Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) TIC

Curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Acre (LQ/UFAC)

Ensino Híbrido: Sala de Aula Invertida no Ensino de Química Orgânica

Sebastião L. da Silva Neto (IC), Bruna Rafaela F. da Silva (IC)* e Bruno Silva Leite (PQ).
bruna_gglm@outlook.com
Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Serra Talhada, PE, Brasil.
Palavras-Chave: TIC, Ensino Híbrido, Sala de Aula Invertida.
Introdução
A utilização dos recursos didáticos digitais contribui
para a aprendizagem quando são aplicados de forma
adequada em sala de aula, e na Química essa
utilização auxilia ainda mais no desenvolvimento das
capacidades cognitivas dos alunos, pois alia-se o
conhecimento obtido de forma virtual com o
conhecimento adquirido de forma presencial. Nesse
sentido, o Ensino Híbrido é a junção do ensino
presencial com o ensino virtual, em que o aluno é
estimulado pelo professor a construir conhecimento
extra sala através das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC), promovendo assim sua
independência e autonomia. No Ensino Híbrido, os
alunos são orientados e direcionados pelo professor,
uma vez que ele seleciona a informação e a modifica
de acordo com a sua necessidade (BACICH; NETO;
TREVISANI, 2015).
O Ensino Híbrido apresenta quatro modelos que
podem ser utilizadas para o processo de ensino e
aprendizagem, são eles: Modelo Rotacional, Modelo
Flex, Modelo à la carte e o Modelo Virtual Aprimorado
(LEITE, 2017). Dentro do modelo rotacional, temos a
Sala de Aula Invertida (SAI), que consiste no aluno
primeiro estudar o conteúdo de forma virtual sem
auxílio de um professor, e após isso na sala de aula,
junto ao professor ele aprofunda e “tira” as dúvidas a
respeito do conteúdo estudado.
Para esta pesquisa utilizamos a Sala de Aula
invertida para explorar as potencialidades
educacionais do ensino híbrido no ensino de química
orgânica e como ele pode contribuir no aprendizado,
além de melhorar o desempenho do aluno em sala
de aula.
Resultados e Discussão
De modo a alcançar o objetivo proposto, esta
pesquisa de caráter qualitativo, abordou a SAI como
uma estratégia de ensino e aprendizagem em uma
universidade federal. Para isso, seis etapas foram
realizadas, a saber: 1) Escolha do conteúdo de
química a ser abordado; 2) Elaboração de um vídeo
para a realização da SAI; 3) Disponibilização do
vídeo para os alunos; 4) Realização da aula invertida;
5) Aplicação do questionário; 6) Análise do
questionário. A unidade de análise da pesquisa é
composta por estudantes da disciplina de Química
Orgânica do curso de licenciatura em química.
Como instrumento de pesquisa utilizamos o
questionário (com 13 questões) no intuito de
observar as considerações dos discentes quanto a
XIX Encontro Nacional de Ensino de Química (XIX ENEQ)
Rio Branco, AC, Brasil – 16 a 19 de julho de 2018.
proposta da SAI. Diante disso, realizamos as seis
etapas da pesquisa. A tabela 1 apresenta os
resultados obtidos no questionário.
Tabela 1. Análise das respostas quanto a SAI.
%* Resposta
15,4 Os alunos disseram que o vídeo foi bom para
uma introdução do assunto
30,7 Os alunos disseram que o vídeo ajudou na
compreensão do conteúdo
7,7 Os alunos não comentaram
7,7 Os alunos disseram que o vídeo auxiliou na
resolução dos exercícios
Os alunos disseram que o vídeo tornou a
aula mais flexível, pois os mesmos poderiam
15,4 visualizar quantas vezes fossem
necessárias sem atrapalhar uma aula
normal
15,4 Os alunos disseram que o vídeo facilitou ao
tirar as dúvidas em sala de aula
7,7 Os alunos disseram que o conteúdo foi
tratado de forma clara e objetiva
* Valores arredondados.
Os dados obtidos indicam que os alunos
apresentaram uma postura favorável em relação a
SAI na disciplina de química orgânica. A maioria
destacou o caráter dinâmico que este modelo
proporcionou em sala de aula, além de considerarem
que foi mais “fácil” compreender o conteúdo da forma
que foi realizado. Na análise percebemos também
que os alunos acreditam que a SAI pode “ajudar” na
dinâmica da aula e a “evitar a abstração”,
aumentando o debate em sala de aula.
Conclusões
Na abordagem da SAI percebemos que houve uma
melhoria no desempenho (participação, debate,
questionamento etc.) de grande parte dos discentes,
contribuindo para uma maior significação ao que se
foi estudado. Mediante o exposto, a metodologia da
SAI nesta turma foi considerada pelos alunos como
positiva. Destarte, é mister um maior engajamento
por parte dos professores em utilizarem essa
metodologia, pois apresenta boa receptividade em
relação aos alunos.
Agradecimentos
Ao grupo de pesquisa LEUTEQ da UFRPE.
BACICH, L.; NETO, A. T.; TREVISANI, F. Ensino híbrido:
personalização e tecnologia na educação. Penso Editora, 2015.
LEITE, B. S. Ensino híbrido utilizando a Rede Social Edmodo: um
estudo exploratório sobre as potencialidades educacionais para o
Ensino de Química. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e
Tecnologia, v. 10, n. 3, p.206-230, 2017.