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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO – PROGRAD


PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA
PIBID / ARTES – MÚSICA

ADILSON SOUZA ARGOLO NETO


ALAN SILVA DE SOUZA
EVANDRO MATTOS ROCHA
GABRYELLE DE LIMA PEREIRA
JAILTON BISPO DE JESUS FILHO
PAULO ROBERTO SIMÕES TORRES
SILMARA DA SILVA CARNEIRO

RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO DIAGNÓSTICA

Feira de Santana – BA
Outubro/2018
ADILSON SOUZA ARGOLO NETO
ALAN SILVA DE SOUZA
EVANDRO MATTOS ROCHA
GABRYELLE DE LIMA PEREIRA
JAILTON BISPO DE JESUS FILHO
PAULO ROBERTO SIMÕES TORRES
SILMARA DA SILVA CARNEIRO

RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO DIAGNÓSTICA

Trabalho final apresentado ao Programa Institucional de


Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/Artes-Música da
Universidade Estadual de Feira de Santana, em
cumprimento às atividades propostas para o mês de
outubro.

Coordenadora: Prof.ª Dr.ª Cláudia Santos

Supervisora: Prof.ª Me. Janaína da C. S. Dias Almeida

Feira de Santana – BA
Outubro/2018
4. INTRODUÇÃO

Os Centros Juvenis de Ciência e Cultura – CJCC são escolas da rede estadual de


ensino, dedicadas à educação integral, que intentam ampliar o acesso da juventude baiana às
temáticas contemporâneas numa perspectiva interdisciplinar, potencializando a compreensão
de fatos, questões, invenções, avanços e conquistas científicas, sociais, culturais, artísticas e
tecnológicas da humanidade.
Dessa maneira, os Centros Juvenis oferecem aos estudantes do ensino médio – seu
público-alvo preferencial – uma grande diversidade de atividades culturais e de acesso ao
conhecimento científico. As atividades ofertadas vão desde exposições e exibição de filmes
até oficinas e cursos, passando por games, gincanas de conhecimento e diversos outros
formatos para a promoção de uma nova relação com o ato de aprender, motivada pelo prazer
genuíno da descoberta.
Os Centros Juvenis não têm matrícula regular: funcionam de modo semelhante à
extensão universitária, oferecendo aos estudantes um leque de atividades para que estes
possam engajar-se naquelas com que mais se identificam; reforçando, assim, o papel do
educando como protagonista de sua própria formação e responsável por suas escolhas.
O primeiro Centro Juvenil foi inaugurado em 2012, em Salvador, nas dependências do
Colégio Estadual da Bahia – Central. Entre 2013 e 2016, foram inaugurados mais quatro
centros: Vitória da Conquista, Itabuna, Barreiras, Senhor do Bonfim,  implantados em locais que
possibilitam a articulação com escolas do entorno, de modo a estender a ação educativa dessas
escolas e promover o convívio entre os estudantes de várias unidades escolares.
Em Feira de Santana, o Centro Juvenil foi instalado na antiga Escola Estadual de
Educação Integral Régis Bittencourt de Oliveira que foi fechada devido ao processo de
municipalização pelo qual muitas escolas da rede estadual de ensino ofertantes do Ensino
Fundamental II tem passado. Embora a composição do quadro docente e gestor do CJCC –
Feira tenha se constituído em junho de 2018, através de uma chamada pública de seleção
entre os professores efetivos da rede estadual, o Centro ainda não foi inaugurado por conta da
reforma nas dependências da escola.
Diante dessa realidade e da necessidade de apresentar a proposta do Centro Juvenil à
Comunidade Escolar, o CJCC-Feira tem firmado parcerias com as escolas estaduais existentes
no município ofertando, nessas, oficinas diversas.
Por essa razão, este relatório não foi feito tomando como base informações
concernentes ao Centro Juvenil de Feira de Santana, mas a uma das escolas parceiras –
Colégio Estadual Georgina de Mello Erismann – onde estava sendo realizado um trabalho
interdisciplinar em comemoração ao Dia da Consciência Negra e, com o qual, colaboramos
ensaiando os alunos para uma apresentação musical.

2. O LÓCUS DA OBSERVAÇÃO

O Colégio Estadual Georgina de Mello Erismann é uma escola de médio porte,


localizada na zona urbana de Feira de Santana, num bairro de periferia, de baixa renda, com
relativa incidência de violência nos seus arredores. Atualmente, apesar da redução das verbas
recebidas para os projetos e da ameaça de municipalização, oferece à comunidade Educação
Integral do Ensino Fundamental II ao Ensino Médio, através dos programas Mais Educação e
ProEMI e, à noite, Educação de Jovens e Adultos – EJA.
O colégio atende, considerando os três turnos, 365 estudantes distribuídos em 14
turmas. A sua estrutura física conta com:
 10 salas de aula, das quais algumas possuem janelas, ventiladores – em sua maioria,
necessitando de manutenção, mural, quadro branco. Sobre a iluminação, muitas salas
se valem, ainda que insuficientemente, de iluminação artificial – lâmpadas, pois são
escuras. A acústica não favorece o professor. Em turmas cheias, um maior uso da voz
é exigido do profissional. Além disso, vale salientar que as salas carecem de
manutenção. As paredes estão sujas, os quadros estragados, cadeiras quebradas ou
com péssimas condições de uso.
 01 Laboratório de Informática com 18 computadores para uso dos alunos (informação
dada pela direção).
 01 Biblioteca Escolar com pequeno acervo (informação dada pela direção).
 01 sala de professores climatizada, usada normalmente para o desenvolvimento de
atividades, descanso, reuniões, dentre outras. A sala é equipada com 01 sofá, mesa e
cadeiras.
 01 sala de Direção climatizada e 01 computador com acesso a Internet.
 01 secretaria com 01 computador com acesso à Internet, impressora, armários,
arquivos, 02 mesas e cadeiras.
 Sanitários masculinos e femininos para a comunidade escolar.
 01 almoxarifado.
 01 cozinha com fogão e liquidificador industrial, uma despensa com prateleiras e 01
geladeira.
 Espaço aberto e coberto, onde os “encontros acontecem e as resenhas fluem”. É o
lugar de passagem, o coração da escola.
 01 área não coberta utilizada como quadra e onde se realizam as aulas de Educação
Física.
 01 ampla área no fundo da escola praticamente inutilizada.
No tocante ao humano, compõem a escola:
 Equipe Gestora, composta por uma Diretora e três Vice-Diretores eleitos
democraticamente, para uma gestão de dois anos e uma Secretária.
 Corpo docente com 33 professores, todos com formação na área lecionada e pós-
graduação, em nível de especialização, mestrado e doutorado, sendo a maioria,
professores efetivos, o que favorece uma baixa rotatividade de professores.
 Corpo discente com aproximadamente 365 alunos, em sua maioria, afrodescendentes 1,
moradores da zona urbana e de baixa renda.
 16 funcionários divididos entre secretaria, limpeza, merendeiras e vigilantes.
 Pais.
Embora possua uma boa estrutura física – ainda que necessitando de manutenção e
reformas, e recursos didáticos variados, a escola ainda sub-explora seus espaços e recursos
no desenvolvimento de ações que favoreçam a aprendizagem dos estudantes, na promoção
de um ambiente de aprendizagem melhor, mais interativo, que seleciona e inter-relaciona
práticas significativas na reflexão, representação, flexibilização e democratização do
conhecimento e do espaço-tempo-escolar.

3. SOBRE AS AULAS DE ARTES, ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Como explicitado anteriormente, a atividade de observação diagnóstica foi realizada


em uma escola diferente da escola-campo do Programa de Iniciação à Docência, através da
parceria de colaboração firmada entre o Centro Juvenil e o Colégio Estadual Georgina de
Mello Erismann.

1
Levantamento referente ao quesito cor, na ficha de matrícula, segundo a direção da escola.
Em um primeiro momento, fomos convidados a participar de uma reunião de AC –
Atividade Complementar, com todos os professores da Unidade Escolar a fim de saber sobre
o projeto em celebração ao Dia da Consciência Negra e qual seria a nossa contribuição ao
projeto. Embora parecessem um pouco soltas as ideias trazidas pelos docentes e o
desconhecimento de alguns sobre o projeto, ficou acordado que seríamos responsáveis por
ensaiar os alunos para uma apresentação musical, às terças-feiras, no turno vespertino. Como
seguiríamos diretamente para a UE após as aulas na Graduação, a UE assumiu a
responsabilidade de nos oferecer almoço – o mesmo dos alunos da instituição, para que
pudéssemos estar na escola cedo e sem “chocar” com as demais atividades desenvolvidas.
Nos encontros que se seguiram após tal reunião, percebemos certa desorganização e
desarticulação da equipe gestora, dos docentes idealizadores do projeto e dos discentes quanto
ao que seria desenvolvido/feito no projeto. Íamos à escola e, embora muito bem acolhidos,
ficávamos perdidos sem saber como iniciar os ensaios e quem eram os alunos que
participariam da apresentação.
Por não haver uma rotina de aulas durante à tarde, por vezes, os alunos estavam
espalhados pela escola, sem a supervisão de um professor, realizando atividades outras que
não-pedagógicas; isso nos dificultava mobilizá-los para os ensaios. Faltava também “firmeza”
da direção para encontrá-los e/ou reuni-los. Além disso, outra dificuldade encontrada refere-se
ao cansaço demonstrado por eles por estarem o dia todo na escola, já que se trata de uma
escola de educação integral.
De qualquer sorte, com a intervenção da nossa supervisora ante essa situação na UE,
como estratégia para resolver as dificuldades encontradas, após observar o “poder de
liderança” de um dos meninos, aproximamo-nos dele e delegamos a ele algumas
responsabilidades. Essa atitude nos ajudou a nos aproximar da turma e não só conseguir o
respeito e a atenção deles, mas também propor o nosso trabalho.
Como o assunto abordado era a Consciência Negra, para os ensaios, providenciamos
uma música de capoeira que fala sobre os negros que foram trazidos da África para o Brasil
“Arrastados de lá” com cópia impressa e utilizamos alguns instrumentos da escola (pandeiros,
caxixis, bongô e timbau) para acompanhar e marcar o tempo da música. Nessa perspectiva, foi
ensinada aos alunos a forma de tocar (tempo forte e fraco), a entrada certa dos instrumentos e
o melhor modo de cantar a música. Assim, íamos nos revezando nas orientações. Enquanto
alguns acompanhavam os meninos no pandeiro, mostrando o modo de tocar e os momentos
de mudar o toque; outros mostravam no bongô o modo adequado de tocar a música,
orientando os meninos que estavam tocando.
Ainda no tocante à atividade diagnóstica, ficou estabelecido que todas as informações
coletadas deveriam ser sobre a escola parceira da escola-campo. Infelizmente, por conta do
horário e do dia em que aconteciam as aulas, não pudemos acompanhar o trabalho da
professora de Artes da UE, bem como não conseguimos nos encontrar com ela em outro
momento, exceto na primeira reunião de AC que participamos, a fim de fazer as observações
e entrevistas sugeridas na Avaliação Diagnóstica, perfazendo um retrato do ensino de Artes na
escola observada.

4. SOBRE A PROFESSORA SUPERVISORA

Janaína da C. S. Dias Almeida é licenciada em Letras com Inglês pela Universidade


Estadual de Feira de Santana, especialista em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa
(UNICID) e em Tecnologias e Educação Aberta e Digital (UFRB) e mestre em Educação
(UEFS).
É professora da rede estadual de ensino, 40h/semanais, há 12 anos, tendo lecionado,
no Ensino Médio, Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Artes ao longo dos seus anos de
magistério. Foi aprovada na Chamada Pública para a Seleção de Professores para o CJCC-
Feira e desde então passou a compor o quadro docente dessa instituição integrando a área de
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
Quanto à afinidade com o componente Artes, assume sua fragilidade e diz que
utilizava-se das aulas para ensinar Literatura ou História da Arte, pois se sentia mais segura
dialogando por entre esses espaços. Sobre a música, entende a importância da mesma na vida
das pessoas e o quanto pode potencializar o processo de ensino-aprendizagem, mas confessa
que sub-explorava o conteúdo pois não tem muito domínio teórico sobre a temática.

5. ALGUNS REGISTROS FOTOGRÁFICOS

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