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Classinéia Lopes
Celso Vallin
Naiara Fleury
Tiago Ribeiro
MAIO
2023
1. TEMA
O que fazer para que estudantes faltosos estejam mais presentes na escola?
2. PROBLEMA E JUSTIFICATIVA
A gestão da Escola Municipal Marli Marília Figueiredo, na figura da Diretora
Rosilene Mulinari Rosa, relatou em conversa com a Naira Fleury, estudante da
Pedagogia, que um dos problemas iminentes da escola são os alunos faltosos - e que
esses apresentam grande dificuldade de aprendizagem. Ainda segundo a diretora, as
famílias parecem anuir com as numerosas faltas. A gestora também afirmou que já houve
exaustivas tentativas para manter os alunos na escola e que realmente é um problema
familiar para o qual, muitas vezes, se faz necessária a intervenção do Conselho Tutelar.
Embora a LDB (Lei - 9.394, de 1996) preveja um limite máximo de 25% de faltas durante
o ano letivo (BRASIL, 2023b, Art.24, VI), a gestão informou que a escola é proibida pela
Superintendência Regional de Ensino de reprovar alunos por falta de presença - sob
declaração de que tal procedimento seria muito trabalhoso.
Após mais de dois anos de pandemia do SARS COVID-19, uma pesquisa realizada
pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em 2021 aponta que cerca de 5
milhões de jovens entre 6 e 17 anos não completaram seus estudos na educação básica
no Brasil e abandonaram as instituições de ensino no ano de 2020.
Os alunos que deixam de frequentar as aulas durante o ano letivo se encaixam no
quadro conhecido como abandono escolar. Enquanto que os estudantes, reprovados ou
aprovados, que não efetuarem a matrícula para dar continuidade aos estudos no ano
seguinte são alocados na categoria de evasão escolar.
De acordo com matéria publicada no site Observatório de Educação, de
responsabilidade do Instituto Unibanco (2021), os números divulgados pela UNICEF
registram que dos 5 milhões de alunos em situação de abandono em 2020
E foi por causa desse alerta, acentuado no período pós-pandêmico e que se torna
ainda mais nítido em escolas com um número reduzido de alunos quando estes se tornam
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faltosos, que a Escola Municipal Marli Marilia Figueiredo abriu suas portas para que nós,
grupo de estudantes do curso de Licenciatura em Pedagogia - modalidade EAD - do
Campus Muzambinho, para que pudéssemos investigar as causas da infrequência dos
discentes da comunidade escolar da zona rural de Santana da Vargem e elaborar
propostas de prevenção ao quadro de abandono escolar.
O nosso desafio é colher os dados de frequência escolar no últimos dois anos na
escola Marli Marília, analisando-os em busca de padrões claros de queda de frequência,
juntamente com informações junto às famílias e estudantes sobre os motivos que levam a
faltarem à aula e correlacionar essas variáveis para que, levando em consideração a
realidade das famílias envolvidas e da comunidade escolar, possamos elaborar ações
estratégicas no combate ao abandono escolar e na conscientização e incentivo da
participação de todos os envolvidos na busca do avanço almejado - o de redução
significativa das faltas não justificadas.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Toda criança tem direito a uma boa educação, independente da família ser rica ou
pobre, morando numa cidade grande ou em área rural. Está escrito na Constituição, que é
a lei maior de nossa sociedade.
Existem muitos outros itens definidos na lei, mas decidimos destacar estes. Quem
primeiro cuida da criança é a família. O Estado brasileiro tem sua responsabilidade, e isso
inclui os governos federal, estadual e municipal. A sociedade, como um todo, também
deve colaborar, promover e incentivar a educação. Se a criança ou adolescente não está
comparecendo com continuidade às aulas, é preciso rever o que acontece, investigar as
causas, e colaborar para a superação do problema. As três instâncias: Estado, família e
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sociedade têm responsabilidade em participar para melhorar a situação. Quando a lei fala
em gestão democrática do ensino público, está se referindo a situações de diálogo e
decisão cooperada entre escola e familiares, mas também entre gestão escolar e
docentes, e outras pessoas que participam do trabalho escolar. Uma educação de
qualidade é aquela que é construída com as pessoas (docentes, gestão, familiares,
estudantes…) e não alguma outra que venha de fora e seja imposta com indiferença às
condições de contexto locais.
Em “Infrequência discente: um estudo de caso na rede estadual do Ceará”, de
Maria Eliane Holanda (2015), vemos que são vários os fatores que colaboram para a
infrequência escolar, e também que são muitos os fatores que levam estudantes a querer
estar na escola todos os dias. Ela entrevistou professores, familiares, e estudantes.
Conversou também com a direção de 5 escolas, e todas afirmam que a infrequência é um
importante problema.
Entre os fatores que evitam as faltas, o mais marcante foi um projeto que criou o
que chamaram de professor(a) diretor(a) de turma. A pessoa terá reservadas cinco horas
semanais para dedicar-se a acompanhar as faltas e tomar providências. Nesse tempo,
realiza uma aula-diálogo, sobre os problemas enfrentados pela turma, com reflexões
sobre cidadania e formação pessoal. Uma providência muito interessante foi a criação de
duplas, em que um/a estudante fica responsável por chamar e conversar com quem faltou
naquele dia. Para isso são usadas redes sociais, telefonemas e outros meios. A direção
de turma, quando alguém falta, pede para a outra pessoa da dupla entrar em contato e
trazer um retorno. Isso cria uma dinâmica de comunicação, fortalece a identidade da
pessoa, traz a sensação de cuidado, além de facilitar o trabalho de controle.
Vários/as estudantes entrevistados/as disseram que faltavam por preguiça de
acordar. Essa afirmação condiz com os estudos teóricos que apontam a necessidade da
escola ser atrativa e, para isso, é preciso abrir-se para o diálogo com os estudantes.
Vemos que é importante
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provocar uma distância entre ele e seus educadores, dificultando a aproximação
interpessoal tão necessária para a criação de relações sociais. Contudo, a escola
deve se preparar para esse aluno real, concreto, precisa aprender a dialogar com
o mundo dele (HOLANDA, 2015, p. 68).
Havendo um/a professor/a diretor/a de turma fica mais fácil que exista esse diálogo
e atenção. Em seguida, Holanda mostra a entrevista de uma aluna do primeiro ano que
diante da pergunta - o que lhe atrai na escola? Respondeu:
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começavam a colheita, os alunos frequentavam a escola para que suas mães
pudessem trabalhar (SILVA, 2015, p.14)
1
Em Portugal,no ano de 2011, estes correspondiam, respectivamente, a Educação Infantil e aos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental no Brasil atualmente.
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família na educação escolar e a terceira em estratégias de promoção de sucesso
escolar (ROCHA, 2011, pág. 85).
Isso nos anima. Assim, acreditamos que poderemos dar alguma contribuição para
o problema na escola em que estaremos atuando para esta PCC, fornecendo além de
uma análise dos dados da frequência escolar, um plano de ação que busque a prevenção
do quadro de abandono escolar.
4. OBJETIVOS
5.1. PÚBLICO
O projeto é voltado para toda a comunidade escolar da Escola Municipal Marli
Marília Figueiredo, da zona rural de Santana da Vargem: gestores, coordenação
pedagógica, corpo docente, funcionários em geral, monitores de transporte escolar,
estudantes e suas famílias - com foco especial naqueles que apresentam maior número
de faltas e, consequentemente, maior déficit de aprendizagem.
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5.2. REALIZAÇÃO
O projeto será dividido em 4 etapas, abrangendo toda a comunidade escolar da
Escola Municipal Marli Marília Figueiredo. A ideia é fazer uma pesquisa, e depois análise
de dados, para entender as causas da infrequência, e fatores que possam ser atrativos
para o comparecimento na escola. Em função disso será elaborado um plano de ações
estratégicas, a ser apresentado à comunidade, que ajude a combater o abandono escolar.
2. Entrevistas
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3. Plano de ações estratégicas
4. Apresentação
AVALIAÇÃO
Será verificado o bom andamento e realização das etapas previstas, dentro de uma
perspectiva de avaliação processual. Haverá uma boa avaliação caso sejam
disponibilizados e analisados os documentos pedidos, encontradas de forma conclusiva
as ocorrências de faltas, bem como sejam realizadas entrevistas e suas informações
resultem em explicações razoáveis, e nos permitam elaborar um plano de ações coerente.
A conclusão do Plano de Ações Estratégicas será também um parâmetro de
avaliação positiva.
Na medida do possível, após a apresentação do Plano, pediremos à direção e
pessoas da escola que avaliem nossa ação, desde o início. Usaremos a técnica de
preenchimento individual de fichas com, por exemplo:
Que bom que ._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._.
_._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._.
Que pena que ._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._
_._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._.
Que tal se ._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._.
_._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._.
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Como toda avaliação demanda acompanhamento, existe a intenção de manter
contato com a escola para obter informações a respeito da eficácia das ações que
estiverem sendo postas em prática pela comunidade escolar. A manutenção da
frequência escolar do grupo de alunos que mais faltam também servirá de parâmetro
avaliativo do impacto do projeto na escola.
TEMPO ESTIMADO/CRONOGRAMA
SEMANAS 1 2 3 4 5 6 ENCONTRO
ATIVIDADES
Formação da equipe 14 a
20/2
Definindo a escola e 1a
13/3
possíveis temas
Projeto em ação 16 a
29/5
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REFERÊNCIAS
ROCHA, Cristiana da Silva. MEDIAR PARA PREVENIR: uma ação de mediação entre
cpcj e escola contra o abandono e absentismo escolar. 2011. 149 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Ciências da Educação, Psicologia e Ciências da Educação,
Universidade do Porto, Porto, 2011. Disponível em:
https://core.ac.uk/download/159366662.pdf. Acesso em: 20 abr. 2023.
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UNICEF; CENPEC. Cenário da Exclusão Escolar no Brasil: um alerta sobre os impactos da
pandemia da covid-19 na educação. Um alerta sobre os impactos da pandemia da
covid-19 na Educação. 2021. Disponível em:
https://www.unicef.org/brazil/relatorios/cenario-da-exclusao-escolar-no-brasil. Acesso
em: 09 maio 2023.
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