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Egídio Alberto Marinho

Análise do Controlo das Despesas Públicas: Estudo de caso da Assembleia Provincial da


Zambézia no período (2017-2018).

Licenciatura em Contabilidade com Habilitação em Auditoria

Universidade Licungo

Quelimane

2019
Egídio Alberto Marinho

Análise do Controlo das Despesas Públicas: estudo de caso da Assembleia Provincial da


Zambézia no período (2017-2018).

Licenciatura em Contabilidade com Habilitações em Auditoria

Monografia científica a ser


apresentado na Escola Superior de
Contabilidade e Gestão, para obtenção
do grau de Licenciatura em
Contabilidade com Habilitações em
Auditoria.

Supervisor: Dr. Raide Covua.

Universidade Licungo

Quelimane

2019
ii

Índice
Lista de tabelas ............................................................................................................................... vi

Lista de abreviaturas. .................................................................................................................... vii

Declaração.................................................................................................................................... viii

Dedicatória. .................................................................................................................................... ix

Agradecimentos. ............................................................................................................................. x

Resumo .......................................................................................................................................... xi

Abstract. ........................................................................................................................................ xii

Introdução. .................................................................................................................................... 13

Capítulo I – Elementos de pesquisa. ............................................................................................. 15

1.1.Delimitação do tema. .............................................................................................................. 15

1.2. Problematização. .................................................................................................................... 15

1.3. Justificativa. ........................................................................................................................... 16

1.4. Objectivos. ............................................................................................................................. 16

1.4.1. Objectivo geral. ................................................................................................................... 16

1.5. Questões de investigação. ...................................................................................................... 17

1.6.Metodologia. ........................................................................................................................... 17

1.6. 1.Tipo de Abordagem. ........................................................................................................... 18

1.6.2. Técnicas e Instrumentos de Colecta de Dados. ................................................................... 18

1.6.3. Técnicas de análise e interpretação de dados. ..................................................................... 20

1.7. População e Amostra. ............................................................................................................ 21

1.7.1. População. ........................................................................................................................... 21

1.7.2. Amostra. .............................................................................................................................. 21

2.1. Conceitos relacionados com a contabilidade na Administração Publica. .............................. 23


iii

2.2 SISTAFE (Sistema da Administração Financeira do Estado). ............................................... 24

2.3 Despesa na Administração Pública. ........................................................................................ 25

2.4 Classificação das despesas públicas........................................................................................ 27

2.4.1.Despesas Orçamentais. ........................................................................................................ 27

2.4.1.1. Classificação por esfera orçamentária. ............................................................................ 28

2.4.1.2. Classificação institucional. .............................................................................................. 28

2.4.1.3. Classificação funcional. ................................................................................................... 29

2.4.1.4. Classificação Económica. ................................................................................................ 29

2.4.2. Despesas Extra-Orçamentais. ............................................................................................. 30

2.5. Realização da despesa pública. .............................................................................................. 31

2.5.1. Estágios ou Fases da realização da despesa pública. .......................................................... 31

2.5.2.Normas e Procedimentos para realização das despesas públicas. ........................................ 32

2.6. Controlo Interno na Administração Pública. ......................................................................... 32

2.7. Tipos de Controlo da despesa pública. .................................................................................. 35

2.7.1. Controlo Interno da despesa pública. .................................................................................. 35

2.7.2. Controlo Externo da despesa pública. ................................................................................. 36

2.8. Princípios norteadores da administração pública e controlo e interno. ................................. 36

2.9. Funções do Controlo Interno. ................................................................................................ 38

2.10. Fiscalização e Inspecção da despesa pública. ...................................................................... 39

2.10.1. Entidades sujeitas a fiscalização prévia das despesas públicas. ....................................... 39

2.10.2. Entidades sujeitas à fiscalização das despesas públicas. .................................................. 40

2.11. Auditoria das despesas públicas........................................................................................... 40

2.12. Prestação de contas. ............................................................................................................. 41

2.12.1. Tipos de prestação de contas............................................................................................. 42


iv

III. Apresentação, análise e interpretação de dados. ..................................................................... 43

3.1. Apresentação. ......................................................................................................................... 43

3.1.1. Descrição da Instituição. ..................................................................................................... 43

3.1.2. Funções Departamento de Administração e Finanças. ....................................................... 43

3.1.3. Avaliação dos mapas de execução orçamental. .................................................................. 44

3.1.3.1. Execução orçamental na APZ durante o exercício económico de 2017. ........................ 44

3.1.3.2. Execução orçamental na APZ durante o exercício económico de 2018. ........................ 45

3.1.3.3. Variação da dotação orçamental disponível de 2017 a 2018. ........................................ 46

3.2. Análise e interpretação de dados............................................................................................ 47

3.3. Faixa etária dos funcionários afectos no DAF. ...................................................................... 47

3.4. Nível académico dos funcionários entrevistados. .................................................................. 47

3.5. Tempo de serviço no Departamento de Administração e Finanças. ...................................... 48

3.6. Existência de Inconveniencia do não uso de Sistafe. ............................................................. 48

3.7. Conhecimentos dos técnicos acerca do SISTAFE. ................................................................ 49

3.8. Fases ou estágios da realização das despesas públicas na APZ. ............................................ 49

3.9. Normas e procedimentos seguidos até a realização das despesas públicas na APZ. ............. 50

4. Regime contabilístico adoptado para as despesas públicas na APZ. ........................................ 50

4.1. Prestação de contas efectuadas pela entidade. ....................................................................... 51

4.2. A principal lei obedecida no controlo das despesas públicas na APZ. .................................. 51

4.3. Tipos de controlo utilizados pela entidade............................................................................. 51

4.4. Departamento que vela pela fiscalização e controlo interno das despesas públicas na APZ. 51

4.5. Entidades que velam pela fiscalização e controlo externo das despesas públicas da entidade.
....................................................................................................................................................... 52

4.6. Aplicação de procedimentos no controlo da despesa pública pelos gestores públicos da APZ.
....................................................................................................................................................... 52
v

4.7. Procedimentos de controlo da despesa pública na APZ. ....................................................... 52

Conclusão...................................................................................................................................... 53

Sugestões....................................................................................................................................... 55

Bibliografia. .................................................................................................................................. 56

Apêndice. ...................................................................................................................................... 59

Apêndice1: Guião de Questionário. .............................................................................................. 59


vi

Lista de tabelas

Tabela1: Classificação da despesa orçamentária. ....................................................................................... 27

Tabela2: Balancete de execução do OE do ano 2017. ................................................................................ 45

Tabela3: Balancete de execução do OE do ano 2018. ................................................................................ 45

Tabela4: Varação do orçamento disponível 2017 a 2018. .......................................................................... 46

Tabela5: Faixa etária dos funcionários afectos no DAF. ............................................................................ 47

Tabela6: Nível académico........................................................................................................................... 47

Tabela7. Tempo de serviço. ........................................................................................................................ 48

Tabela8. Conhecimentos dos técnicos acerca do SISTAFE. ...................................................................... 49

Tabela9. Normas e procedimentos seguidos até a realização das despesas públicas. ................................. 50
vii

Lista de abreviaturas.

APZ: Assembleia Provincial da Zambézia.

SISTAFE: Sistema de Administração Financeira do Estado.

MAF: Manual de Administração Financeira e procedimentos contabilísticos.

OE: Orçamento do Estado.

DAF: Departamento de Administração e Finanças.

CUT: Conta única do tesouro.

CED: Classificação económica da despesa.

TA: Tribunal Administrativo.

AICPA: Comité de procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores Públicos


Certificados.
viii

Declaração.
Declaro por minha honra, que esta monografia científica é resultado da minha investigação e das
orientações do supervisor. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente citadas em notas bibliográficas.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico e esta é a primeira vez que submeto numa instituição académica
para obtenção do grau de Licenciatura em Contabilidade com habilitações e auditoria.

Quelimane, Novembro de 2019

__________________________________________
/Egídio Alberto Marinho/
ix

Dedicatória.
Dedico este trabalho ao meu pai Alberto Marinho e a minha mãe Jenita Matos Auzara que teve
uma morte precoce nesta caminhada da vida, dedico ainda a minha segunda mãe Angelina
Pereira, que também perdeu a vida após um acidente de viação, contribuíram significativamente
ao longo desta caminhada estudantil.
x

Agradecimentos.
Os meus agradecimentos vão em primeiro lugar, a Deus todo-poderoso que me concedeu a vida,
a saúde, força e sabedoria para esta grande caminhada, a minha família e, a minha Esposa
Amélia Cipriano Silvério em particular, pelo carinho e calor que sempre me deu para concretizar
este nobre sonho.

Agradeço ainda, a todos docentes da Escola Superior de Contabilidade e Gestão da Universidade


Pedagógica delegação de Quelimane, actual Universidade Licungo, em especial ao meu
supervisor Dr. Raide Covua que sempre esteve disponível para orientar-me durante a elaboração
da monografia.

Também quero deixar uma palavra de apreço, a todos aqueles que contribuíram de forma directa
e indirecta para a efectivação deste trabalho. Os meus colegas do curso de Contabilidade com
Habilitação em Auditoria, os meus amigos, colegas do trabalho e outras pessoas.
xi

Resumo
O presente trabalho tem como tema análise do controlo das despesas públicas, estudo de caso:
Assembleia Provincial da Zambézia no período (2017 – 2018), com principal objectivo de analisar o nível
de Controlo das despesas e compreender como é feita a realização da despesa pública. Se a despesa é
realizada de acordo os procedimentos e normas preconizadas pela lei no 9/2002 de 12 de Fevereiro, que
aprova o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE). A Administração Pública
Moçambicana, está em constante evolução no que diz respeito as normas procedimentos e princípios de
execução da despesa pública. Dai que houve uma necessidade de compreender e fazer uma análise sobre
controlo da despesa em particular na Assembleia Provincial da Zambézia. A escolha do tema deveu-se
pelo facto de se tratar de um tema muito importante na vida de qualquer instituição ou entidade pública, o
controlo das despesas públicas é preponderante para as Instituições obterem informações contabilísticas
mais consistentes e procedimentos de programação, execução do erário público, bem como produzir
informações de forma integrada e antecipada, concernente à administração financeira dos órgãos e
instituições do Estado. O trabalho apresenta o estudo realizado no sector de contabilidade no
Departamento de Administração e Finanças da Assembleia Provincial por meio da análise dos dados
internos, observação quotidiana e entrevista com gestores e responsáveis das áreas. De acordo o estudo
realizado o resultado mostra que o controlo da despesa pública na Assembleia Provincial da Zambézia
obedece a lei do SISTAFE, no entanto é preciso melhorar cada vez mais a aplicação dos procedimentos e
normas vigentes no MAF.

Palavra-chave: controlo da despesa pública.


xii

Abstract.
The present work has as theme analysis of the control of public expenditure, case study:
Zambezia Provincial Assembly in the period (2017 - 2018), with the main objective of assessing
the level of control of expenditure and understanding how the realization of public expenditure is
made if the expenditure is carried out in accordance with the procedures and standards prescribed
by law 9/2002 of the 12 February, which approves the state financial administration system
(SITAFE). The Mozambican Public Administration is constantly evolving as regards the rules,
procedures and principles for the execution of public expenditure. Hence there was a need to
understand and make an analysis of expenditure control in particular at the Zambezia provincial
Assembly. The choice of theme was due to the fact that it is a very important theme in the live of
any institution or public entity, public expenditure control is paramount for the institutions to
obtain more consistent accounting information and programming procedures, execution of the
public purse, as well as to produce information in an integrated and early manner, concerning the
financial administration of the state organs and institutions. The paper presents the study carried
out in the accounting sector in Department of Administration and Finance of the Provincial
Assembly through internal data analysis, daily observation and interviews with managers and
heads of the areas. According to the study carried out the result shows that the control of public
expenditure in the Zambezia Provincial Assembly is in accordance with the SISTAFE law,
however the application of the procedures and rules in force in the MAF needs to be increasingly
improved.

Keyword: Control of public expenditure.


13

Introdução.
A Administração Pública Moçambicana, está em constante evolução no que diz respeito as
normas procedimentos e princípios de execução da despesa pública. Dai que houve uma
necessidade de compreender e fazer uma análise sobre controlo da despesa em particular na
Assembleia Provincial da Zambézia.

Com o crescimento e desenvolvimento da economia Moçambicana, implica a criação de novos


desafios na implementação de novos sistemas, de modo a tornar cada vez mais eficaz e eficiente
o processo de controlo da despesa nas Instituições.

Segundo ANDRADE (2002:27), a contabilidade pública é uma ciência que regista, controla e
estuda os actos e factos administrativos e económicos operados no património público duma
entidade, possibilitando a geração de informações, variações e resultados sobre a composição
deste, auferidos por sua administração e pelos usuários.
Sendo a contabilidade pública uma ferramenta preponderante para registo das transacções
patrimoniais, financeiras bem como a contabilização, controlo e prestação de contas por parte
dos gestores públicos. É importante perceber como são feitas as operações financeiras no
Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE). De forma a garantir mais
confiabilidade e qualidade da informação financeira fornecida pelos contabilistas e gestores da
administração pública Moçambicana, em particular da Assembleia Provincial da Zambézia.

A lei no 9/2002 de 12 de Fevereiro, que cria o SISTFE preconiza que a partir de 1997 houve a
necessidade de se introduzir um novo sistema de contabilização e controlo da despesa pública,
para deixar de se usar regras utilizadas à mas de cem anos.

Ainda no que diz respeito ao controlo interno, no contexto da eficiência e eficácia na gestão
pública, o controlo interno tem um papel fundamental para atingir os objectivos no menor custo e
da melhor forma para oferecer a certeza de que os números registados nas demonstrações
financeiras são financeiras são confiáveis.

Cruz (2007:27) destaca o de certificar a efectividade e a oportunidade dos controlos internos,


bem como apontar soluções alternativas para melhoria do desempenho operacional, medir o grau
14

de atendimento da necessidade dos clientes e acompanhar mediante indicadores do nível de


eficiência e eficácia o desvio em relação ao desvio padrão.

Ainda no contexto da optimização das relações dos recursos das operações e produtos/serviços, o
que se configura numa mudança da política de gestão e da estrutura de funcionamento das
administrações públicas. Por isso o controlo público pode ser visto segundo Gerigk et al (2007:7)
como um resposta a essa nova realidade cuja implantação e estruturação nos entes públicos tem
por objectivo o acompanhamento e a colaboração na coordenação de acções com enfoque na
gerência.

No entanto, o presente trabalho tem particular enfoque a análise do controlo das despesas
públicas na Assembleia Provincial da Zambézia, cujo principal objectivo é de analisar o nível de
controlo da despesa e compreender como é feita a realização da despesa pública. Se a despesa é
realizada de acordo os procedimentos e normas preconizadas pela lei no 9/2002 de 12 de
Fevereiro, que aprova o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE).

O trabalho apresenta o estudo realizado no sector de contabilidade no Departamento de


Administração e Finanças da Assembleia Provincial por meio da análise dos dados internos,
observação quotidiana e entrevista com gestores e responsáveis das áreas.

O presente trabalho para além da parte introdutória apresenta três capítulos: no Capítulo I
constam os elementos de pesquisa tais como: a delimitação do estudo, o problema, a justificativa,
os objectivos, as questões de pesquisa, a metodologia usada, a população e a amostra. O Capítulo
II faz referência do marco teórico, onde apresentamos os conceitos e as respectivas citações e por
fim no Capítulo III faz referência a apresentação, análise e interpretação de dados e, depois a
conclusão, as sugestões, a bibliografia e apêndice.
15

Capítulo I – Elementos de pesquisa.

1.1.Delimitação do tema.
Entende-se por delimitação do tema o acto de colocar limites a uma investigação científica. De
acordo com Lakatos e Marconi (2003).

Sendo assim, a escolha do tema deste trabalho teve como motivação a análise do controlo das
despesas públicas e terá como linha de pesquisa contabilidade, finanças públicas e controlo
interno na Administração Pública, o estudo de caso será realizado na Assembleia Provincial da
Zambézia, no Departamento de Administração e Finanças (DAF) composto pelas áreas de
Administração, Finanças e do Aprovisionamento e Património. Compreenderá um período de 2
anos referentes os anos (2017 – 2018) com vista a colher dados do problema a ser estudado.

1.2. Problematização.
De acordo com BRAGA (1995:35),”nas empresas públicas bem como privadas, as actividades
relacionadas com a função financeira, geralmente, ficam sob a responsabilidade do chefe do
Departamento de administração e Finanças (entidade pública) e de um dos sócios (entidade
privada) ”.

A contabilidade constitui um dos conhecimentos mais antigos da humanidade e surgiu em função


da necessidade que o ser humano tem de controlar suas posses e riqueza, ou seja, seu património
(ÁVILA, 2006)

Em Moçambique, com a aprovação da Lei 09/2002 de 12 de Fevereiro, lei que cria o SISTAFE,
regulamentado pelo Decreto n.º 23/2004 de 20 de Agosto, e o Diploma Ministerial n.º 169/2007,
de 31 de Dezembro, observou-se mais um avanço instrumento de controlo das despesas públicas
em Moçambique. No entanto, o controlo dá ao administrador suporte e confiança na gestão do
património do Estado e ou, dos entes públicos. Este compreende uma relevante ferramenta na
prevenção e correcção, que deve ser operado com todo o rigor e independência, a fim de cumprir
as finalidades que se propõe. Qualquer entidade precisa de instrumentos e planos para
acompanhamento da execução e avaliação do cumprimento de normas e procedimentos
financeiros e administrativos que salvaguardem o património da mesma. Existem relatos que
indicam os inúmeros casos de práticas perversas sobre a gestão de fundos públicos, duplicação
16

de pagamentos de despesas indevidas aos funcionários e fornecedores de bens e serviços que


continuam abalando a confiança e a credibilidade da população, em relação as entidades públicas
moçambicanas.

Diante destes factos a questão que se coloca é:

Qual é o impacto do controlo das despesas públicas na Assembleia Provincial da Zambézia?

1.3. Justificativa.

A informação prestada pelos gestores públicos sobre a execução das despesas públicas é
preponderante para o país, partindo da ideia de que os recursos são escassos e a administração
pública tem como objectivo principal a prestação de serviços sociais ao público. Actualmente os
gestores financeiros e contabilistas públicos são exigidos por lei a aplicar regras, políticas e
princípios estabelecidos de modo a mostrar a situação financeira das entidades públicas, para o
melhor controlo do bem público e permitir a realização eficaz e económica das despesas
públicas. A motivação para o estudo deste tema e do local resultou das seguintes razões:
 Por se tratar de um tema muito importante na vida de qualquer instituição ou entidade
pública, o controlo das despesas públicas é preponderante para as Instituições obterem
informações contabilísticas mais consistentes e procedimentos de programação, execução
do erário público, bem como produzir informações de forma integrada e antecipada,
concernente à administração financeira dos órgãos e instituições do Estado.
 A relevância do estudo deste tema é uma larga medida de mais-valia, pois de certa forma
contribui significativamente em ajudar ao Estado a prestar muita atenção aos problemas
actuais, às oportunidades e prever o futuro das decisões tomadas pelo mesmo, não só,
mas também, os demais que o forem a consultar servirá de uma referência bibliográfica
para a efectividade de certos trabalhos de calibre didáctico, científico, social e mais.

1.4. Objectivos.
Constituem objectivos desta pesquisa científica:

1.4.1. Objectivo geral.


 Analisar o nível de Controlo das Despesas públicas na APZ.
17

1.4.2. Objectivos específicos.

 Verificar os procedimentos de controlo da despesa pública na APZ;


 Explicar o processo de contabilização da despesa pública na APZ;
 Conhecer as formas de controlo da despesa pública na APZ;

1.5. Questões de investigação.


 Será que os gestores públicos da APZ aplicam procedimentos adequados no controlo da
despesa pública?
 Como é feita a contabilização da despesa pública na APZ?
 Quais são as formas de controlo da despesa pública na APZ?

1.6.Metodologia.
A metodologia utilizada para a elaboração da monografia tem por finalidade demonstrar os
procedimentos necessários para que os objectivos propostos sejam alcançados, sendo assim para
tornar possível a implementação do trabalho usou-se pesquisa bibliográfica e documental para
extrair o máximo de informação sobre a análise do controlo das despesas públicas, que baseou-se
na recolha de informações na instituição onde foi feito o estudo bem como em livros
especializados na área, revistas e periódicos, bem como na internet.

Segundo TEIXEIRA (2006:72) É através da metodologia que se estuda, descreve e explica os


métodos que se vão aplicar ao longo do trabalho, procurando garantir a exactidão e legitimidade
dos resultados de forma a sistematizar os procedimentos adoptados durante as várias etapas. A
metodologia tem como vantagem analisar as características dos vários métodos disponíveis,
observando as suas vantagens e desvantagens.

Para (Denise 2009) “ a metodologia é a ciência compreendida por meio da sistematização


dos processos a serem desenvolvidos no decorrer do estudo e/ou pesquisa académica para
gerar conhecimento. Deste modo, a metodologia vai descrever quais são os métodos e
instrumentos empregados para realização da pesquisa científica. O importante para
metodologia é validar os passos percorridos a fim de alcançar objectivos apresentados na
pesquisa, mostrando o raciocínio utilizado pelos pesquisadores para interpelar o objecto
de estudo.”

Sendo assim, o presente trabalho fala sobre a “Analise do controlo das despesas públicas no caso
da Assembleia Provincial da Zambézia” o estudo realizado é do tipo exploratório, qualitativo. A
18

pesquisa deste tipo tem como objectivo, relatar, explicar sem alterar conceitos e ideias, com vista
a formulação do problema mais preciso ou hipóteses pesquisáveis para análise seguinte.

Assim, segundo GIL (2002:42), a pesquisa exploratória visa “proporcionar maior familiaridade
com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”.

1.6. 1.Tipo de Abordagem.


A pesquisa que se levou acabo é do tipo exploratória, com a conjugação de métodos qualitativos,
a partir da aplicação de uma entrevista contendo questões abertas.

Na visão de SILVA & MENEZES (2001:21) “a pesquisa exploratória envolve levantamento


bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiência prática com o problema
pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão”. Assume, em geral, as formas
de Pesquisas Bibliográficas e Estudo de Caso.

A abordagem quantitativa consiste em colocar a um conjunto de inquiridos, geralmente


representativo de uma população, uma série de perguntas pré-codificadas relativas a sua
situação social, profissional ou familiar, as suas opiniões, a sua atitude em relação a
opções ou a questões humanas e sociais, as suas expectativas, ao seu nível de
conhecimentos ou de consciência de um acontecimento ou de um problema, ou ainda
sobre qualquer outro ponto que interesse os investigadores. Na visão de QUIVY &
CAMPENHOUTD citado por XAVIER (2010:36).

Ainda no que diz respeito a metodologia de procedimento foram aplicados também os seguintes
métodos: método de estudo de caso que consistiu em particularizar o tema de modo a permitir
uma maior compreensão do tema em estudo, e neste caso o estudo foi direccionado na
Assembleia Provincial da Zambézia

1.6.2. Técnicas e Instrumentos de Colecta de Dados.


Neste trabalho científico foram usadas as seguintes técnicas: pesquisa bibliográfica, a entrevista
e a observação.

Observação: segundo RICHARDSON (1999:259),“é imprescindível em qualquer processo de


pesquisa científica, pois ela tanto pode conjugar-se a outras técnicas de colecta de dados como
pode ser empregada de forma independente e/ou exclusivas.”
19

Em linguagem comum, a observação é o exame minucioso ou a mirada atenta sobre um


fenómeno no seu todo ou em algumas das suas partes. Cientificamente, a observação não é
apenas uma das actividades da vida diária, torna-se uma técnica científica à medida que serve a
um objectivo formulado de pesquisa, é sistematicamente planificada, registada e ligada a
proposições mais gerais e, em vez de ser apresentada como conjunto de curiosidades
interessantes, é submetida a verificações e controlo de validades e precisão.

Para o presente estudo, usou-se uma observação do tipo participante e trabalho de campo, que
decorreu na Assembleia Provincial da Zambézia para colher informações que darão suporte as
nossas conclusões.

Trabalho de Campo ou pesquisa de campo:


De acordo, Trujillo (1982:229) “Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objectivo de
conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se
procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir
novos fenómenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de factos e fenómenos
tal como ocorrem espontaneamente, na colecta de dados a eles referentes e no registo de
variáveis que se presume relevantes, para analisá-los. A pesquisa de campo propriamente
dita "não deve ser confundida com a simples colecta de dados (este último corresponde à
segunda fase de qualquer pesquisa); é algo mais que isso, pois exige contar com controlos
adequados e com objectivos preestabelecidos que descriminam suficientemente o que
deve ser colectado.”

Para concretização do trabalho usou-se a pesquisa de campo essencialmente a recolha de dados,


tendo em conta os objectivos do trabalho, bem como a entrevista semi-estruturada para colher
informações e opiniões dos funcionários, do Departamento da Administração e Finanças nas
áreas de Administração, Finanças e Património na Assembleia Provincial da Zambézia como
forma de compreender, em profundidade, o problema em estudo.
Entrevista: segundo GIL (1999:65), “entrevista é uma técnica de pesquisa que visa obter
informações de interesse a uma investigação, onde o pesquisador formula perguntas
orientadas, com um objectivo definido, frente a frente com o respondente e dentro de uma
interacção social”. Esta técnica permitiu colher informações junto dos elementos
seleccionados na amostra.

Para LAKATOS & MARCONI (2003:92) a “Entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim
de que uma delas obtenha, informação a respeito de determinado assunto, mediante uma
conversa de natureza profissional.”
20

De modo geral, a entrevista é a aquisição de dados de alguém sobre um dado facto. Podendo ser
duma forma desestruturada, visto que não é rígido podendo-se explorar mais questões. Tais
entrevistas tiveram o intuito de compreender o funcionamento da organização, em termos
estratégicos e operacionais; analisar a capacitações técnicas dos funcionários e sua interferência
nas actividades e estratégias do Departamento de Administração e Finanças.

RICHARDSON (1989:148) afirma que “uma das grandes vantagens das perguntas abertas é a
possibilidade de o entrevistado responder com mais liberdade, não estando restritivo a marcar
uma ou outra alternativa”.

O tipo de entrevista que se realizou nesta pesquisa é Padronizada ou Estruturada, que de acordo
Lodi (1974:16)
“É aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as
perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Ela se realiza de acordo com um
formulário elaborado e é efectuada de preferência com pessoas seleccionadas de acordo
com um plano. O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas
perguntas, permitindo que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de
perguntas, e que as diferenças devem reflectir entre os respondentes e não diferenças nas
perguntas.”

Pesquisa bibliográfica: foram consultadas bibliografias relacionadas ao tema em estudo.

Na visão de GIL (2002:63), “desde que se tenha decidido que a solução de um problema seja
procurada a partir de material já elaborado, como livros, revistas, dissertações, artigos,
publicações periódicas, aí estamos em presença da pesquisa bibliográfica”.

Neste método, o trabalho baseou-se essencialmente na identificação, leitura e análise de


informações que constam nos livros, monografias, legislação, jornais, relatórios, publicações
parlamentares, documentos jurídicos, decretos e artigos científicos que tratam de assuntos
relacionados com o tema.

1.6.3. Técnicas de análise e interpretação de dados.


Segundo May (2004:165), “a técnica de codificação é um dos métodos convencionais que se
efectua na codificação das respostas abertas para facilitar a comparação. Este procedimento tem
uma larga vantagem porque permite que através dos números e letras a codificar respostas, e
deles fazer uma comparação e análise das mesmas.”
21

Os dados qualitativos após a recolha, serão agrupados em função da proximidade das respostas.
Durante a sua interpretação, os mesmos serão apresentados descritivamente e em tabelas de
modo analisar as informações colhidas dos entrevistados e trabalho.

1.7. População e Amostra.


1.7.1. População.

Para LAKATOS e MARCONI (2003:96).

“A população a ser pesquisada ou o universo da pesquisa, é definida como o conjunto de


indivíduos que partilham, pelo menos uma característica comum”.

E em paralelo a afirmação acima, RICHARDSON (1999:157), “Fundamenta que universo ou


população é o “conjunto de elementos que possuem determinadas características”. De modo
geral, fala-se da população ao se referir a todos os habitantes de um determinado lugar com
características comuns.”

Assim a população que representa os funcionários da Assembleia Provincial da Zambézia é de


25, sendo 12 mulheres e 13 homens, estes que desempenham suas actividades em diferentes
departamentos.

1.7.2. Amostra.

Segundo LEVIN (1985:19)


“O pesquisador trabalha com o tempo, energia e recursos económicos limitados, raras vezes ele
estuda individualmente todos os sujeitos da população na qual está interessado. Em lugar disso, o
pesquisador estuda uma amostra que constitui de um número menor de sujeitos tirados de uma
determinada população.”
O estudo foi formado com base nos funcionários da Assembleia Provincial da Zambézia em
particular do Departamento de Administração e Finanças (DAF) composto por 13 funcionários
dos quais 8 funcionários ligados a contabilidade, é que serviram de amostra. Deste processo de
amostragem, buscou-se generalizar conclusões da amostra para a população toda, da qual essa
amostra será extraída.
22

A escolha dos funcionários julgou-se significativa por ser uma amostra capaz de exprimir a real
situação do controlo da despesa pública naquela instituição e responder fidedignamente a questão
de partida.

No entanto usou-se uma amostragem não-probabilística, visto que a escolha dos elementos da
amostra foi feita de forma não-aleatoria, dai que destinou-se aos funcionários do DAF da
Assembleia Provincial da Zambézia.
23

Capitulo II – Fundamentação Teórica.

Este capítulo é constituído pela revisão de literaturas com base em livros, manuais, internet, Leis,
regulamentos que versam sobre o assunto. Faz menção aos principais tópicos sobre conceitos
relacionados a despesa pública, contabilização da despesa pública e controlo das despesas
públicas e outros tópicos pertinentes.

2.1. Conceitos relacionados com a contabilidade na Administração Publica.


“Administração Pública é todo o aparelho do Estado, pré-ordenado à realização de seus
serviços, visando a satisfação das necessidades colectivas”. KOHAMA, (2001:31).
“Finanças Públicas: designam a actividade económica dum ente público tendente a afectar bens
à satisfação de necessidades que lhe estão confiadas”. FRANCO, (2001:3).
Para FORTES, (2002:70)
“O Orçamento é uma prévia autorização do poder legislativo para que se realizem
receitas e despesas dum ente público, obedecendo a um determinado período de tempo.
Por meio do orçamento podemos verificar a real situação económica do Estado,
evidenciando os seus gastos com a saúde, educação, saneamento, obras públicas, etc”.

“Orçamento Público é um documento directivo do Estado onde se define a política da receita e


despesa a prosseguir, num determinado período.” FRANCO, (2002:51).
Deste modo, pode-se concluir que o Orçamento público define a previsão das receitas e a fixação
das despesas públicas.

“Património Público constitui o conjunto de bens, valores, créditos e obrigações de conteúdo


económico em moeda que o Estado possui e utiliza na consecução dos seus objectivos.”
BEZERRA FILHO, (2005:127).
“Património público por analogia compreende o conjunto de bens, direitos e obrigações
avaliáveis em moeda corrente, das entidades que compõem a administração pública.”
KOHAMA, (2001:213-214).
Dos dois últimos conceitos acima citados, pode chegar-se a conclusão que o património público
é um conjunto de valores sob responsabilidade das entidades públicas, com o objectivo de
satisfazer as necessidades públicas.
“Bens públicos são o conjunto de meios pelos quais o estado desenvolve suas actividades de
prestação de serviços à comunidade”. BEZERRA FILHO, (2005:127-128).
24

Para KOHAMA, (2001:214) “Bens públicos são as utilidades postas à disposição do povo de
forma gratuita ou remunerada, conforme dispuser a legislação específica.”
Deste modo geral pode-se afirmar que bens públicos visão a satisfação das necessidades
publicas, sem nenhuma compensação monetária.

Segundo PISCITELLI et al, (2002:21).


“Contabilidade Pública constitui uma das subdivisões da contabilidade, aplicada a
diferentes tipos de actividades e de entidades. Seu campo de actuação é, assim, o das
pessoas jurídicas de direito público, bem como o de algumas das suas entidades
vinculadas, estas pelo menos quando utilizam recurso a conta do orçamento público.”

Para não se limitar apenas ao conceito sobre a contabilidade pública acima citado, no entender de
ANGÉLICO (1994:107), “a Contabilidade pública é a disciplina aplicada na administração
pública, as técnicas de registos e apuramentos contabilísticos em harmonia com as normas gerais
do direito financeiro.”

Com os conceitos acima citados pode-se afirmar que a contabilidade é instrumento de registo e
controlo do património público e privado.

2.2 SISTAFE (Sistema da Administração Financeira do Estado).


O SISTAFE estabelece e harmoniza regras e procedimentos de programação, gestão, execução e
controlo do erário público, de modo a permitir o uso eficaz e eficiente, bem como produzir a
informação de forma integrada e atempada, concernente a administração financeira dos órgãos e
instituições do Estado. (nº 3 do artigo 1 da Lei nº 09/2002, de 12 de Fevereiro).
Ainda de acordo com o nº 2 do artigo 1 da mesma lei, o SISTAFE compreende os subsistemas
seguintes:
 Subsistema do Orçamento do Estado: que compreende todos órgãos ou instituições do
Estado que intervêm nos processos de programação e controlo orçamental;
 Subsistema da Contabilidade Pública: que compreende todos órgãos ou instituições do
Estado que intervêm nos processos de execução orçamental, recolha, acompanhamento e
processamento das transacções susceptíveis de produzir ou produzam modificações no
património do Estado;
25

 Subsistema do Tesouro Público: que compreende todos órgãos ou instituições de


Estado que intervêm nos processos de programação e captação de recursos e gestão de
meios de pagamento;
 Subsistema do Património do Estado: que compreende todos órgãos ou instituições do
Estado que intervêm nos processos de administração e gestão dos bens patrimoniais do
Estado; e
 Subsistema do Controlo Interno: que compreende todos órgãos ou instituições do
Estado que intervêm na inspecção e auditoria nos processos de arrecadação, cobrança e
utilização dos recursos públicos.

Segundo o nº 1 do artigo 99 do Decreto nº 23/2004, de 20 de Agosto, o Sistema electrónico de


Administração Financeira do Estado (e-SISTAFE) é o sistema informático que suporta o
SISTAFE, dividido nos seguintes módulos, a fim de atender todos procedimentos previstos no
regulamento e nos seus instrumentos complementares.
Ainda de acordo com o nº 2 do mesmo artigo, os módulos do e-SISTAFE são:
 Módulo de elaboração orçamental, que apoia a elaboração da proposta do orçamento do
Estado;
 Módulo de execução orçamental, que apoia a execução do orçamento do Estado;
 Módulo de gestão de informação, que apoia a geração de informações obtida a partir dos
demais módulos do e-SISTAFE, propiciando a acção de controlo interno e externo e da
Administração Publica;
 Módulo de gestão do património do Estado, que apoia a administração do património do
Estado;
 Módulo de gestão de salários e pensões, que apoia a elaboração da folha de salários e
pensões dos funcionários e pensionistas;
 Módulo de gestão da dívida pública, que apoia a administração da divida do Estado;
 Módulo de gestão de rede de cobrança, que a administração da rede de cobrança.

2.3 Despesa na Administração Pública.


Os serviços públicos, tais como a educação, saúde, defesa e segurança e outros são feitos através
das despesas públicas.
26

Para Andrade (2002, p 75)


“Despesa constitui-se toda saída de recurso ou de todo pagamento efectuado a qualquer
título, pelos agentes pagadores para saldar gastos fixados na lei do orçamento ou em lei
especial e destinado a execução dos serviços públicos, entre eles custeios investimentos,
além dos aumentos patrimoniais, pagamentos de dívidas, devolução de importâncias
recebidas a título de acção, depósitos e consignações.”

“Constitui despesa pública, o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito


público para o funcionamento dos serviços públicos. Nesse sentido, a despesa é a parte do
orçamento, ou seja, é onde se encontram classificadas todas autorizações para gastos com várias
atribuições e funções governamentais.” FORTES, (2002:139).
SILVA citado por BEZERRA FILHO (2005:61), “define despesa pública, como sendo todos os
desembolsos efectuados pelo Estado no atendimento aos serviços e encargos assumidos no
interesse geral da comunidade, nos termos da constituição, das leis ou em decorrência de
contractos ou outros instrumentos.”
“Despesa pública caracteriza um dispêndio de recursos do património público, representado
essencialmente por uma saída de recursos financeiros, imediata (com redução de disponibilidade)
ou mediata (com reconhecimento da obrigação).” PISCITELLI et al, (2002:149).
Segundo JUND, (2008 )

“Despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos a fim de


saldar gastos fixados na lei do orçamento ou em lei especial, visando a realização e ao
funcionamento dos serviços públicos. A despesa faz parte do orçamento e correspondente
as autorizações para gastos com as várias atribuições governamentais”.

Sendo assim, a despesa pública também pode ser definida como conjunto de gastos realizados
pelos entes públicos para custear os serviços públicos que são as despesas correntes prestados a
sociedade ou para a realização de investimentos que são as despesas de capital.

“Na contabilidade, despesa é definida como consumo de bens ou serviços, o qual ajuda produzir
uma receita e quando diminui um activo ou aumenta o passivo, a despesa é realizada com o
objectivo de gerar uma receita, onde ambas são confrontadas no final do exercício para a
apuramento de resultado.” De acordo (ARAÚJO; ARRUDA, 2009; IUDÍCIBUS, 2007).

De acordo com o nº 1 do artigo 15 da Lei n° 09/2002, de 12 de Fevereiro, constitui despesa


pública, todo dispêndio de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua proveniência
27

ou natureza, gastos pelo Estado, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra
obrigado à reposição dos mesmos.
Das definições acima citadas, nota-se que as despesas públicas são os gastos feitos numa
entidade pública que visam a prestação de serviços públicos.

2.4 Classificação das despesas públicas.


Em geral as despesas públicas dividem-se em dois grandes grupos que são: Despesas
Orçamentais e Despesas Extra-Orçamentais.

2.4.1.Despesas Orçamentais.
Para KOHAMA (2001:109), “a despesa orçamental é aquela cuja realização depende da
autorização legislativa. Não se pode realizar sem crédito orçamental correspondente; em outras
palavras é aquela que integra o orçamento, despesa discriminada e fixada no orçamento público.”

Para reforçar a definição acima, FORTES (2002:146), “afirma que a despesa orçamental
corresponde à todos os factos representativos de saída de recursos, excepto as devoluções de
terceiros (cauções, depósitos judiciais para recursos, etc.) e das operações de crédito por
antecipação da receita orçamental e os pagamentos de passivos financeiros anteriores (restos a
pagar).”
Segundo o nº 1, b) do artigo 23 da Lei nº 09/2002 de 12 de Fevereiro a despesa orçamental é
classificada de acordo com os critérios orgânico, territorial, económico e funcional.

Tabela1: Classificação da despesa orçamentária.


Blocos de estrutura Item da estrutura Questões

Classificação por Esfera Esfera orçamentária Em qual Orçamento?

Classificação institucional Órgão Unidade Orçamentária Quem faz?

Classificação Funcional Função Sub-função Em que área da despesa a


acção Governamental será
realizada?
28

Estrutura Programática Programa O que fazer?

Informações Principais do  Objectivo Para que é feito?

Programa  Problema a resolver Por que é feito?

 Público-alvo Para quem é feito?

 Indicadores Quais as medidas?

Informações Principais da  Acção Como fazer?

Acção  Descrição O que é feito?

 Finalidade Para que é feito?

 Forma de Como é feito?


Implementação
Quais as fases?
 Etapas
Qual o resultado?
 Produtos
Onde é feito?
 Subtítulo

Fonte: Manual técnico de orçamento-2011 disponível em www.planejamento.gov.br

2.4.1.1. Classificação por esfera orçamentária.


A classificação da despesa por esfera orçamentaria identifica o tipo de orçamento que esta sendo
utilizado.

2.4.1.2. Classificação institucional.

Compreende a obediência da estrutura organizacional das entidades, ou seja respeitando os


órgãos do governo e suas respectivas unidades orçamentárias.
De acordo com o artigo 56 do Decreto nº 23/2004, de 20 de Agosto, o classificador orgânico tem
como objectivo principal, identificar o órgão ou instituição do Estado beneficiário de uma
parcela do Orçamento do Estado ou de uma parcela do Património do Estado.
29

Segundo ANDRADE, (2002:76).

“Esta classificação ocorre quando a estrutura organizacional da entidade ou órgão é obedecida,


adequando-se às actividades afins. Consiste na discriminação dos créditos orçamentais pelos
órgãos que integram a estrutura administrativa e que vão realizar as tarefas que lhes compete no
processo de trabalho.”

De modo geral a classificação institucional, compreende a obediência da estrutura organizacional


das entidades, ou seja respeitando os órgãos do governo e suas respectivas unidades
orçamentárias.

2.4.1.3. Classificação funcional.


Segundo ANDRADE, (2002:77).

“Esta classificação ocorre quando tem por finalidade delimitar a despesa, definindo-a por
sua função, ou seja, pelo maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que
competem ao sector público. A classificação funcional subdivide-se em funções e
subfunções, com a finalidade de reflectir as políticas, directrizes, objectivos no
planeamento das acções dos administradores públicos.”

De acordo com KOHAMA (2003, p 116) “entende como função o maior nível de agregação das
diversas áreas de despesas que competem ao sector público e como subfunção uma partição da
função que visa agregar determinado subconjunto de despesa do sector público.”

De acordo com o artigo 46 do Decreto nº 23/2004, de 20 de Agosto, o classificador funcional


tem como objectivo agrupar os gastos públicos por áreas de acção governamental e é estruturado
em 2 (dois) níveis, em que o primeiro indica a função e o segundo indica a subfunção.

No nosso entender esta classificação dá um em foque que permite ao governo a discriminação


ordenada através da classificação funcional programática.

2.4.1.4. Classificação Económica.


Segundo o nº 2 do artigo 23 da Lei nº 09/2002, de 12 de Fevereiro, a classificação económica,
tanto da receita como da despesa, compreende as duas categorias seguintes: despesas correntes e
despesas de capital.
30

De acordo KOHAMA (2001:111),


“Despesa orçamental é classificada de duas categorias económicas, que são as bases:
despesas correntes e despesas de capital. Onde verifica-se que as despesas correntes são
os gastos de natureza operacional, realizados pela administração pública, para a
manutenção e funcionamento dos seus órgãos; e as despesas de capital são os gastos
realizados pela administração pública, cujo propósito é o de criar novos bens de capital
ou mesmo de adquirir bens de capital já em uso, como é o caso dos investimentos, que
constituirão, em última análise, incorporações ao património público de forma efectiva ou
através de mutação patrimonial.”

Para João Angélico (1994:63), despesa orçamental é classificada em categorias económicas


estruturadas em dois grupos: despesas de correntes e despesas de capital.
De acordo com o artigo 50 do Decreto nº 23/2004, de 20 de Agosto, o classificador económico
da despesa tem como objectivo identificar a natureza das despesas. Este classificador é
estruturado em 5 (cinco) níveis, nomeadamente:
 1º Nível: indica a categórica económica das despesas correntes e de capital;
 2º Nível: indica o grupo agregado da despesa;
 3º, 4º e 5º Níveis: indicam a desagregação da despesa.
Apesar dos conceitos acima citados serem unânimes em realçar que economicamente as despesas
orçamentais classificam-se em despesas correntes e despesas de capital, a classificação
económica das despesas públicas acrescenta as operações financeiras.

2.4.2. Despesas Extra-Orçamentais.


Para KOHAMA (2001:109),
“Despesa extra-orçamental é aquela paga a margem da lei orçamental e, portanto,
independentemente da autorização legislativa, pois se constitui em saídas de passivos
financeiros, compensatórios de entrada no activo financeiro, oriundos de receitas extra-
orçamentais, correspondendo a restituição ou entrega de valores recebidos, como
cauções, depósitos, consignações e outros”.

“Também constituem despesas extra-orçamentais os pagamentos que não dependem de


autorização legislativa; àqueles que não estão vinculados ao orçamento público; não integram o
orçamento. Correspondem à restituição ou entrega de valores arrecadados sob o título de receita
extra-orçamental.” ANGÉLICO, (1994:64).
31

2.5. Realização da despesa pública.


A contabilidade pública só permite realizar despesas que estejam previamente autorizadas, por
isso, além da necessidade explícita, os órgãos fiscalizadores forçam os administradores dos
recursos públicos a planearem o seu orçamento o mais próximo possível da realidade, ou seja,
formalizar em relatórios, com estimativas de receitas e fixação das despesas, a fim de cumprirem
esse ditame legal. ANDRADE, (2002:57).

2.5.1. Estágios ou Fases da realização da despesa pública.


Os estágios caracterizam importantes funções da Administração Pública e devem ser adoptados
com o objectivo não só de assegurar a qualidade das operações, em termos de eficiência e
eficácia, como também para resguardar a administração de possíveis erros, fraudes ou desvios,
de modo a garantir transparência e fiabilidade dos actos dos dirigentes públicos. (ANDRADE,
2002:96).
Para BEZERRA FILHO (2005:80-84), as fases da realização das despesas públicas são as
seguintes:
 Autorização ou fixação: o governo deve ter a autorização legislativa, que pode efectuar-
se através da aprovação do orçamento ou mediante abertura de créditos adicionais;
 Programação: que visa dois momentos na fase preliminar do processamento da despesa, o
primeiro momento define as prioridades a serem atendidas num determinado período,
normalmente um bimestre; permite o comprometimento da despesa através do empenho,
celebração de contracto; e segundo define o cronograma de pagamentos das despesas já
em compromisso, que, geralmente, é por um período menor (semana, quinzena ou mês),
conforme as disponibilidades financeiras para o mesmo;
 Licitação: é o conjunto de procedimentos administrativos que tem como objectivo a
procura e a escolha das melhores condições para o Estado adquirir materiais, contratar
obras e serviços, ceder ou alienar bens a terceiros, bem como fazer concessões de
serviços públicos, sempre observando, dentre outros, os princípios de oportunidade, da
universalidade e da livre concorrência entre os licitantes;
 Empenho: que consiste no comprometimento de parcela do orçamento com uma
determinada despesa, ou seja, é o destaque do orçamento para uma pessoa física ou
jurídica, mediante a emissão dum documento denominado meta do empenho;
32

 Liquidação: que consiste, basicamente, se a mesma esta em condições de ser paga; e


 Pagamento: que consiste na entrega do numerário ao credor ou beneficiário, mediante
termo de quitação do débito.
De acordo com KOHAMA (2001:151-152), as fases da realização das despesas são:
 Fixação;
 Empenho; e
 Pagamento.
Segundo o nº 1 do artigo 30 da Lei nº 09/2002, de 12 de Fevereiro, a realização das despesas
compreende as três fases seguintes:
 Cabimento: acto administrativo de verificação, registo e cativo do valor do encargo a
assumir pelo Estado;
 Liquidação: apuramento do valor que efectivamente há a pagar e a emissão da
competente ordem de pagamento;
 Pagamento: entrega da importância em dinheiro ao titular do documento das despesas.

2.5.2.Normas e Procedimentos para realização das despesas públicas.


Segundo a Lei nº 09/2002, de 12 de Fevereiro, as normas a observar para a realização das
despesas públicas são as seguintes:
 Inscrever a despesa: a despesa tem que constar da relação de pagamentos e tem que
possuir uma origem;
 Legalidade da despesa: a despesa tem que possuir um enquadramento legal, ou seja, é
autorizada pela lei;
 Cabimento orçamental: a despesa tem que ter um orçamento para suportá-la;
 Liquidez: devem existir fundos para pagar a despesa.

2.6. Controlo Interno na Administração Pública.


As discussões sobre controlo são cada vez mais frequentes no meio empresarial e adquire maior
ênfase sempre que ocorrem escândalos, crises, fraudes, grandes prejuízos ou fracassos de
grandes companhias nacionais ou estrangeiras, impulsionando os debates sobre o valor e a
importância dos controles internos.
33

“A utilização dos controlos garante a continuidade do fluxo de operações e informações


organizacionais, que se tornam necessários quando o crescimento da empresa em volume, nas
diversificações de produtos, locais diferenciados de produção, no processo de vendas a clientes
distantes e até de segmentação diversa de novos produtos, torna-se mais difícil o controlo de
todas as operações e transacções” ATTIE, (2011, p. 112-113).
Para o Comité de Pronunciamentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores Públicos
Certificados (AICPA, 2011) “o controle interno compreende o plano de organização, a
organização de métodos e medidas, adoptados pela empresa para assim proteger seu património,
verificar a exactidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência
operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração.”
A descrição dada por ATTIE, (2011, p. 112)
“Refere-se ao conceito da AICPA afirmando que mesmo os planos, políticas, sistemas e
organização estejam adequadamente planejados, a eficiência administrativa será
comprometida se a empresa não dispuser de um quadro pessoal dimensionado às
necessidades internas, actuando de forma capaz, eficiente e motivado. Assim, o controlo
interno compreende todos os meios planejados numa empresa para dirigir, restringir,
governar e conferir suas várias actividades com o propósito de fazer cumprir seus
objectivos.”

Portanto, o mesmo autor atesta que os meios de controlo são compostos por várias instâncias, as
quais se incluem: a forma de organização, políticas, sistemas, procedimentos, inventários,
instruções, padrões, comités, plano de contas, estimativas, orçamentos, relatórios, registos,
métodos, projectos, segregação de funções, sistema de autorização, de aprovação, conciliação,
análise, custódia, arquivo, formulários, manuais de procedimentos, dentre outros.
Percebe-se então que o controlo interno gira em torno dos aspectos administrativos e contábeis
no âmbito das empresas. Paralelamente, os apontamentos de ALMEIDA, (2011, p. 50)
descrevem que é o conjunto de procedimentos, métodos e rotinas com objectivos de proteger os
activos e produzir dados confiáveis é o objectivo dos controles contábeis. Com isso, auxiliar a
administração na condução ordenada dos negócios se constitui o objectivo maior dos controles
administrativos.
Para CASTRO (2010, p. 291)
“Quando trata que o controlo interno administrativo busca garantir que as acções atinjam
seus objectivos no menor custo e na melhor forma, sustentando os actos praticados pelos
administradores ou se relacionando com as metas da empresa, enquanto os contábeis
34

visam dar certeza aos números registados e divulgados nas demonstrações contábeis. Em
se tratando de Administração Pública, o mesmo autor afirma que os conceitos geralmente
difundidos sobre controlo interno são insuficientes para esclarecer o assunto, pois o
controlo interno compreende o conjunto de métodos e procedimentos adoptados pela
entidade, para salvaguardar os actos praticados pelo gestor e o património sob a sua
responsabilidade, conferindo fidedignidade aos dados contábeis e segurança das
informações deles decorrentes.”

O resultado disso é uma verdadeira salvaguarda dos recursos públicos contra o desperdício, o
abuso, os erros, as fraudes e as irregularidades o que, na visão de ATTIE, (2011,p. 117-118)
“requer que haja na empresa a segregação de funções, o funcionamento de um sistema de
autorização e aprovação, a determinação de funções e responsabilidades, a rotação de
funcionários, cartas de fiança, a manutenção de contas de controlo, seguros, observação da
legislação, contagens físicas e independentes e alçadas progressivas.”
Para CASTRO (2010)
“Os controlos foram divididos no tempo em controlo prévio que antecede a operatividade
do acto e cuja técnica utilizada é a contabilidade, o controlo concomitante que
acompanha a realização do acto para verificar a regularidade de sua formação, o qual
utiliza a fiscalização como técnica de trabalho e o controlo subsequente que se efectiva
após a conclusão do acto, visando corrigir eventuais defeitos ou declarar sua nulidade ou
dar-lhe eficácia e, nesse caso, é utilizado a auditoria. Nota-se que são vários os papéis
desempenhados pelo controlo interno que convergem para uma função macro, onde possa
servir de base informativa segura e tempestiva para o processo decisório no que tange a
gestão dos negócios.”

Sendo assim, o controlo interno ganha maior importância na Administração Pública em virtude
dessa esfera não dispor de mecanismos naturais de correcção de desvios, diferentemente do
processo que ocorre nas actividades privadas, onde a “competição” e o “lucro” funcionam como
potentes instrumentos para reduzir desperdícios, melhorar o desempenho e alocar os recursos de
forma mais eficiente.
Deste modo, um sistema de controlo interno deve definir a área a controlar (em termos de
orçamento - programa: a actividade ou projecto); definir em que as informações devem ser
prestadas: um mês, uma semana, definir quem informa quem, ou seja, o nível hierárquico que
deve prestar informações e o que deve recebê-las, analisá-las e providenciar medidas; definir o
que deve ser informado, ou seja, o objectivo de informação; por exemplo: aquisição de tantas
viaturas custa tantas unidades monetárias.
35

Em Moçambique nota-se hoje uma crescente preocupação por parte do Estado em racionalizar e
controlar duma forma eficaz, eficiente e económica as despesas públicas.
“Como processo social que é a actividade financeira suscita, em particular nas complexas
civilizações da actualidade, o aparecimento de múltiplas formas de controlo, as quais incidem
sobre os seus diversos instrumentos e instituições.” (FRANCO, 2001:452).

De acordo com o artigo 62 da lei nº 09/2002 de 12 de Fevereiro, o subsistema de controlo interno


compreende os órgãos e entidades que intervêm na inspecção e auditoria dos processos de
arrecadação, cobrança e utilização de recursos públicos e abrange ainda as respectivas normas e
procedimentos.

2.7. Tipos de Controlo da despesa pública.


Existem dois tipos de controlo da despesa pública que são:

2.7.1. Controlo Interno da despesa pública.


O controlo interno da despesa pública tem a finalidade de ajudar os gestores da coisa pública no
cumprimento dos objectivos previamente traçados, através duma eficiência e eficácia na gestão
das despesas públicas.
A COSO1 citada por MORAIS et al (1999:17) “define o controlo interno como sendo a forma
levada a cabo pelo conselho de administração, direcção e outros membros da organização com o
objectivo de proporcionar um grau de confiança razoável na concretização dos seguintes
objectivos:”
 Eficácia e eficiência dos recursos;
 Fiabilidade da informação financeira; e
 Cumprimento das leis e normas estabelecidas.
“A existência de um adequado sistema de controlo interno é de extrema importância para a
administração pública e em particular para o controle externo para a repartição pública.” Afirma
MACHADO e REIS citado por DINIZ et al (2007:5)

o controlo interno “representa uma ferramenta de grande valiosidade na detecção de falhas


operacionais dos procedimentos adoptados e na manutenção da integridade da entidade”.
36

Em Moçambique, a Lei nº 09/2002, de 12 de Fevereiro no seu artigo 64, admite que o controlo
interno tem por objecto:
 Fiscalizar a correcta utilização dos recursos públicos e a exactidão e fidelidade dos dados
contabilísticos;
 Garantir, através da fiscalização, a uniformização da aplicação das regras e métodos
contabilísticos; e
 Verificar o cumprimento das normas legais e procedimentos aplicáveis.

2.7.2. Controlo Externo da despesa pública.


Segundo ANDRADE, (2002:32).
“O Controlo Externo é a etapa de verificação em que cabe aos órgãos externos de
fiscalização de cada poder verificar, analisar, apurar e concluir atendimento sobre
determinado assunto administrativo ou contabilístico. O controlo externo pode ser
exercido pelo poder legislativo, assim como pelo tribunal administrativo, conselhos e
comissões especiais e até pelo cidadão. Todos os actos e factos contabilísticos,
administrativos e judiciais da entidade pública são passíveis de controlos externos. Sua
finalidade é exaltar eventuais distorções entre o objectivo do acto ou do facto, com seu
resultado. Qualquer disparidade nesse sentido pode, e deve, ser averiguada e até punida
de acordo com a legislação em vigor.”

2.8. Princípios norteadores da administração pública e controlo e interno.


Segundo MEIRELLES (1990),
“A função administrativa do sector público submete-se a tratamento especial doutrinado
em princípios jurídicos administrativos. Sua característica essencial reside de um lado, na
admissibilidade da ideia de que a execução da lei por agentes públicos exige o
deferimento de necessárias prerrogativas de autoridade, que façam com que o interesse
público juridicamente predomine sobre o interesse privado; e de outro na formulação de
que o interesse publico não pode ser livremente disposto por aqueles que em nome da
colectividade, recebem o dever-poder de realizá-los.”

Sendo assim na administração pública, o controlo interno deve estar presente, actuando de forma
preventiva, em todas as suas funções, administrativa, jurídica, orçamental, contabilística,
financeira, patrimonial, de recursos humanos, dentre outra, na busca da realização dos objectivos
a que se propõe.
Ainda MEIRELLES (1990) “consiste na verdade no regime jurídico decorrente da conjugação de
dois princípios básicos: o princípio da supremacia dos interesses públicos e o da
indisponibilidade dos interesses públicos. Assim tem-se como alguns princípios da administração
pública os seguintes:”
37

 Razoabilidade - Enuncia-se com este princípio que a Administração, ao actuar no


exercício de discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional,
em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosas das finalidades que
presidiram a outorga da competência exercida;
 Legalidade – Que é a actuação do gestor público e a realização de procedimentos
administrativos na forma da lei;
 Economicidade – pressupõe na utilização dos recursos (humanos materiais e financeiros)
compatíveis com as necessidades e resultados esperados, considerando-se a relação
custo/beneficio;
 Eficácia - Pressupõe que os resultados obtidos estejam dentro dos objectivos propostos
para a entidade. Obtém-se da relação entre a produção e os resultados, não está ligada às
actividades, mas sim aos resultados;
 Publicidade – Acto de tornar públicos actos administrativos;
 Eficiência – Pressupõe na obtenção de níveis máximos de produção com mínimos de
recursos possíveis. A eficiência obtém-se da relação entre produção e os recursos
aplicados;
 Igualdade – Tratamento de igualitário, proibição de actos que levam a discriminação.
Num processo licitatório o gestor não pode incluir cláusulas que restrinjam ou frustrem o
carácter competitivo favorecendo uns em detrimento de outros, que acabam por
beneficiar, mesmo que involuntários determinados participantes;
 Impessoalidade – O interesse público está acima dos interesses pessoais. Será
dispensado a todos os interessados tratamento igual, independente se a organização é
pequena, média ou grande;
 Moralidade – A licitação deverá ser realizada em estrito cumprimento dos princípios
morais, de acordo com a Lei, não cabendo nenhum deslize, uma vez que o Estado é
custeado pelo cidadão que paga seus impostos para receber em troca os serviços públicos;
 Probidade Administrativa – O gestor deve ser honesto em cumprir todos os deveres que
lhe são atribuídos por força da legislação;
38

 Vinculação ao Instrumento Convocatório - A Administração, bem como os licitantes,


ficam obrigados a cumprir os termos do edital em todas as fases do processo:
documentação, propostas, julgamento e ao contrato;
 Julgamento Objectivo - Pedidos da Administração em confronto com o oferecido pelos
participantes devem ser analisados de acordo com o que está estabelecido no Edital,
considerando o interesse do serviço público e os factores de qualidade de rendimento,
durabilidade, preço, eficiência, financiamento e prazo.
Fazendo uma análise sobre os aspectos citados por MEIRELLES, é possível concluir, que os
mecanismos de controlo visam não só prevenir, mas também garantir e regular a aplicação dos
recursos públicos. E, ainda, considerando que a Administração Pública deve rigorosamente servir
aos fins para os quais o Estado foi criado, evidencia-se a necessidade de permanente incidência
do controlo sobre toda e qualquer actividade administrativa, zelando pela responsabilidade e
transparência na gestão pública.

2.9. Funções do Controlo Interno.


Dentre as várias funções de controlo interno, está a avaliação da sua própria actividade. Sabendo-
se que as funções convivem na Administração com todas as demais funções, resulta que se
encontra presente em cada desdobramento da organização. Assim, essas funções podem ser
verificadas na actividade de triagem de ingresso e saída de pessoas, veículos, bens e mercadorias;
no acompanhamento das condições de qualidade dos serviços e produtos; na elaboração de
estatísticas e na contabilização física e financeira; nos registos de pessoal, de seus dados
cadastrais, situação funcional e remuneração, entre inúmeras outras situações. Importa afirmar,
por isso, a necessidade de auto-avaliação do controlo interno a fim de preservar seu
funcionamento com eficiência.
As outras funções de controlo interno estão basicamente voltadas aos objectivos. O tamanho e a
complexidade das organizações modernas, porém, têm dificultado e, por vezes, impossibilitando
a supervisão directa de todas operações por parte dos dirigentes superiores, obrigando-os a
delegar por parte dessas funções a outros profissionais. Estes, com a devida independência,
colectam dados estratégicos, analisa-nos e colocam à disposição da direcção as informações
finais sobre o comportamento operacional da entidade. Assim, serão funções básicas do Controlo
Interno:
39

 Prestar informações permanentes à administração superior sobre todas as áreas


relacionadas com o controlo, seja contabilístico, administrativo, operacional ou jurídico;
 Preservar os interesses da organização contra ilegalidades, erros ou outras
irregularidades;
 Velar para a realização das metas pretendidas;
 Recomendar os ajustes necessários com vista à eficiência operacional

2.10. Fiscalização e Inspecção da despesa pública.


De acordo com o artigo 131 da Constituição da República de Moçambique (CRM) de 2004, a
execução do Orçamento do Estado é fiscalizado pelo Tribunal Administrativo (TA) e pela
Assembleia da República (AR), a qual, tendo em conta o parecer daquele tribunal, aprecia e
delibera sobre a Conta Geral do Estado (CGE).

Ainda de acordo com o nº 2 do artigo 228 da CRM de 2004, o controlo dos actos e factos
administrativos e da aplicação das normas regulamentares emitidos pela administração pública,
bem como a fiscalização da legalidade das despesas públicas e a respectiva efectivação da
responsabilidade por infracção financeira cabem ao TA.

A inspecção é o procedimento de fiscalização que visa suprir as omissões e lacunas de


informações, esclarecer dúvidas ou apurar denúncias quanto à legalidade e legitimidade de factos
da administração pública e de actos administrativos praticados por qualquer responsável sujeito à
jurisdição do TA e dos tribunais administrativos. A inspecção é realizada independentemente de
inclusão em plano de auditoria, podendo ser determinada com base em proposta fundamentada
que demonstre os recursos humanos existentes na contabilidade e daqueles a serem mobilizados
na sua execução. (artigo 89 da lei nº 8/2015 de 8 de Outubro).

2.10.1. Entidades sujeitas a fiscalização prévia das despesas públicas.


De acordo com o artigo 59 da lei nº 8/2015 de 6 de Outubro, que altera e republica a lei n o
14/2014 de 14 de Agosto estão sujeitos à fiscalização prévia da jurisdição administrativa:

 O Estado e outras entidades públicas, designadamente os serviços e organismos inseridos


no âmbito da administração pública central, provincial e local, incluindo os dotados de
autonomia administrativa e financeira e personalidade jurídica;
40

 Os institutos públicos;
 As autarquias locais; e
 Outras entidades que a lei determinar.

2.10.2. Entidades sujeitas à fiscalização das despesas públicas.


De acordo o artigo 3 da lei nº 14/2014 de 14 de Agosto, admite que estão sujeitas a jurisdição e
controlo financeiro do Tribunal Administrativo todas entidades a que forem adjudicadas por
qualquer forma fundos públicos, nomeadamente as seguintes entidades:
 O Estado e todos os seus serviços;
 Os serviços e organismos autónomos;
 Os órgãos locais representativos do Estado;
 As autarquias locais nos termos da lei;
 As empresas públicas e as sociedades de capitais exclusivos ou maioritariamente
públicos;
 Os exactores, tesoureiros, recebedores, pagadores e mais responsáveis pela guarda ou
administração de dinheiros públicos;
 Os responsáveis por contas relativas a material ou equipamento a quaisquer entidades que
giram ou beneficiem de receitas provenientes de organismos internacionais ou das
entidades referidas anteriormente, ou obtidos com intervenção destas, consubstanciado
nomeadamente em subsídios, empréstimos ou avais;
 Os conselhos administrativos ou comissões administrativas;
 Os administradores, gestores ou responsáveis por dinheiros públicos ou outros activos do
Estado, seja qual for a sua designação, bem como pelos fundos provenientes do exterior,
sob a forma de empréstimos, subsídios, donativos ou outra;
 As entidades aquém forem adjudicadas, por qualquer forma, fundos do Estado; e
 Outras entidades ou organismos a determinados por lei.

2.11. Auditoria das despesas públicas.


Desde o seu surgimento na Itália nos séculos XV ou XVI, a auditoria evoluiu bastante. A
necessidade de prestar serviços e administrar os recursos do cidadão de maneira mais eficiente,
económica e eficaz, além da necessidade de fornecer instrumentos aos gestores públicos para
41

demonstrar a transparência nos actos públicos, serviu de base para o desenvolvimento da


auditoria de gestão do sector público. (DOS SANTOS, 2008:16).
ARAÚJO citado por DINIZ et al (2007:4),
“Afirma que o controlo externo juntamente com o controlo interno, utilizam um processo
de auditoria que consiste na confrontação entre uma situação encontrada e um
determinado critério, ou seja, é a comparação entre o facto ocorrido e o que deveria
ocorrer. Onde se pode entender então que auditoria é um conjunto de procedimentos
técnicos aplicados sobre determinada acção, objectivando verificar se os relatórios e as
informações, decorrentes dessa relação, são adequados e justos e se eles foram ou são
realizados em conformidade com as normas, regras, orçamentos e objectivos previamente
estabelecidos.”

De acordo o no 1 do artigo no 90 da lei no 8/2015 de 6 de Outubro, a auditoria é um procedimento


de fiscalização utilizado pelo tribunal administrativo para fundamentar a instrução, a certificação
e o julgamento das contas públicas ou apreciação da economia, eficácia e eficiência do uso de
dinheiros públicos.
De acordo artigo no 91 da lei no 8/2015 de 6 de Outubro, as auditorias podem ser de regularidade
e de desempenho:
 A auditoria de regularidade, tem como foco a verificação da conformidade com
determinadas regras, normas e objectivos bem como a análise das contas, a situação
financeira e orçamental, a legalidade e regularidade das operações de determinados
órgão, programa ou entidade pública.
 A auditoria de desempenho, tem como foco a avaliação da economia, eficiência e
eficácia, bem como avalia programas, projectos, actividades e respectiva efectividade,
sistemas governamentais, órgãos ou entidades públicas.

2.12. Prestação de contas.

“A prestação de contas é o procedimento pelo qual o responsável pela guarda ou movimentação


de bens ou valores toma a iniciativa de comprovar, perante outros, os actos praticados como
gestor dos mesmos, em virtude de normas ou regulamentos, contractos, convénios ou ajustes. No
caso da gestão da coisa pública, a prestação de contas é feita a uma entidade superior ou ao
tribunal administrativo ou órgão equivalente; é um elemento fundamental, para o exercício de
controlo externo.” BEZERRA FILHO, (2005:103).
42

Sem se limitar a única citação, realçar que no entender de KOHAMA (2001:199),

“A prestação de contas no regime de adiantamento o processo de tomada de contas


relativo a cada adiantamento de dinheiro feito a servidor público deve ser constituído de
comprovantes originais de despesa, cuja autorização deve constar expressamente dos
processos. Os processos de prestação de contas devem ser montados, individualmente,
numerados nos órgãos de origem, obedecida a sequência numérica, e conterão, além dos
comprovativos originais das despesas e exame analítico, uma via de nota de empenho e
balancete acompanhado duma relação de gastos, quando o número de documentos não
couber no próprio balancete, por ser um modelo impresso.”

2.12.1. Tipos de prestação de contas.


Para FORTES (2002:206), existem 2 (dois) tipos de prestação de contas que, nomeadamente:
 Prestação de contas anual: que é aquela levantada no final de cada exercício financeiro,
com o objectivo de entregar aos tribunais administrativos as contas anuais dos
ordenadores ou responsáveis pela guarda de valores ou bens públicos da administração
indirecta;
 Prestação de contas extraordinária: que é aquela levantada quando ocorrer extinção,
fusão, incorporação, transformação ou dissolução de entidades de administração
indirecta.
43

III. Apresentação, análise e interpretação de dados.

3.1. Apresentação.

3.1.1. Descrição da Instituição.


De acordo o artigo no 1 da lei no 5/2007 de 9 de Fevereiro, a Assembleia Provincial Zambézia, é
um órgão de representação democrática, eleito por sufrágio universal, directo, igual, secreto e
periódico de harmonia com o princípio de representação proporcional cujo mandato tem a
duração de 5 anos.

Na realização das suas competências, a Assembleia Provincial, observa a Constituição da


República, as de mais leis e decisões dos órgãos centrais do Estado.

A Assembleia Provincial, exerce as suas competências sem prejuízo da autonomia, atribuições e


competências das autarquias locais e, respeitam as funções, competências e decisões dos outros
órgãos locais do Estado.
A Assembleia Provincial da Zambézia, é composto por 92 membros, sendo 12 membros de
mesa, 5 comissões de trabalho composto por 75 membros, os restantes 5 membros não fazem
parte da mesa nem das comissões de trabalho.

Durante o ano, os membros da Assembleia Provincial, deslocam-se aos Distritos para


fiscalização das actividades do Governo e outros intervenientes, bem como realizar reuniões
periódicas (artigo 103 da lei 5/2007 de 9 de Fevereiro, conjugado com artigo 91 do regimento).

Também é composto por um Secretariado Técnico, com 25 funcionários, para apoio técnico e
administrativo as actividades da Assembleia, da mesa, das comissões de trabalho e dos
respectivos membros. E é composto por dois departamentos: de Assistência Técnica e Jurídica,
Administração e Finanças, uma repartição de Relações Públicas e Secretária-geral.

3.1.2. Funções Departamento de Administração e Finanças.


São funções do Departamento de Administração e Finanças:
a) Na área de Administração:
44

 Gerir o quadro de pessoal do STAP, propondo admissão, contratação, progressão e


promoção avaliação de desempenho e aposentação do pessoal de acordo com as normas
definidas pelos órgãos competentes;
 Planificar coordenar e assegurar as acções de formação e capacitação do pessoal em
coordenação com órgãos competentes
 Gerir a planificação, organização e execução das actividades da formação dos membros
da Assembleia Provincial e dos funcionários do ST; e
 Outras actividades previstas na resolução no 10/2010 de 31 de Dezembro.
b) Na área de Finanças:
 Elaborar a proposta de plano de actividades e do orçamento da assembleia provincial e do
ST, em coordenação com o director do STAP;
 Executar o orçamento da Assembleia Provincial;
 Proceder a gestão dos recursos materiais e financeiros;
 Elaborar relatórios periódicos sobre a execução dos orçamentos;
 Zelar pela observância das normas de execução do orçamento de funcionamento e de
investimento;
 Elaborar e organizar os processos de prestação de contas sobre a execução do orçamento;
 Outras actividades previstas na resolução.
c) Na área de provisionamento e património:
 Gerir e controlar a distribuição dos bens adquiridos pela Assembleia Provincial;
 Organizar o cadastro dos fornecedores;
 Preparar e executar o plano de aprovisionamento de materiais;
 Preparar os concursos de aquisição de bens e serviços; e
 Outras actividades previstas na resolução.

3.1.3. Avaliação dos mapas de execução orçamental.

3.1.3.1. Execução orçamental na APZ durante o exercício económico de 2017.


No exercício económico de 2017, de acordo o orçamento global alocado pela DPEF no valor de
38.008.022,59 (Trinta e oito milhões e oito mil e vinte dois meticais, cinquenta e nove centavos)
a APZ executou as seguintes despesas de acordo a tabela abaixo:
45

Tabela2: Balancete de execução do OE do ano 2017.


CED Designação Dotação Dotação Execução % de
orçamental disponível anual do OE Saldo execu
actualizada ção
111 Salários e 4.323.950,00 4.678.794,79 4.678.794,79 0,00 100
remunerações.
112 Demais despesas c/ 21.476.210,00 23.718.851,00 23.718.851,00 0,00 100
pessoal civil
12 Bens e serviços 5.043.470,00 4.839.120,00 4.839.120,00 0,00 100
14 Transferências
correntes 123.650,00 219.936,80 219.936,80 0,00 100
21 Investimento 5.057.020,00 4.551.320,00 4.551.320,00 0,00 100
Total do OE 36.024.300,00 38.008.022,59 38.008.022,59 0,00 100
Fonte: relatório financeiro da APZ, 2017.

A tabela acima ilustra o balancete de execução orçamental da APZ no exercício económico de


2017, de acordo o Relatório do DAF, para o ano de 2017 a dotação disponível actualizada foi de
38.008.22,59 onde a execução anual do orçamento disponível actualizado foi realizado a 100%.

3.1.3.2. Execução orçamental na APZ durante o exercício económico de 2018.


Para o ano de 2018, de acordo o orçamento global alocado pela DPEF no valor de 37.410.682,59
(Trinta e sete milhões, quatrocentos e dez mil, seiscentos e oitenta e dois meticais, cinquenta e
nove centavos) a APZ executou as seguintes despesas de acordo a tabela abaixo:

Tabela3: Balancete de execução do OE do ano 2018.


CED Designação Dotação Dotação Execução % de
orçamental disponível anual do OE Saldo execu
actualizada ção
111 Salários e 4.870.576,47 4.922.171,32 4.922.171,32 0,00 100
remunerações.
112 Demais despesas 27.215.900,00 27.195.841,27 27.195.841,27 0,00 100
46

c/ pessoal civil
12 Bens e serviços 5.763.967,00 5.187.570,00 5.187.570,00 0,00 100
14 Transferências
correntes 123,650,00 105.100,00 10.000,00 95.100,00 9,51
21 Investimento 0,00 0,00 0,00 0,00 0
Total do OE 37.974.093,47 37.410.682,59 37.315.582,59 0,00 99%
Fonte: relatório financeiro da APZ, 2018.

A tabela acima ilustra o balancete de execução orçamental da APZ no exercício económico de


2018, de acordo o Relatório do DAF, para o ano de 2018 a dotação disponível actualizada foi de
37.410.682,59 onde a execução anual do orçamento disponível actualizado atingiu 99%.

3.1.3.3. Variação da dotação orçamental disponível de 2017 a 2018.

Tabela4: Varação do orçamento disponível 2017 a 2018.


CED Designação Dotação Dotação Variação do
disponível disponível Orçamento. Variação
actualizada actualizada %
2017. 2018.
111 Salários e 4.678.794,79 4.922.171,32 243.376,53 5,0
remunerações.
112 Demais despesas c/ 23.718.851,00 27.195.841,27 3.476.990,27 14,6
pessoal civil
12 Bens e serviços 4.839.120,00 5.187.570,00 348.450,00 7,2
14 Transferências
correntes 219.936,80 105.100,00 (114.836,80) (52,2)
21 Investimento 4.551.320,00 0,00 (4.551.320,00) (100)
Total do OE 38.008.022,59 37.410.682,59 (597.340,00) (1,6)
Fonte: relatório financeiro da APZ, Janeiro 2019.

A tabela acima ilustra a variação do orçamento de 2017 a 2018 onde a variação do orçamento
global de 2017 a 2018 decresceu em 1,6%, de acordo a mesma tabela, mostra que para os
47

orçamentos das rubricas de Salários e remunerações, demais despesas com o pessoal civil e bens
e serviços registaram um acréscimo em 5%, 14,6% e 7,2% e para os orçamento de transferências
correntes e investimento registaram um decréscimo na ordem de 52,2% e 100%.

3.2. Análise e interpretação de dados.


Questionados os elementos da amostra sobre a faixa etária, foram obtidas as seguintes respostas,
conforme a tabela que se segue:

3.3. Faixa etária dos funcionários afectos no DAF.


De acordos as respostas dos funcionários entrevistados no DAF é possível notar que a faixa
etária dos funcionários 50% nas idades compreendidas entre 18 a 30 anos e os restantes 50% nas
idades compreendidas entre 31 a 43 anos de idade.

Tabela5: Faixa etária dos funcionários afectos no DAF.


No de entrevistados. % Respostas.
4 50 Em relação a idade, dos funcionários
entrevistados no DAF 50% tem idades
4 50 compreendidas entre 18 a 30 anos. E os restantes
50% estão na faixa etária entre 31 a 43 anos de
idade.
8 100
Fonte: Autor, 2019.

3.4. Nível académico dos funcionários entrevistados.


O nível académico dos funcionários entrevistados é possível de acordo a tabela abaixo onde
ilustra as respostas dos funcionários afectos no DAF da Assembleia Provincial da Zambézia.

Tabela6: Nível académico.


No de entrevistados. % Respostas.
2 25 Quanto ao nível académico dos funcionários entrevistados,
5 63 a maior percentagem é composto por técnicos médio
48

1 12 profissional com 63%, de seguida técnico médio com 25%


e técnicos superiores 12%. Isto significa que, há uma
necessidade de incentivar os funcionários do DAF a
continuar com estudos para alcançar o nível de superior.
8 100
Fonte: Autor, 2019

3.5. Tempo de serviço no Departamento de Administração e Finanças.


Questionados os funcionários do DAF da Assembleia Provincial responderam o seguinte de
acordo a tabela abaixo.

Tabela7. Tempo de serviço.


Tempo de Serviço No de entrevistados. %
[1-5] 2 25
[6-10] 6 75
Total 8 100
Fonte: Autor, 2019.

A tabela acima ilustra os anos de serviço dos funcionarios do DAF. Achamos conveniente fazer
o levantamento do tempo de serviço de modo a aferir o grau de experiência, onde constou-nos
que 2 funcionários, o tempo de serviço esta no intervalo de (1-5) anos, que corresponde a 25% e
6 funcionarios o tempo de trabalho, encontra-se no intervalo de (6-10) anos que corresponde a
75% com esses dados conclui-mos que, a maior parte dos funcionarios do DAF, tem
conhecimento sobre o controlo da despesa publica.

3.6. Existência de Inconveniencia do não uso de Sistafe.


Pelas respostas dos entrevistados concluimos que, todos funcionarios tem a plena certeza de que,
há incoveniencia do não uso do Sistafe, visto que antes da implementação do sistema de
administraçao financeira do Estado notava-se demora na execução das despesas públicas
(pagamento de salários, outras despesas com pessoal, bens, serviços e despesas de investimento);
dificuldades na gestão dos recursos financeiros disponibilizados, pelo facto desses serem
canalizados a partir da Conta Única do Tesouro (CUT), cumprimento de prazos, dificuldades do
49

subsistema de controlo e Supervisão poder monitorar a execução dos recursos financeiros do


Estado dentro do órgão.

3.7. Conhecimentos dos técnicos acerca do SISTAFE.


De acordo a tabela abaixo mostra as respostas dos funcionários do DAF em relação a questão
apresentada.

Tabela8. Conhecimentos dos técnicos acerca do SISTAFE.


No de entrevistados. % Respostas.
6 75 Com esta tabela, fica aqui confirmada que a maior parte
dos técnicos do DAF que corresponde 75%, com perfis
para manuseamento no SISTAFE, têm conhecimento
2 25 sólido, pois eles passaram por uma formação ministrada
pelos técnicos da Direcção Provincial da Economia e
Finanças. Os agentes de execução orçamental e de
execução financeira referidos na Lei 9/2002, de 12 de
Fevereiro, existem no Departamento de Administração e
Finanças da APZ e esses estão devidamente capacitados.
8 100
Fonte: Autor, 2019.

3.8. Fases ou estágios da realização das despesas públicas na APZ.


Tendo em conta as respostas dos entrevistados, as fases da realização das despesas na
Assembleia Provincial da Zambézia são:
Fase de cabimento: esta fase ocorre no processo de registo da despesa obedecendo o saldo da
dotação disponível por cada rubrica respeitando o limite financeiro para o cabimento;
Fase de Liquidação: a liquidação comprova que a despesa foi apurada, dando direito ao credor
de receber o valor monetário que lhe é devido;
Fase de Pagamento: O pagamento é caracterizado pela entrega dos recursos financeiros ao
respectivo credor, depois de se ter verificado o direito do credor, por meio de documentos que
suportam a liquidação da despesa. De sublinhar que o pagamento da despesa é efectuado com
50

pelo menos uma nota de liquidação, que são pagas em conformidade processual sem restrição, e
o valor não pago é usado para outro pagamento.

3.9. Normas e procedimentos seguidos até a realização das despesas públicas na APZ.
Esta foi umas das questões arroladas no questionário, sendo as repostas dos funcionários foram
de acordo a tabela abaixo.

Tabela9. Normas e procedimentos seguidos até a realização das despesas públicas.


No de entrevistados. % Respostas.
6 75 Em relação a essa questão 25% dos funcionários do DAF
não tem conhecimentos claros sobre as normas e
procedimentos para realização da despesa e 75% dos
2 25 técnicos responderam que as normas e procedimentos
seguidos pela APZ, até a realização das despesas obedece
os seguintes aspectos:
1. Os documentos que dizem respeito a despesa suportada
pelo OE devem passar sempre pelo DAF para se avaliar a
sua legalidade e cabimentação.
2. Toda despesa é realizada quando a requisição interna for
autorizada pela pessoa competente ou pelo respectivo
superior da instituição.
3. Somente o DAF é que tem a responsabilidade exclusiva
de emitir as requisições externas e o pagamento das
despesas.
8 100
Fonte: Autor, 2019.

4. Regime contabilístico adoptado para as despesas públicas na APZ.


De acordo as respostas dos entrevistados 75% dos 8 técnicos entrevistados não tem
conhecimentos claros sobre o regime contabilístico adoptado na APZ, somente 25% é que
responderam que, para o registo das suas despesas a APZ usa o regime de compromissos
51

(competências), visto que as despesas desta entidade são reconhecidas aos exercícios económicos
conforme a real ocorrência, e não quando são pagos em dinheiro.

4.1. Prestação de contas efectuadas pela entidade.


De acordo as respostas dos entrevistados a Assembleia Provincial presta contas ao TA através
dos seguintes mapas:
1. Balancete de Execução do Orçamento;
2. Mapa demonstrativo de Execução Orçamental;
3. Mapa de alterações Orçamentais da despesa;
4. Mapa de execução da despesa mensal realizada;
5. Os comprovativos das despesas e as requisições internas e externas.

4.2. A principal lei obedecida no controlo das despesas públicas na APZ.


De acordo as respostas dos funcionários entrevistados foram unânimes em afirmar que a
principal lei obedecida para controlo das despesas públicas é Lei 09/2002 de 12 de Fevereiro, lei
que cria o SISTAFE; - Diploma Ministerial 181/2013 de 14 de Outubro, que actualiza o MAF.

4.3. Tipos de controlo utilizados pela entidade.


Como foi afirmado por Botelho (2006) o controlo é tipificado em interno e externo, por sua vez,
a Lei 09/2002 de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, afirma que em todas as instituições deve
ser realizada o controlo interno (efectuado pela própria instituição) tanto externo (efectuado pelo
Tribunal Administrativo, ou DPPF). Desta forma, os resultados encontrados após a entrevista
realizada aos funcionários do DAF 100%, dos 8 técnicos entrevistados, foram unânimes em
afirmar que são realizados os dois tipos de controlo (interno e externo) antes e após o pagamento
das despesas.

4.4. Departamento que vela pela fiscalização e controlo interno das despesas públicas na
APZ.
De acordo os entrevistados foram unânime em afirmar que o Departamento de fiscaliza e
controla as despesas na APZ é o DAF.
52

4.5. Entidades que velam pela fiscalização e controlo externo das despesas públicas da
entidade.
De acordo as respostas dos funcionários entrevistados foram unânimes ao afirmar que, as
entidades que velam pela fiscalização e controlo externo das despesas é TA e a Inspecção-geral
de Finanças.

4.6. Aplicação de procedimentos no controlo da despesa pública pelos gestores públicos da


APZ.
Das respostas dadas pelos funcionários entrevistados afectos no departamento, ficou claro que os
gestores públicos da APZ, aplicam os procedimentos adequados no controlo da despesa no
entanto, há uma necessidade de melhorar cada vez mais a monitoria no contexto da realização da
despesa pública.

4.7. Procedimentos de controlo da despesa pública na APZ.


De acordo as respostas dos funcionários foram unânimes em afirmar que os procedimentos de
controlo da despesa na APZ obedecem o seguinte:
1. Verificar se a despesa é legal;
2. Verificar se a realização da despesa foi feita por uma pessoa competente ou autorizada para o
efeito;
3. Se foram cumpridas todas as normas e regras na realização das despesas públicas;
4. Se a classificação orçamental está correcta;
5. Se há cabimento orçamental para a verba;
53

Conclusão.
Do estudo efectuado na Assembleia Provincial da Zambézia, foi possível concluir que naquela
instituição, um dos instrumentos usados para a eficiência e eficácia dos seus planos de
desenvolvimento para as áreas de monitoria e fiscalização das actividades do Governo Provincial
é a realização da despesa pública.
O presente trabalho tem como objectivo geral analisar o nível de controlo das despesas na APZ e
compreender como é feita a realização dessa despesa pública, se os procedimentos e normas
aplicados estão conforme a Lei do SISTAFE; e o problema era saber qual o impacto do controlo
da despesa pública na Assembleia Provincial da Zambézia.
No entanto durante a realização deste trabalho constatou-se que a contabilização da despesa é
feita na APZ, pela Célula Orçamental da Despesa (COD). Por outro lado tem ocorrido também
registos contabilísticos que têm o papel de reduzir a quota do limite financeiro. A liquidação
pode ser feita com desconto (pagamento feito pelo valor liquido ao respectivo credor) e sem
desconto (pagamento feito pelo valor total ao respectivo credor); A fase da liquidação é feita,
com base nas notas de cabimento seleccionados, o Número Único de Identificação Tributária
(NUIT) do credor e o número do processo administrativo. Na fase de pagamento é feita na célula
orçamental da despesa pela importância a pagar.
O controlo interno na APZ é feito pelo Departamento de Administração e Finanças (DAF) e pela
Inspecção Geral da Finanças. Esta entidade tem feito o controlo interno regular das suas despesas
públicas através de programas de inspecção, auditoria interna, fiscalização e acompanhamento.
Por outro lado o Agente de Controlo Interno faz a conformidade processual depois do Agente de
Execução Orçamental fazer a abertura do Processo Administrativo, cabimento e a liquidação; e o
Agente de Controlo Interno volta a fazer a conformidade documental depois de o pagamento ser
efectuado pelo Agente de Execução Orçamental.
As entidades que velam pelo controlo externo das despesas públicas na APZ são o TA e a
Direcção Provincial da Economia e Finanças da Zambézia. O TA faz a apreciação das contas da
despesa pública da APZ socorrendo-se ao artigo 86 da lei nº 26/2009, de 26 de Setembro, pelas
seguintes formas: a verificação do 1º grau ou preliminar, a verificação do 2º grau, a inspecção, a
auditoria e o julgamento.
Assim sendo, com o estudo de caso foram respondidas as questões de investigação, que são: Será
que os gestores públicos da APZ aplicam procedimentos adequados no controlo da despesa
54

pública? Do estudo realizado ficou claro que os gestores públicos da APZ, aplicam os
procedimentos adequados no controlo da despesa pública no entanto, há uma necessidade de
melhorar cada vez mais a monitoria no contexto da realização da despesa pública. Como é feita a
contabilização da despesa pública na APZ? A realização da despesa pública nesta instituição é
feita seguindo os estágios previstos na Lei do SISTAFE, nomeadamente: o cabimento, a
liquidação e o pagamento. Quais são os procedimentos de controlo da despesa pública na APZ?
Para esta questão os técnicos foram unânimes em afirmar que os procedimentos de controlo da
despesa na APZ, obedece o seguinte: verificar se a despesa é legal, se a realização da despesa foi
feita por uma pessoa competente ou autorizada para o efeito, se foram cumpridas todas as
normas e regras na realização das despesas públicas, se a classificação orçamental está correcta,
se há cabimento orçamental para a verba. A última questão acha que os gestores e contabilistas
aplicam as normas, procedimentos e princípios contabilísticos aprovados no MAF? Para esta
questão notou-se que há um défice no uso dos procedimentos e normas e princípios
contabilísticos, visto que tem existido dificuldades na aplicação de procedimentos por parte de
alguns técnicos afectos na contabilidade.
Com a questão de partida concluimos que o controlo da despesa publica no período de (2017-
2018), teve um impacto positivo no ambito da aplicaçao dos procedimentos e normas vigentes na
lei do SISTAF. Mas tambem é necessario melhorar cada vez mas a aplicaçao dos procedimentos
contabilisticos vigentes no MAF.
Apesar do nível de controlo da despesa ser satisfatório, sugerimos que a instituição melhore a
monitoria do controlo interno de modo para tornar o controlo interno cada vez mais eficiente e
eficaz na detecção de (fraudes, erros e desvio de aplicação) e que se preocupe na
profissionalização dos seus colaboradores em matéria de administração e gestão despesa pública.
55

Sugestões.
Em face das constatações durante o estudo de campo na Assembleia Provincial da Zambézia,
tecemos as seguintes sugestões:

 As entidades competentes devem melhorar o período de desembolso de fundos


provenientes do Orçamento do Estado para fazer com que a APZ possa atingir o nível de
para o cumprimento das metas previstas;
 Deve-se reforçar cada vez mais a capacitação dos técnicos em matéria de utilização da
plataforma e-SISTAFE, para maximizar a racionalização na gestão das despesas públicas.
 Que se melhore o controlo Interno eficiente que garanta a salvaguarda dos activos, a
prestação de contas e alcance dos objectivos da entidade;
 Que se melhore a aplicação dos procedimentos contabilísticos vigentes no MAF.
56

Bibliografia.
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade pública na gestão municipal.1ª edição. São Paulo:
Editora Atlas S.A, 2002.

ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública.8ª edição. São Paulo: Atlas, 1994.

ALMEIDA. Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. Ed. São Paulo:
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ATTIE, Willian. Auditoria: Conceitos e aplicações. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2011.

AICPCA, American Institute of CPAs. http:/, www.aicpa.acessado em Novembro de 2019.

BEZERRA FILHO. Contabilidade Pública: Teoria, Técnica de elaboração de balanços e 300


questões. 1ª Edição. Rio de Janeiro.Eslevier.2005.

COSTA, Carlos B.; ALVES, Gabriel C. Contabilidade Financeira.4ª edição. Lisboa. Editora Rei
dos livros.2001.

FORTES, João. Contabilidade Pública. 7ª Edição. Brasília: Franco & Fortes, 2002

FRANCO, António L. Sousa. Finanças pública e direito financeiro. 4ª Edição. Coimbra.


Livraria Almeida.2001.

FRANCO, António L. Sousa. Manual de finanças públicas. Ministério do Plano e Finanças,


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GIL, António Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisas Sociais. 4ª Edição. São Paulo. Editora
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GIL, António Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. 3ª Edição. São Paulo: editora Atlas,
1996.

JUND, S. (2008). Administração, Orçamento e Contabilidade Pública (3rd ed.). Rio de Janeiro:
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MOÇAMBIQUE. Lei n° 09/2002, de 12 de Fevereiro. Maputo.2002


57

MORAIS, Georgina; MARTINS, Isabel. Auditoria Interna: Função e Processo.1ªedição. Lisboa.


Áreas editor.1999.

PIRES, João. Contabilidade Pública: Orçamento público, Lei de responsabilidade fiscal. 7ª


Edição. Brasília: Franco & Fortes, 2002.

PISCITELLI, Roberto Bocaccio; TIMBÓ, Maria Zulene Farias; ROSA, Maria Berenice.
Contabilidade pública: uma abordagem da administração financeira pública. 7ª Edição. São

MARCONI, M. de Andrade; LAKATOS, E. Maria. Fundamentos de metodologia científica. 5ª


edição. São Paulo: EDITORA ATLAS S.A., 2003.

RICHARDSON, Richard Jarry. Pesquisa: Métodos e Técnicas. São Paulo: Editora Atlas, 1999.

Legislação e documentação consultada.

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implantação das Assembleias Provinciais e define a sua composição, organização,
funcionamento e competências. Boletim da Republica,
MOÇAMBIQUE, Decreto 23/2004 de 30 de Junho, aprova o Regulamento de Administração
Financeira do Estado – SISTAFE e revoga o Decreto nº 17/2004 de 17 de Junho, Boletim da
República de Moçambique, Agosto de 2004. Fevereiro de 2007,

MOÇAMBIQUE, Lei 9/2002 de 12 de Fevereiro, cria o Sistema de Administração Financeira do


Estado, Boletim da República de Moçambique, Fevereiro de 2002.

MOCAMBIQUE, Lei 8/2015 altera e republica a lei 14/2014 de 14 de Agosto, que aprova a lei
de organização, funcionamento e processo de secção de contas públicas do Tribunal
Administrativo. Boletim da Republica de Moçambique, Outubro de 2015.

MOÇAMBIQUE. Constituição da República de Moçambique.Maputo.2004.

ASSEMBLEIA PROVINCIAL DA ZAMBÉZIA, Documento de Relatório Financeiro.


Quelimane. Janeiro de 2017.

ASSEMBLEIA PROVINCIAL DA ZAMBÉZIA, Documento de Relatório Financeiro.


Quelimane. Janeiro de 2018.
58

Referências Electrónicas:
http://www.ta.gov.mz (acessado em 06/11/2019)
http://www.sistafe.rsig.gov.mz (acessado em 06/11/2019)
http://www.google.com.br (acessado em Novembro 2019)
59

Apêndice.
Apêndice1: Guião de Questionário.

Este guião de questionário é um instrumento de colecta de dados que tem por finalidade de,
fazer uma análise do controlo das despesas públicas: Estudo de caso, Assembleia Provincial
da Zambézia. No entanto, as respostas são para uso exclusivo deste estudo, e contribuem para o
trabalho de conclusão do curso de licenciatura em Contabilidade com Habilitações em
Auditoria na Universidade Licungo, com o objectivo de melhorar o nível de controlo e
execução das despesas públicas.

Por favor marque com [X] as opções que achar correctas.

Questionário.

1. Qual é a sua faixa etária?

____________________________________________________________________________
2. Qual é o seu nível académico?
_____________________________________________________________________________
3. A quanto tempo trabalha no Departamento de Administração e Finanças?
_____________________________________________________________________________
4. Existe alguma inconveniência pelo não uso do SISTAFE?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. Os técnicos afectos na contabilidade têm conhecimentos do SISTAFE?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

6. Quais são as fases ou estágios da realização das despesas públicas na APZ?


60

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

7. Quais são normas e procedimentos seguidos até a realização das despesas públicas na APZ?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

8. Qual é o regime contabilístico adoptado para as despesas públicas na APZ?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

9. Qual é o tipo de prestação de contas efectuado pela entidade?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

10. Qual é a principal lei obedecida no controlo das despesas públicas na APZ?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

11. Quais são os tipos de controlo utilizados pela entidade?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

12. Qual é o departamento que vela pela fiscalização e controlo interno das despesas públicas na
APZ?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

13. Quais são as entidades que velam pela fiscalização e controlo externo das despesas públicas
da entidade?
61

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

14. Será que os gestores públicos da APZ aplicam procedimentos adequados no controlo da
despesa pública?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
15. Quais são os procedimentos de controlo da despesa pública na APZ?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Muito obrigado pela atenção dispensada.

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