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Nos dias atuais, os alunos estão demonstrando grandiosamente seus

interesses e após um período turbulento de dois anos fora da sala de aula, a escola
não é mais uma das prioridades dos educandos. Para situar como “falta de
comprometimento”, deve-se entender qual é o papel do aluno.

A equipe pedagógica da escola Jardim Escola Bem Me Quer, estipula as


responsabilidades dos lecionandos como: “Ser um membro ativo da turma e
trabalhar na construção de uma comunidade pacífica; Respeitar o Regimento
Escolar e todas as regras vigentes ao longo do ano; Agir com integridade, respeito e
responsabilidade para com todos os membros da comunidade escolar; Trabalhar
com determinação, organizando o tempo com sabedoria para completar cada ciclo
da aprendizagem; Prestar atenção nas aulas e realizar as atividades propostas para
o dia; Participar nas áreas de estudos com atitudes construtivas; Estudar todos os
dias para as avaliações contínuas; Realizar a tarefa de casa diariamente, aprimorar
a realização das atividades em classe e concluí-las dentro do horário previsto;
Trazer sempre os materiais necessários para o trabalho na escola; Frequentar aulas
de recuperação quando necessário; Atingir a média suficiente para ingressar no
nível subsequente.”

Sentindo-se pressionados, sufocados e ansiosos com tamanha


responsabilidade após anos de confinamento, nos quais os mesmos permaneceram
frente à frente com uma tela digital no conforto de suas residências (aqueles que
tiveram acesso). Muitos deles não eram presentes as aulas online, aparecendo em
poucas aulas e realizando as atividades de maneira preguiçosa, o famoso “cópia e
cola”. Voltar as aulas presenciais ainda está sendo um desafio para uma parte
significativa de alunos. Acordar cedo, embarcar no transporte, chegar a escola,
alimentar-se corretamente, retornar a sua casa, dormir e estudar, soa extremamente
cansativo, resultando em casos de evasão escolar, que vem crescendo no ano de
2021 em comparação aos anos anteriores.

“Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio


Teixeira (Inep) mostram que a taxa de abandono escolar no ensino médio na rede
pública mais do que dobrou no ano passado. Em 2020, o percentual de estudantes
que abandonaram instituições foi de 2,3%, enquanto que, em 2021, a taxa foi de
5,6%.” G1 Globo.
Evasão escolar – Ato de deixar de frequentar as aulas, ou seja, abandonar o
ensino em decorrência de qualquer motivo. Esse problema social que, infelizmente,
é comum no Brasil, afeta principalmente os alunos do ensino médio.” Juliana
Bezerra.

“As causas variam conforme o nível de ensino. Nos primeiros anos (ensino
fundamental), a distância da escola associada a falta de transporte escolar, ou de
quem possa levar e buscar a criança, é a principal causa. Já no ensino médio, a falta
de interesse é que passa a ser uma das principais causas, a qual resulta do fato de,
além do conteúdo ser exagerado, ser descontextualizado, opinião que é partilhada
não só por alunos como pelos professores. A situação econômica é outro fator que
influencia fortemente o abandono escolar. Para ajudar os pais, que às vezes até
proíbem os filhos de continuar os estudos, ou mesmo para terem certa autonomia
financeira, os estudantes começam a trabalhar sem ter concluído os estudos. Há
aqueles que optam por conciliar as atividades laboral e escolar, mas não
conseguindo, decidem priorizar o trabalho e acabam abandonando a escola. O
aspecto social tem o seu peso nessa questão. A dificuldade para chegar à escola
torna iminente a desistência de continuar os estudos. Isso é mais evidente nas
zonas rurais. Muito discutido nos últimos tempos, o bullying muitas vezes também
faz os estudantes se recusarem a ir para a escola.” Juliana Bezerra.

Os educandos que abandonam o ambiente escolar, são transformados em


adultos que não conseguem empregos com facilidade, com dificuldades de
interações, que não conhecem seus papéis como membro da sociedade e não
sabem dos seus direitos como indivíduos. Se todos os alunos desistissem dos
estudos, seriam “extintas” as profissões de grande importância social, não haveriam
professores, médicos, enfermeiros, dentre outras.

“A importante missão de melhorar a educação no Brasil está repleta de


grandes desafios. Um deles é o absoluto desinteresse por parte de muitos alunos.
Estes até reconhecem a importância de um diploma no mercado de trabalho, mas
não demonstram nenhum interesse pelo que a escola tem a oferecer. De acordo
com uma pesquisa feita pela Fundação Victor Civita, em parceria com o Centro
Brasileiro de Análise e Planejamento, o Banco Itaú e a Fundação Telefônica Vivo,
um em cada cinco estudantes frequenta a escola por uma única razão: obter um
diploma.

Há muitos motivos para essa falta de interesse. Um deles é que a atenção


dos alunos está mais voltada para a Internet e os programas de televisão do que
para os estudos. Trata-se de um problema enfrentado por professores de todo o
mundo, não sendo um fenômeno exclusivamente brasileiro.

A opinião reinante entre os educadores é a de que os estudantes não estão


interessados em fazer a lição de casa. Muitos professores desistiram de pedir aos
alunos que façam os deveres, pois simplesmente se recusam a estudar quando não
estão no colégio. Talvez os maiores culpados disso sejam a televisão e a Internet,
pois quem passa muito tempo assistindo a programas de TV ou navegando on-line
geralmente não tem interesse ou tempo suficiente para estudar. Uma pesquisa
norte-americana revelou que, até completar 18 anos de idade, o típico jovem norte-
americano já terá passado 15.000 horas na frente da televisão — mais tempo até do
que despende no colégio. Essa estatística provavelmente vale também para o Brasil
e não deve surpreender ninguém. A menos que se trate de um assunto de grande
interesse para o aluno, ele julga muito mais agradável e divertido assistir a um
programa de televisão do que estudar ou fazer a tarefa de casa. Antigamente, os
pais impunham respeito e exigiam que o filho desligasse o aparelho de televisão e
abrisse os livros. Hoje, isso é menos comum, pois muitos jovens crescem sem
figuras de autoridade. Não há quem lhes cobre estudar ou fazer a lição.”
EducaBras.

O treco acima foi baseado em uma pesquisa e publicado em 2016, 4 anos


antecedentes ao COVID 19.

“Falar dos professores é fácil. Dou aula a 24 anos em escola pública, tenho
alunos excelentes, interessados agora tenho outros que simplesmente não querem
nada com nada, tudo que você propoe é besteira... pra que isso? chama -se os pais
e os pais não aparecem , não se importam...a falha na educação está certamente na
família , falta atenção dos pais , carinho, cobrança ...porque os professores que
conheço , todos são interessados , servem de psicologo, de amigo de tudo e
basicamente a sociedade culpa o professor - Não concordo com isso.” Elisa Garcia
Queiroz.
Chegamos ao ponto familiar, onde os pais “apoiam”, “ não se importam”, “não
sabem” ou “obrigam” a evasão escolar. Também tem o fator da maioridade que, em
alguns casos, os discentes são “expulsos” de casa e não conseguem associar o
trabalho, necessidade da independência financeira e a escola.

“Trabalho, falta de interesse e gravidez são os três principais motivos que


fazem os jovens de 14 a 29 anos abandonarem as escolas ou não concluírem o
ensino médio, de acordo com a Plataforma Juventude, Educação e Trabalho.

- Trabalho: 39,1% dos jovens brasileiros abandonam a escola para trabalhar,


seja por pressão dos pais ou iniciativa própria para ajudar a família.

- Falta de interesse: 29,2% dos jovens ouvidos pela pesquisa revelaram não
ter interesse em seguir com os estudos.

- Gravidez: 9,9% das jovens deixaram de ir à escola por motivo de gravidez. A


gestação é vista nesse contexto como um evento não planejado ou fruto de violência
e da ausência da educação sexual.” Agência Educa Mais Brasil

- O que nós, como educadores, podemos fazer para manter os pupilos no


espaço escolar? Graduada em fonoaudiologia e pedagogia, Elen Campos Caiado,
responde:

“• Aplique o conteúdo com entusiasmo, evitando aulas “mecânicas”;

• Faça com que o aluno compreenda o que está sendo ensinado, ao invés de
apenas memorizar;

• Busque sempre relacionar os conteúdos com fatos da atualidade;

• Elabore atividades que possa detectar a evolução do aluno;

• Estabeleça um ritmo de aula de forma que todos possam acompanhar o


raciocínio que exige o conteúdo;
• Quando o aluno apresentar dificuldades, apresente a ele pistas
proporcionando oportunidades para superar as dificuldades, fazendo com que o
aluno exerça seu próprio raciocínio;

• Ao iniciar a aula estabeleça metas e objetivos dessa, porém, baseados no


ritmo da turma, combinando regras para que não seja desviado o objetivo da aula;

• No momento da avaliação, o ideal é que o professor evite comparações,


ameaças, ou seja, condutas negativas que possam vir a refletir maleficamente na
autoestima dos alunos.”

Portanto, com essa pesquisa buscou-se responder as dúvidas relacionadas à falta


de interesse dos alunos por estudar, como também soluções para que os
educadores contornem essa situação.

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