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EXCLUSIVO Ha uma porgdo de lugares que oferecem o sexo pago em ‘Guarapuava, seja debaixo da luz do sol, da lua ou das luminé~ rias de apartamentos familiares. As mulheres que trabalham nas avenidas, principalmente na Padre Chagas e na Manuel Ribas, encontram uma realidade mais arriscada que aquelas das boites ou onde 0 sexo acontece entre quatro paredes, mas, em com- pensagio, niio devem prestar contas aos rufiées ou donos de estabelecimento que cobram alto pelos custos. Quanto as pros- titutas cujo sexo é mais rentavel, em lugares programados por telefone, podem ser aliciadas por homens que véem nelas ne- g6ci0s lucrativos ou, entio, podem se tornar as suas préprias administradoras, coletando assim boas quantias de dinheiro. 0s tempos dourados da prostituig&o em Guarapuavs teceram entre as décadas de 40 e 60, como retrata Terezinha Saldanha, na dissertagao “O Comércio do Prazer”, escrita em 1998. Existiam na cidade certos lugares onde o sexo era uma lida institucional, e que permanecem residuais até hoje, comoo Bairro Morro Alto, ou Alto da XV. Algumas cafetinas como a Catita ou india, ainda vivas, fizeram fama com os seus altos casardes de dois andares, simbolos do rentavel mercado da voltiia, Quando do trabalho depende a prépria biografia ea vida dos filhos a realidade se torna um pouco menos pomposa. Na conjuntura precéiia de uma avenida, onde o trabalho aleatério encontra em carros de fardis baixos o seu alimento monetario, as coisas so complicadas. A maioria das prostitutas que tra- batham na Avenida Manuel Ribas tem uma porgio de rebentos busca improvisar o possivel para sustenté-los, Trabalham de- baixo do desejo de logo voltaras suas casas, sio conservado~ ras, quase todas catdlicas, ‘Na Avenida Manuel Ribas 0 custo do sexo varia de 15. 30 reais. Por este piso tabutam mulheres cuja média de idade est entre 25 e 35 anos. Elas se conhecem, cumprimentam umas ais outras, mas possuiem qualquer rejeigio quanto a garotas novas no pedago, que geralmente tentam boicotar ou simples- mente afastar da avenida. Asmenores de idade que costumam trabalhar cobram mui- tomenos, geralmente pelasruas paralelas onde improvisam ra- Jridgmeriee oS ait all lee oP cis nenialinsi ai i lic i \con- 06 Agosto 2006 casaroes de dois andares, simbolos do rentavel mercado da oer wees poli Thiago Casoni Quando do trabalho depende a prépria biografia ea vida dos filhos a realidade se torna um pouco menos pomposa. Na conjuntura precira de uma avenida, onde o trabalho aleat6rio encontra em earros de Faris baixos 0 seu alimento monettio, as coisas sio complicadas. A maioria das prostitutas que tra- balham na Avenida Manuel Ribas tem uma porgio de rebentos busca improvisar o possivel para sustenté-los. Trabalham de- baixo do desejo de logo voltar as suas casas, sio conservado- ras, quase todas catdieas. ‘Na Avenida Manuel Ribas o custo do sexo varia de 15 a 30 reais, Por este piso labutam mulheres cuja média de idade esta entre 25 € 35 anos. Elas se conhecem, cumprimentam umas Ais outras, mas possuem qualquer rejeig%o quanto a garotas novas no pedago, que geralmente tentam boicotar ou simples- mente afastarda avenida. ‘Asmenores de idade que costumam trabalhar cobram mui tomenos, geralmente pelas ruasparalelas onde improvisam ra- pidamente o oficio. Elas so um chamariz financeiro que jorra dinheiro cil, isto é, até que nao engravidem e se tornem me- nos elsticas nos leitos amantes. So também piblico de cembaragada abordagem, que possui rufides ou adultos envol- Vidos,¢ cuja tinicas palavras no repert6rio dizem respeito a0 trabalho que devem cumprir para logo voltar ds suas casas. Quem denuncia a concorréncia das menores é a prostituta Charlene (nome ficticio), que dectarou ter 29 anos, e que tra- balha nas proximidades do quartel militar. Ao seu lado um gru- pode mulheres jovens, que ela assegura serem maiores,e que slo rapidamente chamadas pelos carros, que chegam a fazer ‘uma pequena fila de espera. Ela disse evitar a0 maximoacom- panhia de menores, disse mesmo expulsa-las, e inclusive indig- na-se pelo fato de o Juizado de Menores nada fazer quanto a meninas de 10 a 15 anos que trabalham nas redondezas. Charlene diz.que geralmente procuram drogas, e por isto co- ‘bram um prego muito inferior. 0 Comissério de Vigilincia da Infancia e Juventude em Guarapuava, que também preferiu ndo ter onome citado, disse 06 special 07 ‘Agosto 2006 Em sua maioria Te AM eee aNy leat eany ER eRe Me NM Lee RCO AMC Led oficio e denunciam a eRe CRT ser dificil coibir este tipo de pratica justamente pelo baixo nit- ‘mero de deniincias. Quando elas ocorrem, geralmente dizem respeito aos proprios empresirios do sexo que se sentem le~ sados com a concorréncia dita “desleal”. Quanto a venda de sexo nas Tuas, possui complicada interdigao, j4 que ndio ha ‘meios de provar que as meninas s4o prostitutas em potencial, ‘mesmo que a situagao seja evidente. O comissario argumenta que todo o ser humano tem o direito de ire vir e, portanto, esta fiscalizagio genérica fere a prépria Constituigao Federal Paraeele, “quem deve coibir a prostituigao infantil sdo os pais”. Eacrescenta, “antigamente eu via meninas de 16 anos se pros- tituindo, hoje vejo meninas de 10 anos”. A ago do Juizado de Menores no sentido de apurar deniincias ocorre por meio de um grupo formado de comissérios da infinciaeuventude que 1 teor da informagao, agindo sempre & paisana. Esta abordagem incide na maioria das vezes sobre estabelecimen- tos que trabalham com o meretricio, Se a prostituigaio se con- figurar, o dono e gerente so autuados, com base no artigo 214-A (submeter crianga duadolescente & prostituigaio ¢ ex- ploragao sexual) e a erianga encaminhada, teoricamente, a0 Conselho Tutelar O trabalho Quanto a Charlene, diz que os seus clientes sfio de Jonga data: alguns a procuram ha 6 anos, quando estreou no mister de meretriz, Sao clientes que procuram somente por ela, e que evitam contato quando outros homens ou mulheres estiio ali por perto. Por isto preferiu a conversa por telefone. Eladiz que trabalhou antes em prostibulos como 0 Casariioe oD. Jollo XXII, Viaese, mesmo separado pela linha, que a sua vida era extremamente atribulada: choros de eriangas, barutho de limpeza, Sua mile costuma cuidar das ilhas enquanto la trabalha, Sao quatro no total, sendo que as duas maiores, de 10 12 anos, conhecem os oficios da mae. Charlene é separada do pai das criangas, que hoje mora em outta cidade. Quanto aos clientes, diz que “existem clientes Jegais, eexistem aqueles que acham que podem tudo”. Também peri rlatennaiamn neil tate iat tiie hiatal eo tmbtee, Em sua maioria ater ie) eK eleel Late lacy eRe MCL Lad Manuel Ribas Jfalam das dores do alee Melee med Teme ae MeO aR McLee figurar, o dono e gerente so autuados, com base no artigo 214-A (submeter crianga ou adolescent a prostituigio ¢ ex ploragio sexual) ea crianga encaminhada, teoricamente, a0 ‘Conselho Tutelar. O trabalho Quanto a Charlene, diz que os seus clientes so de Jonga data: alguns a procuram ha 6 anos, quando estreou no ‘mister de meretriz, Sto clientes que procuram somente por ela, e que evitam contato quando outros homens ou mulheres estio ali por perto. Por isto preferiua conversa por telefone. Ela diz que trabalhou antes em prostibulos como o Casaraoe 0D. Joao XXII. Via-se, mesmo separado pela linha, que a sua vida era extremamente atribulada: choros de criangas, barutho de limpeza. Sua mie costuma cuidardas filhas enquanto ela trabalha. So quatro no total, senclo que as duas maiores, de 10¢ 12 anos, conhecem os oficios da mae, Charlene é separada do pai das criangas, que hoje mora em outa cidade. Quanto aos clientes, diz que “existem clientes legais,eexistem atyueles que acham que podem tudo”. Também foi possivel manter um longo papo com Méreia, a mulher que nos contou varias histérias, até que a sua colega, Marilda, 36 anos, mae de 3 filhos, desceu do Corsa de um cliente, homem Jovem ede viril bigode, e que, a principio relutante, juntou-se Aanimada conversa. ‘Tratava-se da meia-noite quando Mareia enchia a boca para narraras experiéneias que teve em 3 anos de profissio, Dentre 08 episédios insélitos, que sfo varios, 0 de um homem apaixonado que jurou morrer se nfo tivesse o seu amor equ, de fato, levou o seu carro para as esquinas da casa da prostituta la lhe tentouaté que tivesse atengiio, ou outro que, estimulado pela cocaina, imaginou que ela fosse um homem e pediu sexo anal, donde que, ela teve que saciar a heresia com uma garrafa, Homens ha de todos os ti ‘Existem aqueles que siio cheirosos, gostosos, nos dio prazer, e aqueles fedidos, impotentes, e que nao querem pagar pelos servigos”. Se a profissao é arriscada? Sim, diz Marcia, Ha os moleques noturnos, assaltantes, homens de instintos barbarescos que (segue na pagina 8) 0s Agosto 2006 praticam c6pula sédica. Ela trabalharé enquanto precisar, ¢ espera que néio dure muito tempo, apesar de gostar de muito de alguns de seus clientes, que the visitam com certa assiduidade. Ela é divoreiada ha alguns anos, mas mantém amizade com o seu ex-marido, que é policial militar. Dos problemas da profissio, a jé citada concorréncia barata das mocinhas que transam em ruelas escuras por precos irris6rios. Ou mesmo durante o dia, quando é mais fici para as ‘meninasnovas sair de casa etrabalhar. Marcia fatura em média RS 100,00 por noite ¢ labuta todos os dias. A sua renda niio dura muito, pois é rapidamente gasta em supermercados ou quaisquer outras despesas familiares, Quanto a Marilda, os filhos conhecem seu oficio. So trés no total: um de 3 aninhos, outro de 15 e 0 mais velho de 17. Ela espera que eles comecem a trabalhar sem demora para ajudar nas despesas da casa, e assim ela poder se ver livre dos riscos trazidos pela calada da noite. Riscos que, segundo ela, viio dos assaltos até 0 cheque sem fundo que recebeu no més pasado. Enquanto isto, a lida ja dura trés anos, s6 com camisinha, ela diz. Quanto ao perfil de seus clientes: “se eles quisessem sexo normal, ficavam em casa”. Senhores de desejos exéticos ebiografias obscuras, saem dos lares para aventuras notumas, ena noite encontram um paleo onde ensaiam os seus desejos exéticos. A pracinha, préxima do local de trabalho das duas ‘miulhieres, na Avenida Manuel Ribas, é um destes teatros que servem o desatino. Nas suas palavras, lugar para sexo ficil. Quem corrobora as palavras da prostituta é Edilson, 0 guardio que hora ou outra pega com a mio na massa um grupo de duas ou mais pessoas exercitando 0s seus instintos, Debaixo do sali infantil, que tem a misséo de zelar, os homens Jevam as prostitutas ou mesmo namoradas e deixam os preservativos usados. “Antigamente as criangas vinham brincar, agora sio os adultos”. Jé 0 guardidio Marcio Correia, que trabalha no mesmo local ha anos, nao sente a mesma preocupacdo. e conta que as no} ean tinea ac amnatcienee fato so, Ambas nunea tiveram problemas com a profissio: simplesmente entram com ligeireza nos carros para fazerem aquilo que devem fazer. Regina teme a exposigaio ja que pode perder os filhos para © Juizado de Menores. “Os tios¢ tias das eriangas no veem a hora de tomar elas de mim”, diz. Alids, esta preocupagio é Jegitima a maioria das mulheres que trabalham na noite. Evitar dizer o nome é comum, e quando dizem sio respeitadas pela Teportagem que opta por preservar as fontes de possiveis ‘constrangimentos, Jé dentre as mulheres que combinam programas com idade precoce esté Solange, que declarou 20 anos e que passeava a alguma distancia do viaduto, até ser abordada por um fusca verde que, possivelmente assustado com a tabela dos precos, logo voltou d estrada. E uma moga alta, bonita, de aparéneia altiva, boas vestes, aparelho de corregdio dental. Prostitui-se na avenida ha 3 meses e assim faz.do seu namorado, um mogo ‘Ela espera que eles comecem a trabathar sem demora para ajudar nas despesas da casa, e assim ela poder se ver livre dos riscos trazidos pela calada da noite, Riscos que, segundo ela, -valo dos assaltos até o cheque sem fundo que recebeu no més passado. Enquanto isto, a lida ja dura trés anos, sé com camisinha, ela diz, Quanto ao perfil de seus clientes: “se eles quisessem sexo normal, ficavam em casa”, Senhores de desejos exéticos e biografias obscuras, saem dos lares para aventuras noturnas, ena noite encontram um palco onde ensaiam os seus desejos exéticos. A pracinha, préxima do local de trabalho das duas ‘mulheres, na Avenida Manuel Ribas, é um destes teatros que servem o desatino, Nas suas palavras, lugar para sexo fécil Quem corrobora as palavras da prostituta é Edilson, 0 guardifio que hora ou outra pega com a mio na massa um grupo de duas ou mais pessoas exercitando os seus instintos. Debaixo do salio infantil, que tem a missdo dezelar, os homens levam as prostitutas ou mesmo namoradas e deixam os preservativos usados. “Antigamenteas criangas vinham brincar, agora sfo os adultos”. J4 0 guardido Marcio Correia, que trabalha no mesmo local ha anos, no sente a mesma preocupaeio, e conta que as noites de Guarapuava so bem tranqidilas, sendo raros os atos de convulsio, ea maioria dos praticantes da pracinha sio casais de namorados. Para o alto da Avenida Manuel Ribas, no sentido da placa que assegura a supremacia de Jesus Cristo sobre a cidade de Guarapuava, o trabalho continua, mas com menor intensidade. Num dos pontos de Gnibus trabalham Simone e Regina, a primeira de38 anos ea segunda de 24. Simone deteve o recorde de filhos entre as entrevistadas: seis, e todas fémeas, a mais velha com 16. As meninas sabem dos servigos da mie, que rio ficam s6 na prostituigo, envolvendo servigos didrios como Jimpeza de residéncias. Elanasceu em Palmas e migrou ha 15 anos para Guarapuava, onde perdeu o matido e se viu desamparada, Guarda uma aparéncia alegre e grande vontade de conversar, Jé Regina é mae de trés filhos, novos demais para poder pensar na profissio materna, E uma bela morena com os cabelos em longos caracdis presos sobre as costas, uum olhar perdido que nao desgruda dos automéveis, como se eles fossem o sumo de sua presenca naquele lugar—e como de pe a ee ee ee eee ee altiva, boas vestes, aparelho de corregio dental. Prostitui-se naavenida ha3 meses eassim fazzdo seu namorado, um mogo Devido ao preconeeito, a maioria prefere ter a idemtidade preservada de 18 anos, um, como se diz, “como”, Diz que} foi ameagada pelas mulheres que se prostituem ha mais tempo no local e, por isto, trabalha nos limites extremos da Avenida Manuel Ribas. ‘Além disso, ela conta ter um filho de trés anos que mora ‘com pai. Seu trabalho se limita a terga-feira, quando ganha uma média de RS 200,00. Outras mogas de aparéncia muito Jovem trabalham pelo local, mas denotando um volume maior de clientes, geralmente nao se sentem tentadas a conversar com areportagem. O trabalho notumno na Avenida Manuel Ribas inclui ainda funcionarios de firmas de seguranga privada, militares do 16° GAC, guardides, farmacéuticos e repérteres que caminham de cima para baixo. Certamente, estes os mais insélitos. Bares (bar Calypso é um dos virios que servem de prostibuilo nas Areas centrais da cidade. A maioria deles pode ser caracterizado como antro de venda de bebidas, podendo desviar| rapidamente das acusagdes de exploragdo sexual, jé que as mulheres ndo possuem “vinculos de emprego” — sendo as comissies financeiras, ‘A administracao do Calypso éfeita por um grupo familiar que envolve a mae e duasfilhas, Um grupo de mulheres freqtienta as dependéncias para faturar alguns trocos. No interior, o clima de cordialidade: o cliente ¢ recebitlo com afeicdo e um duplo beijo no rosto. Vé ao lado uma gretha usada para a linguicinha do final de semana, um grupo de mesas e cadeiras e uma mesa de bilhar, ““Vooés querem companhiia?” é 0 que se ouve depois da solicitagao de bebida. A companhia fica sobrando, nervosa, assistindo o pusilinime movimento de clientes. Sabe-se que a noite & precoce em Guarapuava, que os trabalhos sio conc! nna puberdade da penumbra, € a madrugada é rala no que diz: respeito as negociagdes, Por isto as mulheres tém, nestas horas passadas, um irrefletido aff pelo tilintar monetario, Sao duas as companhias que encaram da mesa de bilhar, {€ que.se sentardio para uma entretida conversa: Josane, 22 anos, nile de dois filhos, e Daniele Regina, que disse ter 19 anos, mas que aparenta compridos 25, ja que tem um bigode portugués bem negro, com pontas que chegam a tocar nos lébios, e uma ‘besidade saudvel brotando debaixo da camisa colorida, Mente ‘a idade ja que as novas sao geralmente -e E Ele pro setae boca rica : mulheres nao possuem “vinculos de emprego” — senio as comissdes financeiras. A administragdo do Calypso éfeita por um grupo familiar que envolvea mae e duas filhas. Um grupo de mulheres freqtienta as dependéncias para faturar alguns trocos. No interior, o clima 6 de cordialidade: o cliente é recebido com afeieao e um duplo beijo no rosto. Vé ao lado uma gretha usada para a linguicinha do final de semana, um grupo de mesas e cadeiras e uma mesa de bilhar, “Voots quierem companhia?” é 0 que se ouve depois da solicitagio de bebida. A companhia fica sobrando, nervosa, assistindo 0 pusilanime movimento de clientes. Sabe-se que a noite é precoce em Guarapuava, que os trabalhos s4o concluidos rna puberdade da penumbra, ¢ a madrugada é rala no que diz: respeito as negociagdes, Por isto as mulheres tém, nestas horas passadas, um irrefletido aff pelo tlintar monetério, ‘iio duas as companhias que encaram da mesa de bihar, ‘@ que se sentariio para uma entretida conversa: Josane, 22 anos, ie de dois filhos, e Daniele Regina, que disse ter 19 anos, mas que aparenta compridos 25, ja que tem um bigode portugués ‘bem negro, com pontas que chegam a tocar nos libios, e uma obesidade saudivel brotando debaixo da camisa colorida, Mente a idade ja que as novas s2o geralmente mais valorizadas pelos, homens. A primeira das duas, Josane, nasceu em Palmital, cedo veio para Guarapuava, onde ha 3 anos comecou a trabalhar no meretricio. Apesar de conhecer o pai das criangas, nao pede por auxilio, ja que, para ela, seria mais humilhante do que a propria tarefa da prostituigdo. Nao tem pensado muito em outra profissto ¢, quando perguntada por um curso universitirio disse, insalubre, que preferiria a medicina veterindria. Daniele verberou preferir a enfermagem, com que tem constantemente contato para os seus exames de sangue. Ambas sio catélicas e dizem ter perdido a virgindade ‘com 15 anos. Além disso, 0 sonho de constituir familia se torna evidente com a Ihaneza da pergunta de Regina, quando denotivamos levantar para pagar a conta: “Voc8s aceitariam casar ter familia com uma mulher como a gente?” ‘Na mesa ao lado, @ filha da dona do local, osculava animadamente um homem gordo singelo, que entre um beijo e outro bebericava a cerveja e aparentava estar apreciando a conjuntura. No fundo, um alegre Elton John: “Isto, poe um Elton John, eu adoro Elton John”, dizia a filha, absorvida pelo piquenique com o comprador. Lat fora, tudo calado,

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