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RESUMO DA AULA 26 - FAÇA O BEM.

ELE VOLTARÁ A VOCÊ DA FORMA


MAIS INESPERADAS.
 
Neste capítulo nós teremos o objetivo de desmistificar os
ensinamentos que Jesus Cristo nos deixou aqui na terra. Mas
o que seria essa desmistificação? Seria eliminar esse
ambiente de rigidez, de punição de medo e de castigo. Jesus
nos trouxe uma mensagem significativa, edificadora, bela e
profunda. Porém, muitas vezes utilizamos a mensagem de
Jesus contra nós. 
 
Vemos no dia a dia que as pessoas estão emocionalmente
desestruturadas. Algumas pessoas correm atrás do dinheiro
e, quando o alcançam, veem que ele não é tudo nas suas
vidas, com isso, pensando que o dinheiro se tornou o
problema, se desfizeram de todo o patrimônio. Uma coisas
que essas pessoas não entenderam é que ter dinheiro não foi
e nunca será o problema em suas vidas, entretanto, o medo
de ser bem-sucedido e ter dinheiro faz com que nos
afastemos da prosperidade financeira.
 
A grande trava que existe, na verdade, é aquele sentimento
implícito de que ter sucesso e dinheiro é algo ruim e
negativo. E proceder dessa forma vai de encontro ao que
você acredita ser o correto. 
 
Isso é muito forte em nós que somos cristãos. Mas você pode
se questionar o seguinte: “Certo, mas existem pessoas que
não são cristãs e também tem dificuldades de ser bem-
sucedidas e viver com plenitude”. Isso faz sentido,
contudo, elas têm a mesma linha de pensamento dos cristãos.
 
Então, nós vamos fazer um estudo de forma filosófica dos
ensinamentos de Jesus para desmistificar todas essas
crenças. Um alerta que precisamos fazer é que você precisa
estar aberto ao que irá ler e aprender neste capítulo,
porque isso avança em relação àquilo que você já sabe.
Nosso objetivo não é pregar nenhuma apostasia ou dizer algo
que contrarie às suas crenças.
 
Aqui vamos tratar mais sobre a psicologia e a filosofia do
que sobre qualquer outra matéria. Através deste estudo nós
vamos olhar para Jesus Cristo e a mensagem que ele nos
deixou.
 
Pense o seguinte: Sempre que nós olhamos para qualquer área
da nossa vida, olhamos essas áreas sob dois pontos de
vista, superficial, ou seja, para a superfície da coisa, ou
podemos olhar para a estrutura da coisa.
 
Quando você olha para uma pessoa, você consegue avaliá-la
superficialmente, e isso seria através da aparência da
pessoa. Mas você pode olhar para essa mesma pessoa de forma
estrutural, mas o que seria esse olhar? Seria entender a
estrutura pela qual essa pessoa existe.
 
As coisas estruturais seriam entender a estrutura que
mantém algo de pé, por exemplo, quando você olha uma casa,
vai perceber que ela possui toda uma estrutura que a mantém
de pé e segura, e as superfícies seriam as paredes, os
telhados, a fachada e tudo aquilo que não faz parte da sua
estrutura.
 
Aqui neste capítulo nós não vamos adentrar às coisas
superficiais, nós vamos estudar uma estrutura na qual
poderemos entender a doutrina e a filosofia dos
ensinamentos Jesus.
 
Muitas pessoas acreditam que a salvação vem do
reconhecimento de que Jesus Cristo é o filho de Deus, e
isso decorre da religião, porém, não queremos nos adentrar
nessa temática. O nosso objetivo aqui não é tratar sobre o
Jesus que veio ao mundo na forma física, até porque isso
seria uma idolatria, e idolatria é separar algo do todo e
amar isso em separado. Então, nós não vamos tratar dessa
figura de Jesus que tem toda uma simbologia dentro da
religião.
 
Nós vamos estudar a estrutura na qual podemos entender o
evangelho com um todo, porém, jamais poderemos entender a
doutrina de Jesus Cristo se não entendermos o nosso vínculo
com Deus.
 
Existe um vínculo entre você e Deus, assim, se você quer
estudar Jesus, é necessário estudar esse vínculo entre você
e Deus. Segundo Jesus Cristo, Deus não está fora de nós.
Ele não é uma coisa além de nós. 
 
Aqui nós iremos tratar dois temas. O primeiro é o nosso
vínculo com Deus e o segundo é qual o papel de Jesus nesse
vínculo.
 
Vamos olhar para o problema. Qual seria esse problema?
Vamos começar olhando para a religião. O que é uma
religião? Qual é o objetivo da religião? Se você olhar para
a religião, todas elas têm um objetivo básico: a salvação.
Toda religião é uma doutrina de salvação. Mas seria a
salvação de que? É a salvação do pecado, ou seja, nos
salvar do pecado que cometemos, porém, não buscamos apenas
a salvação só do pecado, porque nós não queremos apenas ser
salvos do pecado. Na verdade, muitos não se importam em
cometer um pecado, mas a nossa salvação é muito mais das
consequências do pecado, e é justamente isso que buscamos.
 
E qual é a consequência do pecado? Ele traz um sentimento
de indignidade, culpa e insegurança. E quando temos esses
sentimentos, nasce uma falta de sentido desse sentimento de
indignidade. Então, podemos olhar isso de uma maneira bem
profunda.
 
Como nós vivemos numa cultura que nos vincula muito ao
pecado, como se nós fossemos filhos do pecado, praticamente
vivemos com o sentimento de indignidade, de medo, de culpa
e de insegurança e também da falta de sentido que nasce
desse sentimento de indignidade. Esse sentimento não é um
sentimento que provém de quando você peca, só o fato de
você ser vindo ao mundo como filho do pecado, faz com que
esse sentimento seja permanente e constante.
 
Muitos de nós vivemos com esse sentimento de indignidade e
não conseguimos nos libertar desse sentimento. E esse
sentimento não é da nossa natureza, ele é semeado em nós.
Na verdade, nós somos doutrinados a nos sentir indignos.
Mas isso não é responsabilidade de ninguém, mas fomos
criados para ter esse sentimento de culpa e indignidade.
 
Você precisa pensar sobre isso, porque esse sentimento de
indignidade e medo anulam muitas coisas nas nossas vidas.
Isso não é uma coisa simples quando você possui esses
sentimentos, porque é através deles que nasce a religião,
mas não é só a religião, nesse contexto nasce também a
filosofia, que também é uma doutrina de salvação dos medos
e dos temores que nos impedem de viver uma vida
extraordinária. Essa também é a problemática da filosofia.
O Objetivo dela é nos ajudar a superar os temores que nos
impedem de chegar à liberdade e à serenidade. 
 
Enquanto a religião busca curar os males na própria
religião, a filosofia busca curar os males fora da
religião, talvez você nunca tenha parado para pensar nisso,
mas a problemática da filosofia não é fazer você pensar,
refletir e fazer análises críticas. A grande temática da
filosofia, conforme dito anteriormente, é nos ajudar a
vencer os medos que nos impedem, não só de sermos livres,
como também de sermos generosos e abertos às outras
pessoas. Essa é a temática rais e base da filosofia.
 
E qual seria a temática da psicologia? Qual é o objetivo da
autoajuda? Qual é o objetivo do desenvolvimento pessoal?
Tudo isso também são doutrinas de salvação. E elas querem
nos salvar do que? Do sentimento de indignidade, do não
merecimento, do medo, da culpa, da insegurança, da
insatisfação, do tédio e do sofrimento que nasce desse
sentimento de indignidade.
 
Se nós resolvêssemos esse problema da indignidade e se nós
resolvêssemos esse sentimento de inferioridade, certamente
iríamos resolver quase todos nossos problemas. Isso é fato!
 
Esse profundo sentimento de culpa e do medo que você
carrega são decorrentes desse sentimento de indignidade. Aí
vem a grande questão: se tudo isso são doutrinas de
salvação, o que Jesus tem a ver com isso? Ora, Jesus é
considerado o salvador e Ele veio ao mundo para nos salvar,
certo? Então, se Ele veio ao mundo para nos salvar, o que
seria o evangelho? Os cristãos tem uma coisa muito
estranha. Muitos se qualificam como cristão, porém, são
poucos que estudam o evangelho. Mas por que isso ocorre?
Porque parece que não há tanta necessidade de fazermos o
que Jesus disse, e isso ocorre devido à crença da salvação
estar em apenas amar a figura de Jesus Cristo e reconhecê-
lo como Filho de Deus. 
 
A sua crença é de que, caso cumpra esses requisitos, você
já tem as portas do Céus abertas, porém, não queremos aqui
que você mude essa crença e nem vamos adentrar nesse tema,
pois o que queremos na verdade é que você entenda que
existem os quatros evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e
João), que na verdade formam apenas um, e esses evangelhos
pregam uma doutrina de salvação em Jesus Cristo.
 
Então nós temos em Jesus um Salvador e o evangelho é uma
doutrina de salvação. Considerando isso, precisamos fazer a
seguinte reflexão: Jesus veio nos salvar do quê exatamente?
Essa é a grande questão! E isso é que nós vamos
desmistificar ao longo deste capítulo. 
 
Jesus veio nos salvar desse profundo sentimento de
indignidade e de inferioridade. Isso é interessante porque
a maioria de nós carregamos esse sentimento de medo. Porém,
Jesus não nos coloca como indignos. Ele jamais nos reduziu,
ao contrário, Ele nos eleva. Em Mateus 5:13 Ele diz: “Vós
sois o sal da terra”. Em Mateus 5:14 ele afirma que “Vós
sois a luz do mundo.
 
Então, a primeira coisa que precisamos entender é que a
doutrina de Jesus é uma doutrina de salvação, e isso é
simples de entender porque Ele mesmo disse isso. Mas isso
nos remete a duas perguntas muito importantes: Se o
evangelho é uma doutrina de salvação, então as questões que
precisamos entender é qual a salvação que precisamos
buscar? E em segundo, como Jesus propõe essa salvação e pra
quando?
 
A título de analogia, a primeira pergunta traduziria a uma
viagem, porém, essa viagem seria para onde? E a segunda
pergunta traduziria em como seria feita essa viagem? 
 
Agora que sabemos que Jesus veio nos ensinar o caminho da
salvação, precisamos nos questionar: Qual seria o caminho
da salvação?
 
Sabemos que existem muitas respostas por aí, mas é possível
que essas respostas estejam em grande parte equivocadas?
Nós temos medo de pensar sobre isso. Mas por que isso
ocorre?
 
Você provavelmente tem uma resposta para essa indagação,
mas talvez a sua resposta pode estar, pelo menos em parte,
equivocada. Se partimos do pressuposto que ela esteja
equivocada, você teria coragem para pensar sobre isso?
 
É necessário esse tipo de reflexão porque, por mais que
procuramos estudar e refletir sobre essas questões, elas
mesmo assim não continuam claras na nossa mente. Não há a
clareza necessária e há muitas lacunas a serem
preenchidas. 
 
Também há muito sofrimento e muita violência no mundo e
isso acaba afastando as pessoas da religião, porque ela não
consegue solucionar esses problemas. Pelo menos não na sua
totalidade. Assim também como as pessoas se afastaram da
filosofia porque a filosofia não conseguiu resolver o
problema da salvação.
 
Então, se nós olharmos para o mundo, para mim, para você,
para a violência, para o ódio, para a raiva e tudo que
existe no mundo, vamos sentir que no íntimo nós não
alcançamos essa salvação.
 
A verdade é que nós não evoluímos muito em relação ao que
Jesus prega. Assim, se o evangelho é uma doutrina de
salvação, e se nós não alcançamos essa salvação ainda, dá
para olhar duas possibilidades diante de todo o contexto: O
evangelho não funciona e ele é falho, pois ele não resolve
o problema que ele se propõe. Essa é a primeira
possibilidade. Já a segunda é a seguinte: Nós não
entendemos ainda o evangelho, porque nós não o vivemos.
 
Certamente o evangelho não é falho e toda essa celeuma do
nosso dia a dia ocorre porque ainda não conseguimos
entender o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. Depois de
mais de dois mil anos nós ainda não entendemos o evangelho.
E por que isso acontece? É uma coisa muito simples. Existe
uma doutrina original e ela vai sendo passada de geração
para geração, e ninguém sai para se questionar sobre a
veracidade do que nos foi passado, apenas repetimos a mesma
coisa século após século. Ainda não houve uma evolução
porque não houve questionamento.
 
Diante deste contexto, permita-me discorrer sobre uma
experiência científica que foi realizada em em 1967, e se
chama “Cultural acquisition of a specific learned response
among rhesus monkeys“, que traduzido para o português
significa “Aquisição cultural de uma resposta aprendida
específica entre macacos Rhesus”.
 
Nessa experiência, um grupo de cientistas colocou cinco
macacos numa jaula. No meio, uma escada e, sobre ela, um
cacho de bananas.
 
Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, os
cientistas jogavam um jato de água fria nos que estavam no
chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a
escada, os outros o pegavam e batiam muito nele. 
 
Mas um tempo depois, nenhum macaco subia mais a escada,
apesar da tentação das bananas.
 
Então os cientistas substituíram um dos macacos por um
novo. A primeira atitude do novo morador foi subir a
escada. Mas foi retirado pelos outros, que o surraram.
Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não
mais subia a escada.
Um segundo foi substituído e o mesmo ocorreu – tendo o
primeiro substituto participado com entusiasmo da surra ao
novato.

Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu. Um quarto e,


afinal, o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas, então, ficaram com o grupo de cinco macacos
que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam
batendo naquele que tentasse pegar as bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles por que eles


batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a
resposta seria: “Não sei, mas as coisas sempre foram assim
por aqui”.
Apesar do experimento ter sido realizado com macacos, isso
explica os paradigmas estabelecidos que repetimos
reiteradamente sem nenhum questionamento.
Muitos dos comportamentos que nos são colocados vem de
hábitos ultrapassados e repetidos por quem já “apanhou”
antes ou por pessoas que vão te dizer: “Tem que fazer
assim”, “Sempre foi feito desse jeito”.

O medo do novo pelo novo não é nada de anormal, imagine


você acostumar se sentar sempre no mesmo lugar em sua sala
de aula, na mesma cadeira de reunião, no mesmo assento do
ônibus. É assim porque queremos evitar surpresas, a fuga da
angústia gerada pelo novo comportamento.
A ótima solução de hoje, provavelmente não será a melhor de
amanhã. Isto expressa exatamente o que é abordado na
experiência acima. As coisas e os “macacos” mudam, mude
você também o seu comportamento. Questione tudo!

Feita essa reflexão, podemos dizer que nascemos dentro da


cultura de repetição daquilo que nos foi dito, e cada vez
mais vamos replicando tudo isso, porém, quando aquilo que
aprendemos não nos leva ao caminho que desejamos, ao invés
de voltar e questionar o motivo pelo qual esse aprendizado
não funciona, nós tomamos a decisão de desviar do caminho.
Na nossa percepção, acreditamos que a humanidade não
entendeu ainda os ensinamentos de Jesus Cristo. É claro que
você deve estar pensando que isso é uma afirmação forte,
ousada e atrevida de se dizer. 

Talvez você esteja imaginando agora o mundo e todas as


pessoas que nele habita. Você olha e todas estão replicando
os mesmos comportamentos, daí você pode se questionar:
“Então, todas essas pessoas estão erradas e só essa teoria
que está certa?”. Não, não é isso! E o nosso objetivo aqui
não é lhe convencer disso, mas fazer com que você questione
sobre isso, pois isso pode ser um grande problema na sua
vida sem você saber.
 
Por que acreditamos que nós não entendemos ainda os
evangelhos? Primeiro pela superficialidade das
interpretações que nos são repassadas. Existe uma passagem
no evangelho, em Mateus 10:11-12, onde os apóstolos
perguntam para Jesus o porquê Ele falava para as pessoas
através de parábolas. Vejamos: E, acercando-se dele os
discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?
Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer
os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado.
Jesus tinha doze apóstolos e eles eram os discípulos Dele,
e para eles foram dados os mistérios dos céus, mas àquelas
outras pessoas não. 

Em Mateus 10:14 Jesus Cristo disse uma outra coisa bem


interessante: E neles se cumpre a profecia de Isaías, que
diz:Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis,e, vendo,
vereis, mas não percebeis. Se não entendemos o evangelho,
porque nós não o entendemos? 

Algumas reflexões são necessárias para que possamos


entender o evangelho de Jesus Cristo. Portanto, vamos
refletir sobre essas quatros perguntas: 1) Se o evangelho é
uma doutrina de salvação, ele pretende nos salvar do que?
2) Como Jesus propõe essa salvação? 3) Para quando Jesus
propõe essa salvação? 4) Por que ainda não alcançamos ainda
essa salvação?

Talvez você possa afirmar que a salvação só vai ocorrer


após a morte. Será que seria esse o pensamento mais
adequado? Será que Jesus Cristo veio para nos ensinar isso?
De certa forma, respondendo a primeira pergunta, a nosso
ver, Jesus veio nos salvar do sentimento de indignidade que
nasce do pecado. Em várias passagens Ele fala “Eu vim para
que vocês tenham vida”, e isso quer dizer que Ele veio para
nos salvar, é claro que não é nessas palavras, mas é
possível entender isso claramente.

Uma pessoa que se sente indigna, ela não vive bem, essa
pessoa não tem uma vida plena. E Jesus promete vida plena,
vida em abundância. E Ele diz exatamente isso: “Eu vim para
que vocês tenham vida e vida em abundância”. 
Mas o que seria essa vida em abundância? Aí eu te pergunto:
Você tem vida em abundância? Uma vida em abundância é uma
vida plena e completa. Você tem isso?

Conforme dito no início deste capítulo, Jesus não veio ao


mundo com a missão de nos reduz, mas de nos elevar. Ele
afirma no evangelho que nós somos a luz do mundo, que nós
somos a luz da terra. 

E quais são as promessas de Jesus para nós? Suas promessas


não são insignificantes para conosco; Ele não se coloca
acima de nós, Ele se coloca ao nosso lado. E quando Ele diz
aos apóstolos que “tudo o que Eu faço, vocês também podem
fazer”, essa promessa é no sentido de que qualquer um de
nós podemos fazer o que Ele fez.

Outra promessa que Jesus transmitiu para nós foi “Eu sou a
luz do mundo. Quem me segue de modo algum andará nas
trevas”. Olha que interessante! Se nós seguirmos Jesus,
jamais andaremos nas trevas. Essa é uma promessa de
salvação, ou seja, de nos tirar das trevas. E o que seria
essas trevas? É a escuridão que muitos vivem através do
sentimento de inferioridade, de indignidade, de medo, de
sofrimento.

Se Jesus veio nos salvar da indignidade ou do pecado, onde


nasceu esse sentimento da indignidade? E a resposta é:
quando nós passamos a viver nas trevas. E em qual momento
nós entramos no mundo das trevas? A resposta está no livro
de Gênesis. 

Foi no paraíso, no Jardim do Éden, que nós nos tornamos


indignos. A origem do pecado e do sentimento de indignidade
surgiu de Adão e Eva. Eles viviam em intimidade com Deus,
ou seja, eles poderiam fazer de tudo, menos comer a fruta
da árvore do bem e do mal. E se eles comessem, morreriam. 

Com o passar do tempo, eles foram convencidos pela serpente


a comer a fruta. Então, Adão e Eva comeram a fruta foram
expulsos do paraíso, e com isso eles tiveram a morte para
com a intimidade com Deus. Eles não se sentiam mais com
intimidade com a fonte. E o sentimento mais claro da
ruptura dessa intimidade foi o sentimento de vergonha que
Adão e Eva tiveram.

No Jardim do Éden aconteceu a separação e a incapacidade do


ser humano de sentir a unidade com Deus, e essa
incapacidade de sentir essa unidade, ela nasce do ato de
comer a fruta da árvore do conhecimento. E isso cria uma
ilusão da separação com Deus.

O Jardim do Éden é um estado de espírito, onde vivemos em


intimidade com Deus. 

Comer a fruta do conhecimento significa você se identificar


com o conhecimento. Quando Adão e Eva se identificam com o
conhecimento, acontece uma ruptura e a partir disso há uma
ruptura da intimidade com Deus. 

Existe uma separação, e essa separação não é só a separação


que ocorreu no Éden, mas de quem nós somos em essência. A
bíblia afirma que nós somos um sopro Divino em essência. 

Então acontece essa separação, e dessa separação nós não


somos punidos porque nós saímos comendo a fruta do
conhecimento. Nós criamos essa separação, e é lógico que
essa separação nos torna incompletos, ela nos torna uma
parte, porque esquecemos da nossa origem, da nossa fonte.
E o que acontece? Quando nós nos separamos de Deus, que é a
fonte de tudo, nós nos separamos de Deus. Mas ocorre também
que essa separação não é apenas com Deus, mas também das
outras pessoas.

Quando comemos a fruta do conhecimento, não nos


relacionamos mais com Deus e sim com o conhecimento, e isso
nos separa intimamente com o Pai. E ao nos separar de Deus
começamos a viver também separados uns dos outros. Ao
perceber que estamos separados de Deus e de Todos,
começamos a nos sentir como um fragmento isolado.

Jesus usa o termo “Um fragmento isolado igual ao ramo


cortado da videira”. Quando nos sentimos como um ramo
cortado da videira, conflitos internos e externos passam a
tomar conta de nós. Uma nuvem de dúvidas, de medo e de
insegurança começa a pairar sobre nós. E é justamente isso
que começa a nos afastar do paraíso. Começamos a parar de
viver em um estado de plenitude e passamos a viver em um
estado de sofrimento, de incompletude e de indignidade.
Isso ocorre porque a parte mais importante de nós, não
conseguimos sentir mais. Podemos até falar e pensar sobre
ela, mas nós não confiamos verdadeiramente em Deus.

Todos nós somos Adão e somos Eva, e comemos a fruta do


conhecimento todos os dias e isso faz com que não tenhamos
fé para gerenciar as nossas vidas. Nos alimentamos da fruta
do conhecimento sempre quando damos ouvidos a nossa mente
(serpente), que sempre está nos tentando a fazer com que
tenhamos cada vez mais conhecimento para nos afastar da
fonte.

A nossa relação com Deus é meramente conceitual. Nós não


temos intimidade com Deus. Na verdade, apenas ficamos com a
ideia de um Deus que nos foi passado de geração a geração,
e é isso que cria essa sensação de indignidade.

Se nós realmente acreditássemos que somos filhos de Deus,


se verdadeiramente acreditássemos que somos um sopro
Divino, nós não estaríamos nessa ilha que estamos vivendo
hoje.

A partir desse momento, toda busca é para preencher essa


perda e esse vazio, só que agora nós somos um ser humano
procurando o Divino. E onde estamos procurando o Divino?
Fora de nós. 

Jesus propõe a salvação através da unidade entre o homem e


Deus, mas muitos acreditam que tudo isso só ocorrerá após a
morte, contudo, essa unidade acontece agora, nesse momento.
São coisas que nós não entendemos.

Se você conhece um pouco do evangelho, onde Jesus disse que


está o reino dos céus? Precisamos entender que o evangelho
é uma doutrina de salvação, uma doutrina de libertação do
pecado original e do sentimento de indignidade que nasce
dele.

O pecado original é perder a intimidade com Deus e essa


intimidade é reconhecer, é ser, é ouvir e é viver em
unidade com o elemento Divino que existe em nós.

Cada um de nós é um sopro Divino. Nos tornamos isso a


partir do nosso nascimento, e à medida que crescemos, vamos
adquirindo conhecimento e com isso vamos identificando com
esse conhecimento e nos afastando da essência Divina.
Entender isso é muito importante, porque traz todo o embate
para a arena pessoal, pois nós não podemos pagar pelo
pecado cometido por Adão e Eva. É cada um de nós que
comemos a fruta do conhecimento diariamente e qualquer um
pode se redimir disso. Esse é o projeto da salvação.

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