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ATIVIDADE DE PCC V

Nomes: Celso Vallin


Classinéia Lopes
Laisla Rafisa
Naiara Fleury
Tiago Ribeiro

Data: 03/03/2023

Professora: Cristiane F. Gris Baldan

Bem-vindos à Marli Marília Figueiredo

ENDEREÇO: Fazenda Coqueiros


Santana da Vargem – MG
CEP: 37.195 - 000
Fone/fax: (35) 3858-1334
E-mail: educacao@santanadavargem.mg.gov.br
INEP: 31178781

SRE VARGINHA
A Escola Municipal Marli Marília Figueiredo conta com 33 alunos e está
localizada na zona rural do município de Santana da Vargem. Ela recebeu esse
nome em homenagem à esposa do proprietário das terras onde está localizada e
que era uma grande matrona da educação, saúde e qualidade de vida dos
funcionários. Em conversa inicial com a diretora, Rosilene, perguntei para ela qual a
importância da escola na comunidade rural local e foi dito que para conforto e
comodidade dos pais, os mesmos preferem que os filhos menores estudem próximo
a suas casas e não necessitando de usar transporte em rodovia para ir a zona
urbana. Tal motivo gera grande empenho da comunidade para que a escola se
mantenha aberta.
Os dados abaixo foram fornecidos pelo Projeto Político e Pedagógico (PPP)
da escola, na versão de 2021, e são um demonstrativo geral do quadro de
estudantes. A LDB chama de Proposta Pedagógica (BRASIL, 2023, art. 12 e 13).

Distribuição dos estudantes por sexo:

⮚ Masculino: 59%

⮚ Feminino: 41%

Distribuição dos estudantes por cor/raça:

⮚ Branca: 41,18%

⮚ Preta: 5,88%

⮚ Parda: 44,11%

⮚ Não declarada: 8,83%

Distribuição dos estudantes por localização/zona de residência:

⮚ Rural: 100%

Utilização de transporte escolar público pelos estudantes:

⮚ Utiliza: 97%
⮚ Não utiliza: 3%

Uma van dá suporte à escola, fornecendo transporte para as professoras e a


diretora, da cidade para a zona rural e depois busca as crianças em suas casas para
as atividades escolares.
O quadro de funcionários é composto por 2 professoras que trabalham em
duas salas multisseriadas: uma sala com 13 alunos da educação infantil e 4 alunos
do 2° ano do Ensino Fundamental e a outra com 3 alunos do 1° ano, 1 aluno do 3°
ano, 6 alunos do 4° ano e 6 alunos do 5° ano do ensino fundamental. Há 1
diretora/coordenadora que é concursada e já trabalhou como diretora em outra
escola, ela atua também como coordenadora em um segundo cargo em outra
escola. Possuem 2 funcionárias para cozinha e auxílio geral da limpeza, 1 motorista
de ônibus/van e 1 monitor de transporte de alunos. A nutricionista da municipalidade
elabora o cardápio mensal e leva até a escola com as devidas orientações. Um
professor de educação física trabalha com as turmas todas as segundas-feiras.
Uma vez por semana, a diretora e as professoras fazem reunião pedagógica,
com duração de 1 hora contada através do ponto eletrônico e sempre que
necessário a Secretaria de Educação convoca todos para reuniões com duração de
1 hora, para alinhamento de questões gerais.
Existe uma relação de dependência com a Secretaria de Educação, pois, por
ter quadro reduzido de funcionários, muitas demandas de trabalho são transferidas
para o setor da educação do município - que lida também com a gestão de outras
escolas. Os professores trabalham com um diário on-line.
O espaço físico da escola é amplo, contando com 5 salas grandes de aula - 2
totalmente desativadas e outras em funcionamento; há banheiros masculino e
feminino para estudantes e banheiro para os funcionários (o sistema usa fossa
séptica, e água de poço artesiano); há uma quadra de esportes não coberta, mas
bem pavimentada e um parquinho (ou playground). As acomodações da escola
ainda possuem um telecentro (mas está desativado, pois as máquinas ficaram
obsoletas) e mesmo tendo internet via satélite ofertada pelo governo, possuem outra
conexão de internet através de um convênio da prefeitura. Não existe um local
específico para a biblioteca, então uma das salas desativadas é usada para o
momento da leitura.
As reuniões com os pais são realizadas no começo de cada semestre, em
maio e, posteriormente, em agosto. Quando é necessária alguma reunião extra, os
pais são convocados para a participação como, por exemplo, a reunião feita para
decidir o destino do projeto PDDE CAMPO, que será usado para uma ampla
reforma na escola. A diretora ressaltou que dos 30 responsáveis pelas crianças
somente 4 geralmente não comparecem às reuniões, mas que sempre a procuram
para saber informações. Destacou que esses mesmos pais faltosos, são os que os
filhos apresentam maior índice de dificuldade de aprendizagem. Como forma de
solução para uma boa participação dos pais, a escola optou por fazer reuniões em
horários flexíveis, como às 6 da manhã ou às 19 horas, fornecendo transporte para
os responsáveis e criando grupos de whatsapp para recados.
A instituição de ensino conta com seu próprio Caixa Escolar e a divisão das
verbas do Fundeb é feita pela Secretaria de Educação. Os alimentos fornecidos à
escola são entregues toda semana - são frutas, verduras, legumes e carne fresca,
que compõem duas refeições diárias: café da manhã, às 06h50 e almoço, às 9h30.
Outros materiais básicos são enviados conforme a necessidade e a disponibilidade.
A cozinha da escola é bem equipada com freezer e geladeira novos.
A diretora avaliou o nível econômico dos alunos como classe média baixa, em
que o sustento dos pais assalariados é oriundo da agricultura, muitas vezes
oscilando no período entressafra, fazendo com que muitas famílias passem por
dificuldades e necessitando de ajuda da comunidade. A Secretaria de Educação
sempre disponibiliza um kit de material escolar padrão para minimizar possíveis
desigualdades entre as crianças.
Quando abordada sobre professores de AEE, a diretora disse que nunca
houve alunos que necessitam e que em uma abordagem recente sobre o tema junto
a Secretaria de Educação foi dito que, caso os responsáveis apresentem laudo,
seria disponibilizada a assistência individual para qualquer escola do município.
Problemas e dificuldades
Para concluir, falamos com ela sobre possíveis problemas da ordem de
gestão que a escola possui:

● O Conselho de Classe, é realizado duas vezes no ano;


● O PPP, os responsáveis afirmam que é atualizado anualmente e segue
orientações da Superintendência Regional de Ensino, mas este não estava
disponível na escola e ficou visível a dificuldade quando pedimos acesso a tal
documento. Entendemos que deveria estar à mão de toda a comunidade
escolar;
● A diretora ainda ressaltou que a maior dificuldade é com alunos faltosos;
esses possuem grande dificuldade de aprendizagem. As famílias parecem
anuir com as numerosas faltas. Em busca de solução para isso, perguntamos
o que poderia ser feito, mas a gestora disse que já houve exaustivas
tentativas para manter os alunos na escola e que realmente é um problema
familiar para o qual, muitas vezes, se faz necessária a intervenção do
Conselho Tutelar; Embora a LDB preveja um limite de 30% de faltas durante o
ano letivo, disseram que a escola é proibida pela Superintendência
Regional de Ensino de reprovar alunos por falta de presença - esta
mesma que afirmou que tal procedimento seria muito trabalhoso. Na ocasião
atual, ela me falou sobre 2 alunas do 3° e 5° ano que por apresentarem muita
dificuldade tiveram que fazer reclassificação através de uma prova elaborada
como “estudos independentes” e assim as alunas estão em turmas conforme
o seu conhecimento, mas não poderão repetir o ano.

Propostas para uma Gestão Participativa


Como a Escola Municipal Marli Marília Figueiredo dispõe de um quadro de
funcionários visivelmente reduzido, as demandas da gestão culminam, em alguns
momentos, em uma sobrecarga de alguns funcionários pontuais. Visando uma
melhor gestão de tempo e recursos, promovida por uma iniciativa de gestão
democrática, lançamos mão da Lei de Diretrizes e Bases da Educação [Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996] para a criação de um Conselho Escolar, este que,
como propõe a Lei, será composto por membros ativos de todas as esferas da
comunidade escolar. O Conselho, visto que prevê a presença de pais e estudantes
entre seus membros, facilitará também a comunicação entre a escola e as famílias -
estas moradoras da zona rural, muitas delas vizinhas e trabalhadoras das mesmas
fazendas - e será um importante passo em direção à "emancipação" da escola em
relação a sua dependência da Secretaria da Educação na busca de uma gestão
autônoma e participativa.
A dificuldade de acesso ao Projeto Político Pedagógico (PPP) demonstra a
necessidade de uma (re) descoberta do documento por parte da comunidade
escolar. A proposta aqui é colocar o PPP em destaque, como deve ser: atualizado,
acessível, de fácil consulta e constantemente revisado e revisitado sempre que
possível, servindo como guia para as práticas pedagógicas e para as decisões da
gestão. O PPP, sendo um projeto, deve servir como um alicerce para que a escola
planeje ações concisas e efetivas de acordo com a sua própria realidade e as
necessidades da comunidade da qual faz parte - mais do que um documento, o PPP
é uma ferramenta de (trans) formação da dinâmica de ensino aprendizagem.
Por fim, através do diálogo com a gestão da escola, é nítida a dificuldade em
lidar com as faltas constantes de alguns alunos, o que, como se trata de uma
instituição com salas multisseriadas, prejudica o andamento de todo o plano
pedagógico elaborado pelo corpo docente. Como entendemos que educar é um ato
social, feito em conjunto - pensando no “nós” -, a pretensão é de elaborar um plano
de ação que envolva toda a comunidade escolar na intenção de reduzir o número de
faltas: investigar a fundo as causas dessas faltas, entender as motivações dos
alunos e familiares em relação ao estudo, ouvir as dificuldades que esses indivíduos
encontram para a manutenção de seus estudos e buscar soluções, em conjunto,
contra o abandono escolar.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. Na


internet. Planalto. 2023. BRASIL. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em mar 2023
LÜCK, Heloisa. Perspectivas da gestão escolar e implicações quanto à formação de
seus gestores. Em Aberto. Brasília, v. 17, n. 72, p. 11-33, fev/jun, 2000.

SILVA, Marcelo S. P. Planejamento e práticas da gestão escolar. Escola de


gestores básica.

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