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O que é Privatização?
É um mecanismo que visa vender as empresas estatais para as empresas privadas.
Geralmente isso ocorre quando a empresa estatal não está gerando o lucro necessário para
competir com o mercado.
Como surgiu o termo Privatização?
Este mecanismo apareceu junto as teorias Adam Smith(Caso você não conheça ele clique
neste link), que dizia que o governo deve intervir minimamente no mercado, pois as
intervenções acabam afetando a economia e a competição as empresas.
Contando um pouco mais sobre as privatizações
As privatizações foram marcas de alguns governos, como EUA(Quando foi governado por
Ford, Carter e Reagan) e gestão Thatcher na Inglaterra, com o mundo vendo que estava
dando certo, escolheram começar a privatizar e diminuir os custos decorrentes dos serviços
e passando para empresas privadas. O primeiro país da America Latina por optar este
mecanismo foi o Chile no governo de Augusto Pinochet em 1973. No Brasil as privatizações
começaram no governo de Fernando Henrique Cardoso, que realizou diversas privatizações
como Telesp, Companhia Vale do Rio Doce, Banespa entre outras.
1- Soberania Nacional
Ao privatizar determinado serviço, o Estado perde parte de sua soberania, pois entrega de
bandeja ao capital externo o controle e o lucro de determinada finalidade, não podendo o
Estado criar ferramentas para proteger a população da ambição capitalista.
2-Roubo
Ao privatizar uma empresa, o Estado entrega à iniciativa privada uma empresa construida
com dinheiro público. Ou seja, o trabalhador paga com seus impostos ao Estado para que
este invista em determinada empresa e depois o Estado vende a empresa à iniciativa
privada. Logo, dinheiro público é usado para enriquecer a iniciativa privada.
3-Corrupção
Todos sabemos que os políticos privateiros sempre receberão favores das empresas que
porventura façam ganhar as licitações e leilões. Logo, as privatizações servem para
enriquecer e perpetuar no poder o partido privatizador.
4- Desemprego
As privatizações causam desemprego. A iniciativa privada, ao tomar o controle de uma
empresa pública, não pensará duas vezes antes de demitir seus funcionárias. Logo, as
privatizações são ruins para os trabalhadores dessas empresas, que ficarão ameaçados de
perderem seus empregos, sendo muitos deles demitidos.
5- Finalidade
A empresa privada não tem o objetivo de prestar um bom serviço público, o objetivo da
empresa privada é o lucro, não importando como. Logo, o serviço prestado ao cidadão é
piorado.
6-Desigualdade
Com as privatizações, os serviços têm seus preços aumentados e os pobres ficam inaptos
para acessá-los. Logo, só quem tem dinheiro poderá gozar pelo serviço privado e será
aumentado ainda mais o abismo entre os ricos e os pobres.
7- Fuga de capitais
Com as privatizações, grupos estrangeiros passam a comprar as empresas estatais e a
repassar ao exterior os lucros do trabalho do brasileiro. Logo, as privatizações geram fuga
de recursos para o exterior e fazem o Brasil ficar mais pobre.
8- Universalização
Com a privatização, uma empresa pode se negar a oferecer determinado serviço
importantíssimo em determinada localidade por causa de sua baixa viabilidade econômica.
Logo, até os brasileiros com recursos podem ser prejudicados pela falta de serviços.
9- Crise
As crises do capitalismo são cíclicas. Logo, quando o Estado controla determinada atividade,
existe mais segurança de que ela será cumprida e não será abalada por crises. Empresas
estatais não costumam declarar falência, pois se resguardam no Estado.
10- Consequências
O resultado das políticas de privatizações promovida pelos governos neoliberais tornou o
Brasil mais pobre, mais desigual e mais injusto, apenas enriquecendo uma pequena classe
de empresários e políticos. Logo, as privatizações colaboram para que a sociedade seja
mais desigual e aplica o capitalismo selvagem contra nossa sofrida população carente.
11- Constituição
Nossa Constituição é social e democrática de Direito, e determina que o Estado preste
diretamente serviços como o de educação, saúde e assistência social, podendo a iniciativa
privada atuar apenas de forma complementar/suplementar, não sendo possível a concessão
de serviços públicos sociais.
12- Prejuízo
Com as privatizações o Estado perde uma importante fonte de receita. Imagine quantos
hospitais e escolas poderíamos construir com os lucros que as empresas privatizadas estão
obtendo todo o ano. É um roubo bilionário. Dinheiro que deveria ser nosso enriquece
poucos.
Mais um Fla X Flu entra em campo no Brasil com o anúncio de que empresas estatais, como
Eletrobras, serão privatizados. De um lado, um Governo que precisa fazer caixa e um mercado
financeiro que apoia a onda privatista, mas desconfia do sucesso da implementação em curto prazo.
De outro, servidores públicos e uma oposição ao presidente Michel Temer que enxergam oportunismo
e desespero em fazer anúncios tão relevantes com tão pouco debate à luz do dia. No meio uma
população que ainda digere as notícias econômicas que se amarram ao cenário político e suas
eventuais consequências para o dia a dia. A dúvida sobre o que acontecerá com a conta de luz se a
Eletrobrás for privatizada, por exemplo, é uma das principais.
Mas por ora, o único que se pode afirmar até o momento é que o pacote de privatizações
anunciado esta semana pela gestão de Michel Temer é o maior desde o Governo Fernando Henrique
Cardoso (1995-2003), responsável pela maior onda de desestatização do país. Há, entretanto, poucos
detalhes sobre o plano de privatizar 57 projetos e empresas estatais, entre elas a Casa da Moeda e o
aeroporto de Congonhas.
Vários analistas ponderam que o prazo de tirar o pacote de papel até o fim de 2018 é bastante
ambicioso diante de uma perspectiva econômica do país que não facilita o processo. "A economia
atual pode ser um entrave. E depende muito das regulações dos projetos. Se for pró-mercado, os
agentes estarão mais interessados. Mas, se for uma legislação que não é clara e gera incerteza, os
investidores terão receio. O Brasil tem um problema muito sério quanto a isso", explica Alexandre
Galvão, professor da Fundação Dom Cabral. O economista pondera que, por outro lado, há uma
equipe econômica pró-mercado liderada por Henrique Meirelles que pode facilitar os processos de
privatizações.
Na opinião de Mauro Rochlin, economista da FGV, o entrave maior que o Governo deve enfrentar
não será o de natureza legislativa nem jurídica e sim política. "Hoje as estatais são, em sua maioria,
um cabide de empregos para políticos. O processo também pode encontrar resistência do lobby de
corporações que querem manter seus privilégios. Há uma presença forte de interesses políticos e de
acordos entre empresas".
Ainda segundo o economista, o pacote está mais para uma "peça de marketing" pois não há
detalhamento nenhum sobre os programas, apenas uma manifestação de vontade. "Todos esses
processos de modelagem de venda demandam tempo. Muito difícil que eles gerem impacto nas
contas do Governo como espera a equipe econômica", diz.
Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, também concorda que há mais expectativa que
realidade envolvida no plano. [O Governo] tirou da gaveta um lote grande de outras coisas que me
dá, sim, a sensação de que não vai ter tempo de fazer e é mais um anúncio, propriamente mais uma
declaração de intenção, do que a realidade da coisa em si", afirmou durante um congresso em
Campos do Jordão nesta sexta-feira segundo a Folha de S. Paulo.
O imediatismo do anúncio visando aumentar o caixa do Governo – que enfrenta um rombo
bilionário nas contas – e a falta de um plano mais estratégico podem também prejudicar o processo
de desestatização na opinião de Rochlin. "O programa de privatizações não poderia focar apenas na
dívida e na meta fiscal. É um equívoco pensar em se livrar das estatais para ajudar a diminuir a dívida
do país".
O economista ressalta que parte do sucesso de algumas privatizações realizadas no Governo de
FHC foram acompanhadas de mudanças de marcos regulatórios importantes, como a do petróleo. Até
1997, a Petrobras era a companhia que detinha o monopólio de exploração. "No caso do Fernando
Henrique, as privatizações foram pensadas para ajudar na dívida, mas também para possibilitar
novos atores de segmentos importantes a alavancar a economia. Por enquanto, o plano de Temer não
se mostra um projeto consistente", diz.
Era da privatização
Durante a gestão de Fernando Henrique (1995-2003), foi criado o Conselho Nacional de
Desestatização que acelerou bastante os processos de venda de estatais. Só no primeiro mandato,
foram privatizadas mais de oitenta empresas, como a Vale do Rio Doce, a gigante de minério de ferro
e pelotas, e o sistema Telebrás, que até então era o monopólio estatal (e insuficiente) do setor de
telecomunicações. A empresa de telefonia foi desmembrada em 12 companhias. A venda de
empresas foi uma tentativa do Governo, assim como agora propõe Temer, de conter o agravamento
da dívida pública.
Há um certo consenso de que a privatização das teles foi um sucesso, mas que outras foram feitas
a toque de caixa, gerando forte crítica de parte da sociedade sobre as privatizações. Muitos analistas
avaliaram, na época, que a Vale, por exemplo, acabou sendo vendida abaixo do preço de mercado.
Outra crítica levantada contra as privatizações de FHC foi a atuação do BNDES, o banco público de
desenvolvimento brasileiro, que financiou boa parte das compras de ativos públicos.
Com a chegada de Lula, a política de privatização foi freada. O Governo petista acabou dando uma
ênfase diferente à relação com o setor privado e focou em fazer apenas concessões com prazos de
validade renováveis de atividades do Estado para a iniciativa privada, principalmente de rodovias e
hidrelétricas. O Governo Dilma Rousseff deu continuidade ao modelo implementado por Lula,
estendendo as concessões para outros setores importantes, como os aeroportos. Pouco antes do
processo de impeachment, a ex-presidenta chegou a anunciar um novo programa de concessões que
incluía aeroportos, portos e ferrovias, com a expectativa de gerar 198 bilhões de reais. Grande parte
do programa nunca saiu do papel. Diante de anúncios diários de medidas pouco debatidas às
vésperas de um ano eleitoral, o novo pacote de Temer poderia ter o mesmo destino.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/26/economia/1503758227_512966.html, acesso em 22.09.2017.