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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Campus Itapina
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Maísa Bonadiman

RELATÓRIO DE PESQUISA DE CAMPO

Colatina
Junho,2023
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Campus Itapina
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

RELATÓRIO DE PESQUISA DE CAMPO

Relatório Final de Pesquisa de Campo


apresentado, como requisito parcial, para a
aprovação do Componente Curricular:
práticas alternativas da educação do campo.
.

Surpevisor da pesquisa: Professor Dr.


Rogério Caliari, Carla Rejane.

Colatina
Dezembro/2023
RESUMO

Esse relatório tem por objetivo mostrar a vivencia de um dia que a turma de pedagogia teve na
escola Paulo Damião Tristão Purinha, na qual a mesma está situada nas terras adquiridas ao
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Esse é um movimento social que busca
organizar trabalhadores e trabalhadoras rurais junto à sociedade para conquistar a Reforma
Agrária, um Projeto Popular para o Brasil. Foi realizada uma pesquisa com o coordenador da
escola, listando algumas perguntas importantes sobre o tema. E partir disso, obtivemos muitos
dados importantes para uma reflexão sobre essa prática de ensino tão importante e

transformadora.

PALAVRAS-CHAVES: MST, pesquisa, educação.

INTRODUÇÃO

Esse é um relatório de pesquisa feito a partir da visita feita em 30/10/2023, à escola Paulo
Damião Tristão Purinha, é localizada no município de Linhares, ES. Essa visita foi feita a partir
de discussões em sala de aula no componente curricular de práticas educativas da educação
do campo, no qual sempre destacávamos a importância do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra. Na visita, começamos conhecendo o prédio da escola, houve a mística dos
alunos e, em seguida, fizemos uma roda de conversa com professores, coordenadores e
alunos, onde houve uma grande troca de saber.

A pesquisa aconteceu, pois, nós, alunos de pedagogia e o professor Rogério, queríamos ver de
perto como funciona essa prática de educação. Além disso, achamos importante o trabalho
com a teoria e a prática, então estudamos a parte teórica em sala de aula, e assim, realizamos
a visita para conhecer o dia a dia de profissionais da educação e alunos assentados.

Eles explicaram sobre o nome da escola, que foi dado a partir do assassinato de Paulo Damião
Tristão Purinha, que denunciava muitas injustiças sociais, e infelizmente foi morto. O
movimento iniciou com 100 famílias, atualmente se somam mais de 200 famílias unidas. Antes
de ter a escola que conhecemos, as aulas eram feitas com uma lona e bancos de bambu, os
professores não tinham uma formação adequada para dar aula, e então, a partir disso, iniciou-
se uma luta para a formalização da escola. E hoje, existem pessoas ali licenciadas,
bachareladas e até mestres. Um problema que eles citaram que infelizmente acontece é a
evasão escolar, pois na colheita de café, os pais matriculam seus filhos para estudares ali,
porém ficam pouco tempo, logo que a colheita acaba, eles são desligados da escola. No dia da
visita, haviam 130 alunos frequentando a escola. A formação ali é do 1° ao 9° ano e há também
a presença do EJA. Esses alunos estudam de forma integral. A escola é do governo federal,
mas eles deixam claro que para eles a mesma é da cominidade.

METODOLOGIA
A pesquisa foi feita a partir de algumas perguntas feitas para o coordenador da escola:

1. Como é a relação entre família e escola?


2. Há a presença de bullying na escola?
3. Como é realizado o trabalho com os alunos da educação especial?

A primeira pergunta, o coordenador disse que há uma participação forte das famílias, mas
infelizmente não de todas. Eles defendem que a escola é da família, da comunidade, pois sem
as famílias não existiriam os alunos. Eles sempre pedem a opinião das famílias para a
participação delas. Ele citou um encontro feito em Vitória, onde foram realizar uma mobilização
sobre a educação do campo e as famílias estavam juntas com a escola nesse momento.

A segunda pergunta, ele disse que sim, e que eles fazem o possível para mediar. Esse ano
eles fizeram um programa anti-bullying na escola, onde eles trouxeram ideias de como evitar
isso, como lidar com quem está sendo agredido e o que fazer com o agressor. Houve conversa
com alunos, pais professores. Ele acredita que escola deve ser um ambiente agradável, pois se
não for, os alunos não irão querer frequentar a escola.

A última pergunta, voltada para a educação especial, ele nos disse que na escola há 4 alunos
da educação especial, no qual cada um possui sua cuidadora, além disso, tem a professora de
AEE. Eles retratam como é difícil as famílias aceitarem as deficiências de seus filhos, e por isso
alguns alunos não possuem um laudo e não é feito nenhum tipo de tratamento com eles.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Essa visita de pesquisa trouxe para todos um ótimo momento de adquirir conhecimentos sobre
esse movimento tão importante, foi muito interessante ver como eles lutam diariamente pela
comunidade e pela escola. Eles retam que a prefeitura do município quer que a escola seja do
município, então eles estão lutando para que isso não aconteça, pois mesmo a escola sendo
do estado, ela é para os alunos assentado, e se ela se torna do município, alunos de outros
lugares poderão estudar ali, sem nem conhecem a importância desse movimento.

Outro problema que identificamos foi a questão da evasão já citada ali em cima e também a
presença de bullying, porém já encontraram meios de resolver isso criando o programa de não
ter isso na escola.
Atualmente há o andamento da construção de salas de aula para o ensino médio, a SEDU é
totalmente contra a isso, pois há poucos alunos, mas a escola e a comunidade estão lutando
para que isso aconteça para o ano de 2024.

CONCLUSÃO

Em síntese, a visita nos proporcionou um grande aprendizado sobre o MST, pois eu não tinha
noção de quão importante ele é até conhecer de perto, as práticas de educação ali são
diferentes de uma escola tradicional, a maioria mora ali dentro do assentamento, são muitas
vivencias a serem contadas, muitas lutas e muitas marcas que ficam até hoje. A educação do
campo é uma educação que busca trazer a realidade do jovem camponês para a sala de aula,
onde ele é alfabetizado a partir de suas vivencias no meio onde vive.

Durante a visita conhecemos a escola, professores do próprio movimento e alunos que estão
ali colhendo os frutos que seus pais lutaram para ter um dia, o MST é sem dúvidas um
movimento importante, são pessoas que buscam pelo seu direito e pela reforma agrária no
País.

As rodas de conversa ampliaram horizontes até então desconhecidos e a troca de


conhecimento ali foi incrível, conhecemos suas lutas diárias e a história vivida até o presente
momento. E como eles disseram varias vezes sobre a família, sem ela não existiria nada disso,
então a escola sempre será da comunidade, para servir a todos para que todos tenham uma
educação de qualidade que trabalha com as vivencias do local.

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