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1. DENIFIÇÃO ESTRATÉGICA
O Itaú, por sua vez, inclui as questões ASG na sua estratégia de negócios e possui uma
matriz de materialidade, que considera a priorização de ODS e os impactos positivos
causados pelo Banco. Para isso, o Itaú conta com grupos de trabalho sobre temas ASG,
em que são priorizados o tema clima, gestão de riscos ASG, compliance regulatório,
diversidade e igualdade de gênero.
Já a Caixa não apresenta temas ASG atrelados aos seus objetivos estratégicos ou aos
negócios da instituição. Ainda assim, as questões ASG são abordadas de maneira a
cumprir as regulações do país.
2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
No Brasil, foi constatada uma situação similar à do grupo dos multilaterais, com
estruturas e equipes socioambientais bem definidas. Os destaques são, mais uma vez,
Itaú e Banco do Brasil nessa questão.
Ainda assim, é importante frisar que, em qualquer um dos grupos, não existe um modelo
de governança único. De modo geral, eles podem ser divididos em dois tipos: (i) modelo
de áreas (Risco SA, Sustentabilidade, Negócios SA, etc.), com atribuições bem definidas,
comum entre os multilaterais; (ii) modelo transversal, com temas ASG distribuídos entre
as diferentes áreas “tradicionais” de uma instituição (Negócios, Crédito, Riscos, entre
outras), mais frequente nas IFs comerciais. Há também combinações e modelos
intermediários. Somam-se a estas áreas a existência de comitês temáticos, que
congregam as áreas ASG e as “tradicionais”, para a tomada de decisões relacionadas à
temática socioambiental, especialmente nos grupos das IFs latino-americanas e
brasileiras.
Entre as IFs da América Latina, foi identificado que as equipes dedicadas integralmente
aos temas socioambientais são menos consolidadas em comparação com os bancos
brasileiros e com os bancos multilaterais. Isto é perceptível tanto no número de pessoas,
quanto na distribuição de responsabilidades e institucionalização de estruturas ASG.
Embora os três bancos brasileiros (Banco do Brasil, Caixa e Itaú) tenham apresentado
grandes diferenças entre suas estruturas de governança ASG, o Itaú e o Banco do Brasil
se destacaram quanto à robustez de sua governança e à qualificação de suas equipes
para a análise e avaliação socioambiental das operações. Ademais, as atividades ASG
são percebidas como fundamentais para a gestão dos riscos e para alcançar os objetivos
institucionais.
Com exceção do Banco do Brasil, onde não há uma equipe socioambiental dedicada
integralmente à gestão socioambiental das operações – embora as áreas “tradicionais”
recebam treinamentos sobre o tema com regularidade e possuam responsáveis do tema
a nível de diretoria –, os outros bancos possuem áreas para a gestão dos riscos ASG.
Nesse último caso, são equipes majoritariamente sêniores e com formações variadas
(direito, gestão ambiental, administração). Isso se dá porque as instituições consideram
importante ter diferentes capacidades e habilidades no acompanhamento das
operações. Ainda assim, essas áreas atuam em paralelo e com bastante interação com
as outras áreas de análise e gestão de riscos e o resultado é uma análise única.
Em ação ASG, também há diferença entre as instituições analisadas. O BB, mais uma
vez, não trata sobre o tema em área dedicada e a discussão de produtos e serviços ASG
fica com as áreas comerciais e de produtos. O Itaú possui áreas de negócios e
institucional dedicadas a temas ASG, que concentram o conhecimento e refinamento das
ações, ainda que atuem e recebam solicitações das áreas “tradicionais”. A Caixa não
possui equipe dedicada a ação ASG e tampouco estratégias gerais nesse sentido
O Itaú, por exemplo, vem realizando uma série de ações institucionais, como fazer parte
do Índice de Igualdade de Gênero da Bloomberg e possuir um Comitê Consultivo de
Diversidade, onde são discutidos os avanços da organização em igualdade de gênero.
Além disso, o banco possui iniciativas para incentivar lideranças femininas e uma área
de diversidade, que trata o tema gênero e outros grupos sub-representados. Em adição,
o Itaú promove a igualdade de gênero na sociedade através de programas e oferece
produtos financeiros voltados às mulheres – por exemplo, para mulheres
empreendedoras.
No tema clima, o Itaú considera esta questão em suas políticas, possui linhas de crédito
climáticas e destaca os projetos financiados que têm um impacto positivo no tema. Além
disso, possui grupos de trabalho para tratar todas as recomendações da TCFD e
trabalham a sensibilidade climática da carteira com a UNEP-FI.