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musical 4
Objetivos
• Refletir sobre o papel das novas tecnologias de informação na educação mu-
sical.
• Conhecer os principais softwares voltados à educação musical.
• Refletir sobre o papel do educador musical diante das novas tecnologias.
Conteúdos
• Softwares educacionais.
• Tecnologia na educação musical.
• Recursos tecnológicos para as atividades do educador musical.
1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, iniciaremos a discussão acerca do papel da
tecnologia na educação musical. Mais do que procurarmos respos-
tas para os inúmeros desafios que se apresentam na prática pro-
fissional do educador musical, o principal objetivo desta unidade
é proporcionar a reflexão sobre as inúmeras possibilidades criadas
pelas novas tecnologias de informação e comunicação e de que
forma podemos construir novas propostas e estratégias metodoló-
gicas a partir dos novos recursos educacionais digitais.
Exemplos de Softwares
MusicTheory
Exemplo de software tutor, o qual, segundo Valente (1993),
constitui-se de uma versão computadorizada de instrução progra-
mada, ou seja, o computador apresenta-se como uma "máquina
de ensinar", relacionando a tecnologia no contexto educacional
como uma versão computadorizada dos métodos tradicionais de
ensino. Porém, muitas características da utilização desses recur-
sos tutorias não seriam possíveis em um ambiente ausente desses
recursos; por exemplo, o uso de animações, recursos de áudio e
vídeo e controle de desempenho ao longo do processo.
No website desenvolvido pelo canadense Ricci Adams, são
apresentados diversos conceitos musicais com o auxílio de exercí-
cios sobre diversos aspectos da teoria e estruturação musical.
• MUSICTHEORY. Homepage. Disponível em: <http://www.
musictheory.net>. Acesso em: 25 ago. 2014.
Teoria.com
Este Website disponibiliza conceitos e diversos exercícios
relacionados, especialmente, à percepção musical e treinamento
auditivo.
• TEORIA. Homepage. Disponível em: <http://www.teoria.
com>. Acesso em: 25 ago. 2014.
É um bom exemplo de recurso tecnológico, no qual o apli-
cativo é usado para reforçar e assimilar conteúdos dados em sala
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EarMaster
Trata-se de outro software que utiliza o conceito de "exer-
cício e prática". Foi desenvolvido para o treinamento auditivo da
percepção musical em vários níveis de aprendizagem da prática de
reconhecimento de elementos sonoros.
• EARMASTER. Homepage. Disponível em: <http://www.
earmaster.com>. Acesso em: 25 ago. 2014.
Outro recurso que pode ser destacado neste software é a
possibilidade de avaliação do desempenho do aluno. Essa função
permite a avaliação automática de notas tocadas ou cantadas em
um microfone conectado ao sistema.
Musicati
É um software que explora de forma lúdica e por meio de
jogos musicais, exercícios de composição e teoria musical.
• MUSICATI. Homepage. Disponível em: <http://www.
musicati.com>. Acesso em: 25 ago. 2014.
Este tipo de programa busca uma inserção do aluno no pro-
cesso de ensino-aprendizagem, por meio da utilização de carac-
terísticas motivacionais e de diversão (GOMES, 2012). Entretanto,
Valente (1993) chama atenção ao problema que pode surgir na
utilização de tais programas, uma vez que a competição propor-
cionada por esses jogos educacionais pode desviar a atenção do
aluno dos conceitos centrais abordados:
[...] a maioria dos jogos explora conceitos extremamente triviais e
não tem a capacidade de diagnóstico das falhas do jogador. A ma-
neira de contornar estes problemas é fazendo com que o aprendiz,
após uma jogada que não deu certo, reflita sobre a causa do erro e
tome consciência do erro conceitual envolvido na jogada errada. É
desejável, e até possível, que alguém use os jogos dessa maneira.
Na prática, o objetivo passa a ser unicamente vencer no jogo e o
lado pedagógico fica em segundo plano (VALENTE, 1993, p. 1).
Musictheory.net
• MUSICTHEORY.NET. Homepage. Disponível em: <http://
www.musictheory.net>. Acesso em: 03 out. 2014.
Segundo Gomes (2012), as simulações são as possibilidades
de recursos computacionais no campo da Educação e que se ca-
racterizam na constituição de modelos dinâmicos e simplificados
do mundo real. Valente (1993, p. 1) aponta alguns desafios ao se
trabalhar com esse tipo de programa:
Outra dificuldade com a simulação é o seu uso. Por si só ela não cria
a melhor situação de aprendizado. A simulação deve ser vista como
um complemento de apresentações formais, leituras e discussões
em sala de aula. Se estas complementações não forem realizadas,
não existe garantia de que o aprendizado ocorra e de que o co-
nhecimento possa ser aplicado à vida real. Além disto, pode levar
o aprendiz a formar uma visão distorcida a respeito do mundo;
por exemplo, ser levado a pensar que o mundo real pode ser sim-
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Editom
Ferramenta que permite a iniciantes criar sons e representá-
-los em forma gráfica, escrever músicas e ouvir efeitos sonoros.
Excelente para iniciação à escrita musical e que também oferece
bons recursos para a musicalização com flauta, teclado e violão.
• BRASIL. Editom. Disponível em: <http://www.
softwarepublico.gov.br/dotlrn/detail-community>. Acesso
em: 25 ago. 2014.
Na verdade, é um software de edição de partituras acrescido
de elementos facilitadores em vários níveis do desenvolvimento
musical. Dentre esses muitos elementos facilitadores, podemos
destacar as cinco formas diferentes de apresentar a partitura.
Formas que vão desde a utilização de notas ovais coloridas sem o
pentagrama, chegando até a partitura tradicional. Assim, inicia-se
como uma simbologia simples e lúdica e, gradativamente, nas for-
mas seguintes, são acrescentados novos elementos, chegando até
a forma final, que é a partitura como a conhecemos.
Nesse sentido, uma característica desse software é permitir
ao iniciante musical compor e transcrever músicas no sentido de
ações reais e ir se direcionando gradativamente para o mundo téc-
nico da escrita musical (GOMES, 2012).
Band-in-a-Box
Este programa é destinado à criação de arranjos automáticos
a partir da seleção de estilos musicais previamente selecionados. É
um dos mais vendidos no mundo da sua categoria.
• BAND-IN-A-BOX. Download. Disponível em: <http://www.
pgmusic.com>. Acesso em: 26 ago. 2014.
Recursos expositivos
São ferramentas tecnológicas que auxiliam o trabalho do
educador, especialmente, em Ambientes Virtuais de Aprendiza-
gem, na apresentação de informações institucionais, na disponibi-
lização de conteúdos e materiais didáticos a partir de downloads e
uploads de materiais. Esses recursos podem ser:
1) Objetos de hipermídia nos formatos HTML, Flash, HTML5
e Java (no formato dos aplicativos tutoriais anteriormen-
te descritos).
2) Mural virtual contendo informações breves de encami-
nhamento de atividades.
3) Catálogo de cursos e a listagem de novos cursos.
4) Agenda do curso para controle de disponibilização e re-
alização de atividades.
5) Ferramenta de ajuda com tutoriais e FAQs, mapa do site
e sistemas de buscas.
Gomes (2011) ainda destaca outros recursos tecnológicos
disponíveis no trabalho do educador musical. Verifique nas Refe-
rências Bibliográficas.
Recursos de interação
São considerados recursos de interação:
1) Fórum de discussão: sistema de comunicação assíncro-
na em forma de lista ou grupo de discussão.
2) Chat: também chamada de Bate-Papo, é uma ferramen-
ta de comunicação síncrona.
3) E-mail: também chamado de correio eletrônico, é uma
ferramenta assíncrona de envio e recebimento de men-
sagens internas ao ambiente.
4) Ambiente colaborativo 2D: ferramenta de comunicação
síncrona que integra chat, quadro branco, transmissão
de slides, videoconferência, audioconferência.
5) Ambiente colaborativo 3D: ferramenta de comunicação
síncrona que integra chat e ambiente VRML para passeio
virtual tipo "SecondLife".
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em res-
ponder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos es-
tudados para sanar as suas dúvidas.
1) O site MusicTheory desenvolvido pelo canadense Ricci Adams apresenta
diversos conceitos musicais, utilizando exercícios sobre os mais diversos as-
suntos da teoria e estruturação musical. De acordo com os conceitos pro-
postos por Taylor, podemos dizer que esse programa é um bom exemplo de:
a) Software tutorado.
b) Software ferramenta.
c) Jogo musical.
d) Software tutor.
2) Qual dos objetivos propostos a seguir não é objetivo propostos pelo Progra-
ma Nacional de Informática na Educação ProInfo:
a) Estruturar um sistema de formação continuada de professores no uso
das novas tecnologias de informação.
b) Desenvolver modelos de capacitação que privilegiem a aprendizagem
subordinada aos modelos tradicionais de ensino-aprendizagem.
c) Preparar professores para saberem usar as novas tecnologias da infor-
mação de forma autônoma e independente.
d) Possibilitar a incorporação das novas tecnologias à experiência profis-
sional de cada um, visando à transformação de sua prática pedagógica.
3) Um aspecto importante a ser levado em consideração na produção de novos
softwares voltados à educação musical é o seu potencial multicultural. São
aspectos que deveriam ser contemplados por esses softwares, exceto:
a) Desenvolver padrões estético-musicais associados a gêneros musicais
específicos.
b) Ampliação do conhecimento sonoro das várias culturas. Seus instrumen-
tos e formas de organização.
c) Possibilitar uma nova relação com o fenômeno sonoro, a partir da apre-
ciação de suas características formadoras.
d) Explorar o universo musical de diversas regiões do Brasil, como fonte de
estímulo para a criação.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) d.
2) b.
3) a.
5. considerações FINAIS
Nesta última unidade, você teve contato com os principais re-
cursos tecnológicos que o educador musical tem disponíveis para
utilizar na sua prática pedagógica. Além disso, foi possível tecermos
importantes reflexões sobre o papel da tecnologia no contexto edu-
cacional em música. Mesmo com tantos recursos disponíveis atual-
mente, percebe-se, ainda, uma resistência muito grande por parte
de muitos profissionais em conhecer as possibilidades que tais re-
cursos podem trazer na sua prática docente. Muitos ainda mantêm
um modelo baseado em padrões de ensino-aprendizagem em músi-
ca, cuja herança se remete ao modelo tradicional de ensino musical
praticado em muitos conservatórios de música.
É fundamental que novas pesquisas sejam realizadas nessa
área e que a divulgação de novos métodos possa ser compartilha-
da, cada vez mais, com novos educadores, a fim de que a incorpo-
ração de novas tecnologias à experiência profissional de cada um
possibilite uma transformação na sua prática pedagógica.
Chegamos ao final deste estudo. Ao longo das unidades,
você teve a oportunidade de se aprofundar no universo da tecno-
logia aplicada às mais diferentes áreas do conhecimento musical.
Foi possível traçar, desde a relação histórica entre música e tecno-
logia, até o panorama atual em que se encontra o uso das TIC –
Tecnologias de Informação e Comunicação na prática profissional
do músico e do educador musical.
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6. e-REFERÊNCIAS
ALVES, R. O desejo de ensinar e a arte de aprender. Disponível em: <http://www.
educardpaschoal.org.br/web/upload/NossosLivros/68_livro_desejodeensinar(1).pdf>.
Acesso em: 10 jan. 2014.
ARAÚJO, P. M. C. Um olhar docente sobre as tecnologias digitais na formação inicial
do pedagogo. Universidade Católica de Minas, 2004, 160f. (Dissertação de Mestrado
em Educação). Disponível em: <http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Educacao_
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BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC. Homepage. Disponível em: <http://www.
mec.gov.br/>. Acesso em: 10 jan. 2014.
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Acesso em: 10 jan. 2014.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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desafinos. Campinas: Núcleo de Informática Aplicada à Educação, 1998.
GOHN, D. Tecnologias digitais para educação musical. São Carlos: UFSCar, 2012.
______. Educação musical a distância: abordagens e experiências. São Paulo: Cortez,
2011.
______. Aspectos tecnológicos da experiência musical. Revista do programa de Pós-
-graduação stricto senso da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de
Goiás, Goiânia, 2007, v. 7.
GOMES, C. A. Recursos tecnológicos e musicais. Varginha: UNIS, 2011.
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