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Com relatos de atrasos e superlotação, estudantes da UFRR cobram mais ônibus na

frota para o campus Paricarana: ‘demora é desesperadora’

Alunos relatam esperar até 1h em paradas de ônibus que também são alvo de reclamações.

VÍDEO: Link: https://we.tl/t-e54CEAGnSd

“É uma jornada até a universidade. É ônibus lotado, que demora para passar e
ainda por cima nesse calorão”. O relato é da estudante de agronomia do 10º
semestre Brenda Ariana, de 27 anos. Ela, assim como outros acadêmicos, utilizam
o transporte público para chegar até o campus Paricarana da Universidade Federal
de Roraima (UFRR). As condições do transporte público -- e até das paradas -- são
motivos de reclamação e o pedido é um só: que aumente a frota dos ônibus que
passam na universidade.

foto 1 crédito: Caíque Rodrigues


Legenda: Ponto de ônibus na Universidade Federal de Roraima

Ao todo, são três linhas de ônibus que cortam o campus. Além disso, há também o
ônibus que passa pela avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, ao lado da
universidade. Muitos estudantes – que moram na zona Oeste de Boa Vista, por
exemplo – precisam pegar dois ônibus para chegar à universidade. Isso, somado
aos atrasos e aos contratempos que surgem, os forçam a esperar no ponto com até
uma hora de antecedência pelo transporte.

A reportagem foi até dois pontos de ônibus localizados no campus – um em frente


ao Bloco I e outro em frente ao Centro de Ciências Humanas (CCH) – e conversou
com estudantes que esperavam pelo transporte. Para eles, a solução seria que
houvesse mais ônibus disponíveis.

foto 2 crédito: Caíque Rodrigues


Legenda: A falta de ônibus tem sido alvo de reclamações por estudantes

A Prefeitura de Boa Vista, responsável pela Empresa de Desenvolvimento Urbano e


Habitacional (Emhur) que administra a frota de ônibus, foi questionada pela
reportagem se há planos para aumentar a frota e se os pontos de ônibus da
universidade passarão por manutenção, mas não recebeu resposta até o momento
da publicação.

Calor e demora
foto 3 crédito: Caíque Rodrigues
Legenda: Núbia diz que a irregularidade dos horários é um problema
Núbia Félix tem 21 anos e é acadêmica de geologia do 4º semestre. Ela relata que
no início do curso, quando as aulas começavam mais cedo pela manhã, precisava
correr para pegar o ônibus que, de acordo com ela, "sempre atrasava". Agora, com
as aulas começando mais tarde, ela não precisa se apressar, mas as queixas
continuam.

"Hoje em dia, minha primeira aula começa às dez da manhã, o que me permite
acordar um pouco mais tarde. Normalmente, me levanto às seis e meia, me arrumo
e saio de casa por volta das oito, a fim de pegar o ônibus. A chegada ao campus
costuma ocorrer por volta das 8h40, quase nove horas, e aproveito esse tempo para
estudar antes das aulas", diz a estudante.

Para ela, o que mais a incomoda é a irregularidade dos horários dos ônibus que
afeta a todos e causa a superlotação dos veículos. Ela destaca a necessidade de
mais veículos.

"O horário dos ônibus nem sempre é regular, e os veículos costumam ficar lotados,
o que pode nos forçar a esperar pelo próximo ônibus e, consequentemente, atrasar
nossa chegada em casa. Uma solução que vejo para esse problema seria mais
ônibus e aqueles maiores, com mais espaço para os passageiros", diz.

foto 4 crédito: Caíque Rodrigues


Legenda: Kamylla ressalta a precariedade dos pontos de ônibus

Kamylla Victoria tem 19 anos. Ela é acadêmica do curso de letras português e


espanhol, está no 2º semestre e precisa pegar o ônibus diariamente para assistir às
aulas, que são à noite. A estudante mora no bairro Asa Branca, na zona Oeste de
Boa Vista e, por isso, precisa estar no ponto com uma hora de antecedência.

Entre as queixas, também destaca as condições dos pontos que sofrem com o
vandalismo. No local em que ela costuma esperar havia um ar condicionado e,
agora, só sobrou o buraco.

"Utilizar o transporte público é sempre ruim, dada a demora, especialmente nesta


região. Anteriormente, havia uma central [de ar condicionado] na parada, mas essa
'mordomia' não existe mais, e enfrentamos além da demora, um calorão", diz.

"Se eu pudesse fazer um pedido relacionado à frota de ônibus, pediria mais ônibus
para a minha linha e outras linhas semelhantes. Acredito que a prefeitura deveria
considerar a climatização das paradas, pois, além da demora, poucos ônibus
atendem a essa rota. Acredito que uma oferta mais ampla de transporte público
beneficiaria a todos os passageiros", finaliza.

foto 5 crédito: Caíque Rodrigues


Legenda: A falta de veículos é um dos principais problemas citados por Brenda

O trajeto de Brenda Ariana, acadêmica do 10º semestre de agronomia de 27 anos, é


diferente. Ela chega até o campus Paricarana para que, assim, possa pegar outro
ônibus até o campus Cauamé, na zona Rural de Boa Vista, onde as aulas são
ministradas. Tudo isso resulta em uma "correria" para a estudante, que mora no
bairro Aracelis, zona Oeste.

"É complicado, pois se perdermos o ônibus, perdemos um dia de aula. Eu preciso


acordar às 6 horas e estar no ponto às 6h30 para ir às aulas. Saindo de casa às
6h30, só chego às 8h [no campus Cauamé]. O ônibus sai do terminal às 7h20, então
precisamos estar lá antes deste horário, caso contrário, perdemos o ônibus", diz a
jovem.

"A ideia é ter mais opções de ônibus e horários disponíveis para evitar atrasos. É
complicado sair tão cedo, às 6h30, e esperar até às 9h. Além disso, o ônibus fica
lotado, e eles só acrescentaram 20 minutos a mais de intervalo. Se o meu ônibus
atrasar, perco o horário. É uma situação difícil".

A Universidade Federal de Roraima (UFRR) também foi procurada, mas não


respondeu até o momento da publicação.

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