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Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista Vol. 9, n.2. mai./ago. 2019.

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO


PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS: PERCEPÇÕES, DESAFIOS E
POSSIBILIDADES PARA O CONTEXTO EDUCACIONAL
THE DIGITAL TECHNOLOGIES FOR THE SCIENCE’S TEACHING: PERCEPTIONS,
CHALLENGES AND POSSIBILITIES FOR THE EDUCATIONAL CONTEXT

João Coelho Neto1, Marilia Bazan Blanco1, Roberta Negrão de Araújo2


1
PPGEN – UENP – Campus de Cornélio Procópio – PR – Brasil
2
CCHE – UENP – Campus de Cornélio Procópio – PR – Brasil

Resumo: O uso das Tecnologias Digitais pode ser um diferencial para o ensino, principalmente
para o de Ciências, visto a interação e possibilidades de utilização deste instrumento em sala de
aula. Dessa forma, este artigo visa identificar as percepções e desafios para o uso das tecnologias
digitais no ensino de Ciências, principalmente na Educação Básica pública brasileira, a partir da
visão de estudantes de um curso de pós-graduação stricto sensu na área de Ensino de uma
universidade pública do norte do Estado do Paraná, Brasil. O encaminhamento metodológico
utilizado foi o da pesquisa qualitativa, e como instrumento de coleta de dados utilizou-se um
questionário semiestruturado e para a análise dos resultados, a Análise Textual Discursiva. Como
resultado identificou-se que a utilização dos recursos pode ser um diferencial para o ensino de
Ciências, porém, essa utilização ainda é um desafio nas escolas públicas no Brasil, na visão dos
participantes desta pesquisa, em função da capacitação dos professores e da disponibilidade e
manutenção dos equipamentos.
Palavras-chave: tecnologias digitais, ensino de ciências, análise textual discursiva.
Abstract: The use of Digital Technologies may be a differential for teaching, especially for
Science´s teaching, due to the interaction and possibilities of the using of this digital instrument
in the classroom. Thus, this paper aims to identify the perceptions and possibilities of the use of
digital technologies for teaching science, especially in the Free Basic Brazilian Education, from
the view of students of a Master's level postgraduate course in the area of Teaching of a public
university in the north of the State of Paraná, Brazil. The methodological guidance used was the
qualitative research, and as a data collection instrument was used a semi-structured
questionnaire and for the analysis of the results, Discursive Textual Analysis. As preliminary
results, it was identified that the use of resources may be a differential for the teaching of
Sciences, however, this use is still a defiance in public schools in Brazil, in the view of the
participants of this research, due to the training of teachers and the availability and maintenance
of equipment.
Keywords: digital technologies, science teaching, discursive textual analysis.

 joaocoelho@uenp.edu.br

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Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista Vol. 9, n.2. mai./ago. 2019.

1. Introdução
O uso das tecnologias digitais para o processo de ensino e de aprendizagem pode ser
um instrumento auxiliador no âmbito escolar. Essa visão também é apreciada por Kenski (2003,
p.4), que aponta que:
[...] as tecnologias digitais oferecem novos desafios. As novas possibilidades de acesso à
informação, interação e de comunicação, proporcionadas pelos computadores (e todos os
seus periféricos, as redes virtuais e todas as mídias), dão origem a novas formas de
aprendizagem. São comportamentos, valores e atitudes requeridas socialmente neste novo
estágio de desenvolvimento da sociedade.

O uso das tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem de Ciências tem sido
bastante valorizado nos últimos anos, em função da facilidade que a tecnologia, principalmente
a digital, proporciona, seja por meio de vídeos, softwares, simulações e adequações midiáticas
e didáticas que podem ser explorados pelo professor no contexto educacional. Tal uso relaciona-
se ao desenvolvimento de procedimentos midiáticos alternativos em sala de aula e inovação na
formação e utilização de novas ferramentas tecnológicas educacionais no contexto educacional.
Costa e Oliveira (2012) dissertam que:
A inovação é a implementação sistemática de uma mudança com vista a atingir-se
determinados resultados. Enquanto a mudança é uma modificação de procedimentos, a
condução de novas práticas e que pode ter as mais diversas origens, a inovação deve ser a
implementação de mudanças que resultam da crença do inovador de que essas mudanças
serão benéficas. Assim, a inovação deve iniciar-se com uma mudança interior de crença do
interveniente implementador da inovação. Por outro lado, a inovação não pode ser
implementada ao acaso, sem fundamento, esta tem o objetivo conciso de conseguir
melhores resultados para uma determinada situação (COSTA; OLIVEIRA, 2012, p. 1768).

Essas possibilidades, ações e sistematização do uso das tecnologias digitais educacionais


para o ensino de Ciências são questões a serem concebidas de forma a estruturar um cenário
de novas perspectivas para uma nova era educacional, principalmente em uma conjectura de
escolas públicas.
A partir dessas contextualizações, este artigo visa identificar as percepções e desafios
no que tange ao uso das tecnologias digitais no ensino de Ciências, principalmente na Educação
Básica pública brasileira, a partir da visão de estudantes de um programa de pós-graduação
stricto sensu, mestrado, na área de Ensino, de uma universidade pública do norte do Estado do
Paraná, Brasil.
Para que esse objetivo geral fosse vislumbrado, objetivos específicos foram delineados,
sendo estes: identificar os instrumentos tecnológicos utilizados; analisar a percepção dos
estudantes envolvidos acerca da importância da utilização das tecnologias digitais no ensino de
Ciências e quais são os desafios para o uso da tecnologia no ensino de Ciências nas escolas
públicas.
Para uma compreensão acerca do trabalho, este artigo foi dividido em quatro seções: a
primeira seção contextualiza os objetivos; na segunda seção, o aporte teórico que visa sustentar

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o objetivo da pesquisa é apresentado; na terceira seção, os encaminhamentos metodológicos


são delineados; na quarta seção, os resultados do questionário são analisados; na quinta e
última seção, as considerações acerca da temática são discutidas.

2. Aporte Teórico
O ensino de Ciências tem por objetivo possibilitar a compreensão do mundo natural nas
relações sociais, com vistas a garantir ao estudante a análise concreta da realidade por meio da
apropriação do conhecimento científico. É preciso considerar o processo histórico no qual se dá
a produção deste conhecimento, pois assim se entende o como e o porquê de sua produção
(BASTOS, 1998).
O ensino de Ciências Naturais, portanto, possibilitará a compreensão da natureza e das
relações entre as ciências, a tecnologia e a sociedade; da visão científica do mundo, da sua
criatividade; da sua autonomia intelectual e da sua preparação para o trabalho e para o exercício
de cidadania (GERALDO, 2009).
O ensino de Ciências pode ser articulado ao uso de: (1) recursos pedagógicos-
tecnológicos que enriquecem a prática docente: livro didático, textos de jornal e revistas
científicas, figuras, revista em quadrinhos, música, mapa (geográficos, sistemas biológicos, entre
outros), globo, modelo didático, microscópio, lupa, jogo, telescópio, televisor, computador,
retroprojetor, entre outros; (2) recursos instrucionais, como organogramas, mapas conceituais,
gráficos, tabelas e infográficos, entre outros; (3) espaços de pertinência pedagógica, dentre eles,
feiras, museus, laboratórios, exposições de ciência, seminários e debates (PARANÁ, 2008).

Evidencia-se que o ensino mediado pelas tecnologias digitais pode ser um diferencial a
ser utilizado em sala de aula, visto possibilitar e integrar ações em um contexto educacional,
pela sua diversidade de utilização. Porém, segundo Bastos et al. (2010, p. 295) a tecnologia “[...]
não se torna educacional devido a sua utilização, como define o legislador, mas, sim, por sua
intencionalidade ainda no âmbito de sua criação (modelagem, como conceituam os
tecnólogos)”.
Coelho Neto et al. (2011, p.989) também definem que:
O uso dos recursos midiáticos, tais como sítios e softwares educacionais, como meio
auxiliador no processo de ensino e de aprendizagem é bastante estimulante, tendo que ser
planejado e direcionado para o seu bom uso. Entendê-los e dominá-los é o primeiro passo
para utilizá-los com sucesso. Além de que, conhecendo-os, pode-se explorá-los em todas as
suas potencialidades, o que implica na necessidade de uma formação efetiva do professor
com tais recursos.

Portanto, o uso das tecnologias digitais em sala de aula deve ser planejado, estruturado
e adaptado ao contexto educacional a ser aplicado, e não somente utilizar o instrumento como
mero recurso adaptativo e repetidor de conteúdos em sala de aula. Matinho e Pombo (2009, p.
528) afirmam que:
As tecnologias de informação e de comunicação (TIC) podem constituir um elemento
valorizador das práticas pedagógicas, já que acrescentam, em termos de acesso à

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informação, flexibilidade, diversidade de suportes no seu tratamento e apresentação.


Valorizam, ainda, os processos de compreensão de conceitos e fenômenos diversos, na
medida em que conseguem associar diferentes tipos de representação que vão desde o
texto, à imagem fixa e animada, ao vídeo e ao som.

Além do planejamento e adaptação para o contexto educacional, Lima (2016) faz uma
colocação para o uso de materiais e formação contínua para o ensino de Química, porém, em
nossa opinião se enquadra em qualquer tipo de ensino, visto que a melhoria na qualidade do
ensino deve passar:
[..] por uma adequada formação inicial dos professores, aliada a uma formação contínua e
permanente, bem como substanciais melhorias nas condições de trabalho e de
remuneração. A tudo isso, somam-se também os recursos pedagógicos alternativos e
variados, que devem ser postos à disposição dos professores e dos sujeitos mais implicados
em todo esse processo: os alunos (LIMA, 2016, p.3).

Portanto, com a junção dessas possibilidades, o uso das tecnologias, a formação de


professores e as estruturações no currículo dos conteúdos de Ciências frente ao uso das
tecnologias devem também ser observados, como apontam Cachapuz, Praia e Jorge (2004, p.
368):
[...] tanto quanto possível, é necessário que o currículo (e a sua gestão) adote enfoques
gradualistas de dificuldade crescente, em particular pela exploração das potencialidades
oferecidas pelas novas tecnologias da informação e comunicação na individualização do
ensino.

Essas adversidades de formação, currículo e apropriação do uso das tecnologias digitais


da informação e comunicação educacionais podem ser um diferencial para o processo de ensino
e de aprendizagem em diferentes contextos educacionais. Para o ensino de Ciências, tais
recursos podem ser auxiliadores, visto que Martinho e Pombo (2009, p. 528) abordam que:
A introdução das TIC no Ensino, e em particular, no Ensino das Ciências Naturais, origina
uma alteração nos papéis de todos os intervenientes do processo de ensino e de
aprendizagem. Esta alteração traz a resolução de várias questões que “perseguem” o
ensino, na procura da melhoria da sua qualidade, como sejam, o combate à indisciplina e
ao insucesso, o despertar da motivação e o desenvolvimento de competências.

Além das possibilidades na tentativa da melhoria na qualidade de ensino apontadas por


Matinho e Pombo (2009), Dourado et al. (2014, p. 357) enfatizam que:
No paradigma vigente das tecnologias atuais, a escola como papel formador de cidadãos
vem se redefinindo ao longo dos anos. Vários estudos sobre a utilização das tecnologias da
informação e comunicação - TIC - dentro do ambiente educacional trazem grandes
questionamentos quanto ao seu uso no ensino-aprendizagem. Nas últimas décadas, as TIC
se desenvolveram com grande intensidade, abrangendo as tecnologias computacionais,
telefônicas, digitais e a internet. Sua inserção na escola trouxe grandes desafios para os
educadores que veem como obstáculo sua utilização em sala. Ensinar os conteúdos através

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de meios visuais, comunicativos, dinâmicos e inovadores pode despertar o interesse do


aluno pelas aulas de ciências e ocasionar a construção do conhecimento.

Frente às alterações e possibilidades que vem emergindo no ensino com o decorrer dos
anos, Machado e Scheffer (2012) apontam a questão da diversidade que as TIC podem
evidenciar nos mais diferentes moldes da sociedade, como pode ser observado que:
O uso das tecnologias de informação está modificando o modelo da atual sociedade e, em
particular, as escolas. Novas formas de organização, de produção de bens, de comércio, de
lazer, de ensino e de aprendizagem estão surgindo. As diversidades tanto culturais e sociais
quanto econômicas estão evidentes e as exigências para formar cidadãos capazes de atuar
criticamente na sociedade também se modificaram (MACHADO; SCHEFFER, 2012, p.1).

No que tange ao uso das tecnologias da informação e comunicação em um ambiente


escolar, este não se resume somente na inserção de novos meios tecnológicos em sala de aula,
mas também numa valorização docente por meio de capacitações, estruturação de ambientes
adequados ao uso das novas mídias no contexto escolar. À vista disso, na próxima seção, os
encaminhamentos metodológicos para tentar identificar quais são as percepções e desafios
para o uso das tecnologias digitais no ensino de Ciências, principalmente na Educação Básica
gratuita no Brasil, são detalhadas.

3. Encaminhamento Metodológico
No desenvolvimento desta pesquisa, utilizou-se a pesquisa qualitativa, pois conforme
Flick (2009, p. 130):

O processo da pesquisa qualitativa pode ser descrito como uma sequência de decisões. Ao
iniciar uma pesquisa e impulsionar seu projeto, o pesquisador pode optar por inúmeras
alternativas em vários pontos ao longo do processo – das questões de coleta e de análise
dos dados à apresentação dos resultados.

Para a coleta das informações mais detalhadas acerca do cenário estudado, visando
obter o máximo de informações em curto período, optou-se pela utilização de um questionário
de apoio, desenvolvido no Google Docs, conforme Tabela 1, e encaminhado aos participantes
da pesquisa. Esse meio de coleta de dados possibilitou vislumbrar, de forma breve e concisa, o
objetivo geral deste trabalho que é: identificar as percepções e desafios para o uso das
tecnologias digitais no ensino de Ciências, principalmente na Educação Básica pública no Brasil,
a partir da visão de estudantes de um curso de pós-graduação stricto sensu, Mestrado, na área
de Ensino, de uma universidade pública do norte do Estado do Paraná, Brasil.
Tabela 1 – Questionário submetido
Número Questão
Questão
1 Dados do Participante: Nome
2 Dados do Participante: Idade
3 Dados Acadêmicos: Graduação (se houver mais do que 1, colocar todas)
4 Dados Acadêmicos: Ano de Término

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5 Dados Acadêmicos: Habilitação para o ensino de Ciências?


6 Se "Sim" para a questão 5, durante a graduação houve disciplinas que
abordavam o uso de recursos digitais para o ensino de Ciências?
7 Se "Sim" para a questão 6, descreva de que modo foi abordada a utilização das
tecnologias digitais no ensino de Ciências:
8 Dados Profissionais - Local de Trabalho
9 Dados Profissionais - Nível de Ensino
10 Atua ou já atuou no ensino de Ciências em escolas públicas?
11 Se "Sim" para questão 10, durante sua atuação como docente no ensino de
Ciências, utilizou algum tipo de tecnologia digital em suas aulas?
12 Se "sim" na questão 11, descreva de que forma utilizou a tecnologia:
13 Percepção e Desafios: Mesmo não sendo graduado ou tendo atuado no ensino
de Ciências, qual sua percepção quanto ao uso das tecnologias digitais
educacionais para o ensino de ciências nas escolas públicas brasileiras?
Comente:
14 Percepção e Desafios: Mesmo não sendo graduado ou tendo atuado no ensino
de Ciências, em sua opinião quais são os desafios de ensinar Ciências nas
escolas públicas brasileiras utilizando as tecnologias digitais educacionais?
Comente:

Os participantes desta pesquisa foram 13 estudantes de um programa de pós-graduação


em Ensino de uma universidade pública estadual do norte do Estado do Paraná, com diferentes
áreas de formação: Pedagogia, Ciências/Biologia, Ciências/Matemática, Química e área de
Saúde.

O contato inicial com os participantes foi em dezembro de 2016, com o


encaminhamento do convite por e-mail, com objetivo do trabalho, o compromisso ético do
sigilo, a autorização para utilização das respostas para os fins de pesquisa e o questionário para
ser respondido.
Dos 13 envolvidos, 08 responderam ao questionário até a data estipulada. Desses 08
participantes, 50% já atuaram ou atuam no ensino de Ciências em escolas públicas brasileiras.
Para preservar a identidade dos participantes, estes foram identificados na análise de dados
como M1 a M8.
Os resultados foram analisados à luz da Análise Textual Discursiva (ATD) que, segundo
Moraes e Galiazzi (2016, p. 34),
[...] pode ser compreendida como um processo de auto-organizado de construção de
compreensão em que os entendimentos emergem a partir de uma sequência recursiva de
três componentes: a desconstrução dos textos do “corpus”, a unitarização; o
estabelecimento de relações entre os elementos unitários, a categorização; o captar
emergente em que a nova compreensão é comunicada e validada.

Assim, a ATD é um processo simultâneo de aprendizagem e comunicação, o que requer


mergulho profundo e impregnação intensa em elementos linguísticos relativos aos fenômenos

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investigados. O processo envolve, portanto, reconstrução dos discursos dos envolvidos,


utilizando um conjunto de ferramentas culturais, sobretudo a escrita.
Para esta pesquisa, utilizou-se de três unidades a priori, a partir do questionário
aplicado: Ferramentas, Percepção e Desafios, que formaram a categoria Ensino, conforme
apresentado na Tabela 2.

Tabela 2–Categoria e Unidades de Análise da proposta

CATEGORIA UNIDADES
FERRAMENTAS
ENSINO PERCEPÇÃO
DESAFIOS

Essa categoria e as unidades foram estruturadas a fim de identificar a percepção e os


desafios da utilização das tecnologias digitais no ensino de Ciências, com um olhar para o ensino
público brasileiro, a partir da análise dos excertos dos participantes.

4. Análise dos Resultados


Os resultados apresentados visam compreender de que forma os estudantes de um
curso de pós-graduação Stricto Sensu na área de Ensino vislumbram a utilização das tecnologias
digitais para o ensino de Ciências, e assim, também, identificar de acordo com os envolvidos,
quais são os possíveis desafios da utilização desses recursos tecnológicos nas aulas de Ciências
nas escolas públicas brasileiras em um contexto de viabilização de recursos.

Os dados coletados foram submetidos à Análise Textual Discursiva, fundamentada em


Moraes e Galiazzi (2016). As etapas do processo foram: preparação do material objeto de
pesquisa (formação e delimitação do corpus); unitarização (fragmentação do corpus para
distinção das unidades de análise definidas a priori); categorização (agrupamento dos dados
mediante critérios definidos); descrição por meio da escrita do texto, comunicando as
impressões sobre o fenômeno analisado e, finalmente, a interpretação, com a produção de um
metatexto.
As unidades de análise, definidas a priori, na elaboração do questionário, intencionaram
coletar dados referentes à categoria Ensino, a fim de identificar quais são as ferramentas
tecnológicas utilizadas no contexto de ensino; a percepção da utilização dessas no contexto e
escolar e os desafios da utilização desses meios no âmbito escolar, principalmente nas escolas
públicas brasileiras.

A categorização caracteriza-se como processo de classificação e também como parte no


processo de análise; é inerente às ações do homem, haja vista que são as categorias que
estabelecem a relação entre as vivências concretas e as abstrações elaboradas. Desta forma,
categorizar é reunir o que é comum, o que resulta na formação de conjuntos com elementos
que possuem algo que os determinam (unidades de significado). Já como parte do processo de
análise, a categorização constitui-se em um movimento que vai de conjuntos desordenados de

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informações para modos ordenados de apresentá-las. Assim, a categorização é um processo de


criação, ordenamento, organização e síntese.
Na Tabela 3, são apresentados os excertos coletados por meio do questionário
encaminhado aos participantes dessa pesquisa. Nem todos os excertos das unidades analisadas
foram utilizados, somente os que abordavam de forma mais concisa quais são as ferramentas
utilizadas, a percepção e os desafios da possível utilização dos recursos digitais para o ensino de
Ciências.

Tabela 3–Categoria e Unidades de Análise

CATEGORIA UNIDADES EXCERTOS


TV pendrive, laboratório de informática, datashow, celular, redes
socias quando possível, microscopio acoplado a tv (M1).
FERRAMENTAS DVD com Vídeos sobre praticamente todos os conteúdos (M2).

Vídeo do youtube (M8).

[…] perceber o empenho dos professores em ensinar os


conteúdos com o apoio das tecnologias, principalmente vídeos
explicativos, documentários, pesquisas na Internet, entre outros
(M2).

[…]percebi que os estudantes não estão acostumados em estudar


utilizando tecnologias (M3).

Acredito que o uso das tecnologias digitais educacionais é


indispensável no processo de ensino, todo esse aparato torna a
aprendizagem mais significativa para o aluno que está
totalmente inserido no mundo tecnológico, é mais atrativo e
ENSINO prazeroso (M4).

Penso na importância em saber utilizar as tecnologias digitais


educacionais para o ensino de ciências, assim como, em outras
áreas do conhecimento (M5).
PERCEPÇÃO
O uso de tecnologias digitais pode auxiliar no processo de ensino
e aprendizagem dos conteúdos de ciências, visto que em
determinados contextos a tecnologia traz uma visão mais
detalhada de seres vivos, por exemplo um vídeo do processo de
mitose de uma célula. Assim, a compreensão desse assunto pode
ser dada de maneira mais satisfatória por utilizar os recursos
tecnológicos, ainda mais em escolas públicas […] (M6).

O uso das tecnologias digitais no ensino é extremamente


importante no contexto em que vivemos, pois elas fazem parte
do cotidiano dos alunos e também possui uma diversidade de
materiais que pode ser utilizado em sala de aula. E o professor
deve conhecer e ter domínio dessas tecnologias digitais para

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utilizá-la de maneira adequada, fazendo uso do que há de melhor


acerca da temática trabalhada e desenvolvendo um ambiente de
aprendizagem pautado na interação e participação entre todos
os envolvidos (M7).

[…] investimento [..] manutenção dos aparelhos, salas de aula


com ambiente […]. Outra questão é a gestão de classe nesses
ambientes para que o aluno não se disperse em outros sites (M1).

A falta ou manutenção dos equipamentos e infelizmente a falta


de vontade de alguns professores em se preparar para usar as
tecnologias, ficando apenas no livro didático e raramente
laboratório de ciências (M2).

[…] existem dois desafios: primeiro que os alunos não estão


acostumados a estudar utilizando tecnologias e segundo que os
professores não estão preparados para utilizar as tecnologias
(M3).

A formação dos professores e as condições de trabalho


oferecidas pelas escolas (M4).

DESAFIOS Ter os recursos disponíveis e saber utilizá-los (M5).

As escolas […] receberam TV, tablet, um (1) data-show, e


computadores, porém, […] nem sempre estes equipamentos
funcionam[…]. Isso, de certa forma, acaba prejudicando a
propagação do conhecimento por meio dos recursos tecnológicos
(M6).

Os desafios de ensinar ciências nas escolas públicas são a falta


de recursos e materiais didáticos para o ensino desta falta de
capacitação dos profissionais para conhecerem e fazerem uso
das tecnologias digitais educacionais de maneira adequada
(M7).

O professor deve estar aberto a mudanças em suas práticas e


também disposto a aprender, e utilizar tais conhecimentos (M8).

De acordo com Moraes e Galliazi (2016), o metatexto expressa uma profundidade do


que está sendo analisado, como em um movimento de teorização, visando ampliar o
entendimento, estabelecendo relações entre os dados empíricos com as teorias de base, ou
seja, na perspectiva da práxis.
Identificou-se que, na unidade “Ferramentas”, para a maioria dos envolvidos, o uso das
tecnologias digitais voltado ao contexto educacional é de extrema importância para o ensino na

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atualidade, visto que as crianças estão inseridas no mundo digital desde cedo. Mencionam,
também, que a utilização de diferentes recursos digitais, como vídeos e pesquisas na internet,
pode tornar a aprendizagem mais efetiva.
Nesse contexto, os recursos digitais educacionais têm se ampliado cada vez mais, haja
vista a inserção das novas tecnologias. Há que se considerar que os estudantes da Educação
Básica têm acesso a estas antes mesmo da entrada na instituição escola. No entanto, não as
utilizam como fonte de conhecimento, e sim de entretenimento. Desta forma, cabe ao professor
utilizar tais instrumentos a favor da aprendizagem do estudante, haja vista que não há relevância
no uso da tecnologia se esta não contribuir no âmbito educacional; o que acaba caracterizando-
se, também, como um desafio.
Essa ampliação também pode ser vislumbrada por Dias e Cavalcante (2017, p. 163) ao
mencionarem que:

O ambiente digital surge como uma nova perspectiva no contexto escolar, abrindo espaço
para uma maior interação humana mediada pelos gêneros eletrônicos, através da
interdisciplinaridade. A linguagem universal e compartilhada no mundo inteiro, transforma
o aprendizado do aluno, inserindo-o como sujeito social no contexto educacional e na
tecnologia simultaneamente.

No que se refere à percepção dos estudantes, todos os envolvidos reconhecem a


relevância da utilização das tecnologias digitais. Todavia, pelos excertos, pode-se identificar que
cabe ao professor dominar tais tecnologias para que o uso seja adequado e, assim, ter como
objetivo, a aprendizagem do estudante.
Nesse sentido, Generoso et al. (2013, p. 230) descrevem que o resultado favorável do
uso das tecnologias em sala de aula “[...] depende do interesse e compromisso do professor em
usá-las”. Mais uma vez a percepção apresentada tem como consequência um desafio, já que o
professor necessita dominar o uso das TIC para utilizá-las junto aos estudantes. Destaca-se,
ainda, que pelos excertos, pode-se observar que os mestrandos reconhecem as tecnologias no
aprofundamento do conteúdo, como M6 registra no estudo da mitose. Para além do
enriquecimento dos conteúdos curriculares, estas podem gerar conhecimento, e tornar o ensino
mais próximo da realidade digital que os estudantes estão inseridos.
Quanto à terceira unidade de análise, “Desafios”, destacou-se a falta e/ou manutenção
dos equipamentos, bem como a formação do professor. Isto porque a maioria dos docentes que
atua na Educação Básica, hoje, não teve, em sua formação inicial, a aprendizagem para a
utilização de tais recursos. Destarte, a capacitação continuada faz-se imprescindível. Conforme
apontado por Lima (2016), a utilização de diferentes recursos pedagógicos, somada a formação
inicial e continuada de professores são necessárias para a melhoria da qualidade de ensino.
Porém, pelos relatos, percebe-se que há vários desafios que ainda as escolas,
principalmente as públicas brasileiras, precisam enfrentar, como: falta de domínio do uso das
tecnologias e de capacitação dos professores, disponibilidade dos equipamentos ou falta de
manutenção destes, as condições de trabalho e a disponibilidade do professor em mudar suas
estratégias de ensino. Assim, conforme mencionado por Dourado et al. (2014), inserção das

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tecnologias em sala de aula trouxe consigo grandes desafios para o professor, que podem
entender o seu uso como um obstáculo.
Logo, a unidade “Desafios” possui dois desdobramentos: (1) estrutura, que é da
responsabilidade do mantenedor e (2) formação docente; esta por sua vez, não só da
competência do mantenedor, mas também de cada um dos envolvidos. Há que se superar
dificuldades pessoais para que o uso das tecnologias seja incorporado na prática pedagógica
docente.
Generoso et al. (2013, p. 238) mencionam que há desafios em sala de aula, pois:
[...] ao utilizar as TDIC em qualquer aspecto pedagógico, faz-se necessário que os
professores conheçam de fato os instrumentos, pois no seu planejamento estes
podem organizar-se de modo a promover ambientes interativos, dinâmicos,
problematizadores e significativos, fazendo a diferença no processo de formação
em qualquer área do conhecimento.
Cabe ressaltar que, mesmo os participantes sendo estudantes de um Programa de Pós-
Graduação em Ensino, nível de Mestrado, os quais acredita-se fazerem uso de tecnologias
digitais com frequência, estes apontaram apenas o computador, datashow, TV, vídeos, celular
e redes sociais como ferramentas utilizadas, quando já é sabido da existência de softwares
educacionais, jogos eletrônicos educacionais, objetos digitais de aprendizagem, vários destes
disponíveis gratuitamente na internet. Ainda, apenas um participante (M1) mencionou o uso do
microscópio acoplado a TV. Os apontamentos indicam que a inserção das novas tecnologias
digitais ainda dá-se de forma restrita, sendo a oferta de cursos de capacitação continuada ou
em serviço uma das possibilidades para a ampliação desse uso.
Ao considerar os excertos dos envolvidos, evidenciou-se que estes não recorrem aos
estudos desenvolvidos na área no que tange à utilização das TIC no processo de ensino. O livro
didático é, muitas vezes, o único instrumento utilizado em sala. E, ainda, utilizado parcialmente,
já que os experimentos propostos nem sempre são realizados. Assim, mesmo com grande
arcabouço teórico produzido nos últimos anos, o docente desenvolve sua prática pedagógica de
forma restrita, desenvolvida essencialmente em aulas expositivas.
Há que se considerar que a oferta de programas Stricto Sensu, na área de Ensino, por
sua característica translacional, pode contribuir – por meio de seus produtos e processos
educativos – para a melhoria do ensino ofertado na rede pública. Neste aspecto, as políticas
públicas voltadas para a formação continuada, principalmente, devem ser priorizadas.
Segundo o documento de Área de Ensino, divulgado pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), [...] é característica específica – e das
mais importantes – da Área, o foco na integração entre conteúdo disciplinar e conhecimento
pedagógico ou o que se denomina “conhecimento pedagógico do conteúdo” (BRASIL, 2013).
Assim, reitera-se o apresentado por Matinho e Pombo (2009) de que as tecnologias
podem valorizar a prática pedagógica, permitindo acesso à informação e flexibilização da
aprendizagem, associando diferentes representações desde textos, imagens, vídeo e som. No
entanto, uma atenção diferenciada deve ser dada a formação docente inicial e, sobretudo,

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continuada, para o uso dessas tecnologias, que deve ser planejado, visando a melhoria da
qualidade social do ensino.

5. Considerações Finais
Considerando os excertos dos participantes, bem como o objetivo do presente estudo,
foram identificados quais as são as percepções e desafios para o uso das tecnologias digitais no
ensino de Ciências, principalmente na Educação Básica gratuita no Brasil, a partir da visão de
mestrandos de um curso de pós-graduação stricto sensu na área de Ensino, de uma universidade
pública do norte do Estado do Paraná, Brasil.

Neste contexto, verificou-se por meio dos excertos aqui expostos, que o uso das
tecnologias da informação e comunicação para o ensino de Ciências pode ser um diferencial em
sala de aula, e como desafios para a escola pública brasileira, pelo menos para o público
analisado, há ainda vários aspectos que podem dificultar o uso desses recursos, como a
capacitação dos professores, disponibilidade e manutenção dos equipamentos.
Além do objetivo geral vislumbrado, os objetivos específicos delineados a fim de
identificar quais são as ferramentas e instrumentos tecnológicos utilizados, identificou-se que a
TV, vídeos, equipamentos como datashow e redes sociais são as ferramentas mais utilizadas;
porém, há outros tipos de recursos que também podem ser utilizados, tais como: softwares
educacionais, jogos eletrônicos educacionais, objetos digitais de aprendizagem, estando vários
destes disponíveis gratuitamente na internet, que podem ser uma poderosa ferramenta
auxiliadora no processo de ensino e de aprendizagem, principalmente para o ensino de Ciências,
pelo trabalho com os conteúdos de forma mais dinâmica e interativa.
Além disso, percebeu-se que, também, há vários desafios que as escolas, principalmente
as públicas brasileiras precisam enfrentar como: falta de domínio do uso das tecnologias e de
capacitação dos professores, disponibilidade dos equipamentos ou falta de manutenção destes,
as condições de trabalho e a disponibilidade do professor em mudar suas estratégias de ensino.
Esses são fatores que ainda precisam ser superados para atender as possíveis demandas
educacionais para o ensino na contemporaneidade, vislumbrando assim, possibilidades
concretas para a utilização e formação para o uso das tecnologias digitais no ensino público
brasileiro.
Como trabalho futuro, pretende-se ampliar esta pesquisa com professores da rede
estadual de ensino na cidade foco de pesquisa, a fim de mapear quais são as tecnologias da
informação e comunicação que estão sendo utilizadas nas aulas de Ciências e quais são os meios
de capacitação que estão sendo oferecidos.

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