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Luiza Costa
Julianna Costa
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 e 19/02/1998.
Este livro, ou qualquer parte dele, não pode ser reproduzido por quaisquer
meios sem prévia autorização expressa das autoras
Capa
Thiago Sihvenger
Esse é um livro de dicas.
Esse é um livro de desafios.
Esse é um livro de contos eróticos.
É isso que você vai encontrar nessas páginas: sugestões – cuidadosamente
selecionadas por uma consultora de relacionamentos e uma autora de
literatura erótica – de como melhorar sua vida sexual, seguidas de uma lista
de 50 desafios diretamente relacionados a cada uma das dicas.
Incluímos também alguns contos eróticos, aqui e ali. Cenas rápidas de
degustação envolvendo alguns cenários que abordamos durante os capítulos.
É claro que, como todo livro de desafios, você nunca deve se forçar a nada
que não te deixe à vontade.
Nosso objetivo não é que você concorde com tudo. Na verdade, a nossa ideia
é muito mais te fazer pensar e se desafiar.
Sexo não é uma receita de bolo. Não existe um caminho certo e outro errado.
Só existe um labirinto de possibilidades e o percurso que você vai escolher
fazer.
Sinta-se à vontade para realizar os 50 desafios desse livro.
Sinta-se à vontade para, não sentindo-se pronto, realizar apenas dois ou três.
Mas, o que nós esperamos, é que você encontre nesse livro algumas razões
para se atrever.
Ousar fazer uma única coisa, por mais simples que seja, que você sempre
teve vontade, mas nunca coragem, já é um ato revolucionário.
Esperamos fazer parte dessa – pequena, grande - revolução junto com você.
Beijos,
Julianna Costa @julianna.costa
&
Luiza Costa @pergunteaumamulher
Parte I
A conversa
Comunicação
Acho curiosíssimo como alguns casais têm vergonha de falar de sexo.
Ficar nus, um por cima do outro, suando como animais?
Tudo bem.
Enfiar a cara na virilha do outro para lamber fluidos?
Sem problemas.
Mas sentar para uma conversa honesta?
Ah, aí já é demais.
Comunicação é a coisa mais importante para uma boa vida sexual.
Porque quando você sabe do que seu parceiro(a) gosta, é bem mais fácil leva-
lo ao orgasmo.
Mas como saber o que seu parceiro(a) quer?
Esse é o truque que pouca gente conhece... mas existe uma habilidade
mágica que te permite saber exatamente o que a outra pessoa está pensando:
Se chama “perguntar”.
O “Perguntar” associado ao “saber ouvir” e “ser sincero” resulta em
relacionamento sexual bem intenso e duradouro.
Não tenha vergonha
Exemplos práticos:
Você decidiu que “pode até” se fantasiar de enfermeira, mas que
um swing, jamais? Então tá decidido!!
Ou que até pode ir a uma casa de um swing, mas apenas com outra
mulher, jamais outro homem (ou vice-versa)?
Então tá decidido também!
É clichê, mas você precisa sempre se amar mais do que o seu
parceiro(a), e, ao mesmo tempo, amá-lo – ou ao menos respeitá-lo – o
bastante para entendê-lo também.
Do contrário, será imposição de apenas uma vontade, e o que era
pra agradar e estimular o casal, pode fazer com que ambos se percam de
vez.
Lembrando que – não apenas no sexo, mas em tudo na vida –
quando você faz de tudo só para agradar uma pessoa, você corre o risco
de não agradar nem a ela, nem a você mesmo... Então, preserve-se!
Dica técnica:
A Lu dá consultorias para casais que ainda estão analisando os
prós e contras de realizar um fetiche. Se precisar de uma mãozinha,
escreva pro pergunteaumamulher@gmail.com e agende uma
consultoria. Inclusive, se você se sentir melhor em conversar (ao menos
a princípio) sem o seu parceiro(a), também é recomendado “para uma
primeira conversa”, tá?
Desafio #2
Não sabe por onde começar, porque não tem certeza nem de quais as
suas preferências?
Então, vamos começar com uma brincadeira do “sim ou não”.
Leiam a lista abaixo juntos e vejam quais dessas vocês topam!
E se não souberem como funciona um dos fetiches da lista, por que não
aproveitar para pesquisar um pouco? A maior parte desses tópicos serão
abordados ainda nesse livro.
Mas pode ser legal pegar um dia para consumir esses conteúdos por mais
tempo ainda. Procurem vídeos sobre “os fetiches mais famosos entre os
casais” e, a partir daí, conversem!
Podem ter certeza que, depois dessa, vocês saberão muito mais sobre o
outro, e claro, sobre vocês mesmos!
Se não gostarem de nada, tudo bem, ao menos foi um entretenimento
curioso, não é mesmo!?
Agora! O desafio.
Sim ou não?
1 – Submissão e dominação?
2 – Interpretação de papeis
3 – Exibicionismo ou Voyeurismo?
4 – Sexo em público?
5 – Lingeries sensuais?
6 – Couro e látex?
7 – Posições diferentes?
8 – Falar obscenidades?
9 – Sexo com um estranho?
10 – Ménage?
11 – Tesão por objetos específicos? (sapato é um fetiche bem famoso).
12 – Strip-tease
13 – Sexo com comida?
14 – Ficar nu enquanto a outra pessoa está vestida? (muitas mulheres
heterossexuais têm tesão forte por homens de terno ou uniforme).
15 – Sexo no carro?
É o cara que quer comer uma bunda, mas quer que a mulher faça uma
verdadeira lavagem intestinal antes.
Sexo é sujo. Suor e outros fluidos corporais são parte do pacote.
Ter nojo dos cheiros, dos sabores e dos toques dificultam o que poderia
ser uma experiência plena, porque se você está pensando em tudo isso,
significa que não está se entregando ao momento.
O ditado já dizia: “relaxa e goza”.
O “relaxar” é imprescindível.
Desafio #3
E se o “nojo”, na verdade, for apenas algum preconceito, criado na sua
cabeça, a respeito dos perus e das pepekas da vida?
E se você imaginasse que está dando um prazer imenso ao seu
parceiro(a) e que, por isso, não teria motivo para sentir nojo de alguém que
você ama?
É outra forma de ver as coisas!
Mas será que esse truque funciona pra você?
Bem, pra descobrir é só tentar esse desafio rápido:
Lamber todo o corpo do seu parceiro(a).
Tá, você pode pular uma parte ou outra, porque não é tratamento de
choque. A ideia é relativizar a noção de nojo quando o assunto é sexo.
Experimenta a outra pessoa todinha. Sem pressa.
Beijos e mordidas também são bem vindos.
Parte II
Criando o clima
Masturbando ela
Masturbação é uma coisa natural.
Faz bem pro corpo, faz bem pro humor, faz bem pra saúde.
Tanto aquela feita por nós mesmas, quanto aquela feita por outra pessoa.
Vamos começar falando sobre fazer em outra pessoa, e aqui estão dez
dicas rápidas.
1 - Vá com calma
Pressa é inimiga do orgasmo feminino. Se é uma mulher que você já
conhece e fez gozar outras vezes, você pode conseguir fazer uma rapidinha
com mais facilidade... Mas se é sua primeira vez com ela, não corre. Começa
devagar e saiba que vai levar o tempo que precisar.
2 - Lubrificação
Não adianta começar a mexer na mulher se ela tá seca. Só vai machucar
a coitada. Espera ela estar molhada ou então usa algum tipo de lubrificante
externo: seja o artificial ou sua própria saliva. Faz qualquer coisa! Menos
meter a mão na mina seca. É por isso que é super importante lembrar das…
3 - Preliminares
Não tem jeito melhor de deixar a pessoa excitada. Na real, essa é,
inclusive, a razão máxima da existência das preliminares. Não vai direto pro
clitóris, já de cara. E já que estamos falando disso: não vai nem pra vagina,
de cara. Espera um pouco.
Até porque, além de ajudar na lubrificação, as preliminares são
imprescindíveis pra melhorar o orgasmo.
4 - Provoque as imediações
Feitas as preliminares, os toques, os beijos, as lambidas… aí está na hora
de você começar o passeio pela vagina. Começa com toques superficiais,
quase como cócegas. Vai fazendo a mulher desejar uma pressão mais intensa
antes de você lhe satisfazer. Pensa assim ó “antes de fazer qualquer coisa
com essa mulher, tenho que deixar ela doida de vontade”. Lembrando que,
ao redor da vagina, tem muito local legal pra brincar e que faz a mulher
morrer de vontade que você “chegue lá” logo. Aproveite bem as laterais e os
outros locais da estrada – que não propriamente a estrada – meu amigo!
5 - Encontre o clitóris
Se você não sabe onde ele fica ou não tem certeza, é melhor descobrir.
Porque se você concentrar sua atenção uma besteirinha pro lado, você pode
transformar prazer em tédio.
Mas como eu descubro?
O Google mostra em fotos!! Mas dependendo da intimidade do
momento, acho melhor perguntar, do que passar vergonha.
Gemidos também são ótimos norteadores.
Outra coisa legal é deixá-lo mais exposto.
O clitóris fica coberto por um capuz de carne e pele. Use os dedos para
libertá-lo a medida que ele for inchando com a excitação e seu contato vai ser
bem mais intenso.
6 - Os movimentos
São os circulares, verticais e horizontais. Pode variar entre os
movimentos e diferentes tipos de pressão. Pequenos apertos e beliscões no
clitóris também funcionam, só cuidado pra não machucar a mina. Tem mais
terminações nervosas no clitóris que na glande do pênis, então, imagine…
7 - Penetração é bom, mas não é necessário
Homem, às vezes, é tão preso à coisa da penetração que não percebe a
beleza da vida. Pra masturbação ser boa, não precisa enfiar os dedos!
Se desafia a levar a mulher ao orgasmo só estimulando o clitóris dela.
Você pode descobrir que é bem mais fácil do que imaginava.
8 - Mas se for penetrar…
Tem uma posição que o tantra chama de “ter o segredo do universo nas
mãos”.
Nada de enfiar o indicador de qualquer jeito. Você introduz os dedos
médio e anelar na vagina, deixe-os levemente curvados pra alcançar o ponto
G (espacinho que a mulher tem, por dentro do canal vaginal, logo atrás do
clitóris). Mantenha o indicador e o mindinho esticados para te dar mais apoio
para o movimento. Aproveite a posição pra esfregar a base da mão contra o
clitóris.
Aí, vamos lá! Dez dicas rápidas do que fazer com uma ereção:
1 - Pode ir direto pro pênis
Ao contrário da masturbação feminina, nos homens, você pode tocar o
pênis direto. Isso não significa que eles não gostam de preliminares, mas
enquanto as mulheres precisam de algo para ficar excitadas, lubrificar a
vagina e o toque ser mais gostoso, para os homens o toque no pênis já é o
algo que leva à ereção e lubrificação. Mas, ainda assim…
2 - Atenção com a lubrificação
O lubrificante natural masculino vai começar a ser expelido pela
pontinha do pênis. Um líquido transparente e viscoso. Use os dedos para
espalhar o lubrificante pela cabecinha e descendo pelo comprimento cada vez
mais. Se não for suficiente, use lubrificante artificial ou saliva.
Masturbando a si mesmo
Não é tarefa fácil para duas mulheres dar dicas nesse departamento.
Então, ao invés de dizer pra vocês o que a gente “acha”, aqui vão cinco dicas
coletadas de rapazes!
1- Usar um pouquinho de lubrificante é sempre bom.
Sexo é uma atividade úmida. Lubrificante espelha melhor as condições
do sexo e deixa mais plena a experiência da masturbação.
2- Sempre tenha lencinhos por perto ou opte pela masturbação no
chuveiro, ejaculações podem sujar bastante.
3- Não tenha vergonha dos seus desejos na hora de escolher pornô,
hentai, contos, imagens ou imaginação. Mas trate pornô como um
LUXO, não como uma NECESSIDADE. Disfunção erétil induzida por
pornô é um problema que ataca um número cada vez maior de homens
que insistem em ver sexo apenas como algo mecânico e corporal, e se
esquecem que existe um fator mental atrelado.
Se você usa pornô muito e sempre, seu corpo acaba condicionando sua
ereção àquele estímulo e, quando você estiver diante de sexo com uma
pessoa de verdade, pode descobrir que seu pênis desistiu de colaborar.
Tenha cuidado também com o escalonamento: se você já for direto para
estímulos mais pesados de cara, fica cada vez mais difícil alcançar
aquele mesmo patamar. Então, tente começar suave pra não desgastar
sua sexualidade. Depender de pornô pra orgasmo não é saudável.
4- Existem vários masturbadores masculinos que podem ajudar. Não é
só boneca inflável! E nós temos um capítulo só pra falar disso!
5- Usar objetos: muita gente acha que masturbação masculina exige as
mãos e isso não é verdade. Dá pra usar travesseiros – por exemplo –
para causar fricção e simular a penetração. Evitar usar as mãos pode
ajudar a atrasar a ejaculação, o que por si só já potencializa o prazer.
Leve as mãos à ereção apenas no instante final e experimente.
6- E falando em atrasar a ejaculação, algo que muitos homens
recomendam é tentar fazer a masturbação durar pelo menos uns dez
minutos. Se você não consegue manter um estímulo por esse tempo sem
gozar, imagina como vai ser na hora do sexo?
Desafio #5
E hoje é o dia dele!
Dê um bom banho no seu parceiro e, depois, deite-o na cama. Fale que
esse será o dia apenas de receber e que você não quer nada em troca.
Agora coloque todas as dicas que você acabou de aprender por aqui:
brinque, toque, pergunte. Só saia de lá depois que ele tiver gozado, ok?
Para os solteiros, o desafio é tentar se masturbar de um modo diferente.
Você sempre usa pornô? Então, experimente ler um conto. Você sempre lê
contos? Experimenta usar só a imaginação...
O objetivo é variar e vencer a mesmice.
Dia da Playlist
A coisa mais comum que existe é o sexo rotineiro (óhhh!!!). Sempre no
mesmo local (nem que seja no mesmo motel) e do mesmo jeito.
Mas e cadê o som, DJ!? Não vai soltar não?
Se fosse algo de difícil acesso, tal como ir a um hotel de luxo, eu até
entenderia porque a crise tá feia e, às vezes, mal sobra pra comprar um
pingado. Mas poxa, qualquer celular pé duro aguenta soltar uma playlist!
Sem contar que – assim como o gosto pela comida – a música é um dos
prazeres mais universais que existe.
E ok, cada um pode até ter seu próprio gosto musical, mas vamos
combinar que é basicamente impossível um casal não ter um gosto em
comum em nenhum dos gêneros que o outro gosta, concorda?
Além do mais, tem umas músicas que são eróticas por si só. Basta dar o
play e o clima se cria sozinho.
Nisso eu te pergunto:
Precisa mesmo dizer que, se seu ouvido é estimulado, seu desempenho
muda – e muito! – também?
A partir de hoje, arrume um bloquinho de notas (eu gosto de fazer
online, usando o meu rascunho do email, pois assim fica mais difícil de
perder) e, toda vez que você gostar de alguma música – e achar que ela seria
melhor ainda para um pereco-teco -, ANOTE-A!
Por exemplo:
Hoje, eu ouvi algumas da Madonna e acredito que a maioria seria ótima
para a minha playlist (ironicamente, menos a “Like a Virgin” para o meu
clima de hoje). Já amanhã, poderei ouvir sei lá, Loreena Mckennitt e perceber
que usar algo dessa cantora também seria genial.
Fazendo isso, de pouquinho em pouquinho e na medida em que for me
lembrando, ao final da semana, ou do mês, terei uma playlist completa,
concorda?!
Daí é só dar uma refinada, ver quais músicas existem de gosto em
comum com o parceiro(a) e, de modo surpresa, botar pra tocar em qualquer
dia aleatório.
Não precisa ser data comemorativa, nem dia da morte da sogra! Pode ser
segunda, 8 horas da manhã que tá tudo lindo: é de graça e inesgotável
mesmo!!!
Desafio #6
Como levar um som inteiro pro quarto não é lá a coisa mais prática do
mundo (e você também pode achar que o seu celular mais parece com uma
caixinha de abelha que só sabe zumbir), experimente comprar uma daquelas
mini caixinhas de som, com bluetooth. Você encontra em qualquer camelô e
são a maior barateza!!
Sem contar que, por serem pequenas, não atrapalham a vida de
ninguém. Cabem dentro de um carro e/ou uma bolsa feminina bem
sossegadamente.
Só não se esqueça de testá-las antes, porque algumas são de fato
melhores caladas, tá?
E aí é só partir pra Playlist!
Escolha dez músicas que você e seu parceiro(a) achem eróticas, sensuais
ou românticas, porque hoje de noite o sexo vai ser com direito à trilha sonora.
Banho
Nota da Lu: Eu perdi muito tempo da minha vida tendo “vergonhazinha
de tomar banho junto”. Quando mais nova, era porque tinha “o peito
caído”, e depois de feita a cirurgia plástica, achava que era “algo íntimo
demais”.
Foi com o tempo que eu acabei percebendo que perdi tempo demais ao
ter vergonha do meu próprio corpo e ao me privar de sentir uma das
melhores sensações do mundo.
Pense comigo:
- Água rolando
- Um pode dar banho no outro
- Carinho no couro cabeludo, enquanto lava.
- Sabão e cheirinho bom para todo mundo (essa pareceu até
comercial de shampoo de bebê)!
Sem contar as propriedades científicas e relaxantes da água que todos
nós já conhecemos.
Se juntar tudo à dica da playlist, como não amar, né não?
Como a gente sempre faz questão de repetir: a intimidade entre um
casal não deve ser apenas para sexo.
Eu, por exemplo, adoro tomar banho junto, sem nem precisar haver
fornicação pra isso: lavar as costas, os cabelos, as partes íntimas... Nossa!
Bom demais! É tipo uma preliminar, bem deliciosa. Se vocês tiverem acesso
a uma banheira, melhor ainda!
Às vezes, penso que é até perigoso deixar o outro mal acostumado de
tão bom que é. Enfim, essa é mais uma maneira de alimentar as boas ligações
e as memórias. O que, é claro, levará muito mais intimidade e prazer em tudo,
tendeu?
Desafio #7
Pegue um sabonete bem cheiroso e o abra na hora. Sim, ele deve ser
novo, porque nós sabemos que o cheiro dele costuma ser muito melhor e
mais intenso, certo? Se você tiver com um dinheiro sobrando, pode até
comprar um “gourmet”, mas sério, os de farmácia também são bem
cheirosos quando novos!
Depois, use-o para fazer bastante sabão e ensaboar o corpo do outro.
Caso não tenham, comprem também um sabonete íntimo. Esse deve ser
usado inclusive em homens, porque sério, é raro um sabonete comum que dê
o mesmo resultado de um íntimo “lá”.
No fim, fica bem melhor pra brincar também.
Nossa, mas o desafio é “só um banho”? Quem acha isso é porque
nunca deu um banho bem dado no parceiro. Aqui, o desafio vai além “do
banho”. É toque, conhecer, como quem não quer nada, áreas do outro e o
céu é o limite.
Ah, dá inclusive pra cumprir esse desafio e o da playlist no mesmo dia,
hein?!
Preparamos, para vocês, cenas eróticas como presentes extras desse livro
a fim de ilustrar algumas das dicas.
Vocês vão encontrá-las espalhadas entre os capítulos. Aproveitem!
Primeira Cena
Eu sou apaixonada pelo irmão da minha melhor amiga.
Perceba que eu não disse “estou” apaixonada. Porque não é um estado
temporário e passageiro. Não é como uma gripe que você pega e daqui a duas
semanas nem lembra mais que existiu.
Não.
Eu sou apaixonada por ele.
É uma mazela que eu sofro desde a infância, quando os filmes da Disney
me convenceram que príncipe encantado existe, e aqueles olhos verdes me
convenceram que era ele.
Ele sempre foi lindo.
Os cabelos escuros e muito lisos que caíam até as orelhas, quase
cobrindo seus olhos frios e metódicos. As linhas do rosto eram angulosas e
robustas, uma coisa que sempre foi bem masculina, mesmo quando ele era
muito novo.
Eu tinha uns dez anos quando comecei a me interessar por garotos, e ele,
cinco anos mais velho, era o adolescente com uma voz que começava a
engrossar, jogando futebol sem camisa, enquanto um grupo de meninas
sentava em fileira na lateral do campo improvisado: fingindo interesse pela
exibição do esporte quando, na verdade, só se interessavam pela exibição de
pele.
Ele era lindo. O suor fazendo o cabelo grudar na testa, escorrendo pelo
corpo como se me provocasse.
No começo, era platônico, esse meu interesse. E nem podia ser
diferente: o cara com dezessete anos não ia olhar para uma menina da minha
idade.
Mas aquilo foi crescendo dentro de mim.
Eu fui percebendo o corpo dele, enquanto percebia meu próprio corpo.
Meu coração derretia sempre que ele sorria, sempre que falava, sempre que
bagunçava meus cabelos com alguma brincadeira que – para minha
infelicidade – sempre soava muito fraterna...
Não conseguia ficar perto dele por muito tempo sem virar uma completa
idiota.
O problema é que eu e a irmã dele éramos inseparáveis. Às vezes, eu me
via passando mais tempo na casa dela do que na minha própria, o que, por
consequência, significa que eu via a minha versão do príncipe encantado
quase todos os dias.
Piorou quando ele foi crescendo, sabe?
Quando foi ganhando aquela barba escura, mal feita. Aqueles músculos
nos braços e no peitoral. A largura dos ombros dele é um negócio que devia
ser considerado crime, porque eu era, claramente, uma vítima daquela
agressão diária.
A primeira vez que eu me masturbei foi pensando nele. E nem tinha
como ser diferente. Um fim de semana inteiro naquela casa, com aquele
homem delicioso, sem camisa, consertando algum diabo no quintal.
Ele entrava em casa, suado e ofegando, pra beber uns copos de água
imensos, aí cada gota de água que escapava pelos lábios pra ir escorregando
bem devagarzinho pelo queixo, eu achava que era Deus dizendo que me
odeia.
No domingo, ele ainda começou a trabalhar com a camisa. Mas não
durou e ele logo deixou sobre o espaldar da cadeira, na mesa da cozinha.
Aquela peça de roupa úmida. Cheia dele me tentando no café da manhã.
Você já ficou excitada só por sentir o suor de um cara?
Eu já.
Parecia que o cheiro do seu suor estava infestando a cozinha inteira. Eu
não conseguia respirar. E – pior – minha vagina decidiu ser solidária e
começou a sufocar junto comigo.
Todos os músculos do meu corpo se contraíram enquanto minha amiga
me oferecia um pedaço de bolo ou algo que o valha. Eu não conseguia
pensar, acabei recusando a comida, o que deve ter sido até melhor, porque eu
não sei se seria capaz de mastigar já que sempre que ele ameaçava aparecer
na janela, meu queixo caía alguns centímetros.
Voltei pra casa e me masturbei, pensando nele.
É um pesadelo.
Principalmente porque, apesar de toda essa minha história de pobre
moça, hoje, anos depois, aos meus vinte anos, sou o tipo de mulher
independente que não volta pra casa apanhada, xingada, ou com tesão
insatisfeito.
Tive meu primeiro parceiro(a) aos dezessete anos e, depois disso, nunca
mais passei vontade com homem nenhum nessa vida.
Quer dizer... menos ele.
Esse ainda me fode, mesmo que me foda vez nenhuma.
Minha melhor amiga já percebeu minha paixão desenfreada por seu
irmão mais velho. Sua avó também já notou. Os colegas do trabalho dele.
Minha família também. Qualquer pessoa que me conheça – mesmo
superficialmente – não demora a descobrir que basta ele dizer “é hoje” para
eu abrir as pernas, bem obediente.
Todo mundo já percebeu.
Menos ele.
Ou pior... talvez tenha percebido e me desconsidere.
Acho que essa é a alternativa que mais me dói, e, também é a mais
provável.
Os dois perderam os pais muito cedo e, mesmo com a pouca diferença
de idade, ele sempre foi o tipo superprotetor que assumiu pra si a missão de
cuidar da irmã. Ele a via quase como uma filha. Uma criança. Eternamente
infantil e incapaz de crescer, mesmo que já dirigisse, votasse e ganhasse o
próprio dinheiro.
E eu, por ser a amiga, já fui direto para a prateleira das igualmente
protegidas.
Eu era a pequena. A bobinha. A criança. A menina.
A garotinha que fez dele seu primeiro amor, assim como o menino de
sete anos que se apaixona pela professora. Um amorzinho bobo e passageiro
que até poderia ser lembrado desde que nunca se concretizasse.
Que merda, né?
Principalmente porque agora fico eu, mulher feita, com peitos que já
foram chupados e uma bunda que já foi comida – mais de uma vez – sendo
tratada como criança pequena, justo pelo homem que eu mais queria que me
descascasse.
É um pesadelo.
Eu já disse isso, não é?
O pior são dias como hoje.
Dias em que ele está lá em cima, trancado no banheiro, tomando banho
pra sair com a namorada.
É o pesadelo de tipo mais glorioso que existe.
Principalmente porque o diabo da mulher que ele escolheu pra comer é
sete meses mais velha do que eu. Não é nem uma gestação inteira, gente! Eu
e a namorada dele estávamos no útero de nossas mães quase que ao mesmo
tempo.
Mas ela é considerada carne ao ponto, enquanto eu ainda tô mal passada.
Ah, que inferno.
Estou mal humorada e Deus abençoe minha melhor amiga, que já
conhece meu problema bem o suficiente para não ficar me perguntando “o
que aconteceu?”.
- Miga? – a maldita ri. Acho que já devia estar falando comigo há alguns
minutos, mas eu só notei agora.
- Han? – ergo os olhos. Ela tem os olhos verdes iguais aos do irmão. Um
sorriso gentil de quem gostaria de me proteger, mas não sabe como.
- Você pode pegar os livros?
- Que livros?
Ela encara sua avó e ri. Acho que elas deviam estar – realmente –
falando comigo há muitos minutos.
- Os dois que estão em cima da minha cama. Vovó vai levá-los. – ela
indica a massa de bolo que está mexendo no fogo – Ou você prefere cuidar
disso aqui e eu vou pegar? – sugere.
- Não. – abano a cabeça, tentando voltar à realidade – Eu vou.
Esfrego minhas têmporas e subo as escadas dois degraus por vez,
lutando contra a vontade de resmungar sozinha. Estou no topo da escada, não
devo ter dado mais que dois passos para dentro do corredor superior, quando
esbarro naquela parede de músculos.
É claro que é ELE.
É claro que está sem camisa.
É claro que ainda está úmido do banho.
- Ai, desculpa.
- Oi. – ele segura meus braços, estabilizando-me.
E aí – olha a merda – eu percebo que ele está usando nada além de uma
toalha enrolada na cintura.
Ele já é homem mesmo vestido. Mas gente, assim sem camisa, só de
toalha, no alcance dos meus dedos. É homem demais. Principalmente pra
quem já está em tentação há anos.
Eu estou ficando tonta. Ele tem um cheiro de sabonete e desodorante
masculino. Os cabelos ainda úmidos, que ele secou de qualquer jeito, estão
todos bagunçados e eu fico me perguntando se fica daquele jeito quando ele
transa. Quando a namorada – que não sou eu – enfia os dedos pelos seus
cabelos e os agarra, no calor do tesão, como se quisesse arrancá-los todos
pela raiz.
Será que ela faz isso?
Tomara que faça. Porque se não, é um desperdício.
Ele é um bloco maciço de homem, ultrapassando um metro e noventa de
altura e me fazendo implorar pra subir lá.
Se ele quisesse me comer agora, eu oferecia até a sobremesa.
Juro por Deus.
No meio do corredor da casa dele, com a avó e a irmã na cozinha, e
foda-se.
- Dá licença? – ele não sorri, mas me oferece um olhar curioso, quando
ergue um braço para arrumar os cabelos, desajeitado.
O braço que ele ergue, flexionado daquele jeito, é uma overdose de
bíceps pra pobre de mim, que não estava preparada para cruzar com tanta
nudez.
Estou encarando. Sei que estou.
E também estou atrapalhando seu caminho.
- Ah, claro. Eu só ia... – pra onde é que eu ia mesmo? – Usar o banheiro.
– sorrio.
Moça, acorda! Você não ia fazer isso.
- Todo seu. – ele oferece, segura-me pelos braços, tirando-me do seu
caminho com um carinho infinito que irmãos mais velhos dedicam aos mais
novos.
Eu quero chorar.
- Vou retocar a maquiagem. – explico. Não sei por quê. Acho que a ideia
de ter anunciado que ia usar o vaso sanitário não me parecia muito
promissora.
Ele, no entanto, parece ligar menos que nada para os meus planos e só
sorri com um aceno educado, antes de se enfiar no próprio quarto.
O banheiro está úmido, mas não está quente. Ele tomou banho frio,
como normalmente faz no inverno, porque a irmã queima uma resistência
atrás da outra. Apoio as mãos na bancada da pia e respiro fundo. Olha, você
precisa parar de ficar sem graça na frente desse homem.
Ele não te quer.
Supera.
Esfrego os olhos.
Estou prestes a jogar água fria no rosto e dar adeus às divagações sobre
ele quando sou atacada pelo cheiro.
Aquele cheiro.
A camisa usada está pendurada sobre o box. Deve ter tirado de qualquer
jeito e não notou onde a deixou. Saiu pra correr mais cedo e a camisa ainda
está carregada com aquele cheiro que faz minha virilha tremer.
É esse cheiro que ele tem quando fica nu em cima de uma mulher? Esse
cheiro de homem? Esse cheiro de animal?
Puxo a camisa, timidamente, deixando meus dedos se acostumarem a
textura do tecido.
Tesão é uma coisa complicada. Às vezes o que te excita é o normal. A
pessoa nua, o sussurro erótico, o toque que se faz de ilimitado...
Mas, outras vezes, o que te excita é uma coisa louca e incompreensível.
É um movimento do braço. É um lugar público. É uma posição
diferente. É uma fantasia esquisita.
É uma peça de roupa.
É engraçado porque a gente tem receio de admitir. Que louco, né? Ficar
molhada aqui, no meio da tarde, por causa de uma camiseta suada?
O tipo de coisa que eu jamais admitiria pra alguém.
A camisa está na minha mão. Levo-a ao nariz e respiro fundo.
Sua nojenta!
Pervertida!
Louca!
O cheiro dele é mais forte que minha auto recriminação.
O cheiro dele é mais forte que tudo.
Foda-se.
O lado bom do fetiche é que a gente pode viver muito bem sem admiti-
lo pra ninguém, desde que tenha coragem de admitir pra si mesma.
Eu já tinha me inclinado contra a parede e levado a mão à calcinha antes
que sequer conseguisse considerar me impedir. Deslizo o dedo médio pela
minha entrada apenas como um teste. Uma degustação. Ainda não estou
fazendo nada... só quero saber se meu corpo toparia.
Um toque basta e eu já sei que meu corpo topou. Adoro meu corpo, ele é
muito amigo para essas horas.
Provoco os arredores da minha entrada, primeiro. É quase como se
estivesse coçando, meu quadril rebola sozinho, ansioso, mas minha mão sabe
que velocidade não leva a lugar algum.
É preciso paciência.
Aperto a camisa contra o meu nariz, como se quisesse foder a camisa
também. Acho que a vontade do meu corpo, inclusive, é essa. Estou ficando
molhada. Insuportavelmente molhada.
Umedeço os dedos em meu próprio mel antes de girá-los sobre o clitóris.
Pinceladas firmes, mas ainda hesitantes, estou procurando o ponto certo onde
gosto de ser apertada. Não tenho pressa e sei que minha imaginação é fértil.
A porta fechada protege – eu e minha devassidão – do mundo lá fora. O
mundo de verdade onde Ele está indo embora com uma mulher que poderia
ser eu, mas não era.
Eu imagino que são as mãos dele me tocando.
O hálito dele em meu pescoço.
Sua voz em meu ouvido.
Um rosnado rouco e grave de tesão, murmurando meu nome.
Meu rebolado sobre os dedos ficou mais intenso, ao ponto do
responsável pela fricção ser o movimento do meu quadril e não o do meu
punho. Os dedos se mantém quase imóveis, enquanto meu corpo inteiro tenta
fodê-los.
Fecho os olhos.
Posso vê-lo ali.
Os cabelos lisos grudados na testa pelo suor. A respiração
descompassada, perdendo-se em sussurros graves de tesão. Ele belisca minha
bunda com aquelas mãos imensas. Aperta-me contra a parede do banheiro
usando seu metro e noventa de músculos.
Em minha mente, talvez ele tenha voltado ao banheiro porque esqueceu
alguma coisa... e aí me encontrou com metade da mão enfiada na boceta,
gemendo lamúrias incompreensíveis com o nariz agarrado a sua camisa
suada.
Não existem muitas desculpas que eu pudesse dar diante dessa imagem,
então eu daria desculpa nenhuma. Ficaria vermelha de vergonha. Mas ele ia
deixar a toalha cair e eu ia ver sua ereção.
A ereção que saia da toalha já denunciava tudo.
A ereção de um tamanho que eu passei os últimos anos calculando, mas
nunca pude confirmar.
Ele ia me espremer contra a parede fria e molhada.
“Ei” diria “O que está fazendo?”
Mas ele saberia o que estou fazendo. Estaria perto demais para não
sentir o cheiro do meu suco, escorrendo entre coxas e dedos.
“Eu... eu...”
Ele iria sorrir. Um meio sorriso porque sei que é contido demais para
ficar abrindo sorrisos imensos o tempo inteiro. Seu lábio só dá aquela curva
curta e erótica de quem sabe que é gostoso, mas nunca teve necessidade de
provar.
Sua boca ia se aproximar do meu pescoço. A respiração no cantinho da
minha orelha.
“Cê tá se masturbando pensando em mim, linda?”
Eu ia erguer as mãos porque o peito dele é mais gostoso que a camiseta.
Ia senti-lo firme e rígido, enquanto tomava coragem para dedilhar seu tórax
até descer o toque por seu abdômen definido.
Sua boca ia raspar na minha bochecha. Sentindo meu cheiro. Assistindo
meu rosto corado de tesão. Me vendo como mulher pela primeira vez.
Seus dedos iam fazer um carinho safado na parte interna da minha coxa.
Ainda perto do joelho, no começo...
Aperto meu clitóris com força porque a fricção parou de ser suficiente.
Mudo o movimento. Aumento a pressão. Aumento a velocidade.
“É isso que cê tá fazendo?” ele perguntaria.
Eu fecharia os olhos.
Sua mão ia alcançar a minha, pedindo para me substituir:
“Deixa eu fazer isso aqui”.
É lógico que eu deixaria. Sua voz rouca, gemendo no meu pescoço
quando sentisse meu calor molhado.
Ele enfiaria dois dedos em mim, mas como não está ali, sou eu quem
precisa fazer isso.
Dois dedos curvos enfiados na minha carne, enquanto meu polegar
espreme meu clitóris como se fosse ele o responsável por todas as desgraças
que já sofri na vida. Minha boca está seca.
“É assim que você gosta, é? No banheiro da minha casa, se esfregando
na minha camiseta?”
Eu ia concordar com um gesto porque não ia conseguir emitir palavras.
“Tá molhada por causa do meu suor?” seu sorriso mordendo o canto da
minha boca “Então, deixa eu te dar um pouquinho direto da fonte”.
E aí ele ia me arreganhar ali mesmo e ia me comer, porque ele não é
homem de perder tempo.
Enfio meus dedos na vagina com tanto afinco que é quase uma
violência. Os dele seriam mais rudes, mais precisos. Mas, infelizmente, os
meus vão ter que bastar.
Seu pau enterrado em mim até sentir suas bolas batendo na minha
bunda. Rebolo no ar como faria sobre o quadril dele. Não consigo impedir
um gemido longo.
- Tê?
Eu paro de respirar.
É a voz dele. Levo um segundo pra decidir se foi minha imaginação me
pregando uma peça, mas duas batidas leves na porta confirmam que meu
nome. Dessa vez, não foi dito pela versão fictícia do homem que me fode
contra a parede.
Ele estava ali, do outro lado da porta. A centímetros do meu corpo
excitado e isso piora meu tesão de um jeito errado.
- Hm? – enfio meus dedos devagar.
Diz alguma coisa.
Deixa eu ouvir essa tua voz grave.
- Ahm. Desculpa incomodar, eu não entendo de maquiagem... mas você
demora?
“Você quer mais, gostosa? Quer que eu te foda até o talo?”
- Só mais um pouquinho. – gaguejo. Para o homem de mentira. Para o
de verdade. A essa altura, quem sabe?
- Tá, tudo bem. Se preferir usar o espelho do meu quarto, fica à vontade.
Tudo que eu escuto é o convite para ir ao seu quarto.
Meus dedos não servem mais.
Eu preciso dele.
Preciso abrir a porta, mostrar pra ele o que estou fazendo e implorar que
me coma ou eu morro.
Mordo a lateral do meu braço para me impedir de dizer as palavras,
porque sei que vou me arrepender. Minha mão leva a camisa, a maldita
camisa, para minha bocetinha molhada e eu me esfrego no pano como uma
cachorra.
- Já estou acabando. – suspiro, tentando disfarçar os gemidos.
- A Mia disse algo sobre uns livros. – ele está se afastando. Eu me
esfrego mais rápido. A voz dele me causa arrepios, de olhos fechados parece
que ele está no banheiro junto comigo. Está assistindo enquanto eu me
masturbo trepada em sua camiseta – Vou descê-los logo, está bem?
- Hmhum. – concordo e dessa vez o gemido é mais forte.
Ele ficou mudo.
Talvez tenha ido embora.
Talvez tenha me escutado gemer.
Eu não me importo porque o orgasmo me ataca como se me detestasse.
A camiseta está suja.
Vou precisar levá-la comigo para esconder meu crime.
A ladra de roupas. A pervertida que gozou se esfregando em uma
camisa.
Estou sozinha no banheiro. Um sorriso de alívio que só crises de um tipo
muito específico podem causar. Olho pra camisa suja em minhas mãos.
É o lado bom do fetiche, não é?
Ninguém precisa saber.
Parte III
Se soltando
Sexo oral nela
Paciência.
É a palavra-chave, então eu vou repetir.
Você vai chupar uma mina? Vai com PACIÊNCIA.
Coloca assim na sua cabeça, ó: “meu deus, eu vou passar uma hora
chupando essa garota”.
60 minutos.
Vai com esse foco que não tem erro.
Mulher é mais calma no orgasmo. Não é esse desespero veloz dos
homens que basta um movimento e pronto.
Sexo oral na mulher é como fazer uma obra de arte.
E quando você vai fazer uma obra de arte, você já vai direto jogando a
tinta na tela?
Não, né.
Primeiro, você tem que saber o que tá fazendo.
Depois, você faz um rascunho.
Por último é que você pinta o babado.
Nessa analogia, sua língua é obviamente o pincel.
Então, pra primeira etapa, você já começa lendo esse livro, assistindo
uns tutoriais no youtube e – MAIS IMPORTANTE – descobrindo onde fica o
clitóris.
Você acha que sabe, eu sei. Mas você tem certeza?
Digita clitóris no Google, vê UM MONTE de imagens, só pra
confirmar, tá certo? Porque clitóris é que nem aquelas máquinas de garra pra
pegar bichinho de pelúcia. A gente já falou sobre isso: se você colocar uma
fração de milímetro pro lado errado, o que poderia ter sido uma alegria
cósmica vira uma frustração plena.
Depois, você precisa rascunhar o que vai fazer. E isso significa que,
mesmo já sendo um especialista localizador de clitóris, você tem que ir com
calma.
Lembra dos 60 minutos? Então… pelos primeiros dez você nem encosta
nele.
Lambe as coxas dela, por dentro, vai provocando os grandes lábios,
depois os pequenos.
Vai.
Devagar.
PACIÊNCIA, lembra?
Sexo oral em mulher não é corrida rápida.
É uma maratona com obstáculos. Vai levar tempo e você precisa prestar
atenção no que está fazendo.
Desafio #8
Faça exercícios de meditação, testes de paciência, se vira! Porque o
objetivo aqui é sempre ir dobrando o tempo que você passa chupando sua
parceira, até chegar aos 60 minutos. Tá... não precisa ser exatamente 60...
mas você entendeu a ideia.
Com o tempo, você saberá tanto sobre ela, que poderá “roubar no jogo”
(=ficar menos tempo), sem que ela se importe.
Só que para aprender a roubar no jogo, antes é necessário aprender as
regras, e entender o caminho correto. Não dá pra achar atalho se você não
sabe chegar ao destino.
Então, vale levar o relógio pra cama e prestar atenção em quanto tempo
você passou no sexo oral. O objetivo é sempre tentar bater o recorde anterior.
Sexo oral nele
O bom e velho boquete é o tipo de coisa super simples e mega
elaborada.
Simples, porque não tem mistério. Se você fingir que o pênis é um
canudo, acabou. É só isso aí mesmo, você bota na boca e chupa.
Mas, ao mesmo tempo, tem milhares de pequenas coisinhas que você
pode ficar atenta e que podem melhorar a sensação para o seu parceiro(a).
2 - Na sua garganta
Esse é o chamado “deepthroat” ou “garganta profunda”, que é quando
você coloca o pênis inteiro na sua boca, descendo pela sua garganta.
É um pouco mais difícil, principalmente se seu reflexo de regurgitação
for raso. Além de que, nessa posição, você abre mão do controle e é mais
fácil pro homem decidir a velocidade e profundidade.
Mas deixa eu te dizer uma coisa: você não é atriz pornô, e não tem
nenhuma obrigação de conseguir enfiar uma ereção completa na garganta,
ainda mais se é algo que você nunca fez antes.
Então, a primeira dica aqui é não exigir isso de si mesma.
Se isso é algo que você QUER experimentar, vai com calma e aprenda
aos poucos.
Um passo a passo que pode te ajudar:
- Escolha uma posição favorável.
Principalmente se é sua primeira vez tentando fazer isso. Explica pra ele
e combina que ele não vai segurar sua cabeça ou seu cabelo. Homem tem
hábito de fazer isso e não acho nem que é por mal. É só instinto: o prazer
começa a ficar insuportável e eles se agarram ao nosso rosto como fariam ao
nosso quadril.
Só que vagina não tem reflexo de regurgitação, e garganta tem.
Então, ele precisa aprender a se comportar. Te deixar livre e solta para
você dar a velocidade e decidir quando parar. Se ele não for um bom garoto,
não recomendo tentar – com ele – de novo. Porque se o cara já não respeitou
esse espaço super importante quando você não tinha qualquer experiência,
não me parece que ele vai passar a fazer isso com o tempo.
Um truque bom, nesse tópico, é amarrá-lo na cama. Assim você pode
controlar velocidade e profundidade bem melhor.
Aproveita pra dizer pra ele se você quer que ele ejacule na sua boca ou
não.
Se não quiser, ele precisa te avisar quando for gozar.
Depois de muito tempo com o mesmo parceiro(a), você começa a
perceber sozinha. Mas, de início, é bom pedir ajuda pra não receber uma
surpresa.
Só atenção ao fato de existir DST – inclusive nos caras mais lindos e
cheirosinhos do mundo. Então, se você nunca viu um exame dele (sim, um
exame!), não recomendo o risco de pegar uma doença “só para querer agradá-
lo”.
Dicas extras!
Brinque com outras partes do corpo dele enquanto o coloca na boca.
Não precisa ter um foco exclusivo no oral.
Evite dentes e mordidas – a não ser que ele tenha pedido.
Homens são visuais e frequentemente vão querer te assistir fazendo isso.
Aproveite a deixa pra encará-lo nos olhos durante.
Para os homens:
Tem uma coisa chamada “smegma”, que é uma mistura de células
epiteliais com óleos e gorduras (ou seja, resto de pele), e que se espalha nas
dobrinhas do pintinho. Aquilo pode ter um cheiro e gosto desagradável.
Então, colega, não custa se lavar direitinho se quiser que alguém te coloque
na boca. Combinado?
Desafio #9
Ao fazer oral no seu parceiro(a), tente colocá-lo nem que seja
milimetricamente um pouco mais para dentro. Não fica pensando, o tempo
todo, que você vai ter ânsia de vômito, porque aí é justamente isso que
acontece. Relaxa e experimenta seguir as dicas. Você não precisa conseguir,
o desafio é tentar.
Se quiser tornar as coisas mais divertidas, use um batom de cor forte
durante o oral, e tente ver até onde consegue levar a marquinha.
Veja também o truque da respiração e veja o quanto “pausá-la” te
ajudará ou não nessa hora.
Dia de se divertir
Sabe aquele dia que você está disposta a errar e a aprender
muitooooooo? É outro bom dia para também aliar ao humor, né não? Até
porque a gente sabe as vergonhas alheias “que tentar o novo” + essas
brincadeirinhas de erro e acerto podem dar. Mas né? Elas são fundamentais
para um bom resultado final.
Aqui em casa, às vezes a gente pega o outro pra literalmente usar de
cobaia e ir aprendendo um pouco mais sobre o corpo humano. É tipo usar o
outro como se (você) fosse uma criança curiosa, só que no caso, uma criança
adulta e maldosa.
Você sabia que, em 2015, um estudo da Universidade de Albany
concluiu que mulheres tinham melhores experiências sexuais com homens
que elas achavam engraçados e divertidos? Então, você está esperando o quê?
Ainda mais que a gente sabe que a recíproca também é verdadeira!
É pericóptero, massagem experimental, muitas gargalhadas, descobertas
e pasmem: perceber coisas que realmente funcionam e que vocês poderão
usar pelo resto da vida.
Sem contar que o humor ajuda – e muito – na liberdade que o outro terá
em dizer que tal tentativa não deu muito certo, ou “que você mais parece um
cachorro lambe-lambe”, vocês riem um pouco, e pah, a partir do erro, você
pode encontrar o acerto e ser feliz!
Desafio #10
Aproveitem o dia para pegar em partes do corpo do outro que vocês
nunca pegaram antes. E peçam para o parceiro(a) avisar quando estiver
gostando!
Assim você vai descobrir lugares que, de início, nem parecem eróticos e
o resultado pode ser bem chocante: tem gente que adora carinho entre os
dedos. Outros, nos pés e lugares que você não dava nada, ou dava pouca
bola!
A depender do local escolhido, vocês podem usar um creme hidratante
ou um óleo. Mas também rola combinar esse desafio com o do banho, hein?!
Ficar sem vergonha
A gente sabe que homem não liga pra celulite, para quilinhos extras, ou
se a calcinha é branca ou vermelha.
E ok, ele até pode “ver” os seus “defeitinhos”, já que ele não é cego,
mas LIGAR a ponto de ter isso como item primordial no sexo? NO WAY!
Ainda me aproveitando dos clichês, ao menos tem outro que fala muito a
verdade: “mais vale um pequeno brincalhão, do que um grande bobão!”. E
pode ter certeza que essa lógica é a mesma ao ser adaptada para o mundo
feminino.
Tá, eu bem sei que, por mais que eu diga isso, a verdade é que muita
gente neura tanto, mas tanto, que acaba se esquecendo de um fato universal
que, aí sim, todo mundo se importa e que faz uma diferença brutal.
O famigerado desempenho!!!! Ou seja, a capacidade que você tem de
dar e de receber prazer. Isso sim gruda na mente – e às vezes, até no coração!
– de uma forma que vocês nem imaginam!!!
A gente bem sabe que quando a gente neura demais, se esconde demais
e se preocupa demais, nada mais sai como deveria ser, mas mesmo assim a
gente neura de trouxa que somos!
Então, bora parar com isso e deixar nossos egos de lado?
Sim ou SIMMM?
Sim?
Que tal, ao deixar o seu ego e a sua vaidade um pouco de lado, e por –
ironicamente – pensar justamente neles, fazer o que realmente importa?
Se preocupe com a respiração do outro, se ele tá se contorcendo, se tá
pedindo arrego (adoro!). Se preocupe se o clima tá quente, e até se seu
desodorante está em dia (mas aí você arruma rapidinho e volta, tá?). Só, por
favor, não se preocupe com nada que veio de fábrica e que, ao menos naquele
momento, não teria nada que você pudesse fazer para mudar. E quando não
tem nada que possamos fazer, o que a gente faz?
RELAXA E CURTE!!! E mais do que isso: mostramos a nossa
verdadeira inteligência ao tirarmos o melhor proveito daquela situação.
Se mesmo assim você ainda está desconfiado(a) do que estou dizendo,
pense:
Você realmente se importaria caso a pessoa que mais te fizesse gozar,
desmaiar de tesão e pedir mais, não fosse exatamente o seu tipo físico, por
exemplo?
É CLARO QUE NÃO!
Ou será que você pensaria:
“Nossa, esse cara me fez gozar até quase desidratar, mas ah, como o pau
dele era meio torto, nem vou querer de novo! ”.
NÃO, NÉ!
Ou:
“Ela tem o melhor rebolado que vi na minha vida, mas ai, que nojinho
dessa celulite nela”.
Lendo é até engraçado...
Então, por que você se preocupa com essa grande bobagem?
Apenas pare e, a partir de hoje, entenda que na hora do sexo o que mais
importa é o prazer. Deixe a parte estética para os papéis de revista que não
precisam se mexer e dar calor humano para ninguém.
Arrase até de calcinha bege e rasgada se for preciso: ninguém reparará
nela se você mandar bem mesmo.
Desafio #11
Qual é a surpresa que você sempre quis fazer para seu parceiro(a), mas
reclama da falta de tempo e da falta de oportunidade?
Tempo a gente arruma quando coloca como prioridade. E oportunidade
a gente cria!
Sendo assim, se virem, gafanhotos: a gente sabe que tem ao menos uma
surpresa que você sempre quis fazer, mas está se enrolando todo até hoje.
A hora é agora!
Vale inclusive coisas que você já prometeu e que deixou o outro
sonhando desde aquela época. E, na falta de ideias, talvez esteja na hora de
você começar a prestar um pouco mais de atenção no seu parceiro(a) ou
parceira. Pode ser que todos os sinais tenham sido dados e você é que não
tenha percebido.
Mensagens e nudes
Mensagens de texto eróticas não funcionam como receita de bolo. Assim
como tudo mais no assunto sexo, não tem “certo” ou “errado”. Mas, para os
ainda amadores, há alguns truques que facilitam essa troca.
1 – Provoque a curiosidade
Você quer enviar mensagens, mas não sabe como começar? Ou pior:
tem medo de ficar no vácuo?
Um truque legal é provocar a curiosidade da outra pessoa. Assim, você
descobre se ela está disponível e já aproveita pra quebrar o gelo.
Abra com mensagens incompletas – que possam ser concluídas de um
jeito sensual – mas que não geram prejuízo caso sejam ignoradas.
Por exemplo: “Sabe no que eu tava pensando?”
E aí se a pessoa responder: “No que?”
Você pode concluir com: “Na noite passada, que me deixou fraca(o) até
agora”.
Com aberturas assim, você já descobre se a pessoa está ocupada – se ela
estiver, não vai te responder na hora – e aproveita pra engatar o assunto sexo.
Claro que, dependendo da intimidade do casal, a resposta pra essa frase
de abertura pode ser muito mais safada. Mas a ideia é sempre a mesma: abrir
com algo para deixar a pessoa curiosa e fechar com algo erótico que sirva de
gatilho pra troca de mensagens.
Se, no entanto, o casal já tiver intimidade demais, essa etapa inicial pode
ser ignorada completamente e partir direto pra putaria mesmo. Só verifica,
antes, se a outra pessoa pode receber as mensagens... porque se ela estiver no
meio da reunião de trabalho com o celular em cima da mesa para qualquer
um ver... bem, talvez seja melhor esperar umas horas antes de enviar.
2 – Menos é mais
Claro que dá pra ser sensual até com textão de Facebook se você souber
o que tá fazendo... mas o ideal para mensagens é manter frases mais curtas,
até pra pessoa do outro lado não ter que esperar meia hora enquanto você
digita.
5 – Fotos
A etiqueta aqui é só mandar quando for solicitado.
Normalmente, homens não ligam para receber nudes de supresa,
enquanto mulheres, detestam. Mas isso é uma regra CHEIA de exceções,
então, na dúvida, é sempre melhor perguntar.
Algumas pessoas preferem imaginar, e, para elas, receber imagens reais
tem potencial de estragar o papo erótico.
Note que, perguntar se a pessoa quer receber nudes não precisa ser uma
requisição formal em duas vias: dá pra descobrir isso no calor do papo, sem
destruir o clima.
Mas nunca, NUNCA, insista de modo irritante depois que a pessoa disse
“não”. Tem gente que só começa a troca de mensagem focada no “pedir
nudes”. E, mesmo que o papo até então tenha sido incrível, quando a
pergunta do “manda nudes” surge, a pessoa interrompe a conversa pra focar
só nisso. Se a outra pessoa não quiser mandar e você fizer isso, não só vai
ficar sem nudes, como tem uma chance grande de perder o papo e o interesse
da pessoa. Então, vamos respeitar os colegas.
Desafio #14
O desafio é começar uma troca de mensagens eróticas!
Se você não tem o hábito, experimenta algumas bem provocativas, pra
engatar o papo usando algum dos exemplos dados aqui.
Se você já tem o hábito, se joga sem moderação.
Dirty Talk
Dirty talk é como é chamado o papo safado que se tem durante o sexo.
As falas eróticas sussurradas ou os gritos obscenos... tanto faz: tudo se
encaixa aqui.
Apesar de ser algo fácil para algumas pessoas, muitas têm dificuldades
em começar a “falar baixaria”, porque ficam com vergonha ou se sentem
ridículas. É por isso que o primeiro passo – para quem quer fazer isso – é
perder a vergonha.
Se, pra você, ainda é muito difícil dizer as palavras na frente do outro...
tenta começar por mensagens. Pode ser mais fácil.
Mas, eventualmente, você vai descobrir que o único jeito de fazer uma
coisa é... fazer a coisa.
Nota da Ju: Eu recomendo forçar o dirty talk, no começo. Eu sei que
esse conselho parece bem lixo: “como assim forçar algo em sexo?”. Mas é
inevitável: se você fica hiperconsciente de si mesma durante o ato, tudo que
sair da sua boca vai soar ridículo e risível, até você se acostumar com as
palavras e colocá-las como parte do sexo. Com o tempo, as palavras vão se
tornar cada vez menos “leves” e “bobas”, e cada vez mais pesadas de libido.
É um crescimento natural que acontece, desde que você se permita
efetivamente dizer as palavras. E o dirty talk melhora o sexo loucamente!
Para quem não sabe o que dizer, uma boa dica é falar o que você
pretende fazer com a pessoa antes de fazer. E, enquanto estiver fazendo,
dizer qual a sensação. Outra recomendação muito repetida é lembrar de usar
os sentidos: fale sobre o cheiro da pessoa... sobre o sabor...
Mantenha a voz em um tom mais grave – note que grave e baixo não são
a mesma coisa – deixando o tom agudo mais reservado aos gemidos. O
sussurro rouco é mais erótico. Fale alto o suficiente para ser ouvido, mas não
alto a ponto de parecer que você está apresentando um trabalho de faculdade.
Palavras chulas podem excitar muita gente, mas eu acho melhor usar
essas quando já se tem alguma intimidade. Porque enquanto algumas pessoas
só gostam de obscenidade, tem outras que não as suportam. O vocabulário
mais pornográfico pode construir o clima, mas também pode destruí-lo.
Melhor deixar pra usar só com quem você já conhece e tem certeza que vai
aprovar.
Desafio #15
Incluir no sexo as seguintes frases!
Para os amadores:
- Você tá gostando? Me diz do que você tá gostando.
- Onde você quer que eu goze?
- Seu gosto é muito bom.
Observe a hora em que vocês começaram a ir para o vamos ver. Depois que
terminarem, olhe a hora de novo.
Ficaram cerca do dobro do tempo? E mais importante do que o dobro do
tempo, viram que esse “tempo extra” ajudou mais ainda no orgasmo da
parceira e na qualidade do sexo como um todo?
No fim, ainda que o desafio seja “ficar o dobro do tempo”, você é um(a)
garoto(a) inteligente e entende que a ideia mesmo é ter o dobro do prazer e
muita calma nessa hora, mesmo que não seja literalmente o dobro.
Semana da provocação, sem sexo
O dia de juntar as necessidades. Você já tentou ficar o máximo de tempo
possível juntando “necessidades”? Não só sem sexo, como também sem se
tocar e nem tocar no amiguinho(a) do amiguinho(a)?
Se você não roubar no jogo, garanto que o resultado será sucesso! Ou no
mínimo, algo bem diferentoso e inusitado para que o casal entenda um pouco
mais sobre os próprios limites.
Vamos aos jogos?
Se o máximo que vocês conseguem ficar sem sexo é uma semana, que
tal tentar por 10 dias?
Se o máximo são 10 dias, que tal tentar por 15?
E “sem sexo” é “SEM SEXO mesmo”! Nem masturbação vale!
“Nossa Luiza, mas pra que tudo isso?”
“Parece chato e sufocante”
E eu respondo tentando explicar em um termo prático:
Você já tentou comer um pedaço de pizza depois de um mês de regime?
Se você falar que é o mesmo gosto, é mentira!
Então é isso aí: dica simples assim e, bora tentar?!
Nota da Lu: Tenho pessoas que consultam comigo que já conseguiram
inclusive ficar mais de um mês, só se provocando, mas sem ir para qualquer
finalmente e o resultado é um estouro! Sério!
Desafio #17
O desafio aqui é muito simples e, ao mesmo tempo, vai ser o demônio
pra muitas pessoas!
Sem sexo por uma semana. Nem mesmo masturbação.
Sete dias completos de NADA!
E aí, na sequência, você se parabeniza com uma sessão bem suada de
sexo ou bem longa de masturbação. Você decide.
“Ah, passar uma semana sem sexo pra mim é bem normal...”
Então, vamos tentar duas? O plano é aumentar o potencial do orgasmo
através de uma abstinência controlada.
Vou desejar “boa sorte” porque, de todos os desafios, acho que esse é o
que mais vai doer!
Desafio avançado:
Para os que já conseguiram cumprir o desafio anterior sem problemas,
sugerimos um desafio bônus: ainda passar pelo menos uma semana ou duas
sem sexo e masturbação, MAS estimulando-se.
Durante essa semana, está permitido – e incentivado – assistir pornô, ler
contos eróticos, começar preliminares... TUDO. Mas não vale sexo ou
masturbação. Quem topa?
Não tocar na perereca
Agora o assunto é exclusivo para os garotões, visto que qualquer mulher
sabe que não é “apenas uma perereca”, mas sim um parque temático inteiro
para se brincar!!!!
Quantos homens querem sexo e já começam tocando lá, no seco? E
ainda acham que vão arrasar e que a mulher vai super querer se jogar para
cima deles? (só se for pra te dar um soco e dizer que tá machucando, né
migos?).
VÁRIOSSSSSS E VÁRIOS!
Só que assim: se você realmente quer pegar no molhado, é necessário
jamais tocá-la no seco, entende?
Comece pelo bom papo, pelo carinho no cabelo, beijo no pescoço, ou até
mesmo pela massagem. Coisas que, né? Quem é que não gosta?
Daí você beija, pega nas mãos, no pescoço...
Ai que delícia!!!! Sem contar que, além de funcionar muito bem, essa
tática não amedronta nem as tímidas, visto que não é nada invasiva como já ir
botando a mão lá.
Tem tanta coisa que é anterior à vagina e que – te garanto – a fará
morrer de vontade de entregá-la, que simplesmente não entendo como muito
homem não entende essa obviedade.
Brinco que o cara que sabe levar com jeitinho faz com que, ao invés da
mulher pensar “Nossa, mas que cara chato que já sai pegando lá”, pense:
“mas quando é que esse lerdo vai chegar lá mesmo?”.
Queremos ela doida de pressa e desesperada mesmo! Mas antes há de se
ter calma.
E um adendo extra para os que erraram no básico até hoje:
Eu até entendo vocês, visto que, para a maioria dos homens, é só pegar
no peruzinho que o negócio já fica quente e não precisa fazer mais nada. Só
que é preciso que você se lembre daquela dança toda com o pincel que
falamos anteriormente, e que as mulheres adoram.
Ou seja, tente fazer e também “funcionar um pouco como ela”. Ou seja,
curtir um pouco as preliminares (sério, vai ser legal pra você também!) e
depois nos conte.
Desafio #18
O que você acha de usar a sua boca para tudo que não seja para beijar, e
seus dedos para tudo que não seja masturbação?
O desafio aqui é tentar sair do convencional e entrar no clima “pode
tudo”, menos um pegar na vagina/pênis do outro!
Terceira Cena
Desespero erótico é aquela coisa mágica que brota quando não estamos
esperando. Quem dirá, preparados. Bastou entrar no café, que Luara já estava
lá, completamente enfeitiçada por Rafael.
É claro que ele era apenas um estranho. Todos somos, até o primeiro
“oi”.
“Oi”.
Ferramenta boba de linguagem, capaz de transformar seres
completamente aleatórios em objetos de desejo.
Poucos minutos de conversa foram suficientes para que Lua passasse a
semana desejando até mesmo as cuecas dele. Imaginado o toque das mãos
grossas e nada delicadas. Fantasiando. Esperando por um dia que sabia que
talvez nunca acontecesse.
Ela levava as mãos ao próprio corpo, de olhos fechados, se lembrando
daquele primeiro contato superficial, mas suficiente para tocar nas
profundezas dela.
Quem nunca se perdeu por tão pouco?
- Parece até que a gente se conhece há muito tempo, né? –Rafael dizia,
enquanto ela tentava evitar todos os clichês que sucederiam àquela pergunta,
antes de decidir sua resposta final.
“Melhor ser lenta no ritmo, que pouco original no conteúdo”. Pensava.
Só que Vagina é entidade que se preocupa pouco com ritmos ou
conteúdos quando desafiada. E Rafael estava lá pra comprovar isso.
Ele era sua mais nova meta de vida. Sua deliciosa novidade.
Em questão de minutos, já sentia o princípio de algo poderoso. Passível
de se explicar como sendo o meio termo entre um tesão violento e uma
espécie de amor à primeira vista. Se é que teria como explicar um sentimento
daqueles.
Será que era real? O tesão ela já conhecia na pele. Mas e esse algo mais
profundo, nascido de um outro algo tão rápido e superficial?
Estava nervosa e suspeitava ser recíproco.
Mas e como ter certeza?
Homens e seu dialeto nem sempre fácil de destrinchar.
O perfume foi a primeira coisa que ela notou. A primeira armadilha,
mesmo que não soubesse exatamente qual parte era de fato um aroma – vindo
de um pote de vidro comprado em loja – e qual parte era apenas ele. Cheiro
de sua pele negra, visivelmente macia, capaz de atiçar o paladar das mulheres
mais exigentes. Que nem dizem as propagandas de TV.
Ela não tinha lambido. Ainda.
Mas pera. Que diabos fazia entretendo considerações sobre seu sabor?
“Tô parecendo aquelas mulheres taradas e carentes” convencia a si
mesma, sempre que a memória ameaçava lembrá-la dele pela milésima vez
no dia.
“Deve ser só tesão e é melhor não confundir as coisas”.
Mas, no fundo, queria estar errada.
Todas querem estar erradas quando se trata da possibilidade de algo
incrível acontecer.
Trocaram telefones ali na banca mesmo. E, depois de centenas de
mensagens trocadas através de uma vídeo conferência à base de copos de
vinho mútuos, combinaram de conversar pelados naquele motel.
Con-ver-sar.
Pe-la-dos.
Na-que-le mo-tel.
Exatamente assim.
Ela enrolava uma mecha de cabelo no dedo e sorria por sequer acreditar
que uma combinação daquelas havia sido feita na vida real.
Esse tipo de convite é quase sempre seguido da certeza de sexo.
Aliado à promessa de nudez imediata, esse “quase sempre”, vira
“sempre”.
Ela sabia disso.
A dualidade da circunstância instigava ainda mais a vontade de
envolver-se com Rafael. Seu papo gostoso, seu sorriso gentil, sua foto de
perfil que era surpreendentemente condizente com a realidade. Tudo isso
somado ao fato – bem objetivo – de que o tesão crescia ao ponto de fugir do
controle, culminando em sessões de masturbação cadenciadas pela imagem
constante de seu rosto e a lembrança presente do cheiro que definitivamente a
chamava pra ele.
O tesão justificava o “pelados”.
Mas a dualidade – por definição – precisa ser composta de duas partes, e
a segunda, sem dúvida, era o carinho. Aquela sensação que lhe perseguia
desde o café... de familiaridade. Como se eles fossem amantes antigos e não
recém-conhecidos.
O carinho que os conectou desde o início justificava o “conversar”.
Considerando sua personalidade, Luara não poderia confirmar por qual
razão aceitou aquele arranjo inacreditável por contexto. Pior ainda era
imaginar que, muito provavelmente, não apenas aceitou o arranjo, como foi
de sua autoria o convite.
As mensagens estavam lá para uma verificação que preferiu ignorar.
Além do mais, se a nudez e a conversa estavam se aproximando juntas – em
alta velocidade – quem é que se importaria em conferir o real gatilho? Os fins
justificaram os meios e isso bastava.
O motel era o melhor da cidade. Tudo por conta de Rafael, que já se
esforçava para agradar.
Ele tinha um olhar safado romantizado – se é que isso era possível -
exatamente do jeito que ela havia fantasiado para aquele momento. Já ela,
nem queria saber o olhar que tinha.
Não era hora de se preocupar com esse tipo de trivialidade quando a
ausência de roupas e alguns poucos lençóis eram um fato imediato.
Foi justamente para evitar maiores expectativas do coração, que ela
havia prometido a si mesma que aquele seria apenas um papo livre, moderno.
Como naquelas praias de nudismo em que todo mundo se diverte, sem ter a
obrigação direta de ter que se pegar.
Era apenas uma provocação exagerada, um desafio exótico de quem
fingia não saber o que realmente queria.
*********************
Por que floreamos tanto aquilo que já sabemos que irá acontecer? –
Pensava.
Medo e necessidade de se envolver demais, talvez.
Vontade de morder e devorar aquele homem inteiro. Pular todas as
etapas e tê-lo dentro dela. Ali.
Preliminares pra quê? Se já havia abusado infinitamente dele em sua
mente. Sem contar a masturbação, que já era sua preliminar de todos os dias.
No mínimo, 5 vezes ao dia. Desde o bendito café, porque antes disso,
mal sabia como se tocar.
Se sentia preparada e começava a irritar-se com o jogo erótico que era
obrigada a jogar para ter o que realmente queria.
Estavam em pé naquele exato momento, debatendo assuntos que
poderiam até ser interessantes, se não estivessem competindo com a
perspectiva de sexo.
Queria deitar-se com ele, contar cada detalhe que sonhou ao longo desse
tempo pra deixar o ambiente ainda mais estimulante.
Com o pau.
Com a pegada.
Com a boca.
E com o cheiro dele enquanto cheirava ela.
Masturbação.
Ficava repassando as cenas que se desenrolam no quarto. O homem nu,
objeto constante de seu desejo, a cama, a ereção que não conseguia abster-se
de existir. Tudo que fantasiou e agora faria questão de viver.
Mesmo pelados, Rafa conversava sobre qualquer coisa e focava nos
olhos. Sem devorar descaradamente nenhuma das outras partes dela.
Luara se sentia em um misto de constrangimento e excitação. E como
sempre, a única coisa capaz de vencer a vergonha, era de fato o tesão que
sentia.
Sempre soube que os olhos são os órgãos mais traiçoeiros que existem.
Então adorava se confortar com o fato de que toda vez que ele tentasse
decifrá-la, se denunciaria inteiro também.
Via nos arrepiados e no quase desconfortável Raio-X do encontro o
quanto se queriam e, em seus devaneios, gostava de chamar aquilo de amor.
Só que não era aquele amor que dava vontade de abraçar.
Era vontade de foder a noite inteira.
Até assar.
Um ímã potente os ligou ao longo de cada mensagem trocada e agora
não dava mais pra não ser real.
Estavam lá.
Conversando sobre a vida e contradizendo todos aqueles que dizem que
intensidade só se constrói com o tempo.
Só se for as que não vêm da alma. Porque pelos beijos que já trocavam
naquele exato momento, dava pra ver que o tesão existia ali antes mesmo
deles nascerem.
As mãos atrevidas desciam para compensar o tempo perdido e
mostravam os lugares que gostariam de estar.
Den-tro do outro.
O pau dele não fazia questão nenhuma de se esconder. Sabia que era um
belo atrativo por natureza e aquilo a deixava ainda mais excitada.
– Está com vontade de fazer o quê? – ele sussurra em seu ouvido, como
quem tenta acariciar usando nada além do próprio hálito.
– Vontade de me comportar muito mal. Como sempre – dizia, já sem
julgamento algum do que estava falando.
Era definitivamente melhor do que bolo de aniversário e com certeza
seria um prazer abocanhar aquele pau intrometido.
Queria não ter que se esconder. Nem dela. Nem dele. E usando aquela
escultura rija como inspiração, não se desviaria de seu objetivo.
Fechou os olhos dele - enquanto calava aquele sorriso - e as respirações
já diziam o caminho a seguir.
Apesar da suposta coragem, dava medo e tesão sentir tudo aquilo. Era
explosivo demais.
Tão explosivo que cada carícia tinha um leve toque de fogo, chegando
ao ponto em que não sabia mais onde estava sendo tocada.
Sentia orgasmos mentais com interações que qualquer um que visse de
fora, acharia o tradicional de toda e qualquer preliminar bem-feita.
Mas não era.
MESMO.
Uma eletricidade percorria seu corpo inteiro de um modo que não
imaginava existir. Por via das dúvidas, focava nos desejos mais carnais,
enquanto orava para que nada a tirasse de lá. Não antes de curtir a
experiência mais louca que estava disposta a cumprir naquele dia.
As mãos não paravam um segundo, enquanto o ritmo perfeito dava a
certeza de que estavam indo pelo caminho certo.
Luara sempre teve dificuldades de chegar ao orgasmo, mas pela primeira
vez na vida, seus leves espasmos confirmavam que daria pra chegar ao ápice
sem que tivesse sido estimulada em seu local mais íntimo.
– FILHO DA PUTA! ME FODE LOGO! - Gritava para si, sem sequer
tentar disfarçar que ele podia fazer o que quisesse com ela.
Fazia uma rota com as mãos dele, afim de mostrar os pelos arrepiados
pela nuca, descendo pelos seios e afundando no local que já estava mais que
pronto.
Queria mostrar o quanto estava disponível para que ele chegasse lá.
E ele se obrigou a abraçá-la um pouco mais de perto, enquanto o pau
continuava firme e ereto, cutucando toda e qualquer proximidade que a pele
alcançasse.
Rafael enfiou os dedos, aos poucos, se deliciando com o aperitivo já
dado de bandeja, mas sem a pressa de ter que chegar ao prato principal.
Estava tudo tão escorregadio, que já imaginava o prazer que seria entrar
ali.
Sua voz manifestava baixo no ouvido dela:
– Isso aqui já tá uma delícia pra meter.
E disposto a se enlouquecer ainda mais, resolveu perguntar se ela já
havia se masturbado pensando nele.
– Faça melhor e me convença a te contar toda a verdade – Ela
respondia, abusada.
Ele definitivamente sabia tocá-la. Usava seus dedos grossos em toda a
extensão vaginal, se comportando como seu amigo mais íntimo.
Ela apenas se permitia curtir a experiência, livrando-se de todo e
qualquer tabu social que a impedisse de sentir tudo aquilo.
– Conta .... – ele insistia.
Luara adorava vê-lo implorar, ainda mais quando se tratava de ter a
mesma mão forte que ora a abraçava, agora dentro dela.
O toque era perfeito. Sem muita pressa. Nem pressão.
Mãos macias. Unhas cortadas. Combinavam mesmo com Rafa, que
naquele exato momento, afundava os dedos seguindo ao seu ponto de prazer
mais complexo. Lua normalmente preferia que seus parceiros não buscassem
o amigo G que, por ser estranho a tantos homens, dificilmente era
encontrado. Ela preferia que eles focassem em seu clitóris onde o prazer era
rápido e certo. Rafa, no entanto, seguia. Disposto a provar que ela estava
errada, enquanto a convencia a contar o que queria saber.
Ele estava mesmo disposto a convencê-la. Até que depois de mais
alguns gemidos de entrega, resolveu interrompê-la na maldade:
– Agora já pode contar? Senão eu vou parar, hein!
– Não! Não! Já estava doida pra contar mesmo.
Riram.
– Só não pare – ela continuava, já sabendo que seria ótimo pro ego dele
ter que obedecer o comando.
Contou que fantasiava em saber se o mito sobre negros era verdade,
visto que ele era o primeiro. E se seria grande o suficiente para preencher
tudo que existia dentro dela.
Disse também que fantasiava com ele preparando a carne que iria
comer. Exatamente como estava fazendo naquele momento.
– A única diferença é que logo depois a gente metia, até eu gozar pra
você – acrescentava. E essa é minha meta de hoje – finalizou.
Rafael quase ruborizava de vergonha, se não fosse Lua beijando e
passando os dedos pela boca carnuda dele.
– Aproveitando esse nosso contexto, posso te perguntar, ou melhor,
propor um desafio? - ela perguntou.
– Depois de saber seus objetivos pra hoje, te afirmo que uma mulher
como você pode fazer o que quiser comigo – respondeu feliz.
– Qualquer coisa? – ergueu a sobrancelha, desafiando-o.
Ele engoliu em seco com o temor compreensível do desconhecido, mas
em seus olhos dava pra ver que, assim como ela, ele havia decidido que
aquela noite seria diferente. E não há como ser diferente sem um pouco de
risco.
– Qualquer coisa - aceitou - Com certeza.
– Então confia em mim - Lua sussurrava, enquanto deslizava seus dedos
entre as bochechas da bunda dele.
Não encontrava nenhum tipo de constrangimento vindo daquele homem
viril. Na falta de proibição, resolveu ir descendo...
Percorrendo aquele caminho nebuloso entre o saco escrotal e o ânus, até
que...
Não imaginava que seria tão fácil assim.
Muito menos que aquela falta de tabu seria tão estimulante.
Um fetiche antigo dela. Surpreendentemente, um desafio aceito por ele
de imediato.
Ele estava discreto, mas totalmente ali.
Entregue, e seu corpo inteiro dizia isso.
Se contorcia, enquanto era nítida a submissão aos toques dela.
Luara sabia que ele conseguia senti-la bem. O dedo. A intenção.
E foi um dedo a mais.
Queria sentir cada nervo, enquanto os reflexos diziam exatamente qual
intensidade seguir.
Definitivamente, era uma delícia ver aquele homem deixando-a se tornar
inesquecível. Sem questionar, sem hesitar, apenas sentindo. Sendo
inteiramente dela.
Era tudo maravilhoso, ao mesmo tempo que nunca suficiente.
Fez uma expedição naquele cu inteiro. Tinha ido em todas as bordas e
profundidades que podia. Recebendo dele todas as contrações de quem dizia
que ela poderia ir sempre um pouco mais.
Sua meta era experimentar de tudo. A dar e a receber um serviço
completo.
Mas claro. Não faria nada sem a devida interação com ele. Seu incrível e
bem-dotado objeto de desejo.
– Agora é a sua vez de me pagar na mesma moeda – aproveitava a
escultura já rija o suficiente pra roçar na própria bunda e se esfregar com
malícia, até que ele pudesse sentir o comecinho do seu valioso cu.
O sorriso de Rafael deixava seus pensamentos evidentes.
– Você quer mesmo fazer isso, Lua? – perguntou, já tendo certeza de que
sim.
– Isso porque é só o começo. E se tem uma coisa que eu gosto, é de me
superar no que nunca fiz - piscou, ansiosa pela continuidade daquela história.
Com suas mãos pequenas, foi se ajeitando de quatro, enquanto dava um
jeito de encará-lo ao colocar lubrificação extra.
– Já já você entra – Olhava pra trás pra visualizar bem sua escultura.
Numa intimidade que gente casada há décadas não tinha.
Aproveitava também para mostrar como se dava prazer.
Rafael, hipnotizado pela cena, assistia a tudo como se fosse um filme,
esquecendo-se por um momento que era, também, protagonista daquela
história.
– Você pode me ajudar – Luara provocava em um tom sacana, enquanto
mirava sua bunda para que o pau não tivesse como errar a entrada.
Mal deu tempo de pensar e ele já estava dentro, brincando e tendo em
segundos o que levou horas para conquistar.
Era curioso o fato de que, em momento algum, ouvia qualquer pedido
por cuidado daquela mulher que, possivelmente, estava ainda mais preparada
do que ele.
– Sei que você gosta do meu amigo aqui – abusava ao visualizar a dor de
prazer que causava nela – mas quero fazer tudo isso aqui com calma. Da
mesma forma que seus dedos fizeram em mim. Tá bom assim pra você? –
perguntava.
– Só que com um instrumento bem maior, né? – ela não iria perder essa.
Luara gostava de se lembrar da imagem ao mesmo tempo que sentia. E
pelo modo que rebolava, Rafael notava que sempre cabia um pouco mais de
prazer dentro dela. Ainda que também fosse certo que o tesão o deixava cada
vez mais cansado para dar mais do que já estava dando.
Lua sabia que qualquer mulher que realmente quisesse, também saberia
ser gostosa por dentro. E Rafael estava descobrindo isso do melhor jeito
possível.
Sorte e azar que, como boas almas conectadas, ela o tirou da brincadeira
quando percebeu que o jogo poderia acabar por ali mesmo. Sabia que não
dava pra brincar com algo tão apertado por muito tempo.
– Shhhh! Isso era só uma pequena parte da brincadeira - Tirou a
camisinha e ofereceu ajuda para mamar um pouco do que já estava pra
explodir.
Era engraçado imaginar que, antes daquilo, tinha nojo de esperma... mas
se agachou disposta a sair com tudo limpo dali.
Tinha imaginado cada detalhe. E queria abocanhar aquele homem
inteiro.
Fazer sumir cada gota, enquanto se lembrava que cada centímetro de
pele era dele.
Foda-se o gosto da camisinha.
Caiu de boca e sugava cada parte, indo e voltando com toda pressão e
delicadeza que podia, até parar em uma parte que gostava muito:
As bolas!
Lambeu toda a estrada que a chamava de novo para sua profundidade
dos sonhos e...
– Tá bom já, né princesa? Deixa eu te sentir mais um pouco – Rafa
tirava educadamente a cabeça para beijá-la, antes de perder o controle
novamente. – Mas antes faço questão de lamber todo esse líquido que você
fez especialmente pra mim.
Luara jamais negaria a melhor parte. Nem a ele, muito menos a si
mesma.
Aceitou vê-lo ajoelhado no tapete, saboreando toda sua entrada,
enquanto logo em seguida, a beijava com o gosto do que ele mesmo causou.
Tinha tesão nele. Tesão em si.
Tudo que os conectava era afrodisíaco, a começar pelo simples fato de
estarem ali.
Depois de alguns orgasmos muito bem aproveitados naquela língua
macia, Luara voltava a ouvir a famosa voz do arrego.
– Cada vez que te chupo e te vejo assim, meu pau dói demais, mulher!
– Ok, te deixo entrar em mim. Mas só se for sem piedade – acrescentava.
Achando quase graça daquilo.
Começaram a terceira etapa do jogo. E a cada paulada, Rafael tinha a
mais absoluta certeza que mataria e morreria por aquela mulher.
– Enfia tudo e me fode direito! Senão sou eu que não vou te deixar sair
vivo daqui – Luara queria mesmo o ponto máximo daquele homem.
Na verdade, ela queria até o que sabia não haver possibilidade de entrar
dentro dela.
Sentados na mesa, Rafael mordia a boca de sua presa junto à intensidade
da penetração, ao mesmo tempo em que dava um jeito de afastar cada vez
mais a distância entre as pernas.
– Gosto de ficar aqui, bem no fundo” – falava enquanto brincava de
foder aquela boceta mais que melada.
Só parou uma única vez, disposto a satisfazer a necessidade de acariciar
com o próprio pau aquele pequeno ponto já inchado de prazer.
– Meu Deus!!! Como você é vingativo!” – Luara gritava, enquanto
visualizava uma cara cínica de quem fingia não escutar.
Foram vários pedidos frustrados, seguidos de alguns rosnados. E depois
de nem mesmo ele aguentar a própria brincadeira, as estocadas voltaram a
ficar cada vez mais rápidas e fortes.
A crise os atingiu com violência e eles fecharam os olhos ali...
Sucumbiram sabendo que, por mais que se tivessem, jamais teriam
suficiente um do outro.
Então o jeito seria comer tudo que desse, ali.
Fundir.
Até a alma.
Metade da laranja?
Com certeza absoluta pra foder.
Queriam gozar, ao mesmo tempo em que desejavam se manter
eternamente dentro um do outro.
Era como um alucinógeno que os deixava assim.
Drogados.
E devidamente imersos na experiência.
Sabiam que tinham sorte, e a vontade de foder a noite inteira era idêntica
em ambos.
Era tudo mais que incrível. Difícil de escrever em palavras pelos
melhores escritores. Até que três horas depois, continuavam no mesmo ato
desesperador de fugir do mesmo orgasmo que buscavam loucamente.
Tinham medo daquele momento não se repetir outra vez.
Nem entre eles.
Também não queriam deixar de sentir ou comprovar o que causavam um
no outro.
Era bom pro ego. E perigoso para os sentimentos mais omissos.
Diziam frases sem política ou poesia, até Luara perceber que o tempo
passava com urgência. Dando o sinal de que agora realmente precisava
mostrar a que veio.
Jogou-o na cama, preparada para cavalgá-lo, enquanto encarava aqueles
olhos sedentos de curiosidade por ser, mais uma vez, dominado.
Encaixou-se e foi descendo len-ta-men-te naquele pau que tanto sonhou.
E enquanto descia, jogava toda sua energia ali. Sentindo cada milímetro da
pele dele e agradecendo infinitamente por aquele momento surreal.
Rafael reclamava, enquanto tentava abaixar toda aquela boceta para
fodê-la de vez.
– Shhhh - mantinha-o firme.
Perderam-se novamente....
Como ela o conhecia tão bem assim?
Ele a beijava, suava, respirava, enquanto tinha certeza absoluta que
interagia com o anjo mais demoníaco que havia entrado em sua vida.
– Acaba logo comigo, menina – implorava, se sentindo incapaz de
qualquer outro tipo de movimento, além de receber todo aquele rebolado
perfeito.
Ela trabalhava pelos dois e, definitivamente, estava tudo em suas mãos.
Sabia exatamente a pressão e a profundidade que deveria seguir. Mas
era esperta o bastante para parar quando sabia que iria vencer. Mesmo que já
fosse a despedida.
– Acaba logo com isso – Rafa implorava repetidamente, enquanto sentia
que, com mais uma apertada daquelas, morreria.
Sairia algo de realmente importante daquele quarto?
Não tem como garantir essas coisas.
A única certeza absoluta é que naquele exato momento, estavam mais
apaixonados do que nunca.
E isso era suficiente.
Foram os urros em conjunto mais profundos que aquele motel já
escutou.
As almas precisam extravasar às vezes.
Parte V
Cinto de utilidades
Lubrificantes
Lubrificante é o tipo de coisa que devia ser tão padrão em uma casa
quanto sal.
Eles podem ser um pouco elaborados na hora de escolher, mas uma vez
que você pega a prática, eles viram seu melhor amigo.
Pra saber qual usar, é importante conhecer um pouquinho melhor cada
um deles.
1 - O natural
Esse é aquele que seu corpo produz. Tanto o que é expelido pelo pênis
ou vagina, quanto a boa e velha saliva.
Veja bem, ninguém está discutindo se a natureza não sabe o que faz. Se
você quiser usar nada, seu lubrificante natural vai resolver sua vida, sozinho.
Mas tem hora que é bom dar uma ajuda pro coitado.
Na masturbação:
Tanto pro homem quanto pra mulher, a masturbação no seco (ou seja,
antes do outro ter produzido sua lubrificação através de excitação natural),
pode ser mais incômoda que agradável. Se você usar um pouquinho de
lubrificante artificial, não precisa esperar o tempo do seu corpo aquecer e já
deixa o babado mais gostoso, mais rápido.
No sexo:
Lubrificação é uma parada importante, principalmente pra mulher, que
corre o risco de ser deixada em carne viva se a fricção for muito chatinha. Tá,
isso foi um exagero. Mas pra que arriscar?
Houve um período em que eu sentia um desconforto forte nos primeiros
instantes da penetração. Não importava o quanto eu estivesse excitada, aquele
incômodo sempre estava lá, e desaparecia poucos segundos depois. Alguém
sugeriu que podia ser minha lubrificação e eu experimentei um KY desses da
vida, e pronto. Resolveu como um milagre.
Isso mostra que, às vezes, por mais que a gente esteja a ponto de bala e
pronta pra festa, nosso corpo pode demorar um tempinho a mais pra produzir
o que você precisa, na quantidade que você precisa. Daí, ao invés de lutar
contra um atraso físico, é mais fácil usar uma ajudinha e resolver logo o
problema.
Lembrando que meu caso foi específico, tá, galera? Em caso de
desconforto de qualquer tipo, é bom procurar o médico.
Saliva é outra opção. Mas eu vou ser bem sincera, viu? Essa é pros
fortes e atrevidos. Porque a não ser que você queira passar meia hora
cuspindo na pessoa – ela faz pouco mais que nada.
Acho que esse é o tipo de lubrificante que você usa na hora da pressa, do
aperto, ou quando tudo o mais falha.
Não é a recomendação número um.
E se você tá procurando algo pra usar no sexo anal (especialmente se for
sua primeira vez) é melhor nem computar saliva na lista de possibilidades. A
não ser que você seja MUITO ousada(o) e atrevida(o).
Respeito, mas não recomendo justamente pelo resultado ser próximo “ao
nada” e isso pode doer!
Prós:
É produzido pelo seu próprio corpo
É gratuito
Pode ser usado com camisinha ou brinquedos eróticos
Pode ser utilizado em qualquer parte do corpo
Contras:
Às vezes, não é suficiente
2 - Óleo
Esse é demônio.
Sério.
Pode dar doença, além de estourar preservativo…
Na dúvida, fica longe desses e só usa se você souber exatamente o que tá
fazendo e for por alguma razão específica.
Os que contêm óleo vegetal ou mineral na composição, podem
facilmente reagir com o látex do preservativo e estourá-lo. Mas mesmo que
seja óleo animal, muitos sexólogos ainda recomendam não misturar qualquer
tipo de óleo com camisinha, porque a chance de dar ruim é muito alta! Então,
cuidado!
E pode jogar nessa mesma panela as opções caseiras típicas do
improviso, como manteiga e azeite – é, já vi uns desbravadores que acharam
que o corpo é peixe pra você sair temperando – e outros artigos culinários.
Essas coisas de comer a gente não enfia dentro do corpo, a não ser que seja
pela boca.
Você quer cozinhar um mousse de chocolate em cima da pele do teu
parceiro(a)? Se joga. Usa chocolate meio amargo que eu ouvi dizer que fica
melhor.
Mas EM CIMA da pele.
Esses óleos caseiros, quando enfiados no canal vaginal, podem se
acumular, atrair bactérias e causar doenças, alergias, problemas
dermatológicos...
Se for pra introduzir em buraquinhos, melhor usar os comprados na
farmácia com rótulo de instrução. E mesmo assim, já aviso que tem muita
gente sensível que acaba tendo corrimento.
Prós:
Baratos
Bons para serem usados em estímulos externos, como masturbação ao
pênis
Você pode achar em casa
Contras:
NÃO podem ser usados com camisinha, pelo risco de ROMPER o látex
Têm substâncias que podem se acumular no seu corpo, atrair bactérias
e causar doenças
Sujam muito
3 - O “Revirginador”
O gel adstringente é aquele produto que promete reproduzir a sensação
da virgindade deixando a mulher “mais apertada”.
Pessoalmente, só tive péssimas experiências com esse produto. A
sensação que tenho é que ele te deixa seca e, com isso, aumenta o contato do
pênis. Definitivamente, não recomendo para mulheres que têm dificuldade de
lubrificação.
No entanto, que fique claro que, do mesmo jeito que eu detesto esse
babado, já ouvi elogios incríveis a ele. Tem mulher que adora. Então, vale
experimentar e decidir por você mesma.
Mas, caso você seja como eu, uma saída melhor para a vontade de “ficar
apertada” é praticar exercícios de pompoarismo que, além de ter um efeito
igual – ou melhor – ainda faz bem pra saúde.
Desafio #20
Mesmice é muito sem graça, então vamos experimentar algo novo!
O desafio é:
Escolher uma das sugestões dadas nesse capítulo – que você ainda não
conhece – pra experimentar! E, se você já experimentou todas – bem,
parabéns, estamos orgulhosas! – procure algo novo que ainda não está na sua
lista. Na dúvida, procure as sugestões do parceiro(a)!
Adicionalmente:
- Tem aquele brinquedo erótico que você MORRE DE VONTADE de
testar, mas falta coragem? Seu dia chegou. Vai naquele sex shop online que
você vive namorando e compra esse negócio!
- Tem um brinquedo erótico que você até comprou, mas está adiando o
uso? Acabaram as desculpas, o dia de usar é hoje!
O guia do vibrador
Miga, se você é mulher e não tem um vibrador, você precisa repensar a
sua vida.
Tem de todos os tamanhos e preços. Discretos do tipo que dá pra
esconder na bolsa, exagerados do tipo que brilha no escuro… Tem até uns
que vêm dentro de ursinhos que não fazem mal a ninguém! Ou seja, não
faltam opções pra te deixar sem desculpa.
Os diferentes tipos:
- Vibrador clássico
Simples e clean.
Primeiro, note que vibradores são diferentes dos consolos ou cópias de
pênis: esses dois últimos não tem vibração. Servem para penetrar – ou
admirar, vai que é isso que você curte… – mas não tem aquele estímulo
adicional.
Como a maior parte das mulheres precisa de um pouco mais do que
penetração apenas, eu não recomendo comprar um consolo – a não ser que
você tenha uma coleção bem diversificada com espaço para diferentes tipos.
- Rabbit
- Ponto G
Vibrador ponto G são os que têm uma pequena curva na ponta, para
alcançar o ponto, dentro da vagina, por trás do clitóris, que é considerado o
ponto interno mais sensível da mulher.
Deve ser introduzido com a parte curva virada pra cima.
Alguns vibradores são uma combinação do Rabbit com o Ponto G, ou
seja, têm a parte de estímulo ao clitóris e a parte de penetração curva.
- Massageador
Magic Wand ou Varinha Mágica é como esse produto ficou conhecido.
Ele é interessante para quem quer algo que não pareça um produto erótico.
Tem alguns bem discretos, que parecem um massageador de pescoço ou
costas… mas, nós sabemos para que ele serve de verdade.
Outro vibrador que também pode ser discreto é aquele pequeno em
formato de batom. Não tem uma vibração muito potente, mas são líderes em
discrição.
- Bullet
Se você não tem NENHUM vibrador em casa e tá com receio de por
onde começar, o caminho é o bullet.
São pequenas cápsulas vibratórias que servem pra estimular SÓ o
clitóris. Sem penetração.
Eles podem ser mais baratos que vibradores, são fáceis de guardar em
casa (via de regra, não são chamativos), e o foco no estímulo clitoriano torna
o bullet não apenas mais fácil de usar, como mais fácil para alcançar o
orgasmo.
- Butterfly
O vibrador borboleta é a tão conhecida calcinha vibratória. Uma
vibração para estimular o clitóris que se veste na virilha como uma calcinha.
4 - Masturbadores variados
Em formato de bundas, bocas e vaginas. O método de uso é sempre
igual. Varia a embalagem, o material e a textura.
Desafio #24
Sente-se em uma posição confortável e tente mexer apenas os músculos
da sua vagina, sem mexer mais nenhuma outra região do seu corpo (nada de
chupar e soltar a bunda, tá?). Concentre todo o seu poder “apenas” lá e saiba
que esse é apenas uma pontinha do iceberg que você irá aprender a trabalhar
com o pompoarismo.
Depois, leia mais sobre o tema para saber tudo de uma maneira cada vez
mais aprofundada e específica.
Homarada, conversem com as mulheres de vocês sobre a existência
dessa maravilha!
Parte VI
Passeios
Ir ao sex shop
Comprar online é fácil, prático e tal...
Mas existe uma diferença entre ver os produtos em uma vitrine virtual, e
presenciar a opulência de uma parede inteira – do chão ao teto – forrada de
vibradores. É uma experiência única e ninguém devia se privar disso.
Além de que, enquanto a internet pode ser ótima para pesquisar preços
de um produto específico, é na loja que você descobre o boneco inflável
temático de Justin Bieber (com três novos buracos do prazer, se a propaganda
na caixa for verdadeira) e toda sorte de coisas bizarras que você nunca
imaginou experimentar.
Eu acredito, inclusive, que existem quatro modos diferentes de ir a um
sex shop:
1 – Sozinha(o)
É importante saber desfrutar de sua própria companhia.
Permitir-se passar uma boa hora ou duas investigando cada prateleira.
Cada óleo de massagem e chocolate erótico. A intenção é descobrir
novidades sem receio de julgamento, e praticar o desapego fazendo um
milhão de perguntas à vendedora.
Porque tem pouca coisa nessa vida que te faça perder a vergonha besta
como conversar com uma desconhecida sobre dicas de uso de um plug anal.
Desafio #25
Partiu marcar um dia para ir ao sex shop, seja com o parceiro(a) ou com
as amigas(os)? A ideia de ir em grupo geralmente deixa os tímidos menos
tímidos e ainda rola de pegar umas belas aulas com as vendedoras que,
certamente, estarão muito animadas para vender algo para alguém desse
“grupo todo”.
Também rola ir só com o mozão e mozona também, mas por favor,
vocês precisam ir, porque é divertido demais! Nem que seja para se chocar e
rir! Tem uns que têm até umas salas com DVDs, mas aí só cuidado com a
limpeza do local em caso de haver “um cineminha” por lá também.
Ir a uma feira erótica
Feiras eróticas não são muito comuns e, a não ser que você more em
cidades específicas – ou esteja visitando no momento certo – não é fácil ter
acesso. Mas é o tipo de coisa que, se tiver a oportunidade, vale a pena
conhecer.
O que rola nessas feiras?
Bem... vai depender da Feira. Mas aqui vão os itens mais comuns:
1 - Shows de strip-tease
Tanto masculinos, quanto femininos. Pode ser a parte mais divertida da
Feira porque, além de ser sensual, o clima é muito animado, com o público
rindo, gritando, conversando... e as eventuais brincadeiras que sempre rolam
quando alguém da plateia é convidado para subir ao palco.
2 - Lojas de produtos eróticos
Essa parte talvez seja a que mais decepciona. Nessas Feiras, você pode
conhecer uma variedade imensa de produtos, mas os preços costumam ser
elevados. A não ser que haja uma quantidade muito boa de lojas – para
representar concorrência e baixar os preços – você pode acabar voltando pra
casa sem nada. Vale a pena conferir na internet os valores dos itens que você
encontrar por lá, pra não acabar fazendo besteira no impulso e gastar três
vezes o preço de algo.
3 - Os eventos exclusivos
Varia de acordo com a Feira... A Erotika Fair em São Paulo já exibiu
salões de atividades, como um labirinto erótico para divulgação de clubes de
swing, apresentação de shibari – vamos explicar já já o que é isso. Sem
contar os módulos de vidro para você acompanhar o trabalho de strippers que
se despem online, demonstração de massagem tântrica...
4 - As palestras
De novo, depende da Feira.
Alguns eventos eróticos se baseiam quase que exclusivamente em
palestras, encontros e oficinas – são aqueles mais voltados para quem
trabalha no mercado – outros tem mais atividades para o público. Outros
ainda, não possuem palestra alguma.
A AVN – convenção anual de filmes adultos, que acontece em Las
Vegas – possui palestras realmente notáveis, com nomes do cinema pornô,
sexólogos de reconhecimento internacional, autores eróticos, donos de
franquias globais de sex shops... As mesas de debate podem ser
interessantíssimas, mas, para o público que não é da área, podem não ser o
atrativo principal.
Nota da Ju: Tem vídeo lá no Desinibida contando tudo que rolou em
uma das feiras eróticas de SP, a Erotika Experience!
Desafio #26
Se você mora em uma das cidades com fácil acesso a uma Feira, seu
desafio é marcar presença na próxima. Não é especialmente divertido ir para
uma dessas Feiras sozinho... então, o recomendado é ir com o parceiro(a) ou
com um monte de amigos. Na verdade, mesmo quem é comprometido pode
se divertir mais indo com a galera (leva o parceiro(a) também, né? Sem
problemas. Mas convida todo mundo).
Se você não mora perto de alguma dessas cidades, nem tem interesse de
visitá-las é válido, como desafio, dar uma olhada nas atividades que rolam
nessas feiras, e se inspirar para o próximo roleplay.
O que é roleplay?
Calma que esse capítulo já já chega.
Experimentar um lugar novo
Se o casal está há algum tempo buscando dicas de como melhorar a vida
sexual, com certeza já deve ter ouvido o mantra do “experimenta algo
diferente”.
Sério! Essa é a dica mais básica e mais repetida dos aprimoramentos
eróticos por uma razão muito simples: funciona.
Veja bem, não é que seja errado manter a rotina. Se o seu sexo do
mesmo jeito, na mesma cama, é o que te faz bem, troca os lençóis de vez em
quando e se joga!
Mas, para muitos casais, a rotina é o problema. Aí o único jeito de
resolver é jogando um pouco de caos na ordem do cotidiano.
Muita gente trava nessa hora, porque acha que “experimentar algo novo”
é botar uma terceira pessoa na cama ou ir pelado pra uma festa de sexo. E
calma, gente… a novidade não precisa ser tão radical.
Às vezes, basta uma mudança pequena.
Ao invés de tentar uma nova posição e um novo fetiche, tenta um novo
lugar da casa.
Leva o sexo pra outros quartos. Tenta diferentes superfícies… em cima
de uma mesa, usando uma cadeira, aquela poltrona de leitura que é super
confortável.
Leva o sexo pra cozinha. A gente preparou um capítulo só pra sexo com
comida, inclusive.
Para os mais ousados: varanda, quintal e piscina são opções boas de
manter na lista.
Para os mais conservadores: reserva um hotel pro fim de semana.
Mesmo que seja na sua cidade mesmo, até porque se o plano é ficar nu na
cama, meu bem, nenhum dos dois tá indo pra fazer turismo.
Varia o ambiente. Faz diferença: confia.
Quantos cômodos têm uma casa – mesmo uma pequena?
E quantos cômodos vocês já usaram?
Essa dica não pode ser planejada, massssss, já pensou que louco seria ter
vontade e já ir lá mesmo?
Os dois estão cozinhando e pah...
Passando roupa e pah....
Passando pelo corredor e....
PAHHH!!!
A única coisa que não recomendo, é partir para o chão puro!!! Meu
Deus que essa pode ser a vez que seu boy broxará na vida!
Tem que ter um tapetinho, ou alguma outra coisa pra se aconchegar,
nem que seja minimamente. Do contrário, é pedir pra ficar falando “ai ui! ai
ui, como isso é duro (e não é o que interessa)!” e não sair nada que preste de
lá.
Cuidado também para não quebrarem um móvel que não possua força o
bastante para sustentar o corpinho gostoso de vocês. A gente pensa que onde
cabe um, cabem dois. Mas não cabe, daí vai ter gente tendo que contar pras
visitas que “não sabe como quebrou” o coitado do móvel.
Tensoooo!
Desafio #27
Se nada te atrair na sua casa, responda:
Qual é o local que você vive de olho? Praia? No meio da rua?
E se você for menos ousado, sério, façam ao menos na banheira. É UMA DELÍCIA e já pode
considerar o desafio cumprido aqui.
Casa de swing
Quando a vida sexual tá esfriando, é normal o casal escutar
recomendações de “ir pra uma casa de swing” ou “fazer um ménage”.
É engraçado como as pessoas acham que novidades eróticas – por si só –
podem salvar um relacionamento quando, na verdade, uma experiência
dessas como “último recurso” pode acabar sendo o último prego no caixão.
Gente, o que salva relacionamento é comunicação saudável para
descobrir o que as duas partes envolvidas precisam. E o que agita vida sexual
é levar os desejos do outro em consideração e não ter vergonha de
experimentar.
É por isso que eu digo: se exibicionismo ou voyeurismo são fetiches
seus (mesmo que minimamente), ou se você sempre teve curiosidade, não
espera o relacionamento esfriar pra ter a desculpa. Marca uma sexta-feira,
escolhe um clube e se joga.
Exibicionismo - Desejo de ser observado por outros enquanto nu ou
durante o ato sexual.
Voyeurismo - Desejo de observar os outros nus ou durante o ato sexual.
Clubes de swing não são festas sado-masoquistas, misteriosas, onde
todo mundo anda pelado, de máscaras.
Na real, esses clubes são como boates normais e, durante as primeiras
horas, é possível que você sequer note diferença.
Vai ter um bar, uma porção de mesas e uma pista de dança.
Vai ter música. Garçom. Segurança.
Um monte de gente dançando e conversando.
Nada demais.
A diferença está na estrutura do lugar. Além desse salão principal, essas
Casas têm áreas de lazer bem específicas.
O Labirinto - essa é a área mais comum, presente em quase todos os
Clubes. Consiste em uma coleção de corredores escuros que levam a cabines
privadas e espaços coletivos.
Só pode ir casal?
Não. Mas homem solteiro paga bem mais que mulher para entrar. Então,
se você é homem, pode ser melhor pro bolso ir acompanhado.
Como eu encontro um lugar legal na minha cidade?
Internet.
Olha a página oficial e comunidades em redes sociais.
Se o site não mostra fotos da casa, é roubada, não vai.
No site você também pega todas as informações, tipo: preço e
programação.
Só toma cuidado com festas de swing!
FESTAS de swing são diferentes de CASAS de swing.
CASAS são lugares oficiais, com equipe de segurança, limpeza, apoio,
estrutura, shows e tudo isso que eu descrevi.
FESTA é o que o “João” decidiu fazer lá na casa dele. Jogou uma manta
em cima do sofá, contratou uma iluminação pro quintal e tá cobrando
quarenta e cinco reais por cabeça.
Você não sabe se tem segurança, se tem limpeza… coisa nenhuma.
Aí, a não ser que João seja teu amigo, você conheça a casa e esteja indo
bem servida de companhias, eu não recomendo. Essas festas, organizadas por
anônimos em lugares desconhecidos, podem ser perigosas.
Histórias eróticas a-lá De Olhos Bem Fechados fazem a gente pensar em
máscaras e nudez de luxo sempre que alguém fala em “festa de sexo”. Mas a
realidade pode ser diferente.
A não ser que seja organizada por um grupo de credibilidade, que você
conheça a procedência e tendo companhia para ir… eu não recomendo visitar
essas festas.
Nota da Ju: Gente, tenho um vídeo sobre clubes de swing, no meu canal
do Youtube, o “Desinibida”. Lá eu reforço algumas dessas informações, pra
quem quiser dar uma olhada.
Desafio #28
Aqui é importante lembrar que, nesse livro, os desafios são sugestões.
Ninguém vai te obrigar a cumprir qualquer coisa, nem te julgar pelos
teus limites. Sexo é natural e precisa ser confortável. Se clube de swing não te
deixa à vontade, essa é uma sugestão que você precisa ignorar.
O desafio aqui vai para os curiosos, que sempre tiveram vontade de se
aventurar pelas águas dessas Casas eróticas, mas nunca tiveram uma
desculpa.
Bem, aqui está a desculpa: é o desafio.
Ir até um desses clubes, sozinho ou acompanhado – mas de preferência
acompanhado – nem que seja só pra olhar. E, se é sua primeira vez,
recomendamos só olhar MESMO.
Mas respira fundo antes de escolher o lugar e lembra de todas as dicas,
tá? É importante ir pra um lugar sério, limpinho e seguro. Não esquece!
Quarta cena
Eu sei que aquela mulher tímida, abraçando-se e encarando os próprios
pés é ela.
Minha cliente.
Sei disso porque está – por sua própria vontade – parada do lado de fora
de uma Casa de swing, agindo como se, a qualquer momento, o segurança
pudesse abordá-la para pedir que ficasse nua ou algo igualmente absurdo.
Está com vergonha.
Vergonha dos próprios desejos.
Vejo tanto isso na minha profissão que sequer me surpreende.
Essa diferença entre homens e mulheres é uma merda.
Homens têm tanta liberdade sexual que só sentem vergonha de coisas
que são inegavelmente esquisitas. Coisas que só uma profissional paga
toparia fazer.
Já as mulheres foram reprimidas pela sociedade por tanto tempo que
muitas delas têm vergonha de coisas bobas. Coisas que desejam todos os dias
e que basicamente qualquer homem em um bar toparia. Mas mesmo assim,
elas se pegam contratando um garoto de programa para fazer o que poderia
ser simples.
Amanda se sente mais confortável ligando para o meu número, por
indicação de uma amiga, e marcando um encontro comigo.
Estou aqui.
Uso uma calça preta que marca minha bunda de propósito, e uma camisa
social azul clara, com as mangas compridas dobradas atraindo olhares para
meus antebraços largos. Meu cabelo loiro ainda está úmido do banho, e eu
tenho certeza que tenho um cheiro delicioso.
É meu trabalho.
Se você me contrata para uma noite, não vai ficar decepcionada com o
que vai receber.
Eu garanto.
Ela me reconhece à distância. Deve ter passado muito tempo analisando
todas as fotos, normalmente é assim. Ofereço um meio sorriso. O completo é
muito simpático, mas esse assim pela metade é obsceno.
E eu não estou encontrando uma mulher na frente de uma casa de swing
para ser simpático.
- Você deve ser o Nick? – ela oferece a mão em cumprimento.
A mão.
Ela me trouxe até aqui e vai me pagar um monte de dinheiro para que a
foda, apertada contra as paredes de um lugar público, mas me oferece a mão
em cumprimento.
Por que as mulheres fazem isso?
Tenho algumas amigas prostitutas e elas dizem que, vez ou outra, os
homens já as recebem pelados. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, é o que
eu acho. Mantém as roupas e o clima, mas um beijo no canto da boca não vai
matar ninguém.
Aceito sua mão, mas deixo meu polegar escorregar em sua pele, em uma
carícia erótica. Porque se eu sou contratado pra te fazer gozar, essa vai ser a
única coisa na minha mente a noite toda.
- Amanda? – peço a confirmação que ela rapidamente me dá.
É bonita. Sensual. Os cabelos cacheados não são muito longos, usa um
vestido justo no busto e solto no quadril. Tem um corpo bem gostosinho, e é
uma pena que esteja tão contraída de timidez, porque não consigo observá-la
como gostaria.
As pessoas acham que é mais fácil para garotos de programa quando a
cliente é o seu tipo.
Não sei se concordo.
Quando saio com uma cliente, eu preciso durar. Meu objetivo é deixá-la
em carne viva no fim da noite, sem conseguir sentar no dia seguinte. Então,
horas precisa ser só o começo. Eu tenho que fazê-la crer que sou capaz de
aguentar por dias.
A cliente precisa desistir, primeiro.
A cliente sempre precisa desistir, primeiro.
Mas se ela, assim como Amanda e suas pernas longas e olhos escuros, é
exatamente o que eu peço de aniversário, todo ano... é mais difícil durar.
Se eu fico duro assim que ela me toca, e o gatilho começa a ameaçar o
disparo, as coisas ficam consideravelmente difíceis.
- Um prazer. – prolongo o cumprimento, buscando um beijo imoral em
sua bochecha, porque se ela não quebrar a barreira da intimidade, eu não
consigo trabalhar.
Ela também tem um cheiro bom.
- Vamos? – convido, tomando sua cintura, conduzindo-nos para uma das
mesas na área do bar.
A música é suave e o clima ainda está tranquilo, mas o lugar já está
bastante cheio.
Amanda sorri, constrangida, não sabe para onde olhar.
Veja bem, ela quer olhar pra mim. Quer investigar minunciosamente
cada bíceps delineado pela camisa justa, quer esfregar a mão em meu
abdômen para senti-lo rígido e quer demorar-se na curva da minha bunda.
Mas evita fazer tudo isso porque acha que não seria educado.
Meu bem, se você está pagando pelo produto, pode conferi-lo.
Na verdade, você poderia fazer até de graça.
Eu não tenho qualquer pudor em inclinar o rosto para analisar suas
curvas. Gosto de deixar que vejam a fome em meus olhos, antes de servir a
refeição.
- Então... com o que você trabalha? – tento tranquilizá-la.
- Sou médica. Cirurgiã plástica.
- Uau. Estou me sentindo intimidado.
- Por uma mulher bem sucedida? – ergue a sobrancelha.
- Por uma pessoa que sabe usar um bisturi. Um ótimo talento para se ter.
Principalmente em uma briga.
Ela ri. Vejo seus ombros caírem, desarmada.
- E acontecem muitas brigas nesses clubes?
- Ah, só se alguém tentar tirar você de mim antes de eu dar a primeira
prova. – pisco um olho descarado.
O papo descontraído transformando-se em flerte a deixa mais à vontade.
Não desvia o olhar dessa vez. Pelo contrário, mantém os olhos nos meus com
um sorriso delicado.
Melhor.
- Posso fazer uma pergunta?
Ela gesticula, autorizando-me.
- O que te traz aqui? – pergunto, ao gesticular para o garçom que se
aproxima.
- Ahm... curiosidade?
- A melhor razão para fazer qualquer coisa.
O garçom alcança nossa mesa, por trás de Amanda, e ela contrai-se,
sobressaltada, assim que o percebe ao seu lado.
Olha de mim para ele, desconfiada. Como se algum de nós fôssemos
anunciar uma contagem regressiva para o sexo.
- Vai beber algo? – sorrio, tentando acalmá-la.
Amanda ainda não desceu a mão que levou ao próprio peito. Mantém
seu toque ali, como se protegesse seu decote, até concluirmos nosso pedido.
Rígida e muda.
Observa o garçom se afastar e acho que, em sua mente, ainda está
considerando possibilidades.
- Ninguém vai te abordar assim. – prometo.
- Han? – arregala os olhos, mas sabe exatamente do que estou falando.
- É a etiqueta não-verbal desses lugares. Aqui é o salão comum. –
aponto para os nossos arredores – Dificilmente alguém vai te abordar aqui.
Pode acontecer. Mas é mais comum acontecer lá dentro. – aponto na direção
dos aposentos onde a ação de verdade acontece.
Ela fica em silêncio, mastigando o próprio lábio inferior. Está curiosa,
mas não sabe como perguntar.
- E mesmo que alguém te aborde – prometo – não vai ser o garçom.
Então, ela ri. Uma risada minúscula que cresce a medida em que ela
aceita quão ridículo foi o seu receio.
Respira fundo, testando-me com os olhos. Quer perguntar algo, mas não
sabe como.
- Amanda. – falo devagar e com carinho – Você sabe quem sou e por
que estou aqui. Não precisa ter vergonha de me perguntar nada.
Acena como se vencida pela verdade de minhas palavras, por mais
breves que tenham sido.
- As pessoas vão começar a ficar nuas por aqui?
- Pode acontecer. – aceno – Mas, de novo, é mais comum que aconteça
lá dentro. – aceno na direção dos corredores.
- O que tem lá dentro? – inclina-se na mesa e percebo que está
começando a se soltar.
- Quer ir descobrir?
A mordida que ela dá no lábio vai se transformando em um sorriso.
- Preciso de bebida, primeiro.
- Sim, senhora. – aceito – Enquanto isso, conversamos. – pisco um olho
– O que precisa de mim, hoje?
Amanda se retrai. Não é como antes... está um pouco mais à vontade,
agora. Mas ainda não sabe como falar o que quer. Ainda não sabe como dizer
todas as palavras.
- Quer assistir? – decido ajudá-la – Quer ser assistida? Quer ficar com
outras pessoas? Só comigo?
Ela respira fundo e quase parece que vai dizer, mas então engole as
palavras e esconde os olhos atrás das mãos.
Tenho uma pena genuína do que nossa sociedade causou à sexualidade
das mulheres.
Está aí uma mulher excitada, doida de tesão para experimentar um
pouco de sexo coletivo... Uma mulher bem sucedida que poderia frequentar
clubes assim e saciar sua vontade uma vez por semana... mas que, ao invés
disso, mal consegue enunciar a palavra “orgia” em um contexto real.
- Qual o problema? – convido. É preciso ser paciente com clientes de
primeira viagem. Elas podem demorar uma eternidade para se abrir. E, se ela
passar a noite assim tensa e receosa, nunca vou conseguir fazê-la gozar. E
falhar, na minha linha profissional, não é uma opção.
- É estranho! – confessa – Eu nem te conheço e a gente vai... transar.
Estamos aqui agindo como se isso fosse normal.
- E transar não é normal? – sorrio.
Amanda me responde com olhos impacientes e eu me desfaço em uma
risada baixa.
- Olha, me dá sua mão. – tomo seus dedos apenas como desculpa, antes
de começar uma carícia libidinosa, traçando caminhos pelo seu braço.
- O que está fazendo? – estreita os olhos em suspeita.
Traço padrões superficiais em sua pele quente, um carinho erótico que
só não pode ser considerado atentado ao pudor porque estamos vestidos em
um lugar permissivo.
- Você gosta? – sussurrando, inclinando-me pra ela – Gosta que eu te
toque. – passo o braço por sua cintura, enlaçando seu corpo perto do meu.
Nunca interrompo o carinho em seu braço, mas mantenho minha respiração
em seu ouvido, meu hálito quente causando-lhe arrepios na nuca. O perfume
dos seus cabelos me invade e estou começando a ficar duro.
Muito cedo.
O problema de ter clientes gostosas, percebe?
Respiro fundo para controlar minha rigidez. Amanda fechou os olhos e
essa é toda a resposta que eu preciso.
- É só isso que vou fazer com você. – prometo, em um sussurro
preguiçoso – Vou tocar sua carne. Fazer carinho. Só isso. Que diferença vai
fazer, agora, se você estiver vestida ou não? – desço o toque pelo seu braço
até sua cintura – A carne da sua bunda é diferente da carne do seu braço?
- Claro que é. – murmura, tímida.
- Não aqui. – prometo – Não pra mim. Eu só vou te tocar, linda. Só isso.
E só enquanto estiver bom pra você. Se quiser que eu pare, basta uma
palavra. – escorro minhas palavras pelo seu corpo junto com os dedos.
Aperto a maciez de sua cintura, levando os lábios à curva do seu pescoço. – É
só um toque. Nada demais. Não tem por que ficar com vergonha. Então, diz
pra mim... o que você quer que eu faça? O que quer essa noite?
Eu me afasto, mas não muito ou o encanto se quebra. Raspo seu nariz
com o meu, mantenho meu hálito sempre a um centímetro do beijo. Amanda
tenta manter os olhos abertos, mas as pálpebras estão pesadas de tesão.
Entendo o convite e espremo sua boca na minha, em um beijo rápido e
descompromissado. Só um raspar de lábios, só um toque. Ela suspira na
minha boca.
- Me diz. – cantarolo, maldito.
- Eu quero... – aperta os olhos, deixando a coragem lhe invadir – Quero
ser tocada por mais de um homem. Quero transar para que me vejam. Mas
não acho que tenho coragem.
- E quer que eu te incentive?
Ela balança a cabeça. Uma negativa temerosa.
- Quero que você me obrigue.
Pisco os olhos para sua escolha intencional de palavras.
- Preciso que faça o que quiser comigo – continua – Tudo e qualquer
coisa. Preciso que me conduza e não me deixe parar.
Entendo com um sorriso breve.
- Você quer que eu seja duro? – confirma – Pesado?
Ela acena vezes demais.
- E se mudar de ideia?
- Aí eu digo “Nick, mudei de ideia” e você para.
- Não funciona assim.
- Perdão?
- Assim que começar a ficar com vergonha, vai dizer que mudou de
ideia. “Mudar de ideia” é uma frase que o puritanismo construiu dentro de
você. Vai ficar constrangida e desistir. É por isso que uma frase comum não
serve. Pode ser dita por acidente. Pode ser dita sem querer.
- E o que eu faço, então?
- Se você disser que mudou de ideia e quer parar, eu vou te perguntar se
tem certeza. Vou tentar te convencer a dar uma chance. Mas se disser... –
penso por um segundo – Qual a cirurgia que você mais realiza?
- Han? O que isso tem a ver?
- Só me responde.
Ela torce o nariz, duvidando momentaneamente de minha sanidade:
- Rinoplastia. – responde – Plástica no nariz.
- Essa serve. Se disser essa palavra, aí eu paro. Sem perguntas. Sem
incentivos. Sem tentativas de te convencer. Então, não diga essa palavra, a
não ser que tenha certeza absoluta que quer que eu pare. Porque, se ouvi-la,
eu vou parar. Tudo bem.
Amanda morde a ponta do sorriso, antes de confirmar.
Certo, linda.
Deixa eu te mostrar como se faz.
*********************
Desafio #29
Qual é o lugar que vocês mais iam quando tudo começou? Qual era o
lanche favorito? E a música que ouviam no carro?
Se lembra também da roupa que vocês usavam? Quanto mais detalhes se
lembrarem, melhor. Depois, é só curtir as antigas no dia de hoje e cumprir o
desafio de reviver esse encontro que foi tão especial!
Elogio
Não sei se vocês já repararam, mas no mundo moderno, as pessoas
tendem a gostar muito mais de reclamar, do que de elogiar:
É a louça suja.
É a toalha molhada em cima da cama.
É reclamar dos vizinhos e do peido que fedeu demais (como se não fosse
gente também!).
Mas e quando acontece alguma coisa boa? Muita gente faz a egípcia e
trata tudo como se não fosse mais do que “a obrigação”.
Eu sempre me pergunto que, se ninguém gosta de críticas e ao mesmo
tempo adora ter o ego massageado, por que então não faz logo o que adoraria
receber do coleguinha?
Cai os dentes falar “Nossa mozão, tô pensando naquele oral de ontem
até agora”.
“Meu Deus, como é que você fez isso?!!”
No fim, o elogio nem precisa ser necessariamente sexual, mas pode ter
certeza que, se for de seu interesse, poderá facilmente ser levado ao sexo.
Jamais se esqueça: tudo está conectado com tudo. E a gente bem sabe
que, se a briga que rolou logo cedo no café da manhã é capaz de interferir no
sexo (ou melhor, na falta dele) à noite, por que é que com o elogio seria
diferente?
É só botar a cuca pra funcionar!
Tem gente que também responde que “não é de puxar o saco de
ninguém”, mas gente: ninguém aqui está falando sobre puxa-saquismo, mas
sim sobre reconhecimento e gentiliza. Duas coisas bem diferentes, concorda?
Ah, e também não vale dizer aquele clássico de que na sua família vocês
não estão acostumados a elogiar ninguém, até porque ainda que (vocês) não
assumam, geralmente gente assim só critica, e isso é chato pra caramba!
Pense que, se você está vivo, ainda há tempo de mudar! E se você leu
essa dica, provavelmente é mais um toque da vida para que você melhore a
sua chatice.
É claro que você não precisa – e nem deve – mentir ou exagerar (soa
falso, claro!). Mas sabe aquele cachorrinho que, quando merece agrado, você
dá? E quando não merece, não tem agrado nenhum também? Sei que meu
exemplo não foi dos melhores e que seu namorado(a) não é cachorro, mas sei
que você entendeu!
Desafio #30
Escrever uma lista com as 10 coisas que você mais ama na outra pessoa
(na cama e fora dela) e recompensá-la por cada uma!
“Hoje, eu vou te chupar, por sempre lavar a louça sozinho(a)”
“Hoje, eu vou fazer o que você mandar, por sempre dar um jeito de ter
um tempinho pra mim quando estou nervoso(a)”
Compartilhe a lista com o outro. Elogie. Agradeça.
Você pode ter certeza que mudará o dia dessa pessoa. E claro, aumentará
a conexão entre vocês.
Nota da Lu: Eu adoro escrever cartas do nada e o povo sempre fica
feliz. Inclusive os amigos!
Beijo
Nessa dica eu mesma já errei muito como mulher (mas vale para os
homens também, tá?). Achava que, pelo homem não se importar de ir direto
ao ponto e, muitas vezes, eu também só querer o mesmo, nem precisaria
investir nessa parte: era só ir pro arrocha e pronto!!
E não é que eu estava enganada?
Com o tempo, fui percebendo que nos dias em que eu beijava mais, o
bofe costumava ficar muito mais animado do que se eu simplesmente agisse
como imaginava que ele gostaria. Ou seja, na praticidade rápida do dia a dia.
Quando o beijava e passava a mão nele (adoro principalmente uma
bundinha), eu o via envolvido de uma forma diferente, em comparação com
as vezes em que eu simplesmente pegava lá, sabe?
Na maioria das vezes, era um beijar delicado, gentil, mas levemente
erótico. Também dava umas apertadinhas “corpo a corpo” que dava aquela
conectada.
Depois de já ter beijado muitoooo (gosto de unir essa dica com a da
playlist também), ficava quase que como um “sexo tântrico do beijo”, só que
bem mais superficial.
Dica: Una as duas ideias, ou use só essa do beijo, para começar.
Desafio #31
Se vocês estão no começo do relacionamento, já podem considerar
cumprido esse desafio, porque certamente vocês já se beijam
muitooooooooooooo! Mas pro casal que já tá meio cansadinho nessa área, o
que acha de dar um beijão na boca do seu parceiro(a)? Tipo “do nada”? Que
nem quando vocês eram namorados?
Seja porque ele acabou de chegar, seja no banho, seja porque ele está
cozinhando. Enfim, do nada e com frequência! O desafio é trazer de volta
esse hábito que, não só é sensual, como também pode ser íntimo e carinhoso,
melhorando não só a vida sexual como toda a vida a dois.
Sexo das boas energias
Nota da Lu: Uma vez fui falar que meu sonho era fazer “sexo reiki” lá
no blog “Pergunte a uma mulher”, (já segue nas redes sociais?!) e quase
que me mataram porque pensaram que estava falando no sentido literal.
Então, antes da gente começar esse capítulo, que fique claro que a ideia
aqui não tem nada a ver com o reiki “à risca”, mas sim foi baseada na ideia de
levar boas energias ao próximo. Até porque, para dar reiki, precisa de estudo
e nem todo mundo tem. Outra diferença é que, ao te levar as energias boas,
raramente um reikiano tocará em você. Mas nós queremos que você toque
muito no seu parceiro!
Continuando para você entender melhor:
Para quem não sabe, e falando apenas sobre a parte fundamental que
quero que vocês entendam, o reiki “é a cura pelas mãos”. É a manipulação de
forma positiva das energias e tem por base a crença na existência da energia
vital universal "Ki", manipulável através das mãos. Para mim, é uma prática
capaz de me trazer mais tranquilidade, concentração e só coisas maravilhosas.
Daí eu pensei: por que não usar a ideia de transmitir coisas boas
enquanto transa com o seu parceiro?
É claro que, independente de nossas crenças, damos e recebemos
energias o tempo inteiro (ou você nunca se sentiu incrivelmente bem ou
incrivelmente mal perto de alguém?). Mas e se a gente se concentrasse muito
mais nas boas? E o melhor, conseguisse se desconectar do externo e focar
apenas nas melhores energias que o sexo e aquela outra pessoa pode nos dar?
Por mais que você ache essa dica meio “mística” ou viajada demais,
pense comigo: tem como dar errado? Na verdade, o pior que pode acontecer é
vocês não conseguirem se desligar e voltar para o sexo tradicional. O que,
claro, não impede de voltar e tentar de novo na próxima.
No fim, essa minha ideia BASEADA no reiki, é apenas uma forma de te
lembrar que, se tudo é energia, no sexo elas costumam estar mais
intimamente ligadas ainda. Afinal de contas, é uma pessoa “entrando” na
outra, certo?
Se é assim, tentem sempre cuidar e dar o melhor da energia de vocês
para o outro. De igual forma, recomendamos verificar bem a energia dos
estranhos com quem vocês transam. Coisa que, né? Mesmo quem não
acredita em energia certamente já sentiu um peso enorme depois de ter
transado com aquela pessoa que não foi devidamente escolhida antes.
Na dúvida, se pergunte: você nunca se sentiu péssimo e com vontade de
ir embora depois da transa?
Ou ao contrário disso: já se sentiu muito mais pleno e recarregado com
aquela pessoa que te fez (mesmo que de forma inconsciente) uma
transferência energética bacana depois do ato?
Pense nisso.
Mas atenção:
Evite fazer qualquer tipo de entrega profunda com um desconhecido(a),
um ficante de pouco tempo ou até mesmo alguém que você não confie 100%.
Na verdade, pode até ser um ficante de meses ou anos (mas nunca de
dias), DESDE que você CONFIE. Não apenas ACHE que confia. Afinal de
contas, como você poderia se imaginar sentindo algo bom se estiver com
alguém com quem você não se sente segura? Não rola, né?
E se você quiser ir levando essa ideia para níveis cada vez mais “hards”,
de realmente se penetrar na energia do outro e se jogar de cabeça mesmo,
seria legal fazer dentro de um namoro/casamento em que ambos sejam
realmente cúmplices, e até mesmo com uma meditação guiada (sim, já
entraria em outro assunto). Do contrário, guarde com carinho essa ideia para
quando sentir que é o momento certo de fazer uma entrega energética um
pouco mais profunda.
Desafio #32
Em um dia em que ambos tiverem “todo tempo do mundo”, combinem
de, enquanto transam, jogarem energias boas para o outro. Tudo isso de uma
forma consciente.
Só não precisa se forçar demais, tá? A ideia é só deixar a sua mente o
mais limpa e positiva possível que, inevitavelmente, o resto acontecerá
naturalmente e o outro sentirá grande parte dessa energia boa e tranquila.
Parte VIII
Sair da rotina
Experiências gastronômicas
Amiguinhos, não dá pra ir enfiando comida em qualquer lugar. A gente
já conversou sobre isso.
Comida foi feita pra enfiar na boca, então, se seu plano é colocá-la pra
dentro do pênis, vagina e imediações, eu recomendaria mudar o plano, ou
correr o risco do SAMU ir te buscar aí na sua casa!
Quando a gente fala de “sexo com comida”, a intenção é usar comida
como catalizador para a energia erótica. A alimentação é uma preliminar.
Você lambe o chocolate na pele do parceiro(a) e come os pedaços de
morango da sua boca, lambuza os arredores do pênis com Nutella e faz a
festa.
Não precisa colocar margarina pra dentro do canal vaginal e fingir que é
lubrificante, entendeu? Isso pode dar problema de saúde e aí, como presente,
vocês ficam sem sexo por pelo menos uma semana, que tal?
Sabores: O doce é o ideal. É o mais fácil de dar certo e o que as pessoas
mais procuram: chocolate – barra ou iogurte – chantilly, sorvete, nutella...
Mas isso não significa que sabores mais azedos ou amargos ficam de fora:
frutas podem ser uma opção interessante e morango combina bem com sexo.
Usar como prato: Se seu objetivo for só usar o parceiro(a) como prato,
quase qualquer refeição serve. Sushi, salada de fruta, salgadinhos... Embora
eu recomende sempre bom senso, o que significa que feijoada com arroz
talvez não seja a melhor ideia.
Texturas: Busque comidas com diferentes texturas para excitar seu
parceiro(a), não apenas com a novidade e lambidas, mas também com o
próprio alimento.
Sensações: Alternar entre alimentos quentes e frios deixa a pele mais
sensível a estímulos posteriores (como lambidas e mordidas). Sorvete e calda
de chocolate quentinha funcionam de um jeito lindo.
Cuidados a tomar!
Não exagerem nas mudanças de temperatura. Coisas quentes demais
podem queimar o outro e a intenção não é essa!
Atenção também para itens muito salgados – que podem irritar a mucosa
de algumas regiões do corpo – ou que possam arder no contato com a pele.
E é sempre bom ficar longe de qualquer item que você ou o outro
tenham alergia!
Misturar comida com sexo normalmente resulta em sujeira e chocolate
derretido pelos lençóis. É bom lembrar disso antes para, ou escolher um local
apropriado antes de começar, ou desapegar da integridade da sua roupa de
cama.
Desafio # 33
Transformar o tour gastronômico em uma brincadeira. Cobre os olhos
do parceiro(a) com uma venda, lambuza sua própria pele com várias coisas
diferentes e ele tem que adivinhar o que é cada gosto.
Se ele acertar, ganha um prêmio.
Qual o prêmio? Vocês estão pelados nessa altura, eu suponho. Use a
criatividade.
“Ah, mas vai ser uma brincadeira muito fácil”
Meu bem, a intenção não é ser uma São Silvestre. A ideia é que o
parceiro(a) acerte e seja recompensado mesmo, presta atenção.
Kama Sutra
O Kama Sutra não é o que você tá pensando.
Eu sei disso porque quando alguém cita esse livro, todo mundo pensa
logo naqueles manuais de posições sexuais e, veja bem, não é que o Kama
Sutra não tenha isso… mas é que a obra é mais do que isso.
O livro de Mallanaga Vatsyayana é mais que um clássico sobre amor e
os modos de alcançar a felicidade e o prazer. Ele também é uma verdadeira
coleção de hábitos e costumes da civilização hindu. Relatos do
funcionamento de suas relações sociais, culturais e, em certos aspectos, até
financeiras.
MAS, claro, tem o sexo.
Esses que a gente normalmente vê nas livrarias — com o nome Kama
Sutra — são manuais de posições sexuais, alguns deles com diálogos e
mensagens sobre o tantra. Para quem quiser conhecer o livro clássico, a
receita é pedir na livraria o original com tradução do Richard Burton.
Mas fiquem avisados que boa parte da leitura é maçante e, em certo
nível, inútil.
O Kama Sutra encara o sexo de um jeito objetivo, classificando tipos de
beijos e mulheres e tentando criar uma fórmula secreta e infalível que sempre
leva ao máximo de prazer. Longe de mim questionar a filosofia erótica hindu,
mas me parece que sexo é subjetivo demais pra ser tratado de um modo tão
matemático.
Pessoas diferentes gostam de coisas diferentes.
É muito restrito você supor que um tipo de mulher sempre vai gostar de
ser beijada de um jeito fixo.
Em última instância, apesar do inegável valor histórico e cultural que
essa obra tem para a literatura e o sexo, na minha opinião, essa é a mensagem
que fica com a leitura: de que existe “certo” e “errado” em sexo, quando, na
verdade, o assunto deveria ser fluido.
Então, se estamos falando de experiências literárias, o Kama Sutra —
original — é uma boa leitura. Mas, se estamos falando de experiências
sexuais, talvez seja melhor trazer pra casa a versão das livrarias, mesmo. Aí é
folhear as páginas e ver quais das posições te parece mais erótica.
Muitas pessoas têm tesão em posições específicas: basta ver a ilustração
e o corpo inteiro acende. Fique atento para essas, que podem mexer com
você, e sugira ao parceiro(a). Fique aberto também a descobrir as que mais
excitaram o outro.
Desafio #34
Procurar um Kama Sutra versão livraria para se inspirar em algumas
dicas e posições sexuais. Para os mais interessados, vale uma pesquisa maior
sobre o tantra e até a leitura do texto original. Essa filosofia hindu traz ideias
que te deixam bem mais à vontade com o próprio corpo e sexualidade,
trabalha reflexões muito interessantes sobre relacionamento e revoluciona a
vida sexual de muita gente!
Mais de uma posição em uma transa
Eu, particularmente, não concordo com aquela frase que diz que quanto
mais posições, melhor. Que tem que estudar o Kama Sutra, fazer ginástica
olímpica, abertura total e ainda sair rolando pelas paredes em um golpe ninja
pra ser realmente o bonzão na cama!
Pra mim, basta uma posição bem feita para fazer o outro nunca mais se
esquecer na vida. PORÉM, se você disser que será apenas “por um dia”, por
“experimentação” e para variar, por que não? Daí é muito válido sim!!!
Indo para os pontos práticos:
Vocês que sempre fazem papai e mamãe, que tal inverter?
E de ladinho? De costas? E estilo “cachorrona”, já fizeram?
Vejo que, no fim, experimentar novas posições é como experimentar um
prato novo: não precisa fazer todo dia, nem precisa gostar menos da comida
favorita do dia a dia só porque experimentou outra coisa. Porém, partir para
uma experimentação vez ou outra é desintoxicante e animador, não é?
PS: Também gosto de botar no “Kama Sutra” – o manual – e ver se me
inspiro numas maluquices que não me deixarão aleijada também.
Dica prática:
Se você ainda não conhece, pelo menos já deve ter ouvido falar dos
dados eróticos. São brinquedos eróticos (bem baratinhos, por sinal, viu?) que
vêm em dois tipos:
1 – As ordens: São dois dados, um traz um comando de ação, outro um
comando de lugar. A brincadeira é jogar os dois e obedecer a instrução. Vai
aparecer coisas tipo “morder bunda” e aí você vai lá, bem eficiente. O chato
desses dados é que, às vezes, vem umas insanidades tipo “lamber olhos” e aí
você fica bem “mano, quê?”. Mas no geral, são MUITO divertidos de ter em
casa para agitar as coisas.
2 – As posições: Esse é apenas um dado. A quantidade de faces varia,
tem alguns com seis faces (tipo um dado normal), e alguns que chegam a até
vinte faces. Em cada face vai ter uma posição erótica. A brincadeira, dessa
vez, é rolar o dado e tentar imitar a posição que cair. Isso pode ser muito
recomendado principalmente para quem tem bom humor porque – aviso
desde já – tem algumas posições que são o demônio pra entender, quem dirá
fazer. Então, é brincadeira para os mais ousados!
Desafio # 35
Visite um Sex Shop (pode ser um online também) e veja por si só os tais
dadinhos. Escolha um dos dois e compre para botar pra jogo com o seu
parceiro(a).
Mas atenção:
É bobagem acreditar que todas as pessoas sempre conseguem fazer
todas as posições. Existem algumas que dependem do corpo. Se você tem
muita bunda ou muito seio, pode ser que algumas posições sejam
impraticáveis. É bom ter isso em mente para não se forçar tentando o
impossível.
Por exemplo, a Espanhola – posição em que o homem esfrega o pênis
ereto entre os seios da mulher – é feita sem problemas pela mulher que tem
peito grande. A que tem peito médio precisa usar mais as mãos para apertá-
los e a que tem peito pequeno (dependendo de quão pequeno seja) não vai
conseguir fazer. Ou seja, há posições que não funcionam para certos tipos de
corpo, mas pode ter certeza que há posições para TODOS os tipos de corpo!
Lembrem também que algumas das sugestões que vem nesses dados ou
manuais exigem flexibilidade, força física, equilíbrio ou alguma prática. É
importante conhecer seu próprio corpo antes de se jogar em algo assim, para
não acabar se machucando.
Inverter os lados
Não se trata só de posição no sexo: se trata também de posicionamento
na vida! E que você, querendo ou não, bem sabe que têm tudo a ver com
sexo!
Vamos para os exemplos práticos:
Você nunca é o primeiro a demonstrar que tá afim?
Você nunca faz um elogio erótico?
Você nunca manda mensagem, mas só “responde o que te mandam”?
Vamos parar com isso!?
Tenha atitude! Nem que seja só por um dia!
Faça aquele carinho inesperado onde você nunca fez, enquanto o outro
lava a louça, ou até mesmo enquanto vocês estão despretensiosamente
assistindo TV. Mande mensagens falando que está com saudades.
Mesmo que seja algo que você acha brega, pare de achar que você é
apenas a caça: seja caçador também!!!
Isso não vai ferir seu ego, e vai te ajudar a ter ainda mais autoconfiança.
Tente, e se o outro não valorizar, é só não fazer mais, porque você
também não é trouxa, né non? Sem contar que atitudes como essas te fazem
sair da mesmice e dá a oportunidade para ambos se sentirem “um pouco mais
em lados opostos”. É literalmente “se colocar” na pele do outro.
Pra que ser sempre a mesma pessoa previsível de todos os dias, né?
Chato demais!
Desafio #36
Essa é fácil: você sempre é a mamãe e ele o papai? Inverta!
Você só goza se for “em cima”? Troque!
Ele é sempre quem tem a iniciativa na hora do sexo? Surpreenda-o.
Ela é sempre a primeira a te fazer oral? Mude isso.
Pornô
É só falar em um filminho pornô, que a treta é plantada em muitas casas,
principalmente a depender da pessoa que fala “que não curte uma baixaria”,
ou que “nenhum filme é pra ela”.
Tanto para a primeira, quanto para a segunda questão, depende do filme
que você escolher. E pode acreditar: tem filme pra todo mundo e para,
literalmente, todo e qualquer gosto.
O plano aqui é experimentar e tentar conhecer o novo.
Por questões de força da indústria, o estilo de pornô mais famoso é
aquele que os homens hétero mais assistem: o sexo fácil que começa por
razão nenhuma, com a mulher gemendo mentiras sobre o tamanho de um
pau, enquanto tudo é filmado pelo ponto de vista do homem.
Se você colocar um desses pra sua namorada, ela provavelmente vai
torcer o nariz. No mínimo.
Fuce, pesquise, escolha um autor/roteiro que parece ser de sua
preferência. E até mesmo arrisque alguns estilos diferentes. Nesse dia, vale se
questionar se você nunca assistiu (ou assiste pouco) porque não gosta
MESMO, ou se é apenas vergonha, tabu, ou excesso de moralismo.
Você pode começar assistindo sozinha(o), até para escolher seus
favoritos e ver se você realmente não gosta (você também tem esse direito,
daí é só não fazer mais, claro).
Só que atenção: nesse dia, assista com calma, abra o seu coração de
verdade mesmo. SEM JULGAMENTOS. Daí é só ir compartilhar as
novidades com o outro de boa!
Extras:
Se você está sozinho(a), não precisa ter vergonha dos fantasmas, muito
menos de você mesmo(a), tá?
Observe, assista, reassista, tente identificar quais partes (mais) mexeram
com você e tente entender o porquê. Nisso,pode ter certeza que fora te fazer
brotar muitas ideias, você poderá testar algumas sozinha no “modo solitário”
e, depois, usá-las com o namoradão/namoradona, sem necessariamente ter
que contar onde aprendeu, se isso não te deixar à vontade.
Se você, que é um leitor ou uma leitora, do módulo “preparada”, é hora
de fazer uma playlist e assistir com o parceiro(a), e sem vergonha, tá? Afinal
de contas, vocês já não transam? Então qual é o problema de ver outras
pessoas fazendo o mesmo?
Sem contar que ninguém aqui nasceu da Virgem Maria e não
precisa se fazer passar por ela!
Extra 02:
Tentem parar de ver o sexo como pecado, “como coisa de putas ou
devassos”, mas sim um momento de prazer que, como tal, deve ser
contemplado até mesmo com AMOR.
Outra coisa legal é que, com o tempo, vocês podem aprender novas
técnicas e diminuir a vergonha. Principalmente os homens hétero que,
diversificando o estilo de pornô que assistem, podem aprender mais sobre o
que excita e agrada uma mulher.
Desafio #37
O desafio pornô vai variar:
Mas não vale colocar qualquer um, tem que escolher um que agrade os
dois. Mesmo que isso leve algum tempo, já é uma boa desculpa pra ir
conhecendo as preferências do outro: os fetiches, as fantasias.
2. Se solteiro(a) e não tem o hábito de ver pornô: O desafio é tentar assistir
alguns. Procure temas que você gosta com o objetivo de descobrir se
você realmente não curte pornô, ou se apenas não tinha encontrado sua
preferência ainda.
3. Se solteiro(a) e tem o hábito de ver pornô: O desafio é tentar sair do
“mais do mesmo”. Tenta abandonar esses vídeos-padrão de gemidos
falsos e artificialidades. Tenta assistir um pornô mais suave, algo mais
real, filmes produzidos por mulheres, movimento pós-pornô... dá uma
sacodida na sua vida.
2 - Distribua a atenção
Tente incluir todo mundo na brincadeira.
Para casais heterossexuais, isso é especialmente difícil quando você é o
gênero ímpar da equação.
Dica rápida!
Se você é a única mulher: experimente dupla penetração.
Se você é o único homem: experimente colocar as duas na mesma
posição para alternar o que faz com cada uma.
Mas, se você é uma de duas (ou três) mulheres, ou um de dois (ou três)
homens, o truque é aprender a cooperar e fazer as atividades em conjunto.
3 - Posições
Acrescentando uma pessoa, você multiplica as possibilidades de
posições sexuais. Dá uma olhada em uns manuais antes de começar e escolhe
algumas que parecem boas, mas não abandona a criatividade e o improviso.
Sexo não deve ser hiper calculado, segue o calor do momento.
4 - A espera
É inevitável que, em algum momento, alguém se perceba sem ter o que
fazer.
É importante já ir pro sexo a três sabendo disso pra não ficar noiado se
acontecer.
Relaxa, se masturba, observa um pouco e mantém os toques superficiais
nos outros.
Só porque você está de fora por alguns instantes não significa que você
foi excluído, faz parte da dança.
5 – Camisinhas
Tenha muitas por perto. Muitas.
6 - Gostou?
Repita a gosto.
Nota da Lu: Tem dois vídeos sobre ménage (feminino e masculino ) no
canal Pergunte a uma Mulher! Sem contar as outras dicas que já damos aqui
nesse ebook.
Desafio #38
Pessoal, a gente não precisa repetir que livro de desafios não é imposto
de renda, né? Você só faz se quiser, quando quiser e com quem quiser.
Mas, para os curiosos e interessados... o ménage é um desafio sem
igual.. Vale a pena manter na mesa de discussões.
Quinta cena
Eles me queriam por uma noite inteira.
Aprendi a evitar trabalhar com casais heterossexuais.
Ménages com dois homens ou duas mulheres não eram um problema
para mim.
Mas um homem e uma mulher, frequentemente virava competição.
Bastava que ela me visse na cama fazendo seu homem emitir sons nunca
antes professados para que o ciúme atacasse em sua pior forma: nu.
Então, ela - seja lá quem fosse - começava a tentar ser melhor do que eu.
Era sempre embaraçoso vê-la falhar.
Queria me mostrar que eu podia ser profissional, mas ela o conhecia.
E, por isso, achava que podia fazê-lo gritar mais alto, gemer mais
intenso, se perder em um tesão mais poderoso.
Mas mulheres normais parecem não entender que homens são como
bicicletas: se você sabe montar em um, sabe montar em todos.
Elas não conseguiam ser melhores do que eu. Nenhuma delas.
E falhar as tornava frustradas, irritadiças e, em mais de uma ocasião,
chorosas.
Não, eu não gostava de trabalhar com casais heterossexuais.
Esse casal, no entanto, era amigo do meu chefe. Queriam uma
companhia na cama para comemorar algum marco no relacionamento, e o
presidente da Willex – maior empresa de pornografia do mundo moderno –
queria ter certeza que seriam bem servidos.
E quando você quer que alguém seja bem servido, meu bem, é pro meu
número que você liga.
Minha bolsa larga pesa em meu ombro.
Um par de algemas, algumas velas comestíveis, gel de massagem, dados
eróticos, lubrificantes.
Apenas o básico para o que certamente deveria ser um casal
conservador.
Sempre que alguém me contratava para "comemorar um marco no
relacionamento", eu imediatamente traduzia a expressão para "vida sexual
está esfriando".
Um casamento longo. Uma união prolongada.
Para mim, eles seriam apenas mais um trabalho entre tantos outros. Um
que eu, provavelmente, esqueceria antes de chegar na esquina.
Para eles, eu seria a experiência de uma vida. Um sonho que cada um
nutriu - sem coragem de confessar - por tempo demais, até que as palavras se
tornassem bigornas que precisavam ser cortadas ou os arrastariam para o
fundo. Uma noite com muito álcool. Uma confissão. Uma ligação para o
amigo - presidente de uma empresa de pornografia - e Yasmine estava a
caminho de sua casa com uma bolsa pesada de itens medíocres.
Pressiono a campainha com a ponta de minha unha de esmalte escuro.
Preciso esperar apenas alguns segundos antes que a luz da sala se acenda e a
porta se abra.
O homem que aparece do outro lado, no entanto, não é o que eu
esperava.
Seu sorriso me atinge roubando meu ar.
Gostoso. Melhor assim.
Ele é alto e largo. Tem um olhar gentil, mas seu porte é imponente.
Os olhos esverdeados emoldurados pelos cabelos claros que se
atrapalham em um topete bagunçado.
- Boa noite. – desejo, umedecendo os lábios, rapidamente – Sou
Yasmine. O senhor Delvak me mandou.
- Boa noite. – acena, como se minha apresentação fosse desnecessária –
Sou Gregory Holt. Por favor, entre. Minha mulher está lá em cima.
Lá em cima.
Eu entro, sorrindo para sua gentileza.
Normalmente, casais me recebiam juntos.
Ele, controlando um sorriso de excitação.
Ela, com um pouco de julgamento no olhar que sempre tentava
disfarçar.
Juntos, o homem sempre colocava a mulher um pouco à sua frente.
Tocando-a no braço ou na cintura como uma prova de lealdade, usando-a de
escudo, com pavor que minha boceta altamente treinada fizesse pouco de
suas habilidades. Normalmente, estavam certos.
Mas... ali estava um homem jovem e perfeitamente apetitoso às coxas,
recebendo-me sozinho.
Uma de duas coisas estava acontecendo: ou sua mulher estava naquele
cenário contra sua vontade (e iria deixar isso claro durante toda a noite), ou
sua mulher tinha uma autoconfiança do tipo que nunca vi.
- Posso te oferecer alguma coisa? Água, ou...?
- Vou aceitar a água. - sorrio.
Eu não estava com sede.
Mas descobri que as pessoas na posição dele frequentemente se sentem
constrangidas, buscando desesperadamente algo para ocupar as mãos
enquanto ainda não podem ocupá-las em mim. Então, eu peço água. Eu
sempre peço água.
Ele me pergunta se eu queria gelo e me trouxe um copo grande demais.
Abro os olhos, encarando seu exagero.
- Não precisa beber tudo. – acrescenta depressa – Pode trazer o copo
com você. Como... ahm... como funciona? Vamos direto para o quarto?
- Para onde preferirem. – convido.
Ele acenou, resoluto, e me conduziu escadas acima.
Bate na porta entreaberta da suíte principal para anunciar nossa
presença, empurrando-a com os nós dos dedos para nos dar passagem.
- Amor? – experimenta – Yasmine está aqui.
Ela estava de pé no meio do quarto, entretida com algo em sua
penteadeira antes de se virar para nós.
Analisa-me por menos de dois segundos, antes de focar o olhar no
imenso copo de água que eu trago na mão.
- Quer afogá-la, Holt?
- Ela disse que queria água. – defende.
- Provavelmente só um copo, não um balde. – ela é realmente
espetacular. E isso não é o tipo de coisa que eu digo sobre muitas mulheres.
Suas curvas latinas são exuberantes ao ponto de me fazer invejá-las. O cabelo
longo e escuro cai pelos ombros em uma cascata ondulada de cachos largos e
fartos. – Eu diria que você vai precisar desculpá-lo. – encara-me – Mas não
vai fazer isso, não é?
Sorrio para sua escolha de palavras.
Eu sou uma dominatrix e ela, com certeza, sabe.
- Não, não vou. – concordo – Você deve ser Dominique.
Ela não responde.
Ao invés disso, apenas desfila até os pés de sua cama e senta ali.
Analisando-me ao cruzar as pernas de um jeito lento, exibindo a coxa pela
fenda da saia.
Autoconfiança.
Porque ela definitivamente não está aqui contra sua vontade.
Na verdade, duvido que essa daí faça qualquer coisa contra sua vontade.
Ótimo.
Prefiro mulheres assim.
Coloco minha bolsa em cima de uma poltrona vazia.
Gregory parece terminantemente indeciso. De pé, no meio do quarto,
unindo as mãos em palmas silenciosas, apenas para esfregá-las uma na outra.
- A gente simplesmente começa ou... Alguém poderia me dar
instruções?
- Primeiro, eu preciso saber os seus desejos. – ergo a sobrancelha –
Depois eu transformo em realidade.
Ele não responde. Apenas olha para a esposa, como se a resposta
dependesse dela.
Ah, merda.
Ela domina.
O puto é gostoso pra caralho, mas é um submisso natural.
E não importa o tamanho do quarto: nunca há espaço suficiente para
duas dominadoras.
Uma de nós duas vai ter que se curvar.
E vai ter que ser ela.
- Você tira as roupas dele e o chupa até que esteja bem duro. –
Dominique se põe de pé. Encara meu decote ao passar por mim e não há
qualquer tipo de pudor em seu escrutínio – Porque eu desejo assistir.
- Vai ter que pedir "por favor". – experimento as águas.
Ela me oferece nada além de um meio sorriso.
Acho que eu vou precisar usar meu chicote com essa aqui.
Respiro fundo. Devolvo o sorriso.
- Você deve estar acostumada a ser a dona do quarto, não é? – murmuro,
erótica, ao despir os primeiros botões de minha blusa - Mas agora eu estou
aqui. E quando eu entro em um quarto, ele passa a ser meu. Seu quarto é
meu. - explico - Sua cama é minha. Você é minha. E seu homem é meu. Vou
fazer com ele o que eu quiser. Eu sou a rainha, agora. E é bom que você
aprenda a ficar de joelhos bem depressa porque...
- Tá, querida. - ela revira os olhos – Você é dominadora na cama, a
gente já entendeu. Agora, tira a roupa dele.
Pauso.
Assuma o controle, Yas.
Assuma depressa.
Sorri, inabalável.
- Hm. – gemo, de pena – Depois vou ter que te punir por isso.
- Claro que vai. – ela ainda tem um meio sorriso no rosto.
Como se achasse ridícula minha tentativa, minhas palavras.
Como se achasse ridícula minha existência inteira.
Não adianta medir forças com ela agora. Ainda estávamos todos
vestidos, era fácil manter a atitude.
Mas, logo estaríamos nus, suados, experimentando o gosto de nosso
suco coletivo.
Logo estaríamos no meu reino.
Eu só precisava esperar e ela se curvaria sozinha.
Por angústia ou por prazer.
Possivelmente, por ambos.
Até chegarmos lá, no entanto, havia um submisso lindo e delicioso
esperando por mim.
Nada de mal em me divertir um pouco.
- Vem até aqui. – ordeno.
Ele coça a cabeça com um sorriso de desistência e obedece.
Já tinha despido minha blusa o suficiente para exibir os seios cobertos
pela lingerie preta, toco seu peito com fome ao pressionar-me contra ele. É
rígido sob meu toque. Ombros largos e fortes. Um queixo quadrado e um
cheiro de homem irritantemente atenuado pelo de sabonete. Nossos lábios
estão muito próximos. Lambo os meus. Poderia ter lambido os dele.
Gregory pisca e sua atenção fugiu de mim. Fugiu para ela. Tomo seu
queixo em um beliscão e atraio seu olhar, feroz.
- Você não olha para ela. – sussurro, sem dar espaço a questionamentos
– Você olha pra mim. Faz o que eu mandar. E, se hesitar, eu te espanco.
Entendeu?
- Entendi.
- Você entende rápido. – parabenizo.
- É porque essa já é uma rotina normal aqui em casa.
- Tenho certeza que deve ser. – viro-me para observá-la.
Parece uma rainha.
Não do tipo que acha que é.
Mas do tipo que nasce realeza.
Inalterada.
Inatingível.
Inclinada contra a parede no alto dos seus scarpins pretos de solas
vermelhas e reluzentes. Sua roupa formal gruda em seu corpo de um jeito
pornográfico.
Pornografia em suas curvas.
Pornografia em seu sorriso.
Pornografia em seu olhar.
Se eu não soubesse que era advogada, arriscaria dizer que era puta.
E puta cara.
Puta muito cara.
Do tipo para quem homens pagam diamantes apenas para sentir o cheiro
da boceta.
Eu tinha os peitos pressionados contra seu marido e a boca a milímetros
da dele... e ela permanecia ali. Como se nós fôssemos nada além de
marionetes presas aos seus dedos por linhas invisíveis.
Sinto um arrepio do tipo que não sentia há muito tempo.
Mordo o queixo quadrado de barba bem feita e tiro meus olhos dos dela.
- Sabe de uma coisa? – sussurro em sua boca – Não gosto da sua esposa.
- Isso é bem comum. – ele ri.
- Está rindo de mim, Gregory? – rosno – Eu te disse que podia rir?
- Não, senhora. – responde, educado.
- Hm. – aceito. Uma coisa precisa ser dita: o homem é bem treinado – E
sabe o que acontece com pessoas que eu não gosto?
- Tenho medo de tentar adivinhar. – sorri.
- Elas são punidas. E eu vou punir a sua esposa te fazendo gozar como
ela nunca fez.
Lanço as palavras no ar como se as gemesse.
Gregory me observa como se não tivesse certeza que aquilo é possível.
Você quer brincar comigo, Dominique?
Ter espírito de puta cara é bem diferente de ser uma.
Vou te mostrar como se faz.
Agarro uma porção do seu queixo com os dentes e gemo. Guio sua mão
para o calor entre minhas pernas e o acomodo ali, sentindo seus dedos rudes
arriscarem um dedilhar contra minha calcinha.
Desfaço seus botões devagar, lambendo seu pescoço viril ao enfiar as
mãos por sua camisa para despi-lo. O homem é todo firme e imenso. Nossa,
Dominique, parabéns, viu?
Deixo meu olhar escapar para nossa espectadora apenas para perceber
que não tinha se movido um milímetro. Nem sequer para ofegar. Tudo bem.
Estou só começando.
Belisco seus mamilos e o sinto pronto. Pronto e... Meu Deus.
Normalmente sou excelente para calcular o tamanho de um homem duro,
colado em meu corpo como Gregory está. Agora, no entanto, ou eu fiquei
louca, ou calculei errado, ou Dominique está muito bem servida. Levo a mão
para o espaço entre nós e descubro que é a última opção. Tamanho não é a
coisa mais importante que você pode ter na cama, mas ajuda bastante.
Principalmente quando a mulher é gulosa como eu. Começo a salivar
assim que percebo que não era engano.
Enfio minha mão em suas calças porque o quero inteiro. Fecho o punho
ao seu redor, mas meus dedos não se encontram. Porque não basta o homem
ser comprido, ele também precisa ser grosso.
- Aqui. – suspiro, conduzindo suas mãos pelo meu corpo. Ele tira
minhas roupas, másculo, apesar de duro como aço, parece genuinamente
inalterado. Soprando seu hálito quente em meu corpo arrepiado, inclinando-
se para meus peitos assim que ficam livres.
Guio um dos bicos para seus lábios e o assisto chupar como um
bebezinho faminto. Suas mãos encontram minha bunda, fortes, prensando as
nádegas como um par de garras poderosas. Arfo com a surpresa de sua
violência, contrastando com a doçura exclusiva que tinha demonstrado até
então. Gregory me aperta como um caçador que sabe que venceu.
E meu olhar foge para ela.
Seu homem fica violento assim com suas curvas também, Domin...
Fica.
Ela ainda me olha como se absolutamente nada lhe surpreendesse.
Gregory devia agarrar sua bunda com vigor igual ou maior.
Filha da puta.
Tudo bem.
Puxo o queixo do seu marido e trago sua boca para mim. Não chego a
beijá-lo, mas o coloco perto o suficiente para que possa sentir o sabor de
minhas palavras eróticas.
- Bom menino. Vou te deixar sentir meu gosto agora. Já gozou só por
chupar uma boceta, Gregory? - sorrio, maldita. Passo a língua pelos lábios e
ele hesita, confuso, sobre se deveria ou não responder – Já? – desafio.
- Bem... ahm... já.
Já.
Claro que já.
Algemas e gel de massagem não iam funcionar aqui. Eu devia ter trazido
os brinquedos de gente grande. Nunca mais cometo esse erro de novo.
Raspo meus dentes em Gregory e tento beijar sua boca. Ele sorri ao
escapar dos meus lábios: não quer beijar minha boca, mas não tem qualquer
problema em lamber meu corpo. Está atracado aos meus seios mais uma vez,
chupando-os como se estivessem cobertos de mel. Puxa-me pela cintura com
violência. Sua pegada é forte e viril, quase um contra senso que um homem
assim seja submisso quando poderia fazer babar vaginas às centenas sendo
um dominador.
O que pode ter visto nela?
O que reduz um homem assim à servidão?
Conheço os que, para suprir fantasias eróticas, escolhem ser escravos
sexuais aos fins de semana e feriados... mas casar com uma mulher como
aquela faria dele um lacaio durante os dias úteis também. Por que fez isso?
Essas mãos imensas e esse corpo duro seriam mais bem utilizados dando
uma boa surra em minha bunda.
E só de imaginar aquele pau inteiro em minha bocetinha... era eu quem
começava a babar.
Era quase um roubo ser paga por aquilo.
O único problema é que eu não consigo aproveitar o marido, porque
meu olhar continua desviando para a esposa. É uma questão de honra
profissional: eu preciso abalá-la. Preciso invadir sua estrutura arrogante e
colocá-la de joelhos. É para isso que fui até ali.
No entanto, ela permanece real.
Piscando seus cílios longos para nossa interação sem demonstrar
qualquer desconcerto.
Está me irritando.
Desço o zíper do seu marido e termino de despir sua ereção. O homem é
imenso, e esta é uma palavra que eu não uso de modo leviano.
Normalmente, basta que eu tire a roupa para que os homens esqueçam
suas esposas... Mas, se a nudez sozinha não funciona, engolir seu pau até
passar a língua em suas bolas costuma resolver. Meu reflexo de regurgitação
é uma coisinha miúda e insignificante. Não foi sempre assim, é claro. Mas eu
não seria uma profissional sem cumprir uma determinada cota de pênis
engolidos.
O cacete de Holt, no entanto, é um desafio. Não chega a ser
intransponível, mas acho que nunca tive um cara tão fundo em minha
garganta. Seu gemido é minha canção de sucesso: a não ser que Dominique
tenha uma passagem pelo cinema pornô, duvido bastante que ela consiga
enfiar seu homem inteiro na boca. Ponto pra mim.
Prendo a respiração e o engulo todinho. Posso deixá-lo foder minha
garganta até gozar, e aí vou engolir suas gotas e pedir mais. Vou destruir
boquete para ele, como sempre faço com meus clientes. Depois de mim,
mulher nenhuma vai bastar.
Lambo a cabecinha, tirando-o de mim, apenas para manter as coisas
interessantes. Encaro seus olhos, safada, enquanto faço isso. Homens são
visuais. Gostam de assistir sua língua em ação e...
Ele não está olhando pra mim.
Filho da puta.
Está olhando pra ela.
Estou com seu cacete descomunal enfiado até a raiz e ele sequer me dá
sua atenção?
Que inferno de coleira é essa que a mulher colocou em seu pescoço?
Mordo meu lábio inferior e desisto. Ela tem que ficar nua e deixar que
eu faça meu trabalho.
Ou, pelo menos, tem que ficar nua para suavizar seu domínio e sair do
meu caminho.
Limpo a boca com as costas das mãos e me ponho de pé.
- Você olha pra mim. – comando.
Gregory obedece, mas tem um sorriso de descaso. Devia ter trazido meu
chicote, porque aí está um cara que merece apanhar. Tiro minhas roupas
devagar. O segredo do despir é ser lenta o suficiente para manter sua
ansiedade, mas veloz o bastante para segurar sua atenção. É uma arte que
precisa de equilíbrio e, pro diabo com a modéstia: sei fazer isso muito bem.
Fico nua e embora isso pareça excitá-lo, não parece seduzi-lo. E sim: há
uma diferença.
Ando até Dominique. Moveu-se, a Vossa Majestade... está com a bunda
apoiada em sua penteadeira. Devia estar buscando um ângulo melhor para
assistir a puta engolir o pau do seu marido. Ela não tinha mentido quando
disse que desejava assistir.
Pela minha experiência, as pessoas costumam esconder seus desejos. As
que querem muito sentem vergonha de suas próprias aflições eróticas, e
escondem-se atrás de eufemismo ao narrar suas vontades. As que querem
pouco sentem vergonha de sua falta de libido e pouca experiência diante de
uma profissional, então exageram na pretensão e dizem querer o que não
querem.
Pessoas mentem quando estão nuas.
Mentem quando vislumbram a nudez.
Mas aqui estou eu, surpresa, de novo: ela disse que queria assistir e é
exatamente isso que faz. Nada além.
Sua observação metódica, no entanto, me incomoda. Não sei dizer se
destrói meu prazer ou o intensifica... seja como for, vim preparada para guiar,
não para ser guiada. Meu prazer não lhe diz respeito, não cabe a ela decidir
seu destino.
- Tira a roupa. – ordeno.
- Se falar assim, ela não vai tirar. – Gregory aconselha.
- Você não me conhece. – lembro.
- Nem preciso. Conheço ela. – ri.
Dominique nos observa como se nosso diálogo fosse curioso.
Viro-me para ela:
- Ele acha que você é mais dominante no sexo do que eu? – sussurro.
- Não. – Gregory se defende – Só acho que ela é mais teimosa que o
demônio. - diz para si mesmo.
- Acha? – Dominique ergue a sobrancelha, interferindo em nossa
comunicação pela primeira vez.
- Tenho certeza. – rende-se, tocando a si mesmo vagarosamente, como
se duas meras sílabas na voz dela fossem mais do que ele consegue suportar.
Por que essa gente precisava de mim na cama para comemorar o que
quer que fosse é um mistério.
Estão bem servidos sozinhos e, suspeito, na maior parte das vezes, não
devem faltar ideias sobre o que fazer com o outro.
Mas aqui estou eu. E não vim para agradar a mim. Vim para agradar a
eles.
Dominique observa minha aproximação, sem hesitar. Desce os olhos
pelo meu corpo, e não parece me julgar, mas imaginar. Deve estar decidindo
o que fazer conosco do mesmo jeito que eu penso no que fazer com ela.
Seu corpo é lindo. Invejável, sem dúvidas.
Toco os botões em sua camisa, livrando seu decote do tecido, exibindo
seus seios para o quarto e para o homem atrás de mim que, a essa altura,
aumentou a velocidade e intensidade de seus movimentos.
- Você o adestrou bem. Mas acho que ainda posso te ensinar um truque
ou dois. - beijo seu pescoço longo e delicado.
Dominique respira fundo e acho que vai gemer. Mas ao invés disso:
- Ele não te deixou molhada, não foi?
Hesito.
Tenho minhas mãos em sua cintura mal despida e não sei o que fazer
com essa informação. Afasto-me o suficiente para vê-la, mas imediatamente
percebo que foi uma péssima ideia. Seus olhos negros são firmes e teimosos.
Mais que o demônio. Ele a conhece bem...
Dominique lambe dois dedos e os coloca entre minhas pernas.
- Tem que desculpar Gregory. – murmura, quente. Travo minhas coxas
ao redor dos seus dedos – Ele está acostumado comigo e eu não demoro para
ficar molhada. Não perco tempo com isso. - explica - Não perco tempo com
nada.
- Tira a roupa. – ordeno, novamente. Dessa vez, no entanto, as palavras
parecem mais um pedido que um comando.
Gregory parece ter decidido que ficar tão longe de sua mulher não ia
servir. Cerca-a como um lobo, respirando seu perfume que o enlouquece sem
dificuldade. Fica ao seu lado: veio tocar seus seios ainda cobertos pelo sutiã.
Alisa a carne no topo do seu colo com os nós dos dedos. Parece acometido
por uma angústia, mordendo os lábios com fervor.
Mas eu não estou ali para assistir e busco me ocupar. Enfio as mãos por
baixo da saia de Dominique e dedilho sua calcinha, tirando-a do caminho. A
popa de sua bunda pressionada contra a penteadeira, no entanto, vai
impossibilitar meu trabalho. Se ela não mover as pernas, não posso despi-la.
- Tira? – peço, dengosa.
Estou quase ajoelhada quando Dominique pisca seus cílios longos,
julgando-me.
Gregory, por sua vez, tem uma mão pesada na cintura da esposa, sua
postura inteira é de uma violência libidinosa gostosa de sentir. Raspa os
dentes em seu queixo, controlando a vontade que tem de mordê-la.
Compreendo sua dificuldade. Conheço a mulher há dois minutos e já quero
mordê-la também. Imagina ele.
- Tira. – seu pedido é um rosnado rouco. É uma ordem como a minha.
Mas é um pedido ainda mais desesperado que o meu.
Ela o encara antes de segurá-lo pelo queixo e o afasta quando move as
pernas, permitindo que eu tire sua calcinha.
O homem está excitado. Eu consigo sentir o cheiro do seu lubrificante
infestando o ar. Está movendo o quadril muito devagar, de um modo
imperceptível ao olho não treinado... acho que Gregory sequer percebeu que
está fodendo o vazio. Gostaria de estar fodendo ela.
Simpatizo.
Tivesse eu um pênis, iria querer fodê-la também. Pela boca. Para deixá-
la calada. Deve ser um tesão indescritível.
Acaricio suas coxas, empurrando a saia para fora do caminho antes de
lhe lamber a boceta.
Pela primeira vez, escuto o gemido de Dominique. Sorrio enfiada entre
suas coxas. Ouvir seu prazer é como ganhar um prêmio. Como um atestado
de vitória. Enfio a ponta de minha língua em sua carne, esforçando-me para
fazê-la gritar mais alto. Holt, no entanto, ajoelha-se ao meu lado atrapalhando
minha concentração na atividade em foco.
- Não é assim que ela gosta. Deixa eu te mostrar.
Preciso revirar os olhos para o homem que acha que entende de vaginas
melhor do que eu.
Seu ombro largo divide o espaço comigo, no entanto, empurrando-me
gentilmente para que lhe dê espaço e, quando sua boca atinge sua mulher, sua
saliva se misturando aos seus sucos, é ele quem começa a gemer. O mesmo
rosnado rouco de violento desespero, abafado entre as coxas torneadas que
começam a demonstrar o primeiro sinal de espasmos.
- Assim. – ensina. Cobre seu grelo com os lábios rudes e enfia um único
dedo nela, pescando o ponto mais sensível por trás de seu clitóris. Dominique
geme mais alto e eu estou decepcionada.
- Você assiste. – rosno para Gregory, assumindo de volta o controle da
operação. Entendi o que ele estava fazendo e estava, de fato, certo. É assim
que ela prefere. Mas meu conhecimento deve ser centenas de vezes mais
denso que o dele e, logo, seguindo sua instrução, consigo levar sua mulher
mais longe e mais depressa do que ele achou que conseguiria.
- Me deixa tentar de novo. – pede.
Nos alternamos. Nós a masturbamos e lambemos em um coletivo de
intenções e agonia. Esfrego minhas coxas ouvindo-a gemer, atingindo o
orgasmo só por chupar uma mulher. E é apenas quando Dominique atinge sua
crise que percebo que estamos nós – eu e ele – competindo pela atenção dela.
Como isso aconteceu?
Gregory ainda está ereto quando as convulsões de Dominique se vão,
mas ele não parece se incomodar. Beija seu corpo ainda vestido, suspirando
ar frio em sua pele como um servo. Venerando o corpo exausto da mulher
que ama acima de qualquer outra coisa.
É bonito de assistir.
É impressionante como amor – o genuíno e profundo – se faz sentir no
sexo em diferentes formatos. É uma troca de olhares. É um beijo. É o modo
como ela passa o polegar sobre os lábios entreabertos do homem que suspira
em sua boca. Ela o ama.
Ela o amaria mesmo que não fosse submisso.
Ele a beija devagar. Como se o ato do beijo fosse mais profundo que o
penetrar de corpos. Mais querido. Mais importante.
Ele a ama. Talvez ainda mais. Mas, se amar igual, estão os dois muito
bem.
E como momentos assim não me pertencem, considero esta minha deixa
para partir.
Visto-me discreta e em silêncio. Não ligo para o sexo e os corpos... mas
a demonstração de afeto de uma intimidade assim é a nudez da alma. E essa
não cabe a terceiros.
- O pagamento foi feito através da Willex? – ela me pergunta.
- Sim! – garanto – Está tudo certo.
- Ótimo. – desce da penteadeira – Te acompanho até a porta.
- Não. – Gregory a puxa. Murmura em sua orelha, antes de abocanhar
uma porção dela com carinho – Enche a banheira e me espera.
Ela sorri.
A arrogância se foi. Há timidez em seu sorriso quando inclina para
beijá-lo com uma doçura que parece reservar só pra ele.
Timidez.
Eu estou sorrindo também.
Principalmente porque ela acenou concordando com o que, claramente,
foi uma ordem. E sequer a questionou.
Ele a abraça, mantendo-a perto, enquanto busca sua boca de novo.
Ignorante ao fato de que é, ele mesmo, vacina para a teimosia que tanto
critica.
É por isso que ele a ama.
Ama a mulher forte e dominadora que o controla até levá-lo ao orgasmo
por chupá-la. E ama a outra. A que ninguém vê. A meiga e gentil que só ele
conhece e ninguém mais.
Dominique se despede com pouco mais de um gesto. Não usa palavras.
Não gosta de perder tempo.
Não me incomoda. Prefiro assim também.
Sigo Gregory até a porta e aperto sua mão.
- Espero que considerem meu nome caso conheçam alguém que procure
indicação de uma profissional. – sorrio – Ou caso queiram repetir a
experiência.
- Oh, obrigado. – ele bagunça os cabelos, desajeitado. Ainda está ereto e,
por isso, é melhor que eu não demore – Mas não acho que vamos repetir.
Meus ombros caem.
- Senhor Holt, fiz algo que os incomodou? – preocupo-me – Garanto que
não foi minha intenção caso...
- Não, não! – avisa – Você foi ótima. É só que... – ele olha na direção
das escadas... onde sua esposa o espera, nua, em uma banheira – É só que eu
não gosto de dividir. – explica.
Eu sorrio.
Não, não gosta.
Nos despedimos.
Eu sigo meu caminho.
Ele segue o dela.
Quem diria?
Acho que encontros como esse são os meus favoritos, porque são os que
me lembram que por maior que seja sua experiência, sexo sempre pode te
surpreender.
Massagem tântrica
A massagem tântrica é uma técnica de terapia corporal baseada na
filosofia milenar do tantra, com objetivos de meditação, intensificação de
orgasmo e expansão da sensibilidade e consciência.
Certo, isso é tudo muito bonito.
Mas e na prática, como é?
Onde eu faço?
É importante pesquisar com cuidado para não acabar indo parar em um
buraco que finge que faz massagem tântrica, mas na real só tá te roubando.
Existem alguns centros nacionais bem expressivos, alguns terapeutas
ligados a eles fazem viagens pelo país todo. O ideal é tentar entrar em contato
com um desses, se você mora em uma cidade menor.
Para quem é residente de grandes capitais, você pode agendar uma hora
em um dos centros, como faria em um spa.
Dá uma pesquisada no lugar antes, gente. E lembrando que o custo
benefício tem um significado. Se você encontra um lugar barato demais, pode
ser que tenha algo errado com o serviço.
Desafio #39
Assim como todos os outros desafios, se esse não é um tema que te
interessa, ignora!
Se ele não te deixa à vontade ou se não é algo que quer experimentar,
não se força!
Mas, se te interessa, a tarefa é anotar o endereço das duas casas mais
famosas da sua cidade e que poderiam te ajudar. Pergunte e anote tudo:
valores, horário de funcionamento. Veja também como seria o transporte, etc.
Com esses dados em mãos, é só ligar quando tiver vontade.
Ah! E a massagem de casais também é uma opção, fica a dica!
Sexo tântrico
Em uma época de superficialidade e roça-roça no mais rápido e prático
possível, com muito sentimento no peru e na pepeka, e com pouco na alma, o
sexo tântrico chegou para te dizer:
“Calma! Menos superficialidade e mais alma!!”.
O sexo tântrico recomenda a entrega total entre o casal: é literalmente
tentar sentir a alma do outro. E é claro que para isso, fora quererem, ambos
precisam estar vulneráveis para que o sexo seja realmente mágico.
É olho no olho. É calma. É sentir o que cada toque seu gera no outro. É
prestar atenção no momento. É se unir inclusive em relação ao ritmo e à
respiração do outro (mas nem se preocupe com isso, porque acaba
acontecendo naturalmente quando o casal de fato se entrega).
É claro que nem sempre essa entrega total acontecerá de primeira, mas
só de acontecer uma mínima abertura vez ou outra, já será um passo dado
para que a próxima tentativa seja ainda melhor e mais perfeita.
Sem contar que, tal como já aprendemos por aqui, a proposta “tântrica”
não envolve apenas o sexo, porém, como essa é a parte que a fez ficar mais
conhecida – e é também a parte grossa desse ebook – recomendo primeiro um
contato com “a teoria”, e quem sabe, a prática.
O mais importante nesse tópico é saber que, ao se abrirem – seja com o
outro, seja na casa de massagem – vocês descobrirão coisas sobre si mesmos
que vocês nem imaginavam. Tem gente que descobre que goza até ao tocar o
dedinho do pé “do jeito certo”. É incrível!
E claro, se esse assunto realmente interessar ao casal, saibam que ele é
ilimitado e fascinante para quem estiver realmente disposto a se aprofundar.
Desafio #40
Assista(m) a vídeos sobre massagem tântrica. Mas tentem assistir
aqueles com terapeutas fazendo a massagem mesmo, sabe? Não os de sites
pornô...
É um bom modo de descobrir se é uma experiência que você quer ter ou
não, como ainda dá pra pegar algumas dicas pra tentar reproduzir a
experiência – de um jeito amador – na sua casa.
Claro que não dá pra ter todo o conhecimento de um terapeuta a partir
de um único vídeo. Mas dá pra se inspirar para agitar sua noite.
Outro desafio interessante – para os mais dispostos – são os cursos
tântricos. Não só os de massagem, mas esses também. Nessas oficinas,
terapeutas especializados vão te guiar pelo significado do tantra de modo a
enriquecer sua vida sexual.
Sexo anal
Não dói.
Acho que esse é o comentário que mais se escuta… a pessoa QUER
experimentar, está super curiosa, mas tem medo.
Então, escuta isso e repete três vezes antes de dormir: sexo não foi feito
pra doer.
A gente tem um capítulo só pra falar disso, não esquece de dar uma
conferida com aquele cuidado especial.
Porque sério: não inventa de fazer a ousada e ir no seco. Principalmente
se for a primeira vez.
Gel anestésico é outro babado que eu NÃO recomendo.
Calma! Eu juro que faz sentido.
Nota da Ju: A primeira vez que eu experimentei sexo anal, tava
morrendo pelos dois lados: de medo e de curiosidade.
Sempre tive curiosidade, mas também sempre fui do time
#EssaPorraDeveDoer.
Resultado?
Eu tive mais cuidado do que mãe de primeira viagem com bumbum de
bebê. Foi um mar de lubrificante e uma velocidade digna de lesma.
E foi ótimo.
Não doeu nada, eu gozei, sucesso, não acredito que passei tanto tempo
sem experimentar isso.
Aí eu fui experimentar uma segunda vez.
E eu fui tipo “mano SOU ESPECIALISTA”, não doeu nem na primeira
vez? Ninguém me segura, vou dominar o mundo, pode colocar força nisso aí,
bebê. Não precisa se controlar que eu sei o que tô fazendo.
Resultado?
No dia seguinte eu tomei café da manhã em pé e fingi que foi por opção.
Passei uns dois dias assada, xingando a Eu do Passado por sua
arrogância.
Desafio #41
Tarefa de casa: experimentar usar um plug anal durante o sexo OU
fazer o outro gozar durante o anal.
Eu disse DURANTE, ouviu?
Se esforce.
Tô confiando em você.
BDSM para iniciantes
O BDSM se tornou muito popular com a literatura erótica moderna pós
50 Tons de Cinza.
O detalhe, no entanto, é que muito do que se passa por BDSM “básico”
é pouco mais que uma interpretação de papeis.
BDSM é uma sigla para os termos Bondage, Discipline, Sadism and
Masochism. Ou “restrições, disciplina, sadismo e masoquismo”.
Restrições é a ideia de amarrar ou aprisionar o sujeito.
Disciplina é o conceito de hierarquia, com uma figura sendo o
dominante e outra o submisso.
Sadismo é o desejo de ver a dor do outro.
Masoquismo é o desejo de sentir a dor.
Entre os iniciantes, BDSM acaba se tornando o bom e velho amarrar o
parceiro(a) na cama, vendar seus olhos, dar umas palmadas e interpretar os
papeis de Mestre e Servo.
O gostoso desse BDSM básico é que qualquer um pode fazer! Você não
precisa de muitos materiais à sua disposição e é o tipo de coisa que está se
tornando cada vez mais natural discutir. Ou seja, há menor constrangimento
em admitir certas vontades.
MAS ATENÇÃO!
BDSM é uma prática sexual. Do tipo sexo, sabe? Quando você está nu,
na cama.
A mulher/homem gostar de obedecer no quarto NÃO SIGNIFICA que
ela/ele está doida pra te obedecer em todos os lugares, na vida.
Presta atenção que são coisas diferentes.
Desafio #42
Se você gosta da coisa um pouquinho mais pesada, não tem pra que ter
vergonha.
E, se você não sabe se gosta... o melhor jeito de descobrir é
experimentando.
Por isso, o desafio é fazer algo que muita gente acha super simples, mas
nunca testou: amarrar o outro na cama – ou ser amarrado.
O ideal é que a posição submissa seja ocupada pela pessoa que tem essa
preferência, mas sexo é experimentação, e, se você já tiver experimentado de
um jeito, trocar pode ser uma boa ideia.
Leve pra cama as mordidas e tapinhas. Provoque o submisso, assuma o
papel de dominante.
Lembrando que é sempre IMPRESCINDÍVEL o papo prévio pra definir
os limites de cada um e só fazer o que te deixa à vontade. E respeito sempre,
hein pessoal?
BDSM para ousados
Para a galera que curte o cenário de dor e dominação e já encheu do
BDSM padrão, sempre tem um nível um pouco mais avançado.
Mas antes de começar!
1 - Converse com o seu parceiro(a).
Se existe uma coisa na vida que precisa de limites é BDSM. Veja até
onde seu parceiro(a) quer ir e deixe claro até onde você vai.
Se respeitem.
2 - Consenso
Certifique-se que todas as partes envolvidas entenderam o que vai
acontecer e aceitaram. Lembrando que gente embriagada só tem capacidade
de aceitar remédio pra enxaqueca, viu gente? Se a mina tá bêbada, considere
que o “eu quero ser asfixiada pelada” dela foi mentira. O mesmo vale para
homens nas mesmas circunstâncias. Por favor.
3 - Defina a palavra de segurança
Escolhe uma palavra que serve para encerrar a experiência.
“Vermelho” é a palavra padrão, mas eu recomendo escolher uma pra
você.
Tem que ser algo que não possa ser dito no calor do momento e, de
preferência, algo que estrague o clima.
Eu sempre sugiro as pessoas escolherem algo bizarro tipo “Tiranossauro
Rex”… algo que dito durante o contexto soe tão absurdo que as partes
pausam até pra rir.
4 - Respeite
Sabe quais são os limites da outra pessoa? OBEDEÇA.
Ouviu a palavra de segurança? PARE.
Você tá mexendo com o corpo de outra pessoa. Nada de partir pro
improviso.
Seguindo esses pré-requisitos básicos, existem algumas técnicas de
BDSM que não são recomendadas para iniciantes. Algumas delas exigem,
inclusive, alguma instrução específica para serem conduzidas.
Mas vamos começar pelo mais básico.
Cera quente
Jogar cera quente na pele é uma das possibilidades mais gostosas pra
quem curte algo médio. Mas não é qualquer vela, gente, pelo amor de Deus.
Vai no sex shop e compra uma específica, de preferência as que tem sabor.
A lógica é a seguinte: a temperatura da cera não é suficiente pra
queimar, mas deixa a área muito sensível. O que significa que qualquer toque
ou estímulo recebido pela área, depois, vai ser mais intenso.
Ou seja, se a cera tiver sabor, você joga na pessoa e depois tira com a
língua. As sensações das lambidas vão ser uma coisa de louco.
Presilhas de mamilos
É uma lógica parecida com a da cera. Os prendedores dão um beliscão
poderoso nos mamilos e, ao soltá-los, a sensação é deliciosa.
O que muita gente faz é: coloca as presilhas prendendo os mamilos e
arranca na hora do orgasmo. A mistura do clímax com o alívio nos mamilos
potencializa o prazer.
Asfixia erótica
Desafio #43
Se você é iniciante, o desafio é pegar a opção que te pareceu “mais
boba, fácil e indolor” e fazer com o seu parceiro(a). Vocês podem inclusive
começar testando. Se ficar bom demais, daí sim façam virar algo sério.
Mas atenção, se vocês forem para as partes “mais punks”, só façam se
confiarem 120% no seu parceiro(a), porque 100% aqui ainda é pouco demais.
Se, no entanto, você é mais ousado e até riu quando leu nosso desafio
BDSM para iniciantes... então seu desafio, aqui, é combinar cera quente com
chicotadas – com amor – ou tapinhas.
A cera deixa a pele mais sensível, o que significa que o toque do tapa –
ou chicote, para quem tiver em casa – é mais intenso e torna a experiência
mais gratificante (pra quem é BDSM, lógico).
Parte X
Usando a imaginação
Ler contos eróticos
Taí uma atividade a dois que não tem como dar errado.
Ler um conto erótico com alguém – ou para alguém – é o equivalente a
assistir um pornô, juntinhos.
Só que ouvir as palavras safadas na voz da pessoa que está com você,
somado ao clima mais íntimo da leitura, acaba gerando uma excitação bem
única.
Além do mais, essa é uma das atividades mais simples de sugerir ou de
executar.
O que ler?
Se você gosta de literatura erótica e já tem alguns livros em casa, um
hábito legal de criar é marcar as páginas com as partes que você quer levar
pra cama. Quais suas partes favoritas? Quais as que mais te excitam? Quais
as que você queria ouvir sendo lidas pra você?
Mas livros são mais longos, tem contexto… às vezes, lidas secas, as
cenas podem não ser tão excitantes.
Nesse caso, sobram os contos.
Você sempre pode encontrar alguns na internet. Não sei até que ponto eu
recomendo esses, porque a chance de encontrar um que seja bem escrito é a
mesma de encontrar as chaves de casa dentro da sua bolsa: não vai acontecer
de primeira e você, provavelmente, vai ter que garimpar bastante.
O pior problema com contos genéricos pela internet (tipo aqueles
“Peguei minha prima e as duas amigas”), na minha opinião, é que muitos
deles narram situações tão absurdas que fazem rir ao invés de excitar. E te
mantém sempre se perguntando se tem alguém capaz de acreditar que aquilo
realmente aconteceu.
Então, a melhor alternativa é recorrer a livros oficiais.
Em plataformas como Amazon, você pode encontrar muitos contos
simples que são pouco mais que uma cena de sexo.
Nota da Ju: Aproveitando até pra fazer uma recomendação rápida da
Coleção Desinibida, de minha autoria, que foi escrita exatamente com esse
propósito: contos rápidos, pornográficos e desprovidos de história muito
profunda, feitos apenas para serem lidos na cama e em companhia. Você
pode encontrar na Amazon.
Outra opção são as antologias. Anaïs Nin é um nome inescapável. A
autora é conhecida por suas coletâneas eróticas. Contos curtos ou um pouco
mais longos, mas sempre carregados de um erotismo forte e bom de ler
pelado.
Desafio #44
Para os casais, o desafio é buscar um conto erótico – pode ser uma
antologia comprada na livraria, ou conto solto encontrado na internet – para
ler a dois. Alternem-se na leitura: cada dia um lê um pouco. Tente imitar a
cena de seus contos favoritos.
Para os solteiros, o desafio é usar a leitura como preliminar pra
masturbação. Escolham um conto com um fetiche que vocês já gostam, ou
tentem descobrir alguns novos. Depois, divirtam-se ao pensar que estão
vivendo tudo aquilo.
Escrever um conto erótico
Há uma razão para “orgasmo” ser descrito como “alívio sexual”: é isso
que ele é. Uma descarga erótica que acontece logo após uma grande “tensão”.
A questão é que não existe consequência sem causa. Então, se você
quiser alívio, primeiro, precisa construir a tensão.
“Preliminares” é o modo mais comum de atingir esse objetivo. No
entanto, como a gente vêm discutindo até aqui, existem vários outros cenários
eróticos que podem ser construídos fora do convencional.
Assistir um filme pornô juntos, experimentar novos lugares, novas
posições... Todos esses pequenos truques e novidades ajudam a colocar mais
pressão na panela, antes de deixá-la explodir.
E se “Ler um conto erótico juntos” foi um dos desafio que fizemos a
vocês, por que não experimentar escrever um?
Calma! Não precisa se apavorar.
Vocês não precisam ser profissionais.
Nem professores.
Nem redatores.
Muito menos donos de um português e de uma poética (nem que seja da
putaria) perfeita.
Parece algo ingênuo? Com certeza. Mas acreditem: vai revelar muito
sobre as vontades e quem sabe, até mesmo desejos ocultos de vocês. Desejos
esses que, ao escrevê-los, criarão formas e cores que vocês nem imaginam. E
que quem sabe, quebrará o lado “tradicional” que vocês gostariam de
quebrar, mas até então, não haviam tido inspiração/oportunidade para isso.
Desafio #45
Escrever um conto!
Vocês podem fazer isso sozinhos (e depois ler a dois), ou já aproveitar o
clima e escrever juntinhos.
Algumas ideias?
Bem... Você(s) pode(m):
*****
É claro que Paula aproveitaria os urros dos vocalistas para se compor
com os dela e gozar da forma que quisesse ali.
Bem piranha.
A dança não era estranha a nenhum dos dois, embora a naturalidade de
Edgar sugerisse mais experiência. Puxou-a pelos joelhos, fazendo as coxas
fartas envolverem sua cintura. A posição era desconfortável, mas dificilmente
alguém se preocupa com conforto nas proximidades de um orgasmo. E a
boceta já estava boa o bastante para engolir qualquer equipamento durante a
noite inteira.
A impressão que dava é que só de sentar já se gozaria toda.
Queria mesmo sentir tudo aquilo, para enfim, poder gozar de novo.
Gemia segurando a parede, enquanto se perguntava o que estava fazendo
ali, dando o melhor da sua performance física para um homem que jamais
veria de novo na vida.
Queria ser a musa daquele show.
Sentava, rebolava e subia, como se já conhecesse cada ponto fraco
daquele homem.
Edgar também não dava descanso e a puxava para ficar cada vez mais
dentro dela.
Queriam mesmo se fundir. Desafiar essa estupidez de que dois corpos
não podem ocupar o mesmo espaço. Sexo derrete convicções – sejam elas
pessoais ou da Física – sem fazer distinções. E o sexo casual faz isso com
ainda maior empenho. Edgar não invadia Paula com delicadeza. Ele a tomava
como se declarasse guerra.
Ficava cada vez mais difícil se controlar.
Cada vez mais impossível.
Brincaram tanto com o perigo do ir e vir sem cautela, na pressa também
prazerosa de alguém chegar, que acabaram gozando juntos. Ao mesmo
tempo. Como se fossem um casalzinho apaixonado de anos.
Mas não eram.
Agora que acabou, a realidade é que os hormônios começavam a fazê-
los perceber que precisavam ir embora. Ainda que houvesse a necessidade
quase desconfortável de ter que se atualizar.
Tinham que se encarar. Dizer algo final fazia parte do protocolo,
inclusive das fodas superficiais.
Que de superficial não teve nada, mas tudo bem.
Não podiam pedir o telefone, mas podiam dizer que gostaram. Não
podiam?
- E sua namorada, será que ela vai descobrir? - Paula finalmente
encontrou algumas palavras.
- Não se preocupe, ela já sabe de tudo.
- Como assim?
- É sério.
- E você me diz isso nessa naturalidade toda?
- Uai, queria que dissesse como?
- Se ela já sabe... isso significa que podemos repetir?
- A ideia parece boa, mas vai depender da patroa.
- E eu pensando que ela fosse brava.
- E é, mas só com quem age pelas costas dela.
Melhor assim. Agora não precisarei me explicar para ninguém, nem pra
mim mesma – pensou.
- Quer meu telefone então? - Perguntou.
- Deixa aí e vamos ver o que o destino vai dizer.
Agradecida pela sinceridade, deixou seu cartão no bolso dele, enquanto
dava seu último beijo de despedida.
Valeu pela foda.
Roleplay
Roleplay, ou “interpretação de papeis” é uma coisa deliciosa de ter no
repertório erótico.
As brincadeiras – que vão desde as mais simples até as mais rebuscadas
– consistem em um “faz de conta”, em que as partes envolvidas fingem estar
em um cenário diferente. Quase como se estivessem interpretando uma peça
de teatro com muita nudez e improviso.
É um bom modo de suprir fetiches específicos, e você sempre pode criar
o clima efetivamente montando um cenário e figurino. Mas, a interpretação
de papeis também rola mesmo sem nenhum desses extras. Basta um pouco de
imaginação e ousadia.
Alguns exemplos de cenas muito usadas em roleplay:
Dominação e submissão
Desafio #46
Que tal fazer o truque do estranho na balada? Daí se tudo der certo – e
vai dar! – já rola fazer as coisas que já foram previamente combinadas dos
outros itens (Você vai ser a putinha, ou ele seu GP? A garçonete, ou ele o
encanador?) na mesma noite.
Parte XI
Divertindo-se
Data comemorativa
Nesse item, é realmente necessário e fundamental que o casal tenha bom
humor. Do contrário e se forem (se) levar a sério demais, alguém pode sair
chorando, enquanto o outro se mata de rir.
Com isso quero dizer que, se você for seguir essa dica, será realmente
necessário abraçar a possibilidade do ridículo, pelo simples fato de que a
ideia aqui é rir, MAS, como quem não quer nada, os sapequinhas também
acabarão podendo percorrer um caminho bem hot.
Nota da Lu: Eu, por exemplo, já me fantasiei de coelhinha, de mamãe
Noel e várias outras coisinhas: rimos e aproveitamos muito também.
Vou detalhar melhor esses dois exemplos que são mais clássicos pra
vocês.
Dizem que algumas pessoas associam dança com sexo e isso pode ser interpretado de duas
formas.
1 - A dança romântica
Saia com seu parceiro(a) pra dançar ou coloque uma música suave em casa. Dança é uma possibilidade
interessante para ser romântico e serve como uma preliminar maravilhosa para fazer amor.
2 - A dança erótica
O nome é strip-tease e o que vale é muito mais atitude do que “saber dançar”. Então, desafie-se a tentar
fazer um strip-tease para o seu parceiro. Se você tem vergonha ou nunca fez antes, uma forma
interessante de testar as águas é sugerir que vocês dancem tirando as roupas um do outro. Assim, os
dois se soltam, mas por estarem ambos distraídos no despir do outro, a vergonha se dissipa. Com o
tempo, se desafie a danças cada vez mais ousadas.
E, se você já é o ousado(a) especialista em strip, então aumenta o volume e experimenta novidades
mais interessantes. Ir juntos a um clube de strip? Experimentar umas aulas de pole dance? Usar uma
roupa íntima comestível e misturar o strip com o pedido para que o outro te dispa com a boca?
Vale tudo.
Paixões nacionais
Camisinha extra-fina, camisinha com sabor, camisinha texturizada,
vibrador (para basicamente todas as partes do corpo que você quiser futucar),
halls preto, AVE MARIA!!!
Camisinha com sabor: