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Para que a escola seja atrativa e para que ocorra uma aprendizagem
significativa e a construção de um conhecimento, segundo o Programa do Ensino
Médio Inovador (PROemi), as escolas que participam desse programa, devem
Redesenhar seu Currículo Escolar e organizá-lo a partir dos macrocampos: Iniciação
Científica e Pesquisa; Leitura e Letramento; Línguas Estrangeiras; Cultura Corporal;
Produção e Fruição das Artes; Comunicação, Cultura Digital e uso de Mídias;
Participação Estudantil.
Além disso, temos ainda que reconhecer e tratar o jovem como sujeito concreto,
com sua história e realidades diversas no contexto social e territorial em que vivem;
devemos ainda saber quais são seus valores, como eles veem a escola, quais são
seus interesses quanto aos estudos e ao futuro; mostrar-lhes que são parte da escola
e que são membros das tomadas de decisões da mesma, até porque a escola e a sala
de aula deve ser um espaço democrático.
Necessitamos, também, ponderar a avaliação, pois hoje ela está atrelada com
a aprovação e a reprovação, e essa não é a finalidade de qualquer avaliação.
Devemos ter em mente que a avaliação é para analisarmos o conhecimento desses
alunos, conforme as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
(DCNEM), que reforçam o compromisso da “avaliação da aprendizagem, com
diagnóstico preliminar, e entendida como processo de caráter formativo, permanente
e cumulativo” (BRASIL,2012).
Outro problema, no que diz respeito a falta de qualidade de ensino, é que a
constatação de que muitos estudantes chegam ao ensino médio com sucessivas
reprovações, além daqueles que foram aprovados, pelo conselho de classe, sem
terem o conhecimento mínimo para acompanharem os conteúdos dessa nova etapa.
Dentre eles estão as deficiências mais garridas, a interpretação e os cálculos. Já que
os conteúdos de biologia envolvem muita interpretação e compreensão de dados,
como por exemplo, gráficos tabelas e cálculo em ecologia e na genética. Ante deste
fato, VALLE (2003, p.30) afirma:
MATERIAIS E MÉTODOS
Num segundo momento as perguntas foram sobre seus estudos, por exemplo:
se gostam de estudar, o que os animam e desanimam a irem à escola, foram
questionados, também, sobre a repetência e o que os levou a ela. Além de
verificarmos o que os estudantes almejam para um futuro próximo: se pensam em
parar de estudar, se vão terminar o Ensino Médio e por fim, se pretendem cursar
faculdade ou curso técnico.
RESULTADOS e DISCUSSÃO
alunos
ausentes
22%
Alunos
presentes
78%
Foram pesquisadas todas as três turmas do ensino médio noturno, sendo 1º,
2º e 3º anos, através de um questionário contendo 19 perguntas. Estes itens foram
analisados e comparados abaixo. E também foram pesquisados na escola a taxa de
reprovação e de desistência dos anos de 2011, 2012 e 2013.
Cançaso 45%
Merenda 0%
Horário 17%
Se levarmos em conta o fato do aluno que trabalha e daquele não trabalha,
temos o seguinte resultado: 56% dos discentes que trabalham dizem que o cansaço
é o evento que os desestimulam em sua vida escolar – com grande discrepância em
relação aos demais motivos – e 23% dos alunos não trabalhadores responderam o
mesmo. No entanto, a diferença é mínima entre os motivos de desânimo para os
educandos não trabalhadores, sendo que 22% sentem falta do uso de tecnologia -
celulares e computadores e outros 22% reclamaram do horário, conforme gráfico 3.
Gráfico 3. Comparação entre os alunos trabalhadores e não trabalhadores sobre o que mais
desanima o aluno a ir à escola.
0%
Cansaço e ausência da aula prática do laboratório 2%
0%
Merenda
0%
Horário 22%
14%
Dos discentes que frequentam o colégio 11% tem 18 anos, 36% tem 17 anos,
24% tem 16 anos, 14% tem 15 anos, 2% tem 14 anos, e os demais 16% estão na
faixa etária entre 19 e 23 anos.
Nesse contexto pode-se dizer que existe uma distorção série-idade e isso
dificulta para que os alunos sintam-se pertencentes a sua turma ou ao seu colégio.
Por tanto, isso inibe que estes apropriem-se de conhecimentos e da responsabilidade
sobre os acontecimentos escolares.
A distorção-série idade se comprova porque 47% dos educandos já
reprovaram, podendo observar esses os dados sobre a reprovação, no gráfico 11.
No que diz respeito a com quem residem esses alunos, a maioria, 52% morram
os pais (pai e mãe) ou com a mãe, que são 32%, 5% moram com o pai. Percebe-se
ai que quase metade dos alunos vivem em lares desfeitos, pois os demais 8% moram
ou com os àvos, ou com os tios e 5% responderam outros.
Nota-se na sala de aula que a maioria desses jovens tem uma profunda
carência afetiva, pois, através de qualquer artifício, a todo custo querem chamar a
atenção de seus professores.
Dos alunos que estudam no ensino noturno no Colégio Professora Iria Borges
de Macedo, 65% tem alguma ocupação remunerada.
Não
35%
Sim
65%
Os 43 alunos que trabalham fazem uma jornada de 4 a 12 horas por dia. Isso
explica o motivo de muitos não frequentarem as aulas com frequência por conta do
cansaço.
Dos educandos trabalhadores, 30% trabalham oito horas (8h), isso sem levar
em consideração o tempo levado durante o trajeto casa-trabalho e trabalho escola,
assim é evidente que não há disposição para irem a escola e terem um bom
desempenho escolar se não haver um Redesenho Curricular, conforme proposta do
PROemi e do Pacto pelo fortalecimento do Ensino Médio.
Não
Fisicamente respondera
e m
Mentalment 5% Mentalment
e e
14% 28%
Fisicamente
53%
Além disso, o fato de 53% desses alunos trabalhadores alegarem que o maior
cansaço que sentem é o fisicamente, também corrobora a necessidade do Redesenho
escolar, pois devem ser motivados com aulas mais dinâmicas e aulas práticas.
Não responderam 2%
Dos jovens pesquisados 73% gostam de estudar e 26% não gostam. Sendo
que a maioria atribuiu como o cansaço o motivo que os desanimam em estudar,
conforme gráfico 2, tanto entre aqueles que não trabalham quanto para aqueles que
são jovens trabalhadores.
não respondeu
Não
1%
26%
Sim
73%
Quando comparamos o gosto pelos estudos dos jovens que não trabalham com
os que trabalham, notamos que os alunos não trabalhadores gostam mais de estudar
do que os trabalhadores, conforme gráfico 8. E isso é evidente, pois quanto mais os
jovens vivenciam o fracasso escolar, menos estes gostam de estudar, isso é
confirmado no gráfico 11, quando lhes perguntado sobre reprovação.
Gráfico 8. Alunos trabalhadores e que não trabalham, respondendo a questão sobre gostar de
estudar.
0%
Não trabalha 9%
91%
2%
Trabalha 35%
63%
33%
18% 21%
14%
9%
3% 2%
Gráfico 10. Comparação de motivos para irem à escola entre os alunos que trabalham e
aqueles que não trabalham
39%
30% 30%
23%
16% 17%
12% 12%
9%
4% 5% 2%
0% 0%
Professores Merenda Intervalo Tudo Nada Professores e merenda e
Trabalha Não trabalha intervalo intervalo
Não respondeu
1%
Sim
47%
Não
52%
Sobre o fato dos estudantes escolherem o trabalho em vez dos seus estudos
podemos apurar, na figura 14, que dos jovens que reprovaram 60% são trabalhadores
e apenas 22% dos reprovados não trabalham.
Gráfico 12. Comparação de reprovação entre alunos que trabalha e não trabalham.
Não respondeu 0%
2%
Não 78%
37%
Sim 22%
60%
Mais vezes
3 vezes 3%
16%
1 vez
52%
2 vezes
29%
Na comparação entre jovens trabalhadores e jovens não trabalhadores, apenas
os jovens trabalhadores reprovaram mais de uma vez. Os alunos não trabalhadores
que foram retidos apenas uma vez, apresenta um percentual de 100%. Já os alunos
trabalhadores 42% reprovaram apenas uma vez e o restante de 58% reprovaram mais
de uma vez.
Gráfico 14. Comparação do número de vezes que o aluno, trabalhador e não trabalhador,
reprovou.
Mais vezes 0%
4%
3 vezes 0%
19%
2 vezes 0%
35%
1 vez 100%
42%
Do total dos alunos retidos, 29% disseram que a bagunça foi o motivo de
reprovação, para 26% o motivo foi por faltas, e em seguida vem excesso de trabalho
e rendimento baixo, cada com 10% do percentual.
29%
26%
10% 10%
6% 6%
3% 3% 3% 3%
0%
Gráfico 16. Comparação dos motivos entre os jovens trabalhadores e não trabalhadores.
40%
31%
23%
20% 20% 20%
12% 12%
4% 4% 4% 4%
0% 2%
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Não
responderam
2%
Sim
37%
Não
61%
Mesmo com todas as dificuldades apresentadas a maioria, 76%, dos alunos do
noturno não pensam em parar de estudar, e aqueles que já pensaram em parar seus
estudos foram 21%, alegando o cansaço como motivo para abandonarem a escola.
Não responderam
Sim 3%
21%
Não
76%
Não
0%
Sim
100%
Figura 20. Alunos que pretendem fazer faculdade ou curso técnico após o ensino médio.
Não
2%
Sim
98%
O Colégio Estadual Iria Borges de Macedo forneceu os seguintes resultados
sobre a repetência e evasão escolar no ensino médio noturno.
85%
11%
2% 2%
74%
17%
7%
2%
81%
19%
0% 0%
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ensino médio noturno requer atenção tanto do Governo quanto dos docentes,
pois será necessário que ambos se empenhem para que o ensino noturno tenha uma
melhora em sua qualidade de ensino e para que seja possível sanar, pelo menos na
escola, os motivos da evasão escolar.
CARVALHO, C. P. de. – Ensino noturno: realidade e ilusão. 7ª ed. São Paulo: Cortez.
,1986.
SOUSA, Antonia de Abreu; SOUSA, Tássia Pinheiro de; QUEIROZ, Mayra Pontes de;
SILVA, Érika Sales Lôbo da – Evasão escolar no ensino médio: velhos ou novos
dilemas? Disponível em
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CB0
QFjAA&url=http%3A%2F%2Fessentiaeditora.iff.edu.br%2Findex.php%2Fvertices%2
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q2g. Acesso em: 21/09/2014.