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All content following this page was uploaded by Luiz Paulo Ferreira Segundo on 06 April 2022.
Revista de Direito
PÚBLICO DA ECONOMIA
RDPE
Publicação oficial de
Diretor
Egon Bockmann Moreira
Conselho Editorial
Adilson Abreu Dallari (São Paulo) Marçal Justen Filho (Curitiba)
Calixto Salomão Filho (São Paulo) Maria Manuel Leitão Marques (Coimbra)
Carlos Ari Sundfeld (São Paulo) Maria Sylvia Zanella Di Pietro (São Paulo)
Celso Antônio Bandeira de Mello (São Paulo) Miguel Poiares Maduro (Lisboa)
Eduardo Paz Ferreira (Lisboa) Monica Spezia Justen (Curitiba)
Eros Roberto Grau (São Paulo) Paula A. Forgioni (São Paulo)
Fábio Nusdeo (São Paulo) Paulo Otero (Lisboa)
Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto (São Paulo) Pedro Gonçalves (Coimbra)
Leila Cuéllar (Curitiba) Ronaldo Porto Macedo Jr. (São Paulo)
Luís Domingos Silva Morais (Lisboa) Sérgio Ferraz (Rio de Janeiro)
Luís Roberto Barroso (Rio de Janeiro) Tercio Sampaio Ferraz Jr. (São Paulo)
Manuel Afonso Vaz (Porto) Vital Moreira (Coimbra)
Manuel Porto (Coimbra)
Antigos Conselheiros
Almiro do Couto e Silva (Porto Alegre) Diogo de Figueiredo Moreira Neto (Rio de Janeiro)
António Sousa Franco (Lisboa) Lúcia Valle Figueiredo (São Paulo)
Caio Tácito (Rio de Janeiro) Marcos Juruena Villela Souto (Rio de Janeiro)
Av. Afonso Pena, 2770 – 15º andar – Savassi – CEP 30130-012 Belo Horizonte/MG – Brasil – Tel.: 0800 704 3737
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Os conceitos e opiniões expressas nos trabalhos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
DOUTRINA
ARTIGOS
CADERNO ESPECIAL
PROJETO DIREITO ADMINISTRATIVO DA INFRAESTRUTURA – DAI
Resumo: A Administração Pública utiliza as concessões de serviços públicos para viabilizar os investimentos
necessários à sua implementação. O Tribunal de Contas da União (TCU) tem participado cada vez mais
dos processos de desestatização promovidos pelo governo federal. Esse artigo analisa os fundamentos
jurídicos da competência do tribunal na fiscalização desses contratos e busca definir os seus limites.
Para isso, analisa a estrutura normativa aplicável à corte de contas e aos contratos de concessão de
serviço público, questionando a possibilidade de o TCU adotar certas medidas. Dentre as principais
conclusões, destaca-se a identificação de atos normativos do tribunal que extrapolaram as previsões
legais e constitucionais, e a diferenciação entre a fiscalização de contratos de concessão de serviço
público e contratos administrativos em geral.
Palavras-chave: Concessões. Tribunal de Contas da União. Serviço Público.
Sumário: 1 Introdução – 2 A fiscalização dos contratos de concessão de serviço público – 3 Os
fundamentos normativos da fiscalização dos contratos administrativos pelo TCU – 4 Limites à
competência do TCU – Conclusão – Referências
1 Introdução
1 A necessidade de investimentos tem levado a uma maior desestatização dos
serviços públicos. Os contratos de concessão são um dos instrumentos possíveis de
utilização para a delegação de serviços públicos ao particular. De fato, para alguns
autores, a concessão possui exatamente essa função: viabilizar investimentos em
utilidades públicas.1 Esse instrumento contratual pode ser estruturado de diversas
formas, de acordo com as normas setoriais e as necessidades da Administração
Pública. Essa ampla variedade aumenta a complexidade estrutural e torna mais
difícil o exercício da fiscalização.
1
MONTEIRO, Vera. Concessão. São Paulo: Malheiros Editores, 2010, p. 174.
R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022 221
2
BRASIL, Análise prévia do TCU dos projetos de concessão aumenta segurança e facilita investimentos, diz
Tarcísio.
3
Nesse trabalho, utilizo os termos “Contrato de Concessão de serviço público”, “Contrato de Concessão”
e “concessão” como sinônimos
4
Art. 175, Parágrafo Único, I.
5
Art. 175, IV, da Constituição Federal e art. 6º da Lei Federal nº 8.987/1995.
6
Lei Federal nº 8.987/1995, art. 6º, §§1º e 2º.
7
Art. 6º, §1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência,
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
222 R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022
8
De fato, a Lei Federal nº 8.987/1995 cita o termo somente duas vezes. O primeiro, ao indicá-lo como
parâmetro de serviço adequado. O segundo, no artigo 6º, §3º, I, ao afastar a descontinuidade quando a
interrupção dos serviços ocorrer por razões de segurança das instalações.
9
Art. 27-A.
10
Art. 30, §9º.
11
Art. 148, §2º.
12
Art. 23, VII.
R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022 223
13
Art. 23, III.
14
“Neste sentido, o princípio da modicidade das tarifas, ao invés de servir como um inibidor da atuação
administrativa, acaba funcionando como fundamento legal para justificar a implementação de determinados
instrumentos de política tarifária. Se for para conferir o direito à fruição dos serviços públicos a tarifas
módicas, o poder concedente contará com autorização legislativa (proveniente da Lei 8.987/1995) para
instituir modelos de política tarifária”, in: CÂMARA, Jacintho Arruda, Tarifa nas concessões. 1. São Paulo:
Malheiros Editores, 2009, p. 73.{\\b{}Tarifa nas concess\\uc0\\u245{}es}, 1\\super a\\nosupersub{}.
S\\uc0\\u227{}o Paulo: Malheiros Editores, 2009, p.\\uc0\\u160{}73.”,”plainCitation”:”CÂMARA, Jacintho
Arruda, Tarifa nas concessões, 1a. São Paulo: Malheiros Editores, 2009, p. 73.”,”noteIndex”:14},”citatio
nItems”:[{“id”:1065,”uris”:[“http://zotero.org/users/7329480/items/8E8D4HHY”],”uri”:[“http://zotero.
org/users/7329480/items/8E8D4HHY”],”itemData”:{“id”:1065,”type”:”book”,”abstract”:”No estudo do
regime tarifário está a síntese das discussões sobre o papel do Estado na prestação de serviços públicos,
sobre privatização, direitos dos usuários ou a crise dos serviços públicos, temas que atormentam os
administrativistas contemporâneos. Para isso, conjugando o rigor acadêmico com o interesse prático, o
Autor aborda os elementos da tarifa: os serviços públicos que a ela se sujeitam, o tratamento constitucional,
sua natureza jurídica, o responsável pelo pagamento, a diferença entre a tarifa e outras formas de atuação
do poder concedente. Desenvolve três linhas diferentes de abordagem, correspondentes a cada sujeito
envolvido na instituição e cobrança de tarifas no regime de concessão de serviço público: o Estado, o
usuário de serviço público e o particular que assume o dever de prestar o serviço em regime de concessão.
Observando a posição do Estado em relação às tarifas (poder concedente
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15
Art. 258, II.
16
Art. 30, parágrafo único.
17
Art. 2º, III.
18
Art. 18, VIII.
19
Art. 1º, §1º, III.
20
Art. 6º, IV.
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21
Art. 1º.
22
Arts. 10º, parágrafo único, e 18.
23
Arts. 11 e 19.
24
Art. 41, I - acompanhar, pela publicação no Diário Oficial da União, ou por outro meio estabelecido no
Regimento Interno: (...) b) os editais de licitação, os contratos, inclusive administrativos, e os convênios,
acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, bem como os atos referidos no art. 38 desta Lei;
25
Art. 71.
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26
Constituição Federal, artigo 49, X.
27
Resolução nº 17, de 1998 (Regimento Interno da Câmara dos Deputados). Art. 32, VI, “j”.
R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022 227
28
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Da constitucionalização do direito administrativo – Reflexos sobre o princípio
da legalidade e a discricionariedade administrativa, Atualidades Jurídicas – Revista do Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil, v. 2, n. 2, p. 8-106, 2012, p. 87.
29
Art. 71, I.
30
Art. 71, V.
31
Art. 71, VIII.
32
Art. 71, IX.
33
Art. 71, X.
34
Art. 71, §1º.
35
Art. 71, §2º.
228 R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022
36
Art. 41, caput.
37
Art. 41, I, “b”.
38
De fato, o art. 43 se refere à “fiscalização de que trata este capítulo” e não à fiscalização de que trata o
art. 41, por exemplo.
39
Art. 43, II.
40
Art. 43, parágrafo único.
41
Art. 58, III.
42
Art. 45, caput.
43
Art. 45, §1º, I e II.
44
Art. 45, §1º, III.
45
Art. 58, II.
46
Art. 45, §2º.
R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022 229
47
Art. 45, §3º.
48
Art. 249, III.
49
Art. 1º, I – julgar as contas de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária, bem como daqueles que derem causa
a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário;
50
No caso, o RITCU aglutinou o art. 70, parágrafo único, sobre dever de prestação de contas, com o art. 71,
II, sobre sua competência para julgamento de contas.
51
Art. 1º, I.
52
Art. 250, IV.
230 R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022
53
Art. 250, IV.
54
Art. 276.
R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022 231
55
Art. 3º.
56
“Decido, com fundamento no art. 157, caput, in fine, do Regimento Interno-TCU, assim como no art. 9º,
§§1º e 2º, da IN-TCU 81/2018: a) informar à Agência Nacional de Aviação Civil e à Secretaria Nacional
de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura que a documentação relativa à relicitação do aeroporto de
São Gonçalo do Amarante/RN entregue em2/7/2021 não contém o levantamento com elevado grau de
segurança das indenizações eventualmente devidas à Concessionária Inframérica pelos investimentos
em bens reversíveis vinculados ao contrato de parceria realizados e não amortizados ou depreciados,
em desconformidade com o exigido pelo art. 17, inciso VII, da Lei 13.448/2017; b) informar à Agência
Nacional de Aviação Civil e à Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura que o prazo
para a análise do processo de relicitação por parte da Unidade Técnica será iniciado após o protocolo do
levantamento conclusivo do cálculo das indenizações a serem pagas à Concessionária Inframérica;”.
57
Art. 9º, caput.
58
Art. 9º, §§1º e 4º.
232 R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022
59
Art. 113.
60
Art. 113, §2º.
61
CASTRO, Carlos Roberto Siqueira, A atuação do tribunal de contas em face da separação de poderes do
Estado. Revista de Direito Constitucional e Internacional, v. 31, n. 210, p. 57-73, 2000, p. 64-65.
62
Art. 42.
63
JORDÃO, Eduardo. A intervenção do TCU sobre editais de licitação não publicados –controlador ou
administrador. Revista Brasileira de Direito Público – RBDP, v. 12, n. 47, p. 209-230, 2014, p. 229.
64
Art. 171, §1º, I e II.
R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022 233
65
Constituição Federal, art. 71, IX.
234 R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022
66
Art. 1º, §1º.
67
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio, Curso de Direito Administrativo. 34. ed. São Paulo: Malheiros, 2019,
p. 437.
68
CAVALCANTI, Themístocles Brandão. Teoria dos atos administrativos. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1973, p. 95.
69
Ibid., p. 97.
70
BANDEIRA DE MELLO, Oswaldo Aranha. Princípios Gerais de Direito Administrativo. 3. ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2007, p. 482.
71
Para Arturo Rispoli, este seria o caso da “concessão de serviço público que não é ordem e, entretanto, não
é ato de gestão, mas é ato público, porque executada para fins públicos e porque tem, como conteúdo,
um serviço público”, in: RISPOLI, Arturo. Istituzioni di diritto amministrativo. Torino: Libraria Scientifica
Giappichelli, 1929, p. 43. Apud CRETELLA JR., José. Controle jurisdicional do ato administrativo. 4. ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 136.
72
BANDEIRA DE MELLO, Curso de Direito Administrativo, p. 437-438.
73
BRASIL, Repercussão Geral no AgRE 954.858-RJ; BRASIL, ADI nº 4.296-DF.
R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022 235
74
Cf. tópico 2.1.
75
Constituição Federal, art. 71, XI.
236 R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022
76
Cf. tópico 3.2.
77
“2.15-A.3 Com vistas a recompor o equilíbrio econômico-financeiro do Contrato ante os investimentos
relativos à elaboração de projeto e construção do APM, as Contribuições Mensais sofrerão redução
automática, a partir da primeira parcela devida após a eficácia do presente aditamento, até que seja
satisfeito o montante total de R$ 376.058.944,00 (trezentos e setenta e seis milhões cinquenta e oito
mil novecentos e quarenta e quatro reais) a valores de dezembro de 2019, atualizado pelo INCC-DI até a
data de eficácia do presente aditivo. 2.15-A.4 Com vistas a recompor o equilíbrio econômico-financeiro do
Contrato ante os investimentos relativos à operação e manutenção do APM, além da dedução de que trata
o item anterior, será devido o desconto de R$ 1.242.752,00 (um milhão duzentos e quarenta e dois mil
setecentos e cinquenta e dois reais), a valores de dezembro de 2020, em cada parcela da Contribuição
Mensal devida a partir da data de conclusão das obras do APM definida no PEA.”
78
“13 O princípio da vinculação ao instrumento convocatório e o resguardo da equação econômico-financeira
do contrato constituem óbices para que o Tribunal de Contas imponha alterações, ainda que provisórias,
em contrato em andamento, com o objetivo de estabelecer o que, em seu entender, constitui o “preço
justo”, in: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. O papel dos Tribunais de Contas no controle dos contratos
administrativos, Interesse Público – IP, v. 15, n. 82, p. 15-48, 2013, p. 42.
79
CABRAL, Flávio Garcia. O ativismo de contas do Tribunal de Contas da União (TCU). Revista de Direito
Administrativo e Infraestrutura, v. 16, n. 5, p. 215-257, 2021, p. 230.
R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022 237
80
“Em nenhuma hipótese tem o Tribunal competência para invalidar atos administrativos negociais, contratuais
ou não, nem tampouco tem competência para sustar contrato celebrado pela Administração. Esta competência
é do Poder Legislativo, titular do controle externo, ou do Judiciário, se provocado adequadamente”. In:
BARROSO, Luís Roberto. Tribunais de Contas: algumas incompetências. Revista de Direito Administrativo,
v. 203, p. 131-140, 1996, p. 140.
81
ACCIOLY, João Pedro. A competência subsidiária dos Tribunais de Contas para a sustação de contratos
públicos antijurídicos. Revista dos Tribunais, v. 975, p. 101-132, 2017, p. 109.
238 R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022
5 Conclusão
32 Em virtude de previsão constitucional, a fiscalização dos contratos de
concessão de serviço público deve observar parâmetros específicos em relação
aos contratos administrativos em geral. Com base nisso, busquei identificar os
fundamentos normativos e os limites da competência do TCU na fiscalização
desses contratos, questionando se existem diferenças em relação aos contratos
administrativos em geral. As conclusões do trabalho foram:
a) A prestação de um serviço adequado é pressuposto dos contratos de
concessão de serviço público e, por isso, a fiscalização tem a finalidade
82
Art. 147, (...) I - impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do
objeto do contrato; (..) III - motivação social e ambiental do contrato; (...) IX - fechamento de postos de
trabalho diretos e indiretos em razão da paralisação.
83
Art. 147, parágrafo único.
84
ACCIOLY, A competência subsidiária dos Tribunais de Contas para a sustação de contratos públicos
antijurídicos, p. 109.
85
Art. 5º, XXXV.
R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022 239
The Federal Audit Court inspection of concession agreements of public services – foundations and limits
Abstract: The Public Administration uses concessions agreements to enable the necessary investments
for the implementation of public services. The Federal Audit Court (TCU) has increasingly participated
in the privatization processes promoted by the federal government. This article analyzes the legal
foundations of the court’s competence in the inspection of these contracts and seeks to define its
limits. To this end, it analyzes the regulatory framework applicable to the court of accounts and public
service concession contracts, questioning the possibility of the TCU adopting certain measures. Among
the main conclusions, we highlight the identification of normative acts of the court that extrapolated the
legal and constitutional rules and the differentiation between the inspection of concession contracts of
public service and administrative agreements in general.
Keywords: Concessions. Federal Audit Court. Public service.
Referências
ACCIOLY, João Pedro. A competência subsidiária dos Tribunais de Contas para a sustação de
contratos públicos antijurídicos. Revista dos Tribunais, v. 975, p. 101-132, 2017.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 34. ed. São Paulo: Malheiros,
2019.
BANDEIRA DE MELLO, Oswaldo Aranha. Princípios Gerais de Direito Administrativo. 3. ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2007.
240 R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022
BRASIL. Análise prévia do TCU dos projetos de concessão aumenta segurança e facilita
investimentos, diz Tarcísio. Disponível em: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/
noticias/2021/6/analise-previa-do-tcu-dos-projetos-de-concessao-aumenta-seguranca-e-facilita-
investimentos-diz-tarcisio. Acesso em: 10 nov. 2021.
CABRAL, Flávio Garcia. O ativismo de contas do Tribunal de Contas da União (TCU). Revista de
Direito Administrativo e Infraestrutura, v. 16, n. 5, p. 215-257, 2021.
CÂMARA, Jacintho Arruda. Tarifa nas concessões. 1. São Paulo: Malheiros Editores, 2009.
CAVALCANTI, Themístocles Brandão. Teoria dos atos administrativos. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1973.
CRETELLA JR., José. Controle jurisdicional do ato administrativo. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2001.
DI PIETRO, Maria Sylvia. O papel dos Tribunais de Contas no controle dos contratos administrativos.
Interesse Público – IP, v. 15, n. 82, p. 15-48, 2013.
RISPOLI, Arturo. Istituzioni di diritto amministrativo. Torino: Libraria Scientifica Giappichelli, 1929.
R. de Dir. Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 20, n. 77, p. 221-241, jan./mar. 2022 241
RDPE-77_MIOLO.indd
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