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Introdução
[...] material educativo não é apenas um objeto que proporciona informação, mas
sim, em determinado contexto, algo que facilita e apoia a experiência de
aprendizado, isto é, uma experiência de mudança e enriquecimento em algum
sentido: conceitual ou perceptivo, axiológico ou afetivo, de habilidades e atitudes,
etc.
Quanto à criação de materiais educativos, Kaplún (2003, p. 47) reitera que “uma
criação de qualidade requer a conjunção de vários saberes: conceptuais, educativos,
comunicacionais, artísticos, técnicos”. Além disso, o referido autor propõe que a construção
do material educativo seja orientada por três eixos peculiares que visam a contribuir com o
aprendizado e despertar reflexões sobre o tema abordado, sendo eles: eixo conceitual,
pedagógico e comunicacional.
O eixo conceitual diz respeito à escolha da temática, das ideias centrais e da
organização do recurso educacional. Sendo assim, é importante ressaltar que o conhecimento
da temática e da opinião de autores permite à pesquisadora saber quais as necessidades podem
ser respondidas por meio do produto educacional (KAPLÚN, 2003).
O eixo pedagógico, para Kaplún (2003, p. 49), “é o principal articulador de um
material educativo e expressa o caminho que estamos convidando alguém a percorrer, que
pessoas estamos convidando e onde estas pessoas estão antes de partir”. Logo, no referido
eixo, são analisados os destinatários do produto educacional e conhecidas as ideias
construtoras dos sujeitos pertinentes à temática abordada e a eventuais conflitos a provocar
(KAPLÚN, 2003).
O eixo comunicacional, na concepção de Kaplún (2003), define como se dará a
comunicação com o sujeito, ou seja, estabelece o formato, a diagramação e a linguagem
empregada no processo de criação do produto. Assim, no intuito de tornar o produto
educacional mais atrativo e compreensível aos futuros destinatários, os mestrandos
propõem-se a desenvolverem guias devidamente diagramados.
Conclusão
Por fim, denota-se que para desenvolver um produto educacional que gere as
transformações que a sociedade e o mundo do trabalho necessita é preciso ir além do formato
do produto. Para gerar produtos efetivamente inovadores e de fato modificar o que já existe
ou a forma de realizar algo, a mudança precisa ser intencional, consciente e planejada.
Todavia, vale dizer que ser criativo não basta para poder inovar. Para desenvolver um produto
que de fato atenda as necessidades dos diferentes sujeitos da EPT deve-se levar em conta
aspectos conceituais, metodológicos e a forma como se dá a comunicação com os
destinatários.
Nesse sentido, recomenda-se que os futuros discentes Mestrado do ProfEPT
considerem os eixos propostos por Kaplún (2003), bem como, os descritores propostos por
Leite (2018) ao elaborar um material educativo. Fundamentado nos referidos atores, sugere-se
que o produto educacional a ser desenvolvido pelos estudantes seja atrativo para o grupo a
qual de destina (visualmente agradável); compreensível (com utilização de linguagem simples
e direta para facilitar o entendimento dos conteúdos); envolvente (ser desenvolvido
especialmente para o público que foi destinado); estimular uma mudança de ação e de atitude
e por fim, ser aceito (validado) pelo público destinatário (LEITE, 2018).
Enfim, tais sugestões tem por finalidade proporcionar o desenvolvimento de um
produto educacional efetivamente inovador, que seja significativo para o mestrando,
satisfazendo parte de suas necessidades e ao mesmo tempo útil para a sociedade, de forma a
impactar o maior número de pessoas possível, transformando a realidade delas.
REFERÊNCIAS
ENRICONE, D. (org.). Ser professor. 5. ed. Porto Alegre, RS: EDIPUCRS, 2006.