por alguém. Talvez eu seja um pouco exigente — falei, terminando
todo o líquido da minha taça. — Deve ser por isso que ainda sou
virgem.
Jason me olhou, surpreso.
— Virgem? — perguntou, arqueando a sobrancelha. — Eu
não esperava por isso.
— Pois é. Por que eu entregaria a minha virgindade para um
homem que mal me atrai? Gosto muito de preliminares, usar minhas
mãos, minha boca, mas é só isso — falei, encarando-o. — Só teve
um homem para quem eu olhei e pensei como eu queria perder a
minha virgindade.
Sorri, sabendo que ele havia entendido o recado, mas eu não
acho que pretendia fazer algo.
— Gostei muito desta última informação.
Jason despejou mais vinho em sua taça.
— E você? Muitos encontros?
— Alguns. Não tive nenhum relacionamento desde Angelina,
apenas sexo casual. Não acho que eu esteja pronto para o amor de
novo, e pode ser que nunca esteja.
— Talvez você apenas não tenha encontrado a pessoa certa.
— Talvez.
Eu não sabia exatamente quanto tempo havia passado, mas
sabia que não foi pouca coisa. Entramos nos assuntos mais
aleatórios possíveis. A conversa não tinha muito problema para fluir.
— Fiquei muito feliz quando percebi que Leslie estava
fazendo amigos. Ela se fechou muito para tudo depois da morte da
mãe.
— Ela é uma garota incrível. Você a criou muito bem.
— Tentei sempre dar o meu melhor.
E então, por um momento, o silêncio se estabeleceu entre
nós.
Olhei para a piscina em nossa frente e sorri.
— Que tal um mergulho? Está tão quente — sugeri.
— Não sei se estou disposto, mas se quiser entrar, vá em
frente.
Não hesitei em tirar meus chinelos e entrar na piscina.
Mergulhei o mais fundo que pude e segundos depois voltei para a
superfície, com a água batendo logo abaixo dos meus seios e
deixando minha regata amarela quase transparente.
Joguei meus cabelos longos para trás e encarei Jason. Ele
deu uma leve risada, mordendo o lábio inferior e desviando o olhar.
— Vamos lá. Entre — falei, jogando alguns respingos de água
na sua direção.
Se deu por vencido, soltando um suspiro e levantando do seu
lugar. Ele tirou a sua camisa branca e a deixou na cadeira, juntando-
se a mim.
— Só você para me convencer a isso — disse o homem.
— Não gosta de piscina?
— Não sou o maior fã, mas Leslie fazia questão de termos
uma.
— Eu gosto de estar na água, a sensação é gostosa.
Jason submergiu por poucos segundos, molhando o resto do
corpo.
Seus olhos migravam entre meus seios e minha boca. Meus
mamilos estavam totalmente salientes pela água gelada, e tenho
certeza que isso chamou a sua atenção.
— Não reprima os seus desejos — falei, aproximando-me e
arranhando seu peito.
Ele passou o polegar por meus lábios, em seguida colocando-
o dentro de minha boca e me fazendo chupá-lo.
Fechei os olhos por um instante, mas logo os abri e fitei o
homem em minha frente. Seu olhar estava fixo no leve movimento
que eu fazia sugando seu polegar.
Em um movimento rápido, Jason colocou as mãos em meu
rosto e me puxou para um beijo, tão ardente e cheio de desejo
quanto o último.
Deslizei delicadamente meus dedos pela pele do seu
abdômen, até chegar na barra de sua calça. Eu estava prestes a
desabotoá-la quando ele segurou minha mão e me afastou.
— Eu não vou tirar a sua virgindade. — Foi tudo o que Jason
disse.
— Por que não? — perguntei, sem entender o motivo de
estarmos naquela situação se ele não pretendia ir até o fim.
— Você é a melhor amiga da minha filha e tem quase a
metade da minha idade. Eu desejo você, não posso negar, mas é
errado.
— Seria errado se eu fosse menor de idade e este não é o
caso — falei, dando um passo para trás. Ele não respondeu. — Se é
assim que você quer.
Saí da piscina o mais rápido possível.
— Não quero que se aborreça comigo — disse, também
saindo da água.
Me virei para Jason e suspirei.
— Não estou aborrecida, apenas não esperava esta sua
resposta.
— Espero que me entenda.
— Está tudo bem. Boa noite.
Não estava tudo bem. Meu corpo inteiro ardia de desejo por
aquele homem e eu não estava disposta a desistir de senti-lo,
principalmente sabendo que a única coisa que o mantinha longe de
mim era a ideia de eu ser nova demais.
Eu precisava fazer com que ele viesse até mim, precisava
convencê-lo de que nossas idades, e muito menos minha
virgindade, não precisavam impedir uma noite de sexo.
Voltei para casa pensativa naquela noite.
— Mas me diga o que tanto você queria me contar — falei
para Leslie.
Estávamos em minha varanda, aproveitando a leve brisa do
final da manhã. A garota havia me enviado uma mensagem eufórica,
afirmando que precisava me contar algo.
— Liam me pediu em namoro! — disse, tampando a boca
com as mãos, incrédula.
— O que? — perguntei, em um quase grito.
— É inacreditável, não é?
— Não tanto. Todos percebemos que ele está caidinho por
você — afirmei. — Vocês formam um casal lindo.
— Meu pai se ofereceu para fazer um jantar hoje à noite e ele
deu a ideia de convidarmos você e a sua mãe já que a mãe do Liam
estará em um plantão.
Então Jason me queria dentro de sua casa novamente?
Talvez seja um bom sinal.
— Minha mãe vai adorar a ideia! Com certeza nós vamos.
— Que ótimo! Minha tia também virá. Lembra que eu falei
dela? Ela amou a novidade e quer conhecer o Liam. Nós duas
vamos passar a tarde no shopping, faz tempo que não saímos
juntas.
— Fico feliz por você estar aproveitando os seus dias de
férias. Ela me parece ser uma pessoa ótima — falei, olhando para o
céu azul sem nuvens.
— E é. Acho que vocês duas podem se dar bem.
— Bom, então estou ansiosa para a conhecer.
Sorri, vendo que Leslie estava muito animada em juntar suas
pessoas favoritas naquela noite. Eu estava tão feliz por ela.
Vi o exato momento em que Leslie entrou em um carro, que
julguei ser o de sua tia, e foi direto para um shopping passar o resto
da tarde.

[...]

Eu já havia pensado no que fazer, então não enrolei mais do


que o necessário e saí de minha casa. Bati na porta ao lado, mas
não fui atendida. Insisti mais uma vez, sem sucesso.
Dei a volta na casa e parei na porta de vidro da cozinha.
Jason já estava lá, ouvindo uma música e com um copo de vinho
enquanto começava a preparar o jantar.
Bati no vidro, dando um belo susto nele.
— Diana? Leslie não está aqui.
— Eu sei. Vim para ajudar você com a comida, eu não tinha
muito o que fazer em casa. — Ele pensou um pouco, mas me deu
espaço para entrar. — Por onde eu começo?
— Pode sentar na bancada, vou pegar as coisas para você
fazer a salada enquanto eu preparo o resto, já vai ser de grande
ajuda.
— E qual será o jantar? — perguntei, vendo uma tigela sendo
posta em minha frente.
— Estava pensando em fazer espaguete com almondegas e
uma bela salada, o que acha? — perguntou, pegando os
ingredientes na geladeira.
Senti uma pontada no peito. Espaguete com almondegas.
Não comia aquilo há tanto tempo. Só de lembrar do gosto, sentia
meu coração apertar.
— Há algo errado? — perguntou ele, percebendo que eu
estava afetada.
— Essa comida me faz lembrar do meu pai — admiti.
— Você nunca comentou sobre ele.
— Nós éramos muito próximos, sempre nos divertíamos
juntos. Espaguete com almondegas sempre foi minha comida
favorita. Um dia, quando eu tinha oito anos, meu pai estava
demorando demais para chegar em casa e então minha mãe
preparou meu prato favorito para me distrair. — Suspirei, tomando
folego para continuar. — Quando eu estava comendo, bateram na
nossa porta. Era a polícia avisando que meu pai estava morto. Era
um dia de chuva forte, ele vivia dizendo que precisava trocar os
pneus do carro, mas não fazia isso há mais tempo do que deveria.
Minha mãe nunca me contou os detalhes, mas eu ouvi cada um
deles, eu sei que ele ficou muito tempo preso nas ferragens, eu sei
que ele só morreu depois que o retiraram de lá, e que todo o tempo
que ele estava preso, estava consciente.
Abaixei a cabeça quando percebi que meus olhos estavam
cheios d’água.
— Eu não podia imaginar que você havia passado por isso.
— Eu nunca penso nisso, eu nunca falo disso. O jeito que eu
encontrei de parar com a dor foi simplesmente fingir que meu pai
jamais existiu, fingir que aquele momento nunca aconteceu. Já me
culpei tantas vezes por isso. De onde meu pai estiver, deve estar
com vergonha de mim, vergonha por eu ignorar a sua memória. Eu
nunca visitei o seu túmulo, eu não tenho fotos dele, eu... — Deixei a
frase no ar, sentindo o nó em minha garganta aumentar, e sabendo
que se eu falasse mais alguma coisa, cairia no choro.
Jason aproximou-se de mim, pegando minha mão e a
acariciando.
— Tenho certeza que ele não sente outra coisa se não
orgulho de você e da mulher incrível e forte que você se tornou. Não
se culpe por isso. Cada um tem sua forma de enfrentar uma perda, e
você não deve se sentir mal por ter conseguido achar um jeito. Onde
quer que seu pai esteja, ele deve estar feliz por você ter conseguido
seguir a sua vida.
Assenti, sentindo uma lágrima quente descer por meu rosto.
O homem me puxou para um abraço, e eu enterrei minha
cabeça em seu peito, chorando como eu não fazia há anos,
deixando sair toda a angústia que eu ainda sentia pela perda.
Jason acariciou minhas costas e meus cabelos até que meu
desespero cessasse.
Me afastei em alguns centímetros, respirando fundo.
— Aproveite, esta é a única vez que você me verá chorando
— falei, tentando descontrair.
— Irei postar no Instagram que vi Diana Cooper chorar —
brincou, esticando sua mão e secando minhas lágrimas. Abri um
grande sorriso. — Assim é bem melhor. Nunca pare de sorrir.
— Obrigada — agradeci. — Precisamos nos apressar com a
comida ou vamos nos atrasar.
Tomei meu lugar na bancada, em frente à tigela, esperando
que Jason me trouxesse os ingredientes.
— Espero que goste de cebola na salada — disse ele.
— Eu adoro — respondi. — Como anda o seu trabalho? Está
se dando bem trabalhando em casa?
— Leslie contou todos os detalhes, não é? — perguntou e eu
assenti. — Está sendo diferente. Reuniões online não são um
problema, mas estamos criando uma linha nova de maquiagens e,
apesar de este não ser o meu trabalho, estou ajudando na parte
criativa.
— E como será a nova linha? Dê um spoiler, por favor, eu
amo maquiagem — pedi, mas ele negou com a cabeça.
— Talvez eu mostre para você antes mesmo de lançar, mas
ainda não. Acho que irá gostar.
— Então me conte como é a produção, como tudo é pensado,
decidido. Parece ser interessante.
Jason sorriu antes de começar a explicar. Era nítido o quanto
ele gostava de falar sobre o seu trabalho. Seus olhos pareciam
brilhar a cada frase que saia de sua boca.
Passamos a tarde ali, cozinhando, conversando, rindo e
aproveitando a companhia um do outro. Jason era bem mais do que
um corpo bonito. Ele era atencioso, inteligente e amoroso. Quando o
conheci, não achei que eu pudesse passar mais de dois minutos na
sua presença sem ter a intenção de atacar seus lábios, mas agora
era mais do que isso. Não se tratava mais de apenas fazer sexo
com ele, se tratava de passarmos algum momento juntos,
cozinhando, tomando um vinho, conversando. Na verdade, não
importava o que faríamos, desde que esses momentos fossem
aproveitados.
Quando o jantar estava quase pronto, voltei para minha casa
para me aprontar, afinal, não queria que Leslie chegasse e me visse
ajudando seu pai, ela poderia desconfiar.
Tomei em belo banho, lavei os cabelos e passei uma ótima e
rápida máscara de hidratação. Eu estava de bom humor e me
sentindo incrível, estava disposta a me arrumar mais do que o
necessário.
Sequei os cabelos e fiz uma maquiagem poderosa: sombra
amarela muito bem esfumada, delineado gatinho preto e batom
marrom. Amarelo era minha cor favorita para qualquer coisa.
— É uma festa e eu não estou sabendo? — perguntou minha
mãe, assim que me viu descendo as escadas.
— Eu só estava empolgada com a maquiagem.
— Está linda, querida.
Um sorriso doce se formou em seus lábios.
Dessa vez minha mãe achou melhor fazer uma sobremesa:
Brownie com pedacinhos de avelã.
Fomos até à casa ao lado e apertei a campainha. Jason abriu
a porta, animado e sorridente.
— Estávamos só esperando vocês — disse ele.
— Onde eu coloco a sobremesa? — perguntou minha mãe.
— Pode colocar na geladeira.
A mulher entrou afoita na casa, enquanto eu fiquei para trás.
— Você está incrível — comentou, em um tom baixo.
Sorri, sentindo que minhas bochechas coraram.
— Obrigada.
Um elogio não me deixava tímida há anos, mas, por algum
motivo, quando vi os olhos de Jason fixos em mim, não soube reagir.
Caminhei logo atrás dele até à sala de jantar. Leslie e Liam
estavam lá, junto de uma mulher. No momento em que vi seu rosto,
achei que estava ficando louca ou algo assim. Aquela mulher era
quase idêntica à Angelina, a mãe de Leslie.
— Que bom que chegou Diana! — disse a garota. — Esta é
minha tia Ivana. Irmã da minha mãe.
— Muito prazer — falei. — Vocês eram gêmeas?
— Não, mas sempre nos perguntavam isso. Eu era a mais
nova.
— Ah, sim, desculpe.
— Tudo bem.
Sentei em meu lugar e servi meu prato.
Liam parecia um pouco nervoso, afinal era o primeiro jantar
na casa da sua namorada e ainda com o pai dela, mas ele
conseguiu controlar muito bem a situação.
Meu olhar e o de Jason se encontraram durante a noite. Uma,
duas, três vezes. Para falar a verdade, eu não conseguia tirar os
meus olhos dele.
Não tenho certeza se Ivana gostou de mim. Quando me
dirigia a palavra adotava um ar superior, o que não aconteceu com
as outras pessoas presentes. Não sabia o motivo. Talvez o fato de
eu estar quieta a fez pensar que eu era uma mal-educada, ou
simplesmente reparou meus olhares para cima de Jason e não
gostou.
— Diana sabe fazer uma bebida incrível. Ela fez para mim
semana passada — disse minha mãe.
— Ah, sim, é caipirinha. Minha colega de quarto na faculdade,
a Suellen, é brasileira e me ensinou a fazer. É uma delícia.
— Do que é feita? — perguntou Jason.
— Cachaça, limão e açúcar. Gosto bem doce, mas acho que
vai do gosto de cada um.
— Parece ser muito bom, vou querer provar com certeza —
disse ele.
Sorri e assenti.
Ivana não parecia nada satisfeita com as pequenas frases
que troquei com Jason ao decorrer do jantar, mesmo que mais
ninguém tenha achado isso um problema.
Logo depois de terminarmos a refeição, eu e minha mãe
voltamos para nossa casa.
Tomei mais um banho rápido e gelado por conta do calor
antes de me jogar na cama. Peguei meu celular e vi cinco
mensagens de Rose.
Ela havia me chamado para sair, mas meu celular ficou
trancado em meu quarto durante todo o jantar.
“Desculpe, não vi suas mensagens. Eu estava jantando na
casa da Leslie.”
Não demorou mais de um minuto para que ela me
respondesse:
“E o gato do pai dela estava lá?”
“Sim, Rose, ele estava.”
“Você deveria chamar ele em alguma rede social. Todo
mundo viu os olhares que ele te lançou naquele dia na piscina.”
“Eu não sei em qual rede social ele costuma entrar.”
“Pesquise no Instagram, se não achar tente o Facebook.”
Rose podia estar certa.
Abri o Instagram e fui até o perfil de Leslie. Se seu pai
estivesse na rede social, com certeza estaria entre os seguidores
dela. Não precisei procurar muito para encontrar. Sua conta era
privada, então mandei uma solicitação.
Enquanto eu digitava uma nova mensagem para Rose, ele
me aceitou e seguiu de volta.
“Jason aceitou minha solicitação na mesma hora.”
“Mande uma mensagem!”
Dei uma espiada por minha cortina. Jason estava em seu
quarto, mexendo em seu notebook, com o celular nas mãos e sem
camisa.
Voltei para a cama e tirei uma selfie totalmente casual,
levantando dois dedos e com um sorriso espontâneo. Apesar de a
ideia não ter sido tirar uma foto sensual, meu decote estava enorme.
Usei as ferramentas do Instagram para escrever um oi cheio de is
em cima dos meus seios e mandei a foto para ele.
Jason visualizou instantaneamente, como se estivesse
esperando por aquilo.
Ele respondeu em seguida, também com uma foto
espontânea e com a frase “como você está?” bem em cima de seu
peito musculoso.
Sorri involuntariamente e me preparei para tirar outra foto,
desta vez apenas dos meus olhos para cima, mostrando as fracas
sardas que eu tinha.
O resto da noite foi baseada nisso: fotos aleatórias com
assuntos aleatórios.
— Aqui estão as bebidas — falei, levantando as sacolas que
eu havia levado, assim que Leslie abriu a porta. Fomos até a
cozinha e eu as deixei na bancada. — Eu trouxe as coisas para
fazer caipirinha, algumas cervejas e uns três sabores diferentes de
suco, além de, claro, refrigerante de uva, seu favorito!
Coloquei todas as garrafas na geladeira.
Teria uma pequena reunião na casa de Leslie naquela noite.
Convidamos apenas Liam, Charles e Rose, teríamos música,
conversa, karaokê até o amanhecer.
— Já está ótimo. Depois eu pago você — disse ela.
— Não precisa, vou tomar a maior parte disso tudo mesmo.
Segui a garota pela casa até entrarmos em seu quarto. Em
pouco tempo nossos amigos chegariam.
— Eu quero pedir um conselho — disse ela, sentando na
cadeira em frente à penteadeira.
— Diga. Adoro dar conselhos — falei, deitando em sua cama
de bruços, escorando minha cabeça com as mãos.
— Ontem foi a primeira vez que eu dormi na casa do Liam. —
Suas bochechas começaram a corar na mesma hora. — Nós
tentamos transar, mas eu não consegui. Fiquei nervosa demais,
estava doendo muito e eu pedi para ele parar. Não estou
conseguindo controlar a minha ansiedade desde então, mal dormi
essa noite. Como eu poderia fazer para não doer tanto?
Ela estava muito envergonhada, mas fiquei feliz por ter
perguntado. Apesar de eu ser virgem, meu conhecimento no
assunto poderia ser útil para ela.
— Leslie, você acreditaria se eu dissesse que sou virgem? —
falei. A garota arregalou os olhos e me olhou. — Mas calma, posso
dar alguns conselhos valiosos.
— Acho que eu não esperava por isso, mas estou pronta para
ouvir.
— Eu sempre pesquisei muito sobre isso, sobre o prazer
feminino e masculino, já queria começar minha vida sexual
mandando bem e sabendo de tudo. Meu conselho é: só transe se
você realmente quiser e estiver muito excitada. Peça para o Liam
acariciar você até que esteja relaxada. Você também precisa
descobrir o que mais te agrada. Pode se tocar sozinha e explorar
todo seu corpo para saber o que mais te excita, ou pode tentar fazer
isso com o Liam. O sexo é bem mais do que só penetração.
Leslie estava tentando processar as informações. Pensei que
tudo aquilo poderia ser óbvio para uma garota de dezoito anos, mas
algumas vezes é bom explicar o óbvio. Além disso, pela sua
surpresa, ela provavelmente não tinha pensado sobre aquilo.
— Então o meu nervosismo atrapalhou na hora? Eu acho que
também não estava excitada.
— Atrapalhou sim. Você deve ter ficado tão nervosa que não
se permitiu aproveitar o momento, sendo assim não se excitou e
seus músculos não relaxaram. Por isso é tão importante você estar
excitada, quando isso acontece, seu canal vaginal aumenta e vai ser
mais fácil e menos doloroso na hora da penetração.
Ela suspirou.
— Que bom. Eu achei que havia algo de errado com o meu
corpo.
— Claro que não! Não acho que seja incomum ficar nervosa
na primeira vez.
— Minha escola foi péssima quando o assunto era educação
sexual no ensino médio. Só nos ensinaram como era a fecundação
e mostraram fotos de DST. Nem sei direito como se coloca uma
camisinha — reclamou ela.
— Não se preocupe. Converse com o Liam sobre isso e ele
também pode te ensinar algumas coisas. E não se esqueça de
perguntar do que ele gosta, o prazer dele é importante também.
Ela assentiu e sorriu.
— Obrigada. Estou me sentindo mais aliviada.
— Fico feliz por isso. Se seguir meus conselhos e conseguir,
conte-me depois.
— Pode deixar.
Sorri para ela.
Antes que eu abrisse a boca para falar algo, a campainha
tocou. Apesar de o sol ter acabado de se pôr, sabia que eram
nossos amigos.
Todos estavam muito bem arrumados, mesmo sabendo que
era algo descontraído e casual. Eu usava um vestido amarelo de
cetim, agarrado ao meu corpo e com alças fininhas. Nos pés optei
por um tênis branco.
Colocamos uma música consideravelmente alta nos fundos
da casa, em volta da piscina. Sentei em uma das cadeiras,
observando Rose ensinar a coreografia da música para Charles.
Leslie e Liam sentaram ao meu lado. A garota estava com um copo
de seu refrigerante favorito nas mãos, já seu namorado parecia estar
bebendo suco de laranja, provavelmente queria a acompanhar.
— Não vai tomar nada? — o garoto de cabelos cacheados
perguntou.
— Daqui a pouco, talvez.
— Diana, veja se você não concorda comigo: você também
sentiu um clima entre a minha tia e meu pai durante o jantar? Liam
não tem certeza.
Minha respiração falhou por um pequeno segundo.
Um clima entre os dois? Isso não tinha nada a ver com o fato
dela ser a cara da Angelina, não é?
— Não reparei em nada — falei.
— Será que enlouqueci de vez? Gosto tanto da minha tia,
queria muito que eles ficassem juntos. Vou falar sobre isso com o
meu pai mais tarde.
Mexi desconfortável minhas pernas, talvez um pouco
encucada com o que Leslie havia acabado de dizer.
Será que, na verdade, Jason era apaixonado por Ivana, e o
que sentir por mim era nada mais do que atração física que passaria
no instante em que transássemos?
Mas, afinal, não era exatamente isso que eu queria? Fazer
sexo com ele e depois cada um seguir para o seu lado?
Balancei a cabeça. Eu não costumava ter esses
pensamentos, não costumava me sentir insegura em relação a um
homem, e não era agora que isso aconteceria.
Charles aproximou-se de nós, animado e quase saltitante.
— Liam disse que você ia fazer caipirinha, Diana. Venham,
vocês duas, vamos lá — disse ele.
Nossas mãos foram puxadas e não tivemos muito tempo para
recusar. Eu e a loira seguimos Charles até a cozinha.
— Eu só vou experimentar um golinho — afirmou a loira.
— Eu posso fazer bem fraco para você experimentar — falei.
Agradeci Suellen mentalmente, pelo menos, quatro vezes
enquanto preparava a bebida.
— Isso é como beber a felicidade — afirmou Charles.
— É muito bom mesmo — concordou Leslie. — Acho que vou
fazer uma limonada para mim mais tarde, agora vou levar um pouco
disso para o meu pai, ele disse que queria provar — lembrou.
— Deixe que Diana leve porque agora eu vou ensinar você a
dançar! — disse o garoto.
— Com todos olhando? Tenho vergonha.
— Todos? Liam e Rose? Liam vai adorar e Rose dança com a
gente, vamos lá.
Charles pegou a mão de Leslie e me lançou uma piscadinha.
Entendi exatamente o que ele estava fazendo.
— Meu pai está trabalhando no porão, é onde fica o escritório
dele — avisou ela antes de ser arrastada para fora.
Respirei fundo e peguei o copo com caipirinha. Desci as
escadas do porão e dei de cara com uma verdadeira academia.
Avistei uma porta e bati nela, supondo que o escritório ficava ali.
Ouvi a voz de Jason gritando um “entra” e assim fiz.
Fechei a porta atrás de mim e o vi sentado em sua mesa,
com o ar condicionado na menor temperatura possível.
— Trouxe caipirinha para você provar — falei, erguendo o
copo e em seguida o colocando em cima da sua mesa.
— Obrigada, Diana. — Ele o pegou e tomou um gole. —
Muito bom.
Dei a volta e me parei ao lado de sua cadeira, olhando para a
tela do computador.
— Trabalhando até essa hora? — perguntei.
— Sim. A nova linha precisa estar pronta logo, precisamos
nos apressar — explicou, encarando meu corpo de cima a baixo. —
Você fica muito bem de amarelo.
Sorri, jogando meu cabelo liso para trás.
— Minha cor favorita.
Olhei para seus olhos azuis que estavam na altura dos meus
seios. Senti seus dedos tocarem a parte interna da minha coxa,
fazendo movimentos de vai e vem, bem sutis. Abri levemente
minhas pernas, e então sua mão pode tocar em minha calcinha
pequena.
Mordi o lábio inferior, sem desviar meu olhar do dele.
Jason colocou o tecido fino para o lado, acariciando minha
virilha e fazendo uma trilha até meu clitóris. Ele iniciou movimentos
lentos e circulares com o polegar.
Quando mais a velocidade aumentava, mais eu sentia minha
calcinha molhada.
— Eu quero mais — sussurrei.
— Não podemos. Nem isso eu deveria estar fazendo.
— Você não quer?
— Eu quero, mas isso não significa que seja certo.
— Eu também quero. Isso parece certo para mim.
Puxei o colarinho da sua camisa até que ele se colocasse em
pé na minha frente. Não dei muito tempo para ele pensar e logo
ataquei seus lábios em um beijo feroz.
Suas mãos passeavam por todo o meu corpo enquanto eu
apenas segurava o seu rosto. Jason levantou minha saia e apertou
minha bunda com toda a força que conseguiu.
Separei nossas bocas por um breve momento, ofegante.
— Eu quero sentir você dentro de mim, não há nada de
errado nisso — falei.
Ele me encarou por alguns segundos, e então finalmente se
deu por vencido. Empurrou-me até que eu sentasse em sua mesa
logo atrás de mim, então se pôs entre minhas pernas.
A saia do meu vestido já estava na metade da minha barriga.
Nossos corpos estavam colados um no outro enquanto Jason
beijava meu pescoço. Movi meu quadril algumas vezes, sentindo
seu pênis duro embaixo da calça, me deixando mais excitada do que
já estava.
Abaixei meu decote e coloquei meus seios para fora. Senti
sua mão apertando um deles sem dó, fazendo um gemido baixo
escapar de mim.
Ele se afastou em alguns centímetros, levando a mão até o
botão da calça, mas, de repente, parou.
— Droga! — exclamou. — Não tenho camisinha aqui.
— Posso ir até o seu quarto para pegar — sugeri.
— Não, não. Leslie pode vê-la e enchê-la de perguntas.
— Vai na minha casa amanhã durante a tarde, acho que
poderemos resolver isso.
Jason assentiu.
— Ah, garota, você me deixou totalmente duro — falou,
olhando para meus seios desnudos.
— Eu ainda posso dar um jeito nisso.
Sorri maliciosamente, empurrando-o levemente e descendo
da mesa.
Desci até que eu ficasse de joelhos, abrindo a sua calça e
colocando seu pênis para fora.
Era mais grosso do que imaginei. Tinha certeza que doeria ao
entrar em mim pela primeira vez, mas essa curiosidade só me
deixou com mais vontade de sentir.
Não era a primeira vez que eu fazia aquilo, apesar de não ter
tanta experiência.
Parei com a enrolação e tratei de enfiá-lo logo em minha
boca, começando com movimentos leves e usando uma de minhas
mãos para ajudar. Usei minha mão livre para descer por meu corpo
e massagear meu clitóris.
Tentei o colocar cada vez mais fundo, sentindo-o encostar em
minha garganta, em seguida o tirando um pouco para respirar.
— Sua boca é uma delícia — comentou, acariciando minha
cabeça.
— E você ainda nem sentiu as outras partes do meu corpo —
falei, voltando a chupá-lo.
Jason passou a controlar a velocidade e profundidade depois
que agarrou meus cabelos.
— Isso incomoda você? — perguntou.
Apenas neguei.
Ele sorriu de forma maliciosa e continuou o que estava
fazendo.
Quase engasgar com seu pênis em minha boca me deixou
excitada de uma forma quase inexplicável. Eu continuava me
masturbando e estava muito perto do meu orgasmo.
Sentia que Jason também estava perto de seu ápice. Ele
segurava minha cabeça com força e movia seu quadril quase com
violência, às vezes me deixando sem ar. Parei de usar minha mão
nele e deixei que controlasse toda a situação.
Gemi o quanto consegui enquanto gozava com minhas
próprias carícias. Quando isso aconteceu, Jason também soltou um
gemido, despejando toda a sua excitação dentro da minha boca.
Caí sentada no chão, ofegante demais para falar.
Encarei ele e sorri, demonstrando que eu havia gostado do
seu jeito de conduzir as coisas. Estendeu sua mão e me ajudou a
levantar. Arrumei meu vestido e minha calcinha enquanto ele vestia
sua calça.
— Não esqueça de ir até minha casa manhã. Vou querer
muito mais — comentei.
Jason sorriu ao ouvir minha frase.
— Se você aguentar muito mais do que isso — desafiou.
— Acho que você é quem não irá me aguentar — retruquei.
— Boa noite.
Ele me observou até que eu saísse de sua sala.
Jason me surpreendeu positivamente. Quem diria que aquele
homem quieto e sério fosse tão intenso?
Voltei para os fundos logo depois de passar no banheiro.
Estava tentando não demonstrar minha ansiedade e animação, mas
era algo difícil no momento.
Charles me olhou quando sentei de volta na cadeira que
estava. Sorri, tentando mostrar que eu havia me dado muito bem
naquela noite.
A expectativa era grande. Eu não iria mandar uma
mensagem. Se Jason realmente queria algo, aquele era o momento
de ele provar, de ele tomar a iniciativa. Passei a manhã limpando
meu quarto, fazendo um almoço delicioso e em seguida tomando um
banho gelado.
Quando o relógio marcou duas e meia da tarde, ouvi batidas
na porta de casa. Sorri comigo mesma enquanto descia para a
atender.
Jason entrou na casa rapidamente.
— Espero que não tenha esquecido da nossa tarde juntos —
disse ele.
— Como eu poderia? — falei, sem perder tempo.
Beijei seus lábios com certa urgência, recebendo carícias em
quase todo o meu corpo.
Peguei sua mão e o puxei para subir as escadas e entrar no
meu quarto. Tranquei a porta e fechei as cortinas para ter certeza
que não seríamos interrompidos.
— Eu acho que é a minha vez de provar o seu gosto. —
Jason sorriu e tirou a camisa, jogando-a em um canto qualquer.
— Com certeza.
Ele deitou na cama e fez sinal para que eu me aproximasse.
— Quero que sente — falou.
Fiz exatamente o que ele pediu: tirei meus shorts e minha
calcinha e sentei na sua cara. Meu corpo estremeceu ao sentir sua
língua entrando em contato com meu clitóris.
Jason apertou minhas coxas e me puxou para baixo,
deixando-o sem respirar por poucos segundos.
Entendi o que ele queria que eu fizesse. Apesar de eu nunca
ter fantasiado isso, a ideia de sufoca-lo entre minhas pernas me
excitava.
Entrelacei meus dedos em seu cabelo, puxando-os e
segurando sua cabeça exatamente no ponto que eu queria. Rebolei
no momento que percebi sua língua entrando em mim sutilmente.
Suas mãos ainda apertavam minhas coxas com firmeza.
Jason me sugava e lambia com vontade, em especial nos momentos
em que eu repousava boa parte do meu peso e o deixava totalmente
sem ar.
Ele deu um leve tapa em minha coxa, então entendi que ele
estava precisando respirar.
— Já foi chupada? — perguntou, ofegante.
— Não assim — falei, quase explodindo de tesão.
— Então aproveite e goze para mim — disse, voltando com a
sua boca para onde estava.
Cada vez que eu olhava para baixo e via Jason se deliciando
comigo, sentia que meu orgasmo estava mais perto.
Segurei sua cabeça e o sufoquei uma última vez, gemendo
quase sem controle e sentindo o ápice do prazer.
Saí de cima dele e deitei na cama, procurando por ar, ainda
extasiada e fechando os olhos.
Jason me beijou, fazendo-me sentir meu próprio gosto em
seus lábios. Sua mão subiu por baixo da minha blusa até encontrar
meus seios, que estavam, como sempre, sem sutiã.
Tirei a última peça que me cobria enquanto o homem também
se livrava das dele, pegando uma das camisinhas que ele havia
trazido em seu bolso e se protegendo.
Sua boca foi direto para os meus mamilos, passando a língua
e mordiscando suavemente, ao mesmo tempo que acariciava o
outro com a mão.
Senti seu pênis roçando em mim, mas o parei antes que me
penetrasse.
— Eu quero ficar por cima — falei.
Ele sorriu maliciosamente, mudando as posições sem
enrolação.
Passei minhas unhas por todo o seu abdômen, enquanto
movia meu quadril e esfregava meu clitóris por cima do preservativo.
— Isso é algum tipo de tortura? — perguntou em um quase
gemido.
— Para que a pressa? Eu gosto de brincar — respondi,
inclinando meu corpo e o beijando com urgência.
Segurei seu pênis e o posicionei, sentando devagar e com
cautela para não me machucar.
Eu não podia negar que estava doendo, mas ainda assim era
uma dor suportável e que valeria a pena.
Jason acariciava minhas pernas, provavelmente para me
deixar mais tranquila. Enfiei tudo o que consegui, e então comecei a
subir e descer levemente.
Pegueis suas mãos e as coloquei em meus seios. Ele passou
a acariciar meus mamilos, aumentando minha excitação e
diminuindo minimamente a dor.
Aos poucos, dei mais velocidade aos movimentos que fazia e
passei a me masturbar para ajudar. Jason encarava a cena com os
olhos transbordando de desejo. Sabia que ele estava se controlando
por ser a minha primeira vez, e já estava curiosa para saber como
seria a segunda.
Beijei seus lábios, seu pescoço e seu peito, arranhando sua
barriga. Desceu seus dedos por minha cintura e logo chegou em
minha bunda, estapeando e apertando com força.
Quando finalmente consegui manter um bom ritmo e quase
sumir com a dor, Jason me puxou para mudar a posição, deixando-
me deitada na cama. Ele abriu minhas pernas o máximo que
conseguiu, quase fazendo meus joelhos encostarem em meus
peitos, exigindo o máximo da minha flexibilidade. Segurei minhas
próprias coxas e senti mais uma vez cada centímetro seu entrando
em mim.
O homem usou suas mãos para segurar seu peso, colando
nossas testas e colocando cada vez mais força em suas estocadas.
Fechei os olhos, sentindo seu cheiro tão perto, o seu corpo
roçando no meu e aproveitando o seu pênis no meu ponto mais
fundo. Ele segurou meu rosto e encarou meus olhos, enquanto eu
gemia alto. Sua mão desceu até meu pescoço, apertando-o
levemente.
— Vai mais rápido — pedi.
— Tem certeza? — perguntou e eu assenti. — Então peça
com jeitinho.
— Quero que você me foda forte, rápido e fundo, Jason —
falei gemendo.
Ele obedeceu, quase dobrando sua velocidade e força. Meus
seios pulavam sem controle, e logo sua boca estava em um deles,
deixando marcas de chupões.
Sua respiração falhou por alguns segundos. Jason fechou
seus olhos e soltou um gemido alto quando chegou ao orgasmo.
Parou de se mover aos poucos, beijando meus lábios devagar dessa
vez.
— Seu corpo é uma delícia — disse, ainda procurando por ar.
— E é todinho seu — falei, vendo-o cair ao meu lado na
cama.

[...]

— Mas então é por causa da princesa Diana? — perguntou


Jason, referindo-se ao meu nome.
— Talvez seja por causa da Mulher Maravilha — falei.
Estávamos deitados em minha cama há, pelo menos, uma
hora, jogando conversa fora, ainda nus e recebendo carinho um do
outro.
— Seja qual tenha sido a inspiração da sua mãe, combina
com você.
— Você acredita que quando eu comecei a andar com meu
amigo Charles, algumas pessoas da escola insistiam que fossemos
um casal por causa do príncipe Charles e da princesa Diana? Só
esqueceram que meu amigo é gay.
Jason soltou uma risada inesperada.
— Como explicar as ideias dos adolescentes do Ensino
Médio? — brincou.
— Eu ainda me pergunto isso todos os dias.
— Talvez a inspiração para o meu nome tenha sido o Jason
Voorhees — disse, pensativo. — Minha mãe era fã desses tipos de
filme.
— E quem não é? Sexta-feira 13 é um clássico!
— Nunca assisti o original, só um que fizeram em 2009, eu
acho.
— Eu acho que são doze, mas um deles se passa em uma
espaçonave no futuro. Podemos desconsiderar esse, é muito ruim
— avisei.
— Esses filmes tomaram um rumo que eu não esperava —
falou, balançando a cabeça negativamente.
O silêncio se estabeleceu entre nós pela primeira vez naquela
hora, mas não era algo incomodo. Pelo contrário. Eu estava deitada
em seu peito, seus dedos passavam levemente por minhas costas e
eu o abraçava pela cintura.
— Acho melhor você ir. Minha mãe deve estar prestes a
chegar — falei em um tom de voz baixo.
— Você tem razão — concordou.
Dei espaço para que Jason levantasse, mas enquanto fazia
isso, seus olhos bateram em mim mais uma vez e ele me puxou
para um beijo, segurando com firmeza minha cintura. Nossos corpos
nus se colaram novamente.
— Vou parar por aqui antes que eu estenda a minha
despedida e eu não vou pegar leve como da próxima vez — falou,
abrindo um sorriso.
— É melhor mesmo.
Ele levantou, pegando sua roupa que estava no chão perto da
cama e a vestindo.
Sorriu para mim antes de abrir a porta e sair.
Permaneci na cama, feliz, realizada sexualmente e querendo
mais.

[...]
Estava na hora de arrumar meu quarto. Eu estava ali há
semanas e não fiz nada mais do que varrer o chão e trocar as
roupas de cama. Tirei a tarde para limpar o cômodo, mesmo a
minha vontade para isso estando em zero.
Antes mesmo que eu acabasse, recebi uma mensagem de
minha mãe:
“Não esqueça do jantar hoje à noite.”
Eu havia esquecido.
Hoje iríamos jantar na casa do novo namorado dela, Adam.
Eu ainda não o conhecia, mas sabia que ele tinha um filho com
quase a minha idade.
Quando ela chegou, começamos a nos aprontar e logo
saímos de casa.
Estava tão feliz por minha mãe. Sabia que em muitos
momentos ela se sentia sozinha e queria conhecer alguém, mas, ao
mesmo tempo, não conseguia se ver apaixonada novamente. Eu
soube, no momento em que cheguei no início do verão, que havia
algo diferente nela. Não imaginei que poderia ser uma pessoa nova
em sua vida, até ela me contar poucos dias atrás, sem entrar em
detalhes.
A casa de Adam não ficava muito longe da nossa, chegamos
em poucos minutos.
— Olá, então você é a Diana, não é? Sua mãe fala muito de
você — disse ele assim que abriu a porta, estendendo a mão.
Sua aparência não era como eu imaginei. Havia diversas
tatuagens espalhadas por seus braços e, apesar de parecer novo,
sua barba e cabelos tinham partes grisalhos.
— Sim. Prazer em conhece-lo — falei, apertando sua mão.
A sala de estar era maior do que parecia por fora. Com a
decoração toda branca e grandes janelas de vidro.
— Peter está terminando de arrumar a mesa — avisou.
Minha mãe estava nitidamente nervosa, mas eu não entendia
o motivo. Esperava muito que não fosse por minha causa.
Seguimos até à sala de jantar, onde um jovem homem de
cabelos loiros e olhos azuis estava colocando uma travessa no meio
da mesa.
— Então você é a Margaret? — perguntou ele, virando para a
minha mãe. — Fico feliz em finalmente a conhecer.
— Muito prazer Peter — respondeu a mais velha.
O loiro olhou para mim, abrindo um sorriso simpático.
— Você é a filha dela? Não me disseram que era tão bonita
assim.
Não tive uma resposta para isso, apenas fiquei surpresa e
permaneci calada.
— Calminha aí, Peter — Adam repreendeu. — Vamos jantar.
Sentei ao lado de minha mãe e servi um prato generoso do
risoto que estava ali.
— Então você faz jornalismo, Diana? — perguntou o homem
tatuado.
— Sim. Falta apenas um ano para eu terminar. É algo muito
interessante de se estudar, apesar de cansativo.
— Que bom que gosta. Fiz uma faculdade que não suportava
e fico muito feliz por não trabalhar com isso atualmente.
— No que é formado?
— Contabilidade — respondeu tristonho. — Agora,
felizmente, trabalho com música, principalmente composições.
Sempre foi o que quis fazer.
— E você, Peter? — perguntou minha mãe.
— Faço marketing aqui mesmo em Oklahoma City.
— Sou formada em marketing. Mesmo depois de tantos anos
ainda gosto muito do assunto — afirmou a mais velha.
O jantar teria sido perfeito se não fosse os olhares que Peter
insistia em me lançar.
Durante a noite, Adam falou que ele e sua ex-esposa
adotaram seu filho, o que explicava a divergência entre a aparência
dos dois.
Assim que terminamos o prato principal, minha mãe
acompanhou seu namorado até à cozinha para buscar a sobremesa.
— O que achou da comida? — perguntou Peter, quebrando o
silêncio.
— Ótima. Gosto muito de risoto.
— Que tal sairmos juntos? Nos conhecermos melhor — disse,
mudando completamente de assunto.
Eu não estava afim de ter um encontro com o meu novo
“irmão”, principalmente por ele me parecer uma pessoa um tanto
insistente.
— Acho melhor não.
Ele abriu a boca para responder, mas foi interrompido por seu
pai.
— Torta de maçã! — exclamou ele.
— Eu adoro! — falei animada, olhando para a travessa em
suas mãos.
A torta estava uma delícia. Minha mãe havia acertado em
cheio com um homem super simpático e que sabia cozinhar.
Voltamos sorridentes para casa naquela noite, eu aliviada por
Adam parecer um bom homem, minha mãe contente por nós termos
nos dado bem.
Estava prestes a abrir um buraco no chão. Eu caminhava de
um lado para o outro na casa, tentando achar algo para me distrair,
mas nada adiantava.
Havia um alerta de tempestade severa para aquele dia. Um
dos meus maiores medos desde o dia que eu e minha mãe quase
estivemos dentro de um tornado F1 enquanto íamos do shopping
para casa. Não demos importância para o aviso, mesmo uma cidade
das redondezas tendo sido quase destruída dias antes.
Sentei na cadeira em frente à minha penteadeira, abrindo um
vídeo de tutorial de maquiagem no celular. Passei a hora seguinte
reproduzindo o que assisti, tendo um bom resultado quando
terminei. Tirei algumas fotos e em pouco tempo removi tudo o que
tinha feito.
As nuvens escurar já estavam tomando conta do céu, e o
medo tomando conta de mim.
Liguei para a minha mãe enquanto fechava todas as cortinas
da casa.
— Oi, mãe. Vai demorar muito para chegar em casa? —
perguntei.
— Sim. Ainda está cedo, Diana.
— Você não vai estar na rua quando começar a tempestade,
não é?
— Não. Se estiver muito ruim quando eu sair, eu espero.
— Está bem.
— Vá para a casa da Leslie. Melhor do que ficar sozinha.
Caso a situação piore, vá para o abrigo. Está se aproximando
rápido.
— Tudo bem, mãe. Se cuide.
— Você também.
Desliguei a ligação, suspirando.
Depois do ocorrido aterrorizante, implorei para minha mãe
que tivéssemos um abrigo subterrâneo. Ficava nos fundos do
jardim, longe o suficiente da casa para não ficarmos presos. Antes
de eu ir para a faculdade, entrava lá, pelo menos, dez vezes por
ano, mesmo que na maioria das vezes nada de mais tenha
acontecido do lado de fora e o aviso nem ao menos tivesse soado.
Eu não estava disposta a arriscar ter uma crise de ansiedade
sozinha em casa. Peguei meu celular e saí pela porta da frente, sem
olhar para cima, apenas encarando o caminho de dez passos que
precisava fazer. O vento já estava aumentando e era possível ouvir
seguidos trovões.
Toquei a campainha e esperei que me atendesse.
— Leslie está? — perguntei quando Jason abriu a porta.
— Na verdade, não. Ela foi almoçar na casa do Liam e ainda
não voltou — avisou. — Você está bem? Quer entrar?
Assenti.
— Eu tenho medo de tempestades por causa de uma coisa
que aconteceu anos atrás. Vim até aqui procurando a companhia de
Leslie. Minha mãe não está em casa e parece que hoje será
horrível, não queria ficar sozinha.
— Espero que minha companhia sirva.
— Com certeza — sorri.
— Mas fique tranquila, não acho que será tão ruim — falou,
tentando me tranquilizar, mas ele estava errado. Assim que terminou
sua frase, a sirene tocou. — Ou vai.
Segurei seu braço em um movimento involuntário.
— Ai meu Deus! Será que está perto? Será que é grande? —
perguntei, sentindo meu coração disparar. — Vamos para o abrigo.
— Essa casa não tem um.
— A minha tem! Vamos.
O som das sirenes conseguia ser mil vezes mais assustador
do que o som do vento forte. Ele me dava uma sensação ruim, como
se o fim do mundo estivesse se aproximando. Era como em um
filme de terror.
Entramos no abrigo e fechamos a porta o mais rápido
possível. Era um lugar pequeno, mas cumpria seu papel. Lá dentro
haviam dezenas de garrafas d’água e um sofá pequeno — o único
que coube —.
— Nós tínhamos um abrigo quando morávamos em Houston,
mas nunca lembrávamos de deixar água lá — comentou Jason,
claramente puxando um assunto qualquer.
— Eu queria deixar comida enlatada aqui, mas minha mãe
não achou necessário.
— Também acho que não seria preciso, mas é sempre bom
prevenir.
Sentei na ponta do sofá e Jason tomou o lugar ao meu lado.
— Me desculpe, sabe, por todo esse drama que eu estou
fazendo — falei.
— Está tudo bem. Não vou julgá-la por ter medo de algo,
principalmente algo tão perigoso assim.
— Pensei em fazer uma terapia para me livrar desse terror,
mas é melhor ser assim e sempre me proteger do que parar dentro
de um deles de novo.
— Espera, você parou dentro de um tornado e está aqui para
me contar essa história? — perguntou, incrédulo.
— Acho que não, mas passei muito perto. Era noite e eu não
lembro exatamente o que aconteceu. Não era um tão forte e eu
estava dentro do carro. Lembro de começar a chorar e da sensação
de que eu iria morrer.
— Imagino o quanto deve ter sido horrível — disse,
acariciando meu braço. — Mas estamos seguros aqui. Vai ficar tudo
bem.
Jason sorriu e me puxou para um abraço.
Eu definitivamente me sentia mais segura assim, sentindo
seu calor envolvendo meu corpo, com seu perfume amadeirado
invadindo minhas narinas.
Fechei os olhos, tentando focar apenas naquele momento, e
não no que estava acontecendo lá fora. Eu ouvi seu coração bater,
cada vez mais calmo e entrando no mesmo ritmo que o meu. Suas
mãos me seguravam com firmeza e isso me passava uma certa
segurança.
Ficamos lá por algum tempo, até que parecesse seguro sair.
Jason tomou a frente, abrindo a porta e dando uma boa
olhada em volta.
— Pode vir. As cadeiras estão reviradas, mas nada além
disso — avisou.
Segui o homem para fora do lugar, tendo certeza que nenhum
tornado passou por ali.
— Acho que não passou muito longe — falei.
— Venha, vou fazer um chá para você.
Já não ventava e as nuvens haviam clareado.
Entramos na casa, que por sorte não estava sem energia.
Estranhei, mas agradeci.
— Será que já tem alguma notícia? Como foi, se alguém se
feriu.
— Não sei. Tenta olhar na internet, mas não tenho certeza se
o wi-fi está funcionando, ele cai toda hora.
Sentei e escorei os braços na bancada, tentando acessar o
primeiro site de notícias que me veio na cabeça enquanto Jason
preparava um chá de camomila.
— Acho que não foi tão ruim — falei.
— E aí? — perguntou, colocando a xícara em minha frente.
— Acho que não atingiu nenhuma área residencial. Pelo
menos ninguém falou nada até agora.
Tomei dois goles do meu chá, adoçado no ponto ideal.
— Bom, então acho que foi apenas mais um susto — disse
ele. — Que tal eu preparar um bolo de chocolate?
— Seria ótimo. O melhor sabor para bolos.
— O melhor sabor para tudo.
— Aquela minha amiga que me ensinou a fazer caipirinha, a
Suellen, fez para mim um doce brasileiro muito gostoso, mas nunca
tentei fazer. Vai leite condensado e eu não consegui encontrar para
tentar fazer. Vai chocolate também, é muito bom.
— Vou procurar o leite condensado na cidade e você
pergunta a receita para a sua amiga. Se a bebida era boa, imagine o
doce — disse, dando alguns passos lentos em minha direção.
Sorri.
— Tenho algo bem mais gostoso para você — provoquei,
mordendo o lábio inferior.
— Já provei e posso afirmar que é uma delícia.
Jason me lanço um sorriso malicioso.
Antes que eu pudesse o responder, ouvi a porta da sala
batendo.
— Pai? — Leslie perguntou, entrando na cozinha. Ela olhou
para mim, um pouco confusa. — Diana? O que está fazendo aqui?
— Foi a tempestade, querida. Acho que você deve saber que
Diana tem medo. Ela estava sozinha e veio parar aqui — explicou
Jason, um pouco enrolado. Ele definitivamente não estava
esperando por isso.
— Vim procurar você, Leslie, mas você não estava. Assim
que cheguei começou o alerta de tornado, foi tudo muito rápido —
falei. — Inclusive, você estava bem protegida?
— Sim estava. A casa de Liam é bem segura — disse, ainda
não convencida com a desculpa que demos, mesmo, na real, sendo
a verdade.
— Ótimo. Bom, eu já vou indo. Obrigada pela companhia e
pelo chá de camomila, sinto-me bem melhor — agradeci, levantando
e esticando as costas, tentando parecer o mais natural possível.
— De nada. Até mais — respondeu o mais velho.
Abanei para os dois enquanto me retirava do cômodo.
Tinha quase certeza que Leslie havia percebido que aquilo
não era apenas uma simples companhia. Ela desconfiou e não
gostou nada.
Não sabia o que fazer em relação a isso no momento, só
queria ir para casa, ligar para a minha mãe e descansar depois da
tarde tensa que tive.
Lá estava eu deitada em meu quarto depois da tarde
apreensiva do dia anterior.
Leslie não havia falado comigo ainda, mas eu estava sem
coragem de dar as caras.
Percebi uma movimentação no quarto de Jason e olhei para
lá na mesma hora. Ele estava abrindo a sua cortina pela primeira
vez no dia, então decidi mandar uma mensagem:
“Bom dia. Como passou a noite?”
Não precisei esperar muito para receber uma resposta.
“Teria sido melhor se tivesse passado com você.”
“Que cantada clichê foi essa? Você é melhor que isso.”
“Teria sido melhor se eu tivesse feito você gemer a
madrugada inteira.”
“Ah, Deus! Não me deixe com vontade de fazer isso.”
“Queria que pudéssemos tentar. Talvez quando a Leslie for
dormir na casa do Liam.”
“Inclusive, ela disse mais alguma coisa sobre ontem?”
“Não, mas não para de me empurrar para Ivana. Leslie está
bem insistente, mesmo eu dizendo que não quero.”
Ela claramente sabia o que estava acontecendo. A pergunta
era: nós iríamos nos falar novamente depois disso?
“Deve ser um tanto irritante.”
“E é. Mas mudando de assunto, o que acha de sairmos hoje?
Estava pensando em um cinema, tem um filme perfeito para
assistirmos.”
“Mulher Maravilha?”
“Sim!”
“Encontro você na sua garagem em uma hora e meia.”
“Até lá.”
A última coisa que eu esperava era receber um convite de
Jason para ir ao cinema, mas tenho certeza de que seria bom.
Tomei um banho rápido e coloquei um vestido rosa-claro de
malha e mangas finas, colado ao meu corpo. Enquanto terminava de
fazer a maquiagem, recebi uma mensagem de Charles:
“Sorveteria daqui a pouco?”
“Não posso, vou ao cinema com o Jason.”
“O que? Cinema? Com o pai da Leslie? Por acaso vocês
estão namorando e não me contou?”
“Meu Deus! É claro que não. Nós transamos, viramos amigos,
e agora vamos aproveitar um tempo juntos, apenas isso.”
“Você acredita nas palavras que está me dizendo? E se ele
quiser namorar sério com você?”
“Ele quase não quis tirar minha virgindade, imagina namorar.
Relaxa, está tudo sob controle.”
“Preste atenção em todos os sinais. Se Jason levar você para
lanchar depois da sessão ao invés de querer transar no carro,
suspeite. Se ele pegar a sua mão, garota, prepare o vestido de
casamento.”
“Acho que o emocionado aqui é você, não é? Mas irei prestar
atenção nos detalhes.”
“Me conte tudo depois.”
Deixei meu celular de lado para terminar de me arrumar.
Charles estava completamente maluco! Era nítido que o que
eu e Jason tínhamos não passava de uma boa amizade e interesse
sexual. Nunca havíamos citado nossos sentimentos, e duvido que
iremos fazer isso em algum momento.
Depois de pronta, peguei uma pequena bolsa e coloquei meu
celular e chaves, me esquivando até a garagem de Jason em
seguida.
Ele estava lá, escorado em seu carro preto.
— Já estava quase batendo na sua porta — comentou.
— Faz tempo que não saio, queria me arrumar muito bem
para a ocasião.
Entramos no carro e ele logo deu partida.
— Acho que precisamos nos apressar se quisermos pegar a
próxima sessão — avisou ele, prestando atenção na estrada.
— Eu estava muito ansiosa para o lançamento desse filme,
mas era a única no meu grupo de amigos e não quis ir assistir
sozinha — admiti.
— Ouvi dizerem que o primeiro é melhor, mas não confio no
julgamento das pessoas da internet.
— Eu também não. Tem tantos filmes que eu amei e que tem
uma péssima reputação — falei. — Também tem aqueles que você
sabe que é ruim, mas mesmo assim adora.
— Sou assim com metade dos meus filmes favoritos.
Papeamos sobre filmes até chegarmos no cinema. A sessão
já estava prestes a começar, então nos apressamos para entrar.
Demos apenas um beijo durante o filme, afinal, eu estava ali
para o assistir, se eu quisesse apenas beijar eu estava em outro
lugar, não é?
— A cena dela com o uniforme dourado meu Deus do céu!
Que mulher! — comentei enquanto caminhávamos para fora,
completamente eufórica.
— Na metade do filme eu quase dormi e parei de entender o
que estava acontecendo, mas no final eu me situei.
— Tudo bem, eu me perdi um pouco em um momento, mas
foi bom. Precisamos assistir de novo, sempre tem algo que
deixamos passar.
— Me diga: que tal um lanchinho?
Meu corpo inteiro gelou ao ouvir sua frase.
Charles estava certo ou era loucura da minha cabeça?
— Claro. Estou querendo um hambúrguer mesmo.
Ali perto havia uma lancheria deliciosa.
Eu estava encucada. Era apenas educação ou Jason estava
tentando fazer daquilo um encontro romântico?
Chegamos no local e achamos logo um lugar para sentar.
— Eu ainda não fiz um almoço no domingo com
hambúrgueres para você e a sua mãe, não é? — perguntou,
pensativo. — Em Houston eu costumava juntar alguns vizinhos para
isso, era divertido.
— Os Jacksons, a família que morava na casa que você está,
faziam isso toda hora, mas não com hambúrguer. Era muito bom,
acho que você deveria fazer também.
— Vou avaliar a ideia. Gosto muito de cozinhar, para os
outros é melhor ainda. Ouvir as pessoas elogiando minha comida
amacia meu ego.
— E, convenhamos, sua comida é incrível!
Jason sorriu, parecendo analisar cada centímetro do meu
rosto por um momento.
Fizemos nossos pedidos e em seguida nos deliciamos com
um hambúrguer gigantesco, acompanhado de um refrigerante de
cola.
Eu gostava desse programa. Ir ao cinema e em seguida sair
para comer é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores coisas
que se pode fazer, principalmente com uma companhia que agrade
você.
Quando saímos do lugar, eu estava satisfeita com a tarde que
tive.
O sol estava prestes a se pôr e uma leve brisa começava a
soprar, aliviado o calor que fez o dia inteiro.
No momento que eu menos esperava, senti a mão de Jason
encostar na minha, pegando-a em seguida.
Fiquei sem reação. O que eu deveria fazer, afinal? Não
estava acostumada com aquele tipo de coisa, nem ao menos tive
um namoradinho no ensino médio, apenas encontros aleatórios.
Ele entrelaçou nossas mãos e eu apenas retribuí.
Meu Jesus amado, o que estava acontecendo ali?
Eu deveria perguntar qual eram suas intenções, ou isso
poderia assustá-lo e me deixar parecendo careta demais? E se esse
era apenas o jeito carinhoso dele de ser? Mas e se não fosse? Eram
dezenas de perguntas em minha mente!
Entramos no carro e Jason deu partida.
— Já tem companhia para o próximo — falou, abrindo um
lindo sorriso.
— Estou ansiosa para assistir o próximo filme do Homem
Aranha — revelei.
— E depois do filme vamos de novo à aquela hamburgueria.
A comida lá é uma delícia.
— Com certeza.
Tudo bem, estávamos fazendo planos para um futuro mais ou
menos distante e isso era consideravelmente assustador.
Terminamos o caminho falando de lançamentos futuros do
cinema, combinando de ir em, pelo menos, mais três filmes até o
final daquele ano.
— Obrigada pela tarde, foi ótima — agradeci, sorrindo.
Ele olhou para mim, desviando para a minha boca.
— Foi um prazer.
Jason não hesitou em me puxar para um beijo. Era mais
calmo e lento do que os outros, algo bem diferente entre nós dois.
— Boa noite — falei, antes de sair do carro.
— Boa noite,
Voltei para a minha casa tentando não ser vista por Leslie,
apesar de não saber se ela estava em lá.
Meu cérebro estava tentando processar tudo o que havia
acontecido. A primeira coisa que fiz quando cheguei em meu quarto
foi pegar meu celular e enviar uma mensagem para Charles.
“Tudo bem, ele me levou para lanchar e segurou minha mão,
mas ainda não tenho certeza se você está certo.”
“Não tenho mais dúvidas: o que Jason quer com você é bem
mais do que só sexo. Já sabe como será quando você se tornar
madrasta da Leslie? Meu Deus! Você será sogra do Liam.”
“Não! Jason é um homem carinhoso, é apenas isso. Não veja
coisas onde não têm.”
“Pode mentir para você, mas não para mim. Mas a minha
pergunta é: você quer um relacionamento sério ou não?”
Para falar a verdade, eu não sabia. Nunca tive um e não
sabia se estava preparada para isso. Não sabia o que esperar e isso
era uma das poucas coisas que me assustava.
“Eu não sei.”
Respirei fundo, jogando meu celular na cama.
O que eu deveria fazer agora?
Antes que eu pudesse trocar de roupa, ouvi minha mãe
chamando meu nome no andar inferior.
— Ah, Diana, que bom que está aqui. Temos visita — disse a
mais velha, apontando com a cabeça para o sofá.
Adam e Peter estavam lá, animados e sorridentes.
— Boa noite — disse o mais velho, sempre educado. —
Espero que não estejamos atrapalhando a sua noite.
— Com certeza não. É ótimo receber vocês aqui.
Peter lançou uma olhada indiscreta para o meu corpo
marcado pelo vestido, e eu sabia que aquela seria uma longa noite
ao lado dele.
Quando ele não estava dando em cima de mim, ele até que
era um cara legal. Esperava que depois de alguns foras ele se
tocasse de como aquilo era inconveniente.
Olhei para o meu celular na mesma hora que ele tocou,
desviando a atenção do filme que eu estava assistindo. Franzi o
cenho, estranhando.
Era uma mensagem de Leslie dizendo que tinha algo para me
contar.
Não nos falávamos desde o dia que ela me viu em sua casa
com Jason. Podia jurar que a garota estava brava comigo, apesar de
não achar que deveria.
Respondi dizendo que ela poderia ir até minha casa se
quisesse, e assim fez.
Quando abri a porta, a loira ergueu uma sacola.
— Trouxe sorvete — disse ela, balançado os dois potinhos
dentro do plástico. — De menta para você.
— Eu adoro! Vamos, entre.
Fomos até à cozinha. Ela sentou na bancada enquanto eu
pegava duas colheres.
— Você nem sabe o que aconteceu. — Leslie estava eufórica.
— O que?
— Eu perdi a virgindade com o Liam, deu certo desta vez.
— Sério? Que ótimo! Então, como foi?
Sentei na sua frente, abrindo meu pote e pegando uma boa
colherada.
— Segui as dicas que você deu e foi maravilhoso. Ainda senti
dor, mas não foi tão forte assim, deu para encarar com tranquilidade.
Acho que na segunda vez será melhor ainda, estou ansiosa!
— E a terceira melhor que a segunda, e por aí vai.
— Estou tão animada! Acho que ele gostou também, mesmo
eu não tendo feito muita coisa.
— Fico muito feliz por você, de verdade.
— Mas e você, o que tem feito nesses dias? — perguntou ela,
enchendo sua colher com o sorvete de baunilha.
— Minha mãe está namorando um cara e ele e seu filho
vieram aqui uns dias atrás. Muito simpático e bonito, minha mãe
escolheu muito bem.
— Que bom, eu gosto muito da sua mãe. Ela merece toda a
felicidade do mundo.
— Ela é uma mulher incrível mesmo.
— Ela está em casa? Faz tempo que não a vejo — Leslie se
esticou para dar uma olhada na sala de estar, mas a mais velha não
estava lá.
— Não sei se está. Hoje à noite iremos jantar na casa do
namorado dela de novo e ela queria levar uma sobremesa, acho que
foi até ao mercado.
— Melhor programa para um domingo à noite — afirmou.
— Você tem razão.
Leslie terminou o seu pote com uma grande colherada.
— Eu já vou indo. Vou ver o Liam mais tarde.
— Está bem. Nos falamos depois então.
— É claro. Até mais.
Sorri enquanto a observava sair do cômodo e logo ouvi a
porta da sala se fechando.
Suspirei, aliviada. Era bom saber que Leslie não estava
brava, que ela ainda queria a minha amizade e compartilhar os
momentos importantes comigo. Eu gostava muito dela e não queria
a chatear.
Guardei o resto do meu sorvete e voltei para o quarto. Era
quase certo que minha mãe chegasse em poucos minutos e pedisse
a minha ajuda para preparar a sobremesa que, provavelmente,
pegou a receita nova de algum canto da internet.

[...]

Oficialmente, Peter era um chato. Não que ele fosse assim o


tempo inteiro. Ele era um cara inteligente, sem dúvidas, e com um
ótimo papo, mas a sua insistência era irritante. Seus olhares, seus
comentários e seus convites, mesmo sendo repreendido pelo pai
diversas vezes. Não eram coisas obscenas, acho que nem ele seria
tão cara de pau assim, mas não deixava de ser inconveniente.
— Se está incomodando tanto você, diga a ele — disse minha
mãe, entrando com o carro em nossa rua.
— Eu vou dizer na próxima vez, com certeza. É irritante.
— Se quiser, posso falar com o Adam sobre isso.
— Não. Não será necessário. Na próxima vez que nos
virmos, vou falar sério com Peter e pedir para que ele pare.
Chegamos em frente à minha casa. Minha mãe logo colocou
a garagem para abrir, mas teve algo que chamou muito a minha
atenção: o carro de Ivana estava estacionado em frente à casa ao
lado.
Olhei para meu relógio para confirmar o horário.
11:37.
O que ela estava fazendo lá tão tarde da noite?
Não que fosse da minha conta, é claro, mas a curiosidade me
atingiu em cheio.
Subi para o meu quarto assim que entramos. Pendurei minha
bolsa em minha cadeira e abri uma fresta da cortina.
A cortina do quarto de Jason estava fechada e era impossível
saber se havia alguém lá.
Eu queria saber o motivo daquela visita tardia, mas não tinha
porquê questionar Leslie ou até mesmo Jason. Eu não tinha nada a
ver com quem visitava ou deixava de visitar a casa deles, não é?
Tomei um banho demorado antes de vestir meu pijama. Dei
uma última olhada pela janela antes de deitar.
Lá estava o carro da tia que me detestava, do mesmo jeitinho
de quando cheguei em casa.
Olhei para o relógio novamente.
Quase uma hora da manhã.
Deitei em minha cama, pensativa e criando teorias malucas,
mesmo sabendo que aquilo não era o certo a se fazer.
Quando abri os olhos no dia seguinte, levantei em um pulo.
Estava curiosa, queria saber e não podia negar.
A cortina de Jason ainda estava fechada e o carro de Ivana
ainda estava lá. Suspirei, sem saber o que pensar, apesar de que eu
não deveria estar pensando em nada.
Estar me importando com isso mesmo sabendo que eu não
deveria me deixava ainda mais encucada.
Controle-se, Diana.
Eu não iria tocar naquele assunto nem com Leslie e nem com
Jason. Queria ignorar e esquecer, seguir meu dia normalmente sem
ter isso batucando em minha mente.
Segui para os meus afazeres matinais: comer alguma coisa,
arrumar a cozinha e a sala. Eram coisas rápidas e simples de se
fazer já que nada nunca estava muito bagunçado. Uma vez por
semana eu tirava o pó e passava um pano no chão, mas não era o
dia disso.
Enquanto eu preparava o almoço, uma lasanha de frango que
sobraria para o jantar, ouvi meu celular tocar.
Era uma mensagem de Leslie, animada com algo.
“Você nem sabe o que aconteceu ontem!”
Peguei meu celular para a responder enquanto o molho
fervia.
“Conte tudo.”
“Liam e sua mãe vieram jantar aqui ontem, foi a primeira vez
que ela veio. Convidei minha tia também, foi incrível.”
Bom, metade da minha dúvida estava esclarecida, mas isso
não me respondia o porquê de ela ter dormido lá.
“Sério? Que ótimo. Deve ter sido incrível para você.”
“E foi, mas essa não foi a parte inacreditavelmente boa.
Minha tia ficou aqui mesmo depois que o Liam e sua mãe foram
embora. Ela e meu pai estavam no maior clima. Eu subi para o meu
quarto e me tranquei lá. Acho que a noite foi boa já que ela dormiu
aqui. Ah! Estou muito feliz com isso.”
Arqueei uma sobrancelha.
Eu não tinha uma resposta para isso.
Leslie sabia. Com certeza sabia, e estava usando a sua tia
para me afastar de Jason.
“Que legal! Espero que tenham se divertido.”
“Não tenha dúvidas disso. Estou cada vez mais certa de que
eles estão juntos.”
Revirei os olhos com sua tentativa exagerada de me atingir.
Sabia que, provavelmente, eles não estavam juntos de fato,
mas o que haviam feito a noite inteira?
Eu não queria mais pensar naquilo. Estava parecendo uma
garotinha iludida e insegura, e eu não era aquilo. Jason me desejava
e era apenas isso que eu queria, então ele poderia dormir com quem
bem entendesse, certo?
Continuei a preparação do meu almoço enquanto Leslie me
enchia de mensagens sobre como a noite com a sua tia havia sido
incrível.
Depois de comer, lavei a louça e tomei um banho rápido,
deitando na cama para assistir um filme.
Apesar de eu estar assistindo a minha animação favorita, A
Pequena Sereia, não estava conseguindo focar no filme. Minha
mente voava para bem longe dali o tempo inteiro. Por mais que eu
tentasse melhorar a minha concentração, não conseguia. Isso
estava me deixando extremamente irritada.
Eu não conseguia entender o motivo de isso ter me afetado
tanto! Era revoltante.
Quando o filme estava prestes a terminar, recebi uma
mensagem de Jason.
“Comprei uma coisa para nós dois. Posso ir até aí?”
“Claro, venha.”
Queria vê-lo e estava tudo bem ele vir até aqui. Afinal, eu não
estava chateada com ele e nem tinha motivos para isso, apesar de
ainda estar remoendo de curiosidade sobre o que aconteceu durante
a madrugada.
Desliguei a televisão e desci as escadas para o esperar. Logo
ouvi as batidas na porta e a atendi.
Jason estava lá, com uma sacola nas mãos. Dei espaço para
que ele entrasse rapidamente e não ficasse à toa em frente à minha
casa.
— Precisei ir no outro lado da cidade, mas achei o leite
condensado. Também trouxe chocolate em pó, não sabia quais eram
os outros ingredientes.
— Eu não perguntei para a minha amiga qual era a receita,
mas acho que se colocarmos no Google “doce brasileiro de
chocolate” conseguimos achar.
— Então vamos lá!
Enquanto provávamos uma colherada do leite condensado
puro, pesquisei o que precisávamos no Google.
— Tudo bem, se chama brigadeiro — falei, verificando em
mais de um site para não errar. — Acho que é fácil de fazer. Nós
colocamos o leite condensado, chocolate e manteiga em uma
panela, colocamos no fogo e mexemos até desgrudar do fundo,
depois coloca na geladeira. Totalmente dentro de meus dotes
culinários.
Peguei uma panela pequena e fiz exatamente o que dizia na
receita.
Enquanto mexia o doce no fogo, tentei segurar minha língua,
mas não resisti.
— Como foi conhecer a mãe do Liam ontem? — perguntei,
encarando a panela.
— Foi ótimo. Elise é uma pessoa muito agradável e
inteligente — falou, parando ao meu lado.
— Com certeza muito inteligente. Ganhou uma bolsa para
medicina quando era jovem.
— Foi bolsa? Ela não disse isso, apenas que era formada.
— Acho que não gosta muito de se gabar — comentei,
respirando fundo. — Liam também dormiu lá?
Jason pareceu um pouco confuso, mas logo percebeu o que
estava acontecendo e soltou uma risada nasalada.
Eu não queria perguntar, não queria mesmo, mas era melhor
do que remoer.
— Leslie contou, não é? — perguntou e eu assenti. —
Também contou que foi ela que ficou dando uma taça de vinho atrás
da outra para Ivana, e que por isso a tia dela não conseguia dirigir e
precisou dormir no quarto de hóspedes?
O que?
— Na verdade, não contou. Ela disse que vocês dois ficaram
a noite inteira sozinhos, que ela subiu para o quarto e sabe-se lá o
que você e Ivana fizeram durante a madrugada.
— Não foi isso que aconteceu e Leslie sabe muito bem. Ela
está desconfiada de nós dois desde aquele dia e está tentando me
empurrar Ivana a todo custo.
— E Ivana não está tão incomodada quanto você?
— Eu duvido que esteja. Quando conheci Angelina e Ivana, a
mais nova dava em cima de mim descaradamente, mesmo eu sendo
namorado da irmã dela. Quando minha esposa morreu, Ivana se
jogou para cima de mim, apesar de ser casada e fazendo apenas
uma semana da morte de Angel.
— É sério?
— Sim! Tirando o fato de ela chamar Leslie de filha algumas
vezes, isso é tão estranho.
— Chega a ser um pouquinho bizarro.
— Com certeza.
O doce já estava pronto, então colocamos em taças de
sobremesa e enfiamos no freezer, estávamos com pressa.
Não esperamos o tempo necessário, mas o brigadeiro deu
uma boa esfriada. Escoramo-nos na bancada e enchemos nossas
colheres.
— É uma delícia! — exclamou ele.
— É muito bom, mas acho que o que a Suellen fez estava
melhor.
— Mas não podemos levar isso em consideração, é do país
dela, com certeza deve ter mais prática.
— Tem razão, mas não fiquei tão atrás, está divino.
— Está ótimo.
Não demorou muito para que terminássemos. Apesar de ser
muito bom, não rendeu tanto quanto eu queria.
— Essa foi uma das coisas mais gostosas que eu já comi —
falei, terminando de secar as taças que eu havia acabado de lavar.
Jason se aproximou de mim por trás, colando minhas costas
em seu peito. Ele colocou todo meu cabelo para o lado, beijando
sutilmente meu pescoço.
— Eu sei de algo bem mais gostoso do que isso — sussurrou
em meu ouvido.
Sua mão parou na alça fina da minha blusa. Ele a desceu
lentamente, distribuindo beijos em meu ombro.
Pressionei minha bunda contra o seu pênis e me esfreguei
nele, mordendo o lábio inferior. Jason abaixou minha blusa e, com
as duas mãos, apertou meus seios com força.
— Vamos para o meu quarto — falei em um tom baixo.
Tomei a frente e subi as escadas, trancando a porta assim
que chegamos no cômodo.
Ele sentou na cama, então me aproximei. Acariciou minhas
coxas, até chegar em minha bunda e deixar um tapa.
— Gosta disso? — perguntou.
— Eu adoro.
— Então venha, vamos tentar algo.
Jason me puxou e me guiou para ficar na posição que ele
queria: de bruços, quase de quatro, com meu quadril em seu colo e
minha bunda à sua disposição.
Com a minha ajuda, nos livramos dos meus shorts, e agora
eu estava apenas com uma calcinha amarela e fio dental. Seus
dedos passaram minha pele, fazendo um certo carinho, mas logo
senti sua mão estapeando minha bunda sem muita força.
Jason fez de novo, e de novo, e de novo. Era a dor mais
excitante que eu poderia sentir.
— Mais forte — pedi.
Ele atendeu meu pedido e, provavelmente, deixou minha pela
vermelha.
Dessa vez sem minha ajuda, tirou a minha calcinha e a jogou
em um canto.
— Toda molhadinha — disse ele.
— É o efeito que você tem sobre mim.
Seu polegar foi direto para o meu clitóris, começando com
movimentos circulares lentos, mas logo aumentando a velocidade.
Eu gostava assim: rápido e forte.
Gemi baixinho, fechando os olhos e aproveitando a sensação.
Jason segurou meus cabelos e os puxou com força, fazendo
minha coluna curvar e meu tronco levantar. Com a outra mão,
colocou dois dedos em minha boca. Chupei, lambi e os deixei bem
molhados. Ele desceu e os penetrou em mim. Dessa vez um gemido
alto passou por minha garganta.
Ele se inclinou levemente, chegando perto do meu ouvido.
— Eu quero que goze com os meus dedos fodendo você —
disse em um tom firme e extremamente sexy.
Não tive tempo para responder. Ele passou a mover a mão
com rapidez, puxando cada vez mais meus cabelos conforme meus
gemidos aumentavam.
Jason sabia o que estava fazendo e conseguiu atingir meu
ponto mais sensível com precisão.
Agarrei os lençóis com força, sentindo que meu orgasmo
estava chegando.
— Geme o meu nome — disse, autoritário.
— Jason... — falei, baixinho e entre gemidos.
— De novo — exigiu.
— Jason — repeti, agora alto, em um quase grito. — Eu
estou...
Deixei a frase no ar quando o auge do prazer me atingiu.
Meu corpo todo estremeceu e se curvou, enquanto eu gemia
sem filtros.
Ele tirou os dedos e soltou meus cabelos, deixando um último
tapa em minha bunda.
Eu estava procurando por ar, extasiada, de olhos fechados e
sentindo a sensação indo embora, mas Jason não me daria
descanso.
— Deita de costas — disse e eu obedeci.
Ele me puxou, deitada, para a ponta da cama. Minha cabeça
estava para fora do colchão. Mesmo minha visão estando de cabeça
para baixo, vi perfeitamente quando Jason tirou suas roupas e se
aproximou.
Segurei seu pênis e o introduzi em minha boca lentamente
para me acostumar com o seu tamanho.
Eu não conseguia mexer mais do que minhas mãos, então
ele tratou de mover seu quadril devagar, aumentando a
profundidade aos poucos.
Senti tocar em minha garganta em pouco tempo. Havia sido
mais fácil chegar nesse ponto nessa posição. Tentei puxá-lo para
que ele enfiasse cada vez mais, e quando me dei conta estava com
seu pênis quase inteiro em minha boca, mas era impossível
prolongar por mais de alguns segundos.
Eu estava ficando totalmente excitada mais uma vez.
Ele tirava e colocava, deixando que eu respirasse entre uma
vez e outra. Seus movimentos aumentaram e meus momentos de ar
diminuíram, mas ainda eram o suficiente para mim.
Jason se afastou antes de chegar ao seu orgasmo. Ele me
puxou para mudar de posição.
— Coloque um travesseiro embaixo do quadril — disse, e
então eu fiz.
O travesseiro ajudou a regular minha altura. Ele permaneceu
em pé e segurou minhas coxas com firmeza. Depois de
devidamente protegido, Jason me penetrou com delicadeza, mas
isso não durou.
Em pouco tempo suas estocadas estavam rápidas e fortes.
Suas mãos apertavam meus seios, mas peguei uma delas e a levei
até meu pescoço, guiando sua força até o ponto que me agradou.
Jason inclinou-se e beijou meus lábios de forma agressiva e
rápida, ainda com seus dedos me enforcando.
Quando ele voltou para a sua posição, diminuiu a velocidade
e desceu as mãos por meu corpo, até chegar em meu clitóris,
massageando-o.
Aquele misto de prazeres era incrível, junto com a visão de
todo o seu corpo, entrando e saindo de mim. Os movimentos
circulares que fazia se intensificaram e meu segundo orgasmo
estava próximo.
Fechei os olhos, aumentando meus gemidos
consideravelmente.
— Olhe para mim enquanto goza — exigiu ele.
Obedeci e encarei seus olhos azuis, sentindo meu corpo
inteiro sendo dominado pelo prazer mais uma vez.
Aquilo certamente foi um gatilho para Jason, que chegou em
seu ápice logo depois de mim.
Ele me beijou, dessa vez mais calmo e ainda um pouco
ofegante.

[...]

— Eu sei que muitas vezes reclamo, mas eu adoro o que eu


faço — falei, tomando um gole do suco que eu havia acabado de
pegar.
Estava escorada perto da janela, usando apenas a calcinha e
a blusa que eu estava antes, enquanto Jason estava na cama com
sua cueca boxer preta.
— Eu reclamei da minha faculdade durante anos, e para
voltar e terminar depois que a Leslie nasceu foi um verdadeiro
sacrifício. Eu tentava entender o motivo de ter escolhido farmácia,
mas quando me especializei em cosmetologia as coisas fizeram
mais sentido — explicou.
— Eu sempre gostei muito da ideia de escrever, mas eu não
queria escrever livros. Tive um blog lá pelos meus quatorze anos e
foi uma experiência incrível, foi quando decidi que queria fazer
jornalismo. No começo, me imaginei escrevendo para jornais e
revistas físicos, porém, não é mais algo que encontramos com
frequência — falei, respirando fundo, encarando o céu azul. — Mas
isso foi mudando com o tempo. Já quis ser jornalista esportiva, ou
até ser aquela que ajuda com concelhos amorosos em uma coluna.
Não tenho certeza do rumo que eu quero seguir, mas sei que estou
no caminho certo e ainda tenho tempo para descobrir.
Olhei para Jason e ele estava sorrindo.
— Suas bochechas ficam coradas quando se empolga em um
assunto — comentou.
Soltei uma risada nasalada,
— É mesmo? — perguntei, tomando o último gole do meu
suco e voltando para a cama.
— Sim, mas é diferente das outras vezes que você cora.
Quando está envergonhada elas adotam uma cor rosinha clara, sutil.
Quando tem um orgasmo suas bochechas ficam em um vermelho
intenso. Empolga com um assunto — ele parou por um instante,
pensativo e me encarando —, eu diria um rosa mais frio.
— E será que você poderia me dizer o porquê de a minha
pele adotar tantos tons diferentes?
— Não faço ideia. Talvez sejam só intensidades diferentes,
mas eu gosto. Consigo saber o que está sentindo, apesar de ainda
não saber como fica quando está brava, e pretendo não descobrir
tão cedo.
— Se continuar me trazendo doce e me fazendo ter dois
orgasmos em uma transa, tenho certeza que você nunca irá
descobrir.
Jason sorriu, acariciando minha bochecha e depositando um
beijo rápido em meus lábios.
— Voltando a falar sobre a Leslie, você não acharia melhor se
contássemos para ela? — indagou, um pouco apreensivo pela
sugestão.
— Contar o quê, exatamente?
— O que nós temos. Seria mais fácil não precisar encontrar
você as escondidas, além de estarmos a enganando.
Mas o que nós tínhamos, afinal?
— Tenho certeza que ela nunca mais olharia na minha cara
se nós contássemos, não quero perder a amizade dela.
— Você tem razão, desculpe.
Levei minha mão até seu rosto e o acariciei.
— Está tudo bem.
Ainda tinha dúvidas sobre tudo o que estava acontecendo.
Era um relacionamento romântico? Por que ele queria contar para
Leslie? Era mesmo só para facilitar nossos encontros sexuais?
Não sabia o que pensar.
Fazia dias que nem Leslie e nem Jason davam sinal de vida.
Eu não os via, nem ao menos pela janela, e muito menos recebia
mensagens. Cogitei muitas vezes ser a pessoa que vai atrás, mas
hesitei. Porém, naquele dia, eu não estava me sentindo a pessoa
mais orgulhosa do mundo.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Jason:
“Boa tarde! Como está?”
Ele demorou mais do que o esperado para responder.
“Na verdade, não muito bem.”
“Aconteceu alguma coisa?”
“Aniversário de morte da Angelina. Decidi abrir a caixa com
as coisas dela, mas não foi uma ideia muito boa.”
“Eu sinto muito por isso.”
“Quer me fazer companhia? Leslie não está em casa.”
“Já estou indo.”
Saí de casa na mesma hora. Bati em sua porta e logo fui
atendida.
— Obrigada por ter vindo — disse, abrindo um sorriso
forçado.
— Não podia deixar você passar por isso sozinho.
Ele fez um sinal para que eu o seguisse.
Subimos as escadas e entramos em seu quarto. Havia uma
caixa em cima da cama, com alguns papéis e fotos espalhados.
Sentei na ponta do colchão, pegando a primeira foto que
estava no meu alcance.
Era Angelina quando estava gravida, provavelmente de
Leslie, possivelmente muito perto do parto, com uma barriga enorme
e totalmente animada.
— Ela era linda — comentei.
— Ela era sim.
Peguei outra foto, mas dessa vez havia mais uma garota.
— Quem é essa? — perguntei, erguendo o papel.
— Ivana.
— O que? — Olhei mais uma vez para a imagem em minhas
mãos. — Elas não eram nada parecidas.
— Não. Na verdade, Ivana fez alguns procedimentos
estéticos e acabou ficando estranhamente parecida com a Angel.
— Ela fez cirurgias para ficar igual à irmã? — questionei,
chocada. — Isso é loucura.
— É uma das coisas que me irrita em Ivana, a semelhança
que ela mesma forçou.
— Como Leslie está? Sabe, com o aniversário de morte.
Jason me olhou, parecendo hesitante. Ele respirou fundo
antes de começar a falar:
— Leslie não sabe que é hoje.
— Como assim? Ela não lembra qual é o dia? — Franzi o
cenho.
— Não, ela pensa que a mãe morreu em fevereiro.
— E qual o sentido disso?
— Angel não morreu quando Leslie pensa. Quando ela
estava dando à luz, sua pressão subiu muito e ela acabou tendo um
AVC. O bebê morreu, mas ela entrou em coma profundo. Os
médicos disseram que ela teve morte cerebral, mas não queríamos
desligar os aparelhos. Demoramos mais de uma semana depois do
parto para dizer para Leslie que a mãe tinha morrido. Seria mais fácil
contar para a Leslie que a mãe voltou, caso acontecesse um
milagre, do que a perder duas vezes. Os médicos não nos deram
esperança alguma de que ela voltaria, mas, afinal, como poderia?
Ela não reagia, e foi assim até os aparelhos serem desligados, mais
de um ano depois. Não tenho certeza se ainda se pode fazer algo do
tipo, mas imploramos para os médicos a deixarem viva pelo máximo
de tempo possível, eu e os pais dela pagamos rios de dinheiro. No
fundo, sempre soube que era impossível Angelina voltar a vida. —
Ele suspirou, fechando os olhos e tentando manter o controle. — Era
mais fácil para Leslie aceitar que a mãe estava morta do que assistir
seus avós e pai serem os seres mais egoístas da terra. Eu os
convenci de deixa-la ir. Não fizemos funeral, ela não gostava disso,
e a cremamos como era o seu desejo.
Engoli em seco, sentindo um nó se formar em minha
garganta.
— Por isso você se culpa tanto — falei baixinho.
— Não me culpo por ter desligado os aparelhos, me culpo por
tê-la deixado naquele estado durante tanto tempo. — Uma lágrima
caiu por seu rosto, mas ele logo a secou. — O que aconteceu com
ela durante esses meses? Ela estava morta, ou ainda, de alguma
forma, estava lá, presa em seu próprio corpo e querendo ir embora?
Eu a fiz sofrer por puro egoísmo? Tantas perguntas sem respostas
se passam na minha mente há anos.
Jason estava prestes a chorar, mas não o fez. Olhou para o
teto e fechou os olhos, secando-os o máximo que conseguiu.
Toquei seu braço e acariciei.
— Sei que nada do que eu falar vai fazer você se sentir
melhor, mas eu sinto muito por tudo isso.
Ele colocou sua mão por cima da minha sutilmente.
— Obrigada por ter vindo. — Jason forçou um sorriso e eu
retribuí. — Acho que está na hora de guardarmos tudo isso.
— Talvez seja melhor.
Deu uma última olhada dentro da caixa e pegou uma agenda.
— Ela gostava de anotar as coisas importantes na agenda
para não esquecer. Dizia que não adiantava colocar no celular, pois
ela não costumava checa-lo com frequência.
O homem abriu o pequeno caderno em uma página aleatória.
Começou a folhar, lendo as muitas anotações feitas, porém, parou
abruptamente.
— O que foi? — perguntei.
— Um e-mail, mas não era o dela — disse, pensativo.
— Será que há algo importante lá?
— Bom, vamos descobrir. Angel usava a mesma senha para
tudo. País de Gales 1023, tudo junto. O motivo de a minha empresa
se chamar Cardiff Cosmetics.
— Vamos entrar então.
Jason pegou o notebook que estava na mesinha ao lado da
cama e em pouco tempo começou a digitar o e-mail, e ele estava
certo sobre ser a mesma senha.
— Só há e-mails de uma pessoa chamada Cecília, mas são
centenas — comentou.
— Abra um deles.
— Os últimos foram perto do dia do parto.
Ele clicou no último. Cecília estava desejando boa sorte e
dizendo que daria tudo certo.
— Abra os outros — falei.
Começamos a ler tanto as mensagens da mulher quanto as
respostas de Angelina. A cada linha que eu lia, tinha mais certeza do
que se tratava, e Jason também.
— Elas estavam apaixonadas — disse Jason, sério, talvez em
choque. — Eu não fazia ideia de que ela tinha outra pessoa.
Foram longos minutos lendo uma parte do que havia ali.
Angelina deixou claro que tinha medo de assumir o romance, mas
que tomaria coragem assim que seu filho nascesse. Em outro ponto,
ela falou sobre Jason. Afirmou que ainda tinha um carinho enorme
por ele, mas não o amava como antes.
— Veja isso aqui! — exclamei, apontando para a tela.
Quando descobriu sua segunda gravidez, Angelina reclamou
de estar sendo ameaçada por alguém:
“Recebi bilhetes. Diziam que se eu não contasse para todos
que estou tendo um caso com uma mulher, seria bem pior. Tenho
certeza que é Ivana. Ela é uma das poucas pessoas que sabe e com
certeza adoraria ter o caminho livre até Jason. Ela não o merece.”
— Angelina estava sofrendo por anos e eu só preocupado em
ter mais um filho. Ela provavelmente não fazia questão de
engravidar de novo — disse ele.
— Ivana é pior do que eu pensava. A irmã dela sofrendo para
assumir uma relação sáfica e ela preocupada em pegar o marido
dela? — Respirei fundo. — Minha antipatia não foi à toa.
— Não acredito que não percebi nada disso, estava na minha
cara!
Jason fechou o notebook, passando as mãos pelo rosto.
— Era impossível você adivinhar.
— Eu a fiz ficar nessa situação. Eu era o impedimento.
— Não, Jason. O que a impediu foi toda uma sociedade
preconceituosa. Imagine só o que diriam de uma mulher que
“abandonou o lar” para ficar com outra? Angelina devia pensar muito
nisso e ficou com medo dos julgamentos dos outros, não do seu.
Tenho certeza que ela o conhecia o suficiente para saber que você
não faria isso.
Seus olhos encheram d’água, mas não deixou as lágrimas
caírem.
— Eu teria a apoiado. Leslie teria duas casas e teríamos a
criado com todo o amor, e Angelina não teria tido esse fim. — Ele
respirou fundo. — Eu devia ter percebido, prestado mais atenção
nela.
Eu não tinha mais o que falar. Apenas o abracei forte.
Não conseguia imaginar o que ele estava sentindo naquele
momento. Reviver as lembranças ruins, saber do caso dela com
Cecília, ter a certeza de que Ivana era uma verdadeira cobra. Tudo
isso era demais para qualquer pessoa.
Passamos um tempo lá, abraçados. Jason com o choro na
garganta, e eu sem saber o que fazer para que ele se sentisse
melhor.
Leslie estava me ignorando há dias. Chamei a loira para sair
e ela recusou, tirando que demorou horas para responder. Depois
disso não mandei nenhuma mensagem e ela também não.
“Acho que ela está cada vez mais certa do que está
acontecendo.”
Jason tinha plena convicção de que a filha sabia e estava
apenas esperando que ele falasse.
“Será que ela já não teria comentado algo?”
“Acho que não, Diana. A pior parte é ter que ficar
aguentando-a jogar Ivana para cima de mim mesmo eu dizendo que
não.”
“Que tal irmos até à cachoeira aqui perto para você esquecer
tudo isso?”
“Vamos agora mesmo.”
“Esteja na minha garagem em meia hora.”
Não tinha muito o que arrumar. Apenas coloquei meu biquíni
amarelo e um vestido leve por cima. Peguei uma toalha e o celular.
Passei protetor solar e estava pronta.
Fui até meu carro vermelho e o esperei.
— Eu não esperava que tivesse uma cachoeira por aqui —
disse ele.
— Tem pessoas que moram aqui há anos e nunca foram lá.
Entramos em meu carro e dei logo a partida.
Quando chegamos no lugar, os olhos de Jason brilharam.
Estava completamente deserto, como na maioria das vezes em que
fui até lá.
— Acho que nunca havia visto uma cachoeira pessoalmente
— comentou.
— Não sabe o que estava perdendo — falei, animada e
tirando meu vestido.
Deixamos nossas coisas longe da água e nos jogamos nela
em seguida.
O dia não estava tão quente quanto os outros, mas ainda
assim estava ótimo para aproveitar.
— Como aprendeu a nadar? — perguntei depois de voltar de
um mergulho.
— Eu fiz aulas quando era criança, nunca esqueci. E você?
— Caí na piscina quando tinha dez anos. Ou eu nadava, ou
morria.
— Oito ou oitenta desde criança.
— Sempre.
Sorri, jogando água em sua direção.
Nadamos, rimos, conversamos e nos beijamos a tarde inteira.
Por muitos momentos, a ideia de contar para Leslie passou
por minha cabeça. Eu e Jason estávamos mesmo evoluindo nossa
relação para algo romântico? Se sim, nada mais junto do que ela
saber. Porém, logo depois, eu lembrava que não tinha certeza se eu
estava pronta para um relacionamento de verdade. Saber que
alguém tem o completo poder de magoar você é assustador, sentir
que está vulnerável é assustador.
Não sabia se Jason tinha problemas com isso. Afinal, a única
pessoa com quem ele namorou na vida foi Angelina, mas tinha a
impressão que ele estava se entregando com tanta facilidade.
Perguntei em minha mente diversas vezes o porquê disso.
— Já mencionei o quanto você fica bem de amarelo? —
perguntou ele, encarando meu corpo enquanto eu aproveitava o
restinho de sol deitada na margem.
— Acho que já mencionou isso, mas não me importo de ouvir
de novo.
— Bom, você fica incrível nessa cor.
Sorri, vendo-o se aproximar de mim. Ele sentou ao meu lado
e inclinou-se para me beijar.
— Agradeço o elogio — falei, entre um selinho e outro.
— Que tal irmos para o seu carro?
— Acho uma ótima ideia.
Levantamos rapidamente e seguimos para o veículo não
muito longe de onde estávamos.
Sentei no banco do motorista, mas não tive tempo para fazer
muita coisa. Jason atacou meus lábios e deu início a um beijo
selvagem.
Ele desceu sua mão até um dos laços da parte de baixo do
meu biquíni e o puxou, logo fazendo isso com o outro e tirando a
peça completamente de mim.
— Nunca fiquei tão feliz por ter um carro espaçoso —
comentei.
Jason voltou para o seu lugar, sorrindo maliciosamente para
mim.
— Senta no meu colo
Não hesitei. Sentei, quase deitada, escorando minha cabeça
no vidro da janela.
Ele passou sua mão por minha perna e eu as abri
instantaneamente. Dois de seus dedos pararam dentro de minha
boca, chupei e lambi até os deixar bem molhados e Jason os descer
até meu clitóris.
Abaixei a parte de cima do biquíni e deixei meus seios à
mostra. Ele não pensou muito antes de levar sua língua até um de
meus mamilos, brincando e mordiscando.
Soltei o primeiro gemido baixo, sentindo os seus dedos
aumentarem a velocidade gradativamente.
Ele passou seu outro braço por baixo da minha nuca até que
sua mão agarrasse meu pescoço, usando a força necessária para
me deixar ainda mais excitada.
Os movimentos em meu clitóris, que antes eram circulares,
estavam em zigue-zague para os lados, proporcionando-me prazer
com rapidez.
Minhas pernas se abriram ainda mais, usando cada
centímetro do espaço que eu tinha para isso. Fechei os olhos e
entreabri a boca, sem soltar nem ao menos um som antes de sentir
meu orgasmo se aproximando.
Minhas costas se curvaram e eu gemi alto enquanto gozava.
Jason não parou de me masturbar até que eu mesma pegasse a sua
mão e o fizesse descansar.
Eu estava desnorteada e extasiada, mas senti quando soltou
meu pescoço.
Ainda ofegante, olhei para ele e o puxei para um beijo.
— Acho que podemos ir para casa agora — falou.
— E eu não vou fazer nem um agradinho para você? —
reclamei, voltando para o meu lugar.
— Vai fazer amanhã à tarde, na minha cama, que tal?
Podemos assistir um filme depois. Não se preocupe, estaremos
sozinhos.
— Eu adoraria conhecer a sua cama.
— Então sugiro que descanse muito bem essa noite.
Olhei para ele com o canto dos olhos e sorri.
Coloquei de volta meu biquíni, pegamos nossas coisas e dirigi
de volta para casa.
Despedimo-nos com direito a beijinho fofo. Segui para o meu
quarto pensativa. A tarde com Jason havia sido incrível, assim como
todos os outros momentos que passei com ele, e provavelmente
passaria no dia seguinte.

[...]

Eu estava cheirosa, arrumada e com uma lingerie belíssima


enquanto olhava por minha janela. Jason avisou que Leslie estava
prestes a sair de casa, mas, pelo visto, estava enrolando mais do
que deveria.
Desci as escadas e dei de cara com minha mãe na sala.
— Vai sair? — ela perguntou.
— Sim.
— Vou sair com o Adam mais tarde, então se chegar em casa
e eu não estiver, não se preocupe.
— Está bem — falei, sentando na ponta do sofá. — Gostei
muito dele, mãe. Fico feliz que você esteja com uma pessoa assim.
— Ele é incrível, não é? — disse, abrindo um sorriso
apaixonado.
— Com certeza — afirmei, respirando fundo. — Eu também
estou saindo com alguém.
— Que ótimo! É sério? Poderei conhecer?
— Eu não sei, na verdade. Estou falando para caso a gente
assuma uma relação você não fique tão surpresa. Ele é mais velho.
Estava apreensiva, mas não queria esconder isso da minha
mãe.
— Mais velho, tipo, cinquenta? — indagou.
— Mais velho, tipo, quase quarenta.
Abaixei o olhar para minhas mãos e esperei a sua
repreensão, mas isso não aconteceu.
— Bom, se estão felizes e ele a trata como merece, não há
mal algum nisso. Você tem meu apoio.
Suspirei aliviada, sorrindo.
Na mesma hora meu celular vibrou. Era uma mensagem de
Jason afirmando que Leslie já havia saído.
— Eu já vou indo — falei, levantando. — As férias já estão
quase no fim. Obrigada, mãe.
Ela assentiu, sorrindo.
Sai de casa me sentindo mais leve, cogitando a ideia de
contar para Leslie o que eu e o pai dela tínhamos.
Bati na porta ao lado e Jason atendeu em poucos segundos.
— Estou muito contente com a sua visita — disse, fechando a
porta atrás de mim.
Ele me puxou pela cintura, beijando meus lábios.
— Eu não ia conhecer a sua cama? — perguntei quando senti
suas mãos em minha bunda.
— Você terá tempo para conhecer todos os lugares da casa
hoje.
Jason me empurrou levemente, até minhas costas se
chocarem contra a parede da sala de estar. Ele desceu seus dedos
para minhas coxas e as puxou, querendo que eu subisse em seu
colo e envolvesse minhas pernas em seu corpo.
— Você não vai conseguir — falei.
— Está duvidando da minha força? — questionou, arqueando
uma sobrancelha.
— Não, mas eu sou mais pesada do que aparento.
— Tenho certeza que aguento.
Mordi o lábio inferior e, com a sua ajuda e com a da parede
atrás de mim, fiz o que ele queria.
Jason aguentou bem meu peso, o que me surpreendeu
positivamente.
Eu estava com os braços e pernas ao redor de seu corpo e
me segurava sem muito esforço, enquanto o beijava ferozmente,
louca para tirar sua roupa.
Por um momento, pensei ter ouvido a voz de Leslie em minha
cabeça, mas então me toquei de que não era a minha imaginação.
Desci do colo de Jason rapidamente, levando meu olhar até a
porta de entrada.
— Eu sabia! — gritou a loira, encarando nós dois com
desprezo no olhar. — Como vocês tiveram coragem de me enganar
dessa forma?
— Leslie... — sussurrou o mais velho.
— Nós podemos explicar — tentei argumentar.
— Não tem o que explicar. Eu sabia que isso estava
acontecendo, eu tinha certeza!
— Espera aí! Você fez de propósito, não foi? Fingiu que
estava saindo para nos flagrar!
— É óbvio que sim! Se dependesse de vocês eu jamais
saberia o que estava acontecendo, não é? — Ela gritava suas
palavras com raiva. — Eu coloquei você na minha casa, Diana,
confiei em você, compartilhei meus segredos para você vir aqui e
tentar roubar o lugar da minha mãe?
— Eu nunca tentei roubar o lugar de ninguém! — falei,
exaltando a voz. — Seu pai tem todo o direito de se relacionar com
quem ele quiser sem a filha mimada se intrometer por causa de
ciuminhos.
— E você? Não tem vergonha de transar com uma garota que
tem idade para ser a sua filha? — perguntou, virando-se para Jason.
Senti meu sangue ferver.
— Eu não admito que fale desta forma — disse o homem, se
pronunciando pela primeira vez. — Já chega, Leslie!
— E eu não admito que você durma no quarto ao lado do
meu com uma vadia!
Eu estava cega de raiva. Fui em direção à garota, mas Jason
segurou meu braço antes que eu fizesse alguma besteira.
— Você está agindo feito uma criança! O mundo não gira ao
seu redor e você não pode esperar que as pessoas façam sempre o
que você quer. Cresça e saia dessa bolha — falei, soltando-me de
Jason. — E se você acha que eu estou querendo roubar o lugar da
sua mãe, é bom dar uma boa olhada no histórico da sua tia.
Dei passos rápidos para fora da casa o mais rápido que eu
pude. Eu estava prestes a voar para cima de Leslie, mas não queria
perder a razão.
Não conseguia entender o surto que a garota teve. Sabia que
não iria gostar, mas quase chorar em nossa frente ultrapassou todos
os limites.
Não estava com cabeça para pensar naquele momento, só
queria achar algo que me distraísse e tirasse do meu corpo a raiva
que eu estava sentindo.
Vinte e quatro horas haviam se passado e Jason não deu nem ao
menos um sinal de vida. Esperei por uma mensagem, uma visita
avisando que havia resolvido tudo com sua filha, mas nada. Aquela
espera me deixava aflita.
Liam me mandou uma mensagem perguntando como eu
estava.
“Não muito bem. Leslie contou para você, não é?”
“Sim, contou.”
“E como ela está?”
“Muito deprimida. Passou a noite aqui e não pregou os
olhos.”
“Então não foi só ela. Estou apreensiva desde ontem. Jason
não falou comigo e Leslie muito menos.”
“Acho que ela vai superar isso. Ciúmes de filha, ela nunca viu
o pai com ninguém que não fosse a mãe. Pegar a melhor amiga no
flagra com o seu pai pode ser um pouco traumatizante.”
“Eu entendo que seja, mas você precisava ver o fiasco que
ela fez.”
Ouvi a voz de minha mãe chamando meu nome no andar
inferior, então fui até lá. Ela estava na cozinha.
— Sim? — perguntei.
— Adam e Peter estarão aqui daqui a pouco, poderia me
ajudar com o jantar?
— É claro — respondi, sem nenhuma animação.
— Ótimo! Corte aquelas cebolas — disse, mexendo algo em
uma panela e apontando com a cabeça para as cebolas. Ela me
olhou, um pouco curiosa. — Você está bem?
— Não muito, na verdade. — Suspirei.
— Quer conversar?
— Quero. — Dei uma leve pausa enquanto me sentava e
pegava a faca. — Lembra do que eu falei ontem? Que estava
saindo com um cara mais velho?
— Lembro sim. Algo deu errado?
— Era o Jason, pai da Leslie. Escondemos dela por todas
essas semanas, mas ontem ela nos pegou e fez o maior escândalo.
Nós duas brigamos feio e desde então Jason não falou comigo. Não
sei se devo ir atrás dele, perguntar se está tudo bem.
Minha mãe não teve reação nos primeiros segundos. Olhei
para o seu rosto e tentei definir o que ela estava pensando, mas não
expressava nenhuma reação.
— Bom, eu não esperava por essa.
— Acho que ninguém esperava.
— Mas o que você quer agora? Conversar com ele e decidir
o que? Você vai voltar para a faculdade em poucos dias. Vocês vão
conversar eventualmente e se encontrarem quando der? Começar
um relacionamento e tentar convencer Leslie? Precisa decidir o que
quer antes de ir atrás dele.
— Ainda não pensei no que eu quero.
— Então tire o dia para pensar e depois você se preocupa.
Forcei um sorriso, assentindo.
Minha mãe estava certa. Não podia querer resolver tudo de
uma hora para a outra, precisava pensar, ficar calma e esperar que
todos se acalmassem.
Adam e Peter chegaram assim que a lasanha ficou pronta.
Eu não estava com cabeça para conversar à mesa naquela noite.
Assim que terminamos a refeição, dei boa noite a todos e fui para o
meu quarto. Sabia que eles ficariam lá por muitas horas ainda,
então acho que era compreensível que eu me retirasse enquanto
eles ainda estavam em minha casa.
Subi para o quarto e me joguei na cama. Sabia que precisava
arrumar minhas coisas para voltar às aulas, mas não faria isso
agora.
Coloquei um filme aleatório de comédia na televisão e tentei
prestar atenção.
Menos de dez minutos depois, ouvi batidas na minha porta.
Gritei um “entra”.
Percebi com a visão lateral que era Peter.
— Vim perguntar se quer uma companhia — disse ele.
— Se eu quisesse companhia estaria lá embaixo — falei, mas
logo me arrependi. — Desculpe.
— Tudo bem. Percebi que não estava no seu melhor, mas
não acho que tenhamos intimidade o suficiente para perguntar o que
aconteceu.
Sentei na cama, indo para o lado e deixando um espaço para
ele.
— Algumas brigas que eu não gostaria de ter tido. Estou
pensando em como superar isso, mas até agora nada.
Peter sentou ao meu lado.
— Sinto muito, mas você é uma pessoa ótima. Tenho certeza
que perceberão a burrada que estão fazendo e virão correndo.
— Eu duvido muito.
Olhei para ele, forçando um sorriso. Percebi o garoto se
aproximar, então coloquei minha mão em sua frente e o parei.
— Avancei demais? — perguntou.
— Com certeza — afirmei. — Você é um cara legal, gosto
muito de você, mas não dessa forma.
— Você tem outra pessoa?
Abaixei o olhar, com um leve sorriso nos lábios.
— Eu tenho — falei. — Ou tinha. Agora não sei mais.
— Ele seria um idiota se deixasse você ir por uma briguinha.
— Não foi uma briguinha, não foi com ele a briga, mas
mesmo assim pode ter afetado tudo o que tínhamos. Ah, é muito
complicado. — Suspirei. — Mas eu e você podemos ser amigos.
Irmãos, na verdade.
Peter sorriu.
— Claro, podemos. Mas afinal, você quer companhia? Não
sei se eu quero ser a pessoa a voltar lá para baixo e cortar o clima
— Sim, quero, mas você fica lá e eu aqui. — Apontei para a
poltrona que estava perto da janela. — Vou voltar o filme para você
entender.
— Eu ia dizer que não precisava e que já o assisti um milhão
de vezes, mas gosto tanto que não me importo de assistir um milhão
e um — disse, sentando na poltrona. — Posso fechar a cortina?
Encarar o quarto do vizinho está me incomodando.
Olhei para o outro lado, vendo que não havia nem sinal de
Jason.
— Pode fechar.
Eu queria vê-lo. Mas eu deveria mesmo ir atrás dele? Afinal,
eu não tive a menor culpa do que aconteceu. Por que seria eu a
pessoa a ir atrás? Ele precisava se entender com a filha antes de
qualquer coisa, antes de decidirmos qual seria nosso futuro.
Por uma hora e meia, quase esqueci as questões que
rondavam minha mente, mas durante à noite todas vieram à tona e
me tiraram o sono.
Estava cansada, mas não consegui dormir por mais de uma
hora. Preparei um café da manhã antes mesmo da minha mãe
levantar e a esperei na cozinha.
— Levantou cedo — disse a mulher assim que me viu
sentada na bancada.
— Eu mal dormi — falei, tomando um gole do meu suco de
laranja. — Fiz panquecas para você.
— Ainda pensativa?
Assenti.
— Eu vou voltar para a faculdade amanhã e ainda não sei o
que fazer.
— Mas você decidiu o que quer, afinal?
Desviei o olhar para o copo em minha frente.
Algumas semanas atrás eu tinha certeza que não queria uma
relação, afirmava que namorar alguém não estava nos meus planos
pelo menos até terminar a faculdade. Então ele chegou, sem a
menor intenção de despertar o meu interesse. Eu me apaixonei pelo
corpo de Jason instantaneamente, por seus toques, seu cheiro e
seus beijos, nunca neguei isso. Porém, a cada hora que eu passava
ao seu lado percebia que ele era mais do que isso. Também me
apaixonei pela sua inteligência, pelo jeito como era dedicado ao
trabalho e à família, por suas ideias e pela forma carinhosa que me
tratava. Eu estava apaixonada por ele.
— Eu decidi o que quero — afirmei, desviando meu olhar
para a mulher em minha frente e abrindo um sorriso.
— Então vai atrás dele. Não perca tempo e não arrisque a
sua felicidade por puro orgulho.
— Obrigada, mãe. Farei isso hoje mesmo.
Roubei uma das panquecas que fiz para ela e tomamos o
nosso café da manhã juntas, com o clima mais leve e divertido.
Minha mãe saiu para trabalhar e eu voltei para o meu quarto,
precisava arrumar minhas coisas para amanhã.
Olhei pela janela e percebi que a casa ao lado estava toda
fechada. Ou ainda estavam dormindo, ou não estavam em casa.
Decidi ficar atenta e prestar atenção para a minha deixa.
Continuei arrumando minhas coisas em silêncio por mais ou
menos uma hora, até ouvir vozes e risadas vindas da rua. Corri até a
janela e abri minha cortina. Abaixei meu olhar e vi Jason e Leslie em
seu jardim, mas eles não estavam sozinhos. Ivana os acompanhava.
Permaneci ali, encarando-os e tentando entender o que
estava acontecendo.
Leslie parecia muito animada, além de Jason e Ivana estarem
próximos um do outro. Quando eu menos esperava, ela beijou seus
lábios rapidamente e ele não pareceu se importar muito, como se
aquela não fosse a primeira vez.
Eu estava sem reação.
Jason olhou para minha janela por poucos segundos, mas
ignorou a minha presença e apenas entrou para a casa ao lado das
duas.
O que estava acontecendo? Qual era o motivo de ele estar
beijando a mulher que fez dos últimos anos da Angelina serem um
inferno?
Eu estava indignada e não era apenas os ciúmes. Como
Jason ousava fazer aquilo?
Não pensei duas vezes antes de sair de casa e bater com
toda a força na porta deles. Leslie atendeu, mas eu passei reto por
ela e entrei, encontrando o novo casalzinho sentado no sofá.
— Onde você enfiou a sua noção? — perguntei, exaltada.
— O que você está fazendo aqui? — Jason parecia muito
surpreso com a minha presença.
— Eu não tenho absolutamente nada a ver com quem você
transa ou deixa de transar, você faz o que quiser da sua vida, mas
ela? — perguntei, incrédula. — Como você ousa estar ao lado dela?
Como você ousa fazer isso com a memória da mulher que você diz
ter amado por tantos anos?
— Eu e Ivana conversamos sobre isso e está tudo
esclarecido.
— Qual foi a desculpa esfarrapada que ela deu para ter feito
tudo aquilo?
— O que ela fez? — Leslie perguntou, receosa.
Virei-me para ela, furiosa.
— Ivana ameaçou por anos expor um segredo da sua mãe só
para ter o caminho livre até Jason. Não respeitava a relação dos
dois e se jogou para cima dele assim que ela morreu — falei. —
Tirando os procedimentos bizarros que ela fez para se parecer com
a irmã. Ivana sempre teve inveja da Angelina e sempre quis tomar o
lugar dela.
A mulher levantou do seu lugar em um pulo.
— Como você ousa fazer essas acusações?
— E eu estou errada? Sei do que estou falando e sei quem
você é.
— Saia daqui, Diana! — exigiu Jason.
— Eu saio, mas trate de contar para a sua filha a verdade, e
não esconda nenhuma parte desta vez — falei, por fim.
Sai da casa com passos pesados e rápidos. Voltei para o meu
quarto e fechei a cortina, respirando fundo e tentando manter a
calma.
Senti um nó se formar em minha garganta, tanto pela tristeza
quanto pela indignação, mas tratei de engoli-lo na mesma hora. Eu
não me permitiria chorar por aquilo de forma alguma.
Um misto de sentimentos ruins estava me dominando.
Precisava achar uma forma de me acalmar.

[...]

Estava sentada no chão, fechando uma caixa de papelão,


sem ânimo algum.
Já sentia que estava mais calma e com menos raiva, agora
só havia sobrado uma angústia agonizante em meu peito.
Ouvi a campainha tocando e, sem vontade nenhuma, levantei
e fui até lá. Abri a porta e eu não esperava o que vi: era Leslie. A
garota estava chorando desesperada e completamente sem rumo.
Suspirei um pouco antes de ela me abraçar forte.
— Desculpa, por favor — disse entre soluços.
Não respondi, apenas retribuí o abraço e ficamos em silêncio
até que ela se acalmasse.
— Você quer um copo d’água? — perguntei quando nos
separamos.
Ela assentiu e me seguiu até a cozinha.
— Eu não tinha ideia de que minha tia havia feito isso com a
minha mãe. Estava tão fascinada por Ivana se parecer com ela, agir
como ela, que não notei algo de estranho nisso.
— A culpa não é sua. Tenho certeza que Ivana usava isso
para manipular você a favor dela, aproveitava-se da sua dor e do
seu amor.
— Eu fui tão burra, tão vulnerável — falou, deixando as
lágrimas caírem novamente. — Se Ivana tivesse apoiado a minha
mãe, ela ainda poderia estar aqui. Eu teria duas mães e um pai.
Imagine só, duas mães. — Leslie voltou ao choro desesperado. —
Eu só a queria de volta.
Dei a volta na bancada e a abracei mais uma vez, deixando
que chorasse o quanto quisesse.
Sabia que Jason não havia contado sobre o tempo em que
Angelina ficou ligada aos aparelhos, mas afinal, poupar Leslie dessa
história talvez fosse o melhor.
— Desculpe, sabe, pelo escândalo que eu fiz no outro dia —
disse ela, secando o rosto com as mãos. — Eu não estava
preparada para ver meu pai com outra pessoa.
— Está tudo bem, afinal, não voltarei a vê-lo.
— Ele disse que Ivana se explicou e pediu desculpas por
tudo, fez uma declaração e pronto, ele a perdoou. — Bufou. — Que
ódio!
— Esqueça isso. Vamos pensar em coisas melhores como
amanhã termos que ir para a universidade!
— Ah, nem me fale. Como já não bastasse toda a ansiedade
que estou sentindo com tudo isso, ainda temos que ir amanhã
mesmo!
— Vai ser legal, eu prometo — afirmei. — Que tal
encontrarmos Liam, Rose e Charles hoje à noite. Será bom para nos
distrair, sabe, último dia de férias.
— Acho que é uma boa ideia. Melhor do que ficar naquela
casa.
Sorri, depositando um beijo no topo de sua cabeça.

[...]

Coloquei a última caixa no porta-malas do meu carro,


fechando-o em seguida.
Minha mãe estava pronta para me dar um abraço forte.
— Venha mais vezes, aos finais de semana — pediu.
— Se eu puder, estarei aqui todos os finais de semana. Não
aguento mais ficar dentro daquele lugar.
— Ótimo! É só me avisar e vir, seu quarto estará esperando
por você.
Sorri, abraçando-a mais uma vez. Mesmo que fosse voltar
com frequência, sentiria sua falta.
— Então acho que é isso.
— Se cuide, querida.
— E você também. Não esqueça de sempre me contar as
novidades.
— Pode deixar. E você também.
Assenti.
Entrei no carro e dei uma última olhada para a casa de Jason.
Estava triste por ter acabado assim, por não ter tido a chance
de falar o que eu sentia e por não ter entendido o que aconteceu.
Não sabia o que tinha o levado a tomar aquela decisão, mas
provavelmente nunca saberia. Não havia algo que eu pudesse fazer,
restava aceitar e seguir a minha vida sem ele, mesmo que no
começo isso me machuque profundamente.
Liguei o carro, sentindo a angústia em meu peito retornar com
toda a força.
Eu o veria de novo, principalmente por eu e Leslie termos
feito as pazes, mas, se depender de mim, não trocaremos nenhuma
palavra. Ele seria apenas o pai da minha melhor amiga, e nada mais
que isso.
Comecei meu caminho até a universidade, que não ficava
muito longe dali, pensando no quanto eu estava ansiosa para me
formar e sair daquela cidade de uma vez por todas.
Mais de uma semana de aula se passou e eu já não estava
mais aguentando. O pior é que o que me irritava não era as aulas,
mas sim a maioria das pessoas que me cercavam.
— Estava um friozinho tão bom na minha cidade — disse
minha colega de quarto, Suellen, ainda remoendo as semanas que
passou de férias na sua cidade natal no Brasil.
— Daqui a pouco o frio já começa aqui. Não está mais tão
quente.
— Sim, e quando vier o frio será as férias de final de ano e eu
voltarei para o Brasil, onde estará calor.
— Mas são apenas duas semanas e você já volta para o frio
daqui — falei, tentando ver o lado bom. — Vou ir ver uma amiga.
Volto depois.
Ela assentiu, com o seu livro no colo.
Caminhei pelo campus nem tão lotado e fui até o local que
combinei de conversar com Leslie.
Ela estava muito ocupada e eufórica nos primeiros dias, além
de ter aulas bem longe de mim, mal conseguimos nos ver.
Sentamos em um dos bancos que havia ali, perto de uma
árvore.
— Como está sendo os seus primeiros dias? — perguntei.
— Corridos. Vou para lá e para cá toda hora. Mal tenho
conversado com Liam, acho que ele também está muito ocupado,
mas prometemos nos ver a cada duas semanas.
— Fique preparada! Os próximos anos serão todos corridos.
E você, como está se sentindo?
— Não preciso nem falar que não dormi na primeira noite,
não é? Estou me sentindo bem ansiosa. Marquei uma consulta com
um psiquiatra para ver se não preciso trocar de remédio — disse,
encarando as próprias mãos. — Marquei uma consulta com uma
psicóloga também. Vamos ver se agora irá me ajudar um pouco
mais.
— Fico muito feliz por isso. A terapia pode ser muito boa para
você.
— Espero que esteja certa.
Respirei fundo, encarando um grupo de alunos que estava
mais adiante.
Eu queria perguntar sobre Jason, mas não sabia se deveria.
Se Leslie não comentou nada, significava que ele nem ao menos
havia tocado em meu nome durante esse tempo, não é?
Em um momento de puro impulso, resolvi que era melhor
matar a minha curiosidade:
— E o seu pai?
Leslie me olhou e na mesma hora desejei nunca ter
perguntado aquilo.
— Vocês realmente não conversaram mais? — indagou.
Neguei com a cabeça.
— Ainda não entendi o motivo do que ele fez, sabe, não
conversamos, não fiz absolutamente nada e ele apareceu com outra
assim, e não era uma pessoa qualquer.
— Ele viu você com outro no dia anterior, no seu quarto. Além
disso, ele não está mais com a Ivana. Acho que não aguentou por
muito tempo.
— Espera aí! Jason me viu com outra pessoa no meu quarto?
— perguntei, incrédula.
— Sim. Foi por isso que ele procurou outra mulher, meio que
para afetar você eu acho.
— Ele não podia, sei lá, vir falar comigo?
— Acho que ele pensou que aquilo era a sua forma de dizer
que não queria nada.
Tentei lembrar como havia sido o dia anterior da briga, então
minha mente clareou: foi a noite que eu assisti um filme com o Peter.
— Ah! Eu estava sim com outra pessoa no meu quarto, mas o
Jason entendeu tudo errado! Aquele cara era o Peter, filho do
namorado da minha mãe, e eu estava justamente dizendo a ele que
não queria o beijar. Sugeri que fossemos apenas amigos e
agíssemos como irmãos e ele aceitou.
— É sério? Então você deveria chama-lo para conversar.
Suspirei.
— Isso não anula o fato de ele ter perdoado Ivana.
— Seja qual for a sua decisão, prometo não surtar desta vez.
Sorri, colocando minha mão em cima da dela.
Era quase inacreditável. A falta de comunicação é com
certeza a pior vilã de qualquer relação, e nós deixamos que isso nos
afastasse. Era revoltante pensar que tudo poderia ter sido diferente.

[...]

Estava tão feliz por poder passar o final de semana em casa.


Eu estudaria na maior parte do tempo, mas estudar no meu quarto
era bem melhor.
Quase um mês de aula já havia passado e, apesar de minha
mãe ter pedido para que eu voltasse com mais frequência, não
consegui fazer isso antes. Então, naquele final de manhã de sábado,
voltei para casa.
— Finalmente está aqui! — disse ela, me vendo sair do carro
com uma mochila.
— Espero que tenha preparado um almoço só para mim.
— Está quase pronto. Largue a sua mochila e descanse um
pouco, chamarei você. — falou e eu assenti. — Ontem chegou uma
caixinha para você. Está na sua cama.
— Uma caixa? — Franzi o cenho. — Tudo bem, vou lá dar
uma olhada.
Depositei um beijo em sua bochecha e subi as escadas.
Coloquei minha mochila na poltrona e voltei a minha atenção para o
que havia chegado.
Por um breve momento, senti minha respiração falhar.
Era uma caixa com o logo da Cardiff Cosmetics, marca de
Jason.
Sentei e a coloquei em meu colo, respirando fundo antes de
abrir.
A primeira coisa que vi foram dois batons líquidos marrons,
um claro com o nome Super-Heroína, e um escuro com o nome
Princesa. Depois peguei os três blushs que haviam ali. Um rosa-
claro levava o nome de Timidez, o rosa-forte, quase vermelho, tinha
o nome de Prazer, e o último, um rosa com um subtom mais frio, era
o Empolgação.
Sorri ao lembrar do dia em que Jason fez aquelas
observações, e não podia acreditar que ele fez daquilo parte da sua
nova linha de maquiagem.
Ainda havia uma coisa na caixa: uma paleta de sombras com
o nome Diana. Abri e dei de cara com seis cores lindas, quatro tons
diferentes de amarelo e dois tons de marrom.
Aquilo era inacreditável! Eu tinha uma linha baseada em
mim? Era isso mesmo que estava acontecendo?
No fundo ainda havia um folheto apresentando os mais novos
produtos da Cardiff Cosmetics.
A última coisa na caixa era um pedaço de papel, com algo
escrito à mão:
“Espero que tenha gostado de ser a minha inspiração. Estava
há meses pensando em como seria a nova linha, e depois que você
chegou tive certeza do que fazer. Nunca havia criado algo tão rápido
e tão pessoal. Você me marcou da melhor forma possível, e eu sou
grato por isso.
Com amor, Jason.”
A angústia que eu não sentia há dias voltou, junto com a
necessidade de vê-lo.
Levantei rapidamente e desci as escadas. Murmurei um “já
volto” para a minha mãe e bati na porta da casa ao lado.
Quando ela se abriu, revelou um Jason muito surpreso.
— Diana? — perguntou.
— Eu recebi a sua caixa.
Senti lágrimas se formarem em meus olhos, mas pisquei
freneticamente até que elas secassem.
— E o que você achou?
Ele parecia nervoso e ansioso pela minha resposta.
Não respondi, apenas o beijei, colando nossos corpos e
sentindo seu perfume depois de semanas sem nem ao menos o ver.
Jason afastou seu rosto em alguns centímetros, o suficiente
para me olhar, colocando a mão em meu rosto e o acariciando.
— Eu estava com tanta saudade disso — disse, abrindo um
sorriso e com os olhos brilhando.
— O cara que você viu no meu quarto é o filho do namorado
da minha mãe, estávamos apenas assistindo um filme.
— Eu nunca perdoei Ivana de verdade. Fiz aquilo apenas
para afetar você. Eu estava com raiva, com ciúmes, chateado e não
sabia o que fazer.
— Eu deveria ter falada com você sobre isso antes.
— Está tudo bem. Eu fui o grande idiota da história. Covarde
demais para contar à Leslie sobre você, covarde demais para admitir
o que eu estava sentindo desde o início. Sou completamente
apaixonado por você.
— Eu demorei para me convencer do quanto eu estava
apaixonada. Esse sentimento é real e maior do eu jamais pensei que
seria.
— Namora comigo? Agora oficialmente.
Sorri, encostando minha testa na sua e fechando os olhos.
— É claro que sim.
Seus lábios encostaram nos meus suavemente, dando início
ao beijo mais apaixonado possível.
A felicidade que eu estava sentindo era indescritível. Nunca
pensei que alguém faria eu me sentir daquela forma.
— Tem certeza que já está tudo lá? — perguntei, observando
as casas da região.
— Sim! E iremos ter um abrigo ótimo, não se preocupe —
respondeu Jason.
Nós dois estávamos finalmente nos mudando para uma casa
em Houston. Era onde sua empresa ficava e não me importei de
mudar por sua causa. Meu trabalho era escrever para uma revista
online e eu poderia fazer isso de qualquer lugar.
Jason parou o carro em frente à uma linda casa branca. Era
grande, com muitas janelas de vidro e um jardim espaçoso.
— Você fez uma escolha incrível! — falei.
Eu ainda não havia visto a casa que ele escolheu e muito
menos a decoração.
— Você irá adorar por dentro. Quero mostrar todos os
detalhes.
Saí do carro e o segui para dentro.
A sala era muito espaçosa, com um grande sofá cinza que
me parecia muito confortável.
Queria dar uma olhada nos outros cômodos ali embaixo, mas
Jason insistiu para que subíssemos.
Entramos na primeira porta, onde ficaria nosso quarto.
Havia uma janela enorme com uma pequena sacada. A cama
de casal era grande e cheia de travesseiros. Quase tudo na cor
branca.
— Juro que tentei achar um closet grande para caber todas
as nossas coisas — disse ele, parando no meio do quarto.
— Acho que sempre podemos dar um jeito.
— Além disso, a suíte é incrível. Era impossível eu negar
esse lugar. Vamos seguir.
Saímos de lá e seguimos pelo corredor. Jason abriu outra
porta.
— Este é o quarto da Leslie para quando ela quiser nos
visitar.
— É ótimo.
Era uma decoração simples, com uma janela que dava para a
piscina e uma cama de casal grande.
— Mas o próximo é o meu favorito.
Fomos para o cômodo ao lado. Fez um certo suspense para
abrir a porta, o que me fez imaginar um milhão de coisas diferentes.
Jason girou a maçaneta lentamente, e então a abriu. Um
sorriso se formou em meus lábios instantaneamente.
Era um quarto de bebê, com um berço e as paredes pintadas
de amarelo e branco.
— Nem concebido o bebê foi e você já arrumou um quarto?
— perguntei, incrédula, mas feliz. — Está incrível!
— É claro que já arrumei! Quando Eugene nascer já estará
tudo pronto.
Coloquei as mãos na cintura, encarando-o.
— Eu já disse que ele não vai se chamar Eugene! Você pode
ter um cachorro e colocar esse nome se faz tanta questão.
— Mas precisamos escolher um nome, não?
— Sim, mas só quero engravidar no final do ano e nós
teremos muito tempo para escolher. Eu já comprei o vestido de
noiva e eu não quero precisar aumenta-lo. Foi difícil o suficiente
achar algum que suportasse meus seios, imagina então se
estiverem cheios de leite!
Jason riu, puxando-me pela cintura.
— Tudo bem. Bebê só depois do casamento, mas o cachorro
antes.
— Vamos procurar um amanhã mesmo!
Sorri, depositando um selinho rápido em seus lábios.
— Eu te amo — disse ele.
Encarei seus olhos azuis, tão perto de mim.
— Eu também te amo.
Jason me beijou, tão apaixonado quanto dois anos atrás. Ele
me abraçou pela cintura, logo descendo as mãos para minha bunda
enquanto eu envolvia meus braços em seu pescoço.
— Acho que devemos testar a cama nova — sugeriu, sorrindo
maliciosamente.
— Não. Precisamos desfazer as malas, são muitas.
— Primeiro testar a cama e depois desfazer as malas.
Olhei para cima, pensativa.
— Tudo bem. Cama e depois malas.
Segurei a sua mão e o puxei para fora, voltando ao nosso
quarto.
Nosso quarto.
Nossa casa.
Nosso casamento.
E, no futuro, nosso filho.
Eu nunca fui o tipo de garota que idealizava uma família,
nunca parei realmente para pensar se queria ter filhos ou não, mas
durante aqueles anos isso me pareceu tão certo. Queria
compartilhar a minha vida e minha felicidade com Jason, queria
colocar um pedacinho nosso no mundo e cuidar com todo amor e
carinho.
Não podia negar o quanto o amava, e meu coração se enchia
de alegria ao lembrar que ele sentia exatamente o mesmo e, se
depender de mim, será assim até o final das nossas vidas.
Amor Proibido
O rei de Ouvider, Alexander, decidiu que precisava
urgentemente de uma nova rainha anos depois da sua amada
Agnes falecer misteriosamente. Organizou um baile no seu
aniversário de cinquenta anos para escolher a mulher que reinaria
ao seu lado.

A jovem Katherine foi a grande escolhida para ser a nova esposa do


rei.
Katherine achou que a parte mais difícil já havia passado. Mas as
aulas de etiqueta, leitura e o rei amargurado lhe tiravam do sério
todos os dias, além da descoberta de um terrível segredo real que
estava enterrado há anos.
Só quando começou a conviver com o filho mais velho do rei, Heitor,
que ela percebeu que tudo poderia piorar.
Heitor era charmoso e inteligente, duas das principais coisas que
Katherine não resistia em um homem.
Passar os dias perto de Heitor estava sendo cada vez mais
torturante. Ela podia vê-lo tão perto, mas sabia que não podia toca-
lo, mesmo que os corpos de ambos implorassem por isso.
O beijo de Heitor poderia, literalmente, matá-la. Eles sabiam muito
bem qual era a sentença para adultério: execução.

Proposta Indecente
Melanie Andrews é uma jovem de 18 anos, de origem
humilde e com um cargo baixo em um simples fast-food. Sua
relação com a mãe é muito próxima, e ela se vê em uma complicada
e desesperadora situação quando a mais velha precisa de uma
cirurgia delicada. Completamente sem condições financeiras para
arcar com um tratamento deste porte, a garota perde as
esperanças. Porém, quando o CEO da empresa Beauty Model,
Drake Jones, entra em seu caminho e faz uma proposta indecente,
suas expectativas retornam.
Um homem simpático, bonito, educado e sedutor. Afinal, seria um
sacrifício para ela perder a virgindade com Drake em troca do
dinheiro que a sua mãe precisava?
O que era para ser apenas uma noite de "negócios" se torna algo
muito maior. Melanie irá experimentar o amor pela primeira vez, mas
não será nem perto do conta de fadas que um dia ela idealizou.
Um Amor em Sydney
Emilly, uma jovem mulher que cresceu sem sua mãe, acaba
de perder seu pai para uma trágica doença. Em busca do seu
passado, decide partir para Sydney atrás de sua mãe. Ela acaba na
casa da rica família Clifford, que a ajuda com um emprego de
faxineira. Lá ela conhece Noah, um homem que não costuma ouvir
"não" como resposta, e seu primo George, um homem gentil e
atencioso, que desenvolve sentimentos por Emilly no momento em
que a conhece.
Porém, sua convivência com Noah a surpreende cada vez mais, e
quando ela menos espera, seu coração lhe prega uma verdadeira
peça.
Além da dúvida que seus sentimentos a proporcionaram, Emilly terá
que lidar com um terrível segredo que ronda suas origens. Um
segredo que põe em risco toda a sua felicidade e lhe causará uma
angústia sem fim.
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